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A cidade de Guarulhos já registrou 58 casos de caxumba este ano, contra apenas sete casos registrados no ano passado. As baixas temperaturas favorecem o aumento de casos de doenças contagiosas transmissíveis pelo ar, porque ocorrem com mais frequência aglomerações de pessoas em ambientes fechados.

A auxiliar logística Bruna Santos, de 26 anos, pegou caxumba há cinco dias e diz que não sabe como contraiu a doença: "Eu não entendo como aconteceu. Que eu saiba, no meu serviço ninguém pegou. Começou com uma dor atrás da orelha, no dia seguinte ficou inchado e começou a me dar calafrios e depois senti muito calor".  

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A caxumba é causada pelo vírus Paramyxovirus, que é transmitido por contato direto com gotículas de saliva de pessoas infectadas, sendo as crianças as mais vulneráveis. Se não for tratada adequadamente, a caxumba pode “descer”, como se diz popularmente. Quando isso acontece, a doença afeta testículos e ovários, causando dor e inchaço e podendo até causar infertilidade.

Pessoas  infectadas não devem frequentar ambientes públicos, fechados e movimentados, devendo permanecer em repouso durante nove dias.

 

A melhor maneira de evitar o contágio é a vacinação em duas etapas, a primeira aos 12 meses de vida e a segunda aos 15 meses.

Um surto de gripe e diarreia se alastra pelas aldeias do Médio Xingu, na área afetada pelas obras da usina de Belo Monte, no Pará, e ameaça a população indígena da região. O Ministério Público Federal (MPF) já foi informado da situação e acionou o Ministério da Saúde para que coordene, em caráter de emergência, uma força-tarefa formada por profissionais de saúde e homens do Exército para conter o avanço da doença.

De acordo com dados do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), responsável pelo atendimento à saúde na região, mais de 140 índios tiveram que ser removidos de suas aldeias, sendo mais de 100 crianças, com sintomas graves de gripe e diarreia. Até o mês passado, segundo o Dsei, cerca de 20% da população indígena da região já tinha adoecido de gripe.

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O surto de gripe se alastrou mais ainda no final de abril, por conta de programações realizadas em Altamira em comemoração ao Dia do Índio, em que índios de várias aldeias foram levados à cidade, fazendo com que a síndrome gripal alcançasse todas as etnias. Quatro bebês Xikrin e Parakanã chegaram no dia 29 de abril com quadros graves de febre, tosse e diarreia, mas tiveram que ficar aguardando internação no hospital municipal São Rafael, por falta de leitos. No mesmo dia e no seguinte, os quatro morreram.

Em reunião de emergência no último dia 6 de maio na sede do MPF em Altamira, entidades envolvidas na contenção do surto trocaram informações sobre a situação e definiram a necessidade de ações urgentes, com envio da Força Nacional do Sistema Único de Saúde  (FN-SUS). O Dsei informou que a situação é de “absoluta excepcionalidade”, que os quadros têm evolução muito rápida com febre abrupta, diarreia e vômito, e que as equipes em campo são insuficientes para as ações de prevenção.

Normalmente, o Dsei realiza oito voos por mês para remoção de doentes das aldeias. Na surto atual, estão realizando cinco voos por dia. Ao chegar em Altamira, os índios doentes correm o risco de não ter atendimento. Segundo a secretaria municipal de Saúde, a situação nos serviços de saúde é de superlotação e incapacidade de atender todos os doentes. Segundo informações obtidas pelo MPF, nesse cenário, caso o quadro se agrave, levar os indígenas ao Hospital Regional da Transamazônica é escolher onde a criança vai morrer, pois não há Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponível.

Diante da falta de profissionais e estrutura na cidade de Altamira para atender à demanda, o MPF provocou a secretaria executiva do Ministério da Saúde, solicitando o envio de esforços para garantir estrutura de apoio para os casos que necessitem de internação.

A falta de leitos é agravada pelo inchaço populacional causado em Altamira pelas obras da usina de Belo Monte. A Norte Energia, empresa responsável pela construção da hidrelétrica,  construiu um hospital, como parte das condicionantes impostas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Mas até hoje, seis anos após o início das obras, ele permanece fechado. Foi prevista a reformulação do atendimento da saúde indígena para que os índios não necessitassem ir até a cidade para qualquer atendimento, mas essa condicionante também ainda não foi cumprida.

A procuradora da República Thais Santi, de Altamira, também recomendou à Fundação Nacional do Índio (Funai) que promova a interdição temporária da Casa do Índio na cidade. O espaço, uma estrutura que abriga indígenas quando se deslocam para a área urbana, durante compromissos e atendimentos de saúde, é hoje num foco da doença. O fluxo de indígenas na cidade pode piorar muito a dimensão do surto, que já é considerado alarmante. A interdição deve ser acompanhada, segundo o MPF, de diálogo com as lideranças indígenas sobre a gravidade do problema.

“Considerando o caos social gerado pela usina de Belo Monte, que acarretou o colapso do sistema de saúde municipal, bem como o aumento do deslocamento dos indígenas para o núcleo urbano e a entrada constante de não índios nas aldeias, o potencial de alastramento desse surto é alarmante e a capacidade local para absorção da demanda é notoriamente restrita”, disse a procuradora em recomendação enviada à Funai. 

Com informações do MPF.

Um surto de gripe H1N1 no Equador, que afeta principalmente as províncias do centro andino do país, já deixou 39 pessoas mortas e 239 contaminadas, informou nesta quarta-feira a ministra de Saúde, Margarita Guevara.

"Temos até a semana epidemiológica atual 239 casos, dos quais 39 pessoas faleceram", apontou Guevara durante uma reunião ministerial na sede do governo.

A ministra acrescentou que se registraram "casos de influenza H1N1 em todo o país, com prevalência nas províncias da região centro, em vista da estação" invernal. O subtipo H1N1 do vírus influenza foi detectado no Equador pela primeira vez em 2009. Guevara esclareceu que os grupos mais vulneráveis à doença - crianças, gestantes e idosos - já foram vacinados.

Subiu para 70 o número de mortos por consequência da gripe H1N1 no Estado de São Paulo, conforme balanço divulgado ontem pela Secretaria Estadual da Saúde. O número é sete vezes maior do que o registrado em todo o ano passado, quando dez pessoas morreram. Do total de óbitos de 2016, 17 foram registrados na capital paulista.

Os dados do governo do Estado e da Prefeitura mostram ainda que já são 534 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados pelo H1N1, 201 deles na cidade de São Paulo. Em 2015, foram 33 registros no Estado e 12 na capital.

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O surto antecipado da doença levou o governo do Estado a antecipar a campanha de vacinação contra a gripe. A previsão original era de que fosse iniciada no dia 30 deste mês, mas foi adiantada na capital e na Grande São Paulo para a segunda-feira passada para profissionais de saúde e será expandida para idosos, gestantes e crianças de 6 meses a 5 anos a partir da próxima segunda.

Hospitais - A circulação precoce do vírus no Estado provocou surto interno em pelo menos mais dois hospitais públicos: o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e o Instituto da Criança do Hospital das Clínicas. Conforme revelado pelo Estado na quarta-feira, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo também relatou surto interno, com 171 casos suspeitos.

A ocorrência de dois casos da doença por transmissão interna em um período de sete dias já configura um surto, segundo a vigilância municipal. De acordo com a Prefeitura, nos dois casos, o problema já foi controlado. A Secretaria Estadual da Saúde, responsável pelo Dante Pazzanese, negou a ocorrência. Já o Hospital das Clínicas admitiu que houve casos da gripe H1N1 no Instituto da Criança, mas informou que a situação está controlada.

Apesar do crescimento de casos na cidade, o secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha, disse ontem que não há razão para que a população tema nova pandemia da doença, como a de 2009. "Não há 'reemergência' do vírus nem mutação. Estamos tendo uma antecipação da circulação dos vírus gripais, mas não há indícios de que repetiremos o cenário de 2009. Naquela ocasião, não tínhamos a vacina adequada nem tínhamos clara a função do oseltamivir (Tamiflu) na redução das complicações", disse.

Perfil. Segundo o secretário, do total de mortos na capital, 14 eram idosos ou tinham alguma doença crônica, ambos grupos de risco para desenvolver quadros mais graves da doença. Os outros três óbitos ainda estão em investigação.

Com o surto na cidade, a quantidade de cápsulas de oseltamivir distribuídas na rede municipal triplicou na última semana, segundo a secretaria, passando de 30 mil na última semana de março para 109 mil na primeira semana de abril.

Padilha afirmou que, para reforçar a estrutura das unidades de saúde durante o período de surto, as Organizações Sociais da Saúde (OSSs), unidades conveniadas à Prefeitura que administram serviços municipais, foram autorizadas a contratar médicos de forma emergencial na modalidade de pessoa jurídica. A secretaria municipal disse ainda que montará bancos de reservas de médicos que possam ser deslocados para unidades com maior demanda.

Segundo o secretário, a estrutura das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) também será reforçada na próxima segunda-feira, por causa do início da campanha de imunização. "Poderemos usar mais de uma sala só para isso e desmarcar vacinações agendadas contra outras doenças", disse Padilha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com apenas cinco meses de vida, Kesia já enfrenta uma rotina difícil em busca de tratamento médico. Diagnosticada com microcefalia, a pequena moradora da cidade baiana de Simões Filho precisa deslocar-se até Salvador pelo menos duas vezes por semana para se consultar com neuropediatra, fisioterapeuta e fonoaudiólogo, profissionais não disponíveis na cidade onde vive. São pelo menos duas horas de viagem para ir e outras duas para voltar, em ônibus cheios, sob forte calor e congestionamento.

"É bem difícil e sai muito caro para a gente porque eu não posso ir sozinha, preciso levar alguém para me ajudar", conta a balconista desempregada Joenice Figueiredo Tavares, de 22 anos, mãe de Kesia. "Até aqui só contamos mesmo com o salário do meu marido e a ajuda da família para a compra de remédios, roupas e fraldas", diz.

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A Bahia é o segundo Estado com o maior número de casos de microcefalia. No entanto, o índice de neurologistas e pediatras que atendem em municípios baianos é cinco vezes menor do que o do Distrito Federal, por exemplo. O problema se repete em todo o Nordeste, região que concentra 90% dos registros da má-formação. Levantamento feito pelo Estado com base em dados da Demografia Médica 2015 mostra que todos os Estados nordestinos têm índice desses especialistas abaixo da média nacional, o que dificulta o acesso dessas crianças à assistência médica.

Feito pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), o estudo mostra que o País tem hoje 34,6 mil pediatras, o equivalente a 19,2 médicos para cada 100 mil habitantes, mas o índice é desigual de acordo com a região do País. Enquanto Distrito Federal e São Paulo têm índices de 46,2 e 22,6 pediatras por 100 mil habitantes, respectivamente, Bahia tem taxa de 8,4 e Pernambuco, de 11,2.

A distribuição dos neurologistas pelo País também é discrepante. A média brasileira é de 2,4 especialistas para cada 100 mil habitantes, mas nos dois Estados nordestinos mais afetados pela microcefalia, Pernambuco e Bahia, esse índice é de 1,4 e 1, respectivamente.

"A escassez de pediatras e de neurologistas no Norte e Nordeste do País é um retrato do que acontece com todos os tipos de especialidades. Por causa das condições difíceis de trabalho nesses locais, os médicos preferem Sul e Sudeste. Para fixar esses médicos teria de haver condições melhores de trabalho, não só financeiras, e mais vagas de residência nesses Estados", diz Eduardo da Silva Vaz, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Consequências.

A dificuldade de acesso a especialistas e a consequente demora no início do tratamento dos bebês com microcefalia pode agravar ainda mais o quadro dessas crianças, segundo Ana Carolina Coan, secretária do Departamento Científico de Neurologia Infantil da Academia Brasileira de Neurologia.

"O primeiro problema é a falta de um profissional que acompanhe o grau de desenvolvimento da criança e indique as melhores terapias de estimulação para ela. O segundo é que alguns bebês com sequelas mais graves vão precisar de tratamento medicamentoso, que só poderá ser prescrito por um especialista. A gente sabe que parte dos bebês com microcefalia sofre de crises convulsivas e, se elas não forem tratadas, podem fazer a criança regredir", explica.

É esse o medo da dona de casa pernambucana Sandra Soares, de 31 anos, mãe de Amanda, nascida no dia 9 de fevereiro em Vitória de Santo Antão, a 45 quilômetros do Recife. A microcefalia da bebê só foi descoberta após o nascimento, e a consulta com neuropediatra está marcada só para abril. "Vivo uma batalha contra o tempo", diz.

"A pediatra disse que o quanto antes começarmos o acompanhamento especializado, mais chances ela vai ter de se desenvolver bem. Mas, infelizmente, não depende da nossa vontade", lamentou o pintor Gervásio Silva, pai de Amanda.

Medidas.

O Ministério da Saúde afirmou que vai publicar nas próximas semanas, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social, uma portaria para reforçar, por meio de incentivos financeiros, o apoio aos Estados nas ações de diagnóstico de microcefalia e assistência aos bebês. De acordo com a pasta, o investimento vai custear exames e consultas com especialistas ou viabilizar transporte dos pacientes aos centros de referência.

O órgão afirma que, desde o início da epidemia, tem apoiado Estados e municípios na organização dos seus serviços de saúde e ressalta que, desde novembro, já liberou R$ 135 milhões para a expansão da rede de cuidado às pessoas com deficiência, que ganhou 14 centros e terá outros 75 até o fim do ano.

A pasta diz ainda apostar em consultas a distância e na expansão das vagas de residência médica para aumentar a capacidade de assistência do Sistema Único de Saúde (SUS). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Colômbia registra 22.612 infectados pelo vírus zika, entre eles 2.824 grávidas, além do forte aumento de Guillain-Barré - de acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde neste sábado, com dados de até 30 de janeiro.

Segundo dados oficiais divulgados neste sábado, a síndrome de Guillain-Barré está relacionada a três mortes por causas associadas ao vírus zika, afeta grande parte da América Latina.

"Os casos da síndrome de Guillain-Barré (SGB), diante do número de casos que se tinha anteriormente, (registraram) um aumento de 66%", disse o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, em um evento, sem mencionar os mortos com antecedentes de zika e de SGB confirmados na véspera pelo Ministério da Saúde.

"Em relação a casos de bebês nascidos com microcefalia de mulheres que tiveram zika, não se apresentou nenhum único caso", acrescentou Santos.

Apenas nas quatro primeiras semanas de 2016, quase 11.000 pessoas foram contaminadas na Colômbia, o segundo país mais afetado pelo vírus depois do Brasil.

Na sexta-feira, o Instituto Nacional de Saúde confirmou as três primeiras mortes associadas ao zika no país.

Embora, em geral, os sintomas do zika sejam leves - febre baixa, dor de cabeça e articular e erupções na pele -, suspeita-se de que as grávidas possam ter bebês com microcefalia, uma doença congênita irreversível que provoca danos irreparáveis no desenvolvimento motor e cognitivo da criança.

O vírus zika está presente em 205 municípios da Colômbia, 43% deles na região central do país e 20,9% no Caribe, onde se comemora nesta semana o carnaval de Barranquilla.

O departamento de Barranquilla registrou na última semana de janeiro 2.389 casos.

Dos casos notificados, 1.331 foram confirmados por laboratório e 21.281 por sintomas dos pacientes em clínicas. Há também 3.033 casos suspeitos em todo o país.

Entre as grávidas, 330 têm resultados positivos de laboratório. As mulheres concentram 64,8% dos casos.

Na sexta-feira, a ONU pediu que se autorize o aborto em países afetados pelo zika. Já as autoridades colombianas recomendaram aos casais em janeiro que adiem a gravidez entre seis e oito meses.

O zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que também transmite dengue, febre amarela e chikungunya.

Na Colômbia, a previsão é de que haja mais de 600.000 infectados pelo vírus este ano e 500 casos de microcefalia, caso se repita a situação vivida no Brasil, o país mais afetado por esta epidemia, com mais de um milhão e meio de casos.

O vírus se expandirá por todo o continente americano, exceto Canadá e Chile, advertiu a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Cento e uma pessoas morreram de febre de Lassa na Nigéria desde o registro de um surto no país, anunciou o Centro Nacional de Controle de Enfermidades neste sábado.

As mortes provocadas por este vírus hemorrágico aconteceram na capital, Abuja, em Lagos e em outros 14 estados, acrescentou a fonte.

Segundo dados de 3 de fevereiro, foram registrados 175 casos de febre de Lassa no país, com um total de 101 vítimas fatais.

O primeiro caso suspeito desta nova epidemia foi registrado no estado de Bauchi, norte da Nigéria, em novembro.

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Enfermidades dos Estados Unidos, são registrados entre 100 mil e 300 mil casos de febre de Lassa por ano no África Ocidental, dos quais 5 mil fatais.

Em um golpe contra a Organização Mundial da Saúde (OMS), um novo caso de Ebola foi identificado em Serra Leoa, horas depois que a entidade, em Genebra, na Suíça, comemorou o fim do pior surto do vírus na história.

O país africano já tinha sido declarado livre do Ebola em 7 de novembro e, na quinta-feira (14) o fim da transmissão na Libéria levou a OMS a organizar coletivas de imprensa e anunciar que a batalha tinha sido vencida na região. Mas um teste em uma pessoa que havia morrido no norte de Serra Leoa no início da semana comprovou, na noite desta quinta-feira, que a vítima havia sido contaminada pelo vírus.

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Apesar de festejar o fim da doença, a OMS havia alertado que novos casos surgiriam. Ninguém na entidade, porém, imaginava que o primeiro deles viria horas depois da declaração, deixando a direção da OMS em Genebra visivelmente constrangida.

A vítima, para deixar o cenário ainda mais complicado, morreu em Serra Leoa, mas vinha de uma área próxima à fronteira com a Guiné. Em dezembro de 2013, a OMS se recusou a admitir a existência de um surto na região e, em março de 2014, quando a declaração de emergência foi lançada, o vírus já estava fora de controle.

Só em Serra Leoa foram mais de 4 mil mortes - em toda a região, foram mais de 11 mil. A comunidade internacional gastou mais de US$ 1,6 bilhão para frear o avanço da doença que devastou as economias dos países do oeste da África.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quinta-feira o fim do surto do vírus Ebola na África ocidental depois que nenhum novo caso surgiu na Libéria, mas afirmou, no entanto, que o mundo ainda não pode ser totalmente declarado livre da doença que matou mais de 11.300 pessoas durante um período de dois anos de surto.

A Libéria, que junto com Serra Leoa e Guiné foi um epicentro do mais recente surto, foi o primeiro país a ser declarado livre da doença em maio do ano passado, mas novos casos surgiram duas vezes.

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"Embora este seja um marco e um passo muito importante, temos que dizer que o trabalho ainda não está feito", disse Rick Brennan, diretor de avaliação de riscos e resposta a emergências humanitárias da OMS, em uma entrevista coletiva em Genebra. "Isso é porque ainda há risco permanente de ressurgimento da doença devido à persistência do vírus na proporção de sobreviventes", acrescentou.

Bruce Aylward, representante especial para o Ebola da OMS, disse em um comunicado que "o risco de reintrodução da infecção está diminuindo à medida que o vírus desaparece gradualmente a partir da população sobrevivente, mas nós ainda não descartamos um retorno e devemos estar preparados para isso".

Segundo Brennan, o vírus pode persistir nos fluidos corporais de alguns sobreviventes - e o mais importante, no sêmen dos sobreviventes masculinos por um período de até 12 meses. Ele disse que a OMS estima que há cerca de 1.200 sobreviventes na Guiné, 5 mil em Serra Leoa e 4 mil na Libéria.

A doença surgiu pela primeira vez na Guiné rural em dezembro de 2013 e se espalhou para a capital do país e além das fronteiras com a Libéria e Serra Leoa. Casos também apareceram no Mali, Senegal e Nigéria. Fonte: Dow Jones Newswires.

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), integrantes da força-tarefa criada em dezembro para investigar o zika vírus e sua relação com o aumento dos casos de microcefalia no País, afirmaram nesta sexta-feira, dia 8, que, embora não haja comprovação que a doença tenha se espalhado pelo Estado de São Paulo, é preciso se preparar para um cenário epidêmico entre os meses de março e abril, quando a população de mosquitos Aedes aegypti atinge seu pico.

"O que vai acontecer, eu não sei, mas estamos nos preparando para um surto massivo nesse verão", disse Paolo Zanotto, virologista do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP e coordenador da força-tarefa, que tem cerca de 300 pesquisadores e 40 laboratórios. Na sexta-feira, o grupo passou a contar com o reforço de cientistas do Instituto Pasteur de Dacar, no Senegal, que trazem a experiência da atuação em diversos surtos de doenças virais no mundo, entre elas o Ebola.

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Uma das principais áreas de colaboração dos cientistas africanos é no desenvolvimento de métodos mais precisos e rápidos de diagnóstico do zika vírus. Entre as técnicas que estão sendo trabalhadas está um teste rápido de detecção, como já existe para a dengue. "Já temos um protótipo de teste rápido para o zika vírus, que também consegue detectar outros vírus similares, como dengue e febre amarela, o que torna o diagnóstico mais preciso. Pela nossa experiência em outros casos, o resultado desse teste pode sair no período de 15 a 20 minutos", explicou Amadou Sall, diretor científico do Instituto Pasteur de Dacar e coordenador do grupo de pesquisadores africanos no Brasil.

Ele explicou que os testes rápidos podem ser muito importantes para o diagnóstico da doença em regiões mais carentes do Brasil, como cidades do interior do Nordeste que estão vivendo surtos de microcefalia. "Você pode ir a campo, a uma pequena vila, por exemplo, permanecer o dia inteiro lá e submeter as pessoas ao teste, sem precisar enviar as amostras a um laboratório central. É possível fazer em qualquer lugar, mesmo onde não há eletricidade", disse ele.

Uma versão final do teste rápido, que poderá ser desenvolvido em larga escala e comercialmente, no entanto, pode demorar alguns meses para ser finalizado, segundo Sall.

Múltiplos fatores

Os cientistas também avaliam a possibilidade de mais de um fator estar associado ao aumento da microcefalia no Brasil. De acordo com Sall, o fato de duas coisas estarem acontecendo ao mesmo tempo em um mesmo lugar não significa que uma esteja causando a outra. E usou uma analogia simples: "O fato de o galo cantar quando o Sol nasce não significa que é o canto do galo que faz o Sol nascer".

Mesmo a presença do vírus no organismo de um bebê nascido com microcefalia não serve como uma prova definitiva. "As coisas podem estar relacionadas, mas não é necessariamente uma que causa a outra", explica. É possível que haja outros fatores envolvidos nos casos de microcefalia, como uma combinação do zika com outros vírus ou fatores imunológicos ou genéticos dos pacientes.

Na tarde dessa quarta (30), os bombeiros foram acionados para resgatar um homem de 60 anos de idade, que em surto psicótico, subiu na Torre da Chesf, no bairro do Bongi, Zona Oeste do Recife. 

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Chegando ao local, as equipes tentaram contato com a vítima, que a princípio não permitia aproximação e ameaçava os Bombeiros com uma pedra. Componentes da Viatura armaram dois sistemas para resgatar o homem, sendo um deles pela própria Torre e outro através de um guindaste. 

Após muita negociação, um dos bombeiros, o Tenente Taquaracy, convenceu a vítima a aceitar o socorro e o resgate foi realizado através da plataforma.

Depois do salvamento, a vítima foi conduzida para o Hospital Psiquiátrico Ulysses Pernambucano, onde permaneceu sob cuidados médicos.

Pesquisadores e técnicos do Instituto Evandro Chagas (IEC) investigam a ocorrência de um possível surto de febre tifoide em Breves, município de 99 mil habitantes no arquipélago do Marajó, no Pará. Entre setembro e novembro, 20 casos da doença foram registrados, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SinanNet).

Segundo o Instituto Evandro Chagas, até o momento, são avaliadas 122 ocorrências suspeitas. A febre tifoide é uma doença infectocontagiosa, provocada pela ingestão da bactéria Salmonella typhi presente em alimentos ou água. O período de incubação pode se estender até três semanas e os principais sintomas são febre de 40 graus, diarreia severa, tosse e dores de cabeça.

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As coletas de água e fezes para exames foram feitas pela equipe do Laboratório de Enteroinfecções Bacterianas do Evandro Chagas, sob a coordenação da doutora Daniela da Cruz Rocha. Segundo a especialista, a febre tifoide tem prevalência elevada em áreas com condições sanitárias precárias. De acordo com o IBGE, Breves é um dos municípios brasileiros com pior acesso a saneamento básico.

Atenção - “É um tema importante em saúde pública, sobretudo na região amazônica, onde o Estado do Pará contribui com grande parte dos casos, inclusive com a frequente ocorrência de surtos”, disse Daniela da Cruz Rocha, ao destacar o alto índice de subnotificação de casos de febre tifoide e a necessidade de esforços para combater o problema.

O Corpo de Bombeiros (CBMPE) foi acionado para resgatar um homem que tentava se jogar no mar, próximo ao forte de Pau Amarelo, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR). O chamado foi feito por volta das 4h30 deste sábado (26).

Uma equipe seguiu ao local e ainda conseguiu conversar com o homem, que aparentemente estava em surto e nadava para a correnteza. Ele passou muito tempo no mar, até não ser mais visto pelos Bombeiros.

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Uma equipe permanece no local, tentando localizar o homem – de identidade não divulgada. 

Está cada vez mais difícil encontrar repelente nas farmácias do Recife. Com o surto de zika vírus e de chikungunya, ambos transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti (também responsável por infectar humanos com a dengue), a procura pelo produto aumentou de maneira expressiva. O LeiaJá esteve em várias farmácias do Recife e encontrou prateleiras vazias e funcionários confirmando o aumento considerável da venda de repelentes. Não está dando tempo nem de repor os estoques. Em uma das lojas, o gerente confirmou que, após a divulgação do Ministério da Saúde que reconheceu a relação dos casos de microcefalia com o zika vírus, o número de pessoas em busca de repelentes subiu mais ainda. Confira na videorreportagem de Líbia Florentino:

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O representante no Brasil da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Joaquim Molina, afirma que os próximos dois meses são decisivos para se avaliar a relação entre o zika e o aumento de casos de microcefalia no Brasil. "Se o ritmo de nascimentos de bebês com microcefalia cair a partir de agora, a hipótese de que a infecção pelo vírus contribui para a má-formação se fortalece", disse o representante. Isso porque o nascimento dos bebês ocorreria em até seis meses depois do pico da epidemia que afetou alguns Estados do Nordeste neste ano.

"O aumento ficaria restrito ao período em que gestantes de até três meses poderiam ter sido infectadas pelo zika. Será um indicativo importante, mas não definitivo", completou. Pesquisadores avaliam a hipótese de que a ação do vírus ocorre até o terceiro mês de gestação, período de formação do sistema nervoso do feto. Fragmentos do vírus já foram encontrados no líquido amniótico de dois fetos com microcefalia.

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Cauteloso, Molina afirma ser necessário ainda avaliações mais precisas para se afirmar de forma categórica que a má-formação é provocada pela infecção da mulher até o terceiro mês de gestação. "Não há ainda elementos que possam dizer que o zika é o único responsável. Pode haver outros fatores envolvidos", completou. Ele observa que caso os nascimentos com má-formação continuem no mesmo ritmo fica enfraquecida a tese de que o problema estaria relacionado à zika.

O pico da epidemia de zika em alguns Estados do Nordeste ocorreu, de acordo com estimativas, nos meses de abril e maio. Os números não são precisos porque não é recomendada a realização de exames para identificação do zika.

Molina disse que a Opas acompanha de perto os acontecimentos. "É doloroso ver o drama das famílias", completou. Para ele, o mais importante é reforçar as ações de controle contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da chikungunya e da zika.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), cobrou na quinta-feira (26) a formação de uma força-tarefa envolvendo todos os Estados do País e coordenada pelo Ministério da Saúde para atuar no combate às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti: dengue, chikungunya e zika.

"O que nós precisamos ter é a coordenação do Ministério da Saúde para fazer um combate nacional. Não adianta jogar para um Estado ou para outro, porque o Estado não tem capacidade para fazer isso." Ele afirmou que as respostas para os problemas que podem estar ligados ao zika vírus, como a microcefalia, precisam ser dadas com agilidade. Coutinho disse que o ministério fez cortes nos repasses de verbas destinadas a ações de combate ao mosquito. "Há um contingenciamento em todas as áreas, inclusive no combate à dengue."

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Em nota, o Ministério da Saúde informou que os repasses são crescentes. "Somente neste ano, já foi liberado R$ 1,25 bilhão. Em 2014, o valor foi de R$ 1,2 bilhão." E disse que já está convocando "o poder público e a sociedade para uma mobilização nacional para conter o mosquito".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente Dilma Rousseff se comprometeu a visitar, depois que voltar da sua viagem ao exterior, Pernambuco e outros Estados do Nordeste atingidos pelo surto de bebês com microcefalia. A promessa foi feita ao governador de Pernambuco, Paulo Câmara, que foi recebido pela presidente no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (26).

Segundo o governador, Dilma se mostrou muito preocupada com o aumento do número de casos e colocou o governo federal à disposição para ajudar a controlar a epidemia. "Eu senti da presidente todo o desejo de nos ajudar", afirmou Câmara.

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Dilma escalou o ministro da Saúde, Marcelo Castro, para ir ao Recife na próxima Segunda-feira (30) e participar de uma reunião com prefeitos do Estado para discutir medidas conjuntas. Diante da suspeita de que o vírus da zika é o responsável pela epidemia, o foco imediato das ações será o combate ao mosquito Aedes aegypti, que também transmite a dengue.

Pernambuco é o Estado com o maior número de casos de bebês com microcefalia. Segundo o governador, 175 já foram confirmados, mas há mais de 470 notificados. No Nordeste, já são mais de 800 casos.

A preocupação com que o surto se espalhe por Estados de outras regiões fez com que o governo anunciasse, no início da semana, a criação de uma força-tarefa para definir ações práticas. O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, é o responsável por coordenar o grupo.

Desde janeiro, o vendedor Cristiano Santos, de 40 anos, luta contra o avanço agressivo da Síndrome de Guillain-Barré (SGB). Morador do Recife, ele apresentou febre, dor no corpo e nas articulações em dezembro de 2014. No mês seguinte, já estava sem forças nas pernas e com dificuldades para andar.

"Ele não me contou se fez um exame mais aprofundado. O primeiro diagnóstico foi de dengue, mas pode ter sido zika. Em dezembro, não tinha todo esse ‘holofote’ que tem hoje", conta o companheiro de Santos, o jornalista Miguel Rios, de 47 anos.

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Rios diz que o parceiro, com quem vive há 17 anos, ficou internado durante oito meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), chegou a ter uma parada respiratória e apresentou lesões no cérebro. "Ele passou um período em coma, não conseguia sair da respiração mecânica, não conseguia acordar. Agora, já ouve, tenta falar, mexe os braços, tem movimentos nas pernas. Há dias em que ele dorme demais. Mas, pelo menos, o prognóstico de que ele iria morrer ou ficar em estado vegetativo está se desconstruindo."

O jornalista diz que, inicialmente, a família pensou que a dengue poderia ter causado complicações mais severas. Com a gravidade do caso, não buscou se aprofundar sobre a possibilidade de contaminação com o zika vírus. "A gente achava que era dengue, que é a doença mais famosa. Não desconfiamos", afirmou.

Luta

Rios afirma que tem se dividido entre suas responsabilidades profissionais e o apoio constante ao companheiro. "A gente precisa estar perto para ativar o cérebro dele para vencer as dificuldades." Parentes próximos também estão acompanhando a rotina hospitalar e dando estímulo diariamente para que o processo de recuperação seja menos sofrido para o vendedor.

Rios defende que uma mudança drástica seja feita para que mais pessoas não se tornem vítimas da síndrome. "Como vai controlar esse problema em um País que tem a cultura de jogar lixo na rua? Tem de fazer uma mudança de cultura", afirmou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A cidade de São Paulo já registrou dois casos de microcefalia com suspeita de relação com o zika vírus, de gestantes vindas de Estados do Nordeste. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, uma das mulheres deu à luz na semana passada, no Hospital Municipal Mário Degni, no Butantã, zona oeste da capital. A outra está com 36 semanas de gestação, mas a má-formação já foi diagnosticada durante um exame de imagem feito na Santa Casa de São Paulo, onde está sendo atendida.

A primeira engravidou na Paraíba e passou o início da gestação naquele Estado, onde 96 casos de microcefalia já foram registrados. A segunda veio de Pernambuco, Estado com o maior número de registros até agora: 487.

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A capital tem uma média histórica de 10 a 15 casos de microcefalia por ano, causados por outros fatores, como rubéola e consumo de drogas. Neste ano, já haviam sido notificados 12. Mas os dois novos casos são os primeiros da cidade com suspeita de relação com o zika.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, as duas gestantes tiveram sintomas do zika vírus nos primeiros meses de gravidez. "Quando ainda estavam no Nordeste, tiveram febre e exantemas (manchas vermelhas no corpo). Como o período de transmissão do vírus dura poucos dias, quando elas vieram para São Paulo já não tinham o risco de transmitir", diz Padilha.

O rastreamento dos dois casos foi possível graças a uma nova regra estabelecida pela secretaria no dia 11 de novembro, após o aumento de casos de microcefalia no País. "Passamos a orientar todas as maternidades de São Paulo a, além de fazer o registro de microcefalia no momento do nascimento, buscar em exames de imagem, como ultrassons, suspeitas da má-formação e notificar a vigilância local quando há casos suspeitos", explica o secretário.

Até agora, a cidade de São Paulo não teve casos autóctones (de transmissão interna) do zika vírus. Foram apenas três registros importados: dois cuja infecção aconteceu na Bahia e outro de um paciente que passou por vários Estados do Nordeste. Além disso, sete casos suspeitos estão em investigação.

Em todo o Estado, foram confirmados dois casos autóctones do zika vírus: um em Sumaré e outro em São José do Rio Preto, ambos no interior. As contaminações aconteceram no primeiro semestre do ano.

Gravidez

Padilha afirmou que as mulheres não devem ser desencorajadas a engravidar - como já disseram técnicos federais -, mas devem redobrar os cuidados. "A dengue é potencialmente mais grave para uma grávida do que o zika porque pode causar a morte da gestante ou um aborto. O que deve ser feito é redobrar o cuidado com o combate ao mosquito, porque aí estaremos nos prevenindo da dengue e do zika", disse.

Medidas

Além de editar norma no dia 11 deste mês, orientando os hospitais a notificarem casos suspeitos de microcefalia, mesmo antes do nascimento da criança, a Secretaria Municipal da Saúde convocou uma reunião na quarta-feira, 25, com 1.200 representantes de unidades de saúde públicas e privadas para capacitação de gestores no enfrentamento da dengue e do zika vírus.

A pasta convocou também os serviços particulares pelo fato de 40% das 23 mortes por dengue ocorridas no ano terem sido registradas nesse tipo de estabelecimento. A secretaria apresentou regras detalhadas sobre diagnóstico e notificação do zika e medidas que serão tomadas contra a dengue no próximo verão, entre elas a aplicação de larvicida em imóveis da capital paulista, instalação antecipada de dez tendas de atendimento, aplicação de testes rápidos de diagnóstico, entre outras.

Segundo o secretário da Saúde, Alexandre Padilha, a expectativa é de que a epidemia do próximo ano seja ainda mais grave do que neste ano, quando 100 mil pessoas tiveram a doença.

O Brasil registrou até agora 520 casos suspeitos de microcefalia. Os nascimentos ocorreram em 160 municípios, distribuídos em nove Estados do Brasil. Os casos ultrapassaram a barreira do Nordeste e chegam agora ao Centro-Oeste. O maior número de notificações foi feito em Pernambuco: 268 registros. Em seguida está a Paraíba (com 96), Sergipe (54), Rio Grande do Norte (47), Piauí (27), Alagoas (10), Ceará (9), Bahia (8) e Goiás (1).

"Além da dengue, que mata, e da chikungunya, que aleija, temos agora o problema da zika, que causa microcefalia. É um problema de dimensões muito grande para a gente enfrentar", disse o ministro da Saúde, Marcelo Castro.

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O ministro observou que medidas estão sendo adotadas e citou como exemplo a reativação de um grupo especial, criado pela primeira vez no enfrentamento da pandemia de gripe A. Formado por 17 ministérios, o grupo pretende traçar estratégias para combater o mosquito vetor das três doenças, o Aedes aegypit. "Como estamos vivendo um caso inédito, temos de criar nossas alternativas. Não há absolutamente nada na literatura internacional, daí a necessidade de se experimentar tecnologias novas."

Entre as alternativas estudadas está a adoção de mosquito transgênico e o uso de mosquito infectado por uma bactéria, a Wolbachia. Embora promissoras, o ministro observa que tais iniciativas não estão disponíveis imediatamente. "Será que haveria mosquitos transgênicos suficientes para usar no País? Será que seria possível usá-lo? Não temos essas respostas agora", completou. Ele lembrou ainda das pesquisas para desenvolvimento de uma vacina contra dengue. "Estamos com um problemão para resolver.

Terá de ser resolvido por todos juntos, governo federal, estaduais, municipais e toda população", disse o ministro. "Temos de ter a compreensão do drama humano que estamos enfrentando."

Dengue e chikunguya

O ministério apresentou também os números de dengue e chikungunya. Até a 45ª semana do ano, foram contabilizados 1.534.932 casos de dengue, 7% a mais do que havia sido registrado em 2013.O número de casos graves também subiu no período, alcançando 1.488 pacientes. Ao todo, foram 811 mortes. A chikungunya também aumentou de forma expressiva. Foram confirmados até agora 6.724 casos, com outros 8.926 em investigação.

"Estamos diante do desconhecido", disse o secretário de Vigilância em Saúde, Antonio Carlos Nardi. O secretário apresentou os resultados do Levantamento de Infestação Rápida de Aedes aegypti, uma ferramenta usada pelas autoridades sanitárias para nortear as ações de controle do vetor, concentrando esforços em regiões onde há maior número de criadouros do mosquito. Este ano, o trabalho foi feito em 1.792 municípios.

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