Tópicos | tarifas

Um protesto contra o aumento das tarifas do transporte público em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, nesta quarta-feira à noite, causou a interdição da ponte que liga a cidade ao Rio e vários confrontos entre manifestantes e policiais, que usaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o grupo. O anúncio da redução da tarifa, de R$ 2,95 para R$ 2,75, feito pela Prefeitura de Niterói enquanto o protesto acontecia, não impediu que a confusão continuasse e até aumentasse. Às 20h30 desta quarta os confrontos continuavam, mas alguns acessos à ponte estavam sendo liberados.

A ponte foi interditada pela concessionária quando alguns manifestantes se dirigiam para lá. A Tropa de Choque foi acionada para impedir que os ativistas ocupassem a ponte. Sacos de lixo foram incendiados e a PM usou bombas de gás lacrimogêneo.

##RECOMENDA##

A manifestação reuniu 7.5 mil pessoas, segundo a PM, ou 50 mil, conforme os organizadores. Às 17 horas o grupo partiu da praça Araribóia, ponto de partida e chegada das barcas que navegam até o Rio. Os manifestantes pretendiam seguir até a prefeitura, mas o quarteirão onde fica o prédio foi totalmente isolado pela PM. Por isso, o destino passou a ser a Câmara Municipal.

A estudante universitária Yule Mansur, de 22 anos, criticou o bloqueio feito pela polícia e chegou a abordar um dos policiais: "Na Alemanha, policiais foram expulsos de suas casas pela crise econômica e se uniram aos protestos. É possível uma união cidadão-policial", disse ao PM.

Moradores e funcionários de escritórios de prédios situados no centro apoiaram o ato, lançando papel picado e balançando bandeiras pelas janelas, enquanto os manifestantes passavam. No início do trajeto houve um princípio de confusão entre militantes do PSTU e manifestantes. Uma líder estudantil ligada ao partido foi vaiada enquanto discursava, e sua fala foi ofuscada pelos gritos de "sem partido" da multidão. Quando um manifestante tentou abaixar uma faixa do PSTU, um militante reagiu: "Quem reprime é a polícia".

Além dos gritos de "sem partido", o outro mais ouvido durante a passeata foi "sem violência". Os políticos mais criticados durante a caminhada foram o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB) e o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PT).

Quando um militante anunciou, de cima de um carro de som, que o aumento da tarifa havia sido revogado, a multidão reagiu aos gritos: "Não acabou, nossa luta é todo dia / saúde, educação e moradia".

O prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), anunciou na noite desta quarta-feira que vai reduzir ainda mais a tarifa na cidade e antecipar o corte para segunda-feira, 24. A passagem vai para R$ 3,00, seguindo a redução anunciada horas antes pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e pelo governador, Geraldo Alckmin (PSDB).

Em Campinas, a prefeitura já havia decidido reduzir, a partir de 1º julho, as passagens de R$ 3,30 para R$ 3,20. O aumento havia sido concedido em dezembro de 2012. Os R$ 0,10 iniciais foram tirados considerando a desoneração dada pelo governo federal para as empresas do setor do PIS e do Cofins.

##RECOMENDA##

"Diante do momento que passa o País e ouvindo o clamor popular, Campinas não poderia ignorar esse momento e decidi tomar essa medida", disse Jonas, ao reduzir pela segunda vez em menos de uma semana o preço do ônibus.

Jonas anunciou que pediu um estudo para seu secretariado para avaliar de onde vai retirar recursos para compensar as empresas do setor, por mais esse corte de R$ 0,20. O aumento do subsídio pago às empresas, hoje de R$ 36 milhões anuais, é uma das possibilidades. O prefeito lembrou que, em Campinas, o valor repassado pelo município para o setor é inferior ao de São Paulo.

Em algumas cidades, como em Araraquara, a prefeitura enviou um projeto para a Câmara de Vereadores propondo redução do ISS para as empresas, para baixar a tarifa de R$ 2,90 para R$ 2,80.

O anúncio foi feito pelo prefeito de Campinas às vésperas dele enfrentar seu primeiro grande protesto do Movimento Passe Livre, marcado para esta quinta-feira, 20, às 17h, com saída do Largo do Rosário. Mais de 60 mil pessoas confirmaram presença via rede social.

A redução nas tarifas de transporte público anunciadas nas principais capitais e Estados do País puxará para baixo a inflação em junho e julho. "Esses serviços têm peso substancial e influenciam muito a inflação no curto prazo", explicou o economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas. As tarifas de transporte urbano em São Paulo e Rio de Janeiro têm o maior peso no cálculo geral da inflação.

Cada ponto porcentual de aumento nas tarifas de ônibus, metrô e trens corresponde a 0,03 ponto porcentual de aumento na inflação. Isso significa que um aumento de cerca de 7%, como o que ocorreu no Rio e São Paulo, corresponderia sozinho a 0,21 ponto porcentual a mais na inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA).

##RECOMENDA##

Braz ressalta que, para a população de baixa renda, o impacto do aumento das tarifas de transportes é ainda maior. Cada ponto porcentual de reajuste representa 0,06 ponto porcentual a mais na inflação para quem ganha até 2,5 salários mínimos e que compromete em torno de 6% de seu orçamento com o custeio de transporte.

Foram 19 dias de preços reajustados (desde 1º de junho) e, por isso, o impacto da redução este mês será relativizado. "Mas a inflação caminhará, em julho, para uma desaceleração", diz Braz. Quando se comparar o preço de julho com o de junho, será menor. Por isso o índice de julho já vem mais baixo com uma contribuição boa de transporte por conta da anulação do reajuste.

Algumas cidades podem fazer a tarifa ficar ainda mais barata por causa de isenção de impostos. Ele explica, porém, que este impacto não será suficiente para reduzir muito as previsões inflacionárias para o ano.

"Alivia um pouco, um ajuste fino, mas ninguém deve mudar muito a projeção para o ano. A taxa de inflação deve fechar 2013 bem próximo ao teto da meta fixada pelo governo (6,5%), em torno de 5,9% ou 6%. Com certeza ficará acima do registrado no ano passado (5,8%)", disse o economista.

A menos que haja ainda espaço para uma queda maior das tarifas, por algum tipo de política fiscal, com a utilização, por exemplo, de PIS/Cofins, a queda na inflação pode ser mais significativa.

Quem paga

Sobre a vitória do movimento popular, que em uma semana de manifestações conseguiu retomar o preço das passagens, Braz chama a atenção para o acompanhamento das consequências dessa medida. "Ou há espaço para que isso (a redução de tarifas) aconteça, ou vamos descobrir depois quem está pagando por essa redução. Se não houver espaço para isso e o governo estiver financiando, é mais gasto público que estaremos absorvendo. Caso contrário, não precisaria mesmo ter ocorrido o reajuste. Se havia gordura no preço ou não, só o tempo vai responder."

O prefeito de Sorocaba, Antonio Carlos Pannunzio (PSDB), assinou decreto no início da noite desta quarta-feira revogando o aumento na tarifa de ônibus, concedido há uma semana. Com isso, o passe social, mais usado pela população, que tinha subido para R$ 3,15, volta a custar R$ 2,95. Pannunzio, que após os três protestos já realizados na cidade tinha descartado a redução, disse que a medida foi motivada pela decisão da presidente Dilma Rousseff de desonerar os custos do transporte coletivo. "Acompanhamos também a redução das tarifas do transporte público em São Paulo, anunciadas pelo governador Geraldo Alckmin e pelo prefeito Fernando Haddad."

Segundo ele, as manifestações de descontentamento também foram levadas em conta. "Percebemos um grande clamor dos jovens, não só nessa questão da tarifa, mas também pela moralização do país, clamor, aliás, mais do que válido." Apesar da decisão, a manifestação de protesto programada para esta quinta-feira na cidade está mantida.

##RECOMENDA##

Em Itu, cidade da região, o prefeito Antonio Luiz Carvalho Gomes (PSD) decidiu cancelar o aumento que elevaria, na segunda-feira, 24, a tarifa de ônibus de R$ 3 para R$ 3,20.

A Prefeitura de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, anunciou na noite desta quarta-feira (19) que a tarifa dos ônibus municipais será reduzida de R$ 2,95 para R$ 2,75. O aumento havia ocorrido neste mês. A data em que a nova tarifa passará a vigorar ainda não foi anunciada.

Na noite desta quarta-feira, cerca de oito mil pessoas participam de um protesto em Niterói, convocado exatamente para exigir o cancelamento do reajuste das tarifas.

##RECOMENDA##

Além da revogação do aumento das passagens de ônibus da capital paulista, do metrô e dos trens, que voltarão a custar R$ 3,00, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad revogaram o reajuste da tarifa de integração entre os modais, de R$ 5 para R$ 4,65. Segundo o prefeito, o retorno ao preço original será na próxima segunda-feira, 24, pois é preciso ajustar as máquinas leitoras.

Alckmin afirmou que a decisão foi tomada de forma conjunta e é fruto de um "esforço importante". "É um sacrifício grande, vamos ter que sacrificar investimentos. O Tesouro paulista vai arcar", disse, referindo-se ao valor de trens e metrô, que são de responsabilidade do governo estadual.

##RECOMENDA##

Já Haddad repetiu as palavras do governador, disse que "não há como fazer redução de tarifas sem comprometer investimentos" e avaliou que a realocação do orçamento será discutida com a população nas subprefeituras.

Haddad lembrou ainda que os reajustes ocorreram com a medida provisória do governo federal que desonerou de PIS/Cofins o transporte publico, o que "foi ruim para o debate" e causou confusão, pois sinalizaria uma redução no preço das tarifas.

Sem citar explicitamente os protestos que aconteceram na capital paulista, Alckmin afirmou que o governo tem compromisso com a tranquilidade da cidade.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), anunciou às 18h15 desta quarta-feira que a tarifa dos ônibus municipais da capital fluminense voltará a custar 2,75 reais. A tarifa havia aumentado para 2,95 reais no dia 1.º, o que ocasionou protestos como o da segunda-feira, 17, quando cem mil manifestantes se reuniram na Avenida Rio Branco, no centro.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB) anunciaram nesta quarta-feira a redução da tarifa de ônibus, metrô e Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O anúncio foi feito no Palácio dos Bandeirantes. Com a decisão, o valor das tarifas, atualmente em 3,20 reais, volta a custar 3 reais.

A decisão foi tomada depois de uma sequência de manifestações contra o aumento das passagem de ônibus na capital paulista e também no restante do Estado. O último deles, ocorrido nesta terça-feira, 17, foi marcado por atos de vandalismo, lojas saqueadas e a depredação da Prefeitura e de outros prédios do centro da capital. Após início pacífico do ato, um pequeno grupo atacou a sede da administração municipal e as lojas da Rua Direita. Na manhã desta quarta, lojistas e garis dividiram a tarefa de limpar os vestígios da depredação.

##RECOMENDA##

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciarão a redução da tarifa de ônibus, metrô e Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O anúncio será feito nesta quarta-feira, no Palácio dos Bandeirantes. Com a decisão, o valor das tarifas, atualmente em 3,20 voltará a 3 reais.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira (19) que "a parte mais salgada da conta já foi reduzida", em referência aos principais tributos ligados ao setor de transportes. De acordo com Mantega, medidas como a desoneração da folha de pagamentos e a redução da conta de luz propiciam a diminuição de custos do setor. "O governo federal fez a desoneração e cabe aos entes federados discutir com setor de transportes. Eles têm suas planilhas de custos", disse. "Não vou entrar em discussão de tarifa, isso é questão dos governos estaduais e municipais", afirmou.

Ele disse ainda não saber se esses incentivos "entraram na conta" dos governos dos Estados e prefeituras, mas disse que havia falado sobre o assunto com os prefeitos. "Desde o ano passado, eu já avisava os prefeitos que levassem em conta que a partir de janeiro haveria desoneração da folha de pagamentos. Tinha avisado também que seria feita desoneração de PIS (Programa de Integração Social)/Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) sobre tarifas", declarou. "É um conjunto de fatores que torna custo da cadeia de transportes menor. Isso tem de ser negociado com prefeitos e governadores. Cabe a eles discutir", acredita.

##RECOMENDA##

O contestado reajuste nas passagens de ônibus, metrô e trens já trouxe importante impacto para o bolso do paulistano, conforme levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) por meio do Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Na pesquisa do instituto referente à segunda quadrissemana do mês (últimos 30 dias terminados em 15 de junho), a soma de todos os impactos de alta relacionados ao aumento no transporte coletivo representou 0,15 ponto porcentual, ou 83,33%, de toda a inflação do período, de 0,18%. "São cinco sextos do total", disse o coordenador do IPC, Rafael Costa Lima.

Isto significa que, se os reajustes nas tarifas não tivessem acontecido, o IPC da segunda medição de junho seria de apenas 0,03%, taxa bem próxima da estabilidade.

##RECOMENDA##

No levantamento da Fipe, o item ônibus subiu 3,07% e liderou o ranking de pressões de alta do IPC. Respondeu sozinho por 0,10 ponto porcentual (56,85%) de toda a inflação.

O item metrô mostrou elevação de 3,04% na segunda quadrissemana de junho, mas, como ainda tem um peso menor que o ônibus na metodologia da Fipe, respondeu por apenas 0,01 ponto porcentual do IPC. Quanto ao trem, que conta com uma representação ainda inferior no índice, o item mostrou variação idêntica à do metrô, mas gerou impacto inferior a 0,01 ponto porcentual na inflação.

Além das pressões específicas do ônibus, do metrô e do trem, a Fipe calcula a contribuição que o bilhete de integração costuma gerar ao gasto do consumidor. Na pesquisa da segunda quadrissemana de junho, o item integração avançou 3,43% e respondeu sozinho por 0,04 ponto porcentual de toda a inflação de 0,18% da capital paulista.

Para o coordenador do IPC-Fipe, os reajustes nas tarifas de transporte público só não estão gerando pressão maior no IPC porque os preços dos combustíveis estão em forte queda no município, favorecidos pela safra da cana-de-açúcar. Na segunda quadrissemana de junho, o valor médio do etanol caiu 8,59% e o da gasolina, 1,65%. Juntos, eles geraram alívio de 0,09 ponto porcentual para a inflação paulistana.

Um grupo de manifestantes no Rio reeditou, no fim da manifestação desta segunda-feira, tumulto semelhante ao da semana passada, ao tentar invadir o prédio da Assembleia Legislativa. A quantidade de manifestantes muito maior do que o número de policiais militares obrigou os PMs a se refugiarem no prédio, de onde atiraram bombas de efeito moral e gás de pimenta para o lado de fora. Um policial chegou a ser espancado e foi carregado desmaiado pelos colegas. Um grupo virou uma viatura policial. A passeata já havia acabado quando o grupo de deslocou da Cinelândia em direção à Alerj. Muitos pareciam dispostos a iniciar o tumulto. Alguns carregavam pedras nos bolsos e outros acenderam morteiros.

Na lateral da Assembleia Legislativa do estado, um carro foi virado e incendiado. O cenário é de desordem.

##RECOMENDA##

O centro do Rio foi palco, nesta segunda-feira, da maior passeata da série de protestos contra o aumento no preço das passagens de ônibus ocorrida na cidade. Cerca de 20 mil pessoas participaram. Tudo ia bem até perto das 20 horas, quando um pequeno grupo subiu as escadarias da Assembleia Legislativa do Rio para tentar invadir o prédio. Eles estavam em quantidade 133 vezes maior do que a de policiais militares (eram 150, segundo dado oficial da corporação), que se refugiaram dentro da Assembleia e jogaram gás de pimenta e bombas de efeito moral de dentro do edifício para fora.

Boa parte dos manifestantes estava de branco. Eles ocuparam toda a extensão da Avenida Rio Branco, uma das principais da região, para gritar também por outras causas: eles são contrários ao uso de dinheiro público nas obras preparatórias para a Copa do Mundo de 2014 e reclamam da má qualidade dos serviços públicos.

##RECOMENDA##

Embora a dispersão estivesse prevista para a Cinelândia, os manifestantes que seguiam à frente decidiram ir até a Assembleia Legislativa, como aconteceu na última quinta-feira, quando o prédio foi pichado. A concentração começou às 17 horas e, até as 19h30, não havia ocorrido confronto com a Polícia Militar, que até então apenas acompanhava os manifestantes.

Uma pequena parte dos manifestantes, em sua maioria jovens estudantes, levava flores, demonstrando que o ato tinha, de modo geral, motivação pacífica. Eles tiveram respaldo de profissionais que se prontificaram a ajudar em caso de arbitrariedades policiais: 60 advogados se colocaram à disposição para agir em caso de prisões ilegais ("mas não de depredações", ressalvaram) e 20 estudantes de medicina de jaleco branco se ofereciam para atender possíveis feridos. Até as 19 horas não havia registro de incidentes.

Os dizeres "Revolto-me, logo existo", "Verás que o filho teu não foge à luta" e "Somos filhos da revolução" estamparam cartazes. Os manifestantes que estavam com bandeiras de partidos políticos (PCB, PSol, PSTU) foram criticados - preferia-se a bandeira do Brasil. Ainda na concentração, enquanto um dos líderes do movimento discursava fazendo críticas à presidente Dilma Rousseff pela parceria com os governos do estado e município do Rio, o cineasta Daniel Zarvos, de 39 anos, tentou se apossar do microfone gritando palavras de apoio a ela.

Centenas de jovens se concentram diante do prédio da prefeitura de Porto Alegre para mais uma manifestação pela redução do valor das tarifas do transporte urbano, contra a Copa do Mundo e mais verbas para saúde e educação no Brasil. Convocados pelas redes sociais, os participantes começaram a se reunir por volta das 18 horas e devem sair em passeata pelas ruas centrais e do bairro Cidade Baixa ainda na noite desta segunda-feira. A caminhada, a exemplo das anteriores, tende a receber adesões e chegar ao final com milhares de pessoas. Na noite de quinta-feira, 13, houve depredações e 23 manifestantes foram detidos.

Em Porto Alegre, a prefeitura reajustou a tarifa de R$ 2,85 para R$ 3,05 no dia 22 de março, mas voltou ao valor anterior em 5 de abril, por decisão da Justiça, que concedeu liminar em ação movida por dois vereadores do PSOL. Depois disso, o governo federal desonerou impostos sobre componentes de custos do transporte coletivo. Em 13 de junho, o Tribunal de Contas do Estado determinou que a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) mantenha os R$ 2,85.

##RECOMENDA##

A passeata que ocupa na noite desta segunda-feira toda a Avenida Rio Branco, no Rio, ganhou durante o percurso o apoio de muitos trabalhadores que ainda estavam em escritórios localizados na via ou esperavam o fim da manifestação para ir para casa. Eles jogaram papel picado em sinal de apoio, e os manifestantes gritavam em agradecimento.

"Quem apoia acende a luz", gritavam da rua, e as luzes piscavam nos escritórios. Duas grandes faixas na frente da multidão davam o tom do ato: "Não é por centavos, é por direitos" e "Somos a rede social". Parte dos manifestantes que chegaram à Cinelândia, que seria o ponto de dispersão, se encaminha agora para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) - onde na semana passada começou a confusão com a Polícia Militar (PM). O prédio da Assembleia está cercado desde o começo do protesto para a proteção do edifício histórico.

##RECOMENDA##

Uma caminhada em apoio às manifestações populares contra o aumento das tarifas do transporte público em São Paulo reúne cerca de 5 mil pessoas na noite desta segunda-feira (17), no centro financeiro de Salvador, de acordo com cálculos da Polícia Militar (PM).

O grupo segue pela Avenida Tancredo Neves, que reúne a maior concentração de escritórios da capital da Bahia, e segue para a Estação de Transbordo, onde os manifestantes pretendem embarcar gratuitamente em ônibus.

##RECOMENDA##

O protesto organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL), em São Paulo, que começou por volta das 17h concentrado no Largo da Batata, em Pinheiros, seguirá três caminhos distintos. Um grupo irá para a Avenida Paulista, outro seguirá para a Marginal Pinheiros e um terceiro descerá a Avenida Faria Lima em direção à zona sul da cidade.

Segundo a Polícia Militar, o ato reúne cerca de 30 mil pessoas. Como se esperava, trata-se da maior desde o início da onda de protestos pela redução da tarifa de ônibus, no dia 6.

##RECOMENDA##

No ato desta segunda-feira, 17, os manifestantes não levantam bandeiras de partidos, como do Psol, PCdoB, PSTU, que apareceram nos demais protestos, e gritavam: "O povo, unido, governa sem partido".

Integrantes do MPL estão distribuindo folhetos com instruções de segurança no caso de prisões por parte da PM ou da Polícia Civil. O informe relaciona os telefones para quem ligar no caso de detenção, recomenda não assinar nada sem a presença de um advogado, filmar o ato, gravar o nome dos policiais, ficar em silêncio na falta de um advogado e não discutir com os policiais. Informa ainda celulares de advogados voluntários que podem colaborar.

A Marginal Pinheiros está fechada no sentido Ceagesp. A CET recomenda aos motoristas que evitem circular pela região da Avenida Rebouças, Avenida Eusébio Matoso, Rua Teodoro Sampaio, Rua Cardeal Arcoverde, bem como pela Avenida Faria Lima e todo o seu entorno.

Na manifestação que acontece na noite desta segunda-feira (17), no Rio, e que já toma praticamente toda a extensão da Avenida Rio Branco, no trecho da Candelária à Cinelândia, várias palavras de ordem são entoadas, entre elas, as que pedem a redução da tarifa, como "Olê, olê, olá. Se a passagem não abaixar, o Rio vai parar".

Mas é evidente o viés político do protesto. As bandeiras misturam-se. Às muitas Bandeiras do Brasil, somam-se as de partidos, como Psol e PSTU, da União Nacional dos Estudantes (UNE) e do arco-íris. O coro, por vezes, lembra os de estádios de futebol, com rimas impublicáveis e referências a políticos, como o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

##RECOMENDA##

Um grupo de 60 advogados se pôs à disposição dos manifestantes para agir em caso de prisões arbitrárias. Vinte estudantes de medicina vestindo jalecos se prontificaram a dar atendimento a eventuais feridos. Por enquanto, embora conte com a adesão de milhares de participantes, transcorre, normalmente, o protesto pela Avenida Rio Branco.

O número de manifestantes é maior do que o do ato de quinta-feira (13), mas ainda não foi feita uma avaliação oficial da Polícia Militar (PM). Na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), perto dali, que foi alvo de pichações no último ato, cerca de 50 cavaletes foram postos, preventivamente, pela polícia, com o objetivo de proteger o prédio histórico. O centro teve reforço de policiamento desde o início da tarde.

Depois da atuação da polícia na última manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus, criticada pelo uso de força, o governo do Estado descarta o uso da Tropa de Choque e de bombas de efeito moral no protesto marcado para esta segunda-feira (17), que deve ser o maior dos já organizados pelo Movimento Passe Livre. "Acreditamos que não será necessário (usar setores como o Choque) porque a manifestação se dará de forma ordenada", disse o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, em coletiva de imprensa realizada na tarde deste domingo (16) em São Paulo. "Temos convicção, certeza de que a manifestação ocorrerá pacificamente", reiterou Grella.

Na sexta-feira, o comandante-geral da Polícia Militar, Benedito Roberto Meira, afirmou que a Tropa de Choque era uma "reserva estratégica" e disse que a ação do grupo poderia ser requisitada no protesto desta segunda-feira. Na coletiva deste domingo, contudo, Meira mudou o discurso: "Nossa expectativa é que essa manifestação seja ordeira e que não haja em hipótese alguma necessidade do emprego da Tropa de Choque", afirmou. "Nós acreditamos que ela não será utilizada, não será empregada", completou o coronel.

##RECOMENDA##

O governo paulista espera os líderes do movimento nesta segunda-feira na Secretaria de Segurança Pública do Estado, no centro da cidade, para definição conjunta do trajeto da manifestação. Com o diálogo, segundo Grella, o protesto deverá ser pacífico, sem necessidade de uso de bombas de efeito moral. O secretário também disse que nada está descartado em termos de rota, ao ser questionado se o governo permitiria que a manifestação utilizasse a Avenida Paulista, por exemplo.

"Nós não queremos que se repitam os fatos que aconteceram na semana passada. Nós queremos que a nossa cidade preserve aquilo que é certo e que é natural: uma manifestação livre, legítima, de expressão, de pensamento", falou o secretário. Perguntado sobre a apuração de eventuais excessos na participação da polícia, Grella respondeu: "Quem se desviou das suas normas de ação e agiu abusivamente tem que responder de acordo com as normas."

O comandante-geral da PM, Benedito Meira, afirmou ainda que policiais que não portarem tarjeta de identificação, se reconhecidos por foto ou vídeo, serão responsabilizados, já que a orientação é para que todos se identifiquem.

Vinagre

No último ato contra o aumento da tarifa, participantes do protesto que portavam vinagre - usado para proteção pessoal contra o efeito tóxico de bombas de gás lacrimogêneo - foram detidos. Hoje, Grella garantiu que "ninguém será detido por portar vinagre", mas ressaltou crer que não será necessário que os manifestantes levem o produto para a manifestação.

O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Fernando Grella Vieira, disse neste domingo, em coletiva à imprensa, que a maior parte dos manifestantes que participam dos protestos contra o aumento da tarifa de ônibus quer uma mobilização pacífica. "Sabemos que a esmagadora maioria dos que estão indo às ruas quer apenas expressar a sua opinião e quer fazê-lo de maneira pacífica. Queremos garantir que assim aconteça", disse o secretário.

Para o quinto ato contra o aumento da tarifa, marcado para esta segunda-feira (17), a intenção do governo é evitar o uso de força como aconteceu na última manifestação. "Os paulistanos, mesmo os que não participam deste movimento, não querem que se repitam os fatos que assistimos semana passada", disse. Na última quinta-feira, manifestantes e também jornalistas que faziam a cobertura do evento foram feridos por balas de borracha e mais de 100 pessoas foram detidas, segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.

##RECOMENDA##

Grella descartou a existência de uma crise entre ele e a Polícia Militar do Estado. "Eu tenho uma excelente relação com o comandante-geral, com o alto comando. Não temos dificuldade nenhuma em definirmos em conjunto estratégias. Não tem nenhum fundamento esse tipo de notícia", comentou.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando