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A gigante farmacêutica americana Pfizer anunciou nesta terça-feira (17) que ampliará consideravelmente a quantidade de medicamentos e vacinas que vende sem fins lucrativos aos países mais pobres do mundo.

Em um anúncio na reunião do Fórum Econômico Mundial em Davos, a Pfizer disse que começará a vender a preço de custo, para 45 países de baixa renda, a lista completa de produtos aos quais tem direitos globais.

Em maio, a farmacêutica começou a ofertar sem fins lucrativos 23 de seus medicamentos patenteados a países pobres.

A Pfizer disse que agora incluirá medicamentos sem patente, com os quais o número total de produtos oferecidos se elevará a cerca de 500. A medida faz parte de uma iniciativa conhecida como "Um acordo para um mundo mais saudável", anunciada em Davos no ano passado.

"Lançamos o Acordo para ajudar a reduzir o evidente abismo de igualdade em saúde que existe em nosso mundo", disse o presidente e diretor-geral da Pfizer, Albert Bourla, em nota.

Sobre a nova iniciativa, Bourla acrescentou: "Espero que nos ajude a alcançar e até acelerar nossa visão de um mundo onde todas as pessoas tenham acesso aos medicamentos e vacinas de que precisam para viver uma vida mais longa e saudável".

A Pfizer disse que a ampliação ajudará a lidar com o "peso das doenças e as necessidades não atendidas dos pacientes" de 1,2 bilhão de pessoas que vivem em 45 países de baixa renda.

"A oferta agora inclui medicamentos e vacinas patenteados e não patenteados que tratam ou previnem muitas das maiores ameaças de doenças infecciosas e não transmissíveis enfrentadas atualmente nos países de baixa renda", disse a Pfizer.

"Isto inclui quimioterapias e tratamentos orais contra o câncer que têm potencial de tratar quase um milhão de novos casos de câncer nos países do Acordo a cada ano", completou o laboratório.

Os países em desenvolvimento enfrentam 70% da carga de doenças do mundo, mas recebem apenas 15% do gasto mundial em saúde, o que leva a resultados devastadores.

Na África Subsaariana, uma em cada 13 crianças morre antes de completar cinco anos, em comparação com uma a cada 199 nos países de alta renda.

As taxas de mortalidade relacionadas ao câncer também são muito mais altas nos países de baixa e média renda, causando mais mortes até mesmo que a malária na África todos os anos.

Tudo isso ocorre em um contexto de acesso limitado aos medicamentos mais modernos. Medicamentos e vacinas essenciais geralmente levam de quatro a sete anos a mais para chegar aos países mais pobres, e problemas em redes de abastecimento e sistemas de saúde com poucos recursos dificultam seu recebimento pelos pacientes depois de aprovados.

A Pfizer, que registrou lucro de US$ 8,6 bilhões no terceiro trimestre, também fez um acordo em paralelo no ano passado para fornecer milhões de doses de seu medicamento oral para tratamento da covid-19, o Paxlovid, para países de baixa e média renda.

A gigante farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou, nesta quarta-feira (25), que venderá seus medicamentos a preço de custo para os países mais pobres como parte de uma iniciativa apresentada no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.

"Um Acordo para um Mundo Mais Saudável" centra-se em cinco áreas: doenças infecciosas, câncer, inflamações, doenças raras e saúde da mulher, nas quais a Pfizer detém 23 patentes, incluindo a sua vacina e tratamento oral contra a covid-19.

"Este compromisso transformador aumentará o acesso dos produtos da Pfizer – medicamentos e vacinas patenteadas disponíveis nos Estados Unidos e na União Europeia – para quase 1,2 bilhão de pessoas", informou à AFP Angela Hwang, presidente do Pfizer Biopharmaceuticals Group.

Ruanda, Gana, Malawi, Senegal e Uganda já se comprometeram a aderir ao projeto e 40 outros países são elegíveis para assinar acordos bilaterais para participar.

Os países em desenvolvimento sofrem com 70% das doenças do mundo, mas recebem apenas 15% dos gastos globais com saúde, o que tem consequências devastadoras para suas populações.

Na África Subsaariana, por exemplo, uma em cada 13 crianças morre antes de completar cinco anos, em comparação com uma em cada 199 em países de alta renda.

As taxas de mortalidade por câncer também são muito mais elevadas em países de baixa e média renda, causando mais mortes do que a malária na África.

Enquanto isso, medicamentos e vacinas essenciais geralmente levam de quatro a sete anos a mais para chegar aos países mais pobres.

Isso se soma a problemas nas cadeias de suprimentos e sistemas de saúde precários, que dificultam o acesso dos pacientes a esses produtos uma vez aprovados.

"Sabemos que há muitos obstáculos que os países devem superar para acessar nossos medicamentos. É por isso que inicialmente escolhemos cinco países-piloto para encontrar soluções operacionais e depois compartilhar as lições com outros países", explicou Hwang.

O anúncio da Pfizer "facilitará o acesso a certos tratamentos essenciais e esperamos que permita um melhor combate às doenças indicadas, que incluem a covid, bactérias resistentes a antibióticos, doença meningocócica, encefalite provocada por carrapato e doenças pneumocócicas", indicou Amesh Adalja, do Johns Hopkins Center for Health Security.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou, nesta quarta-feira (22), a compra de 500 milhões de doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19, a fim de doar esses imunizantes para países pobres. "Hoje, estou anunciando outro compromisso histórico. Os Estados Unidos estão comprando 500 milhões de doses da Pfizer para doar a países de renda baixa e média pelo mundo", afirmou o líder norte-americano, no início de um evento virtual convocado por ele sobre a pandemia.

Biden afirmou que esses imunizantes agora comprados devem ser embarcados a seus destinos "por volta dessa época do ano" em 2022.

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Ele disse que os EUA já enviaram cerca de 160 milhões de doses de vacina a 100 países, "mais que todos os outros países somados doaram".

O presidente norte-americano lamentou que a doença já tenha matado mais de 670 mil americanos e, no mundo, cerca de 4,5 milhões de pessoas. "É uma tragédia global", enfatizou.

Biden comentou também que seu governo trabalha para ajudar outros países a conseguir produzir com segurança e eficácia vacinas contra a Covid-19 em seus próprios territórios, citando a África do Sul como um dos exemplos dessa cooperação.

Os Estados Unidos pediram nesta quinta-feira (25) aos países do G20 que aumentem a ajuda aos países pobres para melhorar o acesso às vacinas contra o coronavírus, como forma de estimular a economia mundial.

Em um e-mail enviado a seus colegas à margem da reunião virtual do G20, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, observou que seu país está comprometido com uma campanha de vacinação eficaz e abrangente para sua população, mas exortou os países a irem além de suas fronteiras.

"Peço aos países que aumentem sua ajuda", disse Yellen, que sustentou que "um programa de vacinação rápida que seja verdadeiramente global será o estímulo mais forte que pode ser dado à economia mundial".

No mundo, o processo de vacinação é desigual e há dúvidas sobre o fornecimento das vacinas. Na quarta-feira, o vice-diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, apoiou a declaração das vacinas contra a covid-19 como "bem público global".

A secretária do Tesouro defendeu que "sem acesso às vacinas, muitos países de baixa renda sofrerão trágicas perdas de vidas e um atraso desnecessário em sua recuperação".

Em sua carta, Yellen defendeu que os países do G20 mantenham os planos maciços de estímulo à economia atualmente em vigor e evitem retirar a ajuda muito cedo.

A secretária opinou ainda que o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial devem continuar a ser os atores preponderantes para superar a crise econômica gerada pela pandemia.

Yellen argumentou que, sem mais ações internacionais para apoiar os países de baixa renda, há o risco de uma divergência perigosa e permanente na economia global e afirmou que instituições como o FMI e o Banco Mundial "devem continuar a desempenhar um papel no financiamento da resposta sanitária global".

Os ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 concordaram nesta quarta-feira, 15, em suspender os pagamentos do serviço da dívida dos países mais pobres, de acordo com comunicado conjunto após o encontro virtual. O grupo defende uma abordagem coordenada sobre o tema, em meio à pandemia global de coronavírus.

Em entrevista coletiva após o evento, o ministro das Finanças da Arábia Saudita, Mohammed al-Jadaan Said, disse que a decisão de hoje de congelar tanto pagamentos do principal quanto de juros liberará mais de US$ 20 bilhões, dinheiro que poderá ser usado para reforçar os sistemas de saúde e ajudar no quadro econômico. O G20 recomenda em seu comunicado que os credores privados adotem a mesma medida "em termos comparáveis", diante da situação.

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O ministro saudita afirmou ainda que o grupo estava determinado a superar a pandemia, salvaguardar empregos e a renda, bem como garantir a resiliência dos sistemas financeiros. A Arábia Saudita é a presidente de turno do G20. (Equipe AE, com agência internacionais)

O papa Francisco defendeu neste domingo (12) de Páscoa o afrouxamento de todas as sanções internacionais para permitir que países mais pobres combatam a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), que já contaminou cerca de 1,8 milhão de pessoas em todo o mundo e deixou mais de 100 mil mortos.

Em sua mensagem "Urbi et Orbi" ("À cidade de Roma e ao mundo"), que acontece sempre nos dias de Páscoa e no Natal, o líder da Igreja Católica fez coro aos pedidos de nações como Cuba, Irã e Venezuela, que são alvos de sanções promovidas pelos Estados Unidos.

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"Em consideração das circunstâncias, que se afrouxem as sanções internacionais que inibem a possibilidade de países que são seus destinatários de fornecer apoio adequado aos próprios cidadãos", disse Francisco, em uma mensagem que se concentrou do início ao fim na pandemia.

Em sua bênção, Jorge Bergoglio também cobrou a redução ou o perdão das dívidas de países pobres, para permitir que todos os Estados tenham condições de "fazer frente às maiores necessidades do momento". "Não é o tempo do egoísmo, porque esse desafio une a todos e não faz distinções entre pessoas", acrescentou.

Europa

Francisco também dedicou uma mensagem à União Europeia, que está dividida a respeito dos instrumentos financeiros necessários para combater a pandemia, e se alinhou aos pedidos dos Estados-membros do sul, como Itália, Portugal e Grécia.

Segundo o Papa, a UE tem diante de si um "desafio histórico", do qual dependerá não apenas seu futuro, mas "de todo mundo". "Não se perca a ocasião de dar novas provas de solidariedade, inclusive recorrendo a soluções alternativas. A outra opção é apenas o egoísmo dos interesses particulares e a tentação de um retorno ao passado, com o risco de submeter a dura prova a convivência pacífica e o desenvolvimento das próximas gerações."

Os países do sul da Europa tentam emplacar uma proposta para criar títulos de dívida comum para os países da zona do euro, os chamados "eurobonds" ou "coronabonds", de forma a conseguir financiamento mais barato em um momento de crise.

As nações do norte, principalmente Países Baixos e Alemanha, rechaçam a ideia e defendem que os Estados-membros mais necessitados peguem empréstimos de um fundo europeu criado para situações emergenciais. O termo "soluções alternativas", empregado por Francisco em sua bênção, tem sido um dos principais lemas do governo italiano para apoiar os "eurobonds" na União Europeia.

"É urgente que todos se reconheçam como parte de uma única família e se apoiem", acrescentou o Pontífice.

Crises

O Papa aproveitou a ocasião para defender novamente um cessar-fogo global e imediato e pedir que o dinheiro gasto na fabricação e no comércio de armas seja revertido para tratar pessoas e salvar vidas.

Francisco cobrou o fim dos conflitos na "amada Síria", no Iêmen e na Ucrânia, bem como das tensões no Iraque e no Líbano, além de instar palestinos e israelenses a retomarem o diálogo. Também disse que a pandemia não pode encobrir outras crises pelo mundo, como emergências humanitárias na África e na Ásia e os milhões de refugiados e deslocados por guerras, secas e fome.

"Muitos dos quais são crianças que vivem em condições insuportáveis, especialmente na Líbia e na fronteira entre Grécia e Turquia", afirmou Bergoglio. Além disso, cobrou "soluções concretas e imediatas" para a crise na Venezuela.

"Indiferença, egoísmo, divisão e esquecimento não são palavras que queremos ouvir neste tempo. Queremos bani-las de todos os tempos", salientou.

Coronavírus

Sobre a pandemia, o Papa homenageou as vítimas e disse que a humanidade precisa de um "contágio da esperança".

"Meu pensamento hoje vai sobretudo aos que foram diretamente atingidos pelo coronavírus: aos doentes, àqueles que morreram e a seus familiares, que choram pelo falecimento de seus entes queridos, aos quais às vezes sequer conseguiram dar um último adeus", declarou.

Além disso, pediu que lideres políticos "se esforcem ativamente em favor do bem comum dos cidadãos, fornecendo os meios e os instrumentos necessários para permitir que todos tenham uma vida digna e ajudem, quando as circunstâncias permitirem, a retomada das atividades cotidianas".

Francisco também prestou homenagem a médicos, enfermeiros, forças de segurança, militares e pessoas que trabalham para garantir serviços essenciais durante as quarentenas mundo afora. Assim como todas as outras celebrações da Semana Santa, a bênção "Urbi et Orbi" ocorreu sem público por causa da pandemia.

Da Ansa

As pessoas que vivem em países em desenvolvimento e possuem automóveis, televisores e computadores em casa costumam ser mais propensas a sofrer de obesidade do que as que não dispõem dessas comodidades em casa, alertaram cientistas nesta segunda-feira.

Comer mais, ficar muito tempo sentado e trocar as caminhadas pelos deslocamentos de carro são as razões mais prováveis para que as pessoas que têm acesso a estes luxos modernos possam começar a ganhar peso e aumentar o risco de desenvolver doenças como a diabetes, afirmaram os cientistas.

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As descobertas, publicadas no periódico Canadian Medical Journal, sugerem que é necessário tomar um cuidado extra para evitar problemas de saúde em países que estão aderindo ao estilo de vida ocidental. "Com a aquisição crescente de comodidades da vida moderna - TVs, carros, computadores - países com populações de rendas baixa e média podem ter as mesmas taxas de obesidade e de diabetes que os países de renda alta, resultantes do sedentarismo, de atividade física menor e um consumo crescente de calorias", advertiu o principal autor do estudo, Scott Lear, da Universidade Simon Fraser.

"Isso pode ter consequências potencialmente devastadoras para a saúde social desses países", acrescentou. A mesma relação não existia nos países desenvolvidos, sugerindo que os efeitos nocivos dessas máquinas na saúde já se refletem em taxas elevadas de obesidade e diabetes. O estudo foi realizado com cerca de 154.000 adultos de 17 países de todas as faixas de renda, dos Estados Unidos, Canadá e Suécia a China, Irã, Índia, Bangladesh e Paquistão.

Os televisores foram os dispositivos eletrônicos mais comuns nos países em desenvolvimento - 78% dos lares tinham um -, seguidos dos computadores (34%) e do carro (32%). Apenas 4% das pessoas de países em desenvolvimento tinham as três máquinas em casa, contra 83% das pessoas de países de renda elevada.

Aqueles que tinham aparelhos eletrônicos eram mais gordos e menos ativos do que aqueles que não dispunham destes dispositivos. As pessoas que tinham os três eram ao menos um terço menos ativas, permaneciam sentadas 20% mais tempo e tinham uma circunferência abdominal 9 centímetros maior do que aqueles que não tinham nenhum destes equipamentos.

A prevalência da obesidade em países em desenvolvimento aumentou de 3,4% entre aqueles sem aparelhos para 14,5% entre os que possuíam os três equipamentos. No Canadá, 25% da população é de obesos, enquanto nos Estados Unidos essa proporção é de 35%.

"Nossas descobertas enfatizam a importância de se limitar a quantidade de tempo gasto usando equipamentos domésticos, em reduzir o comportamento sedentário e encorajar a atividade física para prevenir a obesidade e a diabetes", destacou o estudo.

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