Tópicos | PEC dos gastos

O deputado federal Danilo Cabral (PSB) afirmou, nesta quarta-feira (5), que há um “choque de legislação” no Congresso Nacional nas discussões sobre a reforma do Ensino Médio brasileiro. Segundo ele, a Medida Provisória (MP) que trata sobre o assunto tramita simultaneamente ao Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 241, que estabelece um teto para os gastos públicos nos próximos 20 anos, e após a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE).

“Essa MP vai trazer consequências para os entes da Federação, notadamente os estados. Há uma conta sobre o financiamento que não está sendo discutida”, afirmou, durante audiência pública na Comissão de Educação. Segundo ele, o artigo 5º da MP estabelece que a União vai financiar as mudanças por até quatro anos. “O que é até quatro anos? Depois, quem vai ficar com essa conta?”, emendou. 

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Para o pessebista há uma transferência de atribuições para os estados e municípios sem a União dar a devida contrapartida de financiamento. Ele defende a integração das discussões entre a MP do Ensino Médio, a PEC 241 e o PNE. “Do jeito que está, nós estamos cometendo os mesmos erros do passado, aumentando as obrigações dos estados e municípios sem prever a contrapartida de financiamento da União. Isso está parecendo um maracatu mal ensaiado”, disparou.

Danilo Cabral criticou ainda a maneira como o Governo Federal apresentou a proposta de reformulação do Ensino Médio. Ele não admite o uso de medida provisória para temas tão complexos. “Consulto os senhores deputados se seria razoável que nós recebêssemos as reformas política, tributária, trabalhista e da Previdência através de MP. Nós não aceitaríamos. O papel do Congresso Nacional precisa ser respeitado e o debate com a sociedade, aprofundado”, acrescentou.

O deputado defende que a MP seja retirada de tramitação pelo Governo Federal e substituída por um projeto de lei. Assim, segundo o parlamentar, seria possível aprofundar o debate, especialmente com a comunidade escolar. De acordo com Danilo, até mesmo o prazo para a apresentação de emendas à MP do Ensino Médio foi curto. 

O texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto para os gastos públicos terá um item que deixará claro que o mínimo constitucional de recursos para saúde e educação deve ser respeitado, afirmou nesta quarta-feira, 28, o presidente da comissão especial na Câmara que analisa o mérito da matéria, deputado Danilo Forte (PSB-CE). O objetivo do trecho é tentar diminuir a resistência de parlamentares da oposição e até da base aliada, que acusam a PEC de diminuir o orçamento para essas duas áreas.

Forte explica que o conceito do teto de gastos limitado a inflação do ano anterior valerá para o orçamento geral da União. Ou seja, para garantir a aplicação do mínimo exigido pela Constituição para saúde (13,2% da receita corrente líquida) e educação (18% da receita bruta), o Congresso Nacional terá de remanejar recursos de outras áreas, para que o teto global dos gastos não seja desrespeitado. "O texto vai garantir a aplicação do piso para saúde e educação", disse Forte após café da manhã com líderes para discutir a PEC na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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No que diz respeito à possibilidade de revisão da regra do teto, o presidente e o relator da comissão, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), afirmaram que a "tendência" é manter o texto original da PEC enviado pelo governo. A redação original afirma que o teto valerá por 20 anos, mas poderá ser revisto a partir do 10º ano de vigência. O deputado Silvio Torres (SP), secretário-geral do PSDB, porém, apresentou emenda para que essa revisão pudesse acontecer a partir do sétimo ano de exercício da PEC. "A tendência é manter 10 anos, a não ser que governo mude de ideia", disse Perondi.

O relator afirmou que deve discutir com a equipe econômica nesta quarta-feira outra emenda apresentada por um parlamentar do PSDB: a do deputado Marcus Pestana (MG), que quer que a base de referência para revisão dos gastos com saúde seja o exercício de 2015, e não de 2016, como previsto no texto original da PEC. Segundo Perondi e Danilo Forte, a PEC será lida na comissão especial na próxima terça-feira, dia 4. Algum parlamentar da oposição deve pedir vistas do texto por duas sessões, o que fará com que a votação no colegiado só ocorra na quinta-feira, 6.

O presidente da República, Michel Temer, convocou para esta terça-feira (27) líderes da base aliada da Câmara, do Senado e ministros para a primeira reunião de trabalho do novo governo no Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência. Desde que assumiu no lugar da ex-presidente Dilma Rousseff, Temer ainda não tinha realizado nenhuma "recepção" no Palácio.

A "inauguração" está prevista para ocorrer em um jantar no qual o prato principal será a discussão em torno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece limite dos gastos públicos. O projeto é a principal aposta do governo para tirar as contas públicas do vermelho e dar sinais de credibilidade ao mercado financeiro.

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As tratativas com os líderes estavam previstas inicialmente para ocorrer apenas em meados de outubro. Na reunião, a ideia é de os integrantes da equipe econômica realizarem uma abertura com explicações sobre o tema e Temer a conclusão falando da importância da proposta e pedindo apoio para votação.

A PEC ainda tramita na Comissão Especial da Câmara e para ser encaminhada ao Senado precisa de aprovação em dois turnos no plenário da Casa. O jantar foi confirmado pela assessoria de Temer e por líderes da base.

"Recebi ontem (domingo, 25) o convite para estar no jantar", disse o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA). "Está certo, mesmo sendo uma semana de reta final das campanhas o tempo urge", considerou o líder do PSD, Rogério Rosso (DF).

A convocação do presidente ocorre na semana que antecede o primeiro turno das eleições municipais previstas para o próximo domingo (2). A iniciativa ainda divide lideranças da base, que pretendem concentrar as atividades, nos próximos dias, nas respectivos redutos eleitorais, em busca de votos para seus candidatos.

"Lamentavelmente não poderei ir porque minha agenda está lotada. Tenho mais de 40 municípios para percorrer e não tenho condições de ir para Brasília. Além disso, não acho que nesta semana terá algum efeito para a Câmara ou Senado a discussão da PEC do Teto", afirmou o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC).

Contrários ao relatório da proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto para os gastos públicos, integrantes da oposição apresentaram na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara votos em separado que preveem alterações no texto.

A proposta, que ainda precisa passar por uma Comissão Especial antes de seguir para o plenário, é a principal aposta do governo Temer para retomar a confiança no compromisso fiscal.

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O parecer pela admissibilidade da PEC foi apresentado na última terça-feira (2) pelo relator do texto, deputado Danilo Forte (PSB-CE). Na ocasião, após a leitura, integrantes da oposição pediram vistas (mais prazos para análise), o que adiou a votação da proposta para a próxima semana.

Depois de conseguirem postergar a discussão, os deputados opositores apresentaram votos em separado em que consideram inconstitucional as mudanças estabelecidas na PEC. Entre os deputados que apresentaram um parecer contrário ao texto proposto pelo governo Temer está o deputado Chico Alencar (Psol-RJ) e Daniel Almeida (PcdoB-BA). Os relatórios de ambos deverão ser discutidos, caso o parecer de Forte não seja aprovado na CCJ.

No documento apresentado por Alencar, ele toca num dos temas que vem gerando grande controversa, que é a possibilidade de as novas regras previstas na PEC reduzirem o valor dos repasses estabelecidos na Constituição para as áreas de Saúde e Educação.

"A Proposta em análise fixa limite individualizado para a despesa primária total de todos os entes e órgãos públicos, em todos os poderes e esferas da federação, na administração direta e indireta, equivalente ao valor do limite referente ao exercício imediatamente anterior, corrigido pela variação do IPCA.

Por outro lado, tal limite não incide sobre os gastos com juros e amortizações da dívida pública, que permanecem liberados. Na prática, tal limite pressiona o Estado a reduzir drasticamente investimentos na prestação de serviços públicos à população mais carente, principalmente em saúde e educação, para continuar sustentando a pequena elite rentista brasileira", diz o deputado no relatório apresentado.

Para Alencar limitar o crescimento dos gastos sociais à inflação "é um retrocesso histórico", atinge direitos assegurados na Constituição. O voto em separado de Daniel Almeida também vai na mesma linha. "Manifesto-me no sentido da inadmissibilidade e inconstitucionalidade da Proposta de Emenda à Constituição nº 241, de 2016, por violação ao princípio do não retrocesso social e, consequentemente, por tender a abolir direitos sociais", diz o deputado no documento apresentado.

A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) afirmou, nesta sexta-feira (17), que o processo de impeachment contra ela é resultado do ataque orquestrado pelo presidente em exercício Michel Temer (PMDB) e seus aliados, a quem chamou de "parasitas". De passagem pelo Recife, para cumprir as últimas agendas da viagem feita ao Nordeste, a petista participou na tarde de hoje de um evento promovido pelo Coletivo UFPE pela Democracia, em apoio ao mandato dela.

Cravando mais uma vez a tese de que há um golpe em curso, a presidente afastada disse que suas andanças pelo país, iniciadas em maio, ela pode constatar que os brasileiros já estão conscientes das "artimanhas" utilizadas pelos que hoje estão no comando da União para conseguir aprovar a admissibilidade do impeachment. “É toda uma fraude e uma farsa que não é de graça. De um lado barrar a Lava Jato e do outro aprovar um projeto [ultraliberal da economia] que jamais conseguiriam nas urnas”, enumerou Dilma, ao lembrar que há quatro eleições presidenciais o projeto “da elite” é derrotado. 

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Dilma Rousseff explicou também que o atual "golpe" é diferente do ocorrido em 1964, quando iniciou a ditadura. A petista comparou a democracia com uma árvore e disse que no regime militar ela é "derrubada para cercear os direitos". "No golpe parlamentar, ou frio, ou mão de gato [o impeachment], a árvore da democracia não é derrubada. Como estou tranquila no Alvorada, cercada de todos os lados, eles acham que não é golpe. Mas eu chamo de parasitas atacando. Eles atacam todos os direitos", ironizou.

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Ovacionada por um auditório com cerca de 200 militantes - entre estudantes, petistas e sindicalistas -, Dilma Rousseff lembrou a música de Madeira do Rosarinho e disse que diante destes “parasitas” ela tem que ser "madeira que cupim não rói".  "O que mata o parasita? O oxigênio da discussão e do debate", frisou, antes da plateia entoar a canção, em coro.

Durante seu discurso, Dilma também voltou a pregar a necessidade de um pacto para reestruturar o país, o que, sob a ótica dela, só funcionará com seu retorno ao Palácio do Planalto. “Junto a toda essa crise aconteceu a corrosão do pacto político do país, mas nós nunca poderemos abrir mão de democracia. Junto com a minha volta [a Presidência] nós teremos que construir um verdadeiro governo de salvação nacional. Eles não venceram. A gente tem que ser claros nisso. Eles são provisórios e interinos. Vamos todos nos, então, quero aceitar o convite de vocês para o debate e vocês aceitam o meu para a luta”, convocou.

A presidente afastada ainda criticou o programa de governo de Michel Temer, destacando a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gatos públicos; os cortes na educação e cultura, além da ideia de alterar o sistema de distribuição dos recursos adquiridos pelo pré-sal. “Todos os programas estão correndo diversos riscos. Não sei se viram a proposta que limita os gastos. Ela é extremamente problemática. Acredito que caracteriza, de fato, um desmonte das políticas públicas e um retrocesso”, disparou. 

Na UFPE, Dilma cumpriu a primeira agenda no Recife, onde o coletivo pela democracia da instituição lançou o livro “Resistência ao golpe de 2016”. Ela chegou ao local, por volta das 13h30, acompanhada dos senadores Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro, os deputados federais Silvio Costa (PTdoB) e Luciana Santos (PCdoB), a quem ela chamou de "baluartes da democracia", e o ex-prefeito do Recife João Paulo (PT). Na chagada, centenas de militantes a receberam na entrada do CCSA da UFPE. Ela foi ovacionada pelos presentes, recebeu flores, abraços e diversos gestos de carinhos. 

 

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