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As disputas dos Jogos Paralímpicos do Rio-2016 começam nesta quinta-feira (8) e o Brasil tem grandes chances de conquistar uma medalha logo na primeira delas. A partir das 10h, Odair Santos disputa a final dos 5.000 metros T11 (cego total) e entra como favorito. No início da noite, a expectativa recai sobre o nadador Daniel Dias, que deve encarar sua primeira final dentre as nove que pretende disputar nos Jogos.

Ao todo, o Brasil disputará sete modalidades nesta quinta. Haverá atletas do País em provas de atletismo, basquete em cadeira de rodas, goalball, natação, judô, tênis de mesa e futebol de 7. Dessas, atletismo, judô e natação já terão definição de medalhas.

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Nos 5.000 metros, Odair entra com a melhor marca entre os dez competidores. O brasileiro de 35 anos tem o tempo de 15min16s82, quase dez segundos mais veloz que o principal concorrente, o chileno Cristian Valenzuela (15min26s26).

Um dos principais nomes do paralimpismo brasileiro, Daniel Dias disputa a eliminatória dos 200 metros livre a partir das 11h31. Caso se classifique, ele fará a final à noite, às 19h59.

Atletismo

Manhã:

10h - 5000m masculino T11 (final) - Odair Santos

10h25 - Salto em distância masculino F11 (final) - Ricardo Costa

10h35 - Arremesso de peso masculino F12 (final) - Caio Vinícius e Alessandro Rodrigo

10h22, 10h31, 10h40 e 10h49 - classificatórias da prova de 100m rasos feminino T11 - Terezinha Guilhermina, Jerusa Santos e Lorena Spoladore.

10h57, 11h05, 11h13 e 11h21 - classificatórias da prova de 100m rasos feminino T12 - Alice Correa

Tarde/Noite:

17h33 - Arremesso de peso feminino F57 (final) - Roseane Santos

17h47 - Arremesso de peso masculino F41 (final) - Jonathan Souza

18h09 - Lançamento de disco masculino F37 (final) - João Victor

18h11 - Salto em distância feminino T47 (final) - Sheila Finder

17h30 e 17h37 - classificatórias da prova de 100m rasos feminino T36 - Tascitha Cruz

17h45 e 17h52 - classificatórias da prova de 100m rasos masculino T44 - Alan Fonteles e Renato Cruz

18h13 e 18h21 - classificatórias da prova de 400m rasos masculino T20 - Daniel Tavares

19h19 e 19h27 - classificatórias da prova de 100m rasos masculino T13 - Gustavo Henrique e Kesley Josué

20h05 e 20h12 - classificatórias da prova de 100m rasos feminino T38 - Verônica Hipólito e Jenifer Martins

 

Basquete em cadeira de rodas

12h15 - Brasil x Argentina (feminino)

15h15 - Brasil X EUA (masculino)

 

Futebol de 7

10h - Brasil x Grã-Bretanha

 

Goalball

9h - Brasil X Suécia (masculino)

10h15 - Brasil x EUA (feminino)

 

Judô

A partir de 10h:

Até 48 kg - Quartas de final - Karla Cardoso (BRA) x Yuliya Halinska (UCR)

Até 52 kg - Quartas de final - Michele Ferreira (BRA) x Ramona Brussig (ALE)

Até 60 kg - Oitavas de final - Rayfran Mesquita (BRA) x Uugankhuu Bolormaa (MGL)

Até 66 kg - Oitavas de final - Halyson Bôto (BRA) x Miguel Vieira (POR)

 

Natação

Classificatórias (manhã):

9h30 - 100m costas masculino S6 - Talisson Glock

9h46 - 400m livre masculino S8 - Caio Oliveira

10h01 - 400m livre feminino S8 - Cecília Jerônimo de Araújo

10h17 - 100m peito masculino SB9 - Ruan Felipe Lima de Souza e Lucas Lamente Mozela

10h42 - 100m livre feminino S3 - Maiara Regina Pereira Barreto

10h54 - 100m costas masculino S14 - Felipe Vila Real

11h10 - 100m borboleta masculino S13 - Thomaz Rocha Matera

11h31 - 200m livre masculino S5 - Daniel Dias

11h43 - 200m livre feminino S5 - Joana Maria Silva e Susana Schnarndorf Ribeiro

11h56 - 100m costas masculino S7 - Italo Pereira

Finais (tarde) *caso se classifiquem

17h30 - 100m costas masculino S6 - Talisson Glock

17h44- 400m livre masculino S8 - Caio Oliveira

17h54 - 400m livre feminino S8 - Cecília Jerônimo de Araújo

18h05 - 100m peito masculino SB9 - Ruan Felipe Lima de Souza e Lucas Lamente Mozela

18h41 - 100m livre feminino S3 - Maiara Regina Pereira Barreto

19h04 - 100m costas masculino S14 - Felipe Vila Real

19h32 - 100m borboleta masculino S13 - Thomas Rocha Matera

19h59 - 200m livre masculino S5 - Daniel Dias

20h08 - 200m livre feminino S5 - Joana Maria Silva e Susana Schnarndorf Ribeiro

20h32 - 100m costas masculino S7 - Italo Pereira

 

Tênis de mesa

12h20 - 1ª fase Classe 5 - Claudiomiro Segatto (BRA) x Valentin Baus (ALE)

13h40 - 1ª fase Classe 4 - Joyce Oliveira (BRA) x Borislava Peric-Rankovic (SRB)

16h - 1ª fase Classe 1 - Aloisio Lima (BRA) x Chang Ho Lee (COR)

16h - 1ª fase Classe 10 - Bruna Alexandre (BRA) x Andrea McDonnel (AUS)

16h40 - 1ª fase Classe 10 - Carlos Carbinatti (BRA) x Jose Manuel (ESP)

18h - 1ª fase Classe 7 - Israel Pereira Stroh (BRA) x Will Bayley (GBR)

A Cerimônia de Abertura dos Jogos Paralímpicos é um grande espetáculo em todos os sentidos. O evento também icou marcado pelas vaias e gritos de protesto contra o presidente Michel Temer. O público presente vaiou o líder do executivo em sua breve declaração iniciando os jogos. Presidentes do COB e do Comitê Paralímpico Internacional tiveram suas falas interrompidas por reação dos espectadores quando o governo foi citado nos agradecimentos.

Curta. É assim que se pode definir a participação do presidente Michel Temer durante a abertura da Paralimpíada Rio-2016. Antes mesmo do representante do governo falar, o público já havia interrompido as falas do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman e Sir Phillip Craven, presidente do Comitê Paralímpico Internacional, para vaiar os agradecimentos de ambos ao apoio recebido pelo governo.

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Temer deu prosseguimento ao evento se limitando a dizer, apenas, as seguintes palavras: "Paralympics Rio-2016", declarando abertos os jogos. Mesmo assim, o atual presidente da república foi vaiado por boa parte do público que esteve na cerimônia. A abertura seguiu quando a produção do evento subiu o volume e apagou as luzes, abafando os gritos. Ainda foi possível ouvir algumas das palavras de ordem.

É impossível dissociar a imagem de Terezinha Guilhermina dos jogos paralímpicos. A corredora cega mais rápida do mundo, eleita pelo Guiness, é um dos nomes mais fortes do paratletismo mundial. Mas difícil mesmo é passar pelo caminhão de obstáculos que a vida impôs à velocista e sair tão vencedor quanto. Com uma história de vida emocionante, Terezinha vence todo dia e faz jus ao título de ícone do esporte.

Poucos aguentariam

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Em Betim, Minas Gerais, 18 de setembro de 1978, nascia, em uma carroça puxada pelo pai que ganhava a vida transportando ração de cavalo, Terezinha. A décima filha do casal Pedro e Terezinha, assim como outros quatro irmãos, já enfrentou, logo no início de sua trajetória, o revés que iria definir o seu destino: a retinose pigmentar. A doença congênita rouba a visão aos poucos e, no caso dela, foram 30 anos de perda gradual até a escuridão total. 

Aos 9 anos de idade perdeu a mãe e, três meses depois, foi a vez do pai deixar a casa onde Terezinha morava com seus irmãos. Coube ao irmão, Ibério, assumir as responsabilidades. Só aos 16 anos de idade que a família teve noção do que estava por vir na vida da irmã mais nova. O diagnóstico de que a jovem só enxergava 5% e perderia tal capacidade foi um choque. Não bastassem as dificuldades em casa e de ordem médica, Terezinha precisava fugir na escola para não apanhar de uma garota mais velha que a perseguia. Curiosamente, as vezes seguidas em que escapou mostraram um potencial que ela ainda desconhecia em si mesmo: o de correr mais rápido que outras pessoas.

Sempre sendo subestimada pela deficiência, Terezinha seguia vencendo. Após a escola, foi a vez de um curso técnico de administração, onde a diretora da escola disse que ela não conseguiria. Ela completou com louvor, fazendo balancetes e utilizando a calculadora, mostrando que não iria se entregar por dificuldade alguma.

As primeiras conquistas

Em 2000, Terezinha se saiu bem em corridas de rua para deficiente e chamou atenção de um clube de Belo Horizonte que a convidou para treinar. Mais uma vez, a corredora se viu subestimada em sua vida. Seu primeiro treinador a disse que ela não tinha condições de ser a maior, pois era um 'fusca' comparada as melhores do mundo. Foram precisos alguns meses apenas para mostrar que ele não podia estar mais enganado.

Em um campeonato parapanamericano na Carolina do Sul-EUA, a 'fusca' levou quatro pratas na categoria T12. Em 2004 foi a vez da Paralimpíada de Sidney, onde Terezinha mostrou que estava mais para um fórmula 1 ao terminar os 400m conquistando o bronze para o Brasil. Naquele momento da vida a doença avançava e a velocista trocou de categoria para a T11, onde não há visão alguma e sua carreira alavancaria em definitivo.

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Consagrada

A partir de 2005, Terezinha passou a correr guiada por Jorge Luiz Souza. Junto ao Chocolate, como é apelidado o treinador, a velocista chegou à Paralimpíada de Pequim-2008 com força total. Uma medalha de ouro (200m), uma prata (100m) e um bronze (400m). A partir dali, era oficial: a menina que tropeçava nos móveis e apanhava na escola, se tornou a maior corredora paralímpica do Brasil. 

A parceira com Chocolate se encerrou em 2010 por um motivo que só poderia ser obra do destino. Jorge desenvolveu um problema neurológico que afetou sua visão. Hoje, o ex-guia é atleta paralímpico. Para o seu lugar, Guilherme Santana assumiu para melhorar as marcas de Terezinha. Veloz, o corredor tinha marca, nos 100m individual, próxima da melhor atuação de um brasileiro com 10s60. O incentivo deu resultado nos treinos e, depois, na Paralimpíada de Londres, 2012.

Terezinha Guilhermina voltou a ocupar o posto mais alto do pódio  nos 200m e conquistou mais um nos 100m, onde já era prata. Nos 400m, infelizmente, o guia sofreu uma lesão e acabou soltando a corredora. Terezinha se atirou no chão buscando Guilherme e quando o encontrou ajudou a recuperar a compostura. Juntos, decidiram completar a prova e foram aplaudidos até a linha de chegada pela demonstração do verdadeiro espírito esportivo.

Incansável

É verdade que ela já não precisa mais provar nada para ninguém. Mas, o espírito guerreiro de Terezinha é gigante e incentivou a atleta a seguir buscando novos desafios. Com 37 anos, chega ao Rio de Janeiro para sua quarta paralimpíada, mais confiante do que nunca. No final do ano passado, Rafael Lazarini e Rodrigo Chieregatto assumiram a função de guiar a corredora no Rio-2016. Mesmo com o desempenho abaixo do esperado no Mundial de Doha, onde Terezinha ficou de fora da final dos 100m, coisa que não acontecia há dez anos.

Apesar disso, a velocista está confiante de um bom resultado na Paralimpíada do Rio-2016. Prestes a completar 38 anos, próximo dia 18, Terezinha já chega às pistas cariocas sendo a maior vencedora do país na categoria. Mas, para quem tem uma determinação que supera dificuldades do tamanho do Brasil, parar não é uma opção. Melhor para o público, que pode continuar acompanhando a mineira que encantou o mundo. Terezinha Guilhermina estreia nos jogos paralímpicos nesta quinta-feira (8), às 10h, quando ocorre a primeira fase dos 100m rasos feminino, categoria T11.

Mesmo já antecipado pela imprensa, o início da cerimônia da abertura eletrizou o público no estádio do Maracanã, com a manobra de alta velocidade do cadeirante Aaron Wheelz. Aaron desceu com uma cadeira de rodas uma megarrampa no meio da arquibancada do estádio e caiu sobre uma superfície inflável após uma pirueta por dentro do círculo que simbolizava o zero na contagem regressiva. Uma queima de fogos acompanhou o número.

O número foi feito logo depois da chegada do presidente do Comitê Paralímpico Internacional, sir Philip Craven, que surgiu no meio do público e depois foi para a tribuna de autoridades, onde se sentou ao lado do presidente Michel Temer. Minutos antes do início da cerimônia, parte do público gritou "Fora Temer" no estádio e também foram ouvidas vaias.

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Também antes da cerimônia começar, o encontro dos mascotes olímpico e paralímpico, Vinicius e Tom, chamou a atenção do público. Tom dançava vários ritmos com a apresentadora Fernanda Lima e o escritor Marcelo Rubens Paiva. Quando foi a vez da Bossa Nova, tocou Garota de Ipanema, Vinicius entrou desfilando com um vestido brilhante, em uma referência à participação da modelo Gisele Bündchen na abertura da olimpíada. A top model encarnou a icônica homenageada por Tom Jobim e recebeu elogios.

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Samba e praia

Uma roda de samba com os sambistas Monarco, Hamilton de Holanda, Maria Rita, Diogo Nogueira, Xande de Pilares, Pastoras da Portela, Pedrinho e Pretinho da Serrinha embalou o público enquanto projeções abordavam a roda, invenção humana que, além de sua importância como marco científico, se tornou um suporte vital para a acessibilidade.

As projeções no chão transformaram o chão do Maracanã em uma grande piscina atravessada pelo nadador Daniel Dias, também projetado em vídeo. Após cruzar o palco, a piscina se transformou em uma praia, com direito a elementos típicos do Rio de Janeiro, como o aplauso ao pôr do sol, os vendedores de mate e biscoitos de polvilho e uma multidão de bailarinos que interpretaram banhistas e surfistas.

O número foi seguido pela chegada da bandeira do Brasil, que foi hasteada por bombeiros salva-vidas do 3º Grupamento Marítimo. O Hino Nacional foi executado no piano pelo maestro João Carlos Martins, que chegou a abandonar a carreira por problemas físicos que atrofiaram suas mãos, mas retornou aclamado aos palcos. Logo depois, teve início a entrada das delegações, em que uma obra do artista plástico e diretor-criativo da cerimônia, Vik Muniz, montou um quebra-cabeças com peças trazidas pelas delegações.

Antes mesmo de aparecer na Tribuna de Honra no Maracanã, o presidente Michel Temer ouviu protestos dos presentes ao estádio para a cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos do Rio-2016. Às 18h07, boa parte do público presente gritou "Fora, Temer" repetidas vezes. O presidente chegou à tribuna seis minutos mais tarde, acompanhado da primeira-dama, Marcela.

Temer foi uma das últimas autoridades a ocupar seu espaço no Maracanã, e sua entrada foi discreta, quando as luzes do estádio já estavam apagadas para o início da cerimônia. O presidente não iria discursar, mas o protocolo prevê que seja ele o responsável por declarar abertos os Jogos Paralímpicos do Brasil. No mês passado, quando ainda não havia sido finalizado o processo de impeachment, Temer foi vaiado ao declarar aberta a Olimpíada.

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Sem a presença de chefes de Estado do exterior, a Tribuna de Honra do Maracanã foi ocupada por grande número de políticos do País. Além do presidente Michel Temer e da primeira-dama, Marcela, ocupavam o espaço o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o governador em exercício, Francisco Dornelles, o governador licenciado, Luiz Fernando Pezão, e os ministros José Serra (Relações Exteriores), Raul Jungmann (Defesa) e Alexandre de Moraes (Justiça e Cidadania), além do secretário-executivo do Programa de Parceria em Investimentos, Moreira Franco.

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Os Jogos Paralímpicos Rio-2016, os primeiros da América do Sul, começaram nesta quarta-feira (7) com a cerimônia de abertura, embalada por muito samba e protestos. O fogo paralímpico brilhará no Maracanã até 18 de setembro no Rio de Janeiro, onde 4.342 atletas deficientes de 160 delegações, incluindo uma equipe de refugiados, passarão mensagem de determinação, força e superação.

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A cerimônia começou no fim da tarde carioca com uma roda de samba, que mais uma vez mostrou a riqueza musical e a vitalidade do Brasil, atolado em uma severa crise econômica e política. A viagem transmitida por vídeo do presidente do Comitê Paralímpico Internacional (CPI), Philip Craven, da Grã-Bretanha ao Brasil deu início ao espetáculo, que contou com a participação de cerca de 500 pessoas, entre coreógrafos e artistas, alguns com deficiências físicas.

De repente, o Maracanã se transformou em praia, na qual passeavam os típicos vendedores ambulantes, as famosas barracas e o tradicional aplauso ao pôr do sol, tudo sob a música de Jorge Ben Jor, que repetia: "O Rio de Janeiro continua lindo".

Um momento emocionante aconteceu quando foi tocado o hino do Brasil, interpretado pelo maestro João Carlos Martins, que precisou abandonar o piano em um momento na carreira devido à atrofia nas mãos, mas logo retomou o instrumento, mostrando que ainda tem talento de sobra.

Em seguida, chegaram os protagonistas da festa: os atletas, que desfilavam ao ritmo contagiante. Os nomes das delegações eram expostos em quebra-cabeças que iam se juntando no meio do palco.

Concebida pela designer gráfico Fred Gelli, o escritor Marcelo Rubens Paiva e o artista plástico Vik Muniz, a cerimônia de abertura tem como tema "Cada corpo tem um coração" e "acentua a condição humana, os sentimentos, as dificuldades, a solidariedade e o amor", segundo a organização.

- "Fora Temer" -

Na tribuna de honra do estádio não estava presente o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach, que participou nesta quarta-feira do velório do ex-presidente alemão Walter Scheel, falecido em Berlim aos 97 anos. É a primeira vez desde 1984 que um presidente do COI não participa da cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos e, "por enquanto, não está previsto que o presidente (Bach) vá ao Brasil", anunciou o COI em comunicado.

A agitada atualidade política do Brasil também se fez presente em um Maracanã lotado, no qual milhares de pessoas gritaram pouco antes do início do evento em coro "Fora Temer", para denunciar o presidente Michel Temer, que assumiu o poder após a destituição de Dilma Rousseff pelo Senado. Temer, que já havia sido vaiado na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, em 5 de agosto, deverá proclamar os Jogos Paralímpicos abertos ao fim da grande festa.

- Grande expectativa -

Berço do Paralimpismo, a Grã-Bretanha elevou o padrão nesse tipo de evento, organizando em sua capital Jogos recorde e sem falhas há quatro anos, que serviram de modelo. Os Jogos do Rio correm o risco de mostrar uma cara pior que a dos Jogos Olímpicos, nos quais a torcida brasileira demonstrava muito interesse pelos atletas do país, e pouco ou nenhum atrativo pelos personagens estrangeiros.

Mesmo assim, a organização garante que vendeu 1,6 milhão de ingressos e espera que o milhão restante sejam esgotado nos próximos dias. Essa questão será chave, porque os cofres estão vazios e a falta de patrocinadores e os gastos imprevistos dos Jogos Olímpicos afetaram o orçamento global da Rio-2016.

- Esquecer a deficiência -

Cerca de 6,2% dos mais de 200 milhões de brasileiros têm alguma deficiência, segundo números oficiais divulgados em 2015. Os desafios são inumeráveis.

Não há calçadas, ou estão cheias de buracos; os semáforos não têm aviso sonoro; não há rampas, ou são tão inclinadas que obrigam a pessoa com deficiência a fazer uma força brutal para subi-las; as rampas dos ônibus não funcionam, ou o motorista não sabe operá-las; e ainda há táxis que evitam transportar pessoas com deficiência...

E em meio à crise e críticas, chegou ao Rio o fogo paralímpico com uma mensagem de igualdade, determinação, inspiração, coragem, poder de transformação e paixão pelo esporte. Futebol para cegos, atletismo, rúgbi e voleibol sentado, natação, esgrima e equitação são os destaques do programa de 22 esportes desta edição, dois a mais em relação a Londres-2012, com a inclusão da canoagem e do triatlo.

Os atletas, que vêm se preparando há quatro anos, estão prontos para mostrar que sua deficiência não é impedimento para conseguir uma medalha. A poderosa delegação russa não estará presente, excluída dos Jogos devido ao grande escândalo de doping estatal no país.

Dentre as várias surpresas desta noite de abertura dos Jogos Paralímpicos Rio-2016, uma bem cômica levou a internet ao delírio. Mascote olímpico e paralímpico, Vinícius entrou no Maracanã, antes do show de abertura, com um vestido brilhante e desfilou pelo estádio, assim como a top model Gisele Bündchen havia feito na abertura olímpica. 

O desfile foi repercutido por milhares de pessoas que acompanham a cerimônia e comentam no twitter. Os internautas se declararam para o personagem e houve até quem sugerisse juntar ele e Gisele em uma passarela. O boneco já faz sucesso pelas danças irreverentes realizadas durante os jogos olímpicos e ganhou ainda mais admiradores com a brincadeira.

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Junto a foto, o perfil de Vinícius no Twitter postou uma mensagem para os seguidores e desejou sorte ao mascote parceiro, Tom. "Gostaram das surpresas no pré-show? Tom, boa sorte! Que comecem os jogos", escreveu.

A Cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos está sendo realizada esta noite de quarta-feira (8), no Maracanã, no Rio de Janeiro. O evento está 'bombando' nas redes sociais. Pelo Twitter, milhares de pessoas elogiam a abertura que já está em segundo lugar entre os temas mais comentados no Brasil hoje. Confira as primeiras imagens do evento:

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A Cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos é um dos temas mais comentados nas redes sociais nesta noite de quarta-feira (8). A hashtag 'CerimoniaDeAbertura' está entre os tópicos mais comentados do Twitter, no Brasil. Porém, a repercussão maior, mesmo antes de começar, foi o fato de que os principais canais de TV aberta não transmitem o evento ao vivo.

Apenas a TV Brasil, dentre os canais abertos, está acompanhando a abertura da Paralimpíada, assim como foi feito pela Rede Globo com a Olimpíada. Na tv por assinatura, o canal Sportv 2 transmite todo o evento, mas também está sozinho na empreitada. Apesar dos elogios à cerimônia, boa parte dos internautas que estão assistindo ficou chateada com a situação e usaram as redes sociais para desabafar.

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Confira alguns dos comentários postados na internet:

Preso em 5 de agosto com 32 ingressos falsos para competições olímpicas do Rio-2016 e libertado no último dia 28, após decisão judicial, o irlandês Kevin James Mallon compareceu nesta segunda-feira à Cidade da Polícia, em Benfica (zona norte do Rio), para prestar depoimento à Polícia Civil sobre as acusações que recebeu. Acompanhado por um advogado, ele ouviu as perguntas dos delegados, mas preferiu se manter em silêncio e informou que só vai se manifestar em juízo.

Segundo o delegado Ricardo Barboza, do Núcleo de Apoio aos Grandes Eventos (Nage), o fato de o irlandês ter permanecido calado não vai prejudicar a investigação contra ele. O inquérito deve ser concluído até esta quinta-feira.

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Mallon é diretor da THG Sports, empresa que comercializou ingressos para a Olimpíada do Rio. Ao ser preso, ele foi acusado de associação criminosa e cambismo. Além de estar com os ingressos falsos, ele vendeu por US$ 8 mil (mais de R$ 26 mil) cada ingresso para a cerimônia de abertura. O preço oficial era de cerca de R$ 4,5 mil. A conduta caracteriza cambismo.

Embora tenha deixado a prisão, Mallon teve o passaporte apreendido e está proibido de deixar o Brasil. Ele terá de aguardar a conclusão do inquérito e um eventual processo no Rio de Janeiro.

O presidente do Comitê Olímpico da Irlanda, Patrick Hickey, será ouvido pela Polícia Civil nesta terça-feira. Ele também foi preso, em 17 de agosto, acusado de envolvimento com a mesma máfia de venda ilegal de ingressos nos Jogos do Rio. Ele foi libertado por decisão judicial no dia 30, mas também está proibido de deixar o Brasil. Chefe do comitê irlandês desde 1989, Hickey integra o círculo de amizades do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach.

A venda de ingressos para os Jogos Paralímpicos alcançou a marca de 1,5 milhão de bilhetes. De acordo com a organização, ainda há 1 milhão de ingressos disponíveis. Algumas finais já estão esgotadas. Também quase não há mais entradas para as provas que ocorrem no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, nos dois fins de semana da Paralimpíada (10 e 11 de setembro e 17 e 18 de setembro). A expectativa do Rio-2016 é de que todos os ingressos serão vendidos.

Os Estados que mais compraram ingressos paralímpicos foram Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal e Paraná. "Houve uma mudança importante do padrão das vendas de ingressos. Em primeiro lugar, vimos uma grande quantidade de venda proveniente da energia gerada pelos Jogos Olímpicos e de pessoas que queriam ter acesso ao Parque na Barra. Agora estamos vendo um público com um olhar específico para os atletas e pelos duelos marcados. É muito gratificante ver o esporte paralímpico como a principal razão para as pessoas comprarem determinados ingressos", disse Mario Andrada, diretor executivo de Comunicação do Comitê Rio-2016.

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A meta brasileira é ficar entre os cinco primeiros países no quadro de medalhas. Em 2012, o País ficou em sétimo, com 43 medalhas (21 de ouro, 14 de prata e 8 de bronze). Ainda há ingressos para a primeira chance de ouro para o Brasil nesta Paralimpíada: a final dos 5 mil metros na categoria T11, em que compete Odair Santos. O corredor cego de 35 anos tem sete medalhas (três de prata e quatro de bronze) e está na quarta paralimpíada. Ele corre nesta quinta-feira no Engenhão. O bilhete custa R$ 20, sem lugar marcado.

Outra atração do atletismo é o irlandês Jason Smyth, há um ano detentor do recorde de atleta paralímpico mais rápido do mundo. Ele corre na categoria T13, para atletas com deficiência visual, nesta quinta e sexta. Também na sexta, ocorrerá o duelo de "blade runners" (atletas amputados) Jonnie Peacock, da Grã-Bretanha, Jarryd Wallace, dos Estados Unidos, e Alan Fonteles, do Brasil. Outra grande esperança brasileira, a corredora Terezinha Guilhermina busca o segundo ouro nos 100m rasos, ainda na sexta-feira.

A atleta goiana Shirlene Coelho, medalhista de ouro paralímpica, será a porta-bandeira da delegação brasileira durante a abertura dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Shirlene foi ouro nos Jogos de Londres 2012 e prata em Pequim 2008, no lançamento de dardo, na categoria F37 (atletas com paralisia cerebral).

A medalha de prata foi conseguida logo em sua estreia em paralimpíadas, em 2008. Quatro anos mais tarde, tornou-se campeã na modalidade, cujos recordes mundial e paralímpico são seus. Na Rio 2016, Shirlene, que tem paralisia cerebral desde a gestação, disputará mais duas provas, além do lançamento de dardo: o arremesso de peso e o lançamento de disco.

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A cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 será realizada na próxima quarta-feira (7), no Estádio do Maracanã, na zona norte da cidade.

Em contraste com a infraestrutura oferecida aos atletas paralímpicos, que estarão em atividade na Paralimpíada a partir de quarta (7), os deficientes físicos enfrentam no Rio dificuldades de locomoção e circulação decorrentes da carência de equipamentos facilitadores de acessibilidade.

Uma jornada em que a reportagem do jornal o Estado de S. Paulo acompanhou por um dia um cadeirante e uma deficiente visual por ruas do centro, zonas norte, sul e oeste mostrou que, para eles, circular com autonomia pela cidade ainda é uma realidade distante.

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O convidado Leonardo de Paula Silva do Nascimento, de 35 anos, cadeirante com paraplegia, fez um passeio de sua casa, na Praça da Bandeira (zona norte), ao Boulevard Olímpico, no centro, na última quarta. O atleta de arremesso de peso encontrou tantas dificuldades no trajeto que afirmou que jamais o repetirá.

As dificuldades começaram logo ao deixar seu prédio. Ele precisava empinar a cadeira a todo momento para ultrapassar buracos e desníveis da Rua Mariz e Barros. "Por isso, só me desloco de carro", reclamou ele, paraplégico desde 2006, quando sofreu acidente de trânsito.

No ponto de ônibus, o primeiro que seguia para o Boulevard não tinha elevador para cadeirante. O motorista saiu do veículo para se desculpar e ofereceu carregá-lo no colo. O atleta não aceitou. O segundo ônibus dispunha do aparelho de acessibilidade. Porém, o ferro de apoio estava desaparafusado e ele seguiu por toda a viagem se equilibrando no ônibus.

"Quando tem ônibus com elevador, é este descaso por dentro, estruturas soltas, cintos sujos", diz. Durante o caminho, conta as dificuldades de seu cotidiano. "Os ônibus de viagem ainda são piores, estreitos. Só conseguimos entrar com cadeiras especiais ou arrastados. Quando vou na praia, não posso ir na areia, só fico no calçadão. Mesmo com este sol e calor, tenho de esperar até o verão pelo programa Praia para Todos, que bota rampas na Praia da Barra (zona oeste). Os bondinhos de Santa Teresa (zona sul) também não são acessíveis. Nem todos os taxistas param para a gente. É uma loteria."

Quando desembarca na Praça Pio X, na Candelária (centro), a única rampa de acesso na guia (meio-fio) é íngreme. Ao atravessar para a outra calçada, não há declives. O único local sem desnível está bloqueado por um carro da prefeitura, com uma placa do subsecretário da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Solidário.

Nascimento fica por alguns minutos no meio da rua, com os carros passando rente a seu corpo. Até que três agentes do Centro Presente, força de segurança que atua na região, se oferecem para carregá-lo.

A travessia pelo Polo Gastronômico Rio Antigo, atrás do Centro Cultural Centro do Brasil (CCBB), também é difícil. Não há rampas nas calçadas e ele tem que seguir por ruas de paralelepípedos, entre os carros. As mesas e cadeiras dos restaurantes não deixam lugar para os pedestres. Ao ver a reportagem, o dono de um restaurante avisa a Nascimento que vai retirar as mesas. "Isso só acontece porque vocês da reportagem estão aqui comigo", garante.

Entre a calçada da Bolsa de Valores, na Praça XV, e a entrada do Boulevard também não há rampas, informação confirmada por um agente de trânsito da prefeitura. Ele oferece ajuda e, mais uma vez, Nascimento é carregado. "É humilhante. Gostaria que o prefeito ou o governador passasse um dia em cima de uma cadeira de rodas e desse um rolê pela cidade para passar por essas situações." Chegando no Boulevard Olímpico, há acessibilidade.

DEFICIENTES - Desafio parecido foi o de Virgínia Menezes, de 66 anos, cega desde o nascimento, no trajeto do bairro do Flamengo, onde mora, na zona sul, ao Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. Apesar da vida intelectual ativa e versátil - é psicóloga, cantora e consultora de áudiodescrição -, ela teme circular a longas distâncias na cidade.

"Nunca fui na Barra. Você vai ter de me segurar, me acompanhar. Tem de ficar atenta porque o que pode passar despercebido para você, como um desnível, pode ser difícil para mim", avisou à repórter. Ela apontou suas dificuldades. "Os canteiros não são cercados, assim como os orelhões. Esbarro sempre. Não há avisos sonoros nos sinais para atravessar a rua nem nos pontos de ônibus. Dependemos da boa vontade de alguém para nos avisar."

Na Barra, o elevador da passarela que leva à estação do metrô e do BRT Jardim Oceânico está quebrado. Virgínia não percebe porque não há aviso sonoro ou tátil sobre a manutenção. Também precisa de ajuda para entrar e caminhar na passarela, por falta de piso tátil. As pessoas se desviam da psicóloga para não haver colisão.

Na estação, não há informativos em braile nem avisos sonoros. Ela precisa da ajuda de funcionários. Ao desembarcar no terminal Morro do Outeiro, a mais próxima do Parque Olímpico, Virgínia não tem como saber por onde seguir. Depende novamente da boa vontade das pessoas.

No caminho até o Parque Olímpico, não há piso tátil. Se não fosse a ajuda da reportagem, esbarraria em um poste sem proteção. "Não somos autônomos, dependemos sempre de alguém. Gastam-se rios de dinheiro em obras de acessibilidade, mas não nos perguntam qual a melhor maneira. Nossa corrente hoje é Nada Para Nós Sem Nós", disse.

O Consórcio BRT informou que o módulo de controle do elevador de acesso ao Terminal Jardim Oceânico "queimou em decorrência de infiltração causada pela água da chuva, o que determinou sua interdição". "Tão logo a empresa Schindler, fabricante dos elevadores, entregar a peça, o elevador entrará em funcionamento", informa nota.

ESPECIALISTAS - Para a coordenadora do Núcleo Pró-acesso da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Regina Cohen, o cenário de acessibilidade da cidade ainda está aquém do desejado. Segundo ela, apesar das obras, o Rio perdeu a oportunidade de se tornar plenamente acessível com a Rio-2016.

"Algumas obras de melhoria da acessibilidade foram realizadas em pontos turísticos, transportes, ginásios e em todas as instalações esportivas. Mas essas melhorias precisavam ser realizadas de forma mais ampla em toda a cidade", disse.

Regina explica que uma cidade plenamente acessível deve possuir um bom sistema de transportes, calçadas e travessias que facilitem os percursos de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Segundo a outra coordenadora do programa, Cristiane Rose Duarte, apesar das melhorias, os problemas na mobilidade urbana têm sido o grande gargalo. "Instalaram elevadores hidráulicos nos ônibus, que logo ficam fora de funcionamento por falta de treinamento dos motoristas em manejar o equipamento e pela falta de manutenção. A falta de informação também impede que o sistema de transportes funcione bem: não há placas em Braille, sinalização luminosa e sonora, não se acha funcionários que saibam comunicar com pessoas surdas."

PEDIDO DE DESCULPAS - Em nota, depois de questionada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Solidário pediu desculpas à população pelo carro do secretário estacionar no único ponto sem desnível da calçada. "O motorista já foi notificado por ter parado em frente a uma rua de serviço", diz o texto. Sobre os problemas verificados pela reportagem do Estado na Praça Pio X, a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos informou que vistoriou o local na sexta-feira e construirá novas rampas de acessibilidade a partir da próxima semana.

"As rampas serão implantadas dentro dos padrões da ABNT para garantir a acessibilidade. Somente nas últimas semanas, a secretaria implantou 180 rampas em diversos bairros da cidade e, até o fim do ano, chegará ao total de 500 rampas e 250 passagens de nível", informou o órgão público em nota.

Como legado olímpico, a prefeitura do Rio citou que, por meio do Programa Bairro Maravilha, instalou 8.245 rampas de acessibilidade e que, até dezembro, chegará a 10.643.

Também ressaltou que foram realizadas obras no entorno do Complexo Esportivo de Deodoro (zona oeste), que requalificaram a região. "A obra conta com 269,7 metros quadrados de novo asfaltamento, 53,8 mil metros quadrados de calçadas e 115 rampas de acessibilidade."

No entorno do Maracanã (zona norte), a prefeitura enumerou 2 mil metros quadrados de passeios e calçadas reformados, "o que tornou a região mais inclusiva e acessível". "Com a construção de uma nova estação ferroviária em substituição à existente em São Cristóvão, melhorias em seus acessos e percursos até o estádio foram implementadas", informou.

Nos arredores do Estádio Olímpico João Havelange (zona norte), mais conhecido como Engenhão, o órgão divulgou que 131.840 metros quadrados de calçadas receberam 241 rampas e quatro travessias elevadas ao público. No entorno do Sambódromo (centro da cidade), 25,6 mil metros quadrados de passeios foram reformados.

A Secretaria de Conservação e Serviços Públicos informou ainda que mantém o cronograma dos serviços de implantação de rampas na cidade. "Um contrato de aproximadamente R$ 1,5 milhão garante a execução desses serviços programados. Nos últimos dois meses, a secretaria implantou 152 rampas ou passagens de nível."

Se os resultados do Brasil na natação e no atletismo deixaram a desejar na Olimpíada, exceto pela medalha de ouro de Thiago Braz no salto com vara, a expectativa é de um panorama bem diferente nos Jogos Paralímpicos. No Rio, o País deve dar um salto no quadro de medalhas graças a nomes de destaque nas duas modalidades esportivas mais nobres como os nadadores Daniel Dias e André Brasil e os corredores Alan Fonteles e Terezinha Guilhermina.

Só para se ter uma ideia, nos Jogos de Londres-2012, o Brasil conquistou 18 medalhas no atletismo (7 de ouro, 8 de prata e 3 de bronze) e 14 na natação (9 de ouro, 4 de prata e uma de bronze). Quatro anos antes, em Pequim, foram 15 pódios no atletismo e 19 nas piscinas. Isso coloca o País como um dos grandes nomes nas duas modalidades.

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"Tradicionalmente o Brasil tem excelentes resultados em atletismo e natação. Essas devem ser as duas modalidades que o País conquistará seu maior número de medalhas", projetou Mizael Conrado, vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e ex-atleta paralímpico de futebol de 5.

Além dos nomes mais conhecidos, o dirigente inclui Odair Santos, Petrúcio Ferreira e Yohansson Nascimento entre os destaques e conta com bom desempenho das modalidades coletivas, principalmente bocha, futebol de 5 e golbol. "O Brasil participa das 22 modalidades do programa e podem surgir boas surpresas, já que todas tiveram excelentes condições de preparação", afirmou Mizael.

A maior estrela paralímpica brasileira é o nadador Daniel Dias, 10 vezes campeão - seis ouros em Londres-2012, quatro ouros, quatro pratas e um bronze em Pequim-2008. O astro da natação nasceu com má formação congênita dos membros superiores e da perna direita e entrou para o paradesporto depois de assistir a Clodoaldo Silva em uma das provas dos Jogos Paralímpicos de Atenas-2004.

Daniel Dias, que compete em uma série de eventos na classe S5 - 50 metros borboleta, 50 metros livre, 50 metros costas, 100 metros peito, entre outros -, também ganhou sete ouros e uma prata no Mundial de Glasgow, na Escócia. Além disso, recebeu três vezes o prêmio Laureus, o "Oscar do Esporte".

Em uma brincadeira com seu técnico, prometeu deixar a barba crescer até o início da competição. E promete estar pronto para alavancar o Brasil no quadro de medalhas. "Não vou nadar assim não, é só uma brincadeira. De vez em quando mudar o visual faz bem", disse. "A expectativa é das melhores, não só individualmente, mas do Brasil como um todo. Vamos fazer o possível e o impossível para atingir o Top 5", continuou.

Outro nome importante da natação é André Brasil, que tem 10 pódios olímpicos no currículo, nos Jogos de Pequim e Londres, incluindo sete medalhas de ouro. Quando tinha três meses de idade, ele teve poliomielite por reação à vacina. Com isso ficou com uma sequela na perna esquerda. Encontrou no esporte uma forma de reabilitação e agora é candidato a muitas medalhas no Rio.

No atletismo, Alan Fonteles vai em busca do bicampeonato olímpico nos 200 metros na classe T43. Sua façanha foi tirar a vitória do sul-africano Oscar Pistorius, favorito na prova, nos metros finais. Ele teve tanto destaque com aquele resultado que o vídeo da prova é mostrado sempre que se fala de Paralimpíada.

Ele teve de amputar as duas pernas quando tinha apenas 21 dias de vida, por causa de uma septicemia ocasionada por uma infecção intestinal. Aos 8 anos, começou a praticar o esporte e utilizava próteses de madeira. Quando tinha 15 anos, estreou nos Jogos de Pequim, em 2008, com sua prótese de fibra de carbono e ficou com a medalha de prata no revezamento 4x100 metros.

Outra lenda das pistas é a velocista Terezinha Guilhermina. Aos 37 anos, ela já foi a três edições dos Jogos Paralímpicos (2004, 2008 e 2012) e acumula seis medalhas, sendo três de ouro, uma de prata e duas de bronze. No Rio, vai tentar mais pódios nos 100 metros, 200 metros, 400 metros e revezamento 4x100 metros.

Mineira de Betim, ela nasceu com retinose pigmentar e foi perdendo gradualmente a visão. Começou no esporte pela natação, mas ao ganhar da irmã o seu primeiro par de tênis, em 2000, deixou as piscinas e vem tendo bons resultados nas pistas.

Após o Brasil patinar na meta de pódios nos Jogos Olímpicos, os atletas nacionais entram nos Jogos Paralímpicos com a missão de ser Top 5 no quadro de medalhas e as chances são boas. Tanto que existe a promessa de ter Hino Nacional e pódios em todos os dias da competição. O evento começará nesta quarta-feira e irá até o próximo dia 18, no Rio. O Brasil terá uma delegação recorde, com 287 atletas.

Mais do que pelo número portentoso, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) está eufórico pelo potencial da equipe. "A gente tem uma mescla de gerações, a de Londres-2012 com uma nova, pós-Londres, que vem muito forte. São atletas que já são campeões mundiais e esta é a nossa melhor delegação da história", afirmou Andrew Parsons, presidente do CPB.

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Além das modalidades com histórico de medalhas para o Brasil - como atletismo, natação e futebol de 5 -, o comitê aposta em esportes em que o País teve grande evolução no último ciclo, com medalhas em campeonatos mundiais. São os casos de ciclismo, golbol, canoagem, remo, tiro com arco, levantamento de peso e vôlei sentado.

O planejamento para a competição iniciou ainda em 2009, quando o Rio foi escolhido sede dos Jogos de 2016. Desde então, o CPB vem aumentando os investimentos e sua previsão de pódios a cada ano. "Nós fizemos um planejamento visando aos Jogos do Rio com diversas etapas e várias metas intermediárias", explicou Mizael Conrado, vice-presidente do CPB. "Fizemos a previsão de ficar em sétimo lugar em Londres e de ganharmos os dois Parapans, de Guadalajara e de Toronto. Isso tudo aconteceu. Agora, queremos o 5.º lugar, que é o nosso maior desafio".

O plano traçado pelo CPB incluiu investimento nas mais diversas modalidades paralímpicas e também uma "atenção especial" aos atletas com histórico de bons resultados. Competidores com mais chances de vencer as disputas tiveram investimento maior no último ciclo paralímpico. A intenção é assegurar o maior número de ouros, primeiro critério para a definição do quadro de medalhas.

A grande expectativa de pódios também animou o público brasileiro. Nas últimas duas semanas, quase um milhão de ingressos para os Jogos Paralímpicos foram vendidos, número quatro vezes maior do que havia sido comercializado em quase um ano. As entradas para as competições no fim de semana estão praticamente esgotadas.

Fora das arenas de disputa, a Paralimpíada também ajudou a garantir um legado para as próximas edições. Em maio, foi inaugurado em São Paulo um centro de treinamento orçado em R$ 300 milhões.

Os protestos anti-impeachment que tomaram as ruas nos últimos dias não deverão mudar em nada o protocolo da cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos. O evento está marcado para a próxima quarta-feira (7), no Maracanã, e contará com a presença do presidente Michel Temer.

Assim como no evento que abriu a Olimpíada, Temer será o responsável por declarar oficialmente aberta a Paralimpíada. Apesar de a fala durar menos de dez segundos, no mês passado o então presidente em exercício recebeu vaias ao abrir os Jogos Olímpicos no Maracanã.

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Mesmo assim, o Rio-2016 não pretende alterar em nada o seu protocolo. O comitê organizador considera que, apesar dos protestos, o momento é melhor do que aquele visto no mês passado, quando ainda não havia a definição sobre o processo de impeachment de Dilma Rousseff.

A cerimônia de abertura da Paralimpíada é menos badalada que a dos Jogos Olímpicos, e, por ora, Temer é o único chefe de Estado aguardado na quarta-feira. A expectativa é a de que 40 autoridades do País estejam presentes. O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, também confirmou presença.

Durante os Jogos do Rio-2016 não foi detectado qualquer caso de zika entre os atletas nem entre os demais participantes do evento olímpico, informou nesta sexta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS), destacando, ao mesmo tempo, que o Brasil continua sendo o país mais afetado pela epidemia.

"O Brasil indicou que, durante os Jogos Olímpicos e depois que os Jogos acabaram, não foi detectado nenhum caso de atleta ou participante infectado por zika", informou à imprensa o presidente do comitê de emergências da OMS para o zika, o dr. David Heymann.

"Pode ser que alguns casos se apresentem agora ou depois dos Jogos Paralímpicos", destacou, por sua vez, o diretor do Programa de Gestão de Situações de Emergência Sanitária da OMS, Peter Salama. Ele ressaltou, no entanto, que mesmo que possa agora haver alguns casos, não se poderá dizer que os Jogos tenham sido um fator que acelerou a propagação da doença.

Em fevereiro, a OMS havia decretado uma emergência de saúde pública de alcance internacional e reafirmou nesta sexta que cerca de 70 países contam com casos de zika desde 2015.

Menos de duas semanas após encerrar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) anunciou nesta sexta-feira (2) a saída de Marcus Vinícius Freire de sua diretoria executiva de Esportes. O dirigente foi o principal responsável por definir a meta de colocar o Brasil no Top 10 do quadro de medalhas do Rio-2016, mas a equipe brasileira encerrou a competição na 12º colocação, empatada com a Holanda.

Nos Jogos do Rio, o Brasil conquistou 19 medalhas, duas a mais do que em Londres-2012. O resultado ficou abaixo da meta estipulada pelo próprio Marcus Vinícius, que em 2014 considerou que o País precisaria conquistar pelo menos 27 medalhas para ficar entre os dez melhores no número de pódios. No ano passado, esta meta foi revista para 23 medalhas, mas mesmo assim o Brasil não conseguiu alcançar o objetivo.

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Segundo comunicado divulgado pelo COB nesta sexta, a saída de Marcus Vinícius, que estava há 18 anos no comitê, foi realizada "em comum acordo". Na nota, o presidente da entidade, Carlos Arthur Nuzman, afirma que "a missão desenvolvida por Marcus Vinícius e sua equipe, na preparação e na condução do Time Brasil, durante os Jogos Olímpicos Rio-2016, foi excelente e cumpriu os objetivos estabelecidos".

Freire também falou em "missão cumprida". O agora ex-dirigente disse que "os resultados foram superiores a todos os anteriormente conquistados em Jogos Olímpicos" e que iria seguir novos caminhos. Marcus Vinícius afirmou que irá tirar um período de descanso e, no início do próximo ano, deverá fazer um curso na Singularity University, no Vale do Silício, nos Estados Unidos.

Durante os Jogos do Rio-2016 não foi detectado qualquer caso de zika entre os atletas nem entre os demais participantes do evento olímpico, informou nesta sexta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS), destacando, ao mesmo tempo, que o Brasil continua sendo o país mais afetado pela epidemia.

"O Brasil indicou que, durante os Jogos Olímpicos e depois que os Jogos acabaram, não foi detectado nenhum caso de atleta ou participante infectado por zika", informou à imprensa o presidente do comitê de emergências da OMS para o zika, o dr. David Heymann.

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"Pode ser que alguns casos se apresentem agora ou depois dos Jogos Paralímpicos", destacou, por sua vez, o diretor do Programa de Gestão de Situações de Emergência Sanitária da OMS, Peter Salama.

Ele ressaltou, no entanto, que mesmo que possa agora haver alguns casos, não se poderá dizer que os Jogos tenham sido um fator que acelerou a propagação da doença.

Em fevereiro, a OMS havia decretado uma emergência de saúde pública de alcance internacional e reafirmou nesta sexta que cerca de 70 países contam com casos de zika desde 2015.

Quem já sente saudades dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro vai ter uma nova chance de vivenciar os ritos da maior cerimônia esportiva do mundo. O revezamento da tocha paralímpica começou nessa quinta-feira, em Brasília, e vai cruzar todas as regiões do País.

Na capital federal, o primeiro atleta a conduzir a tocha foi Cláudio Irineu da Silva, 48 anos, que é tetracampeão mundial de futebol para amputados e medalha de ouro no vôlei sentado na Paralimpíada de Pequim-2008. "O esporte é a maior ferramenta de inclusão que temos no momento e foi ele que me trouxe de novo à sociedade e me ajudou a brigar por títulos e pela vida", disse Cláudio.

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O atleta, que competia no futebol profissional, sofreu um acidente aos 20 anos, quando seguiu para o esporte adaptado. "Essa visibilidade não é importante somente para os atletas paralímpicos, mas para as pessoas com deficiência em geral", disse.

De fato, a visibilidade foi o que trouxe muitas famílias e pessoas com deficiência para acompanhar a cerimônia nessa manhã no Parque da Cidade. O pequeno Brian, de 6 anos, nasceu com problemas motores nas pernas. Ele viu a propaganda da cerimônia na TV e pediu para a mãe levá-lo. De cadeira de rodas, ele veio do Gama, cidade a 40 km de Brasília para seguir o revezamento.

"É importante que a gente participe e divulgue esse evento. Não tinha tantas pessoas aqui hoje como no revezamento da Olimpíada. Precisamos estar aqui para mostrar que as pessoas com deficiência também podem fazer esporte", disse Emanuel Pereira, 29 anos. Ele tem Síndrome de Down e também foi ver a tocha acompanhado da família.

TRAJETO - A tocha, que ainda vai passar pelas cidades de Belém (PA), Natal (RN) e Joinville (SC), chega a São Paulo no próximo domingo, no Centro Paralímpico Brasileiro (CPB). A última parada, no Rio de Janeiro, será na terça-feira. Mais de 700 atletas vão participar do revezamento, entre pessoas com deficiência e pessoas que apoiam o esporte paralímpico.

Os Jogos Paralímpicos acontecem no Rio de Janeiro entre 7 e 18 de setembro, com cerimônia de abertura no Estádio do Maracanã. A meta do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é terminar a competição na quinta posição geral, duas à frente do resultado obtido em Londres-2012, quando ficou com o sétimo lugar geral.

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