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Os hotéis do Rio de Janeiro registraram pico de ocupação na segunda semana de agosto, em função da Olimpíada Rio 2016, com média de ocupação de 96,72%. O índice caiu para 95,94% na terceira semana (15 a 21 do mês), depois de a pesquisa mensal ter iniciado com taxa média de ocupação de 89,47% entre os dias 1º e 7 de agosto. Os dados foram divulgados hoje (23) pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ).

A pesquisa mostra que os índices mais altos de ocupação na hotelaria carioca foram apurados nos bairros da Barra da Tijuca e São Conrado (99,30%) na segunda semana, seguidos de Ipanema e Leblon, com 99,16%, no mesmo período. Na terceira semana do mês, com a aproximação do encerramento da Olimpíada, os índices caíram para 97,91% e 96,58%, para as duas regiões, respectivamente. No sentido inverso, Leme e Copacabana tiveram o total de quartos ocupados elevado de 96,96% para 97,84%, e Flamengo e Botafogo de 95,64% para 96,24%. Já na região do centro da cidade a média de ocupação caiu entre a segunda e a terceira semana de agosto de 92,55% para 91,12%.

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Para estimular a ocupação durante a Paralimpíada, que ocorrerá de 7 a 18 de setembro, a ABIH-RJ lançou campanha nacional no último dia 18, em parceria com o Rio Convention & Visitors Bureau, a Rio 2016, a Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur) e a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa). Os pacotes promocionais englobam passagens aéreas, hospedagem e ingressos.

Na ocasião do lançamento da campanha, o diretor-geral do comitê organizador dos Jogos Rio 2016, Sidney Levy, destacou que esta é a primeira vez que os Jogos Paralímpicos estão sendo realizados aqui no Brasil e na América do Sul. "Teremos os melhores atletas, mostrando a superação como a melhor qualidade dos seres humanos. A parceria com as entidades oferece uma excelente oportunidade para que o brasileiro possa participar e viver este momento único e com valores acessíveis.”

Os pacotes estão disponíveis no site  www.visit.rio/pacotes. A campanha prosseguirá até 5 de setembro. Ela envolve investimentos da ordem de US$ 2 milhões em programas de rádio e televisão dos maiores mercados emissores nacionais, com o objetivo de atrair brasileiros, disse o presidente ABIH-RJ, Alfredo Lopes. Ele estima que os índices de ocupação no Rio de Janeiro devem cair para a faixa de 50% já a partir desta semana.

Não teve para ninguém na Rio-2016. Os Estados Unidos foram os grandes vencedores dos jogos olímpicos, somando 121 medalhas, sendo 46 de ouro. O resultado é grandioso, já que os norte-americanos tiveram quase o dobro de medalhas douradas do segundo lugar, Grã-Bretanha. Mas, e se o quadro de medalhas levasse em consideração a população de cada país que disputou os jogos? Essa é a ideia do site Medals Per Capita, que reformulou a tabela final dos jogos de maneira bem curiosa.

A proposta é dividir os ouros conquistados para a população de cada país. Por exemplo, a Jamaica conquistou seis ouros e tem 2.725.941 habitantes. Sendo assim, sua média é de um ouro para cada 454,323 pessoas. Confira quem foram os 'vencedores' da Olimpíada nessa nova perspectiva:

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É curioso perceber que os Estados Unidos não ficam sequer entre os dez primeiros. Com 46 ouros e mais de 302 milhões de habitantes, os norte-americanos ocupam a 30ª colocação, com um ouro para cada 6,987,365 pessoas. O Brasil cai para 52ª posição com um ouro para cada 29,692,504 habitantes.

O pênalti decisivo de Neymar que garantiu o ouro inédito para a seleção masculina de futebol do Brasil foi o momento mais comentado no Twitter da Rio-2016 no mundo todo. O evento esportivo gerou 187 milhões de tuítes na rede social, com 75 bilhões de visualizações – um recorde histórico. As informações foram compartilhadas pelo microblog nesta segunda-feira (22).

O ouro da seleção brasileira superou até mesmo a vitoria do jamaicano Usain Bolt na prova de 100 metros rasos, quando o atleta se tornou tricampeão olímpico, no último dia 14. O terceiro maior pico de conversas no Twitter aconteceu quando Neymar marcou o primeiro gol do Brasil na final do futebol contra os alemães.

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Entre as personalidades, o norte-americano Michael Phelps, o corredor jamaicano Usain Bolt e Neymar foram os atletas mais comentados no período olímpico. Na sequência estão a ginasta Simone Biles e o nadador Ryan Lochte – envolvido num escândalo sobre um suposto assalto que repercutiu em todo o mundo.

Os esportes mais mencionados foram natação, futebol, atletismo, ginástica e tênis. Já as hashtags mais utilizadas pelos usuários do Twitter ao redor do mundo foram #Rio2016, #Olympics e #CerimoniaDeAbertura.

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Neymar começou a planejar a tatuagem em comemoração à conquista do ouro ainda na sexta-feira, na véspera da final do Rio-2016. Para isso, mandou chamar o profissional Adão Rosa, que já havia feito pelo menos metade das 36 imagens que o craque do Barcelona tem pelo corpo. Neymar ofereceu ingressos para a partida e pediu que o Adão fosse para o Maracanã e ficasse no vestiário pronto para marcar na pele a conquista.

"Fizemos a tatuagem dentro do vestiário em cima de uma cadeira", conta Adão. "Era só festa com todos os jogadores pintando o cabelo. Nunca tinha visto o Neymar tão feliz", conta.

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Antes desse momento de felicidade, no entanto, Neymar desabafou no gramado. Depois de ter dito a frase "vocês vão ter que me engolir", o jogador discutiu com torcedores que haviam cobrado raça.

"Cada tatuagem é um momento da história dele, uma fase da vida. Todas têm um significado", afirma Adão, que tem estúdios em São Paulo, Santos e também na Itália para atender jogadores de futebol, do Brasil e do exterior.

O gosto de Neymar é variável. Passa pelo rosto da irmã no braço, feita no ano passado, até símbolos de redes sociais, como o sinal de mensagem visualizada do aplicativo WhatsApp, imagem que também foi feita por seus "parças". Ele tatuou também o nome da mãe no braço, homenagem ao pai no peito, cruz com coroa atrás do braço, a palavra "abençoado" em inglês nas costas, a frase "Deus é fiel" no pulso e até uma coroa no dedo.

A última imagem havia sido prometida ainda no mês de julho. Adão se sente parte da conquista olímpica. "Ainda não caiu a ficha. Poucas pessoas podiam estar ali. Eu também me senti como eles", disse.

Para o Ministério Público Federal, a Olimpíada não terminou. O Estadão.com apurou que procuradores conduzem investigações em torno das obras do evento, com suspeitas de corrupção e improbidade administrativa. Dos serviços de esgoto para despoluir a baía de Guanabara aos contratos entre agências públicas e o Comitê Rio-2016, os procuradores federais na cidade carioca querem saber de que forma recursos públicos foram utilizados.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, insistiu no fim de semana que o evento não contou com recursos públicos, o mesmo argumento usado pelo Comitê Rio-2016. Mas para o procurador da República Leandro Mitidieri, as apurações já revelaram que pelo menos R$ 600 milhões em dinheiro dos cofres dos diferentes níveis de governo já abasteceram o evento, principalmente com subsídios para energia, segurança e transporte.

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Além desses valores, o governo federal e o município prometeram mais R$ 250 milhões na semana passada. A isso tudo se soma um isenção fiscal que, segundo a Receita Federal, chegará a mais de R$ 3 bilhões para todas as empresas envolvidas até 2017.

O MP suspeita que o Rio-2016 tentou dissimular recursos públicos em suas contas, fechando um acordo de patrocínio com a Agência de Promoção de Exportações (Apex) dias antes do início dos Jogos. A suspeita dos procuradores é de que o contrato não seria de patrocínio, mas apenas um mecanismo para garantir dinheiro público no evento, o que estaria proibido pela Justiça.

O dinheiro acordado numa primeira parcela seria de R$ 25 milhões. Mas a suspeita é de que a verba seria usada sem qualquer contrapartida real para a Apex. Com o patrocínio, o Rio-2016 não precisaria ter suas contas avaliadas pelo Tribunal de Contas da União. Mas, se o contrato é apenas uma forma de dissimular novos recursos, isso implicaria maior fiscalização.

O contrato com a Apex foi fechado no dia 4 de agosto e supostamente para ter a agência estatal explorando sua marca nos Jogos. O MP suspeita de que não houve sequer tempo para garantir essa exploração. "Se houve essa simulação de contratos, poderia ser uma improbidade administrativa", disse o procurador, que afirma não ter garantias de que outros contratos com estatais não estejam sendo desenhados da mesma forma.

A Apex indicou que o contrato de patrocínio envolveu uma projeção, durante a festa de encerramento, de uma campanha internacional para promover o Brasil pelo mundo. As imagens foram colocadas no gramado do Maracanã. Foram apenas alguns minutos, mas o suficiente para justificar o patrocínio que a agência deu ao Comitê Rio-2016. O MP vai apurar essa projeção para entender de que forma a agência estatal pretende usar seu direito de patrocinador.

Na última segunda-feira no Rio, a agência e o Ministério das Relações Exteriores lançaram a nova estratégia de promoção das exportações e de atração de investimentos estrangeiros. O presidente da Apex, Roberto Jaguaribe, insistiu que o dinheiro da agência não vinha do orçamento público.

Na semana passada, o governo de Michel Temer anunciou que, junto com a prefeitura do Rio, daria R$ 250 milhões para garantir a realização dos eventos.

Outra suspeita sob apuração é o sistema de limpeza da Baía de Guanabara, uma das obras prometidas para garantir competições no local. Segundo Mitidieri, as estações de tratamento de fato foram construídas. "Mas o sistema opera apenas pela metade", apontou, sugerindo que está avaliando para onde teria ido os recursos.

O MP Federal ainda apura documentos que apontam também para suspeitas relativas às obras do Parque Olímpico da Barra, além de fazer um pente fino em todos os contratos e acordos entre o Comitê Olímpico do Brasil e o Ministério dos Esportes. Parte dos recursos usados para as obras do Complexo de Deodoro está bloqueado. "Essa investigação corre sob sigilo de justiça", disse o procurador.

TRANSPARÊNCIA - Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Rio-2016, insiste que não existe obrigação de a entidade abrir suas contas, já que se trata de uma empresa privada.

Foi apenas na semana passada e sob forte pressão que os organizadores divulgaram no site do Comitê Rio-2016 os balanços financeiros dos últimos anos. Mas sem detalhamentos suficientes.

Nos documentos, fica claro que os oito diretores-executivos da entidade ganharam R$ 26 milhões em apenas quatro anos como salários. Os dados não incluem 2016, ano de maior pagamento.

Procurado para falar sobre a investigação, a assessoria de comunicação do Rio-2016 não respondeu aos e-mails enviados. Uma coletiva que estava marcada para ocorrer na segunda-feira com a participação dos organizadores acabou sendo cancelada. Nuzman chegou a falar com os jornalistas, mas apenas sobre o desempenho esportivo do Brasil e não entrou em detalhes sobre a organização do evento.

O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) negou nesta terça-feira (23) o recurso da Rússia contra a decisão de excluir seu país dos Jogos Paralímpicos do Rio após o escândalo de doping de Estado revelado pelo relatório da comissão McLaren.

"O Tribunal Arbitral do Esporte negou o recurso apresentado pelo Comitê Paralímpico da Rússia contra a decisão ditada pelo Governo do Comitê Paralímpico Internacional (CPI) em 7 de agosto", disse a máxima instância judicial do esporte em um comunicado. "Consequentemente, se confirma a decisão do CPI", prosseguiu a nota.

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Após receber investimentos na casa de R$ 1,4 bilhão nos últimos quatro anos e ficar abaixo da meta de conquistar pelo menos o décimo lugar no quadro geral de medalhas, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) considerou "extraordinária" a participação do Time Brasil nos Jogos do Rio. O País encerrou a competição com 19 medalhas e o 12º lugar na soma total de pódios. Em Londres-2012, o Brasil havia conquistado duas medalhas a menos.

O baixo crescimento - de cerca de 10% - não pode ser creditado à falta de investimentos nos últimos quatro anos. No total, o COB recebeu cerca de R$ 700 milhões em repasses através da Lei Agnelo-Piva, e o montante dobrou com a injeção de recursos de patrocinadores privados. No ciclo olímpico anterior, entre os Jogos de Pequim e Londres, o orçamento da entidade foi 50% inferior - o COB recebera R$ 390 milhões em leis de incentivo e o praticamente o mesmo valor em patrocínios.

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"A meta (de ser Top 10) foi difícil e ousada, mas era factível. Tanto se mostrou que era factível que ficamos três medalhas abaixo do necessário. Os (países) que ficaram na frente estão há vários quadriênios com o investimento que tivemos agora", afirmou Marcus Vinicius Freire, diretor executivo de Esportes do COB.

Presidente do comitê, Carlos Arthur Nuzman não pareceu muito à vontade quando o assunto era a meta não atingida. Ao ser lembrado que outros países que sediaram Jogos Olímpicos tiveram um salto de conquistas muito maior, ele rebateu menosprezando a situação da Grécia (sede dos Jogos de 2004, em Atenas) e, sobretudo, da Espanha (que sediou a Olimpíada de 1992, em Barcelona).

"Eu acho que a Espanha fez Olimpíada também, a Grécia fez Olimpíada também. O objetivo não é meramente numérico, ele é num todo. E ao ter esse objetivo num todo ele tem que abranger um legado que vai ficar no futuro", ponderou Nuzman.

Pouco depois, ele voltou à mesma questão e, apesar de a Espanha ter conquistado o mesmo número de ouros do Brasil nos Jogos do Rio, considerou que o país europeu não pode ser considerado uma potência olímpica.

"Se falou muito na Espanha, mas não que a Espanha depois de Barcelona-1992 tivesse melhorado. Ao contrário, ela caiu em número de medalhas. Eu não quero que transformem a Espanha por causa do Nadal ou por causa do basquete num grande país olímpico que não o é", disse o dirigente.

A delegação do Brasil neste ano foi a maior da história e chegou a 465 atletas. Contou muito para o número inchado o fato de a disputa ter sido no País e o Brasil ter vagas garantidas. Na avaliação do COB, o Time Brasil poderia ter até 90 atletas a menos se a competição tivesse acontecido em outro lugar.

Arquibancadas vazias, vaias nem sempre oportunas, mas também ambientes vibrantes e brincadeiras divertidas: o público dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 foi patriótico, colorido, entusiasmado, desregrado, mas, por vezes, ausente. Vestindo a camisa da Seleção ou do seu clube de futebol favorito, o torcedor carioca foi ver os Jogos como vai para o estádio, com grande paixão.

Saudou as estrelas, como Michael Phelps e Usain Bolt, ainda mais do que os seus campeões brasileiros, mas também ignorou a etiqueta própria de alguns esportes. Dois dias antes da cerimônia de abertura, 20% dos ingressos ainda estavam disponíveis para venda, 1,2 milhões de entradas, segundo os organizadores.

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A taxa de ocupação dos Jogos foi, portanto, oficialmente, pelo menos, de 80%, mas poucos foram os locais de competição onde este nível parece ter sido alcançado, exceto, talvez, em alguns esportes de equipe. Uma indiferença que não dizia respeito apenas às "pequenas" disciplinas esportivas ou aquelas estranhas à cultura do esporte brasileiro. O exemplo mais marcante: as arquibancadas vazias do Estádio Olímpico, uma arena de 60.000 assentos dedicados ao atletismo, o esporte rei dos Jogos. Quase nunca esteve cheio, exceto algumas noites em que Usain Bolt competiu.

Esteve tragicamente vazio nas manhãs, apesar de algumas grandes finais. O queniano Ezekiel Kemboi, bicampeão olímpico dos 3000 m com obstáculos (2004, 2012), conquistou mais uma vitória em meio a uma indiferença quase geral.

Arquibancadas vazias, que fizeram chiar as emissoras dos Jogos. Para os canais e anunciantes, que investem fortunas nos Jogos Olímpicos, "esta é a pior coisa que pode acontecer na tela", disse à AFP o grego Yiannis Exarchos, CEO da Olympic Brodcasting services.

'Problemáticas'

A localização do estádio João Havelange, distante de outras atrações, incluindo do Parque Olímpico, e problemas de transporte podem ter dissuadido os torcedores. O mesmo vale para o preço dos ingressos em um país mergulhado em uma crise econômica.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, lamentou que os estádios "não estiveram cheios nos primeiros dias", citando "desafios em termos de transporte". Mas, em seguida, "mesmo para alguns esportes pouco populares, os estádios estiveram cheios", afirmou.

O COI terá dificuldades em dar lições, quando um de seus dirigentes, o irlandês Patrick Hickey, está preso em Bangu por seu suposto papel na revenda ilegal de ingressos que teria gerado pelo menos 2,8 milhões de euros em receita.

O chefe do atletismo mundial, o britânico Sebastian Coe, reconheceu que "algumas sessões foram problemáticas". "Talvez por causa dos preços dos ingressos", disse. "Nem sempre (houve) paixão no estádio (olímpico), mas nos grandes momentos, sim", ressaltou.

Organizador dos Jogos de Londres há quatro anos, Lord Coe pode dizer com segurança que os Jogos Olímpicos no Rio deixaram a desejar em termos de presença e atmosfera. Mas é verdade que a Grã-Bretanha é o berço de muitos esportes olímpicos, não o Brasil.

O caso Renaud Lavillenie ilustrou esse desconhecimento do público local em relação aos códigos de etiqueta. O campeão olímpico do salto com vara avançava para uma segunda medalha de ouro quando o brasileiro Thiago Braz fez o melhor salto de sua vida (6,03 m). O público, até então tranquilo, passou a vaiar o francês e plaudir seu fracasso, sinônimo de título para Thiago Braz.

'Inaceitáveis'

"Público de merda", reclamou Lavillenie às câmeras, em um comparação infeliz com o atleta americano Jesse Owens e o público dos Jogos de 1936 na Alemanha nazista. Em um piscar de olhos se tornou o inimigo do torcedor brasileiro e pagou por suas declarações com uma nova onda de vaias no pódio.

As vaias foram consideradas como "inaceitáveis" pelo presidente do COI. O tenista Juan Manuel del Potro, sobre o qual o público brasileiro via uma falha grave - sua nacionalidade argentina -, sofreu sem vacilar, até o final. Alguns torcedores chegaram a brigar durante uma de suas partidas.

Em muitos locais de prova, não apenas no atletismo, os organizadores espalharam mensagens lembrando as regras de fair play. Porque "o brasileiro torce odiando", disse à AFP Erich Beting, especialista brasileiro em esportes.

Dessa forma, "o adversário passa a ser inimigo em meio a um clima de enorme paixão", afirma. Principalmente apaixonado por futebol ou vôlei, o torcedor médio brasileira não está habituado a cultura dos esportes olímpicos. Isso foi visto e ouvido...

Mas alguns também têm criticado "o prisma um tanto etnocêntrico da mídia internacional". "Não há nenhuma maneira universal de torcer", ressalta Victor Melo, historiador do esporte na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A mentira sobre um suposto assalto no Rio de Janeiro deve custar bem mais do que um desgaste moral para o nadador americano Ryan Lochte. A fornecedora de material esportivo Speedo, que tinha o atleta como um dos seus principais patrocinados, informou nesta segunda-feira (22), por meio do Facebook, que vai destinar uma fração do cachê para crianças pobres do Brasil.

De acordo com a postagem da empresa, 50 mil dólares foram prometidos em prol de crianças necessitadas. A Speedo ainda disse que, apesar dos mais de dez anos de parceria com o nadador, a companhia não pode compactuar com uma atitude mentirosa, que vai de encontro aos valores morais da marca.

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Uma reportagem publicada pela AFP aponta que o americano reconheceu o erro e pediu desculpas, mas nem por isso ele ficou isento de críticas. "Eu quero pedir desculpas pelo meu comportamento semana passada - por não ter sido mais cuidadoso e sincero na forma como descrevi o que aconteceu no começo daquela manhã, e por ter tirado o foco dos atletas que estavam realizando o sonho de participar da Olimpíada”, disse Ryan, na matéria da AFP. 

Com o fim dos Jogos Olímpicos, o Brasil encerra um capítulo de sua história no qual mostrou ao mundo que é capaz de organizar os maiores eventos esportivos do planeta. Mas o esforço valeu a pena?

A esperança deu lugar a um sabor agridoce com as grandes manifestações de rua de 2013 contra a corrupção e com os gastos da Copa do Mundo de Futebol de 2014, que poderiam ter sido empregados em saúde, educação e transporte público, de péssima qualidade.

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E a tempestade perfeita, que aumentou desde então, desabou plenamente sobre o Brasil em 2016, em plena preparação para os Jogos, sob os holofotes do mundo inteiro: crise política e recessão econômica históricas, desemprego recorde e um colossal escândalo de corrupção em sua empresa estatal mais prestigiosa, a Petrobras.

A cortina caiu. O que resta para o Rio de Janeiro, para o país inteiro? "O maior legado dos Jogos foi a festa para o povo carioca, que jamais se esquecerá destes dias", declarou Juca Kfouri, um dos maiores analistas esportivos do Brasil.

Mas "a conta a pagar será altíssima", lamentou em declarações à AFP. "Espero que tenha servido também para educar um pouco a torcida brasileira, mas acredito que não", acrescentou em referência ao hábito de seus compatriotas de assobiar e vaiar atletas estrangeiros em plena competição ou no momento de cantar seu hino nacional ou receber medalhas, como se fosse no futebol.

Um sabor amargo

Ficaram para trás os gloriosos dias cheios de possibilidades e de autoconfiança de 2009, quando milhares de cariocas explodiram de alegria na praia de Copacabana em meio a uma chuva de confete ao ver em um telão o Rio ser escolhido a primeira sede dos Jogos Olímpicos na América do Sul.

Na televisão, viram como o então presidente Lula chorava e abraçava Pelé em Copenhague, envolto na bandeira verde e amarela. O menino analfabeto que engraxava sapatos na rua, que se tornou trabalhador metalúrgico, líder sindical, inimigo da ditadura e presidente em sua quarta tentativa havia conseguido o que ninguém jamais alcançou.

Mas atualmente um clima de pessimismo paira sobre o país. O homem que ocupa o cargo presidencial em Brasília, Michel Temer, não foi eleito nas urnas e muitos brasileiros o consideram ilegítimo. O Senado iniciará nesta quinta-feira a etapa final do impeachment da impopular presidente Dilma Rousseff, sucessora de Lula e acusada de maquiar as contas públicas. Suspensa desde maio, tudo indica que será destituída no final do mês e que Temer, seu ex-vice que se tornou seu arqui-inimigo - e tão impopular quanto ela - governará até 1º de janeiro de 2019.

A procuradoria suspeita que Lula teve um papel-chave na mega fraude na Petrobras, que já levou à prisão grandes figuras do Partido dos Trabalhadores (PT) e alguns dos maiores empresários do país. "Para nós como brasileiros é um orgulho ser sede das Olimpíadas, mas este é um momento muito triste da história que vai ficar marcado para sempre", disse Fernanda Corezola, uma funcionária pública que viajou de Porto Alegre para ver os Jogos.

Mais transporte

Para 2017, o governo do Rio estima que 63% da população utilizará o transporte público (contra apenas 17% em 2009) após a construção da nova linha do metrô de 16 km, de 156 km de corredores de ônibus expressos (BRT) e de 28 km de trilhos para o VLT. "O transporte é o maior legado dos Jogos por volume de investimento e por quantidade de pessoas beneficiadas", disse á AFP Rafael Picciani, número dois da prefeitura.

Os habitantes se queixam, contudo, de que os ônibus ficam lotados e são insuficientes, e da falta de transporte e outros serviços, como saneamento, em muitas zonas pobres. A espetacular Baía de Guanabara, que as autoridades prometeram despoluir para os Jogos, continua suja.

Embora as autoridades insistam que foi uma Olimpíada barata, organizada com 60% de capital privado, muitos pensam como Guilherme Dias, professor de uma escola carente do Rio. "Esta festa de obras superfaturadas não foi feita para o povo, os eventos são distantes de onde a população carente vive e dividiu a cidade entre ricos e pobres", disse.

A paisagem do centro, pelo menos, melhorou: uma caótica avenida pertence agora aos pedestres e por ela passa um silencioso VLT que parte do aeroporto doméstico Santos Dumont. Outra antiquada avenida que rodeava o porto foi transformada em um atrativo passeio com dois novos museus. "Os Jogos Olímpicos serviram de catalizador para o desenvolvimento do Rio de Janeiro. Não acredito que alguém esteja em desacordo que todas essas melhorias em infraestruturas eram necessárias e criaram milhares e milhares de postos de trabalho", avaliou Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Mas para muitos cariocas pobres - um terço da população de seis milhões vive em favelas - pouco ou nada mudou. A endêmica violência continua, apesar da ocupação policial de várias dessas comunidades carentes. Uma média de quase cinco cariocas tem uma morte violenta por dia, às vezes pelas mãos da polícia, às vezes dos narcotraficantes.

O técnico Bernardinho disse neste domingo que "pensará um pouco" antes de definir se seguirá à frente da seleção de vôlei masculino do Brasil, após conquistar o ouro olímpico nos Jogos do Rio-2016.

"Tenho que pensar um pouco" antes de definir o futuro à frente da seleção, disse Bernardinho, que desde 2001 conquistou o ouro em Atenas-2004 e no Rio-2016, além de vários títulos internacionais.

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Bernardinho revelou que foi "duro" suportar a derrota sofrida em Londres-2012, na final contra a Rússia, após vencer os dois primeiros sets.

Consultado sobre se há alguém que possa substituí-lo, Bernardinho respondeu: "absolutamente". O importante é que o Brasil tem equipe para seguir sendo competitivo em um vôlei mundial de alto nível, acrescentou o treinador.

Bernardinho, que fará 57 anos, é considerado o técnico com mais conquistas na história do Brasil em títulos mundiais e olímpicos.

Ela não exige preparo físico, treinamento e nem sequer é um esporte olímpico. Mas a “modalidade” da selfie esteve bastante presente durante todo o período dos jogos. Procurar o melhor ângulo, iluminação e plano de fundo, são alguns dos desafios que esses "atletas" precisam enfrentar para conseguir a foto perfeita.

Registrar o momento é o que move o público que não perde uma oportunidade de tirar foto. Seja assistindo a algum jogo, na praia ou em frente ao famoso mural grafitado de três mil metros quadrados; o que vale é ter a recordação de um momento único como as Olimpíadas.

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Linda, encantadora, emocionante, histórica. Não faltam adjetivos que descrevam a festa de encerramento dos Jogos do Rio, na noite deste domingo (21). A chuva caiu sobre o saudoso Maracanã, mas o temporal de alegria foi que tomou conta do palco. E o que falar da mistura de ritmos durante as apresentações? Parte delas deixou o povo pernambucano orgulhoso. Ver Lenine, frevo, bonecos de barro e outros artistas da terra de Luiz Gonzaga fez brotar emoções dos pernambucanos.

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Lenine cantou “Jack soul brasileiro” homenageando voluntários das Olimpíadas. Já a 'Orchestra Santa Massa', sob a condução de Dj Dolores, mostrou ao Brasil Trummer, Yuri Queiroga, Isaar e Maestro Spok. O grupo exaltou canções pernambucanas, principalmente com o tradicional frevo ‘Vassourinhas’, ovacionado pelo Maracanã.

A cultura do boneco de barro foi destacada e o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, foi relembrado quando todo estádio cantou Asa Branca. Novamente, o público foi ao delírio.

Na internet, o Nordeste ganhou as redes sociais. Comentários de orgulho tomaram conta das pessoas e brincadeiras sugeriam que a próxima Olimpíada fosse realizada num “país chamado Pernambuco”.

Com informações de Paulo Uchôa

Os olhos sorriam porque a boca precisava gritar. Depois de 19 dias de competições, a Olimpíada do Rio terminou em clima de alto-astral, na noite deste domingo, no estádio do Maracanã, com muita dança, música e espírito de carnaval. Depois de uma irretocável festa de abertura, a cerimônia de encerramento tentou aplacar a saudade já instalada na cidade com a valorização do espírito carioca, ou seja, aquele que, mesmo diante de adversidades, sabe manter o entusiasmo.

Figura emblemática na abertura, o aviador Santos Dumont surgiu novamente na festa deste domingo (para desespero dos norte-americanos que não o aceitam como Pai da Aviação), agora na contagem regressiva de dois momentos: o início da cerimônia e o fim da Olimpíada.

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Criador do relógio de pulso, Santos Dumont foi recebido pelo chorinho Odeon, de Ernesto Nazareh. As boas-vindas foram completadas por uma enorme imagem do Pão de Açúcar, desenhada no palco que, por sua vez, trazia as famosas curvas do calçadão de Copacabana. Natureza e ocupação urbana - outra referência da abertura, reafirmada no encerramento: a necessidade de se manter um adequado equilíbrio.

Para evitar um didatismo chato, o assunto foi tratado à base de música, com Martinho da Vila homenageando grandes compositores (como Noel Rosa, Pixinguinha e Braguinha) ao cantar os clássicos Carinhoso e Pastorinhas. A melodia das canções serviu de ponte para o primeiro ato cívico da festa, a execução do Hino Nacional do Brasil. Cumprida a obrigação, a festa recebeu seus principais convidados - atletas das 207 delegações tomaram as cadeiras postadas no gramado. As bandeiras foram carregadas por medalhistas, como o canoísta Isaquias Queiroz, representando o Brasil.

Jovens pedem um ritmo animado, o que foi providenciado pela música eletrônica do DJ Dolores e a Orchestra Santa Massa, além do DJ Mika Mutti, que fundiu a sonoridade eletrônica com percussão de raiz. Sim, era preciso não se esquecer da referência brasileira, homenageada por Roberta Sá interpretando Carmen Miranda. A Pequena Notável, de fato, exibia as curvas e as cores que orgulham o Brasil, detalhes lembrados ainda pelo tecido de renda e pela elegância das obras do paisagista Burle Marx.

Com todos atletas em cena, a festa de encerramento foi usada para o lançamento do Canal Olímpico, plataforma digital gratuita que vai exibir programação própria e também eventos esportivos ao vivo. A primeira ação foi mostrar um vídeo com atletas olímpicos dançando.

Emoção é um elemento essencial em uma festa de despedida. Como a lembrança de atletas já mortos. A reverência veio acompanhada do poema Saudade, criado por Arnaldo Antunes. A palavra, aliás, foi projetada na plateia em diversos idiomas. Emocionante também foi relembrar as conquistas dos atletas ao longo da Olimpíada em imagens no telão.

DESPEDIDA - A cerimônia chegava ao final. O prefeito do Rio de Janeiro e a governadora de Tóquio trocaram bandeira olímpica e a cidade japonesa já revelou que a tecnologia será seu forte: animações mostraram exemplos dos 33 esportes em disputa e a reprodução do beira-mar de Tóquio. E, passados os discursos oficiais, o Rio se despediu com seu principal produto de exportação: o carnaval. O domingo, na verdade, teve um indisfarçável gosto de quarta-feira de cinzas.

O Brasil teve no Rio-2016 a sua melhor participação na história dos Jogos Olímpicos, mas não atingiu a meta estipulada pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil). Com sete medalhas de ouro, seis de prata e seis de bronze, o Time Brasil subiu ao pódio 19 vezes. O objetivo da entidade era que o País conquistasse 27 ou 28 medalhas e terminasse a Olimpíada entre os 10 mais bem colocados no número total de pódios.

Com oito medalhas a menos do que o previsto, o Brasil não conseguiu ficar no Top 10 nem pelo critério do total de medalhas nem pelo ranking qualitativo (número de ouros) - ficou em 13.º lugar nos dois. Com mais três medalhas, por exemplo, o País empataria com o Canadá, que foi o 10.º colocado pelo total de medalhas.

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O crescimento em relação aos Jogos de Londres, em 2012, foi pequeno. Mesmo com o apoio da torcida e aumento nos investimentos, o Brasil conquistou somente duas medalhas a mais do que na Inglaterra, há quatro anos.

Para os Jogos do Rio, o Brasil teve a maior delegação de sua história, com 465 atletas. Foi feito um planejamento especial, justamente para uma edição olímpica em casa, e, por isso, a projeção do COB era que o Brasil pudesse ficar no Top 10.

Mas foram muitas as decepções que fizeram o Brasil não alcançar a meta do COB. A equipe de natação, por exemplo, não subiu nenhuma vez no pódio, sendo que o objetivo era conquistar quatro medalhas. Até o vôlei, com três pódios (dois ouros e uma prata), ficou aquém do esperado. A expectativa era de seis pódios, somando as equipes de quadra e praia.

Nem mesmo as modalidades consideradas "surpresas" contribuíram para que o Brasil tivesse um desempenho melhor no Rio. O COB esperava que levantamento de peso e tiro com arco pudessem subir ao pódio, mas não foi isso que aconteceu. A única "surpresa" foi o bronze conquistado no último sábado por Maicon Andrade no tae kwon do.

DE OLHO NO FUTURO - Na vela, o Brasil conquistou apenas uma medalha, de ouro, mas chegou a sete medal races. Para o presidente da Confederação Brasileira de Vela, Marco Aurélio Ribeiro, a equipe mostrou que tem boas perspectivas de futuro para uma modalidade que sempre ganha medalhas para o País. "A vela entrou com uma equipe renovada na Olimpíada, tanto com a Martine e Kahena, como com o Jorge Zarif, que foi quarto lugar. Pela idade que eles têm, irão a mais duas Olimpíadas", comentou.

O dirigente, inclusive, não descarta um retorno de Robert Scheidt para os Jogos de Tóquio, em 2020, apesar de o velejador já ter anunciado a sua aposentadoria olímpica. "Primeiro que ainda tenho esperança de ele não se aposentar. Temos duas jovens ganhando medalha de ouro, o Zarif muito decepcionado com o quarto lugar, o que é bom. O inconformismo pode ajudar a chegar a Tóquio bem".

A renovação de atletas de ponta na vela sempre preocupou a confederação. Agora, o dirigente acredita que pelos próximos 12 anos o Brasil conta atletas que poderão brigar por medalhas. "Nas classes onde não tivemos uma performance muito boa vamos fazer um trabalho de renovação, com jovens".

Outro carro-chefe de medalhas para o Brasil, o judô conquistou três medalhas, número inferior a Londres. A CBJ (Confederação Brasileira de Judô) se mostrou incomodada por não ter garantido mais pódios. "A equipe se preparou melhor que o resultado e o desempenho que tivemos. Por outro lado, teve uma diluição de medalhas. Nunca tiveram 26 países conquistando medalhas", comentou Ney Wilson, gestor de alto rendimento da entidade.

Já na canoagem velocidade, com a ajuda de Isaquias Queiroz, o Brasil conquistou três pódios, todos com o garoto. O feito se deve principalmente ao trabalho do técnico espanhol Jesus Morlán, que ainda vai discutir com o COB a sua permanência no País como treinador.

Depois da conquista da medalha de ouro com vitória de 3-0 sobre a Itália nos Jogos Olímpicos, o técnico da seleção masculina de vôlei do Brasil, Bernardinho, admitiu que mudou um pouco sua relação com os jogadores para adaptar seu estilo a uma geração que era muito criticada.

"Antes dos Jogos conversei individualmente com cada jogador, para dizer o que esperava de cada um deles, que contava com cada um deles e que eles também dissessem o que esperavam de mim", revelou.

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Bernardinho também falou sobre como foi duro enfrentar o último ciclo olímpicos, com cobranças, problemas de saúde e a crise na Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), com acusações a respeito da gestão de dinheiro público.

"A única coisa que eu consegui mudar um pouco foi a relação com os jogadores, porque é uma geração que não deveria sofrer mais pressão do que já sofria. O resto eu tentei, mas realmente não consigo".

"Quando as coisas aconteceram daquela maneira com a CBV, isso para mim é uma ofensa pessoal. Não vou admitir as coisas como se desenrolaram e não fazer nada. Assumi um papel de contrário aquilo, levantei a a bandeira e aí as retaliações vieram. Por não comparecer a uma coletiva de imprensa levei 10 jogos de suspensão", lembrou.

"Tive um problema sério de saúde - o técnico retirou um tumor maligno do rim direito no fim de 2014 - porque pensar nisso me revolta. Queriam que eu me candidatasse, mas não posso ser candidato a nada porque se eu me eleger, se alguém morre no hospital a culpa é minha, eu vou me sentir pessoalmente responsável por aquilo. As pessoas acham tudo normal, eu não consigo".

- Líderes exaltados -

Após a conquista da terceira medalha de ouro do vôlei masculino em Jogos Olímpicos, a segunda sob seu comando, o técnico enalteceu os jogadores, que enfrentaram muitas críticas na primeira fase e fizeram um jogo de vida ou morte contra a França pela última rodada do Grupo A.

"Diria que a chave da história, do ponto de vista psicológico certamente foi quando nos encostaram contra a parede contra a França, o campeonato mudou para oitavas de final, quartas de final, semifinais e final. Desde então, o Brasil vem crescendo e mostrando. E quando duvidaram o Brasil sobreviveu, quando acharam que era impossível o Brasil foi lá e fez", disse.

Ele destacou em particular a participação de dois atletas do grupo campeão, o levantador Bruninho, seu filho, e o líbero Serginho, que aos 40 anos se despediu da seleção com mais uma medalha (ouro em Atenas-2004 e Rio-2016, prata em Pequim-2008 e Londres-2012), o primeiro atleta brasileiro de esportes coletivos com quatro pódios olímpicos.

"Tenho um agradecimento especial a dois líderes dentro de campo, Bruno e Serginho. Bruno porque foi o grande pilar ao saber extrair de cada um o melhor a dar; Serginho porque foi o condutor emocional, a experiência dentro do time, até me controlando em alguns momentos em que tinha que segurar em relação aos mais novos em uma competição tão dura como esta".

- 'Não respirei ainda' -

O técnico também disse que pretende descansar nos próximos dias.

"Nos próximos 15 dias não me liguem porque não vão me encontrar. Quer me encontrar, pega a bicicleta e vai atrás de mim porque eu vou pedalar, preciso pensar um pouco na vida. Não respirei até agora, saí da Superliga, entrei na seleção. São 23 anos como técnico de seleção, então preciso respirar e dar uma olhada nas coisas".

Bernardinho lembrou que tem uma filha de seis anos que não viu nascer e outra de 14 e que está perdendo momentos importantes.

Ao mesmo tempo, destacou que a motivação existe e que a atual geração deixou claro que tem condições de seguir vencendo, com princípios e porque não vai esquecer as lições. Além disso, agora está com a autoestima elevada.

"O que me move é o desafio, paixão. Existe um desafio maior do que seguir vencendo depois de uma vitória como essa? Esse é um desafio gigantesco. Estou pensando se dá para encarar uma história dessa...", disse, antes de lembrar da promessa do descanso.

"Este tipo de coisa me motiva, me instiga, mas eu não quero pensar nisso porque senão é capaz de eu embarcar direto nisso aí, então não dá para embarcar. Mas é um desafio enorme".

O atletismo dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 abaixou a cortina e de novo, pela terceira vez consecutiva, a estrela foi Usain Bolt. Em sua despedida olímpica, o jamaicano alcançou o que foi batizado como o 'tri tri', os três ouros da velocidade em três Jogos Olímpicos consecutivos.

No Rio, o fez sem que a chama olímpica estivesse no estádio, o Engenhão, que abrigou as provas do atletismo, já que os organizadores decidiram que o fogo ardesse no centro da cidade.

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Deste modo, os sucessos de Bolt não foram iluminados pela chama olímpica, como ocorreu quando ganhou o ouro nos 100, 200 e 4x100 metros nos Jogos de Pequim-2008 e Londres-2012.

"Já não preciso provar mais nada. O que mais posso provar? Sou o maior", declarou Bolt quando ganhou seu segundo ouro no Rio, nos 200 metros, recordando o ex-boxeador Muhammad Ali, falecido neste ano.

"Estou tentado ser um dos maiores (da história do esporte). Quero estar entre Muhammad Ali e Pelé. Espero que após estes Jogos esteja neste grupo", afirmou.

Bolt não necessitava ganhar os três ouros que conseguiu no Rio-2016, mas um novo tricampeonato reforçou seu lugar na história olímpica.

"Alguém disse no ano passado que se conseguisse o novo tricampeonato no Rio-2016, me tornaria imortal", afirmou Bolt durante os Jogos.

Imortal, eterno, lenda, os adjetivos se esgotaram para descrever as façanhas de Usain Bolt.

Em sua despedida olímpica, já que em Tóquio-2020 terá 34 anos, foi o grande vencedor uma vez mais, estando em uma escala inferior Mo Farah, com seu segundo bicampeonato em Jogos Olímpicos nas provas de 5.000 e 10.000 metros, e a jamaicana Elaine Thompson, a rainha da velocidade com os ouros nos 100 e 200 metros.

Junto aos três, a americana Allyson Felix também ganhou mais de um ouro, ao estar no quarteto vencedor norte-americano 4x100 e 4x400 metros.

Isso serviu para ter seis ouros olímpicos em sua carreira e se tornar a atleta com mais títulos de todos os tempos.

Foram muitas as estrelas e emoções, mas faltaram as marcas, em geral muito discretas, embora tenham sido batidos três recordes mundiais, destacando o do sul-africano Wayde Van Niekerk nos 400 metros (43.03).

Van Niekerk superou o recorde que o americano Michael Johnson possuía há 17 anos (43.18).

A jovem etíope Almaz Ayana, de 24 anos, marcou um tempo estratosférico nos 10.000 metros (29:17.45), melhorando em mais de 14 segundo o registro da chinesa Wang Junxia (29:31.78), que o manteve durante 23 anos.

O outro recorde mundial foi alcançado pela polonesa Anita Wlodarczyk, que ganhou o ouro no lançamento de martelo, com uma marca de 82,29 metros, melhorando seu registro anterior de 81,08, que estava desde 1º de agosto de 2015.

O atletismo latino-americano, apesar dos ouros alcançados pela colombiana Caterine Ibargüen no salto triplo e o especialista de salto com vara Thiago Braz, obteve seu pior total de medalhas desde Seul-1988, com cinco no total.

Os Estados Unidos, com um total de 32 medalhas, treze delas de ouro, foi o grande vencedor do atletismo nos Jogos, seguido do Quênia, que conseguiu o primeiro bicampeonato feminino e masculino na maratona, com treze pódios, seis deles de ouro.

A Jamaica, terceira com mais medalhas, alcançou seis ouros, sendo três por meio de Usain Bolt, duas com Elaine Thompson e uma com Omar McLead, que ganhou nos 110 metros com obstáculos.

Pela primeira vez a Rússia não esteve entre os maiores medalhistas, devido à sanção ao atletismo deste país, pelas acusações de doping de Estado.

Apenas uma representante russa, Darya Klishina, nona no salto em altura, pôde competir no Rio-2016, já que a IAAF a permitiu participar porque vivia nos Estados Unidos.

Em Tóquio-2020 os representantes russos provavelmente voltarão, mas Bolt não estará. E sentirão falta dele.

A seleção de basquete dos Estados Unidos, que chegou aos Jogos Rio-2016 com enorme favoritismo ao ouro, confirmou as expectativas e seu domínio sobre o basquete internacional, dominando a Sérvia por 96 a 66 e subindo mais uma vez ao mais alto do pódio olímpico.

Liderada por Kevin Durant em tarde inspirada, autor de 30 pontos, e com DeMarcus Cousins mandando no garrafão, pegando 15 rebotes -9 ofensivos-, a última versão do 'Dream Team' conquistou sua 15ª medalha de ouro olímpica, a terceira seguida.

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O basquete foi o último esporte a definir seu pódio olímpico e valeu aos Estados Unidos sua 45ª medalha de ouro nos Jogos Rio-2016.

Apesar das ausências consideráveis na equipe que viajou ao Rio para buscar mais um ouro, como LeBron James e Stephen Curry, que preferiram se poupar para a nova temporada da NBA, os jogadores americanos convocados deram conta do recado, com Durant, Klay Thompson e Carmelo Anthony liderando o caminho de uma campanha sem tropeços, mas com alguns sustos.

O 'Team USA' passou pela fase de grupos com cinco vitórias em cinco jogos, atropelando China (vantagem de 57 pontos) e Venezuela (+44), mas sofreu com as boas equipes da Austrália (+10), França (+3) e a própria Sérvia (+3).

Nas oitavas, os americanos voltaram a pisar no acelerador, atropelaram a Argentina (+27) e controlaram de início a fim o duelo esperado com a Espanha, apesar do placar magro (+6), pelas semifinais.

Na final, não houve jeito para a surpreendente Sérvia, que chegou a ficar 43 pontos atrás no placar, antes de ser derrotada por 'apenas' 30. Ainda assim, a medalha de prata é digna de comemoração, já que é a primeira dos sérvios desde que o país se separou de Montenegro, em 2006.

A partida marcou a despedida do técnico Mike Krzyzewski à frente da seleção americana de basquete, com a qual conquistou seu terceiro ouro.

O famoso Coach K, que passará o bastão a Greg Popovitch, atual técnico do San Antonio Spurs, defendia uma sequência de 75 jogos de invencibilidade com a seleção nacional e não perde desde a semifinal do Mundial-2006 contra a Grécia.

Antes da final, entraram em quadra Espanha e Austrália para decidir quem ficaria com a medalha de bronze.

Os espanhóis acabaram levando a melhor, graças à grande atuação de Paul Gasol, autor de 31 pontos, e do sangue frio de Sergio Rodriguez, que acertou dois lances livres com cinco segundos para o fim do jogo que deram a vitória aos europeus por 89-88.

A Espanha conquistou sua terceira medalha olímpica seguida, depois das pratas em Pequim-2008 e Londres-2012.

- EUA imparável -

Na fase de grupos, Estados Unidos e Sérvia já haviam se enfrentado.

Os Estados Unidos venceram (94-91), mas a Sérvia teve a última bola do jogo e a oportunidade de levar a partida à prorrogação. Bogdan Bogdanovic, melhor arremessador sérvio, acabou falhando e os Estados Unidos sobreviveram ao inesperado susto.

Esse resultado equilibrado deu esperanças à torcida brasileira que encheu a Arena Carioca 1 de assistir a um jogo parelho e decidido nos minutos finais. E foi o que aconteceu... no primeiro quarto.

Diferentemente do primeiro duelo entre sérvios e norte-americanos, no qual o Dream Team iniciou o jogo de maneira arrasadora, abrindo 23-5 no primeiro quarto, a Sérvia entrou em quadra muito focada defensivamente, obrigando os habilidosos americanos a tentar arremessos de longe ou desequilibrados.

Apesar do bom sistema defensivo, os sérvios simplesmente não conseguiram lidar com o porte físico dos jogadores dos Estados Unidos. Demarcus Cousins e DeAndre Jordan fizeram a festa nos rebotes ofensivos, dando aos americanos segundas chances primordiais durante todo o jogo.

Par piorar, a Sérvia apostava demais nos arremessos de três, que simplesmente não queriam entrar. Em 17 tentativas no primeiro tempo, acertaram somente três para um aproveitamento ridículo de 18% (17% no jogo).

Com isso, os Estados Unidos foram abrindo vantagem irreversível durante o jogo. Ao fim do primeiro quarto, a vantagem era de apenas quatro pontos (19-15). No intervalo, depois de um show de bolas de três de Kevin Durant, a diferença tinha crescido para 23 (52-29).

Sabendo que a única chance de encostar no placar seria a bola de três, a Sérvia continuou arriscando de longe. Os americanos sabiam disso e subiram sua marcação, anulando o ataque sérvio completamente.

O que se viu a seguir foi um show de roubadas de bola, tocos ou rebotes dos Estados Unidos que inevitavelmente terminavam na cesta Sérvia, seja em arremessos de três de Durant, Thompson, Kyrie Irving e companhia, ou em enterradas avassaladoras.

No quarto período, com o jogo decidido, o técnico Krzyzewski tirou seus maiores astros e colocou em quadra os jogadores que menos atuaram nos Jogos até então, como Harrison Barnes, Draymond Green e Demar DeRozan.

Com o jogo decidido e sem nenhuma emoção no fim, restou a torcida se divertir com ela mesma, com gritos irônicos de "Vamos virar Sérvia!" e "Eu acredito!".

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Sob forte chuva, a cerimônia de encerramento dos Jogos Rio-2016 teve início neste domingo (21) às 20h, com uma festa colorida, dona de uma mistura de ritmos que vai marcar o fim da festa do esporte com o apagar da chama olímpica, no estádio do Maracanã. Foram 19 dias de competição nas primeiras Olimpíadas da história da América do Sul, 974 medalhas distribuídas e momentos de muita emoção que marcaram a história do esporte, com astros como Usain Bolt, Michael Phelps, Neymar ou Simone Biles brilhando.

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O Brasil encerrou com chave de ouro a melhor campanha da sua história, com o título da seleção masculina de vôlei, a 19ª medalha do país nesses Jogos disputados em casa. Espera-se que o mega-evento deixe um legado para as próximas gerações, promovendo uma nova cultura esportiva, despertando interesse para novas modalidades.

Muito além do aspecto esportivo, a ideia era realizar profundas mudanças para a cidade, o que foi apenas parcialmente alcançado, com a Baía de Guanabara ainda poluída e o sistema de transportes que ainda precisa ser testado em condições reais, fora do esquema de 'feriados olímpicos'.

- Crianças-estrelas cantam o hino -

Na cerimônia, um dos momentos mais esperados será a passagem da bandeira olímpica para Tóquio, que sediará sua segunda Olimpíada em 2022, depois de receber o evento em 1964, e terá alguns minutos para dar um gostinho do que será visto daqui a quarenta anos.

O vídeo que antecedeu a contagem regressiva da cerimônia voltou a mostrar imagens de Santos Dumont, que já tinha sido 'protagonista' da abertura, com sua mítica aeronave 14 Bis voando pelo estádio. O primeiro grande momento de emoção foi a interpretação de "Carinhoso", de Pixinguinha e João de Barro, por Martinho da Vila.

O hino nacional também deixou o público arrepiado, com a bandeira trazida pela lenda viva do tênis Maria Esther Bueno, dona de 19 títulos de Grand Slams. O hino foi cantado por 27 crianças, representando os 26 Estados e o Distrito Federal, com luzes acendendo em cima de suas cabeças, formando as estrelas em cima de uma projeção da bandeira.

O palco estava montado para receber os heróis dos Jogos, os atletas, ao som de "Tico-tico no fubá". A Grécia, que deu origem aos Jogos, entrou primeiro, seguida do Brasil, liderado pelo porta-bandeira Isaquias Queiroz, primeiro atleta do país a conquistar três medalhas olímpicas em uma única edição dos Jogos, na canoagem.

Em cima da lona que cobria o gramado, todos dançavam frenéticamente ao som de ritmos tradicionais de todas as regiões do Brasil, com destaque especial para o frevo, misturados com a batida da música eletrônica.

Depois das competições acirradas, os atletas eram só sorrisos, distribuindo beijinhos para o público e para as câmeras e se despedindo do Rio com sensação de dever cumprido.

Confira abaixo o quadro de medalhas atualizado dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, após as provas disputadas neste domingo (21):

Ouro Prata Bronze Total

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Estados Unidos 46 37 38 121

Grã-Bretanha 27 23 17 67

China 26 18 26 70

Rússia 19 18 19 56

Alemanha 17 10 15 42

Japão 12 8 21 41

França 10 18 14 42

Coreia do Sul 9 3 9 21

Itália 8 12 8 28

Austrália 8 11 10 29

Holanda 8 7 4 19

Hungria 8 3 4 15

Brasil 7 6 6 19

Espanha 7 4 6 17

Quênia 6 6 1 13

Jamaica 6 3 2 11

Croácia 5 3 2 10

Cuba 5 2 4 11

Nova Zelândia 4 9 5 18

Canadá 4 3 15 22

Uzbequistão 4 2 7 13

Cazaquistão 3 5 9 17

Colômbia 3 2 3 8

Suíça 3 2 2 7

Irã 3 1 4 8

Grécia 3 1 2 6

Argentina 3 1 0 4

Dinamarca 2 6 7 15

Suécia 2 6 3 11

África do Sul 2 6 2 10

Ucrânia 2 5 4 11

Sérvia 2 4 2 8

Polônia 2 3 6 11

Coreia do Norte 2 3 2 7

Bélgica 2 2 2 6

Tailândia 2 2 2 6

Eslováquia 2 2 0 4

Geórgia 2 1 4 7

Azerbaijão 1 7 10 18

Belarus 1 4 4 9

Turquia 1 3 4 8

Armênia 1 3 0 4

República Tcheca 1 2 7 10

Etiópia 1 2 5 8

Eslovênia 1 2 1 4

Indonésia 1 2 0 3

Romênia 1 1 3 5

Bahrein 1 1 0 2

Vietnã 1 1 0 2

Taiwan 1 0 2 3

Atletas Independentes 1 0 1 2

Bahamas 1 0 1 2

Costa do Marfim 1 0 1 2

Fiji 1 0 0 1

Jordânia 1 0 0 1

Kosovo 1 0 0 1

Porto Rico 1 0 0 1

Cingapura 1 0 0 1

Tadjiquistão 1 0 0 1

Malásia 0 4 1 5

México 0 3 2 5

Argélia 0 2 0 2

Irlanda 0 2 0 2

Lituânia 0 1 3 4

Bulgária 0 1 2 3

Venezuela 0 1 2 3

Índia 0 1 1 2

Mongólia 0 1 1 2

Burundi 0 1 0 1

Granada 0 1 0 1

Níger 0 1 0 1

Filipinas 0 1 0 1

Catar 0 1 0 1

Noruega 0 0 4 4

Egito 0 0 3 3

Tunísia 0 0 3 3

Israel 0 0 2 2

Áustria 0 0 1 1

Emirados Árabes 0 0 1 1

Estônia 0 0 1 1

Finlândia 0 0 1 1

Marrocos 0 0 1 1

Moldávia 0 0 1 1

Nigéria 0 0 1 1

Portugal 0 0 1 1

República Dominicana 0 0 1 1

Trinidad e Tobago 0 0 1 1

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