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O vice-presidente Hamilton Mourão fez um mea culpa sobre a coordenação do Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), que não conseguiu conter o desmatamento na floresta no último ano. "Se você quer um culpado, sou eu. Não vou dizer que foi o ministro A ou ministro B. Eu que não consegui fazer a integração de forma que funcionasse", declarou o general nesta terça-feira, em entrevista coletiva no Palácio do Itamaraty após a sétima reunião do Conselho, a última do ano.

Apesar de reconhecer falhas, Mourão destacou que não tem um papel executivo na gestão federal. "Eu tenho meus limites na minha cadeira de presidente do Conselho. Eu não posso dar ordem, isso é uma limitação bem grande. O governo é exercido pelo governo e seus ministros", afirmou o vice-presidente.

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A integração entre os órgãos vinculados ao Conselho, disse Mourão, teria vindo apenas na fase final da Operação Samaúma, que começou somente no final de junho de 2021.

Assim, em todo o período anterior, não teria havido uma integração efetiva entre as Forças Armadas e as agências de fiscalização para conter o desmatamento na Amazônia, que saltou 21,97% entre agosto de 2020 e julho de 2021 na comparação anual, o maior índice em 15 anos, segundo dados divulgados na semana passada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

"Essa é a minha análise para o resultado ter sido tão ruim como foi", destacou o vice-presidente sobre o avanço do desmatamento. "Forças Armadas não são agências de fiscalização. O trabalho delas é criar condições para que agências estejam no terreno com proteção e mobilidade tática", explicou. O decreto de Garantia da Lei da Ordem (GLO) que manteve as Forças Armadas na Amazônia expirou em 15 de outubro e não foi renovado.

Mourão ainda afirmou na coletiva que apenas 65% do desmatamento informado pelo Inpe foi ilegal. Ou seja, os outros 35% seriam fruto de autorizações do governo para corte de árvores em áreas privadas.

Em meio ao desmonte das estruturas de fiscalização do País, como o Ibama, o vice-presidente também voltou a reconhecer que é preciso ampliar o número de servidores responsáveis pela aplicação de multas. "É fundamental a recuperação da capacidade operacional das agências ambientais", afirmou, na coletiva. O próprio presidente Jair Bolsonaro já assumiu em diversas ocasiões que determinou a redução das multas ambientais. "Agora, uma coisa todos temos que ter consciência, não é só a repressão, temos que atuar na conscientização", acrescentou o general.

Entre outros mea culpa, o vice-presidente também reconheceu que embaixadores europeus aguardam resultados melhores sobre o desmatamento no País. Por outro lado, disse que a imprensa "não ouviu falar em queimadas" na floresta este ano.

De acordo com a assessoria de comunicação da vice-presidência, participaram da reunião do Conselho os ministros Carlos França (Relações Exteriores), Walter Braga Netto (Defesa), Tereza Cristina (Agricultura), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-geral) e Bruno Bianco (Advocacia-geral da União), além do secretário especial da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da presidência, Flávio Rocha. A coletiva de imprensa, no entanto, foi conduzida apenas por Mourão.

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, - a cara do combate ao desmatamento, nas palavras de Mourão - por sua vez, não participou do encontro. Ele estava em reunião no Palácio do Planalto com o presidente Jair Bolsonaro e mandou seu secretário-executivo, Fernando Moura Alves.

Os relatos de queimadas aumentaram 42% no Brasil entre 2017 e 2020, revelam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na manhã desta quarta-feira (10). A Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) mostra que o número de municípios com queimadas passou de 1.252 para 1.789 em quatro anos. A divulgação coincide com os últimos dias da Conferência do Clima da ONU (COP-26). No encontro em Glasgow, na Escócia, líderes mundiais tentam firmar um acordo para limitar o aquecimento causado no planeta por poluentes.

No ano passado, o evento climático mais citado pelas administrações locais foram queimadas (49,4%), seguidas por condições climáticas extremas, como secas e enxurradas, (40,9%) e falta de saneamento (31,5%). Em 2017, última vez em que os dados ambientais foram aferidos, os problemas mais citados foram condições climáticas extremas (46,0%), a falta de saneamento (36,5%) e as queimadas (33,0%).

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"Ou seja, as queimadas passaram de terceiro evento mais relatado a primeiro nestes últimos anos, mostrando o agravamento do problema", afirmou a gerente de estudos e pesquisas da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, Vânia Pacheco.

De acordo com os resultados da Munic, 66,2% das municipalidades relataram a ocorrência de algum impacto ambiental nos 24 meses anteriores à coleta das informações. A maior parte desses municípios fica na Região Norte (78,0%) e na Região Centro-Oeste (69,2%). Nelas, ficam os biomas brasileiros mais visados, a Amazônia e o Cerrado. A maior parte desses municípios fica no Norte.

A pesquisa revela também um aumento das ocorrências de desastres naturais. São fenômenos climáticos potencializados pela ação do homem, como o desmatamento e a queima de combustíveis fósseis. Os episódios de seca, por exemplo, passaram de 2.706 (48,6%), em 2017, para 2.916 (53,4%), em 2020. As enxurradas ou inundações bruscas foram de 1.590 (28,5%) para 1.712 (31,3%) no mesmo período. Enchentes e inundações graduais passaram de 1.515 (27,2%) para 1.792 (32,8%). E alagamentos de 1.729 31,0%) para 1.958 (32,8%).

Impacto da covid-19

A Munic também fornece um retrato impactante da disseminação do Sars-CoV-2. A pandemia alcançou 99,7% dos mais de cinco mil municípios brasileiros. Em 93,8% das cidades com casos relatados, houve internações, sendo que, em 88,8% deles, ocorreram óbitos.

"O número de mortes registrado pela covid-19, superior a 600 mil, é muito impressionante, claro", constatou Vânia Pacheco. "Mas quando olhamos para um país com um território tão extenso quanto o nosso e vemos que praticamente todos os municípios registraram pelo menos um caso, percebemos o alcance da doença."

Dos 5.109 municípios onde foram necessárias internações por covid, 23,6% informaram que o número de doentes ultrapassou a capacidade de leitos comuns e de UTIs públicos e privados disponíveis. Cerca de 58,2% precisaram ampliar o número de leitos, 12,3% instalaram hospitais de campanha, e 91,6% encaminharam pacientes para outros municípios.

Quase todas (98,6%) as prefeituras (5.393) adotaram alguma medida de isolamento social, por meio de decreto ou de orientação à população. Outra medida adotada por praticamente todos os municípios (94,5%) foi o uso obrigatório de máscaras. A desinfecção de bairros e locais públicos foi realizada por 78% das administrações. E em 76,0% dos municípios foram implantadas barreiras sanitárias nas vias de acesso às cidades.

"Dada a confusão que se instalou no País, é surpreendente constatar que praticamente todas as prefeituras adotaram medidas de isolamento e uso de máscara para proteger sua população", constatou a pesquisadora.

A Munic trouxe ainda dados sobre administração municipal, número de funcionários públicos, sistemas de transporte, entre outros. O IBGE divulgou também a Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (Estadic), que apresentou um retrato similar das administrações estaduais.

O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços Ecológicos (ICMS-E), incentivo tributário à conservação de áreas nativas, vem estimulando a criação de reservas na Mata Atlântica nos últimos anos, mas com impactos de alcance limitado. A maior parte é formada pelas áreas de proteção ambiental (APAs), que impõem menos restrições ao uso da terra. Além disso, o incentivo financeiro perde atratividade ao longo do tempo. Essas são algumas conclusões de pesquisadores da USP em artigo na revista científica Ecological Economics, em setembro.

O ICMS Ecológico é a transferência fiscal de verbas com base em critérios ambientais. Em outras palavras, os governos estaduais transferem dinheiro para as cidades para compensar, por exemplo, custos com conservação da biodiversidade. A proporção de unidades de conservação em cada município tem sido o principal critério para os repasses do imposto, que vem sendo implementado em 16 Estados brasileiros desde 1996.

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O estudo da USP ganha ainda mais relevância às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-26, que reunirá 197 nações em novembro, em Glasgow e discutirá, entre outros assuntos, o financiamento para combater e se adaptar às mudanças do clima.

MODELO SEGUIDO. Concebido no Brasil, mais precisamente no Paraná, em 1991, e considerado altamente inovador, o ICMS Ecológico é seguido por países como Portugal, França, China e Índia. Alemanha e Polônia têm propostas parecidas, ainda não implementadas.

Pioneiro, o estudo da USP analisa os efeitos do ICMS Ecológico no aumento dos diferentes tipos de unidades de conservação. As APAS analisadas foram as preferencialmente criadas por municípios, onde o processo legal é o menos custoso e não requer desapropriação. Além disso, têm poucas restrições quanto ao uso da terra. Permitem agricultura de subsistência, plantio e retirada de algumas espécies e moradia, segundo os planos de manejo de cada área. Um exemplo é a APA Água Santa de Minas, em Tombos (MG). A área de 15.680 hectares abriga importantes remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual e 252 nascentes. Seu plano de manejo, feito pelo Centro Brasileiro para a Conservação da Natureza e a Universidade Federal de Viçosa, foi considerado consistente pelo Ministério do Meio Ambiente.

As áreas de proteção integral, como o Parque Estadual da Serra do Mar, não permitem moradia e exigem a aquisição das terras pelo Estado. Só são permitidos pesquisa e turismo em algumas. Já as estações ecológicas só liberam pesquisa. Mas o efeito do ICMS-E na criação de APAs é quase sete vezes maior do que para outros tipos de reservas. "As APAS são menos potentes do que as áreas de proteção integral", explica Jean Paul Metzger, professor do Instituto de Biociências da USP e um dos coautores do estudo.

Os pesquisadores também argumentam que o sistema é autolimitado, pois o incentivo fiscal diminui à medida que aumentam as áreas protegidas. "Quando os municípios criam novas Unidades de Conservação, a fatia do bolo, que é o porcentual do ICMS destinado a estas áreas, é dividido entre mais áreas, e a proporção que cada um recebe diminui", explica Patricia Ruggiero, primeira autora do artigo e pós-doutoranda no Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Ciências Contábeis da USP.

Para identificar o impacto do sistema fiscal na criação de áreas protegidas, o estudo analisou 1.467 municípios em seis Estados (Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Espírito Santo) na região da Mata Atlântica entre 1987 e 2016. A conclusão é de que o ICMS-E pode ser aperfeiçoado. "É uma ferramenta importante, mas não podemos achar que resolverá os problemas ambientais sozinha", afirma Ruggiero.

ALTERAÇÕES

No Estado de São Paulo, o ICMS-E teve alterações no primeiro semestre. O porcentual passou de 1% para 2%, e a estimativa é de que sejam transferidos mais de R$ 5 bilhões pelos próximos dez anos aos municípios, com a expectativa de recuperar 700 mil hectares de vegetação nativa até 2050. O foco são áreas que não são de restauração obrigatória e não se distinguem por atividades econômicas. "Cidades de regiões menos desenvolvidas serão as mais beneficiadas, como as do Vale do Ribeira, no sul do Estado", explica Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um homem filmava uma manada com cerca de 20 capivaras, em Apucarana, na região norte do Paraná, quando elas foram atingidas por um carro, na noite da última terça-feira (5). Três foram atropeladas, uma delas morreu. O motorista fugiu do local sem prestar socorro. A Guarda Civil, a Polícia Militar e a Polícia Civil procuram o suspeito, que deve responder por crime ambiental.

O veículo estava com a velocidade acima da permitida e acabou atingindo a manada de capivaras. Uma capivara morreu na hora, outras duas foram socorridas com ferimentos. A região, tradicional pelos animais, tem placas de sinalização alertando sobre a presença dos mesmos, e limite de velocidade de 40 km por hora. Nesta quinta-feira (7), equipes da Secretaria do Meio Ambiente acompanharam os animais no parque, para o caso de alguma capivara estar ferida.

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O vídeo foi postado por Tom Barros, servidor da prefeitura da cidade, em uma rede social. Ele filmava as capivaras na barragem do Parque Jaboti quando o atropelamento ocorreu. "Me deparei com uma cena que aparentemente me chamou a atenção pela beleza das capivaras, porém um carro que estava vindo na direção delas não diminuiu a velocidade (mesmo tendo uma faixa elevada) e acabou por atropelar os animaizinhos", contou Barros, na publicação.

"É um crime muito violento, a cidade está consternada. Elas são tão dóceis, eu quero crer que ele estava descuidado, não consigo acreditar que alguém faria uma barbaridade dessas de propósito", afirma o secretário municipal do Meio Ambiente de Apucarana, Gentil Pereira, que acompanha o caso.

O veículo foi identificado, um Hyundai Vera Cruz, modelo 2008, mas as investigações seguem com buscas e análise das imagens, segundo Alessandro Pereira Carletti, comandante da Guarda Civil Municipal de Apucarana.

Foi realizado um boletim de ocorrência e a Delegacia de Proteção Ambiental está cuidando do caso, juntamente com a Secretaria do Meio Ambiente, a Guarda Civil, a Polícia Militar e a Polícia Civil.

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Durante o Encontro Estratégico Inovações Sustentáveis, nesta terça-feira (28), os governadores do Nordeste relataram as dificuldades para aumentar a produção de energia limpa na região, e citaram, com unanimidade, a falta de financiamento. A iniciativa reuniu, através da plataforma Zoom, além de governadores do Nordeste, especialistas em Meio Ambiente, sustentabilidade e energia renovável. O objetivo do webinar, promovido pelo programa HidroSinergia, foi discutir o potencial de geração de energia limpa da região, com foco nas formas de energia eólica e solar, e possibilidades da redução da emissão de carbono através dessas produções, com a geração do hidrogênio verde.  

A coordenadora do Programa de Hidrogênio Verde (H2) da GIZ, Kristina Kramer, integrou o debate pontuando características do H2, do Nordeste brasileiro e como o governo alemão pretende trabalhar conjuntamente ao Brasil e outros países interessados na iniciativa sustentável. A Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit, conhecida como GIZ, é uma empresa é especializada em projetos de cooperação técnicos e de desenvolvimento sustentável em escala mundial e tem hoje como principal acionista o governo federal alemão. 

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Participaram do encontro, também, o senador Jacques Wagner (PT-BA), presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado; o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB); o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), de forma assíncrona; o governador da Bahia, Rui Costa (PT); o Embaixador da União Europeia, Ignacio Ybáñez; o coordenador de Energia do Instituto Clima e Sociedade, Roberto Kishinami; o diretor executivo do Centro Brasil no Clima (CBC), Guilherme Syrkis; e dos secretários de Meio Ambiente de Pernambuco, José Bertotti, da Bahia, Marcia Telles, do Ceará, Artur Bruno e do Espírito Santo, Fabricio Machado. 

O aspecto econômico foi amplamente reproduzido pelos representantes, que concordaram sobre a falta de coordenação nos projetos existentes no Nordeste. A conversa evidenciou interesses conjuntos à empresa alemã, que admitiu limitações na produção do hidrogênio verde no país europeu que, por outro lado, tem mais iniciativas de investimento do que o Brasil. 

“O hidrogênio verde entra como um portador de energia extremamente versátil. O hidrogênio em si não é novo, é um gás produzido principalmente a partir de combustíveis fósseis, o que chamamos de carbono cinza. Para descarbonizar a economia, precisamos do hidrogênio verde, que é o mesmo gás produzido de forma limpa. Ele está sendo produzido com água e eletricidade obtida por energias renováveis, como a eólica e a solar”, explica Kramer. 

A representante da Giz também destacou que um dos desafios é igualar e diminuir os custos da produção do hidrogênio verde em comparação à produção do hidrogênio cinza, com alta emissão de carbono, mais utilizado até hoje. Segundo a coordenadora, o potencial de produção próximo aos 100% facilitaria a redução de custos, e essa capacidade pode ser encontrada no Nordeste. 

“O fator de capacidade do Nordeste ajuda a baixar os custos de produção. A região tem capacidade de deixar os eletrolisadores trabalhando 24 horas por dia. Do ponto da exportação, o Nordeste tem uma infraestrutura portuária e os portos são próximos dos portos europeus. A distância geográfica é importante para diminuir os custos do transporte do hidrogênio caso a região queira exportar. O Brasil também tem uma excelente estrutura empresarial, 95% das empresas-membro já estão no Brasil”, continuou a alemã. 

O Ministério de Economia e Energia da Alemanha pretende imputar dois bilhões de euros para parcerias internacionais com foco no hidrogênio verde, informou a coordenadora. O país europeu tem em vista dois instrumentos de fortalecimento desse mercado, com destaque à linha de financiamento de projetos internacionais, o que inclui o Brasil, com edital para ser lançado em outubro, ideal para empresas dispostas a fazer um consórcio internacional e que tenham condições de sediar também na Alemanha. 

O segundo instrumento seria o “H2 Global”, ainda em fase elaboração, e que visa incentivar o mercado de produção e importação do hidrogênio verde, através de leilões dupla face. A diferença entre o preço ofertado e o da demanda seria compensada pelo governo alemão. 

O HidroSinergia, que é projeto do ICS e do CBC, também destacou seus eixos de trabalho e o interesse de projetos sustentáveis que estejam alinhados ao Acordo de Paris. Os eixos são a regeneração hidroambiental do Rio São Francisco; a produção de hidrogênio verde para substituir combustíveis fósseis; a expansão das energias renováveis (eólica e solar) em áreas secas e pobres do semiárido; e a capacitação profissional com geração de empregos verdes para reduzir desigualdade. 

“Aumenta a segurança hídrica, com mais energia solar e eólica. As hidrelétricas ficam em reserva, acumulando água na bacia e esse acúmulo não só garante mais segurança para os usos múltiplos, mas também permite a regeneração ambiental da bacia. A Lei do Saneamento permite colocar nas metas dos objetivos das licitações o reflorestamento de bacias, isso interessa às empresas de água”, explica Sergio Xavier, coordenador e articulador do CBC. 

De acordo com Roberto Kishinami, coordenador do portfólio de energia do iCS, “o Nordeste brasileiro tem potencial de assumir um papel central no processo de descarbonização mundial e, como consequência, prover mais oportunidades de autonomia e mais qualidade de vida para sua população. A região já possui a geração eólica mais barata do mundo e tem tudo para se tornar um polo global de produção de hidrogênio verde, permitindo que esse insumo se torne competitivo mais rapidamente”. 

O representante do iCS também pontuou que falta “um esforço da região para harmonizar a regulação local em torno desses empreendimentos”. “Temos percebido que em algumas situações, a implantação do parque atrapalha ou impede melhor aproveitamento de recursos que estão lá, como terra e solo, que dinamizam a economia existente. Isso não ocorre por uma falta de regulação que possa orientar e disciplinar a implantação desses parques eólicos e solares. Houve um estudo, financiado pela GIZ, sobre a integração de fontes variáveis ao sistema elétrico, e ali está bem clara a possibilidade de aumentar bastante ou dobrar a participação das fontes variáveis na matriz desde que haja uma mudança na maneira como se aproveita o parque existente de hidroeletricidade”, prosseguiu. 

O HidroSinergia soma-se à iniciativa “Governadores Pelo Clima”, coalizão que conta com a união de 25 governadores brasileiros comprometidos com o enfrentamento à crise climática e o desenvolvimento de um pacto para a construção de uma nova economia focada na descarbonização do planeta. Fazem parte as principais instituições ambientais do Brasil e dos estados que compõem o Semiárido brasileiro e/ou se relacionam com a Bacia do São Francisco - Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Presente na reunião, o governador Rui Costa mencionou diretamente a maior dificuldade da Bahia na expansão dos parques de energia limpa. 

“O desafio é transformar as tecnologias disponíveis, as boas intenções e ideias em materialidade. A primeira dificuldade é o financiamento. Nós (Bahia) temos transporte movido a energia elétrica, o metrô vlt monotrilho e estamos buscando implantar os ônibus elétricos na região metropolitana. O gargalo hoje é financiamento. O ônibus elétrico é mais caro que o ônibus de combustão a diesel. Não temos fontes de financiamento que compensem essa diferença de custo. O custo maior implica no preço da passagem e isso afeta pessoas de baixa renda. Há um ano o projeto do VLT espera o financiamento do Banco do Nordeste. temos um problema de redes de transmissão que conectam locais com potencial à rede que integre o país, principalmente para o Sudeste. O Governo Federal peca na ausência de leilões para projetos que viabilizem a transmissão e conectividade a esses projetos de energia. É assim com outros estados do Nordeste”, declarou o governador. 

 

Anitta vai representar o Brasil no evento internacional Dear Earth, promovido pelo YouTube. A funkeira vai debater iniciativas sustentáveis ao lado de importantes líderes mundiais como o ex-presidente dos EUA, Barack Obama, e o Papa Francisco. O encontro acontece no dia 23 de outubro, às 18h.

O Dear Earth tem o propósito de levantar o debate sobre questões ambientais, sustentabilidade e o futuro do planeta. Além de Anitta, Obama e o Papa, participam também desta edição a cantora Billie Eilish, inegrantes da banda coreana Blackpink, Tinashe e Jaden Smith, entre outras personalidades.

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Este será o primeiro de uma série de eventos voltados à sustentabilidade promovidos pelo YouTube no mês de outubro. De acordo com a plataforma, o objetivo é inspirar o público a criar melhores condições para o planeta por meio do exemplo de líderes mundiais, criadores, celebridades e artistas.

A Arcos Dorados, franquia independente do McDonald's que opera a marca na América Latina e Caribe, anunciou nesta quinta-feira (17) a abertura das inscrições da 36ª edição do Programa Desenvolvimento Sustentável em Foco. Gratuito, o programa, que será entre os dias 21 e 23 de junho, aborda dez temas relacionados à preservação do meio ambiente e à responsabilidade social. As inscrições podem ser realizadas por meio do site Desenvolvimento Sustentável em Foco.

Aberto ao público, o programa conta com palestras, ministradas on-line, que abordam temas como ESG, Mudanças Climáticas, Diversidade e Inclusão, Desperdício de Alimentos, Economia Circular, Energia Renovável, entre outros. Os participantes terão carga horária de nove horas ao longo dos três dias, sempre das 18h às 21h e, para aqueles que completarem 75% do curso, certificado de participação. 

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Segundo Leonardo Lima, Diretor Corporativo de Desenvolvimento Sustentável da Arcos Dorados e Coordenador do Programa, o foco é propagar o conhecimento e práticas sustentáveis na comunidade: “É com muita alegria que completamos três anos do programa Desenvolvimento Sustentável em Foco da Arcos Dorados. Compartilhar conhecimento é apenas uma das fortes apostas da plataforma Receita do Futuro para contribuir com a construção de um mundo mais sustentável e acreditamos que seu impacto é efetivo para propagar atitudes positivas” comenta o diretor. 

Os temas das palestras são "Capitalismo Consciente", com Hugo Bethlem;  "Diversidade e Inclusão", com Leandro Correa; "Desperdício de Alimentos", com Daniela Garcia; "Economia Circular", com Leandro Santos; "Energia Renovável", com Andrea Santoro; "Gestão da Mudança", com Murilo Moreno; "Gestão de Resíduos em tempos de COVID-19", com Yara Garbelotto; "Mudanças Climáticas", com Felipe Bottini; "Desenvolvimento Sustentável/ESG/Receita do Futuro", com Leonardo Lima; "Valor Compartilhado", com João Redondo; e "A Certificação Sustentável do Café - Rainforest Alliance", com Giovanna Escoura.

Para mais informações acesse o site da Receita do Futuro.

Na próxima segunda-feira (21), para celebrar o mês do meio ambiente, a 'Green - Soluções sem Papel,' em parceria com a MV, realiza o evento "Como as inovações tecnológicas aceleram a era paperless". O evento on-line debaterá temas relacionados ao impacto ambiental deixado pelas empresas e como elas podem contribuir para um futuro sustentável sem o uso do papel. 

Entre os assuntos que serão abordados no encontro virtual estão questões como a influência positiva da tecnologia para empresas que visam a sustentabilidade; carbono zero: a jornada tecnológica para alcançar a sustentabilidade; e um workshop sobre como implementar uma cultura sustentável na sua equipe.

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Entre os convidados estão Erick Choueri, gerente TI do Hospital IGESP, Octavio Cazonato Neto, CIO da Transmontano Saúde, Alceu Alves, vice-presidente da MV, e Glauber de Bortoli, coordenador de TI na Unimed Chapecó, que falarão sobre como as soluções digitais têm contribuído para tornar as empresas sustentáveis no campo da saúde. As inscrições para o evento são gratuitas e podem ser realizadas no site da iniciativa.

No centro da discussão sobre a regulamentação do Bitcoin (BTC) estão El Salvador e a China. De um lado, o país da América Central foi o primeiro a adotar oficialmente a criptomoeda. Do outro, os asiáticos, que suspenderam a mineração e bloquearam as exchanges que operam no país. Entre os pontos de divergência, a falta de rastreabilidade e questões de sustentabilidade são discutidos e travam a ampliação das transações.

As criptomoedas são obtidas através do processo de mineração que, através das 'fazendas' de computadores, consome quantidades enormes de energia elétrica para que as máquinas realizem cálculos complexos. O estudo Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index aponta que a rede do BTC consome cerca de 121,36 terawatt-hora (TWh) ao ano, ou seja, gasta mais do que países inteiros como Argentina, Noruega e Paquistão.

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As fontes de energia mais utilizadas, como as atividades das hidrelétricas, usinas nucleares e termoelétricas, não são renováveis e ainda prejudicam o Meio Ambiente. Por isso, o CEO da Tesla e um dos homens mais ricos do mundo, o bilionário Elon Musk, recuou sobre a compra dos seus veículos com bitcoin.

Longe das taxas tributárias do Estado

As principais fazendas de mineração ficam na China, que tem o carvão como principal matriz energética. Nesta semana, o país interrompeu a mineração do BTC em Xinjiang e bloqueou a movimentação nas exchanges. Embora a motivação indique um reforço a proteção do Meio Ambiente, a verdadeira justificativa pode ser a falta de controle para cobrança de impostos das criptomoedas.

Especialista em contabilidade financeira Alexandro Werner em entrevista ao LeiaJá. Foto: Júlio Gomes/Leiajá Imagens

"O dinheiro está circulando lá [na exchange] e ainda não voltou para sua conta. Enquanto ele não voltar, o Governo não consegue ter rastreabilidade. Se você tem ganho financeiro, ele não vai ter recolhimento de nada", explica o especialista em contabilidade financeira Alexandro Werner.

O ataque de hackers as exchanges são inevitáveis, mas a tecnologia para evitar furos na criptografia é constantemente atualizada. Desse modo, investidores garantem que não temem as investidas contra seus investimentos guardados nas 'carteiras digitais'.

"As negativas desses países muitas vezes são por uma reserva de mercado e a insegurança ‘de onde está o dinheiro e com quem?', porque as transações entre moedas ainda não têm lastro", aponta Werner.

Sistema seguro

O fato é que o mercado de criptomoedas movimenta trilhões de dólares e já se consolidou com mais de 5.605 opções de ativos. Ele é mantido pelo sistema blockchain, que confere segurança aos usuários e permite rastrear tanto o envio, quanto o recebimento, de informações através de "pedaços de código" gerados online.

O processo pode ser descrito como uma cadeira de blocos no qual cada um contém uma hash - função matemática que pega uma mensagem ou arquivo e gera um código com letras e números que representa os dados enviados. Ele garante que as informações desse bloco não sejam violadas. Cada bloco tem uma hash que se conecta a anterior e cria uma conexão entre quem vende e quem compra.

Como representante dos governadores nordestinos, Paulo Câmara participou, nesta terça-feira (20.04), de reunião online do Fórum de Governadores do Brasil com o embaixador dos Estados Unidos no País, Todd Chapman. O grupo entregou uma carta manifestando interesse em desenvolver ações conjuntas, como a de impulsionar a busca pelo equilíbrio climático, a redução de desigualdades, o desenvolvimento de cadeias econômicas verdes, além de um maior esforço na construção de uma sociedade mais saudável e resiliente a pandemias. O documento deverá ser apresentado ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante a Cúpula dos Líderes Climáticos, nesta quinta-feira (22.04).

“Todos nós governadores, que assinamos a carta, temos compromissos com essa atuação sustentável e temos planos estaduais visando as mudanças climáticas. O Nordeste brasileiro tem um grande potencial, principalmente para as energias renováveis, tanto solar como eólica. No caso de Pernambuco, temos ações importantes em andamento, como o Programa Plástico Zero em Fernando de Noronha”, afirmou Paulo Câmara.

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A carta, assinada por 24 governadores, defende que uma parceria com os Estados Unidos pode gerar maior capacidade técnica e somar investimentos para garantir ações descentralizadas, possibilitando a proteção de biomas nativos, a restauração de áreas degradadas e também a incorporação de diversas cadeias de baixas emissões, integrando a economia dos dois países em eixos como bioenergia, agricultura de baixo carbono e energias renováveis.

O embaixador Todd Chapman disse considerar positiva a busca de novas maneiras de trabalhar. “Vemos esse desafio como uma grande oportunidade econômica, porque o Brasil realmente pode ser uma superpotência mundial na área do meio ambiente. Então, vamos trabalhar juntos nisso”, observou.

Cerca de 20 governadores participaram da reunião com o embaixador. Além de Paulo Câmara, que representou o Nordeste, atuaram como porta-vozes no encontro os governadores Renato Casagrande (ES), pelos Estados do Sul e Sudeste; Mauro Mendes (MT), em nome dos Estados do Centro-Oeste; e Helder Barbalho (PA), representando os Estados da Região Norte do País.

*Da assessoria 

Nesta sexta-feira (26) o prefeito do Recife, João Campos (PSB) participou do evento Juventude Pelo Clima (Youth4Climate), encontro virtual que tem como proposta engajar jovens na pauta ambiental e construir um futuro sustentável. O evento, que era focado em ações locais para a sustentabilidade, contou com a participação de jovens e representantes políticos. 

“É preciso não apenas promover a tradicional educação ambiental, mas também incluir a perspectiva do protagonismo jovem, reconhecer a autonomia da juventude como ator de mudança nesse processo e criar espaços concretos de colaboração. Dar voz e ouvir os jovens é um elemento fundamental quando se trata da questão climática. O futuro das juventudes depende de decisões que são tomadas no presente, portanto, a participação desses grupos é essencial”, comentou Campos.

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O prefeito também citou o Hospital da Mulher, unidade municipal de saúde voltada à atenção básica e saúde da mulher, como exemplo de um projeto sustentável: além de mulheres serem as mais afetadas pelas mudanças climáticas, o hospital terá um projeto de eficiência energética, com o apoio direto do Laboratório de Elaboração de Projetos Financiáveis, o LEDS Lab, do ICLEI - Governos Locais pela Sustentabilidade, que vai tornar o maior hospital já construído pela Prefeitura do Recife 100% sustentável do ponto de vista energético.

O Juventude Pelo Clima foi último evento patrocinado pelo Ministério do Meio Ambiente italiano, em colaboração com o Connect4Climate, grupo do Banco Mundial, e com a Secretaria Geral da ONU para a Juventude. 

Também participaram do encontro o prefeito da cidade italiana Milão Giuseppe Sala, e Ludovica Cattani, organizadora da Conferência da Juventude da Itália. Foram exibidos vídeos gravados do Ministro de Meio Ambiente da Itália Roberto Cingolani, da Secretária Executiva da ONU para mudanças climáticas Patricia Espinosa.

O novo presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA), senador Jaques Wagner (PT-BA), criticou nesta quarta-feira (24) pessoas “de pensamento raso” que insistem na “falsa dicotomia” entre o progresso econômico e a proteção da natureza. Para ele, o verdadeiro desenvolvimento deve respeitar “um tripé de sustentabilidade”.

“Não existe desenvolvimento integral se você não combinar as três pernas de sustentabilidade: econômico, ambiental e social. Não vejo por que se estabelecer no Brasil, como vem acontecendo infelizmente nos últimos dois anos, a tentativa, que é própria daqueles que não querem aprofundar os temas, de estabelecer uma dicotomia entre preservação e desenvolvimento com inclusão social. Não existe essa dicotomia. Essa dicotomia é feita por aqueles quer querem simplesmente criar uma fake news e dizer que só é possível gerar emprego e crescer fazendo desmatamento e queimada. São falsas dicotomias criadas por um pensamento raso que não quer encarar a realidade”, afirmou.

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Wagner foi eleito por aclamação para comandar os trabalhos da CMA no biênio 2021-2023. O senador Confúcio Moura (MDB-RO) foi escolhido para a vice-presidência do colegiado. No discurso de posse, o parlamentar baiano destacou o exemplo da Holanda. Com uma área equivalente a apenas 0,48% do território brasileiro, o país ocupa a segunda posição entre os maiores exportadores de produtos agrícolas — atrás apenas dos Estados Unidos.

“Queira que nós olhássemos com muita simplicidade e humildade para a experiência recente da Holanda. Um território infinitamente menor do que o nosso, seguramente com muito menos recursos naturais do que o Brasil e se transforma no segundo país exportador de alimentos. Em 2019 e 2020, nós batemos o recorde na admissão de novos agrotóxicos. Enquanto a gente bate recordes negativos, a Holanda bate recordes de produtividade”, disse Jaques Wagner (PT-BA).

O senador Otto Alencar (PSD-BA) destacou a importância da CMA “no momento em que vive o país”. Para ele, o Senado tem a obrigação de debater o tema do meio ambiente para entregar um país mais preservado às próximas gerações.

“São várias discussões sobre desmatamento acelerado da floresta amazônica, destruição do meio ambiente, alterações do clima. É o momento em que todos nós que estamos aqui hoje no Senado temos a obrigação e o compromisso de fazer esse debate. Não preocupados com esse momento ou com essa década. Mas com as futuras gerações. Teremos água doce daqui a vinte ou trinta anos com a destruição acelerada das matas ciliares, das nascentes e dos rios tributários, das margens as calhas dos rios principais?”,  questionou Otto.

Próximas reuniões

Wagner divulgou o calendário de reuniões do colegiado para as próximas duas semanas. Os parlamentares devem apresentar até as 18h desta quinta-feira (25) sugestões de emendas que serão enviadas pela CMA ao Orçamento Geral da União de 2021 (PLN 28/2020).

Na sexta-feira (26), a CMA volta a se reunir às 11h para votar quais emendas serão encaminhadas à Comissão Mista de Orçamento (CMO). O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) foi indicado como relator das emendas orçamentárias no âmbito da CMA.

Os senadores também têm até sexta-feira às 18h para indicar quais políticas públicas do Ministério do Meio Ambiente devem ser acompanhadas pela CMA ao longo dos próximos dois anos. Wagner deve convocar uma reunião na semana seguinte para deliberar sobre as políticas que serão monitoradas.

*Da Agência Senado

 

O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira, 9, decreto que cria o programa "Adote 1 Parque", do Ministério do Meio Ambiente, para arrecadar recursos para a preservação de parques da Amazônia. Com a iniciativa, o governo espera arrecadar R$ 3,2 bilhões para investir na conservação da floresta. O lançamento do programa era prometido pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, desde o ano passado.

Presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, o vice-presidente Hamilton Mourão não participou do evento realizado no Palácio do Planalto nesta tarde para o lançamento do projeto. A assessoria do Ministério do Meio Ambiente informou que "todos os integrantes do governo federal estavam convidados".

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O programa permite que empresas e pessoas físicas, nacionais e estrangeiras, possam adotar uma das 132 unidades de conservação da região amazônica por um ano. Para entes nacionais, o valor é de R$ 50 por hectare e€ 10 para empresas estrangeiras. A adoção da área pode ser prorrogada por até cinco anos. "(Valor de) € 10 por hectare por ano é um recurso bastante significativo para nós que temos já há muito anos um orçamento bastante limitado para cuidar dessas unidades de conservação", disse Salles.

Segundo Salles, o programa "simboliza uma aproximação do setor privado", que cada vez mais se interessa pela conservação do meio ambiente. O ministro informou ainda que outros biomas poderão ser incluídos no programa eventualmente.

No evento, o presidente do grupo Carrefour na América Latina, Nöel Prioux, assinou protocolo de intenções de adoção do parque do Lago do Cuniã, no Estado de Rondônia. Em sua fala, Bolsonaro agradeceu a parceria do grupo francês e disse que "não tem porque Brasil e França se distanciarem". A questão ambiental, contudo, já foi tema de atritos entre o chefe do Executivo já protagonizou atritos com o presidente francês, Emmanuel Macron.

"O que nós podemos falar para aqueles que nos criticam, é o seguinte: nós não temos condições, por condições econômicas, de atender nessa área, vem nos ajudar. E uma empresa francesa foi a primeira que apareceu. Isso obviamente é um marco para nós", disse.

O presidente ressaltou que a Amazônia corresponde a uma área "enorme", maior que a Europa Ocidental. "É difícil cuidar disso tudo", observou. Ele também mencionou problemas na região do Pantanal, bioma que no ano passado sofreu com queimadas. "Por vezes a legislação atrapalha a gente a preservar aquela área (do Pantanal)", comentou.

No evento, Bolsonaro voltou a dizer que o Brasil é o País que mais preserva o meio ambiente. Ele também repetiu que "a bacia amazônica não pega fogo", apesar do aumento de queimadas registradas no ano passado na região. O chefe do Executivo fez ainda um aceno ao setor do agronegócio e caminhoneiros ao citar que o "homem do campo não ficou em casa" durante a pandemia. Ele cumprimentou caminhoneiros por terem distribuído a produção brasileira.

Programa

Em setembro do ano passado, o Estadão mostrou que 15 empresas nacionais apresentaram "manifestação de interesse" em participar do programa. Na lista, estavam três bancos, três indústrias e companhias do setor de comércio. No evento de hoje, Salles garantiu que, além do Carrefour, outras empresas estão interessadas na iniciativa.

"Já temos diversas outras empresas que manifestaram interesse e agora, com assinatura do decreto, poderão formalizar contrato", afirmou o ministro a jornalistas. De acordo com o governo, quem adotar um parque será reconhecido como "Parceiros do Meio Ambiente" e poderá divulgar essa parceria. O ministro garantiu que a gestão das áreas de conservação continuará com o governo federal.

Um estudo realizado pela Prolata Reciclagem, órgão da Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço), aponta que o Brasil reciclou pouco mais de 22 mil toneladas de latas de aço em 2020. Segundo publicação do site Ciclo Vivo, o número representa um aumento de 179% no índice de reciclagem do material feito à base de liga metálica, quando comparado ao ano de 2019.

De acordo com o levantamento, os estados do Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo foram os destaques entre as unidades federativas que mais trabalharam para o reaproveitamento do aço no ano passado. A liga metálica, que compõe embalagens de alimentos ou de produtos químicos, como tinta e outros materiais utilizados na construção civil, pode ser 100% reciclada e é tida como componente de fácil revalorização no mercado.

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Os especialistas da Abeaço esperam que o número do material reciclado em 2021 seja superior ao dobro. De acordo com cooperativas de reciclagem, entrepostos e siderúrgicas que trabalham em parceria com o Prolata, a expectativa é de que o montante supere as 50 mil toneladas de latas de aço recicladas em 2021.

O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta quarta-feira (13) o projeto de lei (PL) que cria a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais. A proposta, agora convertida em lei, estabelece remuneração e incentivos a donos de terra para manutenção da cobertura vegetal nessas áreas. A lei sancionada deve ser publicada na edição do Diário Oficial da União desta quinta-feira (14). O projeto foi formulado em 2019 em resposta à escalada do desmatamento na Amazônia.

Com a lei, o governo poderá executar o pagamento direto aos serviços ambientais ou estabelecer outras medidas de remuneração, como melhorias sociais a comunidades rurais e urbanas e os títulos verdes (green bonds). Esses papéis são emitidos por empresas para captação de recursos destinados a financiamento de projetos com impacto ambiental positivo em diversas áreas, de reflorestamento a transporte público.

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A política nacional será gerida pelo Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), que reúne órgãos da União, dos Estados e dos municípios.

Em nota, a Secretaria Geral da Presidência da República destaca que o texto sancionado proíbe a aplicação de recursos públicos para pagamento por serviços ambientais a pessoas físicas e jurídicas inadimplentes. O pagamento por esses serviços também dependerá da verificação e comprovação das ações implementadas. O regulamento definirá as cláusulas essenciais para cada tipo de contrato de pagamento por serviços ambientais.

A Secretaria Geral informou que foram feitos vetos ao texto aprovado pelo Congresso. Dois dos artigos vetados são relativos a incentivos tributários a serem concedidos pelo Poder Executivo. Como justificativa para o veto, o governo destaca que se trata de renúncia de receita, sem apresentação de estimativa de impacto financeiro-orçamentário.

"A sanção presidencial concretiza uma melhor operacionalização dos pagamentos por serviços ambientais, o que significa evolução da política ambiental brasileira, privilegiando o princípio do provedor-recebedor e, assim, poder colaborar com a coletividade para a consecução do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado", diz a nota divulgada.

Após uma leve queda no ano passado, o desmatamento no bioma Cerrado voltou a subir este ano. Entre agosto de 2019 e julho de 2020 foram suprimidos 7.340 km² de vegetação nativa, alta de 13% em relação às perdas observadas nos 12 meses anteriores (6.483 km²). O desmatamento registrado equivale a quase cinco vezes a área da cidade de São Paulo e é o maior valor para o bioma desde 2015, quando foi observada uma devastação de mais de 11 mil km².

Os dados divulgados ontem são do projeto Prodes Cerrado, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O monitoramento do bioma é feito desde 2001, inicialmente a cada dois anos. Mas desde 2013 ocorre anualmente.

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Neste ano, o Estado do Maranhão foi o que apresentou a maior área de desmatamento (1.836,14 km²), respondendo por 25% das perdas no bioma. O Maranhão foi seguido pelo Tocantins (1.565,88 km²) e pela Bahia (919,17 km²).

As principais ameaças ao Cerrado ocorrem pela expansão da fronteira agrícola, principalmente na região conhecida como Matopiba - palavra que junta as siglas justamente dos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. A taxa divulgada nesta segunda corresponde 100% à gestão Jair Bolsonaro.

O aumento do impacto sobre o Cerrado é semelhante ao registrado na Amazônia no mesmo período. Dados também do Inpe divulgados no fim de novembro apontaram alta de 9,5% no último ano do desmatamento na floresta - maior taxa desde 2008. Entre agosto de 2019 e julho deste ano, a devastação da floresta alcançou 11.088 km², ante os 10.129 km² registrados nos 12 meses anteriores. A área devastada equivale a 7,2 vezes à da cidade de São Paulo.

A elevação do Prodes observada na Amazônia entre agosto de 2018 e julho de 2019, ante os 12 meses anteriores, já tinha sido de 34,4%. O avanço do corte raso registrado na Amazônia Legal desde o início da gestão Bolsonaro interrompe uma sequência de dez anos em que o desmatamento ficou abaixo de 10 mil quilômetros quadrados.

Com essa taxa, o País também deixou oficialmente de cumprir a principal meta da Política Nacional de Mudanças Climáticas, de 2010, que estabelecia, em lei, que o desmatamento neste ano seria de, no máximo, 3,9 mil km².

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) proibiu, nesta sexta-feira (18), o uso e comercialização de material plástico ou similares nas unidades acadêmicas e administrativas da instituição. A resolução do Conselho de Administração foi aceita por unanimidade e entra em vigor a partir do próximo ano. 

Com a decisão, fica proibida a aquisição, a entrada, a comercialização e o uso, nas dependências da UFPE, de produtos descartáveis como garrafas plásticas de bebidas com capacidade inferior a 500 ml, canudos, copos, pratos e talheres plásticos descartáveis, sacolas plásticas, embalagens e recipientes descartáveis de isopor, entre outros similares. A restrição se aplica a todas as unidades, estabelecimentos e atividades comerciais, incluindo restaurantes, quiosques, lanchonetes, reprografias e outros que funcionem na instituição. 

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As novas regras não se aplicam às embalagens originais das mercadorias; às caixas de poliestireno expandido (EPS) e ao poliestireno extrusado (XPS) (isopor), utilizadas para transporte e acondicionamento de alimentos, bebidas e demais produtos e que, embora de material não biodegradável, não são usadas como descartáveis; ao filme plástico e papel acoplado plastificado utilizado nos estabelecimentos comerciais exclusivamente em atendimento às normas sanitárias nacionais, estaduais e distritais; aos materiais descartáveis derivados de plástico utilizados no atendimento médico e assistencial no Hospital das Clínicas, tais como seringas, tubos e recipientes de coleta de material biológico e afins; aos sacos plásticos específicos para descarte de resíduos oriundos de serviços de saúde e de resíduos sólidos urbanos, necessários à coleta seletiva; e aos materiais utilizados exclusivamente em atividades de ensino, pesquisa, extensão ou inovação. Apesar da possibilidade de uso dos recipientes mencionados, o estabelecimento ou usuário ainda terá a obrigação de separar e dar a destinação adequada a todos os produtos plásticos.

Fica vedada a aquisição dos produtos no âmbito da UFPE por meio de licitações e contratos. O prazo para adequação de todos os editais de licitação e os contratos administrativos decorrentes deles será de 180 dias, a contar da vigência da resolução, que começa no dia 4 de janeiro. Para outros casos, o prazo é de 270 dias.

O texto da resolução também definiu as ações de fiscalização, que serão feitas pela Diretoria de Gestão Ambiental da Superintendência de Infraestrutura (Sinfra), pela Diretoria de Licitações e Contratos da Pró-Reitoria de Gestão Administrativa (Progest) e pela Superintendência de Segurança Institucional (SSI), com aplicação de sanções aos infratores. 

De acordo com o vice-reitor da Universidade, Moacyr Araújo, é preciso repensar hábitos e formas de uso de produtos poluentes que fazem parte do nosso cotidiano. “A educação, essa nova forma de trabalhar, traz também consigo a ideia de rever se aquilo que nós estamos jogando fora é efetivamente descartável ou pode ser reaproveitado. Então, essa forma também de pensar na reutilização é fundamental”, disse ele. 

Já o reitor, Alfredo Gomes, afirmou que “essa resolução agrega uma perspectiva de uma economia limpa, de uma formação ampla”, dentro de um plano maior de sustentabilidade no entorno e dentro da UFPE. Segundo a Universidade, está em curso no campus Recife um ordenamento de barracas e capacitação dos comerciantes/ambulantes quanto à higiene, ao uso de materiais e seu descarte, em parceria com a Prefeitura, incluindo também ações para melhoria das calçadas e da mobilidade na área. 

*Com informações da UFPE

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--> Feira de Pretos e Negócios começa nesta sexta (18)

Tratar o movimento futurista reduzido às passarelas era pensar em maxibotas, cores metálicas e estruturas não convencionais. Tendo sua estética impulsionada pelo avanço da tecnologia e pela ida do homem à Lua na década de 1960, era de se esperar que, pelo menos 50 anos após, o mundo estaria vislumbrando carros voadores, roupas espaciais e high-tech, entretanto, o caminho parece outro.

Desde seu advento, moda e tecnologia sempre desbravaram caminhos juntos.  "Hoje mais do que nunca necessitamos da tecnologia, para nos comunicar às coisas, às pessoas e ao mundo. Com o advento da pandemia do COVID-19 muitas coisas mudaram, hoje vivemos uma nova realidade e a indústria da moda foi forçada a se reposicionar e a repensar todo negócio, desde a cadeia de produção até as necessidades dos consumidores", analisa Juliana Peixoto, coordenadora de estilo e marketing da Cataguases, empresa têxtil referência em algodão. 

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Na opinião dela, o futuro da moda está no que a marca tem para entregar ao consumidor. "Hoje não basta você ter um produto legal, uma peça com modelagem interessante, o consumidor mudou radicalmente e é preciso entender esse sentimento. As categorias de produtos desejados, por exemplo, deixaram de ter aspectos luxuosos e passaram a ser mais casuais, pijamas e moletons tiveram um boom nesse período, peças esportivas também cresceram significativamente. A experiência de marca hoje se tornou ainda mais relevante, pois o contato se tornou algo inteiramente virtual, e a necessidade de aproximação e de conhecimento de marca é ainda maior. Hoje o consumo foi repensado de uma forma geral, a tecnologia humanizada vem crescendo e dando lugar ao contato físico de forma sustentável’’, explica. 

Dessa forma, o futurismo na moda ganha nova proporção e significado. Onde antes era esperado o domínio da tecnologia através de uma robótica ácida e dominadora (pense, ‘'Ex-Machina’’, lançado em 2014), agora essa ferramenta percorre um caminho ligado à sustentabilidade, talvez, por seu senso de urgência, interligada em estéticas que se fundem como o cottagecore, ideologia que se apega ao simples, artesanal, nostalgia e agricultura, que dominou os maiores portais de moda e passarelas mundo afora, sendo responsável por impulsionar grifes como a francesa (e não parisiense) Jacquemus, que em seu último desfile presencial (pré-pandemia) contou com a presença do estilista e costureiro Pierre Cardin, 98 anos, na primeira fila.

"A sustentabilidade é um tema que vem tomando espaço nos últimos tempos e a busca por ela também. O consumidor tem procurado ser sustentável em todos os campos da sua vida, seja na coleta seletiva dentro de casa, seja na busca por bens de consumo sustentáveis.  Para alcançar esse nível de entrega aos clientes, as empresas precisam ser cada vez mais transparentes, cada vez mais responsáveis no que diz respeito a produtos e matérias-primas utilizados. Hoje eu não compro somente um produto, eu compro um serviço, ou seja, toda a cadeia por de trás dele, quero saber de onde vem, como foi feito, onde foi feito, enfim uma gama de informações que há um tempo atrás não fazia diferença. É visível essa relação que o cliente busca construir com a marca e podemos reforçar isso com o exemplo das cadeias de fast fashion - que tinham um histórico bem diferente do citado acima -, e que tiveram de se reinventar num cenário onde a personalização e a necessidade de informação se tornou algo tão intrínseco na moda e no consumo. E a tecnologia entra exatamente aí, impulsionando toda essa conexão entre moda e sustentabilidade, permitindo às empresas se comunicarem, se promoverem, se aproximarem de forma rápida, prática, segura e transparente com seu consumidor", aponta Juliana. 

Com a crise causada pela pandemia do COVID-19 todas as grandes grifes, sem exceção, precisaram se reinventar para permanecer no mercado. "Marcas consagradas tiveram que mudar o rumo não somente do seu mix de produtos, mas também da forma como ele seria pensado e apresentado ao consumidor/mercado. Vimos acontecer uma semana da moda toda virtual, onde eu brinco, que todos - que quiseram e puderam - tiveram acesso ao desfile da ‘primeira fila’ do celular. É a democratização da moda", diz a especialista. 

A tecnologia, afinal, não está tanto nos materiais e nas formas, mas no modo de produzir, comunicar e vender. "O futurismo está no olhar do momento social e contexto histórico no qual ele está inserido, muitas vezes se contrapondo aos padrões da época’’, assinala.

Uma ação do governo da Índia vai reduzir o consumo de lixo tóxico em 7 mil estações de trem do país. A iniciativa substitui copos de plástico utilizados para servir a bebida chai (mistura de chá, leite e especiarias) por recipientes de cerâmica (kulhads) nos quiosques instalados nas paradas ferroviárias.

Além de contribuir para a redução dos impactos ambientais no território que abriga mais de 1,3 bilhão de pessoas, a medida deve empregar mais de dois milhões de profissionais em olarias.

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De acordo com a reportagem do jornal inglês The Guardian, a iniciativa vai contribuir para que o país asiático cumpra a meta de eliminar o plástico descartável, visto que os kulhads, fabricados com cerâmica sem pinturas ou vernizes, pode ser utilizado e descartado em qualquer lugar, pois não causa danos à natureza.

O impacto positivo também deve ser notado na economia das aldeias que vão trabalhar na produção dos recipientes de barro. A renda mensal das olarias deve subir de 2,5 mil rupias (R$ 170) para 10 mil rupias (R$ 678).

A publicação britânica ainda afirma que a ação vai além das benesses para o meio ambiente indiano. Junto à menor produção de lixo tóxico, alguns vilarejos vão poder resgatar a tradição de fabricar os kulhads. O jornal afirma que a luta dos ativistas defensores do trabalho de artesanato de barro é travada desde a década de 1990, quando o material descartável passou a dominar o mercado.

Na última semana, o estado australiano da Tasmânia anunciou que o território em que vivem 500 mil pessoas será abastecido 100% por energia renovável. De acordo com o governo local, a geração será possível devido ao investimento voltado à infra-estrutura nos campos eólicos da ilha da Oceania. As autoridades ainda anunciaram a injeção de USD 50 milhões (cerca de R$ 259 milhões) para atingir 200% de energia oriunda dos ventos nos próximos 20 anos.

De acordo com o engenheiro Claudio Rossi Machado, especialista no segmento energético renovável, o sistema da Tasmânia pode estar conectado ao resto do potencial da Austrália, o que pode ter sido fundamental para atingir a autossuficiência. Segundo Machado, é necessário esclarecer que a geração de energia oriunda dos ventos não pode ser considerada ideal para nutrir um território na totalidade. "Quando se diz que abastece 100% de uma região, significa que durante o ano a energia gerada seria igual ou superior à demanda, mas existem instantes que haverá necessidade de alimentação por outra fonte", realça. De acordo com ele, o cenário perfeito é composto de eólica com hidráulica e reservatório. "Com bons estudos se consegue um sistema híbrido sustentável independente", complementa.

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Mas, e o Brasil? Há quantas anda quando o assunto é energia eólica?

Embora seja a segunda fonte da matriz energética do país, com injeção de R$ 13,6 bilhões no ano de 2019, o desenvolvimento da energia eólica no Brasil encontra barreiras econômicas e burocráticas. De acordo com Machado, a instabilidade do dólar e as licenças ambientais se tornam empecilhos para o setor em todo o território nacional. “Os maiores problemas são a flutuação do dólar, pois o preço dos aerogeradores depende dele, e os licenciamentos ambientais que são bastante complexos e custosos. Muitas vezes os investidores perdem tudo que investiram com uma negação de licenciamento, mesmo em áreas indicadas pelos órgãos ambientais como aptas", explica o especialista.

Segundo o engenheiro, responsável pela empresa ProWind, do estado do Rio Grande do Sul, entraves técnicos também acabam por atrapalhar o progresso do segmento. "Outro problema são as redes de transmissão e distribuição que, em muitos locais de grande potencial eólico, não permitem a injeção de energia por falta da capacidade física de conexão", aponta Machado.

O especialista está confiante com a expansão deste modelo de geração de energia em todo o Brasil. Segundo ele, o potencial brasileiro é quase o dobro da Europa em instalações onshore (em terra firme). "O setor tende a se expandir, pois ainda existem muitas regiões a prospectar. Um projeto no Brasil tem fator de capacidade P50 acima de 40%, enquanto na maioria dos projetos europeus, têm P50 em torno de 22%, ou seja, produzimos quase o dobro de energia", ressalta o empresário.

Para o especialista, a geração de energia limpa é uma possibilidade de reduzir o impacto causado pelo homem na natureza. Machado explica que até mesmo para a produção de equipamentos que vão beneficiar o meio ambiente são espalhados gases causadores do efeito estufa na atmosfera. "A produção de uma aerogerador que, em operação, gera zero de Gases do Efeito Estufa (GEE), durante sua produção nas fábricas emite. Um gerador leva cerca de oito meses para zerar as emissões que foram necessárias para produzi-lo e, só a partir daí, ele opera com balanço sempre positivo", reitera o engenheiro.

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), são 660 usinas instaladas no país. O número é suficiente para gerar energia para cerca de 25,5 milhões de casas por mês. O país é o quinto no ranking com mais capacidade nos campos eólicos em todo o planeta. Apenas China, Estados Unidos, Alemanha e Índia superam o Brasil.

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