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Alunos da Escola de Artes da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) fizeram nesta quinta-feira, 21, em Ouro Preto, protesto contra a Samarco e suas duas controladoras, Vale e BHP Billiton, pelo rompimento da barragem de Mariana, em 5 de novembro do ano passado. Os estudantes passaram lama em seus corpos e entoaram versos contra as empresas. "Não esqueceremos", diziam.

Com o fechamento da praça para a entrega da Medalha da Inconfidência, o grupo fez o protesto próximo a um dos pontos de acesso à praça, que eram monitorados pela Polícia Militar. A cerimônia contou com a participação do governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), e teve como homenageado o ex-presidente uruguaio José Mujica.

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A Justiça Federal em Minas Gerais deu cinco dias à Samarco Mineração para que interrompa o fluxo de rejeitos de minério de ferro que continua vazamento da barragem da empresa que rompeu em Mariana em 5 de novembro. A decisão atende a ação impetrada pelo Ministério Público Estadual (MPE) que, com estudos sobre a qualidade da água em cursos d'água da região, afirma que os rejeitos de minério de ferro ainda descem da represa, mais de cinco meses depois da tragédia, que matou 18 pessoas. Uma continua desaparecida. A multa pelo não cumprimento da decisão é de R$ 1 milhão por dia.

O MP entrou com a ação na segunda-feira, 4. Um dia depois, o presidente da Samarco, Roberto Carvalho, afirmou em Belo Horizonte que não existia mais vazamento de lama em Mariana. O executivo, porém, disse na ocasião que ainda não havia tomado conhecimento da ação.

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Conforme o levantamento feito pelos promotores, em janeiro e fevereiro de 2016, 5 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro do que restou da represa atingiram matas e cursos d'água da região. A estimativa é de que ainda existam 9,7 milhões de metros cúbicos de lama na Barragem de Santarém, que rompeu parcialmente no dia 5 de novembro. Essa represa fica à frente da de Fundão, a que entrou em colapso no dia 5 de novembro.

Segundo o MP, obras realizadas pela Samarco, como a construção de diques para segurar a lama, não vêm surtindo efeito. Na decisão, tomada na quarta-feira, 6, o juiz que acatou o pedido do Ministério Público, Luís Fernando Benfatti, afirmou que, "na verdade, o que se tem inicialmente é que o dano ambiental se agrava dia após dia, sem que as partes envolvidas tomem efetiva medida de contenção e reparação dos estragos vivenciados".

A Samarco é controlada pela Vale e pela BHP Billiton. A empresa afirmou não ter sido notificada da ação e que "os diques estão cumprindo seu papel de conter os sedimentos dentro da área das barragens".

Os atingidos pela lama da barragem da mineradora Samarco em Mariana receberam nesta quinta-feira, 31, R$ 800 mil em doações realizadas por pessoas físicas e empresas depois da tragédia, ocorrida em 5 de novembro do ano passado. Ao todo, 306 famílias moradoras do distrito de Bento Rodrigues, destruído pelos rejeitos que vazaram da represa, receberam os recursos, perfazendo valor de R$ 2.614,38 para cada família, pagos em cheque. O montante arrecadado até o momento é de R$ 1.122,867,19. O restante, R$ 322.867,19, será repassado em 30 dias, conforme informações da prefeitura de Mariana.

Os R$ 800 mil foram liberados por termo de ajustamento de conduta (TAC) fechado entre o município e o Ministério Público Estadual (MPE) em Mariana. A previsão era que o dinheiro fosse repassado antes da Semana Santa. Porém, na quarta-feira, 23, durante votação do projeto de lei que autorizava a prefeitura a fazer o pagamento, dois vereadores, Bruno Mól (PSDB) e Pedro Eldorado (PR) pediram vistas ao projeto de lei. Houve reação da população e do Ministério Público. Em nota, o promotor Guilherme de Sá Meneguin afirmou que investigaria o posicionamento dos dois parlamentares. Na última segunda-feira, 28, em nova sessão da câmara, o projeto foi aprovado.

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A decisão de não repassar todo o dinheiro de uma só vez ocorreu por recomendação do Ministério Público. O objetivo é atender outras famílias que possam vir a ser enquadradas como atingidas pela tragédia. Além de destruir o distrito de Bento Rodrigues, o rompimento da barragem provocou a morte de 18 pessoas. Uma ainda está desaparecida.

Toda a cúpula da Samarco à época, inclusive o então presidente Ricardo Vescovi, foi indiciada pela Polícia Civil de Minas Gerais por homicídio com dolo eventual (quando não há intenção de matar, mas assume-se o risco) e teve pedido de prisão enviado à Justiça. Ainda não houve, porém, posicionamento sobre a solicitação. A Samarco pertence às mineradoras Vale e BHP Billiton.

A Samarco, dona da mineradora onde houve rompimento de uma barragem, em Mariana (MG), que causou o maior desastre ambiental da história do país, assinou nesta tarde um acordo para recuperação da Bacia do Rio Doce. Nos próximos três anos, a empresa destinará R$ 4,4 bilhões para compensar os prejuízos sociais, ambientais e econômicos da tragédia.

Fechado com o governo federal e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, estados afetados pelo acidente, o acordo foi assinado também pelas empresas acionistas da Samarco, Vale e BHP, que terão que arcar com os pagamentos, caso a Samarco não honre o acordo.

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O dinheiro será usado por uma fundação, formada por especialistas indicados pela mineradora, que desenvolverá 38 projetos voltados para a recuperação ambiental e socioeconômica dos municípios atingidos, indenização e assistência à população. O valor previsto é parcial e, após os três anos iniciais, novos cálculos determinarão o volume de dinheiro que deverá ser empregado até 2018.

Ao todo, o acordo está estimado R$ 20 bilhões, além de mais R$ 4,1 bilhões a serem aplicados em ações compensatórias pelo prazo de 15 anos. Embora a fundação que vai gerir o acordo seja privada, o controle público será feito por meio da do comitê interfederativo formado por representantes dos governos federal, estaduais, municiapais e do Comitê de Bacia do Rio Doce.

No dia 5 de novembro do ano passado, uma barragem de rejeitos da Samarco rompeu-se e derramou 32 milhões de metros cúbicos de lama de rejeitos de mineração no Rio Doce. O episódio causou a morte de 17 pessoas e deixou dois desaparecidos no distrito de Bento Rodrigues; destruiu e prejudicou o abastecimento de água em diversos municípios e continua causando impactos ambientais graves no rio Doce e no oceano atlântico, onde o rio desemboca.

Uma cerimônia no Palácio do Planalto marcou a assinatura do acordo. Além da presidenta Dilma Rousseff e dos governadores de Minas, Fernando Pimentel, e do Espírito Santo, Paulo Hartung, participaram do evento os presidentes da Samarco, Roberto Lúcio Nunes de Carvalho, da Vale, Murilo Ferreira, e da BHP, Andrew Mackenzie, além do vice-presidente Michel Temer.

Após a tragédia, a Advocacia-Geral da União e o Ministério Público dos estados atingidos moveram uma ação civil pública contra as empresas pedindo um valor mínimo de R$ 20 bilhões, a serem pagos em dez anos, para reparação dos estragos socioambientais e econômicos. Após ajuizar a ação, o Poder Público passou a negociar o acordo com as mineradoras com o objetivo de evitar uma lenta disputa judicial.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e o ex-advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, se reuniram nesta segunda-feira (29), em Belo Horizonte com representantes do governo do Estado de Minas Gerais para apresentação do acordo que será fechado na sexta-feira (4), com a Samarco, para compensação pelos danos provocados pelo rompimento da barragem da empresa em Mariana.

Prefeitos de cidades que ficam na bacia do Rio Doce, poluído pela lama que vazou da represa, também participaram do encontro. Apesar de restar poucos dias para o prazo previsto de fechamento do documento, outras reuniões ainda vão ocorrer essa semana. A presidente do Ibama, Marilene Ramos, também participou da reunião, que aconteceu na Cidade Administrativa.

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Um dos obstáculos para a conclusão das negociações, que envolvem os governos federal, de Minas e do Espírito Santo, onde deságua o Rio Doce, envolve o reflorestamento das áreas afetadas pelos rejeitos de minério de ferro. A União e Estados pressionavam pelo reflorestamento de uma área de 120 mil hectares ao longo da bacia do Rio Doce. A Samarco não admitia mais que 8 mil hectares. Pelo acordo, ficou estabelecido que a empresa terá que gastar R$ 1,1 bilhão com esse tipo de ação.

Na Samarco, as informações são que a empresa não vai se posicionar sobre o fechamento do acordo. Conforme o termo, a empresa se comprometerá a repassar cerca de R$ 5 bilhões para compensações ambientais até 2018. O restante seria repassado ano a ano de acordo com o volume de recursos necessários para recuperação da bacia e condições econômicas da população que perdeu parentes e casas.

Para Adams, o termo é a melhor saída para União, Estados e população. "O acordo é a forma mais célere e efetiva para a resolução. Ele nos dá a garantia que de que tudo o que está planejado vai ser realizado", disse, em comunicado enviado pelo governo do Estado.

O acordo será fechado dentro de ação civil movida pela União e os governos de Minas e Espírito Santo que previa pagamento de R$ 20 bilhões pela empresa como compensação dos danos provocados pela empresa. Não há, porém, garantia de que esse valor será alcançado, conforme revelou o advogado-geral de Minas Gerais, Onofre Batista, ao jornal O Estado de S.Paulo no último dia 26. Segundo o representante do governo de Minas, o valor poderá ser menor caso a empresa comprove que consiga fazer tudo o que for necessário com menos recursos.

A Justiça determinou o bloqueio de R$ 500 milhões da Samarco e suas controladoras Vale e BHP, em uma ação civil pública movida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Os recursos devem garantir medidas para a recuperação do meio ambiente urbano do município mineiro de Barra Longa. A decisão é da juíza Denise Canêdo Pinto, da comarca de Ponte Nova.

Segundo o MP, o rompimento da barragem de Fundão no dia 5 de novembro de 2015 provocou a devastação total do distrito de Gesteira, e alcançou a sede do município, destruindo todos os tipos de equipamentos públicos, como obras de infraestrutura, rede de saneamento público de esgotamento sanitário e abastecimento de água, escolas, praças, edifícios públicos e campos de futebol.

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A liminar, divulgada nesta segunda-feira, 22, no site do MP de Minas, determina que Samarco, Vale e BHP Billiton apresentem, em 30 dias, os projetos básicos, estruturais e executivos para integral recuperação de todos os bens públicos e de infraestrutura danificados em Barra Longa e seus distritos.

Caso contrário as empresas serão penalizadas com multa diária de R$ 500 mil. A reparação deverá ser executada em no máximo seis meses. Foram determinadas, ainda, a elaboração e a execução de obras de contenção de todo o leito do Rio do Carmo, atingido pela onda de rejeitos da barragem, no trecho que cruza a cidade de Barra Longa.

A decisão pede ainda que sejam adotadas medidas de monitoramento e alerta para pronta evacuação da população de Barra Longa na hipótese de ocorrência de novos eventos. Segundo os promotores de Justiça Thiago Fernandes de Carvalho e Bruno Guerra de Oliveira, autores da ação, o município de Barra Longa foi o mais atingido e destruído pelo desastre.

A Polícia Federal suspeita que a Samarco esteja escondendo dados sobre o monitoramento da barragem da empresa de Fundão, que se rompeu em Mariana em 5 de novembro destruindo o distrito de Bento Rodrigues, matando 17 pessoas e deixando dois desaparecidos. Em busca de mais informações, a corporação cumpriu na quarta-feira (17) mandado de busca e apreensão na Samarco em Mariana, na unidade de Ubu, localizada em Anchieta (ES), e na residência, em Viçosa (MG), de um engenheiro que prestou serviço para a mineradora. Ainda ontem, a mineradora entregou ao governo federal um novo plano de recuperação ambiental.

Segundo os delegados Alexandre Leão, chefe da delegacia regional de combate ao crime organizado, e Roger de Lima Moura, chefe do inquérito que investiga o rompimento da barragem, a apuração da queda da represa levantou a possibilidade de a empresa não ter repassado todos os dados que teria, o que pode ser punido com prisão dos responsáveis. Conforme eles, já foram constatadas divergências nos depoimentos de representantes da empresa, sobretudo em relação ao número de piezômetros (equipamentos usados para verificar o volume de água na barragem) e sobre as informações que esses medidores apontavam. A PF já concluiu também que os alteamentos da represa, obras realizadas para aumentar a capacidade, vinham sendo realizados em ritmo superior ao recomendado.

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Procurada, em nota oficial a Samarco disse que "está colaborando com a diligência policial, assim como vem fazendo desde o início das investigações das causas do acidente com a barragem de Fundão".

Plano

Apesar de ter sinalizado, em reuniões técnicas, a necessidade de mais tempo para aprofundar o plano de recuperação ambiental para as áreas afetadas pela lama, a Samarco acabou cumprindo o prazo dado e entregou documento ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ontem. A primeira versão do plano havia sido rejeitada pelo órgão, que a considerou "genérica".

A mineradora, agora, afirma ter entregado algo "robusto", que "compreende um processo dinâmico, sob permanente revisão e aperfeiçoamento à medida que as ações evoluem", diz o diretor de Projetos e Ecoeficiência da Samarco, Maury de Souza Júnior. Ele destaca que o documento tem "uma característica adaptativa".

A nova versão, desenvolvida pela consultoria de engenharia, meio ambiente e emergências ambientais Golder Associates, "contém informações relacionadas aos impactos já identificados e às ações recomendadas para a recuperação ambiental".

As propostas estão distribuídas entre três trechos, que vão desde a barragem de Fundão até a região costeira. A Samarco cita a reconstituição das margens e calhas de cursos d’água, a dragagem do reservatório de Candonga, plantio inicial de gramíneas e leguminosas, monitoramento da qualidade da água e avaliação dos impactos da lama nas áreas de manguezais, e de reprodução de tartarugas-marinhas.

Nesta quinta-feira, 18, o Ibama iniciará uma vistoria em Barra Longa, uma das áreas mais atingidas pelo desastre de 5 de novembro do ano passado. Na próxima segunda, o órgão pretende verificar o término das principais obras de contenção dos rejeitos remanescentes de Fundão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A direção da Samarco será indiciada pela Polícia Civil de Minas Gerais pelo homicídio de 19 pessoas no rompimento da barragem da empresa em Mariana, há três meses. A informação é do delegado Rodrigo Bustamante, responsável pelo inquérito que investiga a queda da represa.

Até o momento foram confirmadas 17 mortes. Duas pessoas estão desaparecidas. Porém, segundo o delegado, pelo tempo decorrido já é possível considerar os dois desaparecidos como mortos. Conforme Bustamante, falta definir apenas se o indiciamento será doloso ou culposo.

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O delegado não quis fala sobre os nomes dos diretores que serão indiciados. Em 13 de janeiro, a Polícia Federal indiciou o então diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, o diretor de operações da mineradora, Kleber Terra, e outros cinco executivos por crime ambiental. Ambos se afastaram da empresa.

A Polícia Civil de Minas Gerais cumpre na manhã desta sexta-feira (5) mandados de busca e apreensão nos escritórios da mineradora Samarco em Belo Horizonte e Mariana. Na capital, agentes chegaram à empresa às 7h. A Polícia Civil investiga as causas do rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana, que nesta sexta-feira completa três meses.

Dezessete pessoas morreram na tragédia e duas estão desaparecidas. A mineradora também é investigada pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual. O escritório da mineradora em Vitória, no Espírito Santo, também estaria sendo alvo da operação.

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Em nota, a Samarco confirmou a operação da Polícia Civil em seus escritórios de Belo Horizonte e Mariana e reiterou que "está colaborando com o trabalho dos policiais, assim como vem fazendo desde o início das investigações das causas do acidente com a barragem de Fundão".

Os rejeitos de minério de ferro da barragem da Samarco que se rompeu em Mariana provocou prejuízo de R$ 1,2 bilhão ao Estado de Minas Gerais e aos 35 municípios banhados pelo Rio Doce, atingido pela lama. O valor consta em relatório divulgado nesta quinta-feira (4) pela força-tarefa montada pelo governo de Minas para apurar prejuízos causados pela tragédia. O valor será cobrado da Samarco, que pertence à Vale e à BHP Billiton. No total não estão incluídos danos ambientais e recursos que serão utilizados para o pagamento de indenização a famílias.

Conforme o relatório, 320 mil pessoas foram atingidas pela tragédia, que já tem 17 mortes confirmadas. Duas pessoas ainda estão desaparecidas. Nesta sexta, 5, completam-se três meses do desabamento da represa, que vem sendo investigado pela Polícia Federal, Polícia Civil, Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual.

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O levantamento do governo do Estado levou em consideração dados coletados entre as cidades de Mariana e Aimorés, na divisa com o Espírito Santo, onde o Rio Doce deságua. Na conta estão incluídas a reconstrução do distrito de Bento Rodrigues, destruído pela lama, recuperação de estradas e gastos com saneamento e saúde pública feitos pelo Estado e municípios, além da paralisação de atividades comerciais, industriais e agropecuária pela iniciativa privada.

"É um valor inicial. Sempre teremos recortes semanais e mensais em que aparecerão novos gastos. O ponto final está longe de ser alcançado", afirmou o secretário estadual de Desenvolvimento Regional Política Urbana e Gestão Metropolitana, Tadeu Martins Leite.

Conforme o relatório, a cadeia produtiva da região registrou prejuízos ao setor privado de R$ 540.466.816,00, segundo informações repassadas pelos municípios. As perdas foram por morte de animais, destruição de lavouras, pastagens, máquinas e construções. Os prejuízos públicos totalizaram R$ 146.066.455,33, principalmente com a prestação de serviços como abastecimento de água, que ficou prejudicado com a lama no Rio Doce. Em relação à infraestrutura pública, a lama da Samarco consumiu R$ 513.755.631,00, com a destruição de estradas, postos de saúde, escolas, e comunidades, total ou parcialmente, como Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, em Mariana.

Segundo o secretário Tadeu Leite, o próximo passo será negociar com a Samarco o ressarcimento dos danos. Na avaliação do Estado, o R$ 1,2 bilhão poderá ser cobrado dentro da ação judicial de R$ 20 bilhões movida pela União e os governos de Minas e Espírito Santo contra a Samarco, Vale e BHP, para pagamento de prejuízos provocados pela lama. Existe a possibilidade ainda de que o valor faça parte do acordo que os governos tentam fazer com as empresas há 15 dias, mas ainda sem sucesso.

A ação judicial movida pela União e os dois governos estaduais previa o depósito de R$ 2 bilhões pelas empresas em janeiro. Por acordo entre as partes foi dado 15 dias para o repasse. Nesta quarta, a Samarco pediu a suspensão do processo. A justificativa apresentada à Justiça é que as negociações ainda estão ocorrendo e que precisam de mais tempo para conclusão. Para o advogado-geral do Estado de Minas Gerais, Onofre Alves Batista Júnior, que participou nesta quinta da reunião da força-tarefa para divulgação do relatório sobre os danos provocados pela lama da Samarco, é preciso definir a questão judicial entre o poder público e as empresas. "Se não houver um acordo rápido, que se faça o depósito", disse. Não há prazo para que a Justiça decida sobre a suspensão do processo.

Em nota, a Samarco afirmou que vem dialogando com o Governo de Minas um acordo envolvendo União, Estado do Espírito Santo, dentre outros atores. A empresa afirma que desconhece o valor apresentado.

A Samarco ampliou acima do limite anual a barragem do Fundão, que ruiu em Mariana (MG). É o que aponta o despacho de indiciamento sob a acusação de crime ambiental da mineradora e de executivos da empresa feito pela Polícia Federal (PF) em 13 de janeiro. O documento mostra ainda que a leitura de equipamentos que medem o nível de água da represa estava com atraso de dez dias.

A reportagem teve acesso à documentação, assinada pela delegado Roger Lima de Moura, chefe da equipe que investiga o rompimento da barragem, que aconteceu em 5 de novembro e deixou 17 mortos e dois desaparecidos. Além da mineradora, foram indiciados a Vale - controladora da Samarco -, o ex-presidente da empresa Ricardo Vescovi e outros seis executivos e técnicos da companhia, além da Vogbr Recursos Hídricos e Geotecnia.

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Segundo os delegados responsáveis pela investigação, funcionários da Samarco que prestaram depoimento afirmaram que o chamado alteamento anual da barragem chegaria a até 15 metros por ano. O alteamento é a elevação da contenção da represa para que seja possível a colocação de mais rejeito de minério de ferro. Conforme um estudo obtido pela PF, cujo título é Técnicas Para Disposição de Rejeitos de Barragem, para represas como a de Fundão, o alteamento não pode ultrapassar de 5 a 10 metros por ano.

Os delegados apuraram ainda que a última leitura dos equipamentos que medem o volume de água na barragem, que em quantidades acima do permitido pode provocar o colapso da estrutura, foi feita em 26 de outubro, ou seja, 10 dias antes da tragédia. Em depoimento, o então coordenador técnico de planejamento e monitoramento da Samarco, Wanderson Silvério Silva, um dos indiciados no caso, disse que "a leitura era semanal, e que os instrumentos estavam acertados para fazer uma leitura a cada seis horas". A última, de acordo com o técnico, foi feita em 2 de novembro. Ele disse, porém, que "desde agosto ou setembro de 2015 as obras feitas na barragem estavam interferindo nos sinais".

Para os delegados, o envio de rejeitos de minério de ferro da mina da Vale, localizada em Mariana, para a barragem do Fundão também contribuiu para a tragédia. Segundo as investigações, havia "falta de controle da quantidade de rejeitos que eram despejados na barragem de Fundão pela Vale, diferença entre o declarado primeiramente e o que foi constatado posteriormente, diferença entre o declarado pelas empresas Vale e Samarco e a quantidade real de rejeitos de lama despejados na barragem de Fundão".

Além disso, conforme os delegados, não foi repassada a "informação de que rejeitos da Vale eram despejados na barragem de Fundão para os técnicos que iriam fazer a declaração de estabilidade (da represa)".

Para a PF, a prática da Samarco era a de "aumento da produção mineral sem o desenvolvimento simultâneo de um plano para lidar com os rejeitos de forma segura". Os delegados apontam contradições entre os depoimentos do ex-presidente da Samarco Ricardo Vescovi e do então diretor de operações, Kleber Terra. Este disse que relatórios sobre problemas da barragem eram apresentados em reuniões de diretoria, às vezes com a participação de Vescovi.

O ex-presidente, no entanto, negou que isso tenha ocorrido. Após o indiciamento, ele e Terra foram afastados dos cargos. A lama liberada pelo rompimento da barragem destruiu a fauna e a flora do Rio Doce e chegou ao litoral do Espírito Santo.

Defesa

Em nota, a Samarco disse que "a informação de que o alteamento da barragem de Fundão estava acima do permitido não procede. "A cota licenciada da barragem de Fundão era de 940 metros e, no dia do acidente, a cota era de 898 metros." A mineradora afirmou ainda que "a frequência da leitura dos piezômetros (equipamentos que medem o volume da água na barragem) era maior do que a recomendada no manual".

A Vale informou por meio de nota que "os valores reportados no Relatório Anual de Lavra (RAL) são de efluentes líquidos e rejeitos sólidos secos, e que no relatório não é possível fazer a separação entre tipos e destinos dos rejeitos". Ainda segundo a nota, "com relação aos rejeitos finos (lamas), os mesmos foram reportados no RAL e destinados às barragens da Samarco conforme acordo comercial entre Vale e Samarco".

A Vogbr foi procurada pelo reportagem, mas não se manifestou até as 21 horas desta terça-feira.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ibama rejeitou ontem o plano de ações emergenciais apresentado pela mineradora Samarco no dia 18 por considerá-lo "genérico" e por "minimizar todos os impactos ambientais da ruptura da barragem" de Fundão, que voltou a ter vazamento de rejeitos na quarta-feira (27) dessa vez de 1 milhão de metros cúbicos.

A empresa deverá entregar uma nova versão do documento até o dia 17 de fevereiro. Na semana passada, a presidente do Ibama, Marilene Ramos, já havia criticado o documento, afirmando que era "pouco propositivo" e que estava "aquém" do ideal. A Samarco é a responsável pela barragem de Fundão, que rompeu no dia 5 de novembro, matando 17 pessoas e devastando distritos de Mariana.

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De acordo com a nota técnica do Ibama, as ações têm pouco embasamento metodológico e científico. Além disso, a empresa não estimou prazos para cumpri-las, o que impossibilitaria o acompanhamento das metas.

O órgão critica, por exemplo, o fato de a Samarco não citar quais espécies de fauna e flora foram afetadas, quais estão em risco de extinção e quantas têm distribuição restrita nos locais atingidos. "Em relação aos impactos sobre os organismos aquáticos, verifica-se a tendência a subestimar o problema, inclusive se omitindo completamente em relação ao volume e a diversidade de peixes encontrados mortos ao longo da bacia do Rio Doce", declarou.

A Samarco afirmou que os pontos de aprimoramento sugeridos vão ser incorporados ao documento.

Reação

O procurador da República em Minas Gerais Edmundo Antônio Dias Netto Júnior afirmou na quinta-feira, 28, que o novo deslizamento de lama da barragem da Samarco é mais grave do que a empresa admite e diz que a mineradora não tem condições de garantir a segurança ambiental e da população.

Conforme dados da Comissão das Barragens, da Assembleia Legislativa de Minas, 1 milhão de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro vazaram de Fundão na quarta-feira.

Segundo o responsável pela área de licenciamento da Samarco, Marcio Perdigão, e o engenheiro da empresa José Bernardo Vasconcelos, as estruturas não oferecem risco. A mineradora afirma ainda que o material que deslizou era "remanescente" de Fundão e não ultrapassou a barragem de Santarém.

Para o procurador, o plano de emergência precisa ser reavaliado. O plano atual foi enviado pela empresa à Justiça de Minas Gerais ontem e havia sido solicitado dentro de ação movida pelo Ministério Público Estadual. O material deveria ter sido entregue há cerca de 15 dias. À época, no entanto, a empresa entregou plano considerado "insuficiente" pelos promotores. A multa por dia de atraso é de R$ 1 milhão. (Colaborou Leonardo Augusto, Especial para AE)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A mineradora Samarco pressionou o projetista da barragem de Fundão, Joaquim Pimenta de Ávila, a emitir um documento fora das especificações na etapa inicial da construção da represa, que ruiu em Mariana em 5 de novembro. A tragédia resultou em 17 mortes; ainda há dois desaparecidos.

Em depoimento ao Ministério Público Estadual, Ávila afirmou que em 2007 foi contratado pela Samarco para emitir um relatório chamado "as built", requerido para construção da barragem, que começou a operar em 2008. Aos promotores, Ávila afirmou que o relatório "informa a condição final implantada para as estruturas após sua execução", que "deve refletir a situação das estruturas após a sua implementação, que difere da do projeto naqueles aspectos que foram modificados durante a execução".

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Segundo Ávila, a Samarco pediu que o documento fosse entregue antes da conclusão da obra. O projetista, conforme consta no depoimento, afirmou então que o documento não poderia ser chamado de "as built" (como construído, em português), já que as obras não haviam sido concluídas. A empresa, então, pediu a Ávila que emitisse o documento "com as ressalvas que entendesse pertinentes, pois necessitava apresentá-lo no processo de licenciamento ambiental".

Drenagem

Ávila disse também que o projeto inicial da barragem de Fundão previa um modelo de drenagem que apresentou problemas em 2009, provocando pressão excessiva na barragem. Isso obrigou a represa a ser esvaziada por bombeamento, com a construção de um aterro próximo. Na investigação feita pela empresa, ficou constatado, conforme Ávila, que um dos drenos havia entupido. O modelo foi abandonado.

A represa passou a funcionar, conforme Ávila, com liberação de água feita com um "tapete drenante de 130 metros de comprimento e em toda a extensão do dique 1" da barragem - estrutura que ajuda na redução do volume de água. As obras, ainda segundo o projetista, foram feitas entre 2009 e 2010 com autorização do comando da Samarco.

Ávila disse ainda ao MP que a partir de 2014 fez seis inspeções na barragem de Fundão. Em uma delas, em 4 de setembro daquele ano, foram encontradas trincas na represa cuja geometria "caracterizava uma grande extensão com movimento típico de escorregamento o que, muito provavelmente, teria sido ocasionado pela ocorrência de liquefação (aumento na quantidade de água)".

Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Minas, o "as built" não é necessário para a concessão do licenciamento ambiental, mas, por ser uma alteração de projeto, é obrigatório que seja comunicado à Superintendência Regional de Regularização Ambiental.

Procurada, a Samarco afirmou que "o manual do consultor Joaquim Pimenta de Ávila sempre foi observado pela Samarco, assim como foram consideradas todas as suas recomendações técnicas como consultor contratado". "A Samarco espera que a apuração técnica do evento apresente a provável causa (da ruína), pondo fim às especulações ou tentativas simplistas de afastar ou impor culpa a pessoas, sobretudo porque a barragem estava estável."

Reconstrução

O presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou ontem que o conselho de administração da Samarco determinou que todas as casas do distrito de Bento Rodrigues e da cidade de Barra Longa sejam reconstruídas até o fim do ano. As declarações foram dadas no Palácio do Planalto, após reunião entre representantes da Vale e BHP (controladoras da Samarco), a presidente Dilma Rousseff e os ministros Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Luís Adams (Advocacia-Geral da União). Ferreira ressaltou também que seis pontes em Barra Longa serão reconstruídas até o fim do mês e lembrou que todas as famílias recebem assistência financeira. (Colaboraram Igor Gadelha, Daniel Carvalho e Tânia Monteiro)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Samarco entregou ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) o plano de emergência em caso de rompimento das Barragens de Germano e Santarém, em Mariana, onde, em 5 de novembro, outra represa da mineradora, a de Fundão, ruiu destruindo o distrito de Bento Rodrigues. Até o momento, 17 mortes foram confirmadas. Duas pessoas estão desaparecidas.

Segundo previsto em ação movida pelo Ministério Público Estadual, o plano deveria ter sido entregue na segunda-feira, 11. O material foi protocolado no TJ-MG nesta terça-feira, 12. A multa diária pelo atraso é de R$ 1 milhão. No entanto, segundo informações do tribunal, ainda não há definição sobre o pagamento da penalidade.

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O motivo é que, ao mesmo tempo em que entregou o plano de emergência, a mineradora apresentou também petição tentando justificar o atraso. Conforme a Samarco, na petição, a empresa contratada para o serviço não teria entregue o material no tempo previsto. A solicitação deverá ser analisada pelo TJ nos próximos dias.

Em nota, o Ministério Público Estadual informou que vai acionar a Justiça com pedido de aumento de R$ 1 milhão para R$ 5 milhões por dia de atraso na entrega do material, além de reiterar a necessidade de aplicação da multa.

Segundo o promotor de Justiça Mauro Ellovitch, que participa das investigações sobre a tragédia em Mariana, "o Ministério Público entende que a sociedade não pode ficar à mercê dos prazos que atendam a conveniência da Samarco". "Esses estudos já deveriam ter sido apresentados há muito tempo. A demora coloca em risco desnecessário vidas humanas", declarou.

Laudos anuais feitos por auditores externos entre 2011 e 2015 na barragem da Samarco que ruiu no início de novembro, em Mariana, Minas Gerais, apontavam a necessidade da realização de obras principalmente em relação à drenagem de água da chuva para evitar sobrecarga na estrutura de contenção da barragem. Os documentos, assinados por técnicos contratados pela empresa, apontam problemas como trincas nas canaletas utilizadas no escoamento pluvial.

A barragem, chamada Fundão, se rompeu em 5 de novembro. A lama de rejeitos de minério de ferro que desceu da estrutura destruiu o distrito de Bento Rodrigues, matando 17 pessoas. Outras duas estão desaparecidas. A Polícia Federal, Civil, e o Ministério Público investigam as causas do acidente. A lama, via afluentes, atingiu o Rio Doce, percorrendo cerca de 600 quilômetros até o mar, no litoral do Espírito Santo.

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Apesar da necessidade da realização das obras, os auditores, nos cinco laudos, não viram necessidade de interrupção do funcionamento da barragem. A emissão dos documentos por técnicos contratados pela própria empresa está prevista na legislação estadual, conforme explica o presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Diogo Soares de Melo Franco. A manutenção desse sistema está em discussão por um grupo criado pelo estado depois da tragédia em Mariana para discutir o formato do licenciamento ambiental em Minas. Todos os laudos foram encaminhados à Feam.

A necessidade de obras na drenagem consta em todos os cinco laudos, de 2011 a 2015. No primeiro, o texto afirma a necessidade de "desobstruir e limpar as estruturas de drenagem superficial", "reparar as estruturas de drenagem que estão quebradas e ou danificadas. Caso não ocorra tempo hábil anteriormente ao período chuvoso 2011/2012, implantar ações emergenciais suficientes para passar tal período e executar os reparos posteriormente". O relatório é de 26 de agosto de 2011.

No segundo laudo, referente a 2012, é solicitado conclusão e implantação do "projeto de drenagem superficial anteriormente ao período chuvoso de 2012/2013". O documento é de 31 de julho. No seguinte, de 2013, repete-se o pedido da obra e a reparação de "trincas nas canaletas já existentes". O laudo é de 31 de agosto. O pedido de 2014 e 2015 tem exatamente o mesmo texto: "desobstruir, reparar trincas e recompor as canaletas que apresentam problemas". Os laudos são de 21 de agosto de 2014 e 30 de julho de 2015.

Segundo o presidente da Feam o padrão de se exigir a contratação de auditores para a realização de laudos técnicos sobre barragens de rejeito de minério de ferro ocorre em todo o mundo. "É algo, no entanto, que pode ser alterado em Minas Gerais", afirma Franco. Acionada, a Samarco ainda não se posicionou sobre os pedidos de obras feitos pelos auditores.

Resposta

A Samarco informa, em nota, que "as obras recomendadas foram executadas e que as recomendações referentes ao ano 2015 estavam dentro do prazo definido". A mineradora diz ainda que "todas as barragens da Samarco têm Licenças de Operação concedidas pela Superintendência Regional de Regularização Ambiental (SUPRAM) - órgão que, nos recorrentes processos de fiscalização, atesta o comportamento e a integridade das estruturas".

A última fiscalização, de acordo com a empresa, ocorreu em julho de 2015 e indicou que as barragens encontravam-se em condições de segurança. "A Samarco também realiza inspeções próprias, conforme Lei Federal de Segurança de Barragens, e conta com equipe de operação em turno de 24 horas para manutenção e identificação, de forma imediata, de qualquer anormalidade", diz ainda a nota.

A Samarco afirmou que não pretende reconstruir a Barragem de Fundão, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), que ruiu em 5 de novembro, deixando pelo menos 17 mortos. A lama de rejeitos de minério de ferro que vazou da represa destruiu o distrito, poluiu o Rio Doce e chegou ao mar no Espírito Santo. Duas pessoas ainda estão desaparecidas.

A informação foi antecipada pelo presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. A barragem será investigada em inquérito pelo Ministério Público Estadual, segundo o coordenador da Promotoria de Meio Ambiente, Carlos Eduardo Pinto.

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A barragem recebia rejeito de minério de ferro também da Mina de Alegria, da Vale - dona da Samarco juntamente com a mineradora anglo-australiana BHP Billiton. Em nota, a Samarco afirmou "que as investigações sobre o acidente estão sendo realizadas pelos órgãos competentes e está colaborando ativamente neste processo".

O envio dos rejeitos não estava previsto no licenciamento ambiental da barragem, conforme informações da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Segundo o promotor, as investigações sobre a queda da barragem mostraram que o contrato para o envio dos rejeitos foi firmado em 1989 entre a Samitri e a Samarco, ambas compradas pela Vale no início da década de 90, e que a barragem só teve aval para funcionar em 2008.

O diretor de metais ferrosos da Vale, Lúcio Cavalli, disse que 5% dos rejeitos colocados na mina de Fundão eram provenientes da Mina de Alegria. Mas investigações do Ministério Público Federal (MPF) afirmam que o total seria de 28%. Além de Fundão, a Samarco operava outras duas barragens em Mariana. Santarém, que ruiu parcialmente, e Germano, que passa por obras de reforço depois do rompimento de Fundão.

O promotor quer saber os motivos pelos quais as licenças ambientais para o funcionamento da represa foram concedidas sem a aprovação inicial do Conselho de Política Ambiental (Copam). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A mineradora Samarco fechou acordo parcial com o Ministério Público de Minas Gerais, na noite de ontem (23), para indenizar as vítimas do acidente por conta do rompimento da barragem de Fundão, no dia 05 de novembro. Com isso, antecipará indenização de R$ 100 mil para cada família de falecidos e desaparecidos no acidente e R$ 20 mil para cada família que perdeu sua casa.

De acordo com a Samarco, além dos pagamentos citados acima, o acordo formaliza diversas ações de assistência às famílias afetadas pelo acidente com a barragem. Também abrange questões relativas à hospedagem, transferência para casas alugadas, fornecimento de auxílio financeiro e indenização definitiva para as pessoas afetadas e para a reconstrução dos vilarejos, com a efetiva participação dos moradores.

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A Samarco destaca ainda, em nota à imprensa, que presta assistência às famílias desde o dia do acidente e que o trabalho de realocação das pessoas para casas alugadas foi reconhecido pelos promotores. Até ontem, segundo a empresa, 99% das famílias estão em casas alugadas ou de familiares. Apenas quatro permanecem em hotéis e pousadas, por razões particulares, segundo a companhia.

"A empresa também já entregou cartões de auxílio financeiro a 285 famílias e prestou atendimento psicossocial a 2.065 pessoas. A Samarco mantém o diálogo aberto com o Ministério Público para futuras tratativas", acrescenta a mineradora.

Na semana passada, a Justiça de Minas Gerais determinou, em decisão liminar, que a Samarco fizesse depósito inicial de R$ 2 bilhões para custear um plano de recuperação integral dos danos a ser elaborado pela Vale e a BHP Billiton, acionistas da empresa. Estabeleceu ainda que a multa seja majorada para R$ 1,5 milhão por dia de atraso.

Além disso, a Samarco teve suas licenças e concessões para a exploração de lavras bloqueadas, assim como a Vale e a BHP, que também tiveram bloqueio de bens pela justiça mineira que alegou que o patrimônio da mineradora responsável pelo acidente é insuficiente para arcar com os danos socioambientais pelo rompimento da barragem estimados em mais de R$ 20,2 bilhões.

A Samarco, assim como a Vale, ainda não foi notificada da decisão da Justiça de Minas Gerais, publicada na noite dessa sexta(18), e que determina o bloqueio de seus bens bem como os da BHP Billiton por conta dos danos gerados com o rompimento de barragens em Mariana. "A Samarco não foi oficialmente notificada dessa decisão", disse a empresa, em nota enviada ao Broadcast.

O bloqueio dos bens é necessário, conforme a decisão assinada pelo juiz federal Marcelo Aguiar Machado, pelo fato de o patrimônio da mineradora Samarco, responsável pelo acidente, ser insuficiente para arcar com os danos socioambientais estimados em mais de R$ 20,2 bilhões. A liminar atende a boa parte dos pedidos feitos na ação civil pública movida pela União, Ibama, Agência Nacional de Águas (ANA), Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Estado de Minas Gerais, do Espírito Santo e outros.

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"A efetiva garantia financeira da reparação integral do dano ambiental causado depende de outras garantias, sendo pertinente, tendo em vista a gigantesca extensão dos danos socioambientais e socioeconômicos causados, que se aplique, com base no artigo 461, parágrafo 5°, do CPC, a medida prevista no artigo 7° da Lei 8.429/92, de indisponibilidade de bens dos réus a fim de se assegurar o integral ressarcimento do Dano", ressalta a decisão.

Vale e BHP terão de adotar medidas "urgentes de natureza cautelar" e voltadas à contenção do dano ambiental, sob pena de multa diária no valor de R$ 150 mil.

Já a Samarco terá de fazer depósito inicial de R$ 2 bilhões em 30 dias para custear um plano de recuperação integral dos danos a ser elaborado por suas acionistas. Para que essa determinação seja eficaz, a Justiça de Minas Gerais estabeleceu que a multa seja majorada para R$ 1,5 milhão por dia de atraso.

Foi decretada ainda a indisponibilidade das licenças e concessões para a exploração de lavras existente em favor da Samarco, Vale e BHP. Procurada, a BHP ainda não se manifestou sobre a decisão da Justiça de Minas Gerais.

A Vale informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não foi notificada da decisão da Justiça de Minas Gerais, publicada na noite dessa sexta (18), e que determina o bloqueio de seus bens e os da BHP Billiton por conta dos danos gerados com o rompimento das barragens da Samarco, em Mariana, da qual são acionistas. "Oportunamente, quando for notificada, poderá se pronunciar (sobre o bloqueio de bens)", informou a Vale, ao Broadcast.

O bloqueio dos bens das acionistas da Samarco é necessário, conforme a decisão assinada pelo juiz federal Marcelo Aguiar Machado, pelo fato de o patrimônio da mineradora Samarco, responsável pelo acidente, ser insuficiente para arcar com os danos socioambientais estimados em mais de R$ 20,2 bilhões. A liminar atende à ação civil pública movida pela União, Ibama, Agência Nacional de Águas (ANA), Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Estado de Minas Gerais, do Espírito Santo e outros.

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"A efetiva garantia financeira da reparação integral do dano ambiental causado depende de outras garantias, sendo pertinente, tendo em vista a gigantesca extensão dos danos socioambientais e socioeconômicos causados, que se aplique, com base no artigo 461, parágrafo 5º, do CPC, a medida prevista no artigo 7º da Lei 8.429/92, de indisponibilidade de bens dos réus a fim de se assegurar o integral ressarcimento do Dano", ressalta a decisão.

Vale e BHP terão de adotar medidas "urgentes de natureza cautelar" e voltadas à contenção do dano ambiental, sob pena de multa diária no valor de R$ 150 mil, conforme a decisão.

Já a Samarco terá de fazer depósito inicial de R$ 2 bilhões em 30 dias para custear um plano de recuperação integral dos danos a ser elaborado por suas acionistas. Para que essa determinação seja eficaz, a Justiça de Minas Gerais estabeleceu ainda que a multa seja majorada para R$ 1,5 milhão por dia de atraso.

Foi decretada também a indisponibilidade das licenças e concessões para a exploração de lavras existente em favor da Samarco, Vale e BHP. Procuradas, a Samarco e a BHP ainda não se pronunciaram sobre a decisão da Justiça de Minas Gerais.

A Justiça Federal de Minas Gerais determinou, em decisão liminar publicada na noite de sexta-feira (18), o bloqueio de bens da Vale e da BHP Billiton por conta dos danos gerados com o rompimento das barragens da Samarco, em Mariana, da qual são acionistas. A medida é necessária, conforme o processo, pelo fato de o patrimônio da mineradora responsável pelo acidente ser insuficiente para arcar com os danos socioambientais estimados em mais de R$ 20,2 bilhões.

A decisão, assinada pelo juiz federal Marcelo Aguiar Machado, atende a ação civil pública movida pela União, Ibama, Agência Nacional de Águas (ANA), Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Estado de Minas Gerais, do Espírito Santo e outros. No documento, de 19 páginas, é defendida a responsabilidade ambiental da Samarco na tragédia que devastou Mariana, classifica a Vale como poluidora direta e ainda, juntamente com a BHP, a responsabilidade ambiental solidária das acionistas como poluidoras indiretas.

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"A efetiva garantia financeira da reparação integral do dano ambiental causado depende de outras garantias, sendo pertinente, tendo em vista a gigantesca extensão dos danos socioambientais e socioeconômicos causados, que se aplique, com base no artigo 461, parágrafo 5º, do CPC, a medida prevista no artigo 7º da Lei 8.429/92, de indisponibilidade de bens dos réus a fim de se assegurar o integral ressarcimento do Dano", ressalta a decisão.

Vale e BHP terão de adotar medidas "urgentes de natureza cautelar" e voltadas à contenção do dano ambiental, sob pena de multa diária no valor de R$ 150 mil. Já a Samarco terá de fazer depósito inicial de R$ 2 bilhões em 30 dias para custear um plano de recuperação integral dos danos a ser elaborado por suas acionistas.

"Esse plano é fundamental para que a recuperação da área degrada possa se dar de forma eficiente e eficaz, com planejamento adequado e de curto e médio prazo, mesmo porque a cessação dos danos ainda em expansão e a recuperação in natura do meio ambiente dependem de uma visão do todo", observa o juiz Marcelo Machado, na decisão.

O plano global de recuperação socioambiental da Bacia do Rio Doce e de toda a área degradada terá de ser entregue em 30 dias e deverá atender as determinações e parâmetros dos órgãos ambientais competentes, com detalhamento das ações a serem desenvolvidas, cronograma de execução e desembolso dos recursos.

Foi decretada ainda a indisponibilidade das licenças e concessões para a exploração de lavras existente em favor da Samarco, Vale e BHP. Para que essa determinação seja eficaz, a Justiça de Minas Gerais estabeleceu que a multa seja majorada para R$ 1,5 milhão por dia de atraso.

Além disso, a Samarco está impedida, conforme o documento de distribuir dividendos, juros de capital próprio, bonificação de ações ou outra forma qualquer de remunerações de seus sócios desde 05 de novembro, quando ocorreu o dano ambiental em Mariana. Na liminar, foi estabelecido ainda que a mineradora impeça ou comprove que já está estancado em até dez dias o vazamento de volume de rejeitos que ainda se encontram na barragem rompida. Também deve contratar empresas que avaliem de imediato a contaminação de pescados por inorgânicos e o risco eventualmente causado ao consumo humano.

As empresas rés terão ainda de elaborar, em 15 dias, estudos e adotar medidas visando impedir que o volume de lama lançado no Rio Doce atinja o sistema de lagoas do Rio Doce e a proteção das fontes de água mineral mapeadas pelo DNPM. Estudos de mapeamento dos diferentes potenciais de resiliência dos 1.469 hectares diretamente atingidos também devem ser realizados em até 20 dias, dentre outras medidas destacadas na decisão.

Procuradas para comentar a decisão da Justiça de Minas Gerais, a Vale, a BHP e a Samarco não retornaram até o fechamento desta matéria.

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