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As ações previstas no plano de governo de Fernando Haddad para uma eventual gestão petista em São Paulo preveem ao menos R$ 57 bilhões em investimentos nos próximos quatro anos, incluindo recursos do Tesouro Estadual e de parcerias com a iniciativa privada para obras de maior impacto, como a conclusão do trecho norte do Rodoanel. Já os planos de seu adversário, Tarcísio de Freitas (Republicanos), são apresentados de forma genérica e, por isso, dificultam o cálculo.

Pelas mais recentes promessas, o ex-ministro precisaria de R$ 15 bilhões para colocar em prática apenas quatro delas: concluir o Rodoanel, implementar o trem intercidades, conceder bolsa para todos os alunos do ensino médio e fazer 35 hospitais dia.

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O Estadão mensurou valores de programas e obras com base nos gastos mais recentes feitos pelo governo em projetos semelhantes e também a partir de informações passadas pela campanha petista (a de Tarcísio não respondeu) e por editais já anunciados. É o caso, por exemplo, do custo do trem intercidades, prometido tanto por Haddad como por Tarcísio. A gestão Rodrigo Garcia (PSDB) prevê que sejam necessários R$ 10,2 bilhões, valor que, em tese, será repassado à iniciativa privada.

Nos investimentos diretos, a construção de hospitais dia - destinados a oferecer exames e pequenas cirurgias, também está entre os projetos de ambos os candidatos. Haddad promete entregar 70 unidades ao custo de R$ 25 milhões, cada. Isso apenas para a construção, sem contar o custeio. Tarcísio fala em 35. Na área da saúde, o petista também se propõe a fazer cinco hospitais regionais - o último lançado pelo Estado, em Franca, tem custo estimado em R$ 230 milhões.

Saúde

O professor e pesquisador Marcio Scheffer, da Faculdade de Medicina da USP, disse que os planos apresentam semelhanças e diferenças importantes na área médica. "Ambos prometem acabar com filas em especialidades, integrar a rede estadual com os serviços de atenção primária dos municípios, apoiar as Santas Casas e implantar a telemedicina, por exemplo", ressaltou.

Nas diferenças, o autor do blog Política&Saúde, do Estadão, afirmou que Haddad trata dos cuidados médicos necessários às populações mais vulneráveis, como moradores de rua, população negra e LGBT+, em suas metas. "Tarcísio as omite", observou. E, de novo juntos, prometem investir em ciência e no desenvolvimento de tecnologia na área da saúde - demanda escancarada pela pandemia de covid-19.

Mobilidade

Uma das principais bandeiras de Haddad nesta campanha, a criação de bilhete único para a Região Metropolitana de São Paulo tem previsão de custar ao menos R$ 1 bilhão ao ano para o Estado. Sua implementação, no entanto, não depende apenas do caixa estadual, mas de costuras políticas a serem feitas com prefeitos das cidades que compõem a Grande São Paulo.

Na mobilidade urbana, Haddad se compromete ainda a retomar a gratuidade do transporte para idosos com 60 anos ou mais. O custo estimado seria de R$ 592 milhões ao ano. Já Tarcísio costuma citar a conclusão de obras em andamento pelos governos tucanos, como o Rodoanel (R$ 3,4 bilhões), viabilizar o trem intercidades, fomentar voos regionais e otimizar os portos.

Para o coordenador de Mobilidade Urbana do Idec, Rafael Calábria, o capítulo de mobilidade apresentado por Tarcísio exemplifica a falta de detalhamento que geralmente caracteriza planos de governo. "Além de genérico, focado em transportes regionais e em cargas - não passageiros -, ele nem sequer cita ciclistas e pedestres ou ainda questões de segurança no trânsito ou da crise climática", afirmou.

Para Calábria, no entanto, a principal falha é o fato de Tarcísio não mencionar em seu plano de governo o principal problema dos transportes e mobilidade no Brasil: o financiamento extratarifário. Haddad detalha em suas metas a intenção de criar um fundo estadual para assegurar a oferta de subsídios e investimentos para a expansão do transporte paulista sobre trilhos.

Os atrasos na conclusão de obras de metrô, por exemplo, são amplamente expostos por ambos os candidatos, que prometem dar um novo ritmo aos projetos. Mais votado no interior do Estado, Tarcísio coloca o trem intercidades, que ligaria a capital à região de Campinas, e depois a outras regiões, como uma de suas prioridades. "Vamos contratar a operação da linha entre Americana e São Paulo, passando pelas cidades de Campinas, Jundiaí, São Paulo e região do ABC. E iniciar os estudos e projetos para segunda linha, ligando Sorocaba a São José dos Campos, assim como o acesso à Baixada Santista", prometeu.

Emprego e renda

Com um programa de governo detalhado por área e até mesmo região do Estado, Haddad tem entre seus compromissos principais a geração de emprego e a redução de impostos. O petista fala em zerar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre a cesta básica e a carne, e também afirma que, se eleito, vai congelar o Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA) para ajudar motoristas de aplicativo. Segundo a campanha de Haddad, a primeira proposta - também defendida por Tarcísio - teria custo estimado de R$ 1,5 a R$ 2 bilhões ao ano. Já a segunda, relativa ao IPVA, poderia alcançar R$ 10 bilhões, levando-se em conta a arrecadação atual.

No papel, as promessas de Haddad cabem no orçamento estadual, segundo balanços oficiais e especialistas em finanças ouvidos pela reportagem - a mais cara delas seria destinar R$ 4 bilhões ao ano em moradias populares. Entre 2019 e 2021, o governo João Doria (PSDB) investiu R$ 51,8 bilhões em ações que envolveram recursos públicos e privados. Até dezembro, a expectativa é aplicar outros R$ 27 bilhões. Se a arrecadação atual não se alterar de forma significativa, o próximo governo deverá ter quantia semelhante.

Embora reconheça o progresso da aviação brasileira nos últimos dez anos, o vice-presidente regional da Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata, na sigla em inglês) para Américas, Peter Cerdá, afirma que as viagens aéreas ainda precisam se tornar mais acessíveis no País - o que, em sua visão, envolve principalmente a redução dos custos de combustível.

Segundo o dirigente, o brasileiro viaja pouco de avião, especialmente no mercado doméstico, onde as dimensões são continentais.

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"As concessões de aeroportos no Brasil estão indo para o lugar certo, trazendo boa qualidade de serviço, mas a média de viagens aéreas ainda é baixa. Temos de tornar as viagens mais acessíveis, os impostos sobre combustível ainda são altos", disse o dirigente em entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), durante a assembleia e conferência anual do Conselho Internacional de Aeroportos América Latina e Caribe (Acilac, na sigla em inglês), promovido em Buenos Aires.

Segundo Cerdá, a Iata vem trabalhando com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e representantes do Congresso para o estabelecimento de políticas regulatórias que ajudem a "aviação a crescer".

Ele disse que, no Brasil, a média de viagens por habitante/ano é de 0,42. "É preciso ter mais oportunidades de conectividade."

Perspectivas

O executivo disse que a eleição de governos na América Latina com campanhas políticas baseadas em "reformas sociais" pode trazer como uma das consequências o aumento de impostos.

"Temos visto na região a eleição de governos mais de centro-esquerda, menos voltados para uma economia de mercado. Queremos ter certeza de que esses governos entendem o valor da aviação e do transporte aéreo para a retomada econômica, impor novas taxas seria contraditório a esse objetivo", disse Cerdá.

*A repórter viajou a convite da ACI

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Judiciário custou R$ 103,9 bilhões aos cofres públicos em 2021, segundo o relatório Justiça em Números, divulgado na quinta-feira, 1º, pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). As despesas caíram 5,6% em relação a 2020, aponta a pesquisa.

Os gastos com pessoal consumiram 91,5% do orçamento. O custo pelo serviço de Justiça foi de R$ 489,91 por habitante, segundo o documento.

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Fila

Os tribunais brasileiros receberam 27,7 milhões novos processos, um aumento de 10,4%. A pesquisa aponta que o Judiciário caminha para a digitalização total: 97,2% das novas ações foram formalizadas por meio eletrônico.

O relatório aponta que 26,9 milhões de processos foram baixados no ano passado, o que indica um aumento de 11,1% na produtividade do Judiciário. Cada magistrado decidiu em média 1,5 mil ações.

Ainda assim, a Justiça terminou o ano de 2021 com 77,3 milhões de processos aguardando uma solução definitiva.

Conciliação

O estudo mostra que apenas 11,9% dos processos foram solucionados pela via da conciliação - um dos gargalos do sistema de Justiça do País. Desde 2016, as audiências de conciliação e mediação são obrigatórias. Ainda assim, os índices de acordo são baixos. A Justiça que mais faz conciliação é a Trabalhista, que solucionou 21% de seus casos por meio de acordo.

A gigante farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou, nesta quarta-feira (25), que venderá seus medicamentos a preço de custo para os países mais pobres como parte de uma iniciativa apresentada no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.

"Um Acordo para um Mundo Mais Saudável" centra-se em cinco áreas: doenças infecciosas, câncer, inflamações, doenças raras e saúde da mulher, nas quais a Pfizer detém 23 patentes, incluindo a sua vacina e tratamento oral contra a covid-19.

"Este compromisso transformador aumentará o acesso dos produtos da Pfizer – medicamentos e vacinas patenteadas disponíveis nos Estados Unidos e na União Europeia – para quase 1,2 bilhão de pessoas", informou à AFP Angela Hwang, presidente do Pfizer Biopharmaceuticals Group.

Ruanda, Gana, Malawi, Senegal e Uganda já se comprometeram a aderir ao projeto e 40 outros países são elegíveis para assinar acordos bilaterais para participar.

Os países em desenvolvimento sofrem com 70% das doenças do mundo, mas recebem apenas 15% dos gastos globais com saúde, o que tem consequências devastadoras para suas populações.

Na África Subsaariana, por exemplo, uma em cada 13 crianças morre antes de completar cinco anos, em comparação com uma em cada 199 em países de alta renda.

As taxas de mortalidade por câncer também são muito mais elevadas em países de baixa e média renda, causando mais mortes do que a malária na África.

Enquanto isso, medicamentos e vacinas essenciais geralmente levam de quatro a sete anos a mais para chegar aos países mais pobres.

Isso se soma a problemas nas cadeias de suprimentos e sistemas de saúde precários, que dificultam o acesso dos pacientes a esses produtos uma vez aprovados.

"Sabemos que há muitos obstáculos que os países devem superar para acessar nossos medicamentos. É por isso que inicialmente escolhemos cinco países-piloto para encontrar soluções operacionais e depois compartilhar as lições com outros países", explicou Hwang.

O anúncio da Pfizer "facilitará o acesso a certos tratamentos essenciais e esperamos que permita um melhor combate às doenças indicadas, que incluem a covid, bactérias resistentes a antibióticos, doença meningocócica, encefalite provocada por carrapato e doenças pneumocócicas", indicou Amesh Adalja, do Johns Hopkins Center for Health Security.

O Índice Nacional de Custo da Construção – Mercado (INCC-M) subiu 0,30% em dezembro, desacelerando em relação a novembro, quando o indicador aumentou 0,71%. Os dados foram divulgados hoje (23) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Com isso, o acumulado do ano e de 12 meses ficou em 14,03%, bem acima do verificado em 2020, quando o indicador fechou o ano com alta de 8,66%.

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No mês, a taxa dos materiais, equipamentos e serviços ficou em 0,49%, depois de subir 1,11% em novembro. A elevação da parte de materiais e equipamentos foi de 0,48% em dezembro, com decréscimo em três dos quatro subgrupos componentes. O destaque foram os materiais para estrutura, cuja taxa passou de 0,73% para -0,45%.

A variação dos serviços passou de 0,49% em novembro para 0,57%, com destaque para o aumento da refeição pronta no local de trabalho, que passou de 0,49% para 1,97% em dezembro. No mês, a mão de obra variou 0,10%, depois de subir 0,28% em novembro.

Entre as capitais pesquisadas, seis tiveram redução na variação de suas taxas, na passagem de novembro para dezembro: Salvador (de 0,44% para 0,11%), Brasília (2,27% para 1,01%), Belo Horizonte (0,30% para -0,13%), Recife (0,71% para 0,29%), Rio de Janeiro (0,58% para 0,31%) e São Paulo (0,66% para 0,25%).

Apenas Porto Alegre apresentou acréscimo em sua taxa de variação, onde o INCC-M passou de 0,27% em novembro para 0,43% em dezembro.

O impacto da pandemia de Covid-19 nas contas da Prefeitura de São Paulo já alcança R$ 6 bilhões. Este montante é a soma dos gastos na área da Saúde com programas sociais até o mês de maio. O valor é 25% superior ao total estimado para novos investimentos em 2021, o que pressiona o orçamento, consome parte do superávit acumulado em outros exercícios e avança sobre receitas extraordinárias, como o pagamento parcelado de dívidas pelos contribuintes.

Com 77 metas a cumprir até 2024, a atual gestão - agora sob o comando de Ricardo Nunes (MDB) - tem remanejado verbas previstas para custear a abertura de novos leitos hospitalares, a entrega de cestas básicas à população mais vulnerável e a compra de tablets para alunos da rede municipal acompanharem o ensino remoto. Há pressão ainda para ampliar o subsídio com o transporte em mais de R$ 600 milhões.

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A Saúde, obviamente, é a área mais impactada. Depois de ver apenas o custeio com os serviços ano passado crescer de R$ 8,8 bilhões para R$ 11 bilhões (em valores empenhados), o recrudescimento da pandemia exigiu novas suplementações emergenciais e a previsão é fechar este ano com R$ 12 bilhões de empenho - 22,5% a mais que o orçado inicialmente.

Superávits. De acordo com o secretário municipal da Fazenda, Guilherme Bueno de Camargo, as despesas adicionais estão sendo custeadas, em sua maior parte, por superávits de exercícios anteriores. "Para o restante do exercício contaremos também com o incremento na arrecadação causada pela recuperação econômica mais rápida e, em especial, pelas receitas decorrentes do Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) que será aberto pela Prefeitura", disse.

Além do PPI, que tem previsão de arrecadar R$ 400 milhões, a secretaria também trabalha com a realização de outras receitas extraordinárias, como leilões de Cepacs (títulos imobiliários expedidos pelo município que autorizam construções acima dos limites permitidos) e o pagamento de outorgas derivadas de concessões já realizadas - caso da Zona Azul - e ainda a serem finalizadas, como o Autódromo de Interlagos.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que o Município não "mediu esforços" para colocar os recursos necessários à disposição para o enfrentamento da pandemia. Oficialmente prefeito desde 16 de maio, Nunes pagou mais três parcelas de auxílio emergencial este ano, mas não prorrogou o benefício. Segundo ele, o motivo foi a pressão do custeio da Saúde nas contas e o recrudescimento da pandemia em 2021, que mantém a rede hospitalar sempre perto dos 80% de ocupação.

Repasses federais. Contrariando as previsões iniciais, a capital fechou 2020 no azul em função de uma melhora na arrecadação do segundo semestre e pelos auxílios repassados pela União, tanto em repasses de receitas extraordinárias quanto com a suspensão do pagamento da dívida com a União. Mas, desde janeiro, a participação do governo federal nas contas municipais vem caindo.

Segundo Camargo, os valores de transferências da União, exceto os repasses constitucionais (como os do Fundeb, por exemplo), somaram R$ 1,5 bilhão no período de janeiro a maio de 2021, o que representa uma queda de 4,3% em relação ao mesmo período de 2020. "Entre as transferências correntes (para custeio dos serviços), a queda foi de 4,2%, o que inclui principalmente Saúde (SUS) e Educação. Nas transferências de capital (para investimentos), a baixa foi de 10%." Procurado, o Ministério da Economia não havia respondido à reportagem até a conclusão desta edição.

Apesar da queda nos repasses federais, São Paulo mantém a previsão de investir R$ 4,5 bilhões este ano, mesmo valor empenhado em 2020. O "otimismo", de acordo com a Secretaria da Fazenda, é resultado do aumento da arrecadação tributária da cidade no acumulado de janeiro a maio de 2021: R$ 23 bilhões, o que representa expansão nominal de 17,9% e real de 11,3% em relação ao mesmo período do ano anterior quando descontada a inflação medida pelo IPCA-IBGE.

Camargo reconhece que o bom desempenho se deve, em parte, à base de comparação do ano passado, fortemente afetada pelas restrições impostas pela pandemia - em 2020, o recuo foi de 2% no mesmo período. Mas afirma que há sinais concretos de recuperação nos três principais tributos administrados pelo município: IPTU, ITBI e ISS.

O governo federal avalia comprar mais 100 milhões de doses da vacina contra covid-19 da Pfizer a US$ 12 a unidade - 20% mais caro do que o negociado no primeiro contrato da farmacêutica americana com o Ministério da Saúde, em que foi adquirida quantidade igual do imunizante. Ao todo, a oferta para nova compra fica perto de R$ 6,6 bilhões, cerca de R$ 1 bilhão a mais do que o valor anterior.

As informações sobre o preço global e o valor por dose constam em nota técnica assinada por Laurício Cruz, diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis da pasta, e obtida pelo Estadão. O governo publicou ontem em edição extra do Diário Oficial da União extrato de dispensa de licitação, com valor global de R$ 6,6 bilhões. Na CPI da Covid, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a pasta estava na "iminência de fechar novo acordo com a Pfizer de cem milhões de doses".

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No fim de 2020 e no início do ano, porém, a gestão Jair Bolsonaro tinha outra postura em relação à empresa. O governo acusou a farmacêutica de incluir cláusulas "leoninas" na proposta, travou a negociação e perdeu lugar na fila. Bolsonaro reclamava que a empresa não queria assumir o risco de possíveis efeitos colaterais da vacina.

A nota do ministério agora pede que a entrega desse novo lote seja em duas etapas. A primeira, de 30 milhões de doses, deve chegar ao País entre 1.º de julho e 30 de setembro. A entrega do segundo lote, com 70 milhões de doses, é prevista entre 1.º de outubro e 31 de dezembro.

O documento recomenda a compra pelo governo, mas diz que o valor é maior que o pago no contrato anterior e pede negociação do preço. Os técnicos destacam que talvez seja preciso aplicar doses de reforço, tendo em vista mutações do vírus. "Caso essa necessidade venha a se concretizar, a necessidade de doses irá aumentar substancialmente", diz o trecho.

Não há no documento os motivos para a mudança de preço. À reportagem, a Pfizer disse não comentar negociações e afirmou trabalhar com o governo para a imunização dos brasileiros. Já o ministério informou ao Estadão que a compra ainda está em negociação e destacou já ter contrato assinado para cem milhões de doses. A 1.ª remessa, de 1 milhão de unidades, chegou ao Brasil em abril.

A Pfizer tem variado propostas para os governos. O preço cobrado do Brasil é inferior ao cobrado da União Europeia, que desembolsou por volta de US$ 14,70 por dose, e dos Estados Unidos (US$ 19,50). Israel, um dos países com a vacinação mais adiantada, pagou US$ 23,50 por dose para receber antes e em grande escala. A farmacêutica já disse que países mais pobres teriam preços menores.

Perda de doses

Com logística complicada, a vacinação com a Pfizer no Brasil está restrita às capitais na maioria dos Estados. Com a ampliação do volume adquirido, a pasta ressalta a necessidade de adaptar a rede de frio para cidades do interior com mais de 100 mil habitantes. A nota técnica propõe compra inicial de 183 congeladores a serem distribuídos entre Estados e Distrito Federal.

O imunizante da Pfizer sobrevive apenas cinco dias em refrigeradores comuns, com temperatura entre 2ºC e 8ºC. Para ser armazenado por prazos maiores, de até seis meses, precisa estar em congeladores cujas temperatura variem entre 60ºC e 80ºC negativos.

O documento também diz que a aquisição tem elevado risco de perdas. O cálculo do governo é de que 30% das doses da Pfizer sejam perdidas por questões operacionais, bem acima da taxa de 10% calculada para Coronavac e vacina Oxford/AstraZeneca. Para chegar a esse índice, a Saúde considera informações da França, que estima desperdício entre 25% e 30%. Sobre as projeções de perda de doses feitas pelo governo, a Pfizer afirmou que "fica a critério dos programas de imunização de cada país, baseados em sua experiência, qualquer estimativa acerca do tema". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Diante do anúncio da Petrobras sobre um novo aumento de 6% no custo do Gás Liquefeito de Petróleo (gás de cozinha) a partir desta quinta-feira (7), o Sindicato dos Revendedores de Gás Liquefeito de Petróleo do Estado de Pernambuco (Sinregás-PE) lançou nota de repúdio. Confira:

"O SINREGÁS-PE reafirma não concordar com esse aumento no custo do Gás de cozinha, especialmente por não caber nesse momento de pandemia, nenhuma transferência de aumento de custos para os consumidores de gás do Estado de Pernambuco, que já vem sofrendo muito com os constantes aumentos repassados pela Petrobras. 

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Em 2020 a Petrobras aplicou 10 (dez) aumentos em um período de sete meses, ou seja, de abril a dezembro. O aumento no preço a partir de hoje vale tanto para o GLP vendido a granel quanto em botijões de 13 quilos (P-13).

Reafirmamos aqui a nossa indignação, justamente no momento onde deveríamos unir todos os esforços neste período de Pandemia para baixar custos, tanto para a sobrevivência comercial das revendas, quanto para não repassar reajustes para a população, pois os constantes aumentos no Gás de Cozinha, é culpa da Petrobras / Distribuidoras e da taxação do Governo do Estado com o Pátio de Triagem, a sociedade recebe mais um aumento abusivo".

Os sete prefeitos eleitos em 1.º turno nas capitais apresentam desempenhos distintos quando a comparação é o custo por voto. Rafael Greca (DEM), reeleito em Curitiba, gastou R$ 4,24 na campanha para cada apoio conquistado nas urnas. Já o novo mandato de Cinthia Ribeiro (PSDB), em Palmas, exigiu um valor 15 vezes maior, R$ 65,10.

O Estadão fez o cálculo a partir de dados da prestação de contas dos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acessados na tarde dessa terça-feira. O custo por voto foi obtido pela divisão entre as despesas contratadas na campanha e o número de votos recebidos. O resultado ainda não é definitivo, pois os candidatos podem relatar gastos até 15 de dezembro, segundo o calendário oficial das eleições.

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Greca teve a preferência de 499.821 eleitores, 59,74% dos votos válidos. Em números absolutos, ele foi o segundo candidato da capital paranaense que mais investiu, R$ 2,1 milhões. Segundo colocado na disputa curitibana, Goura (PDT) fez 110 mil votos gastando quase R$ 743 mil - R$ 6,69 por voto. A relação investimento por voto mais alta em Curitiba é a de Christiane Yared (PL), que gastou mais do que o prefeito eleito, R$ 2,9 milhões, e teve pouco mais de 32 mil votos - R$ 89,27 cada.

Em Palmas, Cinthia Ribeiro venceu com 36,24% dos votos válidos. A cidade é a única capital com menos de 200 mil eleitores, o que inviabiliza uma segunda votação. Ela informou R$ 3 milhões de gastos e teve o maior custo por voto entre os eleitos nas capitais. Ainda assim, é superada por outros quatro adversários locais - o caso mais extremo é o de Vanda Monteiro (PSL), que ficou em 5.º lugar mesmo despejando R$ 3,16 milhões na campanha, ou R$ 284,98 por voto.

Em números absolutos, o maior investimento entre os prefeitos eleitos foi o de Bruno Reis (DEM), eleito em Salvador com apoio do prefeito ACM Neto. Até ontem, Reis havia informado despesas de R$ 10,2 milhões - o dobro dos gastos de todos os adversários somados. O custo por voto, porém, é apenas o terceiro maior entre eleitos nas capitais, R$ 13,13, em razão de sua votação expressiva.

A campanha de Alexandre Kalil (PSD), em Belo Horizonte, informou despesa de R$ 5,49 milhões, ou R$ 7,01 por voto. Marquinhos Trad (PSD), reeleito em Campo Grande, apresentou gastos por voto de R$ 4,78. Em Florianópolis, Gean Loureiro (DEM) gastou R$ 16,19. A relação entre investimento e voto do prefeito reeleito em Natal, Álvaro Dias (PSDB), foi de R$ 12,73. 

Cada voto obtido pelo prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), candidato mais votado no primeiro turno destas eleições "custou" R$ 8,73, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Esse é o valor da razão entre a receita arrecadada pela campanha e os votos que ele obteve. É duas vezes e meia mais do que o adversário, Guilherme Boulos (PSOL), que teve um "custo" de R$ 3,67 por voto, mais baixo do que o de candidatos a vereadores. Em São Paulo, o custo por voto para ser eleito, neste ano, variou de R$ 0,21 até quase R$ 40.

Quem foi mais "eficiente" nos gastos foi Marlon do Uber (Patriota), que investiu R$ 3 mil do próprio bolso na campanha e obteve outros R$ 2 mil com um financiamento coletivo. Youtuber com mais de 611 mil seguidores, não precisou mais do que isso para ser eleito. "Fizemos a campanha na nossa rede", disse o vereador eleito ao Estadão, após se dizer surpreso por ter sido o que conseguiu pagar menos por cada voto. "Vou conversar com o meu contador", afirmou.

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Na outra ponta está a vereadora Edir Sales (PSD), que investiu cerca de R$ 900 mil na campanha e obteve 23,1 mil votos (R$ 38,96 por voto). A vereadora está ininterruptamente na Câmara desde 2008 e tem forte atuação na zona leste. Por isso, foi uma das apostas do PSD, que lhe repassou R$ 700 mil do fundo eleitoral para viabilizar sua campanha. "Teve a questão da cota para mulheres também", disse Edir, ao falar do repasse. "Neste ano, com quase 30% de abstenção, por causa da pandemia, todos os vereadores tiveram votação menor. Foi uma eleição muito difícil", afirmou.

O fato de ter sido o vereador mais votado, com mais de 130 mil votos, derrubou o custo de Eduardo Suplicy (PT): R$ 1,40. O vereador já havia obtido R$ 150 mil seu partido, que o tinha como o principal puxador de votos para a legenda - o que de fato ocorreu. Mas sua campanha arrecadou mais R$ 83 mil com doadores privados.

Ainda na disputa pela Prefeitura, duas candidaturas mais robustas financeiramente tiveram desempenho pior do que os que avançaram para o segundo turno. Joice Hasselmann (PSL) declarou receita de R$ 6 milhões e obteve 98,3 mil votos, ou R$ 61,67 por voto, o mais caro das eleições. Jilmar Tatto (PT), com 461 mil votos e uma receita de R$ 4,9 milhões, teve um custo de R$ 10,77 por voto, acima de Covas e Boulos.

Mas nem todos os derrotados tiveram menos eficiência em converter recursos de campanha em votos. Arthur do Val (Patriota), que tinha como bandeira o não uso de verba pública na campanha, obteve mais votos do que Tatto gastando 19% do que obteve a campanha do petista.

E Celso Russomanno (Republicanos), que chegou a citar Jânio Quadros e dizer que sua campanha era "do tostão contra o milhão", gastou R$ 2,75 para cada um dos 1,5 milhão de votos que obteve. Neste ano, a maior parte dos recursos disponíveis para as campanhas tem origem pública (R$ 2,6 bilhões dos fundos eleitoral e partidário). 

A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal prevê uma chance alta de prorrogação do auxílio emergencial em 2021. Em relatório divulgado nesta segunda (16), o órgão, responsável por fazer avaliações das contas públicas, projeta que uma prorrogação por quatro meses (janeiro-abril) do auxílio de R$ 300 para 25 milhões de pessoas custaria R$ 15,3 bilhões. Em um ano, se o benefício fosse estendido, a despesa seria de R$ 45,9 bilhões.

Nessa simulação, seriam elegíveis 14,3 milhões de pessoas que estão no programa Bolsa Família e mais 12 milhões de desocupados com a pandemia da covid-19. Hoje, o auxílio é pago a 67,8 milhões de brasileiros.

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Com a lenta recuperação do mercado de trabalho, a IFI avalia que é prudente considerar, em uma análise de riscos fiscais, a possibilidade de prorrogação, em 2021, do pagamento de benefícios aos cidadãos mais vulneráveis, ou a possibilidade de criação de um novo benefício assistencial.

Segundo o diretor executivo da IFI, Felipe Salto, a prorrogação do auxílio é hoje o maior risco fiscal de curto prazo para 2021, já que não há espaço orçamentário no próximo ano. "É muito difícil dizer o que deve ou não ser feito. O quadro social e econômico é muito complicado. Mas dá para dizer que há uma probabilidade alta de que algo seja feito", disse ele. "Deve ou não ser feito? Essa é uma questão que tem de ser respondida com base nas avaliações que o próprio governo precisa fazer", completou.

O novo relatório da instituição projeta a necessidade de um ajuste de R$ 327,1 bilhões (3,9 pontos porcentuais do PIB) para a dívida pública estabilizar (parar de subir) em 100% do PIB em 2024. A IFI projeta um crescimento de 2,8% do PIB para 2021. Para 2020, a projeção de queda do PIB passou de 6,5% para 5%.

A dívida pública bruta deverá alcançar 93,1% do PIB em 2020 e atingir 100% em 2024. O endividamento pode chegar a 156% do PIB, em 2030, no cenário pessimista. O indicador é acompanhado atentamente pelas agências de classificação de risco, que conferem notas aos países (funciona como uma recomendação, ou não, para investimentos). Uma tendência crescente da dívida, em um cenário de ausência de reformas, pode gerar a piora na nota brasileira com recomendação para que investidores estrangeiros retirem recursos do País.

Salto enfatizou que o espaço para fazer essa prorrogação fiscal não existe no teto de gastos, mecanismo que limita o avança das despesas à inflação, o que exigiria corte de outros gastos. "Mas tem alternativas do financiamento do lado das receitas, o que envolveria discutir a regra do teto, a PEC emergencial. É uma questão de diretriz da política fiscal."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O intercâmbio é um bom caminho para as pessoas que querem se aperfeiçoar em um idioma de seu interesse. Há nações que, além de serem bons destinos para estudos, oferecem aos estudantes a oportunidade de conhecer diferentes culturas.

Veja, a seguir, países para fazer intercâmbio na Europa, África do Sul, América do Sul e América do Norte. O diretor da agência 'We Intercâmbio', José Neves, apresentou alguns destinos para estudar, além de valores de cursos e acomodações em cada país. Confira:

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1 - Malta

Foto: Pixabay

É um país pequeno, localizado embaixo da Itália, e tem um dos melhores valores para programas de intercâmbio, além de não exigir visto para quem quer estudar por até três meses na Ilha. E estando na Europa, você pode conhecer vários outros países por perto.

Em Malta, um curso de inglês, com carga de 15 horas por semana, custa em torno de R$ 5 mil. Já a média de custo de um mês de acomodação (casa de família) gira em torno de R$ 4.687,20 a R$ 13.410,60.

2 - África do Sul

Foto: Pixabay

É um destino muito procurado ultimamente por conta do seu valor de moeda. A moeda do País é o rand e ela é desvalorizada em relação ao real. O programa normalmente tem um valor mais caro, pois ele é cotado em dólar, mas o custo dentro do país considerado barato. Um mês estudando na África do Sul custa em torno de R$ 7 mil o curso de inglês com carga horária de 15 horas por semana. A média de custo de um mês de acomodação (casa de família) vai de R$ 3400,95 a R$ 6636,00.

3 - Irlanda

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É um excelente país para quem quer estudar e para quem almeja trabalhar também, pois conta com um programa de seis meses em que você ganha o direito de trabalhar no país. Se você quer estudar por até três meses, a Irlanda tem entrada liberada para brasileiros que queiram aprender inglês.

Um mês estudando na Irlanda custa em torno de R$ 5 mil e 30 dias de acomodação custam de R$ 5.240,55 a R$ 7584,15.

4 - Espanha

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Para quem curte a língua espanhola, a Espanha tem cidades que possuem preços atrativos em qualificações. Salamanca é uma delas, com curso de espanhol de 15 horas por semana, ao preço de R$ 4.500. No que diz respeito à média de custo de um mês de acomodação (casa de família), o valor vai de R$ 5598,60 a R$ 8.202,60. 

5 - França

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Assim como a Espanha, a França cidades atrativas para o aprendizado de um idioma. Um exemplo dessas cidades é Lyon, onde você pode estudar francês pagando R$ 4.500 para ter 15 horas de francês por semana. A média de custo de um mês de acomodação (casa de família) pode ir de R$ 5468,40 a R$ 9114.

6 - Argentina

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Nossos hermanos também têm opções para quem deseja aprender espanhol. Um mês estudando na Argentina, em Buenos Aires, custa em torno de R$ 6. mil. A média de custo de um mês de acomodação (casa de família) varia de R$ 5419,40 a R$ 8626,80.

7 - México

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Outrodestino que vem tendo uma procura acentuada nos últimos tempos é o México, pois os valores para esse destino estão se tornando muito atrativos devido a sua moeda que também é desvalorizada em relação ao real. Por R$ 4.300, você consegue estudar um mês de espanhol no México com a carga horária de 15 horas semanais. A média de investimento em um mês de acomodação custa R$ 5.308,80.

O Índice Nacional da Construção Civil subiu 1,44 % em setembro, a maior alta desde julho de 2013, ficando 0,56 ponto percentual acima da taxa de agosto. No ano, o índice acumula alta de 4,34% e, nos últimos 12 meses, de 4,89%, resultado bem acima dos 3,78% registrados nos doze meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2019, o índice foi 0,37%.

Os dados foram divulgados hoje (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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“Estamos atingindo três meses seguidos - fechando o terceiro trimestre -, com altas sucessivas da parcela dos materiais, que estão sendo impactantes na variação do índice nacional. Os custos da mão de obra têm se mantido estáveis. O que pesou no índice de 1,44% foi a alta em todos os segmentos de materiais – cimento, condutores elétricos, cerâmicas”, disse, em nota, o gerente da pesquisa, Augusto Oliveira.

Segundo o IBGE, o custo nacional da construção, por metro quadrado, que em agosto fechou em R$ 1.191,84, passou em setembro para R$ 1.209,02, sendo R$ 645,56 relativos aos materiais e R$ 563,46 à mão de obra.

A parcela dos materiais aumentou 2,55%, registrando o maior índice considerando a série com desoneração da folha de pagamentos iniciada em 2013. Os aumentos observados foram de 0,95 pontos percentuais acima do mês anterior (1,60%), e 2,28 pontos percentuais em relação a setembro de 2019 (0,27%).

A parcela da mão de obra com os dois reajustes observados, registrou taxa de 0,20%, subindo 0,11 ponto percentual em relação ao mês anterior (0,09%) e caindo 0,27 ponto percentual se comparada ao índice de setembro de 2019 (0,47%).

De acordo com a pesquisa, de janeiro a setembro os acumulados são 6,59% (materiais) e 1,85% (mão de obra), sendo que em 12 meses ficaram em 6,90% (materiais) e 2,62% (mão de obra).

A alíquota direcionada aos bancos na primeira fase da reforma tributária é menor do que para os demais setores, mas as instituições financeiras já preveem que, em seu desenho final, a carga aumentará para elas. Ainda estão previstas na reforma mudanças em relação à tributação ao lucro e também a eventual criação da "nova CPMF", que oneraria as transações financeiras. Como pressão, o setor já se posiciona e coloca na mesa que uma maior tributação poderá significar maior custo do crédito para a ponta final.

O recado veio nas entrelinhas do posicionamento da Federação Nacional dos Bancos (Febraban). Depois de defender reformas estruturais na quarta-feira, incluindo a tributária, a entidade disse ontem que, se o texto atual for aprovado, a carga tributária final sobre o setor financeiro será ainda maior. A entidade frisou também que o resultado será um aumento na participação de tributos no spread bancário, que é a diferença entre o custo do dinheiro para o banco e o que ele cobra nos empréstimos, de 19,3% para 20,3%, somente a partir das mudanças apresentadas esta semana. Esse repasse de custo, contudo, é opcional.

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A proposta do governo nesta primeira fase prevê a unificação do PIS e Cofins em um imposto chamado de Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), com uma alíquota de 5,8% para as instituições financeiras e de 12% para os demais setores. Os bancos pagam hoje 4,65%, somando os dois impostos.

O cálculo é de que o texto da reforma custará R$ 6 bilhões a mais aos bancos, tendo em vista os impostos pagos no ano passado. Itaú Unibanco e Bradesco responderiam, cada, com R$ 1,3 bilhão dessa conta, segundo estimativa do banco UBS.

Em 2019, de acordo com o UBS, os bancos brasileiros pagaram um total de R$ 24 bilhões em PIS e Cofins, sendo que os cinco maiores bancos foram responsáveis por R$ 20 bilhões.

"Os bancos já pagam muitos tributos e é inadmissível qualquer aumento de impostos, não só para instituições financeiras, mas para qualquer empresa ou pessoa física da sociedade brasileira", afirmou o presidente da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Ricardo Gelbaum.

O executivo lembra que, por enquanto, apenas a primeira etapa de três da reforma tributária foi apresentada, e que qualquer aumento nos tributos já cobrados dos bancos tende a causar aumento dos spreads. "Mesmo com a taxa Selic na mínima histórica, o custo de um eventual aumento na carga de tributos se refletirá nos spreads, porque o Brasil já é um dos países com a maior carga e as instituições precisam se remunerar para não perderem a competitividade", observou.

CSLL

A Febraban destaca que além do PIS/Cofins, os bancos já pagam uma alíquota maior de CSLL em relação aos demais setores, de 20%, a qual, somada aos 25% do Imposto de Renda, levam a alíquota sobre a renda das instituições para 45%, uma das maiores no mundo. O setor bancário ainda paga um adicional de 2,5% de contribuição sobre a folha de salários em relação a todos os demais setores.

O sócio da área tributária do escritório Cescon Barrieu Advogados, Aldo de Paula Junior, explica que a alíquota dos bancos é menor em relação a outros setores porque as instituições financeiras seguem o regime cumulativo. "Em outros países, os bancos também têm regime diferenciado de apuração do Imposto sobre Valor Agregado, porque é difícil mensurar a partir desta base", destaca o especialista.

A possibilidade de uma nova CPMF também chama a atenção. "A depender da forma como a proposta do governo será apresentada, caso haja excessiva tributação sobre os pagamentos digitais e outros tipos de transações financeiras, é possível que aconteça uma redução na demanda para este tipo de serviço financeiro, o que levaria às pessoas a procurarem outros meios, como pagamento em espécie, por exemplo", diz Ester Santana, sócia-fundadora do CSA Chamon Santana Advogados e advogada especialista em Direito Tributário.

Para o responsável por instituições financeiras da agência de classificação de risco Fitch Ratings, Claudio Gallina, o debate ainda é prematuro, uma vez que a proposta ainda está em um estágio muito inicial. Entretanto, Gallina chama a atenção para o eventual impacto da nova carga tributária das empresas sobre a capacidade de pagamento de seus empréstimos junto aos bancos. Gallina pondera que nesse momento, em termos de perspectiva de mudança de ratings das instituições financeiras, o olhar está nos efeitos da crise trazida pela pandemia de covid-19. Mesmo com os bancos brasileiros mostrando resiliência, é esperado impacto negativo na rentabilidade e na qualidade dos ativos, segundo Gallina. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A dona de casa Ana Késsia de Lima, de 30 anos, começou a sentir dores no peito após ser diagnosticada com a Covid-19 no dia 11 de junho. Ela buscou atendimento no Hospital Geral de Roraima (HGR), em Boa Vista. Classificada como situação de pouca urgência, Ana aguardou duas horas pelo atendimento. O profissional de saúde informou que a falta de oxigênio podia ser tratada em casa e a liberou. Mas o marido a levou para uma clínica da rede privada.

Mesmo sem comorbidades, houve piora e a dona de casa precisou ser entubada e internada em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O custo do tratamento pode chegar a mais de R$ 400 mil. "Ela está na ventilação mecânica. O custo é muito alto. Buscamos vaga no HGR e não conseguimos. Estou desesperado. Muitos amigos me ajudaram, mas o custo é extremamente alto e a minha família não tem condições de pagar. A estimativa do médico é entre 14 e 21 dias de internação ao custo de R$ 15 mil a R$ 20 mil diários", disse o marido Alexandre Maciel. "Não sei mais o que fazer."

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A falta de leitos na rede pública de saúde motivou o governo de Roraima a buscar uma parceria com o governo do Amazonas para transferir pacientes com quadro de saúde grave para o Estado vizinho. A medida foi anunciada pelo governador Antonio Denarium (sem partido). A Secretaria Estadual de Saúde de Roraima informou que está definindo ajustes finais para a formalização do termo de cooperação entre os Estados.

Balanço

Na rede pública estadual, são 30 pacientes internados na UTI do Hospital Geral de Roraima, resultando em 100% de ocupação. Outros 40 estão na unidade semi-intensiva e 155, em acompanhamento clínico. O Estado registrou 6.935 infectados e 216 mortes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira (26) que "errou" ao afirmar em documento oficial enviado ao Ministério da Economia que precisaria de R$ 410 bilhões extras para enfrentar a pandemia do novo coronavírus no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a assessoria da pasta, o valor correto é de R$ 10 bilhões. O jornal O Estado de S. Paulo revelou que a pasta enviou na última terça-feira (24) um ofício assinado pelo ministro Luiz Henrique Mandetta relatando da necessidade de aporte de recursos. O documento foi encaminhado para o ministro Paulo Guedes.

Em nota, o ministério disse que colocou o número quatro onde deveria estar um cifrão. No documento, contudo, há um cifrão antes do número quatro. "Esclarecemos que, de fato, a cifra consta em documento preliminar enviado ao Ministério da Economia com vistas a negociação de empréstimo junto ao Banco Mundial. Porém, o valor está errado. Trata-se de um erro material. O valor estimado correto seria R$ 10 bilhões. O algarismo "4" foi escrito por engano - deveria ser um cifrão, que fica na mesma tecla do '4'. O erro passou despercebido na revisão do documento. O Ministério da Saúde solicitou ao Ministério da Economia na manhã desta quinta-feira a devolução do estudo para as correções devidas", informou o Ministério da Saúde.

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O Estado apurou que a nota foi elaborada após o presidente Jair Bolsonaro questionar o ministro Mandetta sobre o valor solicitado a Paulo Guedes. Bolsonaro tem minimizado a pandemia do coronavírus. Ele já disse várias vezes que trata-se de uma "gripezinha". O discurso do Ministério da Saúde contraria o do presidente e, no documento, a pasta chega estimar que 10% da população brasileira pode ser infectada.

Apenas para estas internações, a equipe da saúde espera gastar R$ 9,3 bilhões. No documento enviado a Guedes, a pasta reconhece que a cifra é bastante subestimada.

Bolsonaro, em discurso nos últimos dois dias, já criticou, inclusive, o isolamento das pessoas como uma forma de combate à doença, por considerar que há uma "histeria" no tratamento do assunto.

O Estado procurou o Ministério da Saúde, por meio da assessoria, questionando o valor de R$ 410 bilhões por duas vezes. Nas ocasiões, em nenhum momento, a pasta questionou o valor. O jornal também conversou com técnicos do primeiro escalão do ministério que participaram da elaboração do documento. Também não houve qualquer contestação a cifra.

Pouco mais de um ano após a chegada das primeiras companhias aéreas internacionais de baixo custo no Brasil, algumas delas já dão sinais de que podem não permanecer por muito tempo no País. Também não há nenhum indicativo de que elas começarão a operar voos domésticos, apesar dos incentivos ­­-- e da vontade -- do governo federal, que abriu totalmente o setor aéreo ao capital estrangeiro no ano passado.

A chilena Sky, fundada em 2002 e que atua como low cost desde 2015, foi a primeira a voar para o Brasil, em outubro de 2018. O movimento das aéreas de baixo custo no País se consolidou, então, com a vinda da norueguesa Norwegian, da argentina Flybondi e da também chilena JetSmart. Enquanto Norwegian e Flybondi atravessam um período delicado que pode colocar fim aos voos delas que chegam ou partem do Brasil, Sky e, principalmente, JetSmart têm se saído um pouco melhor.

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A competitividade do setor, porém, com Gol, Latam e Azul operando com grande eficiência, é um desafio para que Sky e JetSmart consigam se tornar mais relevantes nos voos entre o Brasil e países da região, segundo fontes do mercado. Na primeira semana de fevereiro, por exemplo, apenas 3,5% dos voos internacionais foram realizados por uma empresa aérea de baixo custo. "Enquanto as outras (Gol, Latam e Azul) forem eficiente, é difícil que elas tenham um papel relevante (nas rotas na América do Sul)", diz o consultor André Castellini, sócio da Bain & Company e especialista no setor aéreo.

Segundo o consultor, no Brasil, também não é fácil para as empresas terem um custo muito baixo e, consequentemente, oferecerem tarifas significativamente menores do que as das aéreas tradicionais, como ocorre na Europa. "O diferencial de custo não permite tarifas muito baixas", diz.

O jornal O Estado de São Paulo fez um levantamento de preços e, nessa simulação, apenas Flybondi e Norwegian ofereceram tarifas mais atrativas. No caso da argentina, a passagem de ida e volta entre São Paulo e Buenos Aires era 27% mais barata que a da Gol e a da Latam. No da norueguesa, o preço do voo entre Rio de Janeiro e Londres era 34% inferior ao da Latam, mas não oferecia nem refeições durante a viagem nem a possibilidade de o passageiro levar uma bagagem de mão .

Justamente Flybondi e Norwegian, no entanto, são as empresas cujas operações estão ameaçadas, segundo fontes do setor. A Norwegian enfrenta uma grave crise financeira e reestruturou parte de sua dívida no ano passado. Em 2018, a empresa teve prejuízo de 1,4 bilhão de coroas norueguesas (R$ 640 milhões na cotação atual). Apesar de o resultado ter sido positivo em 263,7 milhões de coroas norueguesas (R$ 120 milhões) nos primeiros nove meses de 2019, o mercado projeta prejuízo para 2019 e 2020, segundo reportagem do Financial Times com base em levantamento da Bloomberg.

A própria Norwegian afirmou, em seu último relatório, que a "companhia está exposta a risco de liquidez", mas acrescentou que esse risco tem diminuído conforme avança sua estratégia de trocar crescimento por lucratividade. Nada disso, porém, foi o suficiente até agora para convencer os investidores. As ações da empresa caíram 80% em pouco mais de um ano, passando de US$ 20,70 em janeiro de 2019 para US$ 4.

A estratégia da companhia de realizar voos transatlânticos, iniciada em 2013, é apontada como uma das responsáveis pela crise. No ano passado, a empresa teve de vender sua subsidiária na Argentina para a chilena JetSmart. No Brasil, a Norwegian não opera com subsidiária e tem apenas o voo entre Rio e Londres, mas, cortes em rotas podem afetar a operação local.

A empresa já informou que pretende reduzir sua oferta em 10% neste ano. Em entrevista no fim do ano passado para o Financial Times, o presidente da companhia, Geir Karlsen, afirmou estar comprometido com voos de longa distância, mas, segundo o jornal, rotas transatlânticas entre a Irlanda e os Estados Unidos, por exemplo, estão sendo revistas. Ainda que a empresa opte por manter o voo para o Rio de Janeiro em um primeiro momento, sua condição financeira é uma ameaça à operação na cidade brasileira. Procurada pelo Estado, a Norwegian não retornou.

A Flybondi, por sua vez, sofre com a crise argentina. A companhia fez seu primeiro voo doméstico em janeiro de 2018, pouco antes de o país afundar em uma recessão. Com a crise e a desvalorização do peso ­­- a moeda americana avançou 210% na Argentina desde a estreia da companhia --, a expansão da operação ficou comprometida e as finanças da empresa começaram a se deteriorar.

A promessa era que a companhia terminaria 2019 voando com dez aviões. A frota, no entanto, tem hoje cinco aeronaves. Segundo afirmou o presidente da Flybondi, Sebastián Pereira, por e-mail, a redução na demanda decorrente da crise argentina tornou a ampliação da frota menos urgente. Além disso, os acidentes com o 737 MAX, da Boeing, que mataram 346 pessoas e retiraram o modelo do mercado, têm pressionado o aluguel de aviões globalmente e dificultado as negociações para a Flybondi adquirir novos aviões. "Mas estou muito otimista com o momento. Estamos muito perto de poder definir em que época do ano incorporaremos mais aviões e rotas", disse Pereira.

Mesmo com apenas cinco jatos, a companhia já anunciou uma ampliação na malha aérea internacional. Na última semana de janeiro, começou a voar para São Paulo e, em março, incluirá Porto Alegre em suas rotas. A Flybondi atua no Brasil desde outubro do ano passado com um voo entre Buenos Aires e Rio de Janeiro e, durante o verão, está operando também em Florianópolis.

Apesar dessa expansão, a informação no mercado brasileiro é que a situação financeira da companhia é delicada e que a empresa já procura algum interessado para comprá-la. A intenção de ampliar a atuação seria, justamente, se tornar mais atraente para potenciais compradores. Questionado sobre o assunto, Pereira, afirmou que a empresa analisa o "mercado brasileiro de forma muito dinâmica e diversificada, mas apenas com o objetivo de alcançar maior crescimento no País".

A companhia costuma destacar que está crescendo, apesar da situação argentina, e diz conseguir ser mais competitiva que as concorrentes brasileiras por ter mais assentos em seus aviões e voar as aeronaves por mais tempo -- o que garantiria margens positivas apesar das tarifas em média 30% mais baratas. A diferença na capacidade dos jatos, porém, é pequena. Enquanto a Flybondi opera aviões Boeing 737-800 NG para 189 passageiros, a Gol oferece 186 assentos na mesma aeronave. A aérea argentina também afirma que seus aviões voam quase 11 horas e 20 minutos por dia. No mercado brasileiro, a média fica entre 10 horas e meia e 11 horas.

Sem perspectivas para o mercado doméstico

Se nos voos internacionais, há possibilidade de redução na oferta de voos de baixo custo, no mercado doméstico não há, ao menos por enquanto, intenção das companhias low cost avançarem. Nem as duas chilenas em posição mais sólida -- JetSmart e Sky -- têm planos de curto prazo para uma operação brasileira nem a Flybondi. "Sempre existe a possibilidade (de operar voos domésticos no País), mas hoje nós não temos plano. Hoje, temos habilitação apenas para voos internacionais", disse o diretor comercial da Flybondi, Mauricio Sana Saldaña.

Segundo o diretor regional de vendas da Sky, Jaime Fernandez, a empresa está focando seus negócios agora no Peru, onde começou o tráfego doméstico em 2019. "O Brasil é um mercado atrativo, mas por enquanto não temos planos para voos domésticos", disse. Por aqui, o objetivo é alcançar a frequência diária entre Santiago e São Paulo. Hoje, a empresa tem cinco voos por semana para o destino, além de atender também Rio de Janeiro, Florianópolis e Salvador.

Já o presidente da JetSmart, Estuardo Ortiz, afirma que, "no momento", o interesse da empresa é por voos internacionais a partir do Brasil. "Precisamos conhecer o mercado. Por enquanto, estamos analisando mais Peru e Colômbia (para voos domésticos)." Segundo o executivo, porém, novas rotas para o Brasil podem ser lançadas no segundo semestre. "O mercado brasileiro (internacional) está em uma situação muito boa. Mas alguns custos de operação, como combustível e taxa de embarque dificultam." A JetSmart opera voos de Santiago para Salvador, São Paulo e Foz do Iguaçu.

Criada pelo fundo de investimentos americano Indigo Partners -- que também tem participação nas áreas Volaris (México), Wizz (leste europeu) e Frontier (Estados Unidos) --, a JetSmart é vista hoje como a low cost de maior potencial da região. Apesar de ter uma frota de apenas 20 aviões, a companhia tem encomendado outras 76 aeronaves para serem entregues até 2026.

A falta de interesse imediato das low cost no mercado doméstico é explicada pelas dificuldades de custo do Brasil, segundo o diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), Dany Oliveira. "É muito difícil operar no Brasil. O custo é grande. Temos uma judicialização forte para todo o setor. Além disso, um dos combustíveis de aviação mais caros do mundo", destaca.

De acordo com Oliveira, uma aeronave que vem de fora do Brasil tem um custo 15% superior para reabastecer e sair do País. As aéreas locais, entretanto, pagam ainda mais caro por causa de tributos como o PIS e Cofins. Enquanto o combustível de aviação gira em torno de 35% a 40% do custo do negócio no Brasil, diz, a média mundial varia entre 20% e 22%.

Segundo o Diretor da ANAC, Ricardo Catanant, o país deu passos importantes no setor aéreo e começou a atrair a atenção dos investidores. Entre as medidas destacadas estão a permissão de 100% de capital estrangeiro para as aéreas e a cobrança separada da bagagem despachada. "Acredito que (a modernização) deva trazer alguns resultados nos próximos meses", disse, mas colocando o avanço também na conta do crescimento econômico esperado para o País.

Catanant acrescentou que algumas mudanças no setor precisam se consolidar para, então, trazer segurança para os investidores, como é o caso da própria cobrança da bagagem despachada, que constantemente é questionada. "O foco de preocupação hoje, e isso já foi externado pelo governo, é a gente tentar trazer um ambiente de maior racionalidade para a questão de conflitos e consumo. A nossa preocupação é tentar reduzir a judicialização, gerar um entendimento e respeito aos contratos de transporte", disse.

Confira o depoimento de brasileiros que viajaram com empresas low cost

As experiências dos brasileiros que foram para o exterior em um voo de baixo custo variam. Há os que aprovaram a viagem, principalmente se conseguiram comprar a passagem em uma promoção, mas reclamações como cheiro de comida durante toda a viagem e tripulantes mal treinados costumam ser bastante frequentes em sites de avaliação como o TripAdvisor. Confira abaixo o depoimento de alguns brasileiros que experimentaram as companhias low cost que estão operando no Brasil.

João Moris, tradutor e jornalista, 62 anos

Empresa: Norwegian

Trecho: Rio de Janeiro - Londres

Eu fui do Rio para Londres com a Norwegian. Eu já tinha voado com low cost antes (na Europa), mas nunca um voo internacional. Quando vi que a Norwegian ia viajar para cá, achei bem legal e aderi. Como era alta temporada, paguei uns US$ 750. Nas outras, estava por volta de US$ 900. Para mim, foi inusitado, porque cada item tinha de pagar. Escolhi pagar para reservar o assento, pela refeição e para despachar bagagem. A reserva não tem fim. Vai aparecendo tudo para você comprar. Os US$ 750 que paguei incluía já esses extras (assento, refeição e bagagem). O avião era novo, mas o espaço era pequeno para as pernas e a poltrona quase não reclinava. Mas, hoje, estão quase todas as companhia aéreas assim. Tem tudo no cardápio no voo: cobertor, fone de ouvido, água, tudo é pago. Uma hora depois de decolar, mais ou menos, abriram um sanduíche do meu lado e na minha frente, que tinham levado de casa. As bebidas, (os passageiros próximos) tinham comprado em lanchonete e restaurante da área de embarque. O meu jantar, trouxeram em uma caixinha de papelão retangular. Era bem básico. Não fiquei com fome, mas era pouca comida: duas almôndegas, arroz, legumes e uma sobremesa. Não tinha salada. Teve café da manhã também (incluso quando se compra a refeição a bordo), mas, quando cheguei, estava com fome. Não tem aqueles lanches que costuma ter no fundo para caso você tenha fome durante o voo. Na volta, me irritei. Estava do lado de gente com garrafa, comida. Senti que só eu tinha pedido refeição. O avião fica cheirando a comida o tempo inteiro (porque as pessoas levam seus lanches). Prefiro pagar R$ 1.000 a mais do que viajar de novo (com a Norwegian).

Raul Faust, advogado, 27 anos

Empresa: Flybondi

Trecho: Florianópolis - Buenos Aires

Uma amiga minha me convidou pra viajar pra Buenos Aires e procuramos os voos mais baratos na internet. Eu nunca tinha ouvido falar em Flybondi, mas minha amiga disse que era uma empresa low cost. Eu vi no TripAdvisor vários comentários negativos sobre a companhia, que eles cancelam em cima da hora e que aviões são velhos. Vi tudo de pior que podia acontecer no mundo. Mas aí conversei com um amigo que é engenheiro, e ele me disse que o avião não cairia, porque a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) fica em cima. Eu procurei passagem com outras empresas também, mas eram bem mais caras. Comprei só passagem de ida, com um mês de antecedência, e paguei R$ 500, com bagagem despachada. Outras custavam entre R$ 1.200 e R$ 1.800. No dia do voo, o check-in era online, igual ao de outras empresas, e só despachei a bagagem. Tudo foi relativamente rápido, nem mais rápido nem devagar que outras empresas. Os atendentes do aeroporto falavam português e espanhol. Embarquei no horário normal, não atrasou nem dez minutos. Dentro do avião, o avião estava bem limpo. Não vi nada diferente de outras companhias brasileiras, mas achei um pouco estranho que, no começo, falavam em espanhol e em inglês. Aí entendi os primeiros comunicados em inglês. Depois de um momento, começaram a falar só espanhol. Eu não entendi mais nada. Nesse aspecto, fiquei meio perdido. Se você quisesse tomar uma água, tinha de pagar. Não comprei nada. Não sei nem quanto era, porque estava todo mundo falando espanhol e eu fiquei até com vergonha de me manifestar, porque não falo espanhol. Quando cheguei lá, a bagagem chegou também. Deu tudo certo, mas o aeroporto não tem estrutura nenhuma. Não dá nem pra fazer câmbio. Eu só tinha real. Minha amiga tinha peso e acabou me salvando. Pegamos um ônibus para o centro de Buenos. Um ônibus de linha, bem rápido e bom. Eu viajaria de novo (com a Flybondi), com certeza. Pelo preço, vale a pena. Acho que a única questão é se você tiver algum problema e precisar entrar em contato com eles, porque o atendimento é todo digital.

Juçara Nascimento, aposentada, 60 anos

Empresa: Flybondi

Trecho: Rio de Janeiro - Florianópolis

Fui em novembro para Buenos Aires. Apareceu uma promoção e minha filha comprou a passagem. Pagou R$ 250 a ida e a volta. Foi muito barato, mas a gente só tinha direito a bagagem de mão. Quando fiz o check-in, marcaram eu e meu marido na mesma poltrona. Aí fomos ver isso e não tinha lugar marcado pra ninguém, mas consegui sentar com meu marido. O voo foi horrível. A única coisa boa foi a pontualidade. O avião é muito velho. Desconfortável sujo. As poltronas eram tipo assento de ônibus municipal. Quando fui sentar, minha poltrona estava suja, como se alguém tivesse derramado iogurte nela. Pedi para a comissária limpar. Ela passou um papel toalha para tirar o que estava melado e ponto. Já viajei com low cost na Europa e o serviço foi muito melhor. Depois de entrar no avião, só voltei a ver a tripulação no desembarque. Não passaram em nenhum momento nem para oferecer água nem para vender nada. Amassaram minha mala toda na hora de fechar o bagageiro superior. Danificaram a alça dela. Reclamei quando cheguei ao aeroporto, e eles disseram que não se responsabilizavam pelo dano. O aeroporto é muito pequeno. Sem estrutura nenhuma. Não tem muita orientação. É tudo muito tumultuado. Já tínhamos contratado, ainda quando estávamos no Rio, um serviço de transfer. Aí fizemos câmbio quando chegamos no hotel, porque não tem no aeroporto. Eu não voltaria a viajar por eles. Não vale a pena o preço. Por ser uma empresa nova, poderia fazer a promoção pra mostrar o serviço, mas não convenceu. Na Europa, já viajei com a Ryanair. O atendimento dos tripulantes, a aeronave e os aeroportos eram melhores. Durante a viagem, não oferecem nada gratuito para comer ou beber, mas passam o serviço, você pode comprar. Tudo muito organizado.

Evanio Marinho da Silva, bancário, 49 anos

Empresa: SKY

Trecho: Santiago - Calama (Chile)

Quando fui comprar a passagem, tive um pouco de receio de escolher a SKY, porque nunca tinha viajado com low cost. Mas comprei pelo preço. A diferença para a Latam era bem grande nessa rota. Eu adicionei bagagem de mão, uma bagagem despachada e comprei assentos. Isso encareceu bastante e ainda assim ficou uns 30% mais barato do que na Latam. No voo, eu até me surpreendi. As aeronaves são mais antigas, mas em bom estado de conservação. Os voos foram muito pontuais. Tudo que você quer consumir tem de pagar, até a água. Não comprei nada nem consultei preço. Os comissários foram solícitos durante a viagem, mas, no embarque, foram muito rigorosos com o tamanho da bagagem. Notei certa falta de habilidade dos funcionários do aeroporto para lidar com situações que são corriqueiras. Eles não são muito amigáveis para lidar quando o passageiro está com uma bagagem maior do que a permitida. Mas tem passageiro também que costuma exagerar. Viajaria com eles de novo depois dessa experiência. Passou um pouco o receio. Para quem vai fazer viagem curta, sem bagagem ou mesmo adquirindo bagagem de mão, o custo é muito inferior.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O economista Paulo Rabello de Castro, que presidiu o BNDES entre junho de 2017 e abril de 2018, disse ao jornal O Estado de São Paulo/Broadcast que ficou "surpreso" com o valor de R$ 48 milhões pago pela instituição a um escritório estrangeiro por uma auditoria nas operações do banco, chamada de "caixa preta", com as empresas JBS, Bertin e Eldorado Celulose. Segundo ele, a cifra desembolsada é "quatro a cinco vezes maior" do que o aprovado em sua gestão.

Rabello contou que enviou uma carta ao atual presidente do banco, Gustavo Montezano, pedindo a divulgação e o esclarecimento de informações sobre o contrato, inclusive o valor inicial e a realização de eventuais aditivos (com a respectiva justificativa). "Sugiro na carta que ele esteja preparado para informar. Ele não é o BNDES aberto? Ele já deve estar com tudo isso pronto hoje (na quarta-feira, 22) à tarde. Se fosse na minha gestão, eu estaria. Não há o que esconder aí", afirma o ex-presidente.

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O jornal O Estado de São Paulo revelou na segunda-feira, 20, que o BNDES pagou R$ 48 milhões a um escritório estrangeiro, o Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, mas a auditoria não apontou nenhuma irregularidade, incluindo evidência de corrupção dos funcionários do banco, nas operações com as empresas JBS, Bertin e Eldorado Celulose (todas do grupo J&F), entre 2005 e 2018.

Montezano, que está em Davos (Suíça) participando do Fórum Econômico Mundial, disse na quarta-feira que 90% da auditoria contratada estava concluída quando assumiu a instituição, em julho do ano passado. "Não foi esta diretoria que contratou a auditoria. Chegamos em julho no banco e 90% do relatório estava pronto", afirmou.

Operações

Rabello confirmou que foi a sua administração que contratou a auditoria, por pressão de órgãos de controle, que avaliaram à época que as apurações internas do banco e as investigações no Congresso não eram suficientes para atestar a idoneidade das operações. O Parlamento instaurou duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), uma no Senado e outra mista, para avaliar o caso.

O ex-presidente disse também que havia um clamor da sociedade por mais informações sobre as operações do banco com a JBS. "Intramuros" o BNDES estava satisfeito com os resultados das apurações internas, afirmou ele, reiterando que o valor acertado pela sua administração era bem menor que o divulgado.

O contrato com o escritório Cleary Gottlieb Steen & Hamilton foi formalizado em julho de 2015, ainda na primeira gestão do governo Dilma Rousseff, mas o objetivo era genérico: contatar consultoria internacional na área do direito. Em fevereiro de 2018, na gestão Michel Temer, o contrato venceria, mas foi prorrogado por mais 30 meses para abrir a "caixa-preta" das operações com a JBS.

"Eu não tinha como não investigar. Eu tinha é que cuidar se eu não ia ser explorado por um custo completamente fora do padrão, se o custo que nós aprovamos na minha gestão estava absolutamente compatível com o padrão de mercado que eu conheço. Caro, mas compatível. Isso é sempre caro, mas compatível. Tanto que na reunião eu me lembro de dizer ‘Poxa, eu pessoalmente não pagaria isso. Eu pago porque há uma exigência dos órgãos de controle, isso pode ajudar a esclarecer, mas pago chorando’. Mas era um quarto ou um quinto do valor final", disse.

Rabello afirmou ainda que o fato de a auditoria não ter encontrado indícios de irregularidades é uma "boa notícia" que acabou sendo "chamuscada" pelo valor do contrato. "O valor foi multiplicado, e eu não sei explicar. Não foi na minha administração", frisou. "Na nossa gestão, os valores então apresentados pelo contratado eram altamente justificáveis, dentro do padrão normal."

O atual presidente do banco, disse na quarta-feira que "auditorias são caras mesmo". "Dentro desse tipo de escopo não (não chamou atenção), mas é uma grande quantia de dinheiro." Para Montezano, um dos principais problemas é sobre como a população recebeu a informação. "Esta é uma informação relevante que chegou a público. Cabe ao Ministério Público fazer o julgamento, a análise", disse.

O ex-presidente disse ainda que sua gestão fez uma "investigação detalhada, incluída no chamado Livro Verde", publicado em 2017, e que fez um balanço da atuação do banco entre 2001 e 2016 (período de operações polêmicas, como as da JBS). "Coloquei essas informações todas e passamos a organizar a sinalização da abertura total do valor e demais informações sobre todas as operações feitas no Brasil e também para mutuários estrangeiros, que hoje a atual administração do banco atribui a eles. A iniciativa disso foi da Maria Silvia (Bastos Marques, antecessora de Rabello na presidência do BNDES). Nós, a partir do momento que não encontramos nenhum indício de irregularidade, e isso está no Livro Verde, divulgamos para a imprensa", afirmou Rabello.

A polêmica e a pressão popular que envolve o show de Anitta no Réveillon de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), não foram suficientes para cancelar a apresentação, que será realizada na praia do Janga, durante as primeiras horas de 2020.

Devido ao alto custo de contratação, uma ação popular tentou 'barrar' o evento, no entanto, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) manteve a participação da cantora.

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O cachê de Anitta gira em torno de R$ 500 mil e será dividido entre a prefeitura e uma patrocinadora. Na decisão do desembargador Bartolomeu Bueno, não foi constatada nenhuma ilegalidade ou ilegitimidade para a realização do evento.

"Inexiste qualquer proibição ao Poder Público de contratar show artístico a ser apresentado em local público e de forma gratuita à população", destaca a deliberação. Por duas oportunidades o cancelamento foi derrubado judicialmente.

O planner tem ganhado bastante popularidade nos últimos anos, mas você sabe o que é, e para que serve um planner? Trata-se de um organizador pessoal usado como agenda de planejamento diária, mas diferente da agenda tradicionalmente usada, o objetivo do planner é tornar sua vida mais produtiva.

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