Tópicos | orçamento impositivo

Na próxima terça-feira (13), a Câmara dos Deputados irá analisar os destaques à Proposta de Emenda à Constituição 358/13, chamada de PEC do orçamento impositivo. O texto-base foi aprovado em primeiro turno na última terça-feira (6), com 384 votos a favor e seis contra.

Pela matéria, o Executivo fica obrigado a executar as emendas parlamentares individuais até o limite de 1,2% da Receita Corrente Líquida (RCL) da União, sendo metade do valor necessariamente destinada à saúde pública.

##RECOMENDA##

Entre os destaques, dois foram apresentados pelo DEM. O primeiro deles pretende excluir da matéria a destinação de metade dos recursos das emendas para a saúde. A outra propõe a retirada da fixação de percentuais mínimos de recursos da União no setor. O partido teme que a definição dos percentuais acabe reduzindo os investimentos na área.

O PCdoB também apresentou destaque, que gira em torno dos investimentos no setor de saúde. A ideia é impedir a contagem dos recursos das emendas parlamentares direcionados à saúde para o cálculo do mínimo a ser aplicado anualmente no setor.

A PEC foi aprovada na Câmara e, como foi modificada no Senado, precisou voltar para a análise dos deputados. Na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), o texto foi dividido em duas PECs - uma com a obrigatoriedade de pagamento de emendas (PEC 358) e outra com regras para investimento na saúde (PEC 359) - o que inviabilizou a aprovação até o fim do ano passado.

A matéria ainda precisará ser aprovada em segundo turno. Só então seguirá para a promulgação das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do orçamento impositivo será levada ao plenário da Câmara dos Deputados na próxima terá-feira (6), de acordo com o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O texto deverá ser submetido à votação em dois turnos.

 

##RECOMENDA##

O parecer do deputado Edio Lopes (PMDB-RR), que acatou na íntegra o texto apresentado pelo Senado, foi aprovado nessa terça-feira (29) na comissão especial que analisou o tema.

 

Pela matéria, o Executivo fica obrigado a executar as emendas parlamentares individuais até o limite de 1,2% da Receita Corrente Líquida (RCL) da União, sendo metade do valor necessariamente destinada à saúde pública.

 

A PEC foi aprovada na Câmara e, como foi modificada no Senado, precisou voltar para a análise dos deputados. Na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), o texto foi divididoem duas PECs- uma com a obrigatoriedade de pagamento de emendas (PEC 358) e outra com regras para investimento na saúde (PEC 359) - o que inviabilizou a aprovação até o fim do ano passado.

 

Se aprovada pelos deputados, a PEC seguirá para a promulgação das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado.

Em discussão na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), as propostas que querem tornar obrigatório no Estado o pagamento de emendas individuais podem mais do que quadruplicar o valor hoje recebido pelos parlamentares paulistas. Dois dos três textos em discussão querem vincular cerca de R$ 1,29 bilhão do orçamento estadual à execução das emendas vindas da Alesp, o que dá generosos R$ 13,7 milhões por deputado estadual.

O valor, bem superior à média de R$ 3 milhões autorizados atualmente, chega a superar também o acertado para empenho aos deputados federais em 2013, cerca de R$ 10 milhões por parlamentar. O terceiro texto em debate quer dar aos deputados de São Paulo 75% do montante pago aos federais no mesmo ano. Mesmo considerando inevitável que a matéria ande com a aprovação da proposta pelo Congresso Nacional, lideranças da Alesp consideram os valores irreais e preveem que o texto será alterado.

##RECOMENDA##

Deputados da Assembleia fizeram um acordo segundo o qual os projetos só serão de fato discutidos após a promulgação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Orçamento Impositivo, com votação prevista na Câmara dos Deputados ainda no primeiro semestre. Os paulistas preveem que, com o aval de Brasília, os projetos estaduais ganharão apelo. "As propostas tendem a andar, vai ser um efeito cascata", afirmou o líder do governo na Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Barros Munhoz (PSDB). Apesar disso, ele adianta que os valores pedidos pelos textos em debate na Casa deverão ser alterados. "No nosso caso é uma fábula", disse. "É exagerado e certamente vai ser mudado".

Na última sexta-feira, 21, o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, revelou que ao menos 14 assembleias estaduais se espelharam no exemplo de Brasília e apresentaram propostas que obrigam os governos a pagar as dotações de deputados estaduais. As emendas ao Orçamento são para os parlamentares - federais e estaduais - fundamentais para abastecer suas bases com recursos e, assim, ganhar cacife para a reeleição. "Uma coisa é você ter R$ 2 milhões por ano, outra é ter R$ 12 milhões para mostrar lá na sua cidade", exemplifica o deputado Ramalho da Construção (PSDB), um dos signatários das propostas em tramitação na Alesp.

Quando foi abraçada pelo presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a PEC do Orçamento Impositivo contou com forte resistência do governo Dilma Rousseff, que não queria ver uma parcela de recursos da União "amarrada" às dotações dos congressistas. Diante de uma derrota certa, o Planalto cedeu e conseguiu costurar um acordo segundo o qual metade do dinheiro vinculado teria como destino a saúde, uma das áreas mais mal avaliadas pela população.

Em nível estadual, a resistência dos governos deve ser reeditada. "Eu não conheço ninguém do Executivo, em nenhum lugar, que seja favorável. Isso tira o poder de barganha", avalia Ramalho.

A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, anunciou nesta quarta-feira, 19, que sua pasta já recebeu os projetos de convênio e o detalhamento de mais de R$ 8,6 bilhões de emendas parlamentares individuais. Dessa forma, segundo a ministra, os parlamentares enviaram à SRI quase a totalidade do volume total de emendas de pagamento obrigatório, nos termos do chamado Orçamento Impositivo.

Na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano, deputados e senadores incluíram um dispositivo que obriga o Executivo a pagar as emendas parlamentares individuais no limite de 1,2% da Receita Corrente Líquida, ou cerca de R$ 8,7 bilhões. A mesma lei também deu ao governo 120 dias - a partir da sanção do Orçamento - para que fossem indicados quais os projetos de convênios abastecidos por emendas que apresentavam algum tipo de impedimento técnico, o que demandaria o remanejamento dos recursos.

##RECOMENDA##

Para respeitar os prazos impostos pela LDO, a SRI editou uma portaria na qual reformulou o modelo de apresentação e processamento de emendas ao Orçamento, estabelecendo que os convênios precisariam ser detalhados pelos deputados e senadores até 20 de maio. "O Congresso aprovou o chamado Orçamento Impositivo para as emendas e isto nos obrigou uma modificação nos procedimentos e na organização, para podermos dar conta desta nova modalidade de execução das emendas", disse Ideli nesta quarta.

A ministra também disse que o empenho das emendas - etapa necessária para o pagamento - vai acontecer ao longo do ano, mas haverá "um apelo" para que a maior parte seja executada no primeiro semestre. Isso porque a legislação eleitoral impõe uma série de limitações ao pagamento de emendas em anos de eleição. Perguntada se o governo poderia empenhar pelo menos 50% do total de emendas ainda no primeiro semestre, como defendem os parlamentares, Ideli respondeu: "podemos chegar a isso. Mas vai depender bastante da questão econômica e da possibilidade de isso acontecer".

Ideli não disse se as emendas parlamentares seriam afetadas pelo contingenciamento do Orçamento do governo, que deve ser anunciado amanhã. Apesar disso, ela lembrou que a LDO aprovada no Congresso permite um corte proporcional nas emendas, na mesma medida em que forem congeladas despesas discricionárias do Executivo.

Execução

Até o ano passado, a liberação de emendas seguia uma lógica diferente e era espalhada ao longo. O detalhamento dos convênios - que precisa ter identificado o município ou entidade beneficiado - era enviado ao longo do ano, na medida em que a liberação dos valores era autorizada pelo Executivo. Essa lógica era criticada pelos parlamentares por dar ao governo o poder de vincular apoio a projetos de interesse à liberação de emendas. Agora, todo o processo se concentrou no início do ano.

Neste ano, os ministérios tem até 8 de maio para indicar à Secretaria das Relações Institucionais quais os convênios que apresentam problemas técnicos. Segundo exemplificou a ministra, um impedimento técnico pode ocorrer quando a emenda do parlamentar é destinada para um equipamento de saúde não comportado por uma Unidade Básica de Saúde. Esses casos, haverá a possibilidade de os valores serem remanejados.

As ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Miriam Belchior (Planejamento) avisaram líderes da base aliada, em uma tensa reunião no Palácio do Planalto, que o governo federal não vai cumprir o acordo para empenhar R$ 12 milhões em emendas parlamentares de cada deputado e senador neste ano. Elas também disseram que será vetado o artigo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que torna obrigatória a execução de emendas em 2014, o chamado orçamento impositivo. Os líderes presentes avisaram o governo que, diante do impasse, a aprovação do Orçamento do próximo ano está inviabilizada.

A reunião contou com a presença dos líderes na Câmara do PT, José Guimarães (CE), do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), do PP, Eduardo da Fonte (PE), e dos líderes do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM). Uma reunião ampliada com outros integrantes da Câmara foi cancelada após este encontro.

##RECOMENDA##

De acordo com o relato dos líderes, o governo afirma que não tem mais como liberar recursos para emendas parlamentares em 2013. Até agora, a média de empenho é de cerca de R$ 10 milhões por parlamentar da base, abaixo do prometido em agosto pelo Planalto. As ministras também afirmaram que a LDO será vetada porque a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Orçamento Impositivo não terá seu trâmite concluído neste ano. O governo condicionou seu apoio à PEC ao trecho que determinava um limite de 15% da receita líquida para a Saúde, mas a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara retirou esta parte da proposta, separando em duas PECs. Diante disso, não haverá acordo para a quebra de prazos regimentais, imprescindíveis para a aprovação da proposta em 2013.

Os anúncios deixaram os líderes irritados. Eles comunicaram ao governo que não teriam como orientar suas bancadas a aprovar o Orçamento de 2014. Com isso, a tendência é de que o tema do Orçamento Impositivo e a própria proposta orçamentária sejam analisados somente a partir de fevereiro do próximo ano.

Alguns líderes disseram às ministras que a não aprovação do Orçamento de 2014 pode ser prejudicial ao governo, porque o fato pode ter uma repercussão negativa entre as agências de risco e provocar até um rebaixamento da nota de crédito do Brasil. O governo não tem preocupação específica com a aprovação imediata, porque pode tocar os investimentos em andamento com recursos de restos a pagar de anos anteriores e terá ainda direito a executar 1/12 por mês dos recursos de custeio com base na proposta de Orçamento enviada ao Congresso em agosto.

Mesmo temendo desgaste eleitoral, o governo Dilma Rousseff usou a base aliada para derrubar no plenário do Senado nesta terça-feira, 12, a "emenda tucana" que prevê um aumento de mais de R$ 128 bilhões em repasses da administração federal para a saúde até 2017. A oposição não conseguiu o apoio mínimo de 49 senadores para passar a proposta - obteve 34 votos a favor, 23 contra e ainda teve 2 abstenções. Essa emenda, que contou com o apoio de parlamentares da base aliada, foi apresentada à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que institui o Orçamento Impositivo.

Desde cedo, o Poder Executivo trabalhou para rejeitar a emenda apresentada pelo senador Cícero Lucena (PSDB-PB), que atuou em parceira com o senador Aécio Neves (PSDB-MG). A chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República, Ideli Salvatti, que esteve na Casa, telefonou para senadores da base aliada e conversou com eles para impedir a aprovação da matéria. A estratégia deu certo. Parlamentares que não quiseram apreciar a matéria não participaram da votação da emenda, que ocorreu com apenas 59 dos 81 congressistas. Ao esvaziar a sessão, eles favoreceram os interesses da gestão federal.

##RECOMENDA##

"Nós votarmos uma PEC com dez votos a mais (dos 49 projetos) é uma temeridade", protestou Lucena, após a votação da emenda. "O governo, de forma ostensiva, impediu a votação daqueles que queriam votar sim", afirmou o presidente nacional do DEM, senador Agripino Maia (RN), ao lembrar que há, no plenário, 70 senadores presentes - 11 senadores não participaram da votação.

Com a derrubada da emenda, o Executivo conseguiu manter a proposta de aumentar em R$ 64 bilhões o quanto a União será obrigada a repassar a mais para a área da saúde até 2018. O argumento da Presidência é que a elevação dos recursos poderia comprometer as contas públicas. A PEC agora terá de retornar para a Câmara.

Durante a discussão desta terça-feira, a base alinhada com o Palácio do Planalto defendeu o discurso de austeridade dos gastos. "Todos defendemos mais recursos para a saúde. Mas é importante saber se há fonte orçamentária segura para que possamos apresentar uma emenda que não represente um cheque sem fundo", afirmou o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), relator da PEC. Nos debates, Aécio criticou a derrubada da emenda do colega de partido. "Ao não aprovar esta emenda, a base do governo estará externando o que pensa a senhora presidente da República. Mais Médicos e menos saúde para a população brasileira", afirmou.

A proposta de emenda constitucional (PEC) que cria o Orçamento Impositivo aprovada nesta semana, no Senado Federal, divide opiniões de parlamentares pernambucanos. Enquanto o senador Humberto Costa (PT) se manifestou desfavorável à proposta, os deputados federais Luciana Santos (PCdoB) e Eduardo da Fonte (PP) defendem a iniciativa.

A medida já acatada na Câmara Federal e aprovada em primeiro turno no Senado obriga o Executivo a pagar as emendas parlamentares individuais, mas o petista avalia como uma forma de “tratar de um desvirtuamento da função do parlamentar”. 

##RECOMENDA##

Diferente da posição do senador, Luciana Santos acredita que a PEC valoriza o Congresso e assegura investimentos. “Eu acho que o Orçamento Impositivo acaba sendo um mecanismo de valorização do Congresso nacional. Por isso, eu sou a favor e acho que foi importante nos termos que foi aprovado, garantindo um investimento mínimo para a saúde e que leve em conta à própria arrecadação atual do país”, avaliou.

O parlamentar Eduardo da Fonte também aprova a decisão e considera ser uma inovação na área parlamentar. “É importante que o parlamentar possa ter a liberdade de trabalhar pelos seus estados, pelos seus municípios, buscando sempre melhorar a qualidade de vida do nosso povo. Tenho certeza que o Orçamento Impositivo irá inovar essa questão e irá beneficiar o trabalho parlamentar. Sou favorável”, pontuou o progressista. 

A PEC do Orçamento Impositivo deverá ser apreciada novamente pelo Senado Federal e aprovada em segundo turno para se tornar válida. 

 

 

 

Uma articulação operada pelo possível candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), impôs uma derrota ao governo de Dilma Rousseff no discurso de aumentar os recursos para a saúde com a eventual aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Orçamento Impositivo. Com o apoio de parlamentares da base aliada, a oposição no Senado conseguiu levar adiante a votação de uma emenda que obriga a União a investir R$ 128 bilhões a mais para a área até 2017. O governo, contudo, só topa o acréscimo de R$ 64 bilhões até 2018. Se a proposta for aprovada no Senado, terá de ser apreciada pela Câmara dos Deputados.

A discussão começou com a apresentação de uma emenda pelo senador Cícero Lucena (PSDB-PB), com o respaldo de Aécio. Ela previa o aumento progressivo em quatro anos de 15% para 18% da Receita Corrente Líquida (RCL) para os investimentos da União na saúde. O governo, entretanto, só topa o crescimento gradual em cinco anos de 12% para 15%. A diferença entre as propostas acaba por dobrar os recursos para a saúde.

##RECOMENDA##

O requerimento para votar destacada a emenda de Cícero Lucena foi aprovado por 39 votos a 28. Diante da possível derrota em plenário, o governo Dilma mobilizou aliados para esvaziar a sessão de votação da PEC a fim de reavaliar a situação da matéria. A oposição também decidiu não pressionar em plenário para votar ainda nesta quarta a proposta. A intenção deles é fazer o governo "sangrar" até a próxima terça-feira, 12, quando a votação da emenda será realizada em plenário.

Tanto a base como a oposição concordam que a aprovação da emenda fortalecerá o discurso eleitoral de Aécio, que poderá afirmar ter batalhado por mais verbas para a saúde. Caso ela seja derrotada, entretanto, ele poderá dizer que o governo Dilma não quis investir mais recursos para a área. Ou seja, em qualquer das duas hipóteses terá argumentos para alardear a favor do tema. "Me parece absolutamente incoerente o governo federal querer o programa Mais Médicos com menos recursos para a saúde", disse Aécio Neves. "Não é um gesto irresponsável", fez coro Cícero Lucena.

Em plenário, nenhum senador alinhado com o Palácio do Planalto quis contrapor abertamente à articulação dos tucanos. "Eu certamente vou viver um dos maiores dilemas da minha vida", afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE), ex-ministro da Saúde no governo Lula. Como resposta à proposta da oposição, o petista chegou a sugerir em plenário que os senadores aprovassem a antecipação, de 2018 para 2017, do piso de 15% da receita corrente líquida da verba da União para a saúde.

"O governo está agindo dentro do que pode; eles (oposição) estão sendo irresponsáveis", atacou o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI). O líder do PSB na Casa, Rodrigo Rollemberg (DF), defendeu a emenda que aumenta o porcentual da saúde. "A partir do momento em que se define uma prioridade, o espaço fiscal é uma questão de ajuste", disse o senador, que é do partido do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, outro possível presidenciável.

Na sessão desta quarta, os parlamentares aprovaram elevar de 1% para 1,2% da receita corrente líquida o porcentual de recursos que a União é obrigada a destinar ao pagamento das emendas individuais de deputados e senadores. Essa mudança eleva de R$ 6,8 bilhões para R$ 8,1 bilhões os recursos para esse tipo de emenda, em valores do orçamento deste ano. A PEC prevê que metade das emendas individuais dos parlamentares tem de ser destinadas exclusivamente à saúde.

O Senado deve concluir, nesta quarta-feira (6), a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do orçamento impositivo. O texto principal foi aprovado na sessão dessa terça-feira (5) e hoje os senadores irão apreciar os destaques.

A matéria, que torna obrigatória a execução de emendas parlamentares ao Orçamento da União, tem sido motivo de discussões há alguns meses na Casa. Os parlamentares querem garantir a aprovação da PEC antes de votar o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014, que deve ir ao plenário do Congresso no dia 19 de novembro.

##RECOMENDA##

A proposta também cria mais uma fonte de financiamento para a saúde, já que estabelece que 50% das emendas devam ser destinadas para o setor. Os senadores discutiram a matéria por duas horas e, no final, ela recebeu 62 votos favoráveis, nove votos contrários e nenhuma abstenção. Após a votação dos destaques, a PEC precisará passar por um segundo turno, para então seguir para a Câmara dos Deputados.

Opiniões

Durante a sessão dessa terça, os senadores pernambucanos Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Humberto Costa (PT) se manifestaram contra a proposta. Jarbas considerou que a PEC do orçamento impositivo abrirá caminho para mais escândalos de corrupção. "Se antes, quando não se tinha certeza da liberação das emendas, parlamentares mal intencionados já transformavam essas verbas em um balcão de negócios, imagina agora com a certeza de que o dinheiro será liberado. Será o paraíso das caixinhas eleitorais", sustentou.

Humberto também criticou a matéria, por considerar a emenda parlamentar um instrumento de desorganização do planejamento público. "Eu vivi isso, quando era Ministro da Saúde. A prioridade era investir em tal Região, com tal tipo de ação. Vinha a emenda parlamentar que propunha algo absolutamente diferente do local da aplicação e do sentido do objeto dessa aplicação", explicou.

A proposta de emenda constitucional (PEC) de n° 22A/2000 - que cria o Orçamento Impositivo aprovada nessa terça-feira (5), no Senado Federal, recebeu críticas do senador Humberto Costa (PT) durante discurso na Tribuna. À medida que obriga o Executivo a pagar as emendas parlamentares individuais é vista pelo petista como uma forma de “tratar de um desvirtuamento da função do parlamentar”. 

Segundo o pernambucano, a emenda de cumprimento obrigatório aprovada em primeira votação por 62 a 9 no Senado "compromete o planejamento do governo, engessa a administração pública e dificulta o equilíbrio das contas públicas".

##RECOMENDA##

Apesar das reclamações, Costa avaliou que a votação do substitutivo levado ao plenário reduz os prejuízos da proposta, já que determina o aporte de novos recursos ao orçamento destinado à saúde pública. “Apresentei essa emenda na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) (...), a partir de agora, passamos a ter um limite mínimo de gastos de 15% dos recursos para a saúde dentro da Constituição”, disse, relembrando em seguida às reivindicações da sociedade. “Não podemos deixar de reconhecer que o que hoje está nessa emenda é um avanço que foi objeto da pressão dos movimentos sociais”, avaliou.

Mesmo reconhecendo a evolução, o senador reforçou as críticas. “Se já é um absurdo a existência da emenda parlamentar, mais absurdo ainda é ela ser impositiva”, discursou associando o benefício a desvios de verbas. “Estamos cansados de ver como o uso da emenda parlamentar tem sido fonte de escândalos os mais variados: anões do Orçamento; e tantos outros que têm origem na relação que se estabelece entre empresa, prefeitura e parlamentar”, disse e complementou: “Mas dos males o menor: se vão obrigar a haver orçamento impositivo, ao menos que metade dessas emendas sejam dirigidas para a saúde", ressaltou. 

*Com informações da assessoria

 

O Senado aprovou nesta terça-feira, 5, em primeiro turno, a proposta de emenda constitucional (PEC) que cria o Orçamento Impositivo. A medida obriga o Executivo a pagar as emendas parlamentares individuais.

Nesta quarta-feira, 06, o plenário retoma a votação, dessa vez para apreciar as emendas à PEC. A tendência é de que seja confirmado o acordo feito com o governo no sentido de tornar obrigatória a execução de 1,2% da Receita Corrente Líquida (RCL) para emendas parlamentares, o que corresponde a R$ 8,1 bilhões. Assim, cada parlamentar deverá ter garantido cerca de R$ 12 milhões. Metade desse valor, segundo o acordo com o governo, será vinculado à saúde. A PEC também destina 15% da RCL para investimentos no setor.

##RECOMENDA##

A votação em segundo turno da PEC no Senado está prevista para ocorrer na próxima semana. Depois, o texto retorna para a Câmara dos Deputados. A redação foi negociada semana passada entre os líderes do governo das duas Casas. Nesta terça, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), se comprometeu a votar a proposta em duas semanas. Os deputados querem aprovar o texto ainda neste ano, de modo que as novas regras de pagamento de emendas parlamentares já valham em 2014, ano em que boa parte deles tentarão a reeleição.

Inicialmente, o Palácio do Planalto se posicionou contrário à proposta, inclusive com a ameaça de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para barrá-la. Contudo, a perspectiva de derrota na Câmara levou o Executivo a ceder.

Atualmente, cada parlamentar pode indicar R$ 15 milhões em emendas. O governo contudo, é acusado de usar a não obrigatoriedade de pagamento para pressionar deputados e senadores. Esse ano, por exemplo, já houve um acordo para liberar apenas metade disso, entre R$ 6 milhões e R$ 7 milhões.

A votação da PEC está vinculada à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que só pode ser votada depois da apreciação do Orçamento Impositivo. O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), marcou a sessão conjunta para analisar a LDO para o dia 19 de novembro.

Duas propostas de emenda à Constituição são o centro das atenções do Senado nesta semana. Na pauta, a PEC do orçamento impositivo e a do voto aberto para o Legislativo. A votação dessas matérias foi confirmada pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), na última quarta-feira (30).

O texto do orçamento impositivo já foi aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e deve ser votado no plenário nesta terça (5). Apresentada em 2000 pelo então senador Antônio Carlos Magalhães, a proposta estabelece que a União fica obrigada a liberar as verbas das emendas parlamentares do Orçamento da União. O limite é de 1,2% da Receita Corrente Líquida (RCL).

##RECOMENDA##

A matéria também prevê a ampliação das fontes de financiamento para a saúde, já que 50% das emendas deverão tratar de investimentos para o setor.

Na quarta-feira (6), as discussões girarão em torno da PEC que acaba com o voto secreto na Câmara dos Deputados, no Senado Federal, nas assembleias legislativas estaduais, na Câmara Legislativa do Distrito Federal e nas câmaras de vereadores. Como ainda não há consenso para essa votação, já é esperada uma sessão polêmica.

Para serem aprovadas, as PECs precisam receber votos favoráveis de 49 senadores. Outras matérias podem ser incluídas na pauta e serem votadas ainda nesta semana.

Após queixa de senadores, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu recuar da sua intenção inicial de colocar em votação no plenário ainda nesta quarta-feira, 30, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que torna obrigatório o pagamento de emendas individuais dos parlamentares. O parecer do líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), foi aprovado nesta quarta pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa e a base aliada queria votá-la à tarde. Renan remarcou a apreciação da matéria para a próxima terça-feira, 5.

Pouco depois de abrir a sessão do plenário, Renan disse que os senadores iriam votar três assuntos nesta quarta: uma medida provisória, a proposta do orçamento impositivo e outra PEC que institui o voto aberto para todas as modalidades de votação previstas no Poder Legislativo.

##RECOMENDA##

Contudo, o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), disse que a apreciação da proposta hoje contrariaria o regimento interno da Casa. Segundo ele, o regimento prevê, em seu artigo 360, que um parecer tem de ser publicado no Diário Oficial do Senado Federal com a distribuição de avulsos. "O meu entendimento é que o artigo 360 impediria a sua apreciação pelo plenário do Senado na sessão de hoje", afirmou o tucano.

O presidente do Senado disse que, pela "letra fria", Aloysio Nunes Ferreira tinha "absoluta razão" no questionamento. Ele lembrou que o parecer de Braga já foi publicado na internet. "Se nós convergimos para superarmos essa dificuldade em função dos avanços tecnológicos, melhor", disse.

O líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), fez um apelo para o líder do PSDB que permitisse excepcionalmente a votação, tendo em vista que é preciso também votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O plenário do Congresso deveria ter votado a LDO desde julho, mas tem adiado apreciar o assunto para que o Senado votasse a PEC do orçamento impositivo.

O senador Pedro Taques (PDT-MT) fez coro ao questionamento do líder tucano. Para o pedetista, a publicação é uma exigência "imprescindível" "Não vale apenas ler, além de ler tem que estudar", disse. Logo em seguida, Renan Calheiros disse que, para "evitar polêmica", acolheu o pedido do tucano e do pedetista para adiar a apreciação da matéria.

O Palácio do Planalto sinalizou ontem mais uma concessão à sua base aliada no Congresso Nacional para assegurar apoio à campanha da reeleição da presidente Dilma Rousseff: elevar em até R$ 1,3 bilhão o valor dos recursos pagos em emendas parlamentares individuais.

Isso se daria a partir da alteração do texto da proposta de emenda à Constituição (PEC) do Orçamento impositivo, que pode ser votada hoje no plenário do Senado. A ideia é aumentar de 1% para 1,3% o porcentual da Receita Corrente Líquida (RCL) do Orçamento que deve ser obrigatoriamente destinado ao pagamento de emendas parlamentares individuais. Essa mudança elevaria de R$ 6,8 bilhões para R$ 8,1 bilhões os recursos para emendas individuais obrigatórias, em valores deste ano.

##RECOMENDA##

Se aprovada ainda este ano, a medida agrada principalmente à base aliada porque aumenta a fatia de recursos em emendas em pleno ano eleitoral que o governo fica impedido de não pagar - ou contingenciar, no jargão orçamentário. Ela pode impulsionar a campanha de reeleição dos congressistas - toda a Câmara dos Deputados e um terço do Senado serão renovados em outubro de 2014.

Reunião

As mudanças sugeridas à PEC foi um dos temas tratados em reunião de líderes partidários do Senado com os ministros das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e da Saúde, Alexandre Padilha, ontem.

O relator da proposta, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), afirmou que o aumento do porcentual é um dos itens que "fazem parte das negociações". "Não tem nada fechado. Nós entramos em processo (de discussão)", disse ele, que deve se reunir hoje com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para tentar buscar um acordo sobre os assuntos que não tiveram consenso. Ele disse que depois deve conversar sobre o tema com a presidente Dilma Rousseff.

As mudanças ao texto - e as emendas de plenário - vão levar a proposta a retornar para a CCJ. A expectativa dos congressistas é fechar um acordo e votar na manhã da quarta-feira da próxima semana na comissão e à tarde no plenário do Senado. Se aprovada, a matéria terá de retornar à Câmara. A PEC está na pauta do plenário de hoje.

Caso fortuito

Eduardo Braga revelou que, até o momento, o governo já concordou em retirar do seu parecer a expressão "caso fortuito" como um das exceções a que o Executivo tem para não executar as emendas individuais obrigatórias. Contudo, o Planejamento, segundo ele, não aceita retirar a expressão "força maior" como outra exceção. O receio da pasta, destacou Braga, é que não haja um instrumento de salvaguarda para os funcionários não serem responsabilizados quando forem impossibilitados de executar o orçamento.

"Nós vamos fazer uma emenda para retirar as palavras mágicas", avisou um líder de um partido da base aliada, que preferiu não se identificar. O parlamentar considera que as expressões dão uma margem elástica para o governo não pagar as emendas quando não quiser.

A ministra Ideli Salvatti disse que está em curso conversas entre as duas Casas Legislativas para se aprovar um texto "sem qualquer ruído". Ou seja, que os deputados concordem com as mudanças feitas pelos senadores. "Mas isso ainda está em andamento", disse após ser questionada pela reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após vários debates a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta quinta-feira (9), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 22A/2000, mais conhecida como PEC do Orçamento Impositivo, que obriga a execução financeira das emendas parlamentares ao Orçamento da União.

O texto também inclui regras para aplicação dos recursos na saúde, como defendia o senador Humberto Costa (PT). Além da vinculação paulatinamente, até 2018, de 15% da receita corrente líquida da União para a saúde, à proposta prevê a obrigatoriedade de que 50% das emendas parlamentares individuais sejam destinadas à área.

##RECOMENDA##

O conteúdo da proposta foi parcialmente aproveitado em substitutivo aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), nesta quarta-feira (9), e deverá constituir uma das emendas de Plenário à PEC do Orçamento Impositivo. A aprovação da proposta paralela na CAS revela a divisão dos parlamentares sobre a matéria.

A votação do Orçamento Impositivo na CCJ só foi possível depois que o relator da matéria, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), acatou boa parte das emendas apresentadas. O texto aprovado traz regras que aliviam as contas de estados e municípios e garantem que, mesmo os que estiverem endividados, possam receber verba de emendas. O valor recebido não entrará no cálculo das receitas dos estados e municípios.

Com a aprovação da proposta na CCJ, ainda sem data definida, a matéria segue para votação em dois turnos no plenário do Senado e como o texto sofreu alterações, depois disso, ainda precisa voltar à Câmara. A PEC foi aprovada pelos deputados no último dia 27.

Com informações da Agência Senado

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira, 09, Emenda à Constituição (PEC) que obriga o Executivo a pagar as emendas parlamentares individuais, a chamada PEC do Orçamento Impositivo. Sob intensas críticas, em votação simbólica com seis votos contrários, os senadores concordaram com o parecer do relator Eduardo Braga (PMDB-AM), que está em sintonia com o acordo costurado com o governo Dilma. A matéria seguirá agora para o plenário e, se aprovada, será apreciada pela Câmara dos Deputados.

Braga não mudou a essência do parecer apresentado na semana passada. Ele manteve a previsão de que 50% das emendas parlamentares individuais sejam destinadas exclusivamente à saúde. O relator incluiu na PEC que o aumento progressivo dos recursos para a área de saúde obedecerá a receita corrente líquida (RCL) da União e chegará, em cinco anos, ao patamar de 15% desse indicador.

##RECOMENDA##

O governo federal estima que esse aumento vai garantir um repasse a mais de R$ 79 bilhões para o setor em cinco anos. Para alcançar o patamar de 15%, os recursos das emendas parlamentares obrigatórias e os royalties que a União recebe da exploração do petróleo e gás também servirão para bancar essa conta.

Na última versão, Braga retirou qualquer impedimento para a liberação do pagamento das emendas, mesmo para os casos em que Estados, Distrito Federal e municípios estejam inadimplentes. Na versão anterior, a transferência de recursos para se executar as emendas ficaria condicionada à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Se na LDO constasse, por exemplo, que um município inadimplente não pode receber determinado repasse, a emenda não poderia ser executada. Agora essa proibição foi retirada.

Nesta terça-feira, 08, Braga estimou que 95% dos municípios brasileiros estão inadimplentes, com dívidas não pagas, por exemplo, e poderiam ser impedidas de receber recursos via emendas. Outra mudança feita pelo relator foi a de que as emendas não podem ser incluídas no cálculo da receita corrente líquida de Estados e municípios. Isso significa que as emendas não podem ser computadas, por exemplo, para efeitos de cálculo de gastos com saúde e educação dos entes federados.

O senador Eduardo Braga (PMDB-AM) apresentou nesta terça-feira, 08, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa um novo parecer à proposta de Emenda à Constituição (PEC) que obriga ao Executivo pagar as emendas parlamentares individuais, a chamada PEC do Orçamento Impositivo. Na última versão, Braga retirou qualquer impedimento para a liberação do pagamento das emendas parlamentares, mesmo para os casos em que Estados, Distrito Federal e municípios estejam inadimplentes.

Com as mudanças, o presidente da CCJ, Vital do Rêgo (PMDB-PB), concedeu vistas coletivas à proposta, que vai ficar para esta quarta-feira, 09. Na versão anterior, apresentada na semana passada, a transferência de recursos para se executar as emendas ficaria condicionada à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Se na LDO constasse, por exemplo, que um município inadimplente não pode receber determinado repasse, a emenda não poderia ser executada. Agora essa proibição foi retirada.

##RECOMENDA##

Braga estimou que 95% dos municípios brasileiros estão inadimplentes, com dívidas não pagas, por exemplo. "O ordenador de despesas que, por ventura, tenha qualquer problema na prestação de contas e na aplicação de recursos responderá na forma da lei", afirmou. Outra mudança importante feita pelo relator foi a de que as emendas parlamentares não podem ser incluídas no cálculo da receita corrente líquida de Estados e municípios. Isso significa que as emendas não podem ser computadas, por exemplo, para efeitos de cálculo de gastos com saúde e educação dos entes federados.

O relator não mudou a essência do parecer apresentado na semana passada. Ao contemplar os anseios do governo federal, ele propôs que 50% das emendas parlamentares individuais sejam destinadas exclusivamente à saúde. O relator incluiu na PEC que o aumento progressivo dos recursos para a área de saúde obedecerá a receita corrente líquida (RCL) da União e chegará, em cinco anos, ao patamar de 15% desse indicador. Esse era o principal ponto reivindicado pelo Executivo, que resistia à proposta aceitar outra fórmula, como a de atrelar 10% da receita corrente bruta para o setor (RCB).

Os royalties que a União recebe da exploração do petróleo e gás também servirão para bancar essa conta. O governo federal estima que esse aumento vai garantir um repasse a mais de R$ 79 bilhões para a saúde em cinco anos.

A Câmara dos Deputados votou em segundo turno a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que obriga a União a executar 1% das receitas correntes líquidas em emendas parlamentares, a chamada PEC do Orçamento Impositivo. O texto agora vai ao Senado com a expectativa de que parte destas emendas seja destinada ao investimento e ao custeio da área da Saúde.

A votação em primeiro turno da proposta, que foi bandeira de campanha para a presidência da Câmara de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), aconteceu em 14 de agosto. Na ocasião, o quórum foi de 439 parlamentares em plenário e 378 votos favoráveis. Nesta terça-feira, 27, com 441 deputados, 376 votaram a favor da PEC, 59 contra e cinco abstenções. Em seu discurso, Alves pediu que os parlamentares pressionem o Senado para dar urgência à apreciação do Orçamento Impositivo.

##RECOMENDA##

O Palácio do Planalto, que se posicionava contra a proposta, decidiu encampar a ideia do uso de 50% das emendas para Saúde. Nesta noite, Alves ressaltou que a proposta original surgiu na Câmara. "É uma injustiça. Esta Casa tomou a iniciativa", reclamou.

No primeiro turno da votação, os deputados concordaram que seria possível destinar até um terço das emendas para o setor, mas os líderes partidários concluíram que na ocasião não poderiam fazer alterações no texto aprovado na Comissão Especial e dar margem a questionamentos na Justiça. Nesta terça, o presidente da Câmara anunciou que os deputados concordarão em destinar 40% das emendas para Saúde. Já o governo espera que o Senado agregue à PEC os 50% das emendas. Qualquer que seja a alteração, o texto voltará à apreciação dos deputados.

A PEC do Orçamento Impositivo prevê que a partir de 2014 cada parlamentar tenha garantido o empenho e o pagamento de R$ 10,4 milhões em emendas. Nos dois primeiros anos, o governo poderá pagar obras e serviços decorrentes de propostas de anos anteriores para atingir o montante.

Mais cedo, o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, afirmou que a proposta compromete a responsabilidade e o equilíbrio fiscal. "Nós temos um orçamento muito engessado. Quanto mais engessa o orçamento mais impede o processo de controle da responsabilidade fiscal, o controle de equilíbrio fiscal que é essencial ao Estado brasileiro", disse o ministro, durante a abertura do 4º Seminário Nacional de Fiscalização e Controle dos Recursos Públicos na Câmara dos Deputados.

O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, afirmou que a proposta de orçamento impositivo aprovada em primeiro turno pela Câmara dos Deputados compromete a responsabilidade e o equilíbrio fiscal. A matéria deve ter o segundo turno de votação na noite desta terça-feira, 27, no plenário da Casa. O ministro participou da abertura na Câmara do 4º Seminário Nacional de Fiscalização e Controle dos Recursos Públicos.

"Nós temos um orçamento muito engessado. Quanto mais engessa o orçamento mais impede o processo de controle da responsabilidade fiscal, o controle de equilíbrio fiscal que é essencial ao Estado brasileiro", disse o ministro.

##RECOMENDA##

Adams ressaltou que o governo continua fazendo negociações sobre o tema e que o Senado ainda analisará a proposta, podendo fazer alterações. Por isso, disse não ser possível afirmar se haverá questionamentos judiciais à medida. "É preciso ver o que vai resultar da negociação. Eventualmente pode ser que o resultado não gere esse problema apontado na primeira emenda, que foi debatida e votada".

A Proposta de Emenda à Constituição 565/06, que trata sobre o orçamento impositivo, está na pauta da semana do plenário da Câmara dos Deputados. A votação em segundo turno poderá ocorrer nesta terça-feira (27), dependendo do que for decidido na reunião de líderes marcada para antes da sessão ordinária.

A Casa aprovou a matéria, em primeiro turno, no último dia 13. A proposta recebeu 378 votos a favor e 48 contra. Também foram registradas 13 abstenções. O texto votado foi o mesmo aprovado pela comissão especial, que visa garantir a execução obrigatória das emendas parlamentares individuais no Orçamento da União enquadradas em programação prioritária definida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A PEC mantém o limite de 1% da receita corrente líquida destinada para as emendas.

##RECOMENDA##

De acordo com o texto da comissão, caso seja necessário haver contingenciamento devido ao não cumprimento da meta de superávit primário, as emendas parlamentares serão cortadas em percentual igual ou inferior ao que incidir sobre as despesas chamadas discricionárias (aquelas que o governo pode optar por não executar).

Entre os deputados pernambucanos, apenas João Paulo (PT) e Sílvio Costa (PTB) votaram contra a proposta. A favor votaram Anderson Ferreira (PR), Augusto Coutinho (DEM), Bruno Araújo (PSDB), Cadoca (PSC), Eduardo da Fonte (PP), Fernando Coelho (PSB), Jorge Corte Real (PTB), José Augusto Maia (PTB), José Chaves (PTB), Luciana Santos (PCdoB), Mendonça Filho (DEM), Paulo Rubem (PDT), Pedro Eugênio (PT), Raul Henry (PMDB), Ségio Guerra (PSDB), Severino Ninho (PSB), Vilalba (PRB) e Wolney Queiroz (PDT).

Os deputados também aprovaram um estaque do PMDB, por 360 votos a 18 e 6 abstenções, que retirou do texto a parte que vinculava a execução das emendas à sua presença no anexo de metas e programações prioritárias constantes da LDO. A ideia foi evitar um possível veto ao anexo que inviabilize a execução das emendas.

Após a aprovação em segundo turno, a matéria seguirá para o Senado, onde também passará por duas votações. Se os senadores fizerem alguma mudança, a matéria retornará à Câmara para mais dois turnos. Após isso, a PEC será promulgada pelo Congresso e integrada à Constituição.

A votação do orçamento impositivo era uma reivindicação constante dos parlamentares e foi uma promessa de campanha do então candidato à presidência da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que se empenhou pessoalmente em todas as negociações. “Esta matéria não é vitória do governo, não é derrota do governo, não é vitória de quem quer que seja. É uma vitória do Parlamento”, disse ele, que sempre defendeu a independência das decisões do Parlamento. Já o governo é contra a matéria.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando