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Em 1960, Helena Teodoro Michelon tinha 1 ano e 2 meses de idade quando deu entrada no Hospital das Clínicas de São Paulo, com a perna direita paralisada. Até então, a febre alta tinha sido tratada com dipirona por um farmacêutico, mas o temido sintoma alertou a avó e a mãe de que o motivo poderia ser mais grave. As duas viraram a noite para conseguir uma vaga de internação. 

“Só naquela noite, junto comigo, internaram 49 crianças com pólio. E lá fiquei dois meses, em um isolamento só com crianças com pólio. Fiquei no pulmão de aço. Assim começou minha luta de sequelada da pólio”, conta Helena, que hoje tem 64 anos. “Falo para as mães novas que não deixem de vacinar seus filhos. Me olhem, olhem com olhos fixos, porque eu sou prova viva da sequela da pólio. A sequela da pólio é o que eu sou hoje. Então, prestem atenção. A sequela da pólio é para o resto da vida, não tem cura. É uma deficiência permanente”. 

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A prevenção da paralisia infantil era uma esperança urgente, mas ainda distante no ano em que Helena foi internada. Albert Sabin havia descoberto a vacina oral contra a poliomielite (VOP) três anos antes, e a vacinação contra a doença no Brasil começaria apenas em 1961, no Rio de Janeiro e em São Paulo. O Plano Nacional de Controle da Poliomielite, primeira tentativa organizada nacionalmente de controlar a doença no país, viria apenas 10 anos depois, em 1971.

“Perto da minha casa, teve o Fernando, a Elizabeth, a filha dela… Que eu conheci, foram quatro crianças com pólio. Comigo, cinco”, lembra Helena.

“Eu fui tomar vacina de pólio quando já estava grande, com 7 anos de idade, na escola. Vi os casos diminuindo até chegar nos anos em que tinha sido exterminado da gente esse vírus maldito”.

A eliminação da poliomielite do Brasil foi reconhecida pela Organização Pan-Americana de Saúde em 1994, mas o último caso registrado foi em 1989. Helena Teodoro já era mãe de três filhos. “É óbvio que a gente recebeu com a maior alegria essa notícia, por que qual é a mãe que quer ver um filho acometido por uma sequela que fica para o resto da vida? Se a pólio não voltar, ela termina com a gente. Espero que isso aconteça. Percorremos todo esse percurso da vida e estamos terminando, estamos idosos. Então, espero que as mães tenham consciência”.

Doença que pode ser prevenida pela vacina do PNI, a poliomielite tem um esquema vacinal com três doses da vacina inativada da pólio, injetada, aos 2, 4 e 6 meses de idade, e duas doses de reforço da vacina oral, em gotinhas, aos 15 meses e aos 4 anos de idade.

Sequelas

A alta hospitalar após dois meses de internação foi o início da saga de Helena Teodoro para enfrentar as sequelas da pólio, o preconceito e a falta de acessibilidade para pessoas com deficiência no Brasil. O encurtamento na perna direita continuou por toda a vida, e, para que sua mobilidade pudesse ter uma melhora, ela passou por 13 cirurgias entre os 13 e os 16 anos na Santa Casa de Misericórdia, onde recebeu também a indicação para usar uma órtese que desse firmeza à perna mais afetada. 

“O meu carrinho de bebê, que o meu pai comprou pra mim antes de eu nascer, quando minha mãe foi vender, a pessoa falou: não vou comprar, porque ela teve paralisia e pode passar pra minha criança. Tinham mães que pediam para os filhos se afastarem da gente na escola. Havia muito preconceito”, lembra. “Não tinha acessibilidade nenhuma na escola. Eu tinha que subir escadas para ir à aula que não tinham corrimão. Pra subir, eu conseguia, sentando e encostando na parede. Mas, para descer, descia rolando. Se chovia na escola, eu não descia nem no recreio. Para ir ao banheiro, eu precisava ajuda das professoras e nem sempre elas estavam dispostas a ajudar”.

O uso de órtese e a dificuldade de caminhar se agravaram conforme a dona de casa envelheceu. Em 1998, uma queda fez com que fraturasse o joelho e iniciasse o acompanhamento na Associação de Assistência à Criança com Deficiência (AACD), instituição sem fins lucrativos fundada inicialmente para acompanhar crianças com sequelas da poliomielite. A  superintendente de práticas assistenciais da AACD, Alice Rosa Ramos, conta que hoje os pacientes com sequelas da poliomielite são poucos e com tratamentos de longa data, ou imigrantes de países onde a pólio não foi eliminada ainda. 

“Mas a gente tem outras doenças também, principalmente o sarampo e a meningite, que podem ser prevenidas por vacina e causam principalmente quadros importantes de lesão encefálica e de sequelas motoras, visuais, auditivas e intelectuais. O sarampo e as doenças pós meningite têm uma extensão de sequelas muito maior”, acrescenta. “A falta do conhecimento da sequela leva muita gente a optar por não vacinar. Ninguém em sã consciência vai optar por participar de uma roleta russa. O número de pessoas com a sequela realmente é pequeno se comparado ao todo. Mas e se for eu? E se for o meu filho? O meu neto? Vou fazer uma aposta nisso? Eu não apostaria”.

Múltiplas cirurgias

No caso dos pacientes de pólio, é comum que apresentem em algum momento da vida a síndrome pós-pólio, com um quadro de dor, perdas motoras, maior dificuldade funcional. A médica acrescenta que a própria idade faz com que pacientes já sequelados percam ainda mais mobilidade e, por exemplo, parem de andar com órteses e fiquem na cadeira de rodas. No caso dos pacientes com sequelas da pólio, limitações motoras que são comuns à velhice chegam mais cedo e de forma mais rápida.

“Todos temos perdas funcionais. Só que eles já têm a perda, e isso se acentua com a idade, com o ganho de peso. As limitações se tornaram maiores pela associação entre o envelhecimento e a doença de base”, conta. “São pessoas que precisam de um esquema de saúde grande, com muitas cirurgias ao longo da vida para corrigir deformidades ortopédicas. Muitos evoluem com escoliose, precisam de cirurgias grandes na coluna, que podem levar a restrições respiratórias. A pólio não requer só fisioterapia. Ela requer muito tratamento cirúrgico e muitos aparelhos ortopédicos”  

No caso do sarampo, Alice conta que as sequelas são ainda mais graves, com grandes comprometimentos visuais, auditivos, intelectuais e físicos. “São crianças que vão precisar ser cuidadas ao longo de toda vida. A pólio causa a paralisia flácida, que é o músculo atrofiado, mais molinho. Mas tanto no sarampo como na meningite, a gente tem uma lesão cerebral. Ocorre um aumento do tônus muscular, causado por uma lesão central, com músculos muito tensos, que fazem a pessoa entrar em várias deformidades”, diz a médica, que detalha: “Na visão, posso ter desde a baixa de visão até a cegueira total. Da mesma forma que o intelecto, que posso ter crianças que entendem um pouco ou que deixam de entender absolutamente tudo. E isso pode afetar um adulto também”.

Diante de tantos quadros graves de saúde, a médica ressalta que tudo isso pode ser evitado com a vacinação gratuita e disponível nas unidades básicas de saúde. “As pessoas mais jovens deixaram de ter contato com os sequelados da pólio. Muitos profissionais, médicos mesmo, não viveram a pólio. Um problema que a gente tem é que muitos ortopedistas que operaram casos de pólio morreram ou já se aposentaram, e no treinamento não foi mais necessário ensinar aos ortopedistas, porque a pólio desapareceu. Se voltar, vou ter que fazer a reciclagem de um monte de gente em todo o país”, alerta ela. 

Amputações

Entre as mais severas doenças imunopreveníveis está a meningococcemia, infecção generalizada causada pela bactéria meningococo. Esse foi o caso do paciente Hugo Oliveira da Silva, de 16 anos, que teve a doença meningocócica aos 7 meses. Após apenas um dia, a infecção causou uma gangrena na perna esquerda e, consequentemente, a amputação deste membro. 

A mãe de Hugo, Maria Francisca de Oliveira Silva, de 47 anos, conta que a doença progrediu de forma rápida. “Ele foi dormir bem e acordou com um febrão de 40 graus. Levei na pediatra e, chegando lá, ela fez todos os exames e procedimentos, mas não conseguia baixar a temperatura. Antes dos exames ficarem prontos, a pediatra percebeu que o corpo dele estava cheio de manchas vermelhas, que foram aumentando com a formação de bolhas de água. Foi então que a pediatra falou que o caso dele era meningococcemia”.

Durante a internação, a doença causou uma série de complicações, como insuficiência renal e hepatite medicamentosa, que também deixaram sequelas que precisam ser acompanhadas até hoje. “Ele vai no hepatologista, no ortopedista, faz tratamento com fonoaudiólogo, fisioterapia, hematologista e gastro”. 

Na AACD desde 1 ano e 9 meses, ele passou pela terapia ocupacional, fisioterapia solo, fisioterapia aquática, musicoterapia e fonoaudiologia. Atualmente, já não é atendido mais no Centro de Reabilitação da Instituição, porém ainda conta com acompanhamento médico e na Oficina Ortopédica para ajuste ou troca de prótese da perna amputada.

A meningite meningocócica pode ser prevenida pela vacina meningocócica C conjugada, que deve ser administrada com duas doses, aos 3 e aos 5 meses de idade, e requer ainda uma dose de reforço aos 12 meses. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece ainda a vacina meningocócica ACWY a adolescentes de 11 a 14 anos de idade. 

Já o sarampo é prevenido pelas vacinas tríplice e tetra viral. A primeira é aplicada quando a criança completa o primeiro ano de vida, e protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Já a segunda é indicada para os 15 meses de vida, com ao menos 30 dias de intervalo após a tríplice viral.

 

Uma criança, de cinco anos de idade, morreu de meningite meningocócica no hospital municipal Carmen Prudente, na zona leste da capital paulista, na última quinta-feira (22). De acordo com a Secretaria de Saúde da prefeitura, a criança havia dado entrada, horas antes, na unidade de pronto atendimento (UPA), do mesmo bairro, com sintomas da doença.

“A equipe médica da UPA e do HM Cidade Tiradentes seguiram todos os protocolos recomendados, utilizando os equipamentos de proteção individual (EPIs) durante todo o atendimento. Não havendo, até o momento, qualquer outro caso relacionado”, disse a secretaria, em nota. 

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Conforme a secretaria, os leitos de emergência da unidade hospitalar são separados por cortinas e que os outros pacientes não foram expostos ao risco de contaminação. 

Meningite

A meningite é um processo inflamatório das meninges – membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal – que pode ser causado por vírus ou bactérias. A meningite bacteriana tem letalidade maior e mais chances de complicações, mas para esse tipo da doença há vacina disponível no calendário previsto pelo Ministério da Saúde.  

Na capital paulista, a vacina está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs integradas de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados nas AMAs/UBSs Integradas, também das 7h às 19h.   

O imunizante contra a meningite meningocócica C deve ser aplicado em bebês de 3, 5 e 12 meses. Já o de meningite ACWY atualmente é aplicado na faixa etária de 11 a 14 anos de idade. Desde o dia 25 de maio, professores e adolescentes de 15 a 19 anos podem receber a vacina de meningocócica C. 

O modo de transmissão da doença se dá pelo contato direto entre pessoas, por meio de secreções respiratórias de pessoas infectadas. De janeiro a maio deste ano, foram registrados 312 casos de meningite bacteriana na cidade de São Paulo, entre todas as faixas etárias, resultando em 12 óbitos. Em 2022, foram registrados 174 casos, com 19 mortes. 

A décima morte por meningite confirmada na terça-feira, na capital, e o aumento de casos em cidades do interior paulista acenderam o sinal de alerta. Especialistas avaliam que a queda na cobertura vacinal durante a pandemia de Covid-19 deixou o Estado mais vulnerável à transmissão da meningite. Eles acreditam que o cenário pode se agravar e recomendam rigor no bloqueio dos casos para evitar o risco de uma epidemia.

A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A doença, que pode ser causada por vírus e bactérias, é grave e tem transmissão respiratória.

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Entre os sintomas mais comuns estão dores de cabeça e na nuca, febre, vômito, confusão mental e manchas na pele. Durante a pandemia, as medidas de prevenção contra a covid-19 derrubaram os casos, mas agora, com a maior circulação das pessoas, a doença está de volta.

Na capital, o óbito desta semana foi de um rapaz de 22 anos que residia na zona norte, segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Uma jovem de 20 anos moradora da zona sul também adoeceu - os dois casos foram de doença meningocócica. Conforme a pasta, só após o resultado da análise laboratorial, que deve sair em até cinco dias, será possível saber o tipo de bactéria e se os dois casos são do mesmo sorogrupo. Ainda segundo a SMS, os casos são isolados e não caracterizam novos surtos, não tendo relação com o surto localizado, no momento, nos distritos da Vila Formosa e de Aricanduva, onde foram registrados cinco casos de meningocócica do tipo C, no período de 16 de julho a 15 de setembro, com um óbito. A pasta considera surto quando há ocorrência de três ou mais casos do mesmo tipo em um período de 90 dias na mesma localidade.

Com os novos casos, a capital soma 58 registros confirmados de meningite meningocócica desde o início deste ano. De janeiro a setembro de 2019, período anterior à pandemia, foram 158 casos, ou seja, houve uma redução de 68% no âmbito geral. O número de óbitos também é inferior, segundo a pasta: foram 10 neste ano, ante 28 entre janeiro e setembro de 2019.

A secretaria prevê a vacinação de adultos apenas em situações excepcionais, como a do surto que acontece nas regiões de Vila Formosa e Aricanduva. A exceção são os profissionais de saúde que podem ser vacinados mediante comprovante de vínculo empregatício em serviço de saúde do Município de São Paulo ou comprovante da profissão, como certificado e diploma.

OUTRAS CIDADES

No interior de São Paulo, já são dezenas de cidades com casos. Em Marília, no centro-oeste, aconteceram quatro mortes pela doença este ano. O último óbito aconteceu em julho.

Ontem, um bebê estava internado no Hospital Unimed, em Sorocaba, com diagnóstico de meningite bacteriana. A família usou as redes sociais para pedir orações. Conforme a prefeitura, a cidade já teve 39 casos e 5 mortes este ano. Houve três ações isoladas de bloqueio de contato.

Em Jundiaí, as visitas aos presos do Pavilhão VII do Centro de Detenção Provisória (CDP) estão suspensas neste próximo fim de semana por um caso de meningite bacteriana que acometeu um detento. Conforme a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), o paciente está em tratamento médico e todas as medidas de monitoramento e desinfecção foram tomadas.

Na região norte, ao menos seis cidades já registraram casos de meningite este ano. Araraquara (6 casos), Leme (6), Pirassununga (5), Porto Ferreira (3) e Nova Europa (1) tiveram casos bacterianos. Em Araras, os seis casos confirmados são do tipo viral.

OUTROS ESTADOS

Outros Estados também convivem com aumento nos casos de meningite. Na Bahia, já foram registrados 105 casos e 43 mortes pela doença. O número de óbitos é 50% maior que as 21 mortes do ano passado.

No Espírito Santo, foram confirmados 158 casos e 41 mortes por meningite de várias tipologias. No ano passado haviam sido apenas 83 casos e 19 óbitos. A pasta estadual de Saúde atribui o crescimento à queda na taxa de vacinação.

No Rio de Janeiro, foram registrados 28 casos até o fim de agosto e sete pessoas morreram com meningite meningocócica. Há risco de se agravar o cenário, pois apenas 60% dos bebês estão vacinados.

Em Minas, o número de casos e mortes este ano já supera o de todo o ano passado. Em 2021, foram 459 casos e 51 óbitos no ano inteiro, enquanto este ano, de janeiro a setembro, são 468 casos e 71 mortes.

Em Pernambuco, já são oito casos confirmados de doença meningocócica este ano, mas sem mortes. Até agora, apenas 52% das crianças com até 1 ano foram imunizadas.

O Ministério da Saúde informou que, em 2022, até 30 de setembro, foram registrados 5.821 casos e 702 óbitos por meningites de diversas etiologias. "A vacinação é considerada a forma mais eficaz na prevenção da meningite bacteriana, sendo as vacinas específicas para determinados agentes etiológicos", disse. Segundo a pasta, é mantida a vacinação dos grupos prioritários, conforme o Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Em São Paulo, por exemplo, continua em vigor na capital e no interior de São Paulo o calendário vacinal de rotina, com aplicação do imunizante contra a meningite meningocócica C em bebês de 3, 5 e 12 meses. Já o de meningite ACWY é aplicado na faixa etária de 11 a 14 anos, de forma excepcional, até junho de 2023, conforme definição do PNI.

Especialistas falam em cenário de risco e sugerem ações de bloqueio

A situação é de risco, segundo a infectologista Rosana Ritchmann, referência em doenças infecciosas. "É uma doença causada por uma bactéria com transmissão por gotículas respiratórias, atingindo uma população não vacinada e indiretamente não protegida, porque se, de fato, tivéssemos vacinado as crianças e os adolescentes, como está previsto no Programa Nacional de Imunizações, a circulação da bactéria seria muito menor e mesmo as pessoas não vacinadas estariam mais protegidas."

Para ela, os casos que estão surgindo em São Paulo ainda são reflexo indireto e tardio da covid-19. "A pandemia fez com que a população ficasse hesitante em tomar a vacina e, na hora em que a gente volta para as atividades normais, sem uso de máscara, infelizmente se tem o risco de maior circulação da bactéria pela falta de vacinação da população-alvo da campanha. Tem risco, sim, de se tornar mais grave e devemos fazer bloqueios de todos os casos notificados, que é a quimioprofilaxia dos contatos e vacinação de bloqueio, independente da idade."

Já o infectologista Carlos Magno Fortaleza, docente da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu, não vê risco de uma grande epidemia de meningite, nos moldes da que aconteceu na década de 1970. "O que a gente tem de fazer é intensificar a vacinação nesses grupos que estão na campanha nacional, inclusive os portadores de HIV e imunodeprimidos, e fazer um bom bloqueio dos casos. Cada morte evitada é uma vitória", disse. "Aquele grupo que se imunizou quando a vacina foi introduzida no calendário para crianças vai crescendo protegido, mas temos grupos mais velhos que nunca tomaram a vacina." Ele acha que, embora não possa ser o único motivo, a baixa cobertura pode estar contribuindo para mais transmissão.

AÇÕES

Tanto ele quanto Rosana Rithcmann concordam que ainda não é necessário ampliar a vacinação para outros grupos. "Não existe uma contraindicação de a gente fazer uma vacinação da população em geral, mas a medida racional em termos de uso dos nossos recursos é a vacinação de bloqueio e o uso da quimioprofilaxia dos contatos."

Marco Aurélio Safadi, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBI) acha importante aumentar a cobertura vacinal dos adolescentes. "São os principais vetores de transmissão na comunidade. Se conseguirmos vacinar ao menos 80%, estamos protegendo também os adultos", disse. "É importante estar atento aos surtos, fazer a aplicação de antibióticos para os contactantes e a vacinação de bloqueio dos grupos etários que foram acometidos."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Utilizada em mais de cem países como estratégia de prevenção e redução de doenças ocasionadas pelo vírus, como câncer do colo do útero, vulva, vagina, região anal, pênis e orofaringe, a vacina que protege contra o Papilomavírus Humano (HPV) passará a ser aplicada permanentemente em meninos de 9 e 10 anos, nova faixa etária incorporada no público-alvo.

Pelo Sistema Único de Saúde (Sus), a imunização contra o HPV só estava disponível em duas doses (com intervalo de seis meses entre cada uma delas) para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Com a mudança, a vacinação passa a ser aplicada para todos na faixa etária entre 9 e 14 anos de idade, independentemente do sexo.

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Incorporada de forma escalonada ao SUS a partir de 2014, a vacina é aplicada ainda na adolescência porque é mais favorável que a vacinação seja feita antes que a pessoa tenha atividade sexual.

Também podem receber o imunizante gratuitamente pessoas vivendo com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea e pacientes oncológicos, todos entre 9 e 45 anos. Para esses pacientes, são necessárias três doses, com intervalos de dois e seis meses após a primeira.

Vírus transmitido pela relação sexual ou pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas, o HPV é responsável pela quase totalidade dos casos de câncer do colo do útero, por mais de 90% dos casos de câncer anal e por 63% dos cânceres de pênis, além de parte de outros tipos de tumores, como os de garganta, vulva e vagina.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, estima-se que o Brasil tenha ao menos 10 milhões de infectados pelo Papilomavírus Humano e que, a cada ano, 700 mil casos novos da infecção surjam. No mundo, cerca de 105 milhões de pessoas são positivas para o HPV 16 ou 18.

Meningocócica ACWY

Com base em pesquisas que apontam que as vacinas meningocócicas demonstram uma resposta imune mais robusta nos adolescentes, com persistência de anticorpos protetores por um prolongado período, o Ministério da Saúde também decidiu ofertar temporariamente a partir deste mês a vacina meningocócica ACWY para a faixa etária não vacinada entre 11 e 14 anos.

Conforme o governo federal, tais evidências embasaram o Programa Nacional de Imunizações (PNI) a incluir no Calendário Nacional de Vacinação a administração de doses de reforço com as vacinas meningocócicas conjugadas na adolescência.

O imunizante contra a meningite está disponível no Calendário Nacional de Vacinação para adolescentes entre 11 e 12 anos, mas até junho de 2023, quem tem entre 13 e 14 anos também poderá receber a dose. Segundo a pasta, a ampliação tem como objetivo reduzir o número de portadores da bactéria em nasofaringe.

O Ministério da Saúde afirma ainda que distribui a vacina meningocócica ACWY (conjugada) mensalmente aos Estados. A indicação é tomar uma dose ou reforço, conforme a situação vacinal.

Conforme a pasta, a faixa etária com maior risco de adoecimento são as crianças menores de um ano de idade, mas adolescentes e adultos jovens são os principais responsáveis pela manutenção da circulação da doença. Para crianças de 3 meses a 12 meses, a vacina ofertada pelo SUS continua sendo a Meningocócica C.

A meningite meningogócica é transmitida por um grupo de bactérias chamadas meningococos, e provoca inflamação na meninge, membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal. A transmissão se dá por meio das vias respiratórias, ou seja, pelo ar. Pode deixar sequelas neurológicas, auditivas e dores crônicas.

No Brasil, o mais comum é o tipo C (que envolve 80% dos casos), seguido do tipo B. Os tipos A, W e Y são menos frequentes. As vacinas são consideradas a melhor forma de prevenção contra a meningite e são específicas para cada sorogrupo.

Vacina meningocócica C

Desde julho, o PNI também recomenda a ampliação dos públicos aptos a receber a vacina meningocócica C (Conjugada), que envolve trabalhadores da saúde e crianças até 10 anos. A extensão do público-alvo vai até fevereiro de 2023 e tem o objetivo de proteger a população contra doença meningocócica do sorogrupo C.

O imunizante faz parte do Calendário Nacional de Vacinação, sendo indicadas duas doses, aos 3 e aos 5 meses de idade e um reforço preferencialmente aos 12 meses de idade. Segundo a nova orientação do Ministério da Saúde, se a criança de até 10 anos não tiver se vacinado, deve tomar uma dose da meningocócica C. Já os trabalhadores de saúde, mesmo com o esquema vacinal completo, podem se vacinar com mais uma dose.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, nesta terça-feira (28), a primeira estratégia mundial contra a meningite, com o objetivo de eliminar até 2030 as epidemias de meningite bacteriana que matam cerca de 250 mil pessoas a cada ano no mundo.

Para conseguir isso, a OMS elaborou, em colaboração com seus associados, um roteiro mundial, visando a eliminar as epidemias de meningite bacteriana - a forma mais letal da doença -, assim como diminuir em 70% o número de óbitos e, pela metade, o número de casos, até 2030.

Isso pode salvar mais de 200.000 vidas por ano e reduzir drasticamente o carga de deficiência acarretada pela doença.

A meningite é uma inflamação perigosa das membranas que circundam o cérebro e a medula espinhal, causada, principalmente, por uma infecção bacteriana, ou viral.

"Onde quer que aconteça, a meningite pode ser mortal e debilitante. Ela se desenvolve rapidamente, tem graves consequências para a saúde, a economia e a sociedade e causa surtos epidêmicos devastadores", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em um comunicado.

"É hora de acabar com a meningite em todo mundo. Para isso, é urgente ampliar o acesso aos instrumentos existentes, em particular as vacinas; realizar novas pesquisas e inovações para prevenir, detectar e tratar as diferentes causas da doença; e melhorar os serviços de reabilitação", completou.

Este "mapa de rota" é resultado da primeira resolução sobre meningite adotada pelos países-membros da OMS em 2020. Nela, pedia-se ao diretor-geral da organização que colocasse a doença "no primeiro lugar das prioridades mundiais da saúde pública".

A meningite bacteriana mata uma em cada dez pessoas infectadas - crianças e jovens, em sua maioria. Além disso, uma em cada cinco sofre de uma deficiência de longo prazo, como perda da audição, ou da visão, e transtornos cognitivos.

Nos últimos dez anos, as epidemias de meningite afetaram todas as regiões do mundo, mas, principalmente, o chamado "cinturão da meningite". Esta área engloba 26 países da África subsaariana.

As epidemias de meningite são imprevisíveis e causam uma perturbação em massa nas comunidades e nos sistemas de saúde, enfatiza a OMS.

Várias vacinas protegem contra a meningite, entre elas as vacinas antimeningocócicas, a vacina contra a Haemophilus influenzae tipo b e a vacina pneumocócica.

Nem todas as comunidades têm acesso a estes imunizantes, e muitos países ainda não os incorporaram em seus programas nacionais de vacinação.

Também estão sendo feitas pesquisas para desenvolver vacinas contra outras causas da meningite, como os estreptococos do grupo B.

O humorista Paulo Vieira, que comanda logo após o BBB o jornal fictício Fora de Hora, foi diagnosticado com meningite. Internado em um hospital do Rio de Janeiro, no último domingo (1º), ele segue sem previsão de alta. Nas redes sociais, Paulo brincou ao tranquilizar os fãs.

"Amados, tô ótimo. Internado num hospital riquíssimo que parece um hotel cheio de Good Doctor e camareiras. Com o plano de saúde da Globo, olha, vale a pena adoecer, viu? Que hospital maravilhoso que a gente chama a enfermeita para pedir a senha do Wi-Fi", disparou ele no Twitter.

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Nesta terça-feira (3), Paulo vai aparecer normalmente no programa de humor, mas ao que tudo indica a sua volta para as gravações esta semana é uma incógnita. Segundo Fefito, colunista do Uol, a direção do Fora de Hora aguarda um posicionamento da equipe médica para saber se Paulo Vieira terá condições de retornar ao trabalho. Caso não, ele ficará de fora do episódio da semana que vem.

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Um detento de 22 anos morreu por suspeita de meningite no Presídio de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco, na sexta-feira (7). Um segundo preso, de 28 anos, está internado com sintomas da mesma doença.

As secretarias Estadual de Saúde (SES), de Saúde de Vitória de Santo Antão e Executiva de Ressocialização (Seres) estão realizando medidas de controle epidemiológico. O paciente internado está, desde a quinta-feira (6), na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Correia Picanço, no Recife, que é referência estadual para doenças infecto-contagiosas. A última informação obtida é que o quadro de saúde do preso é grave.

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Os reeducandos, servidores e demais funcionários do presídio estão realizando a profilaxia indicada para esses casos, com uma dose de antibiótico. 

Por nota, a SES informou que não há outro paciente com sintoma da doença no presídio. A Seres suspendeu todas as visitas na unidade neste final de semana.

O vice-governador do Rio, Cláudio Castro, está internado desde terça-feira (14) com um quadro de meningite viral. De acordo com vice-governadoria do estado, provavelmente, provocado pelo vírus do herpes. Castro chegou ao hospital com muita dor de cabeça e após receber medicamento, melhorou e já passava bem. Amanhã ele deve sair da medicação venosa para a oral. A previsão é de que tenha alta no próximo domingo.

Por se tratar de interesse público, o caso foi notificado à Secretaria Municipal de Saúde pelo médico infectologista Marcelo Gonçalves, que acompanha o vice-governador. “O prognóstico é muito bom, esse tipo da doença não deixa sequelas e não é transmissível”, explicou o médico.

Nessa quinta (16), em uma mensagem no Twitter, Cláudio Castro disse, que após divulgação da notícia pela imprensa, estava sendo procurado por muitas pessoas para saber meu real estado de saúde. “Gostaria de tranquilizá-los, pois estou bem. Fui diagnosticado com meningite viral.

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O vice-governador informou ainda que estava medicado e acompanhado por profissionais. “Se Deus quiser, no domingo receberei alta e poderei retomar minhas atividades. Gratidão a todos pela preocupação e pelo carinho. Peço as orações de todos vocês para que logo eu possa voltar para minha família e o meu trabalho”, concluiu a mensagem.

Postos de saúde em diferentes locais do país estão com seus estoques zerados para a vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite causada pela bactéria Haemophillus influenzae. A situação tem gerado apreensão em pais e mães de recém-nascidos, que devem receber três doses do imunizante: aos dois, aos quatro e aos seis meses de vida.

O Ministério da Saúde, responsável por garantir o abastecimento de vacinas no país, informa que a normalização deve ocorrer a partir de novembro. Segundo a pasta, o problema não é causado por falta de recursos e ocorre porque um estoque de pentavalente adquirido por intermédio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) foi reprovado em testes de qualidade feitos pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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Diante da situação, as compras com o fornecedor indiano Biologicals E. Limited foram interrompidas pela Opas. Segundo o Ministério da Saúde, não há disponibilidade imediata da vacina com outros fabricantes internacionais. O Brasil ainda não produz a pentavalente e precisa importá-la.

"O Ministério da Saúde solicitou a reposição do fornecimento à Opas. Quando os estoques forem normalizados, o Sistema Único de Saúde (SUS) fará uma busca ativa pelas crianças que completaram dois, quatro ou seis meses de idade entre os meses de agosto e novembro. O país demanda normalmente 800 mil doses mensais dessa vacina. O abastecimento está parcialmente interrompido desde julho, situação comunicada aos estados e municípios", informa a pasta em nota.

O texto acrescenta que, embora existam recursos disponíveis para aquisição da vacina, o Brasil depende do processo de fabricação e testagem para conseguir repor os estoques. O Ministério da Saúde afirma ainda que não há dados que revelem uma emergência epidemiológica das doenças cobertas pela vacina pentavalente. Ainda assim, a pasta assegura possuir doses suficientes para realização de bloqueios vacinais em caso de surtos inesperados.

O desabastecimento já foi sentido em pelo menos cincos estados: Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Norte. Usuários têm usado as redes sociais para se queixar da situação. "Tenho um bebê de dois meses que não consegue tomar a vacina pentavalente que está em falta nos postos de saúde na região do Sapopemba, Vila Ema e Santa Clara, regiões da zona leste. Já fui a três postos e todos dão a mesma resposta, está em falta", relatou no Twitter uma moradora de São Paulo, Kaaw Cyrino Batista.

Na região metropolitana do Rio de Janeiro, alguns postos já estão há mais de um mês sem a vacina. Procurada, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) informou que aguarda nova remessa do imunizante. Ao tentar obter ajuda no Twitter, a carioca Iza Braga ficou sem resposta: "Alguém que tenha conseguido dar a vacina pentavalente ao seu bebê, pode me indicar o lugar que conseguiu?", escreveu nesta manhã.

Segundo a médica Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a pentavalente protege contra doenças que estão controladas no país, mas o desabastecimento preocupa porque reduz a cobertura vacinal. "É importante dizer que a vacina não está faltando em todos os postos ainda. Então vale buscar em lugares diferentes. E, embora só uma minoria da população tenha condições de adquirir a vacina na rede privada, quem tiver condições não deve ficar esperando", avalia.

Ela lembra que os bebês devem ser levados ao posto de saúde mesmo com o desabastecimento da pentavalente. "O calendário de vacinação prevê outras vacinas que são aplicadas no mesmo dia da pentavalente. Não podemos deixar outras coberturas caírem por falta de uma vacina", diz.

 

Depois de comemorar a morte do neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a jovem Alessandra Strutzel parece estar desesperada para conseguir arrecadar dinheiro para pagar uma indenização de R$ 50 mil. Nas redes, agora a mulher implora para que as pessoas se sensibilizem e façam uma doação para que ela consiga chegar no objetivo da Vakinha. No entanto, até a última atualização da matéria, Alessandra não conseguiu um real sequer.

A defesa do ex-presidente Lula assinou uma petição afirmando que a mulher violou a dignidade da pessoa humana. No último dia 16 de agosto, Alessandra Strutzel compartilhou: "Preciso de ajuda em qualquer quantia pra me ajudar no processo que o ex-presidente da República, Luis (sic) Inácio Lula da Silva, moveu contra minha pessoa por conta de um comentário isolado. Estou desesperada, tenho mãe acamada, me arrependi", escreveu.

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Strutzel, que afirma já ter juntado R$ 947, diz que precisa "levantar essa grana urgente". Internautas estão aproveitando o momento e a situação da jovem para fazer 'chacota' com ela. "Pede para Bolsonaro"; "Se quiser faxina, arrumo umas casas para você arrumar"; "Que sucesso, arrecadou um total de zero reais. Parabéns" - Esses são alguns dos milhares de comentários deixados pelos internautas nas últimas postagens da Alessandra.

O Ministério da Saúde passará a oferecer na rede pública uma nova vacina contra a meningite. De acordo com Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), o Sistema Único de Saúde (SUS) irá disponibilizar o imunizante conjugado que protege contra quatro sorotipos de meningite bacteriana (a mais grave): A, C, W e Y.

Hoje, o sistema público oferece apenas a vacina contra o sorotipo C, indicada para bebês (aos 3 e 5 meses e com reforço aos 12 meses) e adolescentes (dos 11 aos 14 anos). A nova vacina seria indicada, inicialmente, para o grupo dos adolescentes e, em um segundo momento, passaria a ser aplicada também nos bebês, substituindo o imunizante oferecido hoje.

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Embora o sorotipo B seja o segundo mais comum entre as meningites bacterianas no País (perdendo apenas para a C), o ministério avaliou que, epidemiologicamente, seria mais importante incluir a ACWY por causa do aumento da incidência do sorotipo W no mundo e em alguns Estados do Brasil.

"O que a gente está vendo é essa tendência de mudança. A incidência da B continua a mesma e a incidência da W está subindo. Em Santa Catarina, isso já é um fato e já estamos começando a ver em outras localidades", destacou Carla, que disse que Ceará e São Paulo também começam a registrar aumento de infecções causadas pelo sorotipo W.

"Esse já é o sorotipo mais prevalente em países da Europa, no Canadá, na Austrália", completou Marco Aurélio Sáfadi, membro da Comissão Técnica para Revisão dos Calendários Vacinais da SBIm. Ele explica ainda que o aumento dessa cepa em Santa Catarina pode estar relacionado ao grande fluxo de turistas da Argentina, onde esse é um sorotipo mais comum.

Limitação

A decisão governamental esbarra, no entanto, numa limitação da indústria farmacêutica. No primeiro pregão realizado pelo ministério no ano passado para receber propostas de interessados em vender o imunizante, não houve interessados. "O ministério já deu autorização e teremos a verba. Agora só falta laboratório para produzir", explicou ela, em evento da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) realizado na manhã desta quarta-feira, 17.

Segundo Carla, a concorrência não atraiu empresas interessadas por causa da dificuldade de atender a demanda de um país populoso como o Brasil. "Os laboratórios não têm capacidade produtiva ainda para fornecer milhões de doses de uma hora para a outra. É um processo de produção complexo", disse.

O fato de o sorotipo W ser o mais prevalente em outros países também faz a demanda pela vacina aumentar no mundo e diminuir a capacidade de os laboratórios produzirem para um novo mercado, afirmou Sáfadi. No Brasil, a vacina ACWY só está disponível por enquanto na rede privada, ao custo de aproximadamente R$ 300 a dose.

Questionado sobre mais detalhes sobre a incorporação da vacina meningo ACWY, a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde informou que deverá publicar nos próximos dias o pregão de compra do imunizante, mas negou que ela será incorporada por causa do aumento da incidência de meningite do tipo W. De acordo com a pasta, a ação foi motivada pela redução, no ano passado, da produção e distribuição da meningocócica C pelo único laboratório produtor mundial. "Sendo assim, não se trata de incorporação de nova vacina, mas substituição momentânea", disse o ministério.

Cobertura vacinal

Além da vacina contra o meningococo B, o Ministério da Saúde oferece outros três imunizantes que protegem contra meningite: a pneumocócica, a BCG (que protege contra meningites tuberculosas) e a pentavalente, que inclui proteção contra meningite causasa pela bactéria Haemophilus influenzae sorotipo b. As coberturas vacinais, no entanto, estão abaixo do recomendado (95%).

De acordo com o ministério, a adesão das vacinas em 2018 foi de 79% para a meningocócica C, 82% para a pentavalente e 88% para a pneumocócica. Entre os adolescentes, que têm a indicação da meningo C, a cobertura é de apenas 30%.

No Brasil, são cerca de 16 mil casos de meningite confirmados por ano, 8,6 mil virais, 5,4 mil bacterianas e o restante causado por outros agentes. Embora a maior parte das infecções seja causada por vírus, a bacteriana é a mais letal: 978 pessoas morreram em 2018 pelas formas da doença causadas por bactéria enquanto a patologia viram vitimou 103 pacientes.

Quais vacinas que são oferecidas gratuitamente e que protegem contra a doença?

O Ministério da Saúde oferta quatro imunizantes contra as principais causas de meningite bacteriana, que é a mais grave. São elas:

BCG, que protege contra a meningite turberculosa, com uma dose ao nascer;

Pentavalente, que protege contra as infecções invasivas, entre elas a meningite, causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo b, com doses que devem ser aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de vida;

Meningocócica C, que protege contra a doença meningocócica causada pela Neisseria meningitidis sorogrupo C, com doses aos 3 e 5 meses e um reforço aos 12 meses de idade. Os adolescentes de 12 e 13 anos também deve ser vacinados, com dose única que serve também como reforço;

Pneumocócica 10, que protege contra as infecções invasivas, entre elas a meningite, causadas por dez sorotipos do Streptococcus pneumoniae, com doses aos 2 e 4 meses de idade e um reforço aos 12 meses.

Qual meningite é mais perigosa? A viral ou a bacteriana?

A doença causada por bactérias, como a meningite pneumocócica e a meningite meningocócica, costuma se apresentar de forma mais grave, principalmente se causar infecção generalizada. Nesse caso, ela pode levar o paciente à morte em poucas horas. Quando é viral, a evolução é mais leve.

Quais são os sintomas da meningite?

No caso da infecção bacteriana, febre, dor de cabeça e rigidez do pescoço começam de forma súbita. Os pacientes também podem apresentar: mal-estar, náuseas, vômito, aumento da sensibilidade à luz, confusão mental. Em casos mais graves, convulsões, delírio, tremores e coma. Na meningite viral, além desses sintomas, a pessoa também pode ter falta de apetite, irritabilidade, sonolência ou dificuldade para acordar e falta de energia.

O que é a meningocemia?

Também chamada de septicemia meningocócica, é uma infecção causada pela bactéria Neisseria meningitidis na corrente sanguínea, que acaba se espalhando pelo organismo. Os sintomas são: fadiga, mãos e pés frios, calafrios, dores nos músculos, articulações, peito ou região abdominal, respiração acelerada, diarreia e manchas vermelhas pelo corpo.

Como a doença é transmitida?

O tipo bacteriano é transmitido de pessoa para pessoa por gotículas e secreção do nariz e da garganta, mas também há bactérias passadas pelos alimentos. As virais dependem do tipo de vírus. Há casos de contaminação por contato com pessoas e objetos infectados e até por picada de mosquitos, de acordo com o Ministério da Saúde.

Como é feita a prevenção?

Embora a meningite possa ser causada por diferentes agentes infecciosos, é possível evitar os principais tipos por meio da vacinação.

Como a meningite é diagnosticada?

Por meio de exames de sangue e do líquido cerebroespinhal (líquor). A partir da identificação do agente causador da infecção, o médico indica o tratamento adequado. O líquor deve estar límpido e incolor. Quando há infecção, ele fica turvo.

Como é o tratamento para a doença?

Pessoas com a suspeita de meningite sempre são internadas, tendo em vista a gravidade da doença. As meningites bacterianas são tratadas com antibiótico e as virais, com antivirais. De acordo com o fungo detectado em quem tem essa forma da doença, são recomendados antifúngicos. O parasita também deve ser identificado para o tratamento de quem tem a meningite causada por parasita, que inclui medicamentos para dor de cabeça e febre - esses sintomas podem ser fortes.

Detentos que dividiam a cela onde houve duas mortes em decorrência de meningite meningocócica foram colocados em quarentena no Rio de Janeiro.

A medida foi adotada de forma preventiva pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). O órgão, porém, afirma que a situação está controlada e que exames laboratoriais realizados em alguns presos já eliminaram suspeitas de infecção.

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Ao todo, três presos morreram de meningite na semana passada no estado do Rio. Dois eram internos da Cadeia Pública Paulo Roberto Rocha, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste da capital.

Um deles teria se infectado na tentativa de socorrer um outro fazendo respiração boca a boca, vindo a falecer menos de 24 horas depois, no dia 8 de abril.

Dois dias depois, mais um detento foi a óbito na Cadeia Pública Patrícia Acioli, em São Gonçalo. Antes de ter dado entrada na prisão, ele havia tido contato com uma dos outras duas vítimas de meningite.

De acordo com a Seap, apenas os detentos que dividiam a mesma cela na Cadeia Pública Paulo Roberto Rocha foram isolados, de forma a prevenir novas transmissões tanto entre eles como também para familiares, advogados, defensores públicos e oficiais de justiça. Exames estão sendo realizados e a previsão é de que, não havendo novas diagnósticos da doença, a situação se regularize na próxima semana, após a Páscoa.

Direitos humanos

As informações foram prestadas pela Seap à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Na segunda-feira (14), uma audiência pública abordou a questão.

A coordenadora de gestão em saúde penitenciária da Seap, Nice Carvalho, assegurou que foram adotados protocolos para lidar com a situação. "O problema está aparentemente isolado e contido", disse.

O meningococo, bactéria responsável pela meningite meningocócica, se propaga pelas vias aéreas, como nariz e boca. Preocupados com possíveis riscos enfrentados no exercício profissional, advogados criminalistas buscaram orientação junto à Caixa de Assistência dos Advogados do Rio de Janeiro (Caarj) e a entidade organizou um encontro com representantes da Secretaria Municipal de Saúde, que também acompanha o caso. Para a médica Cristina Lemos, superintendente de vigilância e saúde da pasta, não há motivo para alarme.

"O meningococo é muito frágil. Ele não vive no ambiente. Então, sua transmissão depende de contato próximo e prolongado. É o que ocorre na cela onde os indivíduos estão aglomerados em um recinto insalubre, sem ventilação, sem boa iluminação, em número de pessoas provavelmente além da capacidade. Nos encontros eventuais de advogados e familiares, o risco é muito baixo. O ambiente já tem outra condição. Geralmente são mais arejados, se for em um pátio externo, melhor ainda", disse.

Segundo Cristina, o uso de objetos em comum também não é suficiente para a transmissão da bactéria.

"Mesmo que tenha compartilhado uma caneta, o risco é baixo. Não se transmite pelo objeto. Nem usando mesmo copo ou talher. A tuberculose, que é uma doença mais prevalente entre os detentos, pode ser transmitida assim. Mas a meningite, não. É preciso ter muita descarga de meningococo. O tempo de exposição é relevante" disse.

A notícia do falecimento nesta sexta-feira, 1, do neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Arthur Araújo Lula da Silva, de sete anos, voltou a atenção para uma doença silenciosa e agressiva, que pode ser evitada através da vacinação.

Causada por vírus, bactérias ou outros agentes infecciosos, a meningite é uma doença grave que pode deixar sequelas, como danos neurológicos, e até levar à morte. A forma bacteriana é a que costuma resultar em mais complicações para os pacientes. No Brasil, o tipo mais comum é o C, cuja vacina é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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"Entre as bactérias, o meningococo é a causa número um de meningite bacteriana no País. É a que tem com maior frequência. A letalidade da doença é de 20% e ela é muito agressiva. Em poucas horas, a pessoa vai do estado normal para a morte. É uma doença imprevisível", explica Marco Aurélio Sáfadi, professor de infectologia da faculdade de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

A doença é transmitida pelo ar e causa inflamação nas meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Entre os sintomas, estão febre, mal-estar, dor de cabeça e rigidez no pescoço.

Segundo Sáfadi, que também é presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, no caso de meningite bacteriana, o tratamento é feito com antibióticos e pacientes que sobrevivem podem ter sequelas.

"Normalmente, eles têm sequelas neurológicas, cegueira, surdez e perda de membros por necrose. As complicações atingem de 10% a 20% dos pacientes que sobrevivem."

Os pacientes também podem ter um quadro de meningococemia, quando há uma infecção na corrente sanguínea, como aconteceu com o neto do ex-presidente. "Ocorre uma proliferação da bactéria, que chega no sangue e promove uma resposta inflamatória muito forte. A resposta é tão intensa que pode promover um choque com queda significativa da pressão. O paciente acaba sucumbindo", explica Jean Gorinchteyn, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

A vacina é a forma mais eficaz de evitar a doença, segundo os especialistas. O imunizante contra o tipo C, que é o mais frequente no Brasil, está disponível na rede pública gratuitamente. Na rede privada, existe a vacina contra os tipos A, B, C, W e Y.

"As crianças imunizadas com esses perfis vacinais estão protegidas, porque a eficácia da vacina é superior a 90%. Mesmo os que não tiveram produção alta de anticorpos vão ter uma forma mais branda da doença", diz Gorinchteyn.

Em decorrência de uma meningite, o neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos, morreu nesta sexta-feira (1º). A criança estava internada no Hospital Bartira, do grupo D’Or, em Santo André (SP).

Arthur deu entrada no hospital na manhã desta sexta com um alto grau de febre. Logo foi diagnosticado com um quadro infeccioso de meningite meningocócica e não resistiu.

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O pai da criança e filho de Lula e Marisa Letícia é Sandro Luis Lula da Silva. A mãe de Arthur é Marlene Araujo Lula da Silva. Até o momento nem o ex-presidente, nem a família se pronunciou sobre o caso.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro de mais uma vacina contra a meningite B. A Trumenba (nome do novo medicamento) é indicada para a imunização ativa de pessoas com idade entre 10 e 25 anos.

A imunização previne contra o processo inflamatório das meninges, isto é, das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Essa inflamação, no caso da meningite B, é causada por uma bactéria chamada Neisseria meningitidis dos sorogrupos B.

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A Trumenba é uma vacina adsorvida, que contém dois antígenos. Esse é o caso também da Bexsero, que, até então, era a única vacina contra meningite B registrada no Brasil.

Meningite B

A bactéria Neisseria meningitidis, que causa meningite, é um patógeno exclusivamente humano que infecta o trato respiratório superior (parte externa do nariz, cavidade nasal, faringe, laringe e parte superior da traqueia). Em alguns indivíduos, o micro-organismo pode causar doenças sérias e potencialmente fatais.

A transmissão da bactéria ocorre por contato com gotículas originadas no trato respiratório superior. Em certas circunstâncias, ainda não totalmente compreendidas, a bactéria é capaz de invadir o hospedeiro humano, levando à bacteremia (presença de bactérias na corrente sanguínea), que então se manifesta como doença invasiva meningocócica potencialmente fatal.

 

*Da assessoria

Em São Paulo e Guarulhos a vacina contra meningite está em falta nos postos de saúde. A imunização contra a doença faz parte do calendário de vacinação em todas as unidades de saúde do Brasil.

A Secretaria Municipal de Saúde da capital paulista informou que recebeu apenas 16% do volume esperado para todo o mês de julho e afirmou que isso comprometeu a imunização. Segundo a pasta, a Coordenadoria de Vigilância em Saúde está remanejando as doses da vacina nas unidades com menor demanda.

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Já a Prefeitura de Guarulhos disse que todas as unidades de saúde estão com os estoques zerados e que também recebeu menos de 20% do necessário para todo o mês de julho.

De acordo com o Ministério da Saúde, as doses estão sendo enviadas de forma reduzida devido a problemas com o fabricante, mas a previsão é de que o encaminhamento seja normalizado em agosto.

A vacina contra a meningite é fornecida aos estados pela fundação Ezequiel Dias, localizada em Belo Horizonte, Minas Gerais. Em nota, o laboratório reconheceu o atraso e afirmou que teve problemas na produção e distribuição dos lotes da vacina.

A Secretaria Municipal de Saúde recebeu 6 mil doses da vacina pentavalente do estado de São Paulo para reabastecer os estoques das unidades de saúde de Guarulhos, que já estavam prejudicadas desde o início de abril. A vacina faz parte do calendário nacional de imunização e protege contra as doenças difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções como a meningite.

De acordo com a Prefeitura de Guarulhos, a Secretaria de Saúde recebeu o último lote com 2 mil unidades da vacina em janeiro, e desde então administrou as doses com o estoque regulador do próprio órgão. 

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No município foram aplicadas em janeiro 5.575 doses, em fevereiro 3.963 e em março 4.563.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) proibiu a empresa D+ Alimentos de comercializar um lote de carne de frango em todo território nacional. O veto foi publicado no Diário Oficial da União na última sexta-feira (20), devido à existência de Listeria monocytogenes, uma bactéria capaz de provocar meningite. 

O lote proibido é composto por peitos de frango cozido, desfiado e congelado. A empresa responsável pelos alimentos deve recolher todo o estoque existente no mercado.

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O peito de frango recolhido é fabricado pela empresa G L Faleiros Indústria de Alimentos Eireli, da marca D+ Alimentos. A fabricante já emitiu um comunicado de recolhimento do produto. O lote infectado é identificado pelo número 0320.

Com informações da Assessoria

Por André Cabral

Entre os meses de outubro e dezembro de 2017, um colégio particular do município de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), registrou nove casos de meningite viral em alunos de três a cinco anos. A escola Anita Gonçalves fica localizada no bairro Vila Torres Galvão e chegou a antecipar o fim das aulas da Educação Infantil como medida de precaução. Por se tratar de uma doença considerada grave, familiares das crianças acometidas pela enfermidade denunciaram um "surto" e cobraram uma postura "menos negligente" da instituição de ensino e da Secretaria de Saúde de Paulista.

Em entrevista ao LeiaJá.com, Valdênia Barbosa, mãe de uma aluna de três anos que ficou internada por nove dias por causa da meningite, criticou a postura da direção do colégio. Ela pontua que se já tinham sido identificados dois casos em outubro, as medidas tomadas pela escola deveriam ter sido mais severas para evitar mais alunos infectados. De acordo com a Vigilância Sanitária da cidade, mais sete casos foram notificados no mês de dezembro. Segundo a equipe de Vigilância Sanitária da cidade todos casos são de meningite viral, mais brandos.

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“A diretora do colégio só queria saber o tipo de meningite porque tinha medo de ser bacteriana, mais grave. Mas, não é porque é viral que não deve ser levado em conta, é uma situação difícil e assusta os pais. Queríamos mais providências tanto da escola como da Prefeitura de Paulista”, denuncia Valdênia. Para a mãe, desde outubro, a instituição deveria ter suspendido as aulas para todas as turmas e até mudado de local. “Eles disseram que todas as mães seriam informadas de como proceder nessas situações, mas conheço mães da turma da minha filha que nem sabe como tratar a doença”, afirmou.

Ainda de acordo com a mãe, a escola foi comunicada do caso de sua filha no dia 12 de dezembro. “A direção me informou sobre um comunicado repassado informando a suspensão das aulas, mas não aconteceu. A escola continuou aberta funcionando normalmente. Ela só encerrou para uma turma. A gente que é mãe fica louca e desesperada, é uma escola boa e as pessoas são atenciosas, mas nesse procedimento houve falha e vou tirar minha filha de lá por causa da forma relapsa de tratar esse surto”, disse.

A mãe Aurita Maia também entende a postura da escola como falha. A filha foi socorrida para a emergência e já ficou internada após os médicos terem sido informadas de que a criança tinha tido contato com outras infectadas. Foram mais de dez dias no hospital tratando a doença e um medo enorme. "A escola me procurou e relatou existir um surto de meningite no município. O pessoal da Secretaria Municipal de Saúde negou e resumiu os casos apenas à época da doença. As duas instituições dizem que não houve responsabilidade legal porque são casos virais e não há controle”, informou.

Aurita diz que questionou sobre uma possível suspensão das aulas, já que eram muitos casos e a situação se agravou desde outubro. Mas, a resposta que ouvia era de que não havia necessidade desse cancelamento porque era uma "virose". “Eu não concordo com isso e acho extremamente esquisito uma escola ter esses casos de meningite e poucas providências terem sido tomadas para não chegar ao ponto que chegou”, lamentou.

O LeiaJá.com procurou a Escola Anita Gonçalves para buscar esclarecimentos sobre a denúncia dos familiares. Por telefone, uma das responsáveis pela direção que preferiu não se identificar, explicou que desde o início dos casos, em outubro, procurou os órgãos responsáveis tanto no município, como no Estado para tomar decisões. A escola informou que foram apenas sete casos, número diferente do repassado pela gestão de Paulista. “Realizamos palestras no colégio para tranquilizar os pais, fizemos uma transmissão ao vivo no Facebook, enviamos informativos e tomamos todas as medidas para minimizar a situação”, disse.

A escola afirma seguir todas as instruções da Secretaria de Saúde de Paulista e por isso não encerram todas as aulas.  “Em reuniões e encontros, a vigilância nos informou de que não havia motivos para suspender todas as aulas porque isso foge do alcance da escola. São crianças com imunidade baixa por serem mais novas. Fizemos a nossa parte, mandamos informativos para os pais e intensificamos a limpeza na estrutura do colégio”.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2014, foram registrados 17.347 casos da doença em todo o Brasil, número que caiu para 12.636, no ano passado. Em 2017, de janeiro a 20 de maio, foram 4.411 ocorrências, com 312 óbitos; em igual período de 2016, foram 4.536 casos e 469 óbitos.  No país, a meningite é considerada uma doença endêmica, com casos ocorrendo ao longo de todo ano, sendo mais comum a aparição das meningites bacterianas no inverno e das virais no verão.

Sobre os casos de meningite no colégio, o superintende de Vigilância em Saúde de Paulista, Fábio Diogo, afirmou que desde a primeira notificação, a Vigilância Epidemiológica acompanhou os casos, orientando a diretoria e os pais. O superintendente explicou que ainda é cedo para afirmar que os nove casos são um “surto” porque ainda são esperados os resultados do sorotipo viral, encaminhados para análise no Rio de Janeiro. Por enquanto, a situação deve ser trata com um “aglomerado de casos”.

“As medidas de controle seguem protocolo de controle de uma infecção viral, como cuidados de higiene e tratamento sintomático. Também foram feitas reuniões com a diretoria e responsáveis para repassar informações e orientações. Em dezembro, a Vigilância Sanitária realizou uma inspeção no colégio e verificou que os reservatórios de água, bebedouros, ar condicionados haviam sido higienizados e reforçou a necessidade dos cuidados com higiene com os alunos”, disse Fábio, que garantiu acompanhar todos os casos de perto. “As crianças foram liberadas e agora aguardamos os resultados de outros exames”.

A Secretaria Estadual de Saúde também confirmou o acompanhamento dos casos através da gestão de Paulista. O órgão não deu mais detalhes sobre providências tomadas ou medidas mais sérias.

Confira a nota de esclarecimento da Escola Anita Gonçalves na íntegra:

“O Colégio Anita Gonçalves vem aos pais e responsáveis prestar esclarecimentos sobre os casos de MENINGITE VIRAL, que sofrem aumento de incidência no período do verão, acometendo, inclusive, nas crianças do Grupo 03 e 05 da Educação Infantil, da nossa escola. Desde primeiro caso de Meningite Viral tomamos todas as providências com orientações das instituições que acreditamos e confiamos no seu trabalho SÉRIO E VERDADEIRO: a Secretaria de Vigilância Epidemiológica do Município, a Secretaria de Saúde do Estado, 1º GERES e o Hospital Correia Picanço. Realizamos palestra com a Diretora Vigilância Epidemiológica do Município, sobre a qual enviamos informativo interno e externo, para conhecimento dos pais e comunidade. Higienizamos as salas de aula com a desinfecção das bancas, brinquedos, quadros, portas, janelas, ar-condicionado, ventiladores, banheiros e estantes, com álcool 70%, cloro, hipoclorito de sódio (Água Sanitária), jato de vapor de alta pressão térmica. Por se tratar de meningite viral e ao analisar as condições das instalações da nossa Instituição, assim como os rotineiros procedimentos adotados, os órgãos competentes não determinaram a suspensão das aulas. Porém, por precaução, a direção da escola decidiu antecipar o encerramento das aulas da Educação Infantil, diminuindo o risco de contato entre as crianças. Ainda assim, tomando todas as medidas preventivas e afastada qualquer tipo de omissão da escola, conforme narrado acima, houve grande repercussão de mensagens sobre o caso de Meningite Viral, sentimo-nos na obrigação de REPUDIAR o cunho viralizado nas mensagens em redes sociais. Em nenhum momento a escola foi negligente com os casos ocorridos, como fora veiculado em grupo de WhatsApp. Estivemos sempre em contato com a família dos alunos e com os profissionais de saúde acima citados, que sempre mantiveram total controle e ciência da situação, inclusive abrimos as portas de nossa escola para averiguação das condições de salubridade das nossas amplas e confortáveis instalações, pois somos uma instituição que preza pela qualidade e excelência, conquistada ao longo dos 45 ANOS DE EDUCAÇÃO, que fazem da instituição umas das mais bem-conceituadas na região. As crianças que apresentaram o quadro de meningite viral, que é transmitida por gotículas de salivas contaminadas, passam bem e estão fora do quadro clínico crítico. A principal virtude das redes sociais é também o seu principal defeito: informações verdadeiras e falsas em tempo real disseminadas de forma errônea. Lamentamos, principalmente, a atitude impensada em expor a nossa instituição atrelada a foto da criança, em grupos de WhatsApp”.

Uma epidemia de meningite declarada há cinco meses já deixou 745 mortos no norte da Nigéria, anunciou nesta quarta-feira (19) o centro nigeriano de vigilância de doenças NCDC. "Foram registrados 745 falecimentos" em um total de mais de 8.000 casos suspeitos, apesar de uma ampla campanha de vacinação lançada pelas autoridades, segundo um comunicado oficial.

Um balanço de 12 de abril apontava 489 mortos.

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A grande maioria de casos de suspeita (93%) ocorreu em cinco estados do norte da Nigéria: Zamfara, Sokoto, Katsina, Kebbi e Niger. O NCDC e seus sócios implementaram uma "vigilância reforçada para detectar rapidamente novos casos, vacinar a população de maior risco e tratar as pessoas diagnosticadas como portadoras da doença".

Cerca de 420.000 pessoas já foram vacinadas, e a Nigéria ainda deve receber 823.000 doses de vacina do Reino Unido para continuar a campanha lançada em 5 de abril, declarou na semana passada o ministro da Saúde, Osagie Ehanire, assegurando que "a epidemia já não avança. Começa a estacionar".

As epidemias de meningite são habituais na Nigéria, país com 190 milhões de habitantes situado no "cinturão da meningite", que vai do Senegal até a Etiópia. Mas os casos atuais seriam de um novo tipo de cepa, segundo análises de laboratório.

É a primeira vez que se declara epidemia no país. As crianças de cinco a 14 anos são o grupo mais afetado e representam a metade dos casos registrados, informou em 24 de março a Organização Mundial da Saúde (OMS).

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