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O presidente Jair Bolsonaro anunciou, nesta quinta-feira (3), que enviará o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para a Conferência do Clima (COP-26), remarcada para 2021 em razão da pandemia. Salles e o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, participaram da transmissão semanal feita pelo presidente via redes sociais.

"Pronto para a COP-26, você representar o Brasil lá no Reino Unido?", perguntou Bolsonaro. "Vamos lá para a COP-26, direto do Reino Unido, defender os interesses do País", respondeu Salles.

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Ao avisar que escolheu o chefe da pasta para representar o País na conferência mundial, o presidente demonstrou apoio a Ricardo Salles, que tem sofrido pressão por causa da maneira como lidera as políticas ambientais.

O anúncio também elimina expectativas de que a eleição de Joe Biden, nos Estados Unidos, poderia forçar o governo brasileiro a trocar o chefe da área ambiental. Na campanha, o então candidato à Casa Branca ameaçou aplicar sanções econômicas ao Brasil caso o governo brasileiro não tomasse medidas para frear a devastação ambiental.

Na transmissão desta quinta, Jair Bolsonaro reafirmou ter interesse na preservação da Amazônia e que o governo está disposto a cooperar. Ricardo Salles, por sua vez, cobrou que as iniciativas de atores externos não fiquem restritas a críticas e discursos.

"Essa cooperação tem que ser em termos concretos. A gente até discute, ouve os discursos, mas tem que ter recurso em cima da mesa. O grupo, os países, iniciativas... (tem que) colocar recursos para nos ajudar. Só crítica de graça não adianta. Tem que vir recurso também", afirmou.

A política ambiental do governo brasileiro levou Noruega e Alemanha a retirarem, no ano passado, aportes que faziam ao Fundo Amazônia, que tem suspensão discutida em processo que corre no Supremo Tribunal Federal.

Há meses, Ricardo Salles anunciou um programa para atrair investimento privado, batizado de "Adote um Parque". Até hoje, o programa não foi oficialmente apresentado e está parado na Casa Civil.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira, 3, que o seu governo teria intenção de cooperar com outros países em torno da preservação da Amazônia. Junto com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ele sustentou que essa cooperação só seria possível com nações que respeitassem a soberania brasileira.

Anunciado pelo chefe do Planalto como o chefe da delegação do País na Conferência do Clima da ONU em Glasgow, a COP-26, Salles disse que defenderá os interesses do Brasil e tem certeza que conseguirá aproveitar o evento para obter recursos para "cuidar do meio ambiente". "Só críticas de graça não adianta, tem que vir recurso", emendou o ministro.

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Na capital paulista, a iniciativa de uma Organização Não-Governamental (ONG) formou mais de 300 pessoas que vivem em situação de rua no curso de Agricultura Urbana Agroecológica.

O projeto de capacitação “Horta Social Urbana” da Arcah oferece qualificação para quem aceita abrigo nos Centros de Acolhida de São Paulo e outras instituições públicas que atendem aos sem-teto.

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Além de incentivar as pessoas a recuperarem condições para retornar ao mercado de trabalho, a iniciativa também aposta na aplicação de métodos socioemocionais para que os formandos retomem a vida social e deixem de viver em situação de rua.

No curso, que tem duração de quatro meses com atividades teóricas e práticas, os estudos são voltados para a efetivação do plantio e da jardinagem agroecológica em áreas ociosas da paisagem urbana. Durante as aulas, os estudantes são estimulados a conhecer os cuidados com a produção de alimentos orgânicos e a utilizar mecanismos sustentáveis no processo do cultivo.

De acordo com a Arcah, a entidade tem parceria com a iniciativa privada e encaminha os alunos para vagas de emprego nas redes supermercadistas, que adquirem a produção oriunda das hortas urbanas. Além de vender os produtos aos varejistas, os orgânicos também alimentam pessoas que vivem em abrigos públicos. Ainda segundo a ONG, o projeto emprega cerca de 30% dos formandos desde 2017.

Com o avanço do aquecimento global, o ano de 2020 deve terminar como um dos três mais quentes do registro histórico, e a década de 2011 a 2020 como a mais quente desde que a temperatura começou a ser medida, no fim do século 19. É o que estima a Organização Meteorológica Mundial (OMM) com base na situação observada entre janeiro e outubro deste ano. Um relatório prévio do seu Estado do Clima Global em 2020 foi divulgado nesta quarta-feira (2).

"A temperatura média global em 2020 deve ficar em cerca de 1,2°C acima do nível pré-industrial (1850-1900). Há pelo menos uma chance em cinco de exceder temporariamente 1,5°C até 2024", afirmou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, em comunicado à imprensa. Conter o aquecimento do planeta em 1,5°C até o fim do século é o objetivo mais ousado do Acordo de Paris, estabelecido em 2015, mas parece estar cada vez mais longe de ser alcançado.

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Mesmo com as medidas de lockdown adotadas em vários países neste ano por causa da pandemia de Covid-19, que paralisaram atividades industriais, a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, que provocam o aquecimento do planeta, continuaram subindo, já havia informado no fim de novembro a OMM. No próximo dia 12 o Acordo de Paris completa cinco anos, mas os compromissos que quase 200 países do mundo fizeram para reduzir suas emissões não estão deixando o mundo no caminho de conter a elevação da temperatura. "Mais esforços são necessários", frisou Taalas.

Ele lembra que o ano mais quente até então, o de 2016, coincidiu também com a forte ocorrência do fenômeno El Niño, que aquece as águas do Pacífico e colaboram com o aumento da temperatura do planeta. Mas em 2020 está em vigor um fenômeno contrário, um La Niña, que tem um efeito de esfriamento, mas mesmo assim a temperatura média da Terra subiu. "Não foi suficiente para colocar um freio no aquecimento deste ano. Este ano já mostrou recordes de calor comparáveis aos de 2016", afirmou.

Diversas partes do planeta sofreram neste ano com ondas de calor extremo, com queimadas devastadoras na Austrália, na Sibéria, na costa oeste dos Estados Unidos e na América do Sul. Os incêndios no Pantanal neste ano foram recordes desde o início das medições, em 1998, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), piorados em parte pela seca intensa e pelas altas temperaturas. Cidades do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul e de São Paulo bateram recordes de temperatura neste ano. A cidade de São Paulo teve a segunda maior temperatura da sua história.

De acordo com o relatório, a temperatura do oceano está em níveis recordes e mais de 80% dos mares do planeta experimentaram uma onda de calor marinha em algum momento de 2020, impactando de forma generalizada os ecossistemas marinhos que já sofrem com águas mais ácidas devido à absorção de dióxido de carbono (CO2). Esse aquecimento dos oceanos colaborou com a ocorrência de um número recorde de furacões no Atlântico.

O governo Jair Bolsonaro, que hoje atribui a outros países a responsabilidade pelo comércio de madeira ilegal, afrouxou no ano passado o processo de exportação do ipê, contrariando um parecer técnico do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e uma solicitação para que a espécie fosse incluída em um sistema de monitoramento internacional. Com essa decisão, o ipê, que é a madeira brasileira mais cobiçada em todo o mundo, passou a ser vendida como qualquer espécie, sem controle específico, a preços de eucalipto.

Em dezembro de 2018, técnicos do Ibama elaboraram um extenso relatório para demonstrar que o ipê, que tem 92% da produção vendida para o exterior, vinha sendo extraído há anos no País sem nenhum tipo de rigor ou fiscalização, alvo de um comércio dominado pelo crime organizado que atua na floresta. A partir desse parecer, os técnicos pediram oficialmente que fosse incluída na lista de espécies ameaçadas de extinção ou em situação de alerta administrada pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção (Cites, na sigla em inglês).

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Firmada em Washington, nos Estados Unidos, em 1973, essa convenção envolve 183 países. O Brasil, que é signatário do acordo desde 1975, participa do grupo que, internacionalmente, monitora tanto a exportação quanto a importação de espécies incluídas em suas listas, por meio de sistemas e trocas regulares de relatórios sobre cada espécie de fauna ou flora. Ao fazer parte da lista gerenciada pela convenção, o produto passa a ter uma licença obrigatória específica, que é compartilhada por todos os países membros. O ipê, depois de uma longa análise técnica e troca de informações com outros países, foi oficialmente indicado para entrar na lista, mas o Ministério do Meio Ambiente (MMA), sob o comando do ministro Ricardo Salles, decidiu excluir a espécie.

A exclusão foi informada à convenção pelo Ministério de Relações Exteriores, após um pedido feito pelo presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim. Em agosto do ano passado, durante a 18ª reunião da (Cites COP18), que ocorreu em Genebra, na Suíça, o ipê brasileiro constou como a única espécie retirada da lista de oito propostas apresentadas pelos países membros. As decisões tomadas em Genebra teriam efeito real e imediato sobre a regulamentação e práticas operacionais do comércio da madeira no Brasil.

Pressão

O Estadão apurou que a decisão foi tomada após a cúpula da pasta e do Ibama ser procurada por madeireiros de Mato Grosso e Pará, que pressionaram para que a espécie não entrasse na lista da Cites, sob o argumento de que a mudança iria atrapalhar o comércio internacional da madeira. Alegaram ainda que precisavam ser ouvidos no processo de decisão.

Ocorre que a Cites é, por definição, uma convenção de preservação ao meio ambiente. Há resolução que estabelece cada critério exigido para que uma espécie seja incluída na lista. A indicação do ipê, portanto, teve bases técnicas: indicadores históricos de consumo, extração ilegal, emissões de licenças, entre outros. Esse material foi compartilhado antecipadamente entre os países membros que, após análise, concordaram com o pedido do Brasil de incluir o ipê na lista. Outras espécies nacionais já fazem parte da convenção, como o mogno, o pau-rosa, o pau-brasil e o jacarandá-da-baía.

Dados do Ibama mostram que, entre os anos de 2012 e 2017, cerca de 92% dos ipês que foram retirados das florestas brasileiras foram enviados ao exterior, ficando apenas 8% para o consumo doméstico. O ipê já é uma espécie considerada ameaçada no Peru e na Venezuela. Os dois vizinhos do Brasil integram a relações das 183 nações que compõem a convenção de comércio internacional de espécies ameaçadas.

Presidente do Ibama defende 'consulta ao setor produtivo'

O presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, confirmou que, em outubro de 2018, foi iniciado o processo para inclusão do ipê na convenção. Madeireiras, no entanto, entraram no circuito. "Tendo em vista que não houve consulta ao setor produtivo nacional, bem como a necessidade de maior discussão e embasamento, especialmente consulta pública e levantamento de estoques florestais, foi solicitado ao Ministério do Meio Ambiente que desconsiderasse a proposta de inclusão", declarou Fortrunato Bim, por meio de nota.

Não existe nenhuma previsão no regimento da Cites que determine ouvir o setor produtivo.

O Ibama afirma que, após a exclusão, deu início a um "termo de referência" para um estudo. Segundo o órgão, "após análise realizada pela área técnica do instituto, foram propostos ajustes metodológicos e recomendado o envio da documentação ao Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio, autoridade científica da Cites, para manifestação e posicionamento". .

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Supremo Tribunal Federal formou maioria ontem para manter as regras de proteção a mangues e restingas que foram derrubadas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), colegiado presidido pelo ministro Ricardo Salles. As alterações propostas abriam brecha para especulação imobiliária e estavam suspensas desde o último dia 29 por determinação da ministra Rosa Weber.

Seis dos onze ministros já votaram para restaurar as medidas protetivas, derrubando o ato do Conama. Cármen Lúcia, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e o decano Marco Aurélio Mello votaram para acompanhar o voto de Rosa. A ministra afirmou que as resoluções do Conama poderiam levar ao "agravamento da situação de inadimplência do Brasil para com suas obrigações constitucionais e convencionais de tutela do meio ambiente".

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"A supressão de marcos regulatórios ambientais, procedimento que não se confunde com a sua atualização, configura quadro normativo de aparente retrocesso no campo da proteção e defesa do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado", afirmou Rosa, no voto que foi referendado pelos colegas.

Em setembro, o Estadão mostrou que a revogação das regras de proteção abria espaço para especulação imobiliária nas faixas de vegetação das praias e ocupação de áreas de mangues para produção de camarão. A resolução foi aprovada em momento em que o conselho é controlado majoritariamente por ministérios e membros do governo federal.

Críticas

O esvaziamento do Conama foi uma das justificativas que levaram o Ministério Público Federal a ajuizar ação de improbidade administrativa contra Salles. O caso está pendente de análise na Justiça. A ação sobre as regras do Conama movida pelo PSB e o prazo para o envio dos votos acaba amanhã. A política ambiental do governo Jair Bolsonaro tem sido criticada no Brasil e no exterior.

Líderes das 20 maiores economias do mundo (G20) debatem nesta manhã de domingo durante evento paralelo de alto nível do grupo sobre a chamada economia circular do carbono (CCE, na sigla em inglês). O evento é fechado, mas sete deles gravaram depoimentos sobre suas experiências e ambições em relação ao setor. O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, não estava entre eles. Durante a exibição do vídeo, alguns dos chefes de Estado e de governo colocaram a importância da sustentabilidade para o G20 no mesmo patamar das preocupações com a pandemia de coronavírus. O presidente americano, Donald Trump, disse que a estrutura do Acordo de Paris não serve aos Estados Unidos, mas que o país é o que mais investe no setor.

O primeiro a falar foi o rei Salman bin Abdulaziz Al Saud, da Arábia Saudita, que neste ano é a presidente do G20. Para ele, o grupo conseguirá, unido, mitigar os efeitos negativos sobre o meio ambiente. "Salvaguardar o planeta é algo de extrema importância. Temos que ser pioneiros em sustentabilidade e colocar metas ambiciosas de ambiente", afirmou. O país se comprometeu a produzir 50% de sua energia a partir das fontes eólica e solar até 2030.

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Na sequência, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, que será o próximo país a liderar o G20, prometeu ampliar as ambições do grupo durante a presidência de 2021. "O impacto da pandemia não deve afetar nossa determinação de atingir nossos objetivos", alertou, salientando que os dois assuntos são "a maior pressão do nosso tempo". "Estou convencido que o G20 pode guiar o mundo para a direção correta", disse, acrescentando não haver "escapatória", a não ser a redução das emissões de carbono.

Já o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, o último país a estar à frente da presidência rotatória do G20, disse que o grupo tem de trabalhar junto, como um time. Ele aproveitou para enfatizar o anúncio feito no mês passado pelo governo de reduzir a meta de emissão líquida para zero até 2050. O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, ressaltou que é preciso apoiar o crescimento, mas também a sustentabilidade. "Sempre temos que ter um olhar para o futuro e para o mundo que vamos deixar para nossas crianças", disse. Ele relatou que o país baniu a exportação de lixo plástico e citou medidas adotadas pela Austrália que foram premiadas pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O presidente chinês, Xi Jinping, por sua vez, disse que é preciso fortalecer a resposta do G20 às mudanças climáticas. Ele também descreveu iniciativas nesse sentido promovidas recentemente pelo seu país. "Podemos proteger o ecossistema com respeito à natureza. A Terra é uma casa compartilhada. Precisamos proteger o planeta azul."

Já o premiê indiano, Narendra Modi, ressaltou que todos estão focados em salvar seus cidadãos e economias por causa da pandemia. "Igualmente importante é manter nosso foco nas mudanças climáticas. Temos que viver em harmonia com o meio ambiente", declarou. Ele disse estar contente em dividir a informação de que seu país não só já atingiu a meta acordada em Paris, como a superou.

O último a gravar um depoimento foi Trump. Ele disse que os Estados Unidos trabalham para ter a água e o ar mais limpos do planeta, e que o país está investindo "bilhões" nesse sentido. O presidente afirmou também que é preciso neste momento proteger os trabalhadores americanos e os empregos do país, além de promover a sustentabilidade. Para o americano, as críticas feitas aos Estados Unidos sobre meio ambiente são "muito injustas", e são motivadas apenas pela decisão do país, em seu governo, de não ser mais um signatário do Acordo de Paris. Para ele, o pacto não atende às necessidades dos EUA. "Os Estados Unidos e o G20 têm uma oportunidade importante de manter esse trabalho", disse sobre o clima e a acessibilidade energética.

A nova versão do site do Ministério do Meio Ambiente trouxe uma surpresa para quem acompanha as informações técnicas do setor. A página digital exclui informações que, até então, estavam abertas ao cidadão, sobre áreas protegidas.

Segundo a organização Observatório do Clima, a maior parte das informações, registros e dados históricos disponíveis há anos foram apagadas. A exclusão de dados inclui o Cadastro Nacional de Unidades de Conservação, atualizado frequentemente por Estados e municípios.

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Foram deixados de fora ainda mais de 30 livros sobre a biodiversidade, o macrodiagnóstico da zona costeira e marinha, cartilhas referentes ao patrimônio genético, entre outros, afirma a organização.

Internamente, a informação dada pela área técnica do MMA é que não houve perda de dados e que isso "faz parte do processo de migração" e que as informações estarão disponibilizadas novamente.

O apagão de informações não atingiu iniciativas que o ministro Ricardo Salles pretende implantar, como a concessão de parques nacionais, o prometido "Adote 1 Parque", que está na Casa Civil da Presidência. Este último ainda não avançou porque a própria Casa Civil encontrou problemas no modelo do programa.

Buscando encontrar soluções para a mobilidade e sustentabilidade no Recife, estão abertas as inscrições para o Hacker Cidadão 8.0. O evento, que este ano será online, traz o tema “Minha cidade em 15 minutos” e tem como foco a produção de conteúdo gráfico a partir de bases de dados abertos (open data) para que estudantes e profissionais possam apresentar seus projetos baseados nas ideias do franco-colombiano Carlos Moreno, professor da Universidade Paris Sorbonne. 

Para Moreno, algumas prioridades da vida cotidiana como praticar atividades físicas, alimentar-se, ter acesso à saúde e cultura, entre outras, devem estar em um raio de 15 minutos da residência dos moradores, criando assim um espaço urbano mais humano e sustentável.  As equipes participantes serão acompanhadas por mentores e profissionais para, ao fim, apresentar um documento explicando as etapas do projeto.

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As inscrições ficam abertas até o dia 29 de novembro e devem ser feitas pelo site que também irá transmitir as disputas, marcadas para acontecer entre os dias 30 e 12 de dezembro. Os participantes concorrem a R$ 6 mil em prêmios e uma bolsa que pode chegar até R$10,8 mil. A equipe vencedora leva para casa R$ 2,5 mil e o restante do valor será dividido entre o segundo e o terceiro colocado.

A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, movimento composto por 262 representantes ligados às áreas do meio ambiente, agronegócio, setor financeiro e academia, enxerga no governo brasileiro um dos principais responsáveis pela criminalidade que domina o mercado de madeira no País, dada a fragilidade das fiscalizações que o poder público realiza no setor.

O Estadão teve acesso exclusivo a uma carta elaborada pela coalizão, a mesma que, em setembro, apresentou ao governo federal um conjunto de seis propostas para deter o desmate na Amazônia. O novo documento será encaminhado ao presidente Jair Bolsonaro e ao vice-presidente Hamilton Mourão, além dos ministérios da Agricultura, Meio Ambiente, Economia e Ciência e Tecnologia. As propostas chegarão ainda às mãos de líderes e parlamentares da Câmara e do Senado, ao Parlamento Europeu e embaixadas de países europeus.

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No documento, os representantes lembram que estudos recentes mostram que mais de 90% do desmate no País é ilegal e que a exploração florestal tem índices parecidos. O maior obstáculo para mudar, afirmam, "é a insegurança jurídica causada pela falta de fiscalização e comando e controle pelo Estado".

"O Brasil só vencerá o comércio ilegal de madeira se todos assumirem sua responsabilidade. É preciso destacar o papel crucial do poder publico, já que empresas e investidores não têm - e nem deveriam ter - poder de polícia para lidar com invasões, roubo de madeira e outras ilicitudes que contaminam a cadeia de produção, atingindo os mercados nacional e internacional, e ainda reforçam outras atividades ilegais", dizem.

A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura reúne nomes da área ambiental como WWF Brasil, WRI Brasil, TNC, Imazon e Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Do lado empresarial do agronegócio e da indústria estão companhias como JBS, Klabin, Marfrig, Amaggi, Basf, Danone, Natura e Unilever. Como define a própria coalizão, o grupo é "um dos raros foros de diálogo entre o agronegócio e ambientalistas". Na carta, o grupo diz que, além do impacto ambiental e do prejuízo fiscal, a ilegalidade impune gera concorrência desleal para quem opera na lei. Procurado, o governo não se manifestou.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de dizer que revelaria nomes de países que atuam como "receptadores" de madeira ilegal que sai do Brasil, o presidente Jair Bolsonaro recuou de suas declarações nesta quinta-feira, 19. Em vez de países, Bolsonaro disse que o governo tem, na realidade, "nomes de empresas" que comprariam produtos brasileiros de forma ilegal. Nem mesmo esses nomes, porém, foram citados.

"Nós temos aqui os nomes das empresas que importam isso e os países que elas pertencem. A gente não vai acusar o país A, B ou C de estar cometendo um crime. Mas empresas desses países, sim. Isso já está em processo. Isso vai se avolumar, no meu entender, ao ponto tal que se tornará não atrativo a importação de madeira ilegal", disse Bolsonaro, durante a sua live.

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Ao lado do ministro da Justiça, André Mendonça, e do superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, Bolsonaro chegou até mesmo a dizer que "países outros nos criticam, em algumas oportunidades, até com razão, mas em outras, não".

"Quando nós conseguirmos chegar a bom termo essa questão, vai diminuir drasticamente o desmatamento no Brasil. Nós temos aqui o montante de madeira que é exportada por ano. E, só nesse contexto, já vê que não sai de área de manejo. Obviamente, tem também de reserva indígena em área de proteção ambiental. Esse é um grande sinalizador", declarou o presidente.

Segundo o presidente, além da atuação da PF no combate ao crime na floresta, a Marinha do Brasil já foi contatada e apoiará as ações. "Toda ela (madeira) sai por via aquoviária. Não sai por estrada, sai por rios. Então dá pra gente fazer barreiras e conter o deslocamento dessa madeira. A que for legal, passa. A que não for, não passará mais."

As declarações de Bolsonaro divergem daquelas que deu na terça-feira, 17, quando voltou a afirmar que revelaria "nos próximos dias" a lista dos países que compram madeira ilegal da Amazônia. Em discurso na cúpula do Brics, Bolsonaro afirmou que o País sofre com "injustificáveis ataques" em relação à região amazônica e ressaltou que algumas nações que criticam o Brasil também importam madeira brasileira ilegalmente da Amazônia.

"Revelaremos nos próximos dias os nomes dos países que importam essa madeira ilegal nossa através da imensidão que é a região amazônica", declarou, em sua participação no encontro do grupo de países que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. "Porque, daí, sim, estaremos mostrando que estes países, alguns deles que muitos nos criticam, em parte têm responsabilidade nessa questão", disse.

Interesses

Bolsonaro disse que "há um clamor mundial no tocante" à exportação da madeira brasileira e voltou a dizer que não vai apontar nenhum país como culpado pelas operações ilegais. "A gente não quer culpar outros países em nada. Até reflorestamento, eu te pergunto: tem notícias de outros países que está preocupado com seu próprio reflorestamento? Ou não? É uma acusação constante em cima do Brasil, visando obviamente nos enfraquecer comercialmente", disse.

Mais uma vez, o presidente voltou a citar que haveria interesses de outros países em prejudicar o Brasil, por causa de sua competitividade em commodities agrícolas. Bolsonaro citou um projeto de lei no Reino Unido que, segundo ele, prevê que não se importe mais commodities de produtos vindo de países que desmatam. "Aí, (cortaria) soja, café, açúcar, borracha, seja lá o que for, de países que praticam o desmatamento... E o ano que vem, novembro do ano que vem, teremos um encontro da cúpula europeia sobre mudanças climáticas. E esse assunto vai falar alto lá. Daí outros países podem adotar a mesma coisa. A intenção é sempre nos deixar isolados naquilo que nós temos na nossa economia, que é o mais pujante, que é a locomotiva da nossa economia, que é o agronegócio."

Na rota do mercado internacional de madeira, todos os olhos dos países estrangeiros estão voltados para três árvores nativas brasileiras: o ipê, o mogno e o jacarandá. Essas três espécies, ameaçadas de extinção, encabeçam a lista das madeiras mais procuradas por outros países, devido à beleza e à qualidade.

O Estadão obteve dados detalhados sobre quais são os produtos mais exportados pelo Brasil. As informações oficiais do Ibama mostram que, apesar de o mercado internacional consumir apenas 10% da produção de madeira brasileira - 90% é destinada ao consumidor nacional - é para o exterior que seguem as madeiras mais nobres.

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Entre os anos de 2012 e 2017, 92% dos ipês que tombaram no Brasil foram enviados ao exterior. O mesmo ocorreu com o mogno, hoje bem mais escasso na natureza (90%) e com o jacarandá-violeta (91%). Em menor quantidade, mas também em grande volume (65%), aparece a cerejeira-da-Amazônia.

As indústrias de móveis, assoalhos e de construção de casas são os principais destinos dessa madeira. O ipê, de cor amarela-acastanhada, pode chegar a 40 metros de altura. É encontrado na Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, mas hoje um dos principais alvos dos madeireiros em busca dessa árvore é a região norte de Rondônia e Pará, na fronteira com o Amazonas.

O mogno, conhecido por sua cor que varia do marrom avermelhado ao vermelho, atrai pela alta resistência. É muito procurado para marcenaria, mobília, ornamentos de interiores e até mesmo construção de barcos e navios, em acabamentos e assoalho. O mogno resiste ao ataque de fungos, insetos e até a cupins de madeira seca.

Já o jacarandá, que era muito encontrado em Minas, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, atualmente só é mais visto no sul da Bahia. É explorado desde a fase colonial. Com altura entre 15 e 25 metros e tronco de 40 a 80 centímetros de diâmetro, tem madeira de cor escura e resistente. É comum em obras de marcenaria, construção de instrumentos de corda e na fabricação de pianos.

O Ibama tem procurado aperfeiçoar o sistema de registro, transporte e exportação de madeira, com a eliminação de papéis e a centralização de dados no Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais, administrado pelo órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Ocorre que a inserção dos dados no sistema, sem um controle rígido de informações, abre brechas para fraudes.

Como mostrou reportagem do Estadão, a importação da madeira que sai das florestas do Brasil está concentrada em 20 países. Dados compilados pela área técnica do Ibama mostram que, entre 2007 e 2019, os Estados Unidos lideram o consumo da madeira nacional, tendo adquirido 944 mil metros cúbicos (m³) de produtos do Brasil. O segundo maior comprador foi a França, com 384 mil m³, seguida por China (308 mil m³), Holanda (256 m³) e Bélgica (252 mil m³). No total, o mercado legal de madeira exportou cerca de R$ 3 bilhões nos últimos cinco anos. São aproximadamente R$ 600 milhões anuais. A lista traz ainda, em destaque, o Reino Unido (163 mil m³), Portugal (155 mil m³), Suíça (115 mil m³), República Dominicana (105 mil m³), Dinamarca (102 mil ³) e Alemanha (87 mil m³).

Esses dados do Ibama referem-se às exportações oficiais, ou seja, trata-se de madeiras que deixaram o Brasil de forma legalizada. Isso não significa, porém, que a origem de toda essa madeira é legal. Antes de uma chapa de ipê ou mogno chegar ao porto de Santos ou qualquer outra porta de saída do território nacional, ela percorre uma cadeia que, invariavelmente, é marcada pela corrupção.

O crime se baseia, basicamente, em uma indústria de papéis falsos. Com envolvimento de agentes públicos que atuam de forma criminosa, documentos são emitidos para "esquentar" a madeira roubada de terras indígenas e unidades de conservação, por exemplo.

Assim, na prática, um país que importa madeira do Brasil pode até achar que está adquirindo um produto 100% legal, quando, na realidade, sua origem pode ser fruto de um esquema fraudulento.

Identificação de empresas

O Ministério Público Federal e a PF têm buscado a cooperação com países da Europa, a fim de identificar empresas que importam madeira ilegal do Brasil e para que sejam punidas. Responsável pela operação Arquimedes, que investiga uma rede de exportação ilegal a partir da Amazônia, o procurador Leonardo Galiano afirma que quem compra madeira ilegal não são os países, mas, sim, as companhias neles instaladas.

"Várias empresas de países europeus estão envolvidas. Não é um país comprando de outro, é a empresa que vai fabricar móveis, pisos e adquire esse insumo. São madeiras de altíssimo valor agregado", disse Galiano ao Estadão.

O mercado brasileiro de madeira é, historicamente, marcado pela ilegalidade. Não há números precisos sobre a dimensão dessas atividades criminosas, mas estima-se que até 90% das madeiras que vão para o exterior são de extração irregular.

Além de buscar cooperação internacional com a Europa, com vistas a punir os importadores, as tratativas com os Estados Unidos também estão avançadas. Os investigadores buscam o compartilhamento de provas e têm montado equipes conjuntas.

Em 2017, na 1.ª fase da operação Arquimedes, foram apreendidos 10 mil m³ de madeira, volume que, se enfileirado, cobriria o percurso entre Brasília e Belém (1,5 mil quilômetros) . A carga iria para outros Estados e países da América do Norte, da Ásia e da Europa.

Em abril de 2019, a Justiça Federal do Amazonas autorizou o compartilhamento de provas da operação com o Departamento de Justiça dos EUA. O acordo, solicitado pelo MP Federal, visava a repatriação da madeira ilegalmente exportada. A expectativa é de que o mesmo aconteça com a Europa.

"O que a gente tem percebido é que os EUA, por meio do Departamento de Justiça e da agência equivalente ao Ibama, têm tido uma interação muito grande. A grande mensagem é: os EUA têm feito essa interlocução conosco", disse Galiano.

Chefe da operação Arquimedes desde 2017,ele observou que o manejo sustentável de madeira tem sido usado como pano de fundo para operações ilegais na Amazônia. "Temos percebido desmatamento significativo, sem critérios e sem retornos para o Brasil. Uma grande usurpação do território nacional", constatou.

A polêmica veio à tona anteontem, quando o presidente Jair Bolsonaro disse que revelará "nos próximos dias" a lista dos países que compram madeira ilegal da Amazônia. Em discurso na cúpula do Brics, ele disse ver "injustificáveis ataques" sofridos pelo Brasil nessa área. E pretende mostrar que "alguns que muitos nos criticam em parte têm responsabilidade nessa questão".

FICHA TÉCNICA

Ipê-peroba

 

Bioma: Mata Atlântica

Classificação: Em perigo

Nomes comuns: Ipê-claro, ipê-peroba, ipê-rajado, peroba-branca e perobinha.

Características: Árvore de grande porte, podendo chegar a 40 metros de altura. Madeira de ótima qualidade, é hoje um dos principais alvos dos madeireiros na região norte de Rondônia.

Mogno

Bioma: Amazônia

Classificação: Vulnerável

Nomes comuns: Acaju, aguano, araputanga, caoba, cedro-aguano, cedro-mogno e cedrorana.

Características: Sua cor varia do marrom avermelhado ao vermelho. O mogno é muito procurado para marcenaria e mobília.

Jacarandá-da-Bahia

Bioma: Mata Atlântica

Classificação: Vulnerável

Nomes comuns: Caviúna, graúna, jacarandá-cabiúna e pau-preto.

Características: Uma das mais valorizadas madeiras brasileiras. É utilizada na marcenaria, para produzir instrumentos de corda e na fabricação de pianos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Chamadas de "câncer" pelo presidente Jair Bolsonaro, as organizações socioambientais foram as instituições que recorreram à Justiça para tentar derrubar uma decisão do governo que, na prática, fragilizou o controle da exportação de madeira no País, favorecendo a saída de material ilegal do Brasil.

Em junho deste ano, o Instituto Socioambiental (ISA), a Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa) e o Greenpeace Brasil entraram com uma ação na 7ª Vara ambiental e agrária da seção judiciária do Amazonas, para pedir a anulação imediata de uma decisão do Ibama, que acaba com a autorização de exportação que era emitida pelo órgão.

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A Ação Civil Pública pedia, em síntese, a nulidade de um despacho do Ibama que, na prática, conforme afirmam as ONGs, "liberou a exportação de madeira nativa sem fiscalização a pedido de madeireiras". A ação requer ainda que a União deixasse de emitir qualquer outro ato normativo que comprometesse a legislação já existente de controle fiscalizatório da exportação de madeiras nativas no País.

Segundo as ONGs, o objetivo era "evitar o flagrante desrespeito à legislação protetiva do meio ambiente, especialmente a que disciplina os procedimentos de fiscalização e controle da exportação de madeira nativa, afetando com vigor especial a Amazônia, patrimônio nacional e bioma essencial para a garantia do núcleo essencial do direito da coletividade ao meio ambiente ecologicamente equilibrado".

A Justiça indeferiu a liminar na primeira instância. As ONGs, então, entraram com um recurso no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que ainda aguarda apreciação.

Como mostra reportagem do Estadão, em março deste ano, o Ibama acabou com as inspeções que eram feitas nos portos do País. Por meio de um "despacho interpretavo", o Ibama suspendeu os efeitos de uma instrução normativa (15/2011) do próprio órgão. Com a decisão, os produtos florestais passaram a ser apenas acompanhados de um documento de origem florestal (DOF). Esse DOF de exportação, que existe desde 2006, serve, na prática, apenas para que a madeira seja levada até o porto, enquanto a instrução normativa previa autorização para a exportação em si.

Uma análise técnica do próprio Ibama aponta que o Código Florestal distingue a licença de transporte e armazenamento (DOF) da autorização de exportação. A instrução previa, por exemplo, inspeções por amostragem e outros controles para a exportação que o DOF não exige. Os madeireiros, no entanto, defenderam que a exigência daquela autorização específica teria "caducado", porque teria sido revogada pela existência de outro recurso, o Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sina?or), que começou a ser implantado em 2014.

O presidente do Ibama entendeu que o argumento fazia sentido e que nem seria preciso revogar a instrução normativa de 2011, porque o próprio Sinaflor teria alterado as regras, "sendo su?ciente para exportar o DOF exportação ou a Guia Florestal expedida pelos Estados-membros". Na prática, uma guia de transporte estadual passou a valer no lugar de uma autorização de exportação do Ibama.

Ilegalidade interna

A maior parte da madeira que sai do Brasil rumo ao Exterior, para virar móveis e assoalhos de casas, chega ao destino final com papeis que, a rigor, comprovariam a sua legalidade. Isso acontece porque toda a parte ilegal do comércio dessa madeira ocorre internamente. São muitos os casos em que Secretarias do Meio Ambiente dos Estados "esquentam" papeis para dar um respaldo legal de madeira que, na realidade, foi extraída de forma irregular, ou seja, de áreas protegidas, onde a madeira não poderia ser "manejada".

Durante sua participação virtual na cúpula do Brics, o presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer, nesta terça-feira (17), que revelará "nos próximos dias" os países que compram madeira ilegal da Amazônia. Bolsonaro afirmou que o País sofre com "injustificáveis ataques" em relação à região amazônica e ressaltou que algumas nações que criticam o Brasil também importam madeira brasileira ilegalmente da Amazônia.

"A Polícia Federal desenvolveu agora a utilização de isótopo estável, tipo DNA, para permitir a localização da origem da madeira apreendida e exportada. Revelaremos nos próximos dias os nomes dos países que importam essa madeira ilegal nossa através da imensidão que é a região amazônia", declarou,

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"Porque daí sim estaremos mostrando que estes países, alguns deles que muitos nos criticam, em parte têm responsabilidade nessa questão", emendou. Na semana passada, o presidente já havia falado sobre o assunto em conversa com apoiadores e durante transmissões ao vivo em redes sociais.

O aviso sobre apresentação de nomes de países envolvidos na importação de madeira da região amazônica chegou a ser feito mais de uma vez hoje por conta de uma falha técnica na transmissão. Pela primeira vez, a cúpula do Brics se reúne de forma virtual. Ao retomar sua fala, o presidente fez ainda comentário em tom irônico: "Com toda a certeza foi só uma coincidência. Quando falei da madeira da Amazônia o sinal cai... claro que foi só uma coincidência", disse.

Antes de ser interrompido pela falha técnica na transmissão, Bolsonaro destacou ainda que o Brics está em "perfeita sintonia" e citou a busca por uma vacina contra a Covid-19. "De tudo que foi tratado até aqui estamos em perfeita sintonia e comprometidos (...) na busca por uma vacina segura e eficaz contra o covid-19. O Brasil também trabalha para uma vacina própria."

Diante das mudanças que apontam para um mercado da moda cada vez mais sustentável, as grifes estão de olho em matérias-primas menos poluentes e tinturas naturais, que ajudam a criar um vestuário atento às necessidades ecológicas. "Um ponto decisivo das peças de roupa é, sem dúvida, a cor escolhida para o produto final. Pode ser um jeans Levi's azul, uma camiseta branca ou um vestido tubinho vermelho; cada um passa por um longo processo de tingimento que, atualmente, dispõe de muitas alternativas de finalização", explica a personal stylist Erika Ometto.

Esses processos de tingimento podem ser feitos a partir do uso de frutos, flores e outros tipos de alimentos. Grandes empresas ou marcas que integram o conceito de slow fashion tem buscado pela coloração feita com matéria-prima naturalNo mundo, por ano, a indústria têxtil usa entre seis a nove trilhões de litros de água apenas para tingir tecidos, segundo pesquisa da Vogue Brasil, realizada em 2018. "Em um momento em que os continentes estão enfrentando questões de escassez de água, novas formas de projetar um futuro mais consciente, ecológico e sustentável deixa de ser tendência e vira necessidade", afirma Ometto.

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Materiais usados e recortes também entram no vestuário e dão espaço para o reuso de matérias-primas, como a madeira, rede e palha em confecções. "Falar de moda sustentável é garantir que todo o seu processo seja humanizado, responsável e consciente. Garantir o acesso de seus funcionários às necessidades básicas e assegurar que seus métodos sejam os menos nocivos possíveis é apenas o início de um longo caminho a ser traçado", comenta a personal stylist.

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Grifes como Balmain, Stella McCartney e a brasileira Sou de Algodão são quase pioneiras em introduzir e intensificar suas relações com uma moda com propósito. Por meio de cores que fogem de estilo baseado em tons extremamente artificiais, como o rosa millenial, cores sóbrias como o areia, verde, lilás e amarelo, que facilmente podem ser extraídos de produtos naturais, surgem e dominam as mais recentes semanas de moda.

Entre as grifes renomadas que praticam esse olhar sustentável está a francesa Jacquemus. O dono e estilista da marca, Simon Jacquemus, 28 anos, nasceu em Mallemort, um vilarejo com pouco mais de seis mil habitantes no sudeste da França, que serve de inspiração para as coleções da maison. "Minha marca não tem a ver com sair à noite ou clubbing. Tem mais a ver com frutas, legumes e rolar na grama", definiu Jacquemus, em entrevista a revista Dazed.

A grife francesa segue a estética cottagecore, que tem apego pelo simples, pelo rural e pelo artesanato, e que foi impulsionada pelo êxodo urbano provocado pela pandemia do coronavírus. "Jacquemus é o nome mais interessante que temos hoje na moda mundial. Ele [Simon] é o que melhor define os rumos da indústria, com caminhos que se preocupam com o futuro de um ecossistema que sofre suas mazelas por indústrias poluentes, como a moda", comenta a estilista e especialista em tendências e desenvolvimento de coleção Fer Faustino.

 

A relação entre o presidente Jair Bolsonaro e o vice Hamilton Mourão vive mais um desgaste. Após a divulgação de um documento do Conselho Nacional da Amazônia Legal, comandado por Mourão, para expropriar propriedades com registros de queimadas e desmatamentos ilegais, nesta quinta-feira (12), Bolsonaro deu uma bronca pública no general e chegou a chamar de "delírio" a proposta, revelada pelo Estadão. "Eu me penitencio", afirmou o vice, logo após o pito.

Bolsonaro está incomodado com o comportamento de Mourão, que voltou a dar declarações diárias à imprensa. A avaliação no Palácio do Planalto é a de que o vice está usando o cargo e o conselho para se projetar na disputa eleitoral de 2022. Os relatos sobre as desconfianças foram feitos ao Estadão por quatro auxiliares do presidente.

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A aliados, Bolsonaro já deu sinais de que não pretende ter o general como vice na disputa pela reeleição. Para interlocutores da Presidência, Mourão passou a se posicionar quando percebeu que ficaria fora da chapa. O vice já admitiu que pode se candidatar a senador.

O mal-estar aumentou após o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro citar o general como uma opção de candidatura de centro nas próximas eleições ao Planalto. A declaração, ao jornal O Globo", foi vista por integrantes do governo como uma evidência de que o vice e o ex-ministro continuam se falando. Mourão disse, por meio de sua assessoria, que isso não tem sentido e que, portanto, não iria se manifestar. Moro também não quis falar sobre o assunto.

A medida classificada por Bolsonaro como "delírio" consta de documento do Conselho da Amazônia. "Mais uma mentira do Estadão ou delírio de alguém do governo. Para mim a propriedade privada é sagrada. O Brasil não é um país socialista/comunista", escreveu o presidente nas redes sociais.

Pouco depois, em conversa com apoiadores, Bolsonaro negou a proposta e disse que "ou é mais uma mentira ou alguém deslumbrado do governo resolveu plantar essa notícia aí". "Não existe nenhuma hipótese nesse sentido. E, se alguém levantar isso aí, eu simplesmente demito do governo. A não ser que essa pessoa seja indemissível", afirmou o presidente.

No início da tarde desta quinta, após a reprimenda, Mourão disse que o documento era apenas um estudo. "Se eu fosse o presidente, também estaria extremamente irritado, porque isso é um estudo, é um trabalho que tem que ser ainda finalizado e só depois poderia ser submetido à decisão dele", disse o vice. "Eu me penitencio por não ter colocado grau de sigilo nesse documento porque, se eu tivesse colocado grau de sigilo, a pessoa que vazou o documento estaria incorrendo em crime previsto na nossa legislação."

Mourão afirmou que "alguém mal-intencionado pegou e entregou o documento completo para um órgão de imprensa". O vice observou, ainda, que ali havia ideias para planejamento estratégico.

Divergências

Na segunda-feira (9), Bolsonaro já tinha dado sinais de seu incômodo e desautorizou Mourão, ao afirmar que não conversa com ele sobre Estados Unidos nem sobre qualquer outro assunto. O vice havia dito que, "na hora certa", o presidente falaria sobre o resultado das eleições americanas.

Embora encerre suas declarações dizendo que a palavra final é do presidente, Mourão costuma expor opiniões divergentes de Bolsonaro. O vice, por exemplo, se coloca a favor da tecnologia 5G da chinesa Huawei. O general também confrontou Bolsonaro ao dizer que o governo brasileiro vai comprar a vacina produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

O vice-presidente Hamilton Mourão voltou a defender nesta quarta-feira, 11, o projeto que permite a exploração mineral em terras indígenas, enviado pelo governo ao Congresso, em fevereiro. Em entrevista à rádio Folha FM, de Roraima, o vice-presidente afirmou que o texto está "adormecido nas gavetas", mas precisa avançar, pois há uma previsão na Constituição sobre o assunto.

"A nossa Constituição prevê a exploração mineral em terra indígena desde que regulamentada pelo Congresso, tem que haver uma lei específica para isso. Praticamente todos os governos de lá para cá apresentaram um projeto de lei neste sentido", disse.

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"Temos que avançar isso, não podemos continuar tapando o sol com a peneira, porque uma vez que se discipline essa atividade, que se faça a concessão da lavra, essa será executada dentro da regulação ambiental da nossa legislação e como consequência não haverá dano ao meio ambiente", declarou.

Com a regularização, Mourão defendeu que impostos seriam devidamente pagos nas esferas municipais, estadual e federal, assim como os royalties para os índios. "A população indígena terá seus royalties e, consequentemente, sua renda para viver com dignidade e não precisar receber recursos do governo."

Queimadas

O vice-presidente voltou ainda a minimizar as queimadas na Amazônia. Ele disse que se tratam de "focos de calor, que nem sempre se traduzem em uma queimada". Mourão destacou que "o problema existe, mas não nas dimensões catastróficas que é colocado".

Apesar da fala de Mourão, dados do próprio governo, divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicaram que o número de focos de incêndios na região da Amazônia entre janeiro e outubro já supera o total de 2019.

Sobre o combate às queimadas e desmatamento ilegal, o vice-presidente disse que é preciso combater as causas e não só os efeitos dessas ações. Mourão preside o Conselho da Amazônia, que estuda ações para a região. Nesta semana, o Estadão mostrou que o governo estuda o controle de 100% das organizações não governamentais (ONGs) em atividade na Amazônia, por meio de um novo marco legal.

"Se ficar combatendo os efeitos, nós nunca vamos vencer essa luta. Temos que combater causas, que estão muito ligadas ao comércio ilegal de madeira, de minério e obviamente as invasões de terras da União, aquelas públicas, e aí entra a atividade dos chamados grileiros", disse.

Mourão comentou ainda que "Roraima é uma porta de entrada para o País" e que o governo está "atento" para um novo movimento de imigrantes venezuelanos, uma vez que a fronteira seja reaberta com a chegada de uma vacina eficiente contra a covid-19.

O vice-presidente Hamilton Mourão disse, nesta quarta-feira (11), que a fala do presidente Jair Bolsonaro sobre usar "pólvora" para proteger a Amazônia é uma referência a um "aforismo antigo". Mourão evitou entrar em mais detalhes sobre o discurso de ontem do presidente. Ele avaliou, contudo, que a fala de Bolsonaro não deve causar consequências às relações com os Estados Unidos.

"Acho que ele se referiu a um aforismo antigo que diz que quando acaba a diplomacia entram os canhões, foi isso que ele se referiu", afirmou Mourão na chegada à Vice-Presidência no Palácio do Planalto. Ontem, em evento no Planalto, Bolsonaro afirmou que, "quando acaba a saliva tem que ter pólvora", ao citar possíveis sanções econômicas dos Estados Unidos ao Brasil caso o desmatamento na Amazônia não seja controlado.

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"Assistimos há pouco a um grande candidato à chefia de Estado dizendo que, se eu não apagar o fogo da Amazônia, ele vai levantar barreiras comerciais contra o Brasil. E como é que podemos fazer frente a tudo isso? Apenas pela diplomacia não dá", disse ainda Bolsonaro nesta terça, sem citar o nome de Joe Biden, declarado eleito pelo imprensa norte-americana como o novo presidente do país.

O governo brasileiro é um dos poucos países que ainda não se pronunciou sobre a vitória do democrata nas eleições americanas. Aliado de Donald Trump, Bolsonaro aguarda o fim das ações judiciais movidas pelo atual presidente americano, que ainda não admitiu derrota.

Questionado se a fala de Bolsonaro poderia trazer consequências para a relação diplomática com os EUA, uma vez que o Brasil ainda não reconheceu a vitória de Biden, o vice-presidente minimizou o ocorrido e pediu calma. "Não causa nada. Isso aí tudo é figura de retórica, vamos aguardar, dê tempo ao tempo", disse Mourão.

Mourão x Bolsonaro

O vice-presidente também pôs panos quentes na relação com Bolsonaro e negou que não estejam conversando. "Eu falei com o presidente na segunda-feira, pô. Vocês não viram na cerimônia que estávamos os dois lado a lado conversando?", perguntou aos jornalistas hoje. Na segunda-feira (9), os dois estiveram juntos em evento no Planalto relacionado ao Programa Pátria Voluntária.

Na conversa com a imprensa nesta quarta, Mourão citou ainda que tem uma relação "ética e de lealdade" com o chefe do Executivo. O distanciamento entre o vice-presidente e Bolsonaro foi exposto, contudo, pelo próprio mandatário. Na segunda-feira à noite, Bolsonaro disse em entrevista à emissora CNN Brasil que não estava falando com Mourão sobre "qualquer assunto".

O chefe do Planalto deu a declaração ao comentar fala de Mourão, que afirmou que "na hora certa" o Brasil iria cumprimentar o novo eleito para presidente nos Estados Unidos. "O que ele (Hamilton Mourão) falou sobre os Estados Unidos é opinião dele. Eu nunca conversei com o Mourão sobre assuntos dos Estados Unidos, como não tenho falado sobre qualquer outro assunto com ele", disse Bolsonaro à CNN.

Sobre a fala, Mourão adotou ontem uma postura pacificadora e se limitou a comentar que a sua visão é que o Bolsonaro está "aguardando" para se pronunciar sobre o resultados das eleições nos EUA.

Diante da ameaça do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, de que o Brasil sofrerá consequências econômicas caso não haja uma atuação mais firme para combater o desmatamento e as queimadas na Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro reagiu e disse que uma solução "apenas pela diplomacia não dá" nessa situação. "Depois que acabar a saliva tem que ter pólvora. Não precisa nem usar a pólvora, mas tem que saber que tem", afirmou Bolsonaro, nesta terça-feira, 10.

Biden citou a possibilidade de consequências econômicas ao Brasil por causa da política ambiental na Amazônia ainda durante a campanha, em debate com o presidente Donald Trump. No último sábado, 7, Biden foi declarado vencedor das eleições, derrotando o atual presidente americano, de quem Bolsonaro é aliado. O presidente eleito dos EUA tem recebido cumprimentos de diversos chefes de Estado, mas ainda não teve a vitória reconhecida pelo brasileiro.

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"Assistimos há pouco um grande candidato a chefia de Estado dizendo que, se eu não apagar o fogo da Amazônia, ele vai levantar barreiras comerciais contra o Brasil", afirmou Bolsonaro durante evento para lançar a retomada do turismo no País. "Apenas pela diplomacia não dá", emendou ele, lançando a "pólvora" na relação entre os dois países.

Como mostrou o Estadão ontem, o presidente não dá sinais de que mudará de opinião sobre reconhecer a vitória de Biden e continuará aguardando o fim das ações judiciais movidas pelo presidente Trump, que se recusa a admitir a derrota.

A pressão para o presidente se manifestar aumentou principalmente após autoridades mundiais, incluindo de extrema direita, cumprimentarem Biden pela vitória. Ministros evitam responder sobre a questão e alegam que esta decisão caberá somente ao chefe do Executivo.

A preservação ambiental não é o único ponto de discórdia entre Bolsonaro e o presidente eleito dos EUA. Biden adotou, como primeira medida, a criação de um comitê para o combate da covid-19, cujos índices de contaminação voltaram a subir no país. O democrata também fez um apelo para que a população use máscara, proteção recomendada por especialistas para evitar a transmissão da doença.

Bolsonaro, por sua vez, voltou a dizer que a pandemia está sendo "superdimensionada". "Aqui começam a amedrontar o povo brasileiro com segunda onda. Tem que enfrentar (segunda onda), é a vida", afirmou ele.

As prateleiras da rede supermercadista vão receber uma novidade sustentável nos próximos dias. A parceria da paulista Companhia de Bebidas Poty com a sueca Tetra Pak vai substituir os vasilhames de plástico e lançar a água mineral A9, envasada em caixas produzidas a partir de materiais recicláveis.

O líquido na embalagem conhecida como "longa vida" é uma opção ao consumo demasiado de plástico. O novo modelo de envase é produzido com seis camadas originadas por meio de materiais renováveis. Já a A9, é uma água natural, alcalina (pH de 9,38) e composta por sais minerais que são primordiais para hidratação e funcionamento do organismo. Após o uso, o vasilhame pode ser reciclado e se transformar em insumos para a produção de cadernos, telhas, poltronas, bolsas, entre outros. As caixinhas de 500 ml da A9 chegam aos varejistas de São Paulo até o fim de novembro.

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De acordo com uma pesquisa da Tetra Pak, em parceria com o jornal científico Environment Research, em 2019, cerca de 93% dos brasileiros consideravam embalagens sustentáveis e cuidados com o meio ambiente fatores decisivos no ato da compra de um produto.

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