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As medalhas brasileiras no Pan-Americano, na manhã deste domingo, vieram principalmente das águas de Santiago. O Time Brasil conquistou mais nove: uma de ouro, seis de prata e duas de bronze, com destaque para a canoagem e o caiaque, com dois pódios cada, além da maratona aquática e o hipismo. A disputa seguirá durante o dia com destaque para judô, handebol, basquete e o tênis.

Na canoagem slalom, a super campeã Ana Sátila garantiu mais um ouro para o Brasil. Essa é a terceira vez consecutiva que a atleta brasileira conquista o lugar mais alto no Pan-Americano, desta vez com 13s de vantagem para cima do segundo lugar. No masculino, Kauã dos Santos completou o percurso em 97s22 e chegou a ficar com uma mão no ouro, mas tomou uma penalidade de 2s por tocar na porta 18 e acabou com a prata - o norte-americano Zachary Lokken levou o ouro.

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Pepê Gonçalves também ficou muito perto da medalha de ouro no caiaque. O brasileiro fechou a prova com 94s08, com três punições e a medalha de prata - se tivesse batido em apenas uma porta, ficaria com o ouro. Omira Estácia também volta para o Brasil com a medalha de prata, depois de uma excelente prova no caiaque feminino, ficando atrás apenas da favorita norte-americana, com tempo de 106s29.

OUTRAS MEDALHAS

Ana Marcela Cunha e Viviane Jungblut também somaram novas medalhas para o Brasil no quadro geral com a maratona aquática. A primeira ficou com a prata e a segunda com o bronze da categoria. Fora das águas, na marcha atlética, Caio Bonfim bateu 1h19m24s na prova com 20 km (após muita polêmica no percurso com erro na medição da distância no feminino), e também ficou com a prata. Matheus Corrêa, que corria pelo índice olímpico, ficou em 5º, 9s atrás da meta.

No hipismo, Márcio Jorge também ficou muito perto da medalha de ouro, mas acabou com a prata no Concurso Completo de Equitação (CCE) após uma excelente prova em Santiago. O Time Brasil também levou a medalha de bronze por equipe.

Neste sábado (30), o Brasil busca uma vaga na semifinal do futebol masculino em duelo contra o Egito. Já na quadra, as meninas do handebol querem confirmar a classificação contra a Suécia. Nas duplas de tênis, L. Stefani e L. Pigossi brigam pelo bronze contra as russas.

Confira a agenda

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Vela - Nacra 17 - Misto (00:05h)

- 49er FX - Feminino (00:05h)

- 49er - Masculino (00:05h)

- Finn - Masculino (00:05h)

- RS:X - Feminino (02:33h)

Tênis - L. Stefani e L. Pigossi (BRA) x Kudermetova e Vesnina (COR) (03:00h)

Handebol - Brasil x Suécia feminino (04:15h)

Vôlei - Servia x Brasil feminino (04:25h)

Boxe - Wanderson Oliveira (BRA) x Dzmitry Asanau (BEL) (06:18h)

Futebol - Brasil x Egito (07:00h)

Atletismo - Salto em distância - masculino (07:10h)

- 100m rasos masculino (07:45h)

Hipismo - CCE por equipes - Misto e CCE individual - Misto (19:45h)

Atletismo - 3000m com obstáculos feminino (21:40h)

- Salto em distância feminino (21:50h)

- 400m rasos masculino (22:45h)

Luta olímpica - Livre até 76kg feminino (23:00h)

- Greco-Romana até 130kg masculino

Vôlei - Brasil x França (23:05h)

A sexta-feira (30) em Tóquio vai ser um dia de tensão no futebol feminino. O Brasil luta por vaga na semifinal em duelo contra o Canadá. No boxe, quem também busca se aproximar da vaga é Keno Marley e Abner Teixeira, que estão nas quartas de final. Nas duplas femininas do vôlei de praia, Ana Patricia e Rebecca encontram as americanas Claes e Sponcil.

Confira a agenda

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Vela - 470 e 49er masculino (00:05h)

Atletismo - Eliminatórias do 100m rasos feminino (00:15h)

Vela - 47- feminino (00:15h)

Boxe - Keno Marley (BRA) x Benjamin Whittaker (GBR) (01:24h)

Canoagem Slalom - K1 masculino (02:00h)

Vela - Laser masculino (02:35h)

- 49er FX feminino (02:50h)

Saltos Ornamentais - Trampolim 3m feminino (03:00h)

Boxe - Beatriz Ferreira (BRA) x Wu Shih-Yi (TAW) (05:00h)

Futebol - Brasil x Canadá feminino (05:00h)

Hipismo - CCE por equipes - Misto e CCE individual - Misto (05:30h)

Natação - Classificatórias do 50m livre masculino (07:02h)

Atletismo - Salto triplo feminino (07:05h)

Natação - Classificatórias do 50m livre feminino (07:24h)

Atletismo - Arremesso de peso feminino (07:25h)

Boxe - Abner Texeira (BRA) x Hussein Iashaish (JOR) (07:39h)

Natação - Classificatórias do 1500m livre masculino (07:48h)

Atletismo - 4x400m rasos misto (08:00h)

Vôlei de praia - Bryl e Fijalek (POL) x Evandro e Bruno Schmidt (BRA) (09:00h)

Natação - Classificatórias dos 4x100 medley masculino (09:50h)

Hipismo - CCE individual - Misto e CCE por equipes - Misto (20:30h)

Atletismo - 400m com barreiras feminino (21:00h)

Vôlei de praia - Ana Patrícia e Rebecca (BRA) x Claes e Sponcil (21:00h)

Tiro com arco - Marcus Vinicius D'Almeida (BRA) x Mauro Nespoli (ITA) (21:30h)

Atletismo - Lançamento de disco feminino (21:30h)

- Salto com vara masculino (21:40h)

- 800m rasos masculino (21:50h)

- 100m com barreiras feminino (22:45h)

Judô - Quartas de final por equipes misto (23:30h)

A segunda-feira (26) dos jogos olimpicos vai ter agenda cheia para o Brasil com direito a um Brasil e Argentina no vôlei masculino pela 2ª rodada. O dia também vai ser marcado pela estreia da judoca e da porta bandeira do Brasil, Ketelyn Quadros, e também por um Brasil e Hungria no handebol feminino.

Confira a agenda. 

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Vela - RS:X  Feminino (00:05h)

       Laser Masculino (00:05h)

Badminton - Fabiana Silva (BRA) x Fabiana Silva (UCR) (00:40h)

            Ygor Coelho (BRA) x Georges Julien Paul (02:00) (IAM)

Mountain Bike - final do Cross-country - Masculino (03:00h)

Natação - Classificatórias 200m borboleta masculino (07:30h)

Boxe - Jucielen Romeu (BRA) x Karriss Artingstall (GRB) (07:39h)

Natação - Classificatórias 1500m livre feminino (08:32h)

Vôlei - Brasil x Argentina - 2ª rodada masculino (09:45h)   

Triatlo - Individual feminino final (18:30h)

Tênis de mesa - Simples masculino (22:00)

Handebol - Brasil x Hungria - 2ª rodada feminino    

Judô - Ketelyn Quadros (BRA) x Cervia David (HON)

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) confirmou nesta terça (14) que o Centro de Treinamento Time Brasil será reaberto na próxima segunda (20). Nessa primeira fase de retomada das atividades, apenas 40 pessoas poderão utilizar as instalações do CT, localizado no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Todos deverão respeitar os rígidos protocolos do Guia para a prática de esportes olímpicos no cenário da covid-19, lançado em junho pelo COB.

Esse primeiro grupo será formado por atletas residentes na capital carioca, que já tenham garantido a vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio ou estão próximos da classificação olímpica e que não integrem a Missão Europa, que a partir da próxima sexta (17) levará um grupo de atletas e oficiais para um período de treinamento em Portugal. O acesso ao CT também será permitido aos treinadores e a equipes multidisciplinares. Pessoal administrativo e de manutenção do COB poderão também entrar no local sem estarem incluídas no total de 40 pessoas.

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Nessa semana, todas os autorizados a retornar ao CT passarão por exames de sorologia e RT-PCR, considerado padrão ouro na resposta à covid-19. Em caso de diagnóstico positivo, elas não poderão frequentar a área e ficarão em quarentena. Também estão sendo intensificadas a montagem de equipamentos, sinalizações e simulações de fluxo do CT Time Brasil. Permissões para outros grupos ingressarem nas instalações serão concedidas gradualmente, respeitando as cinco fases estabelecidas pelo protocolo do COB.

“Estamos felizes com a volta dos atletas ao nosso CT e esperamos que em breve ele possa estar funcionando em plena capacidade, sempre dentro dos protocolos. As nossas prioridades são a segurança, saúde e integridade física de todos os envolvidos com a prática esportiva de alto rendimento no país”, afirmou o diretor de Esportes do COB, Jorge Bichara.

Inicialmente serão reabertas a piscina olímpica e a de saltos do Parque Aquático Maria Lenk, a sala de força e condicionamento e o Laboratório Olímpico. O CT de Ginástica Artística seguirá fechado, já que a higienização dos equipamentos levará mais tempo. Enquanto isso, os atletas da seleção brasileira da modalidade treinarão em Sangalhos (Portugal), integrando a Missão Europa.

“As nossas atenções são voltadas para que consigamos retomar nossas atividades com segurança, dosando a carga de treinos e evitando riscos de lesões. Mais do que nunca um planejamento adequado e um monitoramento permanente serão fundamentais para passarmos por um dos momentos mais difíceis de nossa história”, declarou Jorge Bichara. O CT Time Brasil está fechado desde 18 de março.

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) pretende classificar para os Jogos de Tóquio, que serão disputados de 24 de julho a 9 de agosto, a maior delegação de sua história para um evento fora do País. O grupo mais numeroso foi enviado para a edição de Pequim, em 2008, com 277 atletas. Isso sem considerar a competição em casa, no Rio, quando o Brasil teve 465 competidores.

"Nós temos potencial para superar a marca de 300 atletas. O que vai balizar muito isso é o futebol masculino, que vai buscar sua classificação agora, e as disputas do Pré-Olímpico de basquete, no masculino e no feminino", explica ao Estado Jorge Bichara, diretor de Esportes do COB. No futebol seriam mais 18 vagas e no basquete, mais 12 em cada naipe.

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O time masculino de futebol vai disputar a seletiva na Colômbia, a partir de 18 de janeiro. Duas vagas para Tóquio estão em jogo. Depois será a vez das mulheres do basquete, que encaram um quadrangular de 6 a 9 de fevereiro em Bourges, na França. São três vagas para as anfitriãs, Austrália, Porto Rico e Brasil. Assim, as chances são grandes de carimbar o passaporte. Já no masculino, a situação é mais delicada e a seleção disputa em Split, na Croácia, entre 23 e 28 de junho, a única vaga da sede contra potências como a própria Croácia, Alemanha e Rússia, entre outros.

As classificações dos esportes coletivos ajudam a dar um salto na quantidade de atletas da delegação. O Brasil fechou 2019 com 152 vagas para os Jogos de Tóquio, na 14.ª posição entre todos os países. Os donos da casa Japão, Estados Unidos, Austrália, Grã-Bretanha e China são as nações com maior número de classificados para a Olimpíada.

Do ponto de vista do atleta, já ter a presença garantida com tanta antecedência para uma competição importante dessas ajuda do ponto de vista psicológico, mas na parte do treinamento quase não interfere. "Para mim não mudou nada. Estou trabalhando muito e como planejado. Meu foco está nos Jogos Olímpicos e a máxima preparação é fundamental para a conquista do meu resultado", disse ao Estado Ana Sátila, da canoagem slalom.

Aos 23 anos, ela vai para sua terceira edição da Olimpíada. "Estou muito feliz por já ter me classificado. Quero dar o meu melhor durante os Jogos e sair de Tóquio contente com a minha navegação. Espero conseguir colocar no dia da competição tudo que eu tenho me dedicado e treinado, independentemente do resultado que virá."

Quem também carimbou seu passaporte foi Hugo Calderano, destaque do tênis de mesa e sétimo do ranking mundial. "Minha preparação continua a mesma. O foco principal é continuar evoluindo para chegar em Tóquio no nível mais alto possível", afirma. "O objetivo nos Jogos é brigar por uma medalha. O nível do tênis de mesa mundial está muito equilibrado e muitos atletas também têm essa meta, mas o principal é me preparar da melhor forma possível e aproveitar as oportunidades que vierem", continua.

Segundo Bichara, não existe um modelo de preparação para ser usado por todos os atletas. Cada um precisa ver o que é melhor, sem alguma fórmula mágica. "A gente bate na tecla da individualização da preparação para o formato de competição que vai disputar. Eu lembro da Kayla Harrison, que ficou disputando eventos até perto da Olimpíada do Rio. Ela queria estar no ritmo de competição, chegou no auge da forma e foi ouro. Já o Jesus Morlán, técnico da canoagem, competia uma vez por ano, duas no máximo, e dizia que é esporte de relógio, então que poderia fazer aqui ou lá que dava na mesma", conta.

O Brasil é o país com o melhor aproveitamento de vagas olímpicas nos Jogos Pan-Americanos até o momento. Em Lima, a delegação nacional já conquistou 22 para os Jogos de Tóquio, o maior número absoluto entre as 41 nações participantes de competição, à frente até dos Estados Unidos.

Das vagas que um comitê olímpico nacional poderia conquistar até o momento, o Time Brasil obteve 34,38%, à frente dos Estados Unidos (13 vagas e 20,31%) e Canadá (11 vagas e 17,19%). Até o fim do Pan serão distribuídas 175 vagas olímpicas, mas um mesmo país poderá obter no máximo 145.

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O aproveitamento do Brasil só não é maior porque o time masculino de handebol acabou perdendo a semifinal para o Chile no domingo (4) e ficou fora da decisão do Pan pela primeira vez desde a edição de 1987, quando acabou na terceira posição. Isso significou 14 vagas a menos para Tóquio por enquanto.

Outra frustração veio no tiro esportivo com Julio Almeida, na prova de pistola de ar 10m. O brasileiro liderava até o 20.º de 24 tiros, mas errou a mira no final e acabou ficando na terceira posição - só os dois primeiros têm vagas garantidas nos Jogos.

Mas em Lima outras modalidades conseguiram garantir mais espaço na delegação do Time Brasil para 2020. A seleção feminina de handebol (14 atletas) foi campeã e confirmou sua ida para Tóquio. As equipes de adestramento (3) e CCE (3) do hipismo também foram bem, com bronze e prata, respectivamente, e estarão no Japão. Nas vagas individuais, Iêda Guimarães, do pentatlo moderno, e João Menezes, do tênis, também estarão no Japão.

"Viemos aqui primeiramente para garantir a nossa qualificação para Tóquio e atingimos nosso objetivo. Só tenho a agradecer o esforço individual de cada um dos integrantes da nossa equipe, técnico e chefe de equipe", afirmou Carlos Parro, do Concurso Completo, que reúne adestramento, cross country e salto. No individual, ele ainda faturou o bronze.

Com isso, o Brasil já tem 80 vagas confirmadas para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Em algumas modalidades, como vôlei e vôlei de praia, o Comitê Olímpico do Brasil aceitou não ter seus melhores atletas no Pan porque as vagas olímpicas são disputadas em outras competições. A estratégia deu certo e a seleção feminina de vôlei carimbou sua vaga no Pré-Olímpico e agora estará no Pan com um time mesclado.

Mais do que as vagas olímpicas em disputa, o Pan de Lima, que terá na sexta-feira (26) sua cerimônia de abertura, servirá ao Time Brasil como um termômetro para avaliar o nível dos atletas projetando os Jogos de Tóquio, em 2020. Mesmo sem muitas estrelas dos Estados Unidos, o foco do Brasil no Peru é fazer uma boa campanha em tempos de vacas magras no esporte nacional.

Se no ciclo anterior havia investimento maior de patrocinadores, neste os atletas estão tendo de lidar com menos recursos em suas preparações. Muitos parceiros estatais do esporte diminuíram o investimento, assim como algumas empresas privadas tiraram o pé drasticamente. Isso já era esperado, afinal, em 2016 o Brasil sediaria sua primeira Olimpíada e os investimentos, de modo geral, seriam maiores. Agora, eles reduziram.

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"Isso é fato. Existiu um declínio de apoio financeiro na área privada. Mas o COB tem uma sustentabilidade através dos recursos provenientes das loterias, e temos dado sustentação às confederações, para aquelas que por algum motivo não tenham conseguido renovar ou conquistar novos patrocínios. Nós temos tomado conta dessa ação em parceria com as confederações", informou ao Estado o presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Paulo Wanderley.

Nessa conjuntura, os atletas estão tendo de lidar com a nova realidade, mas a cobrança por resultados, seja das confederações ou da própria torcida, sempre é grande. Para a maioria, o Pan é o momento de atrair os holofotes pelo espaço de mídia que os atletas podem receber.

"O Pan é uma análise, serve para a gente ter um parâmetro, uma comparação, para saber se estamos no caminho certo. Se estivermos, vamos acelerar, se não, vamos corrigir. Esse é o foco da participação do Brasil no Pan", disse Paulo Wanderley, que está com a delegação brasileira em Lima e pretende ficar alguns dias na capital peruana para apoiar aos cerca de 800 membros do Time Brasil, entre atletas, técnicos e membros.

A equipe nacional terá 485 competidores em 49 modalidades. Algumas não terão participação brasileira, como o hóquei sobre grama. O time masculino do basquete e do futebol não se classificaram. Já a seleção feminina de futebol também não poderá defender o título conquistado no Pan de Toronto, em 2015, por causa de um regulamento que desconsiderou o melhor time da América do Sul.

Para chefe de missão no Pan foi escolhido Marco Antônio La Porta, vice do COB. "Eu vejo o pessoal empolgado e percebo o Brasil em um momento novo. No Pan, nós somos protagonistas. Claro que tem os EUA, uma nação olímpica, difícil competir contra eles, mas a gente vê mais esportes contribuindo com as medalhas e esperamos um resultado bom", comentou.

São 41 países na disputa do torneio, desde as principais potências continentais, como Estados Unidos e Canadá, passando por equipes que brigam diretamente por posição no quadro de medalhas como o Brasil, como Cuba, Colômbia e México, até nações que vão festejar se conseguirem somar qualquer pódio na competição em Lima.

A organização teve trabalho para tirar o Pan do papel, principalmente no início, quando houve problemas políticos entre os poderes no país. Aos poucos essa situação foi sendo contornada e os responsáveis pela disputa conseguiram entregar instalações dentro dos padrões olímpicos exigidos pelo COI.

Fora das áreas de competição, as dificuldades são maiores. Em algumas arenas ainda existem obras em andamento do lado de fora, seja de jardinagem ou para dar um padrão melhor para os acessos do público. Também há muito barro nas imediações e será bem difícil que tudo isso fique pronto antes das competições iniciarem.

Obviamente que outro grande objetivo é conseguir confirmar o máximo de vagas olímpicas para os Jogos de Tóquio. Muitas modalidades vão dar classificação direta para a competição em 2020, por isso o esforço do COB em ter os melhores atletas em Lima. São os casos de três modalidades aquáticas, como polo aquático (vaga ao campeão no masculino e feminino), nado artístico (dueto e equipe) e saltos ornamentais (trampolim 3m e plataforma 10m). Já na natação em piscina, índices olímpicos podem servir de base para alguns países.

Também haverá vagas para handebol, hipismo (adestramento, saltos e CCE), tiro esportivo, vela (laser e laser radial), pentatlo moderno, tênis e surfe, mas neste caso, para o Brasil, as vagas valerão para os classificados pelo Circuito Mundial deste ano, onde o País tem seus melhores atletas.

Outras modalidades somam pontos no ranking, que ajuda a chegar mais perto da vaga olímpica, como atletismo, badminton, basquete 3 x 3, caratê, levantamento de peso, tae kwon do e tênis de mesa. Para a judoca Ellen Santana, que vai para seu primeiro Pan, o torneio tem tudo para ter um brilho verde e amarelo. "Estou bem preparada e vai dar tudo certo. Acho que vamos voltar para o Brasil com muitas medalhas", acredita.

Após receber investimentos na casa de R$ 1,4 bilhão nos últimos quatro anos e ficar abaixo da meta de conquistar pelo menos o décimo lugar no quadro geral de medalhas, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) considerou "extraordinária" a participação do Time Brasil nos Jogos do Rio. O País encerrou a competição com 19 medalhas e o 12º lugar na soma total de pódios. Em Londres-2012, o Brasil havia conquistado duas medalhas a menos.

O baixo crescimento - de cerca de 10% - não pode ser creditado à falta de investimentos nos últimos quatro anos. No total, o COB recebeu cerca de R$ 700 milhões em repasses através da Lei Agnelo-Piva, e o montante dobrou com a injeção de recursos de patrocinadores privados. No ciclo olímpico anterior, entre os Jogos de Pequim e Londres, o orçamento da entidade foi 50% inferior - o COB recebera R$ 390 milhões em leis de incentivo e o praticamente o mesmo valor em patrocínios.

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"A meta (de ser Top 10) foi difícil e ousada, mas era factível. Tanto se mostrou que era factível que ficamos três medalhas abaixo do necessário. Os (países) que ficaram na frente estão há vários quadriênios com o investimento que tivemos agora", afirmou Marcus Vinicius Freire, diretor executivo de Esportes do COB.

Presidente do comitê, Carlos Arthur Nuzman não pareceu muito à vontade quando o assunto era a meta não atingida. Ao ser lembrado que outros países que sediaram Jogos Olímpicos tiveram um salto de conquistas muito maior, ele rebateu menosprezando a situação da Grécia (sede dos Jogos de 2004, em Atenas) e, sobretudo, da Espanha (que sediou a Olimpíada de 1992, em Barcelona).

"Eu acho que a Espanha fez Olimpíada também, a Grécia fez Olimpíada também. O objetivo não é meramente numérico, ele é num todo. E ao ter esse objetivo num todo ele tem que abranger um legado que vai ficar no futuro", ponderou Nuzman.

Pouco depois, ele voltou à mesma questão e, apesar de a Espanha ter conquistado o mesmo número de ouros do Brasil nos Jogos do Rio, considerou que o país europeu não pode ser considerado uma potência olímpica.

"Se falou muito na Espanha, mas não que a Espanha depois de Barcelona-1992 tivesse melhorado. Ao contrário, ela caiu em número de medalhas. Eu não quero que transformem a Espanha por causa do Nadal ou por causa do basquete num grande país olímpico que não o é", disse o dirigente.

A delegação do Brasil neste ano foi a maior da história e chegou a 465 atletas. Contou muito para o número inchado o fato de a disputa ter sido no País e o Brasil ter vagas garantidas. Na avaliação do COB, o Time Brasil poderia ter até 90 atletas a menos se a competição tivesse acontecido em outro lugar.

Neste domingo (14), o lutador baino Robson Conceição derrotou o cubano Lázaro Álavarez e seguiu para a final do boxe, na categoria de 60kg, nos Jogos do Rio. O atleta já havia conquistado a medalha de bronze quando se classificou para as semifinais.

Segundo o boxeador, a vitória foi resultado de muita batalha. “Sou um atleta experiente, essa é minha terceira olimpíada. Nas outras duas, não tive muita sorte e não estava preparado como estou hoje. Agora estou praticamente na melhor forma da minha vida, treinei muito, sofri muito nos treinos, cheguei a exaustão mesmo. Graças ao apoio da torcida, partindo para cima, consegui sair vitorioso", disse Robson, de acordo com a AFP.

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Em comemoração do Dia dos Pais, que é festejado neste domingo, o atleta dedicou a vitória a todos os pais, principalmente, os que presenciaram a sua luta. "Queria dedicar esta vitória a todos os pais. Hoje sou pai também, é um dia muito especial para mim. Quero agradecer todos os pais que vieram aqui com seus filhos para torcer por mim”, disse o lutador. "Minha filha mudou minha forma de encarar a vida. Hoje eu luto por ela, treino por ela. Tudo que faço, até minha respiração é por ela, ela é o amor da minha vida. Essa medalha olímpica era uma promessa minha que fez a ela", completou

Quanto às suas espectativas para conquistar a medalha de ouro, Robson revelou o seu sonho. "Minha meta é levar o ouro. Antes, para mim, participar da Olimpíada já era um sonho. Cheguei nas duas primeira fissurado com tudo, estava todo feliz, mas agora estou totalmente focado, desliguei até as redes sociais. Essa dedicação me ajudou a chegar onde estou hoje", concluiu. 

Com informações da AFP

A flecha traça uma parábola e acerta o alvo a 70 metros. Um gesto repetido dezenas de vezes por Bernardo Oliveira, um dos 143 militares brasileiros que lutarão por medalhas olímpicas em casa, no Rio Janeiro.

O sonho do pódio pode ser medido em flechadas: 350 por dia, seis vezes por semana, há cinco anos. Um total de 546.000 até a estreia no Sambódromo, marcada para o dia 6 de agosto, com a competição masculina por equipes.

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Disciplina, respeito da hierarquia, força física e mental. Esses pontos de convergência entre valores militares e esportivos alimentam o sonho de glória olímpica dos integrantes do programa do exército brasileiro.

Atletas de alto rendimento por vocação e militares por questão de oportunidade, eles representam quase 30% dos 465 membros do Time Brasil.

O projeto foi criado em 2008, com âmbito de reforçar a delegação que disputou três anos depois os Jogos Militares, também realizados na Cidade Maravilhosa.

Mas o sucesso foi além dos quartéis. Atletas do exército foram responsáveis pela conquista de cinco das 17 medalhas conquistadas dos Jogos Olímpicos de Londres-2012 e 67 das 141 obtidas no Pan de Toronto, em 2015.

No Canadá, muitos se surpreenderam com uma cena curiosa: brasileiros batendo continência no pódio na hora do hino.

O almirante Paulo Zuccaro, diretor do programa, arrisca uma meta ainda mais ambiciosa para os Jogos do Rio: a ideia é dobrar o total de Londres, com dez dos 30 pódios almejados pelo Brasil para ficar entre as dez melhores nações do planeta.

"Desde o início, o programa via um enorme potencial para transformar o Brasil em potência olímpica", garantiu Zucarro, em entrevista à AFP na base do Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília.

Exemplo da Rússia e da China

Seguindo o modelo que fez sucesso na Rússia ou na China, o programa de esporte de alto rendimento do exército conta com apenas 76 militares de carreira, com 594 atletas civis selecionados por meio de um concurso ou através dos resultados obtidos em competições.

Eles recebem uma formação acelerada e entram diretamente com patente de terceiro sargento.

Os beneficiados têm a disposição a gigantesca infraestrutura esportiva e médica das forças armadas e recebem salário mensal que não os impede de buscar patrocinadores privados, usar os próprios técnicos ou treinar fora dos cartéis.

Se obtiverem sucesso esportivo, os atletas podem permanecer nas forças armadas por até oito anos. Caso contrário, ou se o comportamento não for adequado ao ambiente militar, pode ficar fora do programa.

"O esporte imita o combate e os atletas são bons militares ou então se tornam bons militares, porque existem valores comuns, como a perseverança, a hierarquia, o espírito de equipe e o cumprimento das regras", explicou Zuccaro.

Obsessão por medalhas

A pressão por resultados é mais uma motivação para Bernardo Oliveira, promessa de 23 anos que já conquistou o bronze por equipes no Pan de Toronto.

"Temos potencial para conquistar uma medalha", garantiu o jovem arqueiro. "As forças armadas defendem o país e é o que estamos fazendo também. Levamos a bandeira e defendemos o nome do nosso país. Eu sinto que sou a pessoa certa, no lugar certo e no momento certo", enfatizou.

Outro beneficiado é o pugilista Patrick Lourenço, também de 23 anos. Há dez, luta boxe, desde que entrou no ginásio do Instituto Todos em Luta, no Vidigal, comunidade da zona sul do Rio de Janeiro.

"Entrar no time militar, passar pela experiência de ser soldado, foi algo essencial. Aprendi muito sobre companheirismo, comprometimento com horários e outras coisas, não apenas como atleta", revelou.

"Também aprendi a liderar ou socorrer alguém que precisa de ajuda. Já não sou apenas Patrick, sou o sargento Patrick", ressaltou o pugilista, que luta na categoria mosca-ligeiro até 49 kg.

Liberado das tarefas dos 38.000 colegas militares que cuidarão da segurança do evento, Patrick lembra que passou muita dificuldade antes de contar com a estrutura militar.

"No Rio, eu não tinha ginásio para treinar. Nas forças armadas, posso usar equipamentos de qualquer cartel", completou.

Zuccaro não tem dúvidas: "Existem especialistas que dizem que a pretensão do Brasil de se tornar uma potência olímpica vai depender a continuidade e da robustez desse programa", sentenciou.

Para engajar a torcida pelos atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos do Rio, o Comitê Olímpico do Brasil lançou na noite desse domingo a música que vai embalar o Time Brasil na competição. Composição de Jair Oliveira e Simoninha, a canção é interpretada por artistas do cenário musical nacional, como Ivete Sangalo, Toni Garrido, Preta Gil, Gaby Amarantos, Ana Carolina e Thiaguinho.

O clipe foi produzido em dezembro, no Rio de Janeiro, e reuniu atletas, como a judoca Sarah Menezes e a ginasta Flávia Saraiva, e até a mascote Ginga. A produção também mostra momentos históricos do Brasil em edições anteriores da Olimpíada.

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A cerimônia de abertura dos Jogos do Rio será em 5 de agosto de 2016, enquanto o encerramento está marcado para o dia 21.

Confira a letra da música do Time Brasil:

Um time de heróis de verdade

De carne, de osso e coragem

De raça, de força e vontade

Com ginga e brilho no olhar

Um time para se orgulhar

Esse é o time que eu quero

Com o coração todo verde e amarelo, é assim

Milhões de vozes, um só coração

Time Brasil, a torcida canta

Time Brasil, a torcida levanta

Time Brasil, a torcida canta

Time Brasil, a torcida levanta

Time Brasil!

Um time, uma nação, um país, um só coração

Eu vou junto, eu torço, eu canto junto, eu venço junto

Um time, uma nação, um país, um só coração

Eu vou junto, eu torço, eu canto junto, eu venço junto

Time Brasil, Time Brasil

Um time, uma nação, um país, um só coração

Eu vou junto, eu torço, eu canto junto, eu venço junto

Time Brasil, Time Brasil, Time Brasil, Time Brasil

A gente veste a mesma camisa, Time Brasil

A gente veste a mesma camisa, Time Brasil

A nova marca do Time Brasil foi lançada nesta terça-feira (23) pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), no Rio. Criada pela Nike em parceria com o COB, a marca tem uma fonte exclusiva, traz a inscrição "Brasil" no topo, a bandeira nacional logo abaixo e os arcos olímpicos na parte inferior. Ela irá identificar a equipe brasileira em todas as modalidades esportivas nos Jogos Olímpicos, Pan-Americano e Sul-Americano.

Segundo Marcus Vinícius Freire, diretor executivo de Esportes do COB, o desenvolvimento da marca levou um ano e meio. "Começamos achando que ia ser muito fácil. A Nike tem uma equipe de mais de 30 desenhistas (estrangeiros) de marcas e passamos por 14 (sugestões de) para chegar nesta final. Foi um caminho difícil porque o estrangeiro tem uma cabeça diferente, ele vê a gente de uma forma que nós não nos vemos", explicou.

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"Começou por aquele caminho: carnaval, depois Brasília com sua arquitetura, depois o calçadão de Copacabana, e foi assim. Mexeram em cores que não queríamos porque queríamos as cores da bandeira. Até que eles tiveram a sacada de conversar com cabeças pensantes brasileiras", continuou o dirigente.

Segundo Marcus Vinícius, o desenho final começou a ser construído após um encontro na Casa do Saber, na zona sul do Rio, entre desenhistas da empresa e personalidades brasileiras da escrita e da música, artistas de teatro e televisão. Uma arquiteta, um estilista e um ecologista também estiveram presentes para apresentar suas ideias.

"Foi aí que eles entenderam que nossa cara é de usar sandália para ir à praia, de usar uma camisetinha branca para sair em São Paulo à noite", disse Marcus Vinícius. "Chegamos a um resultado final que nós amamos e espero que os 200 milhões de brasileiros - e não só os atletas - tenham orgulho de usar e dizer que nós somos o Time Brasil".

Além da nova marca, o COB informou que terá 16 padrinhos e madrinhas fora do esporte para ajudar a divulgar o Time Brasil. São personalidades do meio artístico e cultural, chefs de cozinha e empresários. Dentre os padrinhos está o músico Toni Garrido, que será também "curador artístico", que ajudará na criação da música e do mascote do time, que serão lançados no próximo ano.

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