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Os Estados Unidos bombardearam cinco bases da milícia islamita Hezbollah no Iraque e na Síria, anunciou o Pentágono neste domingo (29), dois dias depois da morte de um civil americano em um ataque com mísseis contra uma base militar do norte do Iraque.

Quinze combatentes, sendo alguns comandantes, morreram no ataque, informou à AFP um encarregado do Hashd al Shaabi, coalizão paramilitar formada para combater jihadistas.

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Além dos mortos, há outros combatentes feridos, destacou o dirigente desta coalizão de paramilitares que agora integra as forças de segurança iraquianas, das quais fazem parte as brigadas do Hezbollah, visadas pela aviação americana.

Estes bombardeios, lançados "em resposta aos repetidos ataques do Kataeb Hezbollah (KH) contra bases iraquianas que acolhem as forças da operação Resolução Inerente (contra o grupo jihadista Estado Islâmico) (...) fragilizarão a capacidade do KH de realizar ataques contra as forças da coalizão", declarou o porta-voz do Pentágono, Jonathan Hoffman, em um comunicado.

Três das instalações bombardeadas ficam no Iraque e as outras duas na Síria, explicou Hoffman. São locais de armazenamento de armas e bases do KB, uma das facções pró-iranianas do Hashd al Shaabi.

O porta-voz do Pentágono acusou o movimento pró-iraniano que lançar na sexta-feira mais de 30 foguetes contra a base militar iraquiana de Kirkuk (norte), matando um americano que trabalhava como funcionário terceirizado e ferindo quatro militares do país e dois soldados iraquianos.

Os Estados Unidos prometeram dar "uma resposta firme" diante da multiplicação de ataques contra seus interesses no Iraque.

Hoffman lembrou que o Hezbollah iraquiano "tem vínculos estreitos" com a força de elite Quds iraniana e exortou Teerã e seus aliados a "cessar seus ataques contra as forças dos Estados Unidos e da coalizão internacional (antijihadista) e a respeitar a soberania do Iraque para evitar qualquer ação defensiva adicional das forças americanas".

"A coalizão está no Iraque a convite do governo iraquiano para garantir a derrota duradoura do grupo Estado Islâmico e proporcionar conselhos e assistência ao exército iraquiano", acrescentou o porta-voz.

"Os Estados Unidos e seus parceiros da coalizão respeitam plenamente a soberania do Iraque e apoiam um Iraque forte e independente. Mas os Estados Unidos não vai abrir mão de exercer seu direito à autodefesa", concluiu.

Pelo menos oito civis, incluindo cinco crianças, morreram nesta terça-feira em ataques aéreos russos a um vilarejo no noroeste da Síria abrigando deslocados, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Segundo a ONG, os ataques atingiram Jubass, nos arredores da cidade de Saraqeb, no sul da província de Idlib, matando civis que haviam se refugiado em uma escola.

Desde 16 de dezembro, as forças do regime, apoiadas pela força aérea russa, intensificaram seus bombardeios nesta região, enquanto violentos combates terrestres os opõem a grupos jihadistas e rebeldes.

E, desde quinta-feira, assumiram o controle de 46 vilarejos da região, afirmou o OSDH. Agora estão se aproximando de uma cidade importante no sul de Idlib.

"As forças do regime estão a quatro quilômetros de Maaret al-Noomane", disse à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane, cuja ONG conta com uma grande rede de fontes no país.

Em cinco dias, os combates deixaram cerca de 260 mortos em ambos os campos, incluindo 110 membros das forças pró-regime e 148 jihadistas e rebeldes, segundo o OSDH.

Nesta terça, porém, jihadistas e rebeldes conseguiram recuperar o controle do vilarejo de Talamanas e de uma cidade adjacente, segundo a mesma fonte.

Isso não impediu os moradores de Maaret al-Noomane de fugir da área, por medo de um novo avanço das forças do regime, relatou um correspondente da AFP no local.

Segundo o OSDH, mais de 40.000 pessoas fugiram da zona de combate nos últimos dias, indo para o norte, na fronteira com a Turquia.

Entrevistado por um colaborador da AFP, Abu Ahmad foi um dos últimos a sair. Com lágrimas nos olhos, ele carregava um veículo às pressas.

- "Sentimento indescritível" -

"O sentimento é indescritível (...). Esta é a nossa casa, é aqui que crescemos", afirmou, chorando.

"Eu não esperava ter que sair" um dia, mas Bashar al-"Assad deixa a Síria, e foge", acrescentou esse pai de dez crianças.

A região de Idlib, composta por uma grande parte da província com o mesmo nome e segmentos das províncias vizinhas de Alepo e Latakia, é controlada pelos jihadistas do grupo Hayat Tahrir al-Cham (HTS).

Outros grupos jihadistas e rebeldes estão presentes nesta região, que também abriga cerca de três milhões de pessoas, metade das quais deslocadas de outras áreas do país retomadas nos últimos anos por Damasco.

O regime sírio, que controla mais de 70% do território, afirmou repetidamente que está determinado a recuperar Idlib, uma das poucas regiões que ainda foge ao seu controle.

Damasco e Moscou conduziram uma grande ofensiva na região entre abril e agosto, resultando na morte de mil civis, segundo o OSDH, e no deslocamento de 400.000 pessoas, de acordo com a ONU, antes da entrada em vigor de uma trégua no final de agosto.

Mas os bombardeios e combates continuaram apesar do cessar-fogo, matando mais de 300 civis - incluindo cerca de 80 desde terça-feira - e centenas de combatentes.

As forças do regime também cercaram um posto de observação das forças turcas na província de Idlib na segunda-feira, segundo o OSDH.

O exército turco está destacado na zona sob um acordo concluído em 2018 entre Moscou e Ancara.

Grandes potências e países da região estão envolvidos no conflito na Síria, desencadeado em 2011 pela repressão de protestos pró-democracia por Damasco. A guerra deixou mais de 370.000 pessoas mortas e milhões de deslocados e refugiados.

Milhares de civis fugiram dos bombardeios do governo de Bashar al-Assad e de sua aliada, Rússia, na província síria de Idlib (noroeste) desde o início desta semana - informou o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) nesta sexta-feira (20).

"Diante da intensificação dos ataques aéreos e dos bombardeios desde 16 de setembro no sul de Idlib, milhares de civis fugiram da região de Maaret al-Numan (...) para o norte da província. Outros milhares esperam que os bombardeios diminuam para ir embora", declarou o OCHA (na sigla em inglês) em um comunicado.

A Turquia foi forçada a intervir militarmente na Síria, explicou o presidente turco Recep Tayyip Erdogan nesta terça-feira (17) no Fórum Mundial sobre Refugiados, no qual vinculou a operação lançada por Ancara à falta de ajuda internacional para gerenciar o fluxo de refugiados sírios.

"Além de não recebermos a ajuda que esperávamos da comunidade internacional, fomos forçados a nos preocupar com nossa própria proteção e lançamos operações para tirar organizações terroristas dessa área", disse Erdogan, referindo-se à ofensiva militar de outubro no nordeste da Síria.

A Turquia interveio militarmente no nordeste da Síria para expulsar combatentes curdos das Unidades de Proteção Popular (YPG), que considera "terroristas", mas que desempenharam um papel fundamental na luta contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico.

O objetivo de Ancara era criar uma "zona de segurança" na qual restabeleceria os refugiados que hospeda em seu território.

"Precisamos eliminar a presença terrorista de uma vez por todas nesses territórios, declarar zonas de segurança, implementar programas de reintegração para refugiados", acrescentou o presidente turco na em Genebra.

"Mas ninguém parece determinado a nos ajudar", acrescentou, observando em particular a falta de apoio financeiro da União Europeia.

A Turquia abriga cerca de 3,6 milhões de refugiados sírios que deixaram a guerra em seu país, iniciada em 2011.

O presidente turco ameaça abrir as portas da Europa para esses migrantes.

Para evitar isso, Erdogan exorta os países europeus a apoiar seus projetos de repatriamento sírio no país, especificamente com apoio financeiro à construção de uma ou mais novas cidades nesta "zona de segurança".

Cerca de 70 combatentes morreram nas últimas 24 horas em combates entre as forças do governo e os grupos extremistas na província de Idleb, noroeste da Síria - anunciou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Nos combates, morreram 36 soldados do governo e 33 combatentes das forças "jihadistas" e rebeldes, relatou o OSDH.

"Trata-se dos combates mais violentos em Idleb desde a entrada em vigor do cessar-fogo", anunciado pelo governo de Bashar al-Assad e por seu aliado russo, disse à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

Na região de Maarat al-Nooman, bombardeada por aviões do governo, viam-se colunas de fumaça, observou um correspondente da AFP.

"As forças do regime desenvolvem" um "contra-ataque em um setor do sudeste de Idleb, onde os grupos rebeldes e jihadistas assumiram o controle no sábado de quatro localidades", disse Rahman.

"Conseguiram reconquistá-las totalmente", mas os "combates continuam", acrescentou.

A agência estatal síria Sana informou nessa terça-feira (19) que explosões foram ouvidas nas proximidades do Aeroporto Internacional de Damasco.

O governo sírio não deu mais detalhes. Mas, momentos antes, o Exército de Israel havia anunciado a interceptação de quatro foguetes lançados do território sírio em direção às Colinas do Golã, área controlada por Israel, que pertencia à Síria. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As forças militares de Israel informaram nesta quarta-feira (20) ter lançado um ataque de "larga escala" contra alvos iranianos na Síria, como resposta ao disparo, realizado na véspera, de um míssil sobre as Colinas de Golã, que são controladas por Israel.

Em nota, os militares israelenses dizem ter atacado dezenas de alvos militares iranianos com o uso de caças. Uma base síria também teria sido alvejada, após ter lançado um míssil de defesa contra as forças israelenses.

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O texto diz ainda que o ataque às Colinas de Golã é "mais uma prova clara do propósito do entrincheiramento iraniano na Síria". Fonte: Associated Press.

O diretor de cinema americano Oliver Stone elogiou nesta quarta-feira o presidente russo, Vladimir Putin, como "uma força estabilizadora" no Oriente Médio, especialmente na Síria, devastada pela guerra.

O diretor de filmes como "Platoon" e "JFK" realizou em 2017 um polêmico documentário sobre o líder russo.

"Putin é uma força estabilizadora no Oriente Médio (...) e na Síria (...). Ao contrário dos Estados Unidos", declarou Stone na conferência Iniciativa de Investimento Futuro (FII), em Riade.

O comentário de Stone ocorre após a Rússia preencher o espaço deixado pela súbita retirada das tropas americanas, que abandonaram as forças curdas no norte da Síria.

Com a ajuda da Rússia, o regime sírio recuperou grande parte do território perdido na guerra, que era controlado por rebeldes, jihadistas e curdos.

"Putin estava preocupado com os terroristas. Se tivessem chegado a Damasco (...) teriam expandido seu califado para toda a região", declarou Stone.

"Putin não tem em mente os interesses do petróleo. Tem a ideia de conservar o equilíbrio e respeitar a soberania destes países".

O corpo do líder do grupo extremista Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, foi atirado no mar por militares americanos após ele ter cometido suicídio durante uma operação no fim de semana em seu esconderijo na Síria, informaram fontes do Pentágono à AFP nesta segunda-feira (28).

Não foram dados detalhes sobre onde e quando o corpo foi lançado ao mar, mas foi feita uma comparação com o destino dado ao corpo do então líder da rede Al-Qaeda, Ossama bin Laden, após ter sido morto em 2011 em uma operação das forças especiais americanas.

Os restos de Baghdadi "foram tratados de forma apropriada", disse o general Mark Milley, chefe do estado-maior conjunto.

O líder del grupo extremista Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al Bagdadi, teria sido morto durante um ataque militar dos Estados Unidos na Síria, informou a imprensa americana, horas antes de o presidente Donald Trump fazer, neste domingo (27), um anúncio "muito importante" da Casa Branca.

Segundo as emissoras CNN e ABC, que citam funcionários de alto escalão, Al Bagdadi morreu em uma operação do Exército americano no nordeste da Síria.

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A CNN afirmou que estão sendo feitas análises para confirmar formalmente sua identidade. Já uma autoridade citada pela ABC disse que Al Bagdadi explodiu um colete e se matou.

De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que tem uma ampla rede de informantes no terreno, comandos americanos foram deixados de helicópteros na província de Idlib (noroeste sírio), em uma área onde estavam "grupos próximos ao EI".

"A operação tinha como alvos altos dirigentes do EI", disse a ONG.

A Casa Branca anunciou, sem dar detalhes, que Trump "fará um anúncio muito importante" neste domingo às 9h locais (10h de Brasília). Pouco antes, o presidente tinha dito no Twitter: "Algo enorme acaba de acontecer!".

Mazlum Abdi, chefe das Forças Democráticas Sírias (FDS), dominadas pelos combatentes curdos - aliados de Washington na luta contra o EI -, disse no Twitter que a operação foi resultado de um trabalho "conjunto de informação com os Estados Unidos", sem confirmar, entretanto, a morte de Bagdadi.

A Turquia - que também realizou uma ofensiva contra os curdos no norte da Síria - afirmou neste domingo que houve uma "coordenação" e "troca de informações" entre Ancara e Washington antes da operação.

Se ela for confirmada, seria a maior operação contra um dirigente jihadista desde a morte, em 2 de maior de 2011, de Osama Bin Laden, líder da Al Qaeda abatido pelas forças especiais americanas no Paquistão.

- 'Pânico' -

De acordo com o OSDH, os ataques aéreos lançados contra os extremistas deixaram nove mortos em Idlib. Oito helicópteros dispararam contra uma casa e um automóvel nos arredores de Barisha, perto de Idlib, detalhou.

"Não podemos confirmar nem negar a presença de Bagdadi", afirmou o diretor da OSDH, Rami Abdel Rahman.

Um morador contactado pela AFP na zona de Barisha disse ter ouvido helicópteros e ataques de aviões poucos minutos depois da meia-noite.

"Os aviões voavam a uma altura muito baixa, provocando grande pânico entre as pessoas", relatou à AFP Ahmed al Hassaui, deslocado instalado em um dos acampamentos informais perto do Barisha. Segundo ele, "a operação durou pelo menos até as 3h30" de domingo.

"Tem uma casa destruída, barracas de campanha e um veículo civil danificado, com dois mortos dentro", contou à AFP Abdelhamid, outro morador da Barisha.

- Aparição pública em 2014 -

Abu Bakr al Bagdadi não deu sinais de vida desde uma gravação de áudio divulgada em novembro de 2016, após o início da ofensiva iraquiana para retomar Mossul, na qual pediu para seus homens lutarem até se tornarem mártires.

Foi em Mossul a única aparição pública do líder do EI da qual se tem conhecimento, em julho de 2014, na mesquita Al Nuri.

Vestido de preto e com turbante, o extremista pediu para todos os muçulmanos lhe jurarem lealdade, após ser nomeado chefe do califado proclamado pelo EI nos extensos territórios que tinha conquistado no Iraque e na vizinha Síria.

Bagdadi, cujo verdadeiro nome é Ibrahim Awad al Badri, teria nascido em 1971 em uma família pobre da região de Bagdá. Apaixonado por futebol, fracassou em sua tentativa de ser advogado e militar, e começou a estudar teologia.

Durante a invasão americana do Iraque em 2003, criou um pequeno grupo jihadista sem muito impacto, antes de ser detido na gigantesca prisão de Bucca.

Liberado por falta de provas contra ele, se uniu a um grupo de guerrilha sunita vinculado à Al Qaeda, e liderou-o anos depois. Aproveitando o caos da guerra civil, seus combatentes se instalaram na Síria em 2013 e, de lá, lançaram uma ofensiva no Iraque.

O grupo, que mudou seu nome para Estado Islâmico, ocupou o lugar da Al Qaeda. Seus sucessos militares iniciais e a propaganda eficaz levaram milhares de pessoas a se alistarem em suas filas. O EI reivindicou diversos atentados violentos no mundo todo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (21) que um "pequeno número" de soldados americanos permanecerá na Síria.

Como previsto, a maioria dos militares já deixou o nordeste deste país.

Em declarações em uma reunião de gabinete, Trump afirmou que o "pequeno número" de tropas estacionado na Síria se encontra "em uma parte totalmente diferente" do país, perto da fronteira com Jordânia e Israel.

Trump acrescentou que outro grupo ainda instalado no território sírio "assegura o petróleo", em alusão aos campos petroleiros que os Estados Unidos esperam proteger das mãos de combatentes extremistas.

As tropas americanas estão "saindo muito bem" da Síria, completou o presidente.

Mais cedo, em entrevista em Cabul, o secretário americano da Defesa, Mark Esper, declarou que a retirada dos Estados Unidos levará "semanas, não dias".

"Temos tropas em cidades do nordeste da Síria que se encontram ao lado dos campos petroleiros. As tropas nestas cidades não estão na fase atual de retirada", explicou.

Os Estados Unidos anunciaram a retirada de mil soldados americanos estacionados no nordeste da Síria em 13 de outubro, quinto dia da ofensiva da Turquia contra a milícia curda das Unidades de Proteção Popular (YPG, na sigla em inglês).

A presidente da Câmara dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, liderou um grupo de congressistas norte-americanos em visita surpresa à Jordânia para discutir "a crise que se aprofunda" na Síria.

A visita vem após criticas de ambos os partidos ao presidente Donald Trump por sua decisão de retirar tropas dos EUA do norte da Síria - abrindo caminho para ofensiva da Turquia contra grupos curdos, que foram aliados importantes dos EUA na luta contra o Estado Islâmico.

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A Turquia concordou na quinta-feira em suspender sua ofensiva por cinco dias, exigindo que forças curdas se retirassem de uma faixa na fronteira de cerca de 30 quilômetros.

Pelosi, com a delegação de congressistas, se encontrou com o rei Abdullah II da Jordânia na capital Amã na noite de sábado para conversas sobre segurança e "estabilidade regional", de acordo com comunicado do seu gabinete.

A Jordânia é importante aliada dos EUA na região e tem sido afetada pela guerra civil na vizinha Síria. Oficiais da Jordânia dizem que o reino abriga cerca de 1 milhão de sírios que fugiram da guerra.

A delegação norte-americana incluiu os deputados democratas Adam Schiff, presidente da Comissão de Inteligência; Eliot Engel, presidente da Comissão de Relações Exteriores; e Bennie Thompson, presidente da Comissão de Segurança Nacional. Houve um membro do partido Republicano no grupo, o deputado Mac Thornberry, principal republicano na Comissão de Forças Armadas da Câmara.

Donald Trump enviou uma carta para o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, aconselhando-o a "não ser um tolo" e aceitar sua mediação de um acordo com a liderança curda na Síria, sob o risco de ver a economia da Turquia ser destruída por ele.

A oferta, e a ameaça, constam em uma carta enviada por Trump a Erdogan no dia 9, início da ofensiva militar lançada pela Turquia contra os curdos no nordeste da Síria, obtida por Trish Regan, âncora da Fox Business e divulgada nesta quarta-feira (16), por ela em sua conta no Twitter. No mesmo dia, Trump, em declarações públicas, havia classificado a ação turca como uma "má ideia".

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"A história vai vê-lo favoravelmente se fizer isso da maneira certa e humanitária. E ela o verá para sempre como o diabo se boas coisas não acontecerem. Não seja durão. Não seja um tolo!", escreveu Trump.

Na carta com papel timbrado da Casa Branca, Trump conta a Erdogan estar "trabalhando duro" para resolver os problemas do presidente turco. Segundo Trump, o general Mazloum Kobani, comandante das Forças Democráticas Sírias (FDS), coalizão liderada pelos curdos no país, estaria disposto a negociar com Erdogan e "fazer concessões que nunca teria feito no passado". "Estou confidencialmente anexando uma cópia da carta dele (Kobani) para mim, que acabei de receber", acrescentou o presidente americano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, e o secretário de Estado, Mike Pompeo, viajaram nesta quarta-feira para a Turquia, onde tentarão estabelecer um cessar-fogo entre turcos e curdos no norte da Síria.

"Nossa missão é tentar obter um cessar-fogo, ver se podemos conseguir isto", disse Pompeo aos jornalistas no avião. Pence e Pompeo, que viajam em aviões diferentes, pretendem conversar na quinta-feira com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que já declarou que não pretende recebê-los.

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Erdogan também prometeu que o operação militar contra os curdos no norte da Síria vai prosseguir. O secretário americano do Tesouro, Steven Mnuchin, advertiu nesta quarta-feira que serão adotadas "sanções adicionais" contra a economia turca caso não haja um cessar-fogo.

Mas Erdogan rejeitou os apelos de Washington afirmando que Ancara "não está preocupada" com as sanções anunciadas pelos EUA. Na semana passada, a Turquia deflagrou uma operação para expulsar os combatentes curdos do norte da Síria, após Trump ordenar a saída de cerca de mil soldados americanos da região.

A retirada foi vista como um sinal verde da Casa Branca para a ofensiva turca, e provocou uma reação em massa contra Trump.

Refugiados e deslocados que retornam às regiões da Síria controlados pelo regime de Bashar al-Assad sofrem detenções arbitrárias, corrupção endêmica e serviços públicos ineficazes, informou uma ONG nesta quarta-feira.

"Os sírios nos territórios do regime, vivem com medo e se sentem extremamente vulneráveis", afirmou a Associação Síria para a Dignidade do Cidadão (SACD, sigla em inglês) em uma entrevista coletiva em Istambul.

Cerca de 59% das pessoas consultadas pelo estudo publicado por esta organização "consideram seriamente deixar as áreas do regime assim que a ocasião se apresentar".

O regime sírio tomou vários locais dos rebeldes e jihadistas e incentiva os mais de cinco milhões de refugiados que vivem no exílio a retornar à Síria. Mas a SACD denuncia "detenções arbitrárias" e "recrutamento forçado", "uma moeda comum entre as forças de Assad".

A associação interrogou 165 pessoas em torno de Damasco, bem como nas províncias de Alepo (norte), Homs (centro) e Deraa (sul). Dois terços dos entrevistados dizem que "vivem com o medo permanente de detenção ou assédio" pelos serviços de segurança e pelo regime militar.

A ONG também denuncia casos de "corrupção" e "extorsão". Cita como exemplo Um Mohamed, 45 anos e originalmente de Aleppo.

"Ela foi presa enquanto tentava obter um documento de identidade. Ela passou 50 dias na prisão e foi forçada a abrir mão de sua casa e parte de sua propriedade para o regime militar", afirma a ONG. Para ser libertada, "teve que pagar uma quantia significativa em dinheiro para subornar um oficial".

Mais de 198.000 refugiados retornaram à Síria entre 2016 e agosto de 2019, segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). A maioria dos questionados pela SACD sente "total insatisfação" com serviços básicos como água e eletricidade e 66% reclamam dos serviços de saúde.

O ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Muallem, garante que o regime não prende nenhum dos cidadãos que voltam ao país.

Quase 500 curdos da Síria fugiram nos últimos quatro dias para o Curdistão iraquiano ante o aumento da ofensiva militar turca no norte da Síria, afirmaram as autoridades locais.

Todas as famílias foram escoltadas até acampamentos de deslocados internos na região noroeste do Iraque, onde milhões de iraquianos encontraram refúgio após o avanço do grupo Estado Islâmico (EI) em 2014, informou à AFP uma fonte do governo da província de Dehok, região curda fronteiriça com a Síria.

As ONGs que atuam no Curdistão iraquiano se declaram em estado de alerta desde que Ancara iniciou uma operação militar no norte da Síria contra a milícia curda síria das Unidades de Proteção Popular (YPG), aliada dos países ocidentais na luta contra os jihadistas.

No sábado, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou que "182 curdos sírios cruzaram a fronteira para o Curdistão iraquiano para escapar de bombardeios no nordeste da Síria".

Ao ser questionado pela AFP sobre eles, Ismael Ahmed, secretário para assuntos humanitários no conselho provincial de Dehok, afirmou que são "curdos sírios que já residem no Curdistão iraquiano, que visitaram parentes na Síria antes de partir na outra direção em consequência dos bombardeios".

As sanções anunciadas pelos EUA, na segunda-feira (14), parecem não ter abalado o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. Nesta terça-feira (15), o canal estatal TRT e o site de notícias T24 revelaram que Erdogan conversou por telefone com Donald Trump e disse que não negocia com terroristas.

Mais tarde, a caminho de uma reunião de gabinete, Erdogan disse que ignorou os pedidos de Trump por um cessar-fogo. "Nunca declararemos cessar-fogo, porque estamos estabelecendo uma zona de segurança na fronteira", disse o presidente turco. "Não tenho absolutamente nenhuma preocupação com sanções."

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Se as medidas de Trump não surtiram efeito, o Congresso promete apertar mais o cerco à Turquia. A presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, disse ontem que negocia com o senador republicano Lindsey Graham a aprovação de uma lei que "reverta" a decisão de Trump de retirar as tropas da Síria.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As autoridades curdas na Síria anunciaram, nesta terça-feira (15), o cessar das atividades de todas as ONGs internacionais e a retirada de seus funcionários do nordeste do país, onde a Turquia lançou uma ofensiva contra a milícia curda.

As agências das Nações Unidas, por sua vez, devem continuar com suas operações, apesar das dificuldades.

Há uma semana a Turquia realiza uma ofensiva no norte da Síria para remover a milícia curda das Unidades de Proteção Popular (YPG) de sua fronteira.

Os bombardeios e combates mortais fizeram com que mais de 160.000 pessoas fugissem para outras áreas sob controle curdo, segundo as Nações Unidas.

"A situação das pessoas deslocadas internamente piorou em áreas afetadas pela agressão (turca), com o cessar total da ajuda humanitária, das atividades de todas as organizações internacionais e a retirada de seus funcionários", segundo um comunicado da administração curda semiautônoma.

Na segunda-feira, a organização internacional Mercy Corps anunciou "a suspensão de suas operações no nordeste da Síria e a evacuação de sua equipe internacional".

A organização não governamental trabalha neste setor desde 2014 para fornecer assistência humanitária a civis.

 

O presidente Donald Trump declarou, nesta segunda-feira (14), que as tropas americanas que se retirarem da Síria vão permanecer na região para conter o ressurgimento do grupo Estado Islâmico (EI), e pressionou a Turquia a suspender sua ofensiva no nordeste sírio.

"As tropas dos Estados Unidos que saírem da Síria agora serão realocadas e vão permanecer na região para monitorar a situação e prevenir uma repetição de 2014, quando a negligenciada ameaça do ISIS [acrônimo do EI usado em inglês] cruzou a Síria e o Iraque", declarou.

Trump afirmou ainda ter autorizado, hoje, uma ordem executiva, estabelecendo sanções contra funcionários e ex-funcionários turcos e que voltou a impor tarifas sobre 50% do aço, em retaliação à ofensiva da Turquia contra o nordeste da Síria.

Esta foi uma das medidas adotadas no ano passado para libertar um pastor americano detido na Turquia e que gerou uma desvalorização da lira turca.

Ele também disse ter cancelado as negociações para um acordo comercial com Ancara, em protesto, segundo ele, pela ofensiva deste país na Síria.

"Estou totalmente preparado para destruir rapidamente a economia da Turquia, se os líderes turcos continuarem seu caminho perigoso e destrutivo", tuitou.

O vice-presidente, Mike Pence, revelou que, durante uma conversa por telefone nesta segunda-feira com o presidente turco, Recep Erdogan, o líder americano foi "muito firme" ao aconselhar o início de "negociações com as forças curdas na Síria".

Pence informou ainda que viajará em breve à Turquia para tratar da questão.

Em paralelo, o Tesouro dos EUA impôs nesta segunda sanções contra três ministros turcos: Defesa, Hulusi Akar; Interior, Suleyman Soylu; e Energia, Fatih Donmez.

Os três agora fazem parte de uma lista negra do Tesouro, que prevê o congelamento de ativos e a proibição de realizar transações diretas, ou indiretas, com os Estados Unidos.

Os EUA "responsabilizam o governo da Turquia pela violência das forças turcas, que colocam civis em risco e desestabilizam a região", declarou o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.

Já o secretário americano da Defesa, Mark Esper, anunciou que os EUA pedirão a seus aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que apliquem sanções a Ancara. Assim como Trump, Esper acusou os turcos de libertarem perigosos presos membros do EI.

"Esta incursão inaceitável também mina a bem-sucedida missão internacional 'Defeat ISIS' (Derrotar o ISIS, acrônimo do EI usado em inglês) na Síria e resultou na libertação de muitos detidos perigosos do ISIS", afirmou o secretário em um comunicado.

Esper acrescentou que irá à sede da Otan, em Bruxelas, na próxima semana, pedir aos aliados que "tomem medidas diplomáticas e econômicas coletivas e individuais em resposta a essas atrozes ações turcas".

O secretário condenou a decisão de Erdogan de lançar a ofensiva contra os curdos como "desnecessária e impulsiva", alegando que teve como resultado baixas generalizadas, refugiados e insegurança.

"O presidente Erdogan tem toda a responsabilidade pelas consequências (da ofensiva), que incluem um possível ressurgimento do ISIS, possíveis crimes de guerra e uma crescente crise humanitária", completou.

- Civis executados -

Os EUA também se disseram chocados com a execução de civis por parte de combatentes pró-turcos na Síria, incluindo uma política curda, e condenaram a situação deflagrada após a incursão turca.

Controladas pelos curdos, as Forças Democráticas Sírias (FDS) informaram que ao menos nove civis foram "executados" como parte da invasão que a Turquia lançou na quarta-feira passada.

Entre as vítimas está Hevrin Khalaf, de 35 anos, secretária-geral do Partido do Futuro sírio. Segundo as FDS, ela foi retirada de seu automóvel e assassinada pelas forças sírias aliadas da Turquia.

"Consideramos que estes relatos são extremamente preocupantes, refletindo a desestabilização geral do nordeste da Síria desde o início das hostilidades", declarou um funcionário do Departamento de Estado americano.

"Condenamos, nos termos mais enérgicos, qualquer violência ou execução extrajudicial de civis ou prisioneiros, e estamos investigando estas circunstâncias", disse o funcionário, que pediu para não ser identificado.

Mark Esper declarou no domingo que não era possível confirmar a veracidade de um vídeo mostrando o assassinato de Khalaf, mas destacou que a execução de civis "é um crime de guerra".

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos afirmou que ao menos nove pessoas, entre elas cinco civis, teriam morrido em um bombardeio aéreo da Turquia contra um comboio neste domingo, 13. O grupo era composto por opositores da ofensiva turca no norte da Síria e era acompanhado por jornalistas.

A ONG, que monitora a violência na Síria, afirmou que o comboio era protegido por homens armados e teria sido atingido quando alcançou Ras al-Ain. A cidade fica na fronteira do país e foi conquistada por forças aliadas à Turquia na manhã de sábado, 12.

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A região é estratégica para forças curdas e é alvo de ofensiva turca desde a última quarta-feira, 9, quando os Estados Unidos anunciaram a retirada de tropas americanas do nordeste da Síria.

Mervan, um porta-voz das forças curdas, disse à agência de notícias Associated Press que onze pessoas teriam sido mortas e outras 74 ficaram feridas. Ele não informou quantas das vítimas seriam civis.

O Observatório Sírio diz que jornalistas, incluindo estrangeiros, acompanhavam o comboio. A agência de notícias curda Hawar informou que um de seus repórteres está entre os mortos.

Imagens do ataque mostram corpos espalhados ao longo da rua que foi alvo do bombardeio. Alguns dos mortos pareciam carregar armas, e ativistas afirmam que eles faziam a proteção do comboio.

Donald Trump sinaliza sanções contra a Turquia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo, 13, que o Tesouro americano está "pronto" para sancionar a Turquia, após a ação militar do país contra os curdos da Síria. No Twitter, Trump disse estar conversando com "muitos membros do Congresso, incluindo democratas", sobre impor "sanções poderosas" contra o país.

Segundo Trump, há "grande consenso" sobre a possibilidade. Ele citou conversas com o presidente do Comitê Judiciário do Senado, o republicano Lindsey Graham, sobre o tema. O presidente ainda disse que é possível buscar uma legislação necessária para garantir a punição.

De acordo com o presidente americano, a Turquia já teria pedido para não ser sancionada. A ofensiva militar contra os curdos da Síria, aliados dos EUA contra o Estado Islâmico na região, chegou ao seu quinto dia hoje. Mais cedo, o Secretário da Defesa americano Mark Esper disse que Trump ordenou que as tropas americanas deixem a região norte do país, para evitar confrontos com as forças turcas. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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