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O Espírito Santo enfrenta um surto inédito da forma mais grave da malária - causada pelo parasita Plasmodium falciparum que, normalmente, só ocorre na Região Norte do País, onde a doença é endêmica. O Estado já registrou 106 casos da infecção por mosquitos Anopheles. Uma pessoa morreu.

Segundo o secretário estadual de Saúde, Ricardo Oliveira, os casos estão concentrados nas comunidades vizinhas de Vila Pavão (86 casos), onde foi decretada situação de emergência, e Barra de São Francisco (20 casos).

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As duas comunidades têm uma população grande proveniente de Rondônia. A Vigilância Sanitária acredita que o surto tenha sido causado por um caso importado, embora a hipótese não esteja comprovada.

"O número de casos está aumentando porque estamos na região e estamos identificando os infectados", explicou Oliveira. "A doença, na verdade, estava circulando ali há uns 30 dias, mas só constatamos na semana passada. Agora, estamos usando inseticida para matar o mosquito e identificando, por meio de uma busca ativa, as pessoas infectadas."

Com o apoio do governo federal, o Estado montou uma força-tarefa de combate à infecção no município de Vila Pavão. Um laboratório capaz de entregar o resultado do exame em meia hora foi instalado. Carros de fumacê estão percorrendo os municípios da região, aspergindo inseticida.

Com a decretação da situação de emergência, está autorizada também a adoção de medidas administrativas necessárias à contenção do surto, entre elas a aquisição de insumos necessários ao atendimento emergencial da população. Os capixabas estão recebendo repelente e sendo orientadas a usar blusas de manga comprida e calças para se protegerem, além de mosquiteiros.

A prefeitura de Vila Pavão vetou ainda a realização de eventos festivos, religiosos e esportivos - que reúnem muitas pessoas em um mesmo espaço - pelos próximos 30 dias. O objetivo é esperar até que se tenha um quadro mais claro da situação.

Os sintomas mais comuns da malária são febre, fadiga, vômitos e dores de cabeça. Em casos graves, a doença pode causar icterícia, convulsões, coma e morte. A maior parte das mortes é causada pelo P. falciparum, que normalmente só ocorre na Região Norte. As espécies P. vivax, P. ovale e P.malariae geralmente causam formas mais brandas da doença. Quando a infecção não é tratada apropriadamente, ela pode retornar meses mais tarde.

Não existe vacina para a doença. Mas, nas áreas endêmicas, além das barreiras físicas, alguns medicamentos são usados como prevenção.

Brasil

Segundo o Ministério da Saúde, em 2016 o País registrou o menor número de casos em 37 anos, 129.243. No entanto, em 2017, o número voltou a subir e foram feitas 194.372 notificações. Neste ano, entre janeiro e junho, houve 92.357 relatos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um ônibus tombou na BR-116, na Bahia, resultando em uma idosa morta e três pessoas gravemente feridas na noite da quarta-feira (4). Segundo informações relatadas à Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente ocorreu após um dos passageiros surtar no veículo e segurar o motorista. O ônibus estaria vindo do Ceará com destino a São Paulo.

O caso ocorreu na altura da cidade de Planalto, sudoeste da Bahia. Segundo o G1, o veículo tombou no acostamento, perdeu o para-brisa e os objetos dos passageiros ficaram espalhados às margens da via.

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O homem que surtou entrou em uma área de mata e desapareceu. Ele retornou horas depois ao local e foi encaminhado pela Polícia Militar para a delegacia de Vitória da Conquista. 

Os três passageiros em estado grave foram levados para o Hospital Regional de Vitória da Conquista. Seis pessoas com ferimentos leves foram levadas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Poções. O corpo da idosa que faleceu foi encaminhado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Agentes do Ministério da Saúde buscam identificar a origem do surto de toxoplasmose que atinge o município de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, até o dia 7 de junho foram registrados pelo menos 510 casos da doença, além de 212 que ainda estão sendo investigados.

O órgão federal afirmou que além do monitoramento do surto, a pasta implementará em Santa Maria orientações técnicas para notificação, diagnóstico e tratamento; contato com médicos e especialistas na doença; e aquisição de insumos para a realização de análises laboratoriais.

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Em Santa Maria, os agentes coletaram sete amostras de água e recolheram lodo dos reservatórios das regiões onde há registros de casos de toxoplasmose. O material foi encaminhado ao Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul para análise. Em seguida, as amostras serão enviadas para a Universidade Estadual de Londrina, no Paraná. Os resultados devem ser divulgados em até 15 dias.

Segundo o Ministério da Saúde, a toxoplasmose é conhecida como doença do gato e é causada por um protozoário. A patologia apresenta quadro clínico variado, desde infecção assintomática a manifestações sistêmicas graves. A contaminação em humanos ocorre de três formas: contato direto com solo, areia e latas de lixo infectadas com fezes de gatos portadores da doença; ingestão de carne crua ou mal cozida infectada (principalmente carne de carneiro e de porco); e infecção transplacentária durante a gravidez.

O órgão federal alerta que para prevenção da doença deve-se evitar o consumo de carne crua ou mal cozida; eliminar fezes de gatos infectados em lixo seguro e proteger as caixas de areia do animal; lavar as mãos após o contato com terra contaminada; e evitar o contato com gatos durante a gravidez.

Um surto de toxoplasmose de grandes proporções atinge a cidade gaúcha de Santa Maria. O município já havia virado notícia no País há cinco anos, quando o incêndio na Boate Kiss, em 27 de janeiro, deixou 242 mortos e 680 feridos. Causada por um protozoário, a doença traz mais riscos de complicações para pessoas que estão debilitadas (transplantados, pacientes que tomam quimioterápicos e remédios para algumas doenças autoimunes, como artrite reumatoide), gestantes e pessoas que apresentam problemas oculares.

São pelo menos 510 casos confirmados da doença pelas secretarias municipal e estadual, incluindo 2 abortos, 2 óbitos fetais e 2 casos congênitos, quando a doença é adquirida durante a gestação. Há ainda 212 casos em investigação, dos quais 133 em gestantes, 1 aborto e 17 bebês. O quadro, que configura o maior surto da doença no País, começou a ser identificado em abril e levou médicos e autoridades sanitárias a mudarem a política de atendimento e até mesmo a aconselhar casais a adiarem os planos de gravidez.

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Em meio ao drama vivido pelos pacientes, uma caçada em busca da origem do surto teve início. Entre as principais suspeitas está a contaminação da água. Há confirmação da infecção em vários bairros da cidade, a 292 km de Porto Alegre. Mas outros fatores estão em análise, como a contaminação de frutas, verduras e carnes. "Nenhuma hipótese está descartada. Temos muitas dúvidas e nenhuma resposta", admite a secretária municipal de Saúde de Santa Maria, Liliane Mello Duarte.

Na sexta-feira, uma equipe do Ministério da Saúde destacada para investigar as causas do surto retornou a Brasília, levando na bagagem questionários feitos com pacientes.

Foram quase dois meses de trabalho. Com a lista de mais de 50 perguntas, equipes procuram identificar comportamentos em comum para chegar à fonte. "Ali estão contidas questões como os locais onde alimentos são adquiridos, as refeições que a pessoa faz fora de casa, os locais que frequenta e consome água, além da residência", afirma Alexandre Streb, superintendente de Vigilância em Saúde de Santa Maria, que coordena as investigações.

Enquanto as respostas não chegam, famílias são aconselhadas a tomar uma série de medidas de prevenção. Consumir apenas água fervida, lavar também com água filtrada os alimentos, evitar ingerir verduras cruas e carnes de procedência duvidosa ou pouco cozidas. "Mas até quando as pessoas vão evitar esses alimentos?", indaga a educadora física Andressa Messias.

Por ser uma doença negligenciada e pouco notificada, as estatísticas oficiais sobre toxoplasmose são pouco confiáveis. "Mas os números eram significativamente menores, 15, 20 casos por ano. Não se ouvia falar com preocupação da doença por aqui", afirma Streb. A médica Paula Flores Martinez acredita que o aumento de casos de forma tão rápida esteja associado ao agente da doença. "Existem três genótipos de toxoplasmose. Mas há possibilidade de haver genótipos mistos. Avalio que isso pode estar acontecendo."

Amostras de material genético foram retiradas de fetos e enviadas para a análise. "Somente então poderemos saber um pouco mais do que está ocorrendo", afirma a infectologista. Não há, porém, risco de casos se espalharem por outras cidades. "Exceto na gestação, não há transmissão de uma pessoa para outra."

Diante do aumento expressivo do número de casos, o protocolo de atendimento para pacientes foi alterado. Exames nas gestantes, antes feitos no primeiro e no último trimestre de gestação, agora são mensais. Em bairros que concentram maior número de casos suspeitos, postos de saúde realizam mutirões para o atendimento de pacientes.

Moradora do bairro Tancredo Neves, um dos pontos com maior número de casos em Santa Maria, Andressa Messias sabe pela própria experiência a dimensão dos danos da toxoplasmose. Grávida de dois meses, no início de março ela começou a sentir fortes dores de cabeça e enjoos. Foi a três médicos e o diagnóstico era sempre o mesmo: reflexos da gravidez. "Mas sabia que algo estava errado."

Como outras gestantes, Andressa foi recrutada para fazer o teste de toxoplasmose. O resultado, positivo, saiu em 17 de abril. "Entrei em pânico. Havia ficado dois meses sem nenhum tratamento, sabia das consequências para o bebê." Menos de uma semana depois, desconfiada, ela resolveu fazer um ultra-som. O bebê já havia morrido. Com mais de quatro meses de gestação, ela precisou fazer o parto induzido. "Tive todas as dores, as contrações. Mas saí de lá sem um bebê. Apenas com um vazio enorme que não sei quando será curado."

Incerteza

A cidade de mais de 278 mil habitantes vive na busca por respostas. "Temos muitas pistas, mas nenhuma certeza", admite Alexandre Streb, superintendente de Vigilância em Saúde de Santa Maria. Testes realizados na água que abastece a cidade até agora deram negativo para toxoplasmose.

Jéssica dos Santos, engenheira química da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde do Rio Grande do Sul, afirma no entanto que o resultado negativo está longe de descartar o risco de água - nem a ideia de coletar o lodo existente nas caixas d'água de residências de pessoas que tiveram a infecção confirmada pode ser suficiente. "A estimativa é de que 60% dos testes feitos para detecção de protozoários em água sejam falso negativo. O exame é pouco preciso", afirma Jéssica.

Streb conta ainda que um trabalho de georreferenciamento está em curso para identificar casa a casa os pacientes com a doença e encontrar pontos em comum. Além disso, a pesquisa levará em consideração as obras viárias que estão em curso na região. "O objetivo é ver se, em algum ponto, estruturas possam ter sido danificadas."

Coletas também foram feitas em amostras de frutas e verduras comercializadas na cidade. Cultivos hidropônicos foram analisados. E estudos laboratoriais começam a ser delineados. Uma das propostas é fazer experimentos com porcos e galinhas. Eles receberiam amostras de água para verificar se também são infectados pelo protozoário. A estratégia foi adotada em Santa Isabel do Ivaí (PR), que na década passada enfrentou um dos maiores surtos de toxoplasmose da história mundial, com 484 casos confirmados.

O delegado da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde do Rio Grande do Sul, Roberto Shorn, diz que a companhia de abastecimento se comprometeu a realizar uma limpeza em seus reservatórios centrais. Mas Jéssica alerta que o sistema doméstico de filtragem não é suficiente para barrar a passagem do protozoário. "As partículas são pequenas", conta. Daí a necessidade de se ferver a água.

Para a médica infectologista da Secretaria de Saúde de Santa Maria, Paula Flores Martinez, seria preciso também se analisar o sistema de distribuição. "É como o corpo humano: o problema pode não estar no coração, mas nas veias." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os países entorno da República Democrática do Congo, como Uganda, Zambia e Angola, no continente africano, foram avisados que estão sob alto risco de transmissão de ebola em razão do surto registrado no país. As informações foram divulgadas hoje (25), por meio de nota oficial do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Guebreyesus. "Estamos fazendo todo o possível para impedir que o ebola se espalhe para além das fronteiras e também para estarmos preparados caso isso aconteça”, disse.

A República Democrática do Congo já notificou 58 casos de ebola. Os números incluem 28 casos confirmados, 21 casos prováveis e nove suspeitos, além de 27 mortes. A maior parte das infecções foi identificada nas regiões de Bikoro (29 casos) e Iboko (22 casos).

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Desde o início da semana, o Ministério da Saúde local, em parceria com a própria OMS, Médicos sem Fronteiras e Fundo das Nações Unidas para a Infância trabalham para vacinar comunidades mais afetadas pelo ebola.

A dose em questão tem caráter experimental e já havia sido utilizada na Guiné em 2015. Segundo a OMS, a vacina foi utilizada em diversos ensaios envolvendo mais de 16 mil voluntários na Europa, na África e nos Estados Unidos e se mostrou segura para o uso em humanos.

A República Democrática do Congo vive seu nono surto de ebola desde a descoberta do vírus, em 1976. Na última sexta-feira (18), a OMS optou por não declarar emergência internacional em saúde pública, mas alertou que a situação na região africana desperta preocupação e que países vizinhos foram avisados da possibilidade de disseminação do vírus.

O Ministério da Saúde do Congo confirmou nova morte por Ebola, elevando para 26 o número de vítimas fatais do surto na província de Equateur, no noroeste do país. Em nota, o ministério disse que quatro novos casos foram confirmados. Um total de 46 casos da febre hemorrágica foram relatados na região, incluindo 21 casos confirmados de Ebola, 21 prováveis e quatro suspeitos.

O Congo começará a administrar uma vacina experimental contra o Ebola na segunda-feira em Mbandaka, cidade de 1,2 milhão de habitantes. "A campanha de vacinação começa amanhã, segunda-feira, em Mbandaka, capital da província. O alvo será, primeiro, a equipe de saúde, os contatos dos doentes e os contatos dos contatos", disse o ministro da Saúde do país, Oly Ilunga.

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Inicialmente, a campanha terá como alvo 600 pessoas, principalmente equipes médicas, contatos de casos suspeitos e aqueles que estiveram em contato com os contatos, disse Ilunga. Autoridades estão trabalhando urgentemente para evitar que a doença se espalhe além de Mbandaka. Mais de 4 mil doses já estão no Congo e outras estão a caminho, de acordo com autoridades. A vacina ainda está em fase de testes, mas foi eficaz no surto da África Ocidental há alguns anos.

O presidente do Congo, Joseph Kabila, e seu gabinete concordaram no sábado em aumentar os recursos para a emergência do Ebola para mais de US$ 4 milhões. O gabinete também endossou a decisão de fornecer assistência médica gratuita nas áreas afetadas e prestar cuidados especiais a todas as vítimas do Ebola e seus familiares.

A disseminação do Ebola de uma área rural para Mbandaka deixou o país em alerta, já que o Ebola pode se espalhar mais rapidamente nos centros urbanos. A febre pode causar hemorragia interna grave, muitas vezes fatal. Fonte: Associated Press.

Pernambuco vive um grande surto de conjuntivite que os médicos ainda não conseguem explicar o porquê. Em abril deste ano, o estado ultrapassou a marca de casos registrados em todo o ano de 2017. Esse é o pior surto, pelo menos, em dez anos. Historicamente, neste período do ano, os casos começariam a cair, mas isso não está ocorrendo.

Os números são da Fundação Altino Ventura (FAV), unidade do Sistema Único de Saúde (SUS) referência no atendimento oftalmológico no Nordeste. Até o dia 14 de maio, a FAV contabilizou 37097 casos de conjuntivite. Em 2017, foram 27.281.

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A unidade, que funciona 24 horas, está com filas imensas na urgência. Em um período de 24 horas, a unidade já chegou a fazer 1400 atendimentos gerais. Anterior a esta marca estava os 998 atendimentos em um dia do ano de 2009. 

A quantidade de pessoas que não para de chegar tem deixado os especialistas da FAV exaustos. “Não temos capacidade física para esse número de atendimento de pacientes”, resume a oftalmologista Edilana Sá. As filas gigantes fazem com que pessoas que tenham procurado a unidade para outro tipo de enfermidade fiquem passíveis de também contrair conjuntivite. “Está uma condição insalubre”, confessa Edilana. 

Em abril, a FAV e a Secretaria de Saúde de Pernambuco realizaram um treinamento com120 médicos de Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da Região Metropolitana do Recife (RMR), para que haja uma descentralização dos atendimentos. “Nós estamos esperando que a secretaria de saúde nos mande a relação das unidades que estão disponíveis para que possam fazer esse atendimento”, diz Adriana Gois, também oftalmologista da fundação.

O analista de sistemas Edielson Leite veio de Jaboatão dos Guararapes, na RMR, e chegou ao hospital por volta das 9h. Foi atendido às 15h45. “O atendimento até está rápido, mas é muita gente”, ele resume. Com os olhos muito vermelhos, Rafaela da Silva está com os sintomas há dois dias e foi à Fundação após recomendação do chefe. “Pego ônibus e sou recepcionista, então estou o tempo todo mantendo contato com pessoas”, diz, refletindo sobre como teria contraído a doença.

A forma da conjuntivite que tem aparecido em grande quantidade é a viral, que costuma ir embora cinco a sete dias depois. Edilana recomenda: “O paciente acometido com a conjuntivite deve evitar ambientes públicos para evitar contaminação. As pessoas devem lavar as mãos e evitar levá-las aos olhos. Pode-se usar lenço descartável e evitar compartilhar objetos de uso pessoal. Onde o paciente toca com a secreção dos olhos, corre-se o risco de contrair a doença”. 

Segundo levantamento da FAV, abril teve 15153 casos de conjuntivite este ano contra 691 no mesmo mês em 2017, isto equivale a um aumento de mais de 2000%. Ainda não se sabe o que está causando o aumento incomum. 

A favela do Vidigal, na zona sul do Rio, registra surto de hepatite A. Já foram notificados 92 casos, a maioria de homens entre 20 e 30 anos. A doença é causada por vírus e é bastante contagiosa. Suspeita-se que o surto na favela esteja relacionado à contaminação da água.

Agentes da prefeitura do Rio estão monitorando a água no Vidigal, recolhendo amostras em oito pontos de distribuição na favela. As amostras estão sendo analisadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e em laboratórios da Vigilância Sanitária.

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Segundo a prefeitura, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) já adotou medidas de prevenção, controle e assistência na tentativa de parar a disseminação da doença. O posto de saúde do Vidigal tem vacinado crianças e parentes das pessoas infectadas.

"Todos os casos notificados estão sendo acompanhados pela Secretaria de Saúde. Temos todos os casos cadastrados. As crianças até 4 anos, 11 meses e 29 dias estão sendo vacinadas. Mas alguns fatores dificultam a vacinação, como o tempo chuvoso, em que as crianças ficam em casa", comentou o titular da pasta, Marco Antonio de Mattos.

"Além disso, os agentes de saúde identificam os domicílios e levam a vacina ou pedem às mães para trazerem os seus filhos até o nosso centro municipal de saúde."

A doença causa inflamação do fígado, e dentre seus sintomas estão náuseas, fadiga, perda de apetite e febre baixa. A hepatite A costuma durar pelo menos dois meses.

Entre os meses de outubro e dezembro de 2017, um colégio particular do município de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), registrou nove casos de meningite viral em alunos de três a cinco anos. A escola Anita Gonçalves fica localizada no bairro Vila Torres Galvão e chegou a antecipar o fim das aulas da Educação Infantil como medida de precaução. Por se tratar de uma doença considerada grave, familiares das crianças acometidas pela enfermidade denunciaram um "surto" e cobraram uma postura "menos negligente" da instituição de ensino e da Secretaria de Saúde de Paulista.

Em entrevista ao LeiaJá.com, Valdênia Barbosa, mãe de uma aluna de três anos que ficou internada por nove dias por causa da meningite, criticou a postura da direção do colégio. Ela pontua que se já tinham sido identificados dois casos em outubro, as medidas tomadas pela escola deveriam ter sido mais severas para evitar mais alunos infectados. De acordo com a Vigilância Sanitária da cidade, mais sete casos foram notificados no mês de dezembro. Segundo a equipe de Vigilância Sanitária da cidade todos casos são de meningite viral, mais brandos.

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“A diretora do colégio só queria saber o tipo de meningite porque tinha medo de ser bacteriana, mais grave. Mas, não é porque é viral que não deve ser levado em conta, é uma situação difícil e assusta os pais. Queríamos mais providências tanto da escola como da Prefeitura de Paulista”, denuncia Valdênia. Para a mãe, desde outubro, a instituição deveria ter suspendido as aulas para todas as turmas e até mudado de local. “Eles disseram que todas as mães seriam informadas de como proceder nessas situações, mas conheço mães da turma da minha filha que nem sabe como tratar a doença”, afirmou.

Ainda de acordo com a mãe, a escola foi comunicada do caso de sua filha no dia 12 de dezembro. “A direção me informou sobre um comunicado repassado informando a suspensão das aulas, mas não aconteceu. A escola continuou aberta funcionando normalmente. Ela só encerrou para uma turma. A gente que é mãe fica louca e desesperada, é uma escola boa e as pessoas são atenciosas, mas nesse procedimento houve falha e vou tirar minha filha de lá por causa da forma relapsa de tratar esse surto”, disse.

A mãe Aurita Maia também entende a postura da escola como falha. A filha foi socorrida para a emergência e já ficou internada após os médicos terem sido informadas de que a criança tinha tido contato com outras infectadas. Foram mais de dez dias no hospital tratando a doença e um medo enorme. "A escola me procurou e relatou existir um surto de meningite no município. O pessoal da Secretaria Municipal de Saúde negou e resumiu os casos apenas à época da doença. As duas instituições dizem que não houve responsabilidade legal porque são casos virais e não há controle”, informou.

Aurita diz que questionou sobre uma possível suspensão das aulas, já que eram muitos casos e a situação se agravou desde outubro. Mas, a resposta que ouvia era de que não havia necessidade desse cancelamento porque era uma "virose". “Eu não concordo com isso e acho extremamente esquisito uma escola ter esses casos de meningite e poucas providências terem sido tomadas para não chegar ao ponto que chegou”, lamentou.

O LeiaJá.com procurou a Escola Anita Gonçalves para buscar esclarecimentos sobre a denúncia dos familiares. Por telefone, uma das responsáveis pela direção que preferiu não se identificar, explicou que desde o início dos casos, em outubro, procurou os órgãos responsáveis tanto no município, como no Estado para tomar decisões. A escola informou que foram apenas sete casos, número diferente do repassado pela gestão de Paulista. “Realizamos palestras no colégio para tranquilizar os pais, fizemos uma transmissão ao vivo no Facebook, enviamos informativos e tomamos todas as medidas para minimizar a situação”, disse.

A escola afirma seguir todas as instruções da Secretaria de Saúde de Paulista e por isso não encerram todas as aulas.  “Em reuniões e encontros, a vigilância nos informou de que não havia motivos para suspender todas as aulas porque isso foge do alcance da escola. São crianças com imunidade baixa por serem mais novas. Fizemos a nossa parte, mandamos informativos para os pais e intensificamos a limpeza na estrutura do colégio”.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2014, foram registrados 17.347 casos da doença em todo o Brasil, número que caiu para 12.636, no ano passado. Em 2017, de janeiro a 20 de maio, foram 4.411 ocorrências, com 312 óbitos; em igual período de 2016, foram 4.536 casos e 469 óbitos.  No país, a meningite é considerada uma doença endêmica, com casos ocorrendo ao longo de todo ano, sendo mais comum a aparição das meningites bacterianas no inverno e das virais no verão.

Sobre os casos de meningite no colégio, o superintende de Vigilância em Saúde de Paulista, Fábio Diogo, afirmou que desde a primeira notificação, a Vigilância Epidemiológica acompanhou os casos, orientando a diretoria e os pais. O superintendente explicou que ainda é cedo para afirmar que os nove casos são um “surto” porque ainda são esperados os resultados do sorotipo viral, encaminhados para análise no Rio de Janeiro. Por enquanto, a situação deve ser trata com um “aglomerado de casos”.

“As medidas de controle seguem protocolo de controle de uma infecção viral, como cuidados de higiene e tratamento sintomático. Também foram feitas reuniões com a diretoria e responsáveis para repassar informações e orientações. Em dezembro, a Vigilância Sanitária realizou uma inspeção no colégio e verificou que os reservatórios de água, bebedouros, ar condicionados haviam sido higienizados e reforçou a necessidade dos cuidados com higiene com os alunos”, disse Fábio, que garantiu acompanhar todos os casos de perto. “As crianças foram liberadas e agora aguardamos os resultados de outros exames”.

A Secretaria Estadual de Saúde também confirmou o acompanhamento dos casos através da gestão de Paulista. O órgão não deu mais detalhes sobre providências tomadas ou medidas mais sérias.

Confira a nota de esclarecimento da Escola Anita Gonçalves na íntegra:

“O Colégio Anita Gonçalves vem aos pais e responsáveis prestar esclarecimentos sobre os casos de MENINGITE VIRAL, que sofrem aumento de incidência no período do verão, acometendo, inclusive, nas crianças do Grupo 03 e 05 da Educação Infantil, da nossa escola. Desde primeiro caso de Meningite Viral tomamos todas as providências com orientações das instituições que acreditamos e confiamos no seu trabalho SÉRIO E VERDADEIRO: a Secretaria de Vigilância Epidemiológica do Município, a Secretaria de Saúde do Estado, 1º GERES e o Hospital Correia Picanço. Realizamos palestra com a Diretora Vigilância Epidemiológica do Município, sobre a qual enviamos informativo interno e externo, para conhecimento dos pais e comunidade. Higienizamos as salas de aula com a desinfecção das bancas, brinquedos, quadros, portas, janelas, ar-condicionado, ventiladores, banheiros e estantes, com álcool 70%, cloro, hipoclorito de sódio (Água Sanitária), jato de vapor de alta pressão térmica. Por se tratar de meningite viral e ao analisar as condições das instalações da nossa Instituição, assim como os rotineiros procedimentos adotados, os órgãos competentes não determinaram a suspensão das aulas. Porém, por precaução, a direção da escola decidiu antecipar o encerramento das aulas da Educação Infantil, diminuindo o risco de contato entre as crianças. Ainda assim, tomando todas as medidas preventivas e afastada qualquer tipo de omissão da escola, conforme narrado acima, houve grande repercussão de mensagens sobre o caso de Meningite Viral, sentimo-nos na obrigação de REPUDIAR o cunho viralizado nas mensagens em redes sociais. Em nenhum momento a escola foi negligente com os casos ocorridos, como fora veiculado em grupo de WhatsApp. Estivemos sempre em contato com a família dos alunos e com os profissionais de saúde acima citados, que sempre mantiveram total controle e ciência da situação, inclusive abrimos as portas de nossa escola para averiguação das condições de salubridade das nossas amplas e confortáveis instalações, pois somos uma instituição que preza pela qualidade e excelência, conquistada ao longo dos 45 ANOS DE EDUCAÇÃO, que fazem da instituição umas das mais bem-conceituadas na região. As crianças que apresentaram o quadro de meningite viral, que é transmitida por gotículas de salivas contaminadas, passam bem e estão fora do quadro clínico crítico. A principal virtude das redes sociais é também o seu principal defeito: informações verdadeiras e falsas em tempo real disseminadas de forma errônea. Lamentamos, principalmente, a atitude impensada em expor a nossa instituição atrelada a foto da criança, em grupos de WhatsApp”.

Um estudante depredou vidros e portas da Universidade São Judas, na Mooca, zona leste de São Paulo depois de ter tido um "surto" na noite desta quinta-feira, 16. A ação do aluno causou pânico entre colegas, que saíram correndo nos corredores da universidade.

As informações da Polícia Militar, ainda preliminares, são de que o aluno teria se desentendido com um professor. Ninguém ficou ferido, segundo a PM, e o jovem foi detido e encaminhado ao 8º Distrito Policial (Brás).

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Um surto recorde de hepatite A matou 14 pessoas e levou centenas a hospitais em San Diego, atingindo principalmente pessoas sem-teto e pacientes que usam drogas intravenosas.

Os dados mais recentes do Condado de San Diego, na Califórnia, mostram que mais de 350 casos foram diagnosticados desde o início do ano. A maioria desses foi identificada desde julho, e 264 pessoas precisaram de cuidados hospitalares.

"À medida que a hepatite A avança, o número de mortes é maior do que em outros grandes surtos relatados aos CDC, embora nem todos os surtos sejam reportados aos CDC", disse à AFP uma porta-voz dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

Um surto em 2003 ligado a cebolinhas na Pensilvânia causou três mortes e levou 124 pessoas ao hospital.

As autoridades ainda não identificaram a causa do último surto, mas dizem que a doença está sendo espalhada de pessoa para pessoa e através do contato com ambientes sob contaminação fecal.

Isso coloca as pessoas sem-teto especialmente em risco, uma vez que elas não têm acesso regular a instalações sanitárias e água limpa para lavar as mãos, observaram autoridades de saúde do estado.

De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS), três bairros da capital sofrem com novo surto de Chikungunya. O fato foi confirmado, nesta última quinta-feira (13), pela diretora de vigilância do órgão, Geruza Moraes. Segundo ela, os bairros de Coutos, Alto de Coutos e São João do Cabrito vêm sofrendo com a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

Conforme dados da SMS, o número de casos vem crescendo desde o início de maio deste ano. As condições consideradas ‘normais’ de infestação do mosquito Aedes são de 1% e, segundo Geruza, os níveis nesses bairros, nos últimos meses, já atingiu quase 6% e 8%. No total, foram notificados até agora 171 casos, com 27 confirmações da doença. Os demais aguardam análise médica.

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As condições climáticas da cidade, no período de maio a julho, podem ter cooperado para o aumento da proliferação do mosquito, que se desenvolve em focos de água parada. Ainda de acordo com Geruza, a interrupção de fornecimento de água nesses bairros é uma das causas, já que é necessário estocar em baldes, que podem vir a ser criadouros do Aedes. A Vigilância em saúde e o Centro de Controle de Zoonoses e a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) já se manifestaram para controlar a infestação nessas localidades.


Perdido, o jovem Eric Geovane de Oliveira, de 22 anos, chegou a comer formigas e capim para sobreviver. Ele passou sete dias desaparecido após sofrer “surtos” durante a festa rave Aurora, realizada em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador-BA.

O rapaz foi encontrado no último sábado (10). Segundo o jornal Correio, Eric foi encontrado descalço, apenas usando uma bermuda, a cerca de cinco quilômetros de distância do local do evento por trabalhadores de uma fazenda. 

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Nos dias em que estava perdido, ele comeu formiga para matar a fome e capim molhado para matar a sede. Após passar por exames de sangue e tomar soro no hospital, ele se recupera de escoriações nos pés. Ele estava bastante emocionado ao ser encontrado e a recomendação médica é que se evite tocar no assunto.

De acordo com o Correio, testemunhas disseram que ele teria entrado no matagal após sofrer dois surtos na rave. No primeiro surto, o jovem foi contido, mas no segundo ele começou a gritar que alguém ia matá-lo e saiu correndo.

O Brasil vive o maior surto de febre amarela em 14 anos. Até terça-feira (24), foram confirmados 70 casos da doença, com 40 mortes. Desse total, 21 são de pacientes que apresentaram os primeiros sintomas em meados de dezembro. O maior número de casos até então havia sido em 2003, quando foram confirmados 64 pacientes com febre amarela. Há ainda no País outros 364 casos em investigação, incluindo 49 óbitos.

Além do aumento expressivo do número de casos, a doença atinge um número maior de Estados e municípios neste ano. Em 2003, com o surto em Minas, os casos se espalharam por menos de 20 municípios do Estado. Agora, pelo menos 40 cidades apresentam registros de pacientes com suspeita da infecção. Há notificações também em Espírito Santo, Bahia e São Paulo. No total, 60 cidades do País já relataram casos suspeitos.

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"Não há dúvidas de que os casos vêm em maior número e atingem uma área maior", afirma o infectologista da Fundação Oswaldo Cruz, André Siqueira. Para ele, não há um fator único que explique a expansão.

Entre as causas estariam maior circulação do vírus, desmatamento e mudanças do clima que favorecem a proliferação dos mosquitos transmissores da forma silvestre da doença. Ao jornal O Estado de S. Paulo, na terça-feira, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que o governo também analisa a tese de que o surto em Minas pode estar relacionado à tragédia do rompimento da barragem em Mariana, que afetou o equilíbrio ecológico do Rio Doce em 2015. "Isso é uma tese que está sendo desenvolvida e nós estamos aguardando eventual confirmação."

Ação tardia

Siqueira não descarta a possibilidade de que medidas de contenção tenham sido feitas de forma tardia. "Desde o fim do ano passado há registros de morte de macacos, um indício de que o vírus da febre amarela poderia estar circulando de forma mais intensa", disse Siqueira. Para ele, com as notificações, seria necessário intensificar a vacinação da população suscetível.

O subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas, Rodrigo Said, garante, porém, que medidas foram adotadas rapidamente. "Os registros de casos em humanos começaram na primeira semana de janeiro. Providenciamos imediatamente vacinação de bloqueio." De acordo com ele, não foram identificadas com antecedência mortes de animais. "Começaram a ser notadas simultaneamente aos registros de casos suspeitos na população."

Siqueira avalia que óbitos provocados pela doença poderiam ter sido evitados. "Os casos aconteceram, em sua maioria, em áreas consideradas de risco. Por que a população não estava vacinada?" Para o pesquisador, o argumento de que o País vive ciclo de aumento de casos da doença a cada 7 ou 10 anos não é suficiente para explicar os casos. "Isso é um atestado de incapacidade de autoridades de saúde. Existe uma vacina contra a doença, uma vacina eficaz. Se há maior risco a cada ciclo de 7, 10 anos, por que medidas não são adotadas?" Ele defende, por exemplo, que campanhas periódicas sejam feitas, sobretudo em áreas de risco.

O professor da Universidade de Brasília (UnB), Pedro Tauil, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo considerar necessária, passado esse período de aumento expressivo de casos, uma discussão mais aprofundada sobre a forma como a vacina é ofertada para a população. Uma das possibilidades que precisam ser discutidas, disse, é incluir o imunizante na rotina de imunização.

Na terça-feira, o ministro Barros ressaltou que "o Brasil tem capacidade técnica, de assistência, pessoal, infraestrutura e de vacinas, para bloquear esse surto". "Agora, depende efetivamente de as pessoas irem à vacinação e de técnicos agirem corretamente quando surge cada caso."

Barros declarou que a pasta não trabalha com a hipótese de o surto se alastrar para as áreas urbanas. "Mas, evidentemente, se a pessoa pega a doença na mata e vem para a cidade, pode transmitir. O fato concreto é que temos controle máximo dos casos para evitar que isso aconteça", ressaltou, considerando a possibilidade de retomada da transmissão por meio do Aedes aegypti.

Imunização

A imunização em Minas é considerada baixa. Cerca de 50% da população está vacinada contra febre amarela. Em São Paulo, onde também há casos, o índice chega a 80%. O coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde de São Paulo, o infectologista Marcos Boulos, no entanto, afirma ser necessário atingir a marca de 95% em áreas consideradas de risco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (12), a Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que o número de casos suspeitos de febre amarela no estado já somam 110 este ano. Destes, 20 são tratados como casos prováveis, cujos pacientes apresentaram exame laboratorial preliminar positivo. No entanto, a confirmação final demanda investigação de outros fatores. Os outros 90 casos ainda estão sendo analisados.

O governo mineiro também informa que, dos 30 óbitos suspeitos, 10 já são considerados prováveis. As mortes ocorreram nos municípios de Ladainha, Ubaporanga, Ipanema, Itambacuri, Malacacheta e Piedade de Caratinga. A recomendação para a população é manter em dia a vacinação contra febre amarela, disponibilizada gratuitamente nos postos de saúde através do Sistema Único de Saúde (SUS). A aplicação ocorre em dose única, devendo ser reforçada após 10 anos.

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No caso de recém-nascidos, é administrada uma dose aos nove meses e um reforço aos quatro anos. Mas, como se trata de uma situação atípica, que inspira cuidados, nas regiões afetadas, bebês com seis meses estão recebendo duas doses com intervalo de 30 dias.

A SES-MG alerta que pessoas que nunca se imunizaram contra a febre amarela e moradores das áreas suspeitas devem se vacinar com urgência. Quem for viajar a estes locais deve ir ao posto de saúde com 10 dias de antecedência. O governo mineiro está realizando vacinação domiciliar nas regiões mais distantes do centro das cidades com registro da doença. Esta é, porém, uma medida complementar. A recomendação é que a população em geral se dirija a um posto de saúde.

O Ministério da Saúde enviou 285 mil doses da vacina, para reforçar o estoque de 280 mil que Minas já possuía. O governo mineiro afirma que não há risco de desabastecimento, mas informa que as prefeituras devem se organizar para solicitar o quantitativo suficiente. "Pode haver a falta pontual em alguns municípios, pois alguns não dispõem de estrutura para armazenar grande quantidade da vacina", disse a SES-MG em nota.

Nesta quinta-feira (12), o governador Fernando Pimentel participou de seminários sobre o assunto em Caratinga, no Vale do Aço, e em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, duas regiões afetadas. Os eventos mobilizaram representantes de 152 municípios, onde vivem aproximadamente 2,4 milhões de pessoas.

Também foi lançada uma página especial onde a SES-MG disponibiliza orientações sobre vacinação, dicas de prevenção, respostas para as perguntas mais frequentes e esclarece dúvidas da população. O objetivo é combater mitos, dar as últimas notícias sobre o assunto e oferecer informações claras à comunidade.

Transmissão rural

A febre amarela é causada por um vírus da família Flaviviridae e ocorre em alguns países da América do Sul, da América Central e da África. No meio rural e silvestre, ela é transmitida pelo mosquito Haemagogus. Já em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, zika e febre chikungunya.

Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942. Até o momento, todos os casos suspeitos em Minas Gerais são considerados de transmissão silvestre.

Com o risco de volta da febre amarela urbana, a SES-MG reforça o pedido à população para adotar medidas de combate ao vetor Aedes aegypti, eliminando seus criadouros. No caso do Haemagogus, não se recomenda o controle do vetor. Além de tomar a vacina, no meio rural, as pessoas podem fazer uso de repelentes e roupas compridas.

As primeiras manifestações da doença são repentinas e caracterizadas por febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos. Segundo informações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a maioria das pessoas infectadas apresenta melhora após três dias, se recupera, e cria imunidade contra o vírus.

A forma mais grave se manifesta após o paciente apresentar um breve período de bem-estar. Nesses casos, podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso.

Uma doença ainda não identificada está deixando em alerta o setor de saúde da Bahia. Nos últimos dias, 11 pessoas em Salvador e no litoral norte do Estado apresentaram fortes dores musculares e eliminaram urina preta. Especialistas desconfiam que o consumo de um peixe do litoral baiano esteja relacionado ao surto.

Segundo o médico infectologista Antônio Bandeira, que atendeu alguns desses pacientes, um deles teve o quadro agravado por uma insuficiência renal, mas todos já foram liberados. Inicialmente, a expectativa era de que o vírus fosse transmitido por via oral, tendo em vista a ocorrência de casos entre pessoas de uma mesma família.

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A Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), embora ainda não fale sobre o assunto, divulgou um alerta às unidades de saúde explicando sobre o registro dos casos atendidos e internados em Salvador, entre os dias 2 e 10 de dezembro, apresentando quadro clínico caracterizado por início súbito de fortes dores em região cervical, região do trapézio, seguido por dores musculares intensas nos braços, dorso, coxas e panturrilhas, sugerindo que a transmissão poderia ocorrer por meio de contato ou gotículas.

A partir do surgimento de outros casos, os especialistas passaram a desconfiar que o problema esteja relacionado ao consumo de um determinado peixe do litoral da Bahia conhecido como olho de boi ou arabaiana.

Segundo Bandeira, um ponto comum entre os pacientes foi o consumo da carne do peixe, em localidades diferentes. De acordo com o infectologista, foram coletadas amostras dos pacientes para identificar possíveis vírus ou agentes transmissores.

O professor e pesquisador da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Gúbio Soares está analisando algumas amostras de material colhido, mas o resultado somente deverá ser conhecido dentro de 15 dias. Um alerta sobre os principais sintomas do problema já tomou conta das redes sociais e tem sido compartilhado por meio do aplicativo WhatsApp.

"Ainda não há certeza sobre as causas da doença, estamos trabalhando com as duas hipóteses, mas a orientação é de que, ao perceber os sintomas, os pacientes se hidratem bastantes, e evitem a automedicação", orientou Bandeira. "A indicação é procurar imediatamente um médico para que os sintomas não evoluam", completou.

A Rússia confirmou, na terça-feira (2), casos de antraz, incluindo um óbito, depois de uma onda de calor incomum atingir o extremo norte do país, derretendo o solo e liberando esporos potencialmente letais. "Infelizmente, 20 pessoas tiveram seu diagnóstico de antraz confirmado", disse um porta-voz das autoridades da região de Yamalo-Nenetsky à agência de notícias RIA Novosti.

Além desses casos, um menino de 12 anos que contraiu antraz morreu no hospital na segunda-feira. O número de pessoas hospitalizadas por suspeita de infecção subiu para 90, das quais 45 são crianças, disseram as autoridades regionais.

É o primeiro surto de antraz desde 1941 na região, que fica cerca de 2.000 km ao nordeste de Moscou. O surto chegou após um mês de altas temperaturas, de até 35 graus Celsius, que derreteram camadas superiores do permafrost, ou solo permanentemente congelado, e provocou incêndios florestais.

"Os esporos de antraz estavam à espera no permafrost por mais de um século", disse a agência de vigilância agrícola. O antraz é uma doença infecciosa aguda transmitida pela bactéria , que se prolifera na corrente sanguínea, liberando poderosas toxinas.

Os esporos existem naturalmente no solo e com frequência infectam animais que os ingerem ou inalam ao pastar. Os seres humanos podem ser infectados pelo contato com os esporos através da respiração, da ingestão de alimentos contaminados ou através de cortes na pele, por exemplo, ao lidar com animais doentes.

As autoridades pediram calma, afirmando que "não há epidemia" e que a área infectada foi isolada. Ao menos 160 pastores nômades foram evacuados da zona contaminada, onde mais de 2.300 renas morreram.

Segundo a Secretaria de Saúde de Guarulhos, foram registrados 87 casos de caxumba neste ano. A secreataria afirma ainda que o número de casos na cidade está acompanhando a tendência do Estado de São Paulo, que já registrou mais de 840 casos.

As equipes da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde estão realizando visitas domiciliares às pessoas que contraíram a doença e tomando as medidas necessárias.  A prevenção se dá pela vacina tríplice viral aos 12 meses de idade e reforçada aos 15 meses por meio da palicação tetraviral, cujas doses podem ser encontradas nas Unidades Básicas de Saúde.

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Em 2015 o município registrou sete casos de pessoas infectadas em dois surtos. O diagnóstico da doença é feito através de exames clínicos. Lembrando que não existe tratamento específico, indicando-se apenas repouso, analgesia e observação cuidadosa, quanto à possibilidade de aparecimento de complicações.

 

O número de casos de caxumba registrados neste ano no Estado de São Paulo já é o maior desde 2008, segundo balanço do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria Estadual da Saúde. Até o dia 16 de junho, quando foi divulgado o último levantamento, foram contabilizados 842 casos. Entre 2009 e 2015, o número variou, no ano inteiro, entre 118 (2014) e 671 (em 2015). Em todo 2008, foram 3.394 registros.

A imunização incompleta de parte da população, que não tomou as duas doses da vacina, e o fato de o vírus estar mais atuante estão entre as razões apresentadas por infectologistas para o aumento dos surtos.

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"Não tem uma explicação certeira para isso, mas sabemos que é um vírus altamente infectante e ele está circulando mais. Temos uma faixa de pessoas que não foram vacinadas adequadamente para a caxumba, porque é preciso ter duas doses e, antes de 2000, a padronização do esquema vacinal era diferente", explica Ralcyon Teixeira, médico infectologista e supervisor do pronto-socorro do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

Ele explica que o período de incubação da doença é grande e que, mesmo antes da manifestação de sintomas - inflamação das glândulas salivares, dor de cabeça e febre -, a pessoa já pode transmitir a caxumba. "O prazo de incubação é de 16 a 18 dias, mas pode se manifestar em até 25 dias e a pessoa já começa a expelir o vírus."

Em janeiro deste ano, a infectologista Luciana Marques Sansão Borges, de 31 anos, teve caxumba, que se manifestou em ambos os lados do pescoço. Ela conta que ninguém de sua família nem do seu ambiente de trabalho estava com a doença. "Foi depois da virada do ano e não tinha ido a nenhum lugar com aglomeração. Fiquei nove dias afastada do trabalho."

Apenas após o episódio que ela se deu conta de que não tinha tomado as duas doses da vacina. "Meu cartão de vacina é atualizado, mas tomei a dose de sarampo e rubéola. Na minha cabeça, estava plenamente vacinada. Só doente vi que faltava a de caxumba."

Mesmo vacinada, a administradora Flávia Oliveira, de 25 anos, foi contaminada e recebeu o diagnóstico na semana passada. Ela ainda se recupera em casa. "Fiquei tomando anti-inflamatório e, desde então, estou de repouso e tem de ficar, porque dói muito para comer, ficar em pé. Ainda estou com um pouco de inchaço."

Para não contaminar a família, Flávia separou talheres, pratos e copos. "Lavamos tudo com água fervente."

Cuidados

Repouso e isolamento são as principais orientações para os pacientes, já que não há um medicamento específico para a doença. "Não tem nenhum antiviral para caxumba. A recomendação é fazer repouso, tomar analgésico e anti-inflamatório. É importante evitar aglomerações e lavar as mãos", diz Graziella Hanna Pereira, infectologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.

Segundo Raquel Muarrek, infectologista do Hospital Leforte, a doença pode causar complicações, principalmente para os homens. "A caxumba pode causar meningite e pancreatite. Em homens, pode vir com orquite, que causa aumento da bolsa escrotal e dor na região."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta sexta-feira que o persistente surto de febre amarela na África Central é "sério e passa muita preocupação", mas que não há necessidade de declarar emergência mundial.

Na quinta-feira, a agência das Nações Unidas convocou um comitê de especialistas para avaliar se a epidemia da doença seria uma emergência mundial de saúde. A última vez que a OMS declarou emergência foi no começo do ano, para o zika vírus. Antes disso, o termo foi utilizado em 2014, na época do surto da Ebola.

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Depois de horas reunião, o presidente do comitê, Oyewale Tomori, anunciou que, apesar de a febre amarela não apresentar todas as condições para ser declarada emergência internacional, será necessário "intensificar medidas de controle", como maior vigilância e mais políticas de vacinação.

O surto já atingiu mais de 2 mil pessoas e matou aproximadamente 300. Identificada pela primeira vez na Angola em dezembro de 2015, a doença já chegou ao Congo, à Quênia e à China. A febre amarela costuma ser comum em regiões tropicais na África e na América Latina, mas até este ano nunca havia chegado à Ásia.

Atualmente, não há nenhum tratamento para a doença transmitida por picada de mosquito. E, apesar de haver vacina, os estoques mundiais são limitados. Os sintomas mais comuns são febre, dores musculares e enjôo.

A decisão da OMS de não classificar a febre amarela como emergência global foi considerada um erro por alguns especialistas. "Por que esperar que a crise chegue a nós para agir?", questionou Michael Osterholm, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Minnesota.

"A África é como uma lata de gasolina esperando para ser atingida pela febre amarela", disse Osterholm. Ele também prevê que a doença, eventualmente, se espalhe, podendo chegar mesmo aos Estados Unidos.

Entomologista do Instituto Pasteur de Paris, Paul Reiter descreveu a habilidade do mundo de controlar mosquitos como "absolutamente nula", e alertou que a situação na África pode se transformar em uma "catátrofe global". Reiter ressaltou que o mesmo mosquito que transmite febre amarela, também transmite zika e dengue - e os casos desses dois últimos também aumentaram nos últimos meses.

"Não acho que deveríamos deixar de lado o potencial negativo desta epidemia", afirmou o diretor de operações do Médicos sem Fronteiras, Bart Janssens. "Trata-se de uma situação muito fora do comum", completou. Segundo o diretor da organização, a febre amarela está circulando em duas capitais africanas, Luanda e Kinshasa, o que aumenta o risco de disseminação internacional.

Fonte: Associated Press.

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