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A Vara Única da Comarca de Itamaracá julgou procedente o pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e condenou o prefeito Paulo Batista de Andrade pela prática de crime de responsabilidade por nomear, admitir ou designar servidor, contra expressa disposição de lei (Artigo 1º, inciso XIII do Decreto-Lei nº 201/67), cometida quando ele exerceu o cargo de prefeito no ano de 2015.

A sentença, proferida no processo penal de número 0000286-85.2017.8.17.0760, fixou a pena em um ano de detenção, substituída pelo pagamento de 30 dias-multa, no valor total de R$ 15 mil.  Além disso, o magistrado José Romero Maciel de Aquino também decretou a aplicação da perda do cargo e de inabilitação para o exercício de cargo ou função pública pelo prazo de cinco anos após o trânsito em julgado da decisão. O investigado ainda pode interpor recurso à decisão.

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Relembre os fatos: a 1ª Promotoria de Justiça da Ilha de Itamaracá denunciou Paulo Batista de Andrade em setembro de 2020.  Na ocasião, o Ministério Público sustentou a tese de que 550 nomeações sem concurso foram efetuadas pelo gestor municipal no ano de 2015 em descompasso com as disposições da Constituição Federal e da Lei Municipal 1.146/2010.

A ilegalidade nas contratações já havia sido declarada pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, uma vez que o município de Itamaracá não realizou qualquer tipo de seleção pública para os cargos e encontrava-se impedido de admitir pessoal, visto que já havia encerrado o ano de 2014 acima do limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.  Outro ponto identificado pelo MPPE foi a ausência de fundamentação escrita, por parte do então prefeito, para as referidas contratações.

"A contratação de 550 profissionais em um período de três meses, sem a realização de qualquer seleção simplificada e mediante o argumento de que todos esses profissionais eram essenciais à continuação do trabalho, de modo que não poderiam ser contratados através de concurso público, ultrapassa as barreiras da razoabilidade. Inclusive, era o terceiro ano do mandato do prefeito, que não havia se manifestado para realizar um concurso", argumentou o promotor de Justiça Gustavo Dias Kershaw, em manifestação remetida ao Judiciário.

*Da assessoria 

A Operação denominada Itakatu, deflagrada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), afastou o prefeito de Itamaracá, Paulo Batista de Andrade (PTB), do cargo até que se encerrem as investigações. Por decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), ele não poderá entrar nas dependências administrativas e deve manter distanciamento do local de, no mínimo, 100 metros. 

De acordo com as investigações da Operação Itakatu, que significa 'pedra limpa' em tupi-guarani, o prefeito Paulo Batista seria o mandante das fraudes envolvendo a contratação de empresas de coleta de lixo na cidade.  A Operação visa desarticular um grupo suspeito de fraude à licitação e desvio de dinheiro público. O MPPE ressalta que foram criadas empresas de “fachada”, exclusivamente, para desviar recursos públicos do município. 

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Ainda segundo o órgão, “foram constatados que a empresa V2 Ambiental, embora exista de fato e de direito, possuía planilhas com o nome do prefeito de Itamaracá e com a menção de valores a ele destinados, assim como porcentagens pela possível venda de notas fiscais. Uma quarta empresa apontada nos documentos, OGA Construtora, não foi localizada fisicamente, confirmando a sua existência meramente formal”.

O TJPE também afastou o procurador-geral do município, Luiz Alberto Farias Gomes; o secretário municipal de Infraestrutura, João Batista de Andrade; e o secretário de Administração, Nélson Lopes de Albuquerque. 

 

 

O prefeito da Ilha de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Paulo Batista (PTB) é apontado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) como o responsável por liderar um esquema de corrupção e desvio de verba instalado na administração da cidade. A suspeita foi apresentada pelo órgão, nesta quinta-feira (6), durante uma coletiva para detalhar a Operação Itakatu, deflagrada em conjunto com a Polícia Civil para investigar fraudes em licitações na coleta de lixo no município. 

Familiares do petebista, empresários e laranjas também fazem parte da organização criminosa que atuava desde o primeiro dia útil do mandato dele, 2 de janeiro de 2013, até agora. Os contratos firmados com as quatro empresas envolvidas – AP Construções LTDA, a HA Cunha, a OGA Construtora Imobiliária e a V2 Ambiental – eram superfaturados e tinham “ligação direta” com a família do prefeito.

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"Não existe possibilidade de este esquema ter sido instalado sem o conhecimento do prefeito. A chefia dele é um indício firme que fatalmente será comprovado durante as investigações", ressaltou o promotor de justiça e membro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Frederico Magalhães. O montante desviado, segundo o identificado até o momento pela investigação, corresponde a R$ 11 milhões.

De acordo com o promotor, as fraudes eram operadas pela "dispensa emergencial da licitação que justificaria a não concorrência para contratar diretamente estas empresas, dispensa de licitação e a partir de empréstimos de comodatos realizados pelo prefeito". 

A denúncia que subsidiou o início das investigações partiu do Ministério Público de Contas (MPCO), vinculado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).  No início do ano, a Câmara de Vereadores de Itamaracá também pontuou as irregularidades e chegou a cassar o mandato de Paulo Tavares, mas a Justiça devolveu e anulou o processo legislativo. 

“Em maio deste ano, encaminhamos um relatório para o Ministério Público e agora deflagraram a operação. São situações de claros conflitos de interesses. O envolvimento da família do prefeito que não estava apenas no aluguel de veículos de grande porte [caminhões e tratores], de muitos veículos, para a utilização da prefeitura, mas o irmão do prefeito era o secretário de infraestrutura, pasta responsável pelos contratos, montados no primeiro dia da gestão sem que fosse feita a concorrência. É um episódio totalmente inusitado”, observou o procurador-geral do MPCO, Cristiano Pimentel. 

Durante a Operação Itakatu, foram executados mandados de busca e apreensão além de conduções coercitivas, entre elas a do prefeito. Nos locais foram apreendidas planilhas, equipamentos eletrônicos e outras documentações. Agora o Gaeco vai analisar todo o material recolhido e o depoimento das 10 pessoas ouvidas nessa quarta (5). São investigados crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, fraude em licitação e falsidade ideológica.

As empresas envolvidas

O MPPE apontou as empresas AP Construções LTDA, a HA Cunha, a OGA Construtora Imobiliária e a V2 Ambiental como envolvidas na organização criminosa. Entre as quatro, a única que realmente existia para a coleta de lixo é a V2. Entretanto, Frederico Magalhães detalhou o que chamou a atenção dos investigadores. “Em pouco mais de quatro anos a empresa passou de um funcionário para ter uma estrutura gigantesca”, frisou.

Já a HA Cunha, responsável pela atual coleta do lixo em Itamaracá, “alterou a razão social para incluir coleta de lixo dois dias antes de fechar contrato” com a prefeitura. As outras, de acordo com os órgãos, funcionavam em locais inadequados.

“Não eram empresas especializadas em coleta de lixo. Foram constituídas para o benefício da prefeitura. Eram, na verdade, empresas 'de faz tudo' na cidade, que acabaram entrando no serviço de recolhimento de resíduos”, declarou Pimentel. "Muitas delas não tinham condição nenhuma de operar. Elas foram criadas, exclusivamente, para desviar dinheiro público", acrescentou Magalhães. 

Fiscalização na transição do governo

O prefeito Paulo Batista tentou a reeleição no último domingo (2), mas não foi eleito. Ele recebeu 43,22% dos votos válidos e perdeu a corrida para Tato (PSB) que conquistou 50%. O MPCO vai fiscalizar a transição da gestão para o próximo Chefe do Executivo Municipal. 

“Nós lançamos um manual de transição e vamos fiscalizar ativamente este processo para que o povo não seja prejudicado. Temos preocupação de como esta cidade será entregue ao próximo gestor em janeiro”, ponderou Cristiano Pimentel. 

Outro lado

O advogado da V2, Gustavo Aguiar, acompanhou a coletiva, negou todas as acusações e disse que está cooperando com as investigações. “A empresa trabalha corretamente, é prospera, integra e tem todos os seus contratos públicos bem assessorados. Somos a única empresa que está cooperando com o Ministério Público”, declarou. Segundo ele, a Prefeitura de Itamaracá tem uma divida com a V2 Ambiental. “Existe notificação na justiça de cobrança deste valor”, acrescentou.

O Portal LeiaJá entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura, mão não conquistou êxito. 

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e a Polícia Civil deflagraram uma operação, na manhã desta quarta-feira (5), para desarticular uma organização criminosa suspeita de fraudar licitações e desviar verbas da Prefeitura de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife (RMR). O prefeito Paulo Batista (PTB) é alvo de um dos 13 mandados de condução coercitiva e de busca e apreensão domiciliar que estão sendo cumpridos pela ação, intitulada de “Operação Itakatu”.

A operação é resultado de uma investigação feita pelo MPPE e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e está sendo conduzida pelo promotor Frederico Magalhães. Um total de 12 servidores e dois promotores do MPPE, além de contar com o apoio operacional de 62 policiais civis, entre delegados, comissários, agentes e escrivães estão envolvidos com a ação.

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Paulo Batista e os outros conduzidos coercitivamente estão sendo encaminhados para o Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri) no bairro de Afogados. Os detalhes da Itakatu serão divulgados durante uma coletiva nesta quinta-feira (6). 

Procurada pelo Portal LeiaJá a assessoria da prefeitura de Itamaracá disse que se posicionaria ainda na manhã desta quarta sobre o assunto. Batista disputou a reeleição no último domingo (2), no entanto, ele recebeu 43,22% dos votos válidos e perdeu a corrida para Tato (PSB) que conquistou 50%. 

A Câmara de Vereadores de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife (RMR), afastou o prefeito, Paulo Batista (PTB), das funções administrativas por 90 dias. Com o afastamento, o vice-prefeito Ephrem Teodoro (PPS) assume o comando da gestão da cidade nesta quarta-feira (24). 

O petebista é acusado de improbidade administrativa e foi alvo de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que investigaram irregularidades na contratação de empresas para a limpeza urbana e o recolhimento previdência social dos servidores municipais.

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O afastamento foi corroborado pelo Ministério Público (MPPE) e o Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO). Em nota, os órgãos fiscalizadores disseram que a deliberação dos parlamentares municipais está “fundada em fatos relevantes, que revelam indícios de atos contra princípios sensíveis da Administração Pública” e pontuaram que eles têm recebido constantes denúncias fundamentadas contra o prefeito. 

“Os órgãos de controle da Administração Pública, de forma coordenada e articulada, estão dando prioridade na apuração das supostas irregularidades praticadas pela gestão municipal. Devemos registrar que, por força de norma constitucional federal, compete à Câmara Municipal a titularidade do controle externo e das contas públicas do Município, de modo que os parlamentares estão atuando estritamente dentro de suas competências constitucionais”, observaram no texto. 

A Câmara de Vereadores de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife (RMR), inicia, nesta terça-feira (16), o processo de cassação do mandato do prefeito Paulo Batista (PTB). O petebista é acusado de improbidade administrativa e alvo de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que investigam a contratação de empresas para a limpeza urbana e o recolhimento previdência social dos servidores municipais.

De acordo com o presidente da Casa, o vereador Edson Silva (PTB), durante a sessão de hoje devem ser lidos os relatórios das duas comissões e, juntamente com eles, o pedido de cassação do prefeito. “Será lido o pedido e na próxima terça-feira vai à votação”, disse, explicando o trâmite. 

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Nos bastidores, a expectativa é de que o pedido de cassação seja aprovado por unanimidade na Câmara. Itamaracá consta de nove cadeiras legislativas. Indagado se era favorável ou contra o afastamento de Paulo Batista, o presidente da Casa preferiu não se manifestar. “Como presidente da Câmara, não posso adiantar meu posicionamento para não induzir o voto dos outros vereadores”, observou.

O Ministério Público de Pernambuco e o Tribunal de Contas do Estado também foram acionados pela Câmara para analisar a administração petebista. 

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