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O cancelamento de dois eventos tradicionais na cidade, o Festival Recife de Teatro Nacional (que passa a ser bienal) em 2014 e o SPA das Artes, acendeu o sinal vermelho para a classe artística recifense, que já tinha ressalvas com a gestão cultural do município nos últimos anos. A Secretaria de Cultura do Recife, atualmente gerida pela atriz Leda Alves, vem tendo um orçamento cada vez menor em relação ao orçamento total da prefeitura ano após ano , chegando a representar apenas 1,71% em 2013.

Nada de Festival Recife do Teatro Nacional em 2014

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Problemas no patrimônio histórico e na administração dos equipamentos culturais da cidade são notórios. O exemplo mais forte disto é a situação do Teatro do Parque, fechado desde 2010. O Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM) e o Pátio de São Pedro (que abriga do Centro de Design do Recife e do Memorial Shico Science) também são espaços que sofrem uma espécie de paralisia, perdendo a força nos últimos anos. O Sistema de Incentivo à Cultura Municipal (SIC), também foi cancelado e não está sendo realizado. Outro exemplo crônico é a não implantação da Rádio Frei Caneca, anunciada várias vezes, mas nunca concretizada.

Prefeitura anula edital do SIC 2011

A Rádio Frei Caneca segundo o olhar de Liberato Costa Jr., seu criador

Tanto o Festival Recife do Teatro Nacional (FRTN) quanto o SPA estavam detalhados na Lei Orçamentário Anual (LOA) de 2014, mas não foram realizados. E um documento imprescindível vem sendo ignorado: O Plano Municipal de Cultura. Aprovado pela Câmara dos Vereadores em 2009, o documento tem força de lei e traz diversas diretrizes que devem ser seguidas pela gestão pública no que se refere à cultura, até o ano de 2019. Entre as diretrizes, está investir ao menos 3% do orçamento municipal em cultura.

Carta de protesto

Um grupo de produtores e artistas se articularam para criar uma carta aberta em que levantam problemas como os citados e pedem à gestão municipal mais investimento na produção cultural da cidade. Chamado de Cultura - Carta ao Povo do Recife pela Retomada e Fortalecimento das Políticas Públicas da Cultura na Cidade do Recife, o documento pede, entre outras coisas, audiência pública sobre o orçamento para a pasta de cultura do próximo ano e também a ação do Ministério Público contra a Prefeitura, pelo descumprimento da lei 17.576/09 (Plano Municipal de Cultura) e da Lei 16.215/96 (SIC).

"Nossa intenção é sensibilizar a população e o poder público sobre a diminuição de verba na área. Além disso, mobilizar o setor para brigar pela revalorização do setor cultural. O cenário atual do Recife deixa os produtores culturais sem oferta de mecanismo de fomento. A situação é grave e o orçamento para cultura não pode continuar sofrendo como está”, afirma Jarmerson de Lima, produtor do Festival Coquetel Molotov e um dos criadores da carta.

"O foco desta gestão claramente tem sido em turismo. Cabe à classe artística cobrar uma maior valorização. As pessoas têm que entender que fomentar não é sustentar artista com dinheiro público. O fomento tem um papel, o de fazer com que a cultura se mantenha, isso através de editais, museus recebendo exposições e eventos acontecendo", comenta o produtor Carlota Pereira. "A política que vem sendo praticada no Recife não vê a arte como economia criativa, nem segmento econômico que gere dinheiro e visibilidade. Mesmo o Brasil vendo no Recife a 'capital da cultura', estamos longe disso", completa.

Sem Aplausos

Em outubro de 2014, a prefeitura realizou a 19ª edição do Festival Internacional de Dança (FIDR). Já o Festival Recife de Teatro Nacional (FRTN), que deveria acontecer pela 17ª vez em novembro, não será realizado, uma atitude que indignou a classe artística. Além disso, a Secretaria de Cultura informou que os dois evento serão transformados em bienais. Sendo assim, no próximo ano acontece o FRTN, mas apenas em 2016 o FIDR volta a ser realizado.

Em repúdio à decisão da prefeitura, o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões no Estado de Pernambuco (SATED-PE), a Associação de Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (APACEPE), a Associação dos Realizadores de Teatro de Pernambuco (ARTEPE) e a Federação de Teatro de Pernambuco (FETEAPE), divulgaram nota afirmando que a decisão da Prefeitura do Recife é "arbitrária e unilateral”. Afirmando também que não realizar os eventos “fere os princípios de uma gestão democrática e participativa que deveriam nortear a atual administração municipal, merecendo a reprovação de toda a sociedade recifense”.

"Quando a prefeitura mexe em eventos como o Festival Recife de Teatro Nacional, afirma que não tem interesse no que o evento representa e que cultura não é importante. A administração de uma cidade não é feita de pragmatismo, vai além disso", opina Pedro Vilela, do Magiluth, grupo recifense de teatro que já possui uma década e reconhecimento nacional.

Segundo a Prefeitura do Recife, o cancelamento do festival de teatro se deve a 'dificuldades operacionais'. As mudanças foram pensadas com o 'intuito de possibilitar um planejamento adequado a estas iniciativas, uma vez que a gestão reconhece o importante papel que estas ações cumprem na formação dos realizadores das artes cênicas', afirmou o poder municipal em nota enviada à imprensa. A última edição do evento custou cerca de R$ 700 mil e trouxe nomes como o Grupo Galpão (RS).

“Vivemos quase que numa eterna crise. Os grupos daqui trabalham com bases artísticas, não visam o lucro de maneira tão direta. As dificuldades são cotidianas e, quando não encontramos esses instrumentos amparadores, é difícil para todos”, comenta Pedro.

No dia 10 de novembro, a classe teatral chegou a se reunir com a Leda Alves para debater a decisão da prefeitura. No encontro, a secretária pediu desculpas pela não comunicação prévia do cancelamento. Além disso, Leda Alves afirmou que está aberta ao diálogo com a classe, mas que os eventos continuam sendo bienais.

Segundo George Meirelles, ator e produtor cultural, há uma crise nas artes cênicas do Recife e uma necessidade de revitalização dos teatros da cidade. “Não existe uma manutenção eficiente de equipamentos culturais, como teatros ou bibliotecas. O Barreto Júnior por exemplo está sucateado. E ainda por cima há cortes absurdos no orçamento para cultura", desabafa.

E as artes plásticas?

A Semana de Artes Visuais do Recife (Spa das Artes) era o principal evento do calendário de artes visuais da cidade, e ajudou a dar visibilidade a trabalhos de artistas conhecidos, como Derlon e Rodrigo Braga e também já teve a participação de nomes como Moacir dos Anjos (pernambucano que já realizou a curadoria da Bienal de São Paulo, evento de artes visuais mais importante do Brasil). Depois de ser cancelado em 2012, o SPA voltou a acontecer no ano posterior, mas foi oficialmente cancelado em 2014.

A notícia do fim do SPA foi recebida com surpresa por Izidorio Cavalcanti. "Na minha visão, esses cancelamentos e o não cumprimento do Plano Municipal de Cultura (PMC) são uma falta de respeito com quem faz cultura". Artista há mais de duas décadas e tendo participado da criação do PMC, Izidorio se diz confuso com os rumos que a prefeitura escolheu dar à gestão cultural na cidade. "O atual prefeito descumpriu um projeto que a classe artística tinha como um dos melhores da cidade. Além disso, sem o SPA o Recife deixa de ser uma referência", argumenta.

Segundo a prefeitura, o evento agora dará lugar a ampliação do Edital de Artes Visuais da Prefeitura, cujas ações acontecem desde o início do ano. O orçamento do edital irá crescer R$ 310 mil em relação a 2013. "Existia a queixa de que o SPA era um evento temporário e passageiro, não ficando muita coisa para a cidade. Foi lançado no ano passado a proposta para o crescimento do edital. Ao termos um resultado positivo, a coordenação do setor decidiu ampliá-lo”, afirma Bárbara Collier, chefe do setor de Artes Visuais e Design da Prefeitura.

Segundo Bárbara, a classe artística foi ouvida, mesmo que em muitas reuniões não houvesse quórum. O edital deve ser lançado ainda em novembro, com 50 projetos contemplados, alguns começando antes do Carnaval de 2015. Entre as ativididades estão oficinas, residências artísticas, bolsas de incentivo à produção e também exposições coletivas. Um dos destaques é o Projeto Amplificadores, no qual curadores apresentam propostas de exposições já prontas para serem realizadas.

Para a curadora Cristiana Tejo, que também participou da criação do Plano Municipal de Cultura e foi diretora do MAMAM, a ampliação do edital é um alívio, mas o SPA fará falta. "Eu não fiquei surpresa com o fim do SPA. No final do governo João da Costa, já estava muito claro o descredenciamento e o não-investimento que a Prefeitura do Recife fazia nas artes plásticas", afirma. Segundo Cristiana, artistas e nomes ligados às artes visuais criaram em dezembro de 2012 um documento para negociar investimentos mais inteligentes no setor do Recife com a prefeitura, porém, nunca chegaram a ser recebidos na atual gestão para discutir o tema.

“Não houve uma sensibilização por parte do prefeito e da secretária. É lamentável que Recife, cidade tão importante no cenário nacional e com artistas de qualidade, não tenha uma política cultural consciente”, lamenta Cristiana. "Minha crítica é com relação ao desbaratamento. Há o edital, mas não há um olhar sobre instituições culturais. O MAMAM, museu que foi importante e presente por gerações, se encontra em um estado lamentável. Não há um projeto consistente para área de uma maneira geral", afirma a curadora.

Cristiana também lança luz sobre outros pontos que julga importantes na cadeia de artes visuais do Estado, como o colecionismo. "Artistas pernambucanos de expressão internacional já estão sendo colecionados no exterior. Com o enfrequecimento de museus, pode-se chegar ao ponto de termos que visitar um museu no exterior para ter acesso a algum artista pernambucano', continua. 

Patrimônio

A capital pernambucana é cheia de história e espaços culturais são partes importantes dela. Uma exposição que chamou atenção no MAMAM, a peça que emocionou no Teatro do Parque ou uma apresentação musical que se tornou inesquecível em pleno Carnaval, no Pátio de São Pedro. Equipamentos que guardam memórias afetivas e, ajudam a contar e promover a história do Estado. 

O Teatro do Parque, jóia quase centenária no Centro do Recife, está fechado desde 2010 e passará seu centenário (em 2015), na mesma situação, como publicado em primeira mão pelo LeiaJá. A Prefeitura afirma que a reforma está prevista para começar em novembro deste ano e deve durar 24 meses. A Concrepoxi Engenharia LTDA venceu o edital, com proposta no valor de cerca de R$ 8,2 milhões que envolve a realização de obras e aquisição de novos equipamentos.

Na festa de 99 anos, Teatro do Parque segue fechado

Entre os itens da licitação estão a recuperação e restauro do edifício, a implantação de novo projeto paisagístico, a substituição de coberta, restauração de adornos, bens móveis e pinturas decorativas, novo tratamento acústico, novo sistema de áudio e vídeo para o cinema, aquisição de vestimenta cênica e recuperação do sistema de climatização. Há ainda dois processos licitatórios que serão abertos para a aquisição dos equipamentos de iluminação ambiente e cênica, e outro para a instalação de um circuito interno de TV, reforçando a segurança do equipamento.

"No Recife não pode haver apenas turismo de praia e de shopping. Precisamos diversificar e deixar os espaços culturais funcionando em pleno vapor. Não apenas no que diz respeito à arte contemporânea, mas como um todo", opina Cristiana Tejo. George Meirelles também evoca um passado em que a cidade era referência no que diz respeito à cultura. "No ano de 2012 fomos a segunda cidade que mais investiu em cultura no Brasil, percentualmente falando. Nosso Plano Municipal de Cultura serviu de exemplo para a criação do plano nacional. Nós, artistas, não vamos tolerar esse descaso”, finaliza.

Sem resposta

Até o momento da publicação desta reportagem, a Prefeitura do Recife não havia respondido a nenhum dos questionamentos enviados na última quarta-feira (12). Questões como 'Qual foi a razão do cancelamento do Festival de Teatro Nacional e do Spa das Artes este ano, visto que os mesmos estavam presentes na Lei Orçamentária Anual de 2014?'; 'Há alguma previsão para a prefeitura voltar a cumprir o SIC (Sistema de Incentivo à Cultura)?'; os motivos do não cumprimento do Plano Municipal de Cultura; a data de lançamento do edital de artes visuais; e a previsão orçamentária para a pasta de Cultura para 2015; seguem sem posicionamento do poder municipal.

Quem passou pelo entorno do Teatro do Parque neste sábado (27) à tarde notou uma movimentação diferentes. Música, atores fantasiados e uma atmosfera alegre fizeram parte do cenário e chamavam a atenção para uma causa: a necessidade da volta do teatro, que está fechado desde 2010. 

A manifestação popular foi criada pelo Movimento Teatro do Parque (Re)Existe e levou teatro, apresentações artísticas, atividades recreativas e o popular Som da Rural para a frente do quase centenário espaço. Essa é a terceira edição do ato.

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Com a rua do Hospício interditada desde o meio-dia, representantes de algumas entidades apoiadoras (Sated-PE e Artepe) e os criadores do movimento puderam falar sobre suas reivindicações.

"Nossa ação aqui é importante para mostrar aos políticos que Cultura é importante. A prefeitura do Recife tem a tendência de agir como uma produtora de eventos, com festas fixas como Carnaval e São João, mas cultura vai além disso" afirma Oséas Borba Neto, um dos organizadores do movimento e diretor do Grupo Teatral João Teimoso. Oséas afirma que a ação também quer fazer outras denúncias. "Queremos chamar atenção para a área próxima ao teatro, que está cheio de usuários de drogas e numa situação lastimável." conta Oséas.

Desativado desde o ano de 2010, o Teatro do Parque completou 99 anos no último mês de agosto (leia a matéria aqui) e tudo indica que o projeto não estará pronto para o centenário. Segundo informação publicada no Diário Oficial do Município no dia 16 de agosto, a previsão é que os trabalhos durem 24 meses, com orçamento de R$ 8,2 milhões para reforma e aquisição de novos equipamentos. A ordem de serviço da reforma será assinada em novembro de 2014.

Outros dois processos licitatórios, que ainda serão abertos, incluem equipamentos de iluminação ambiente e cênica e também instalação de um circuito interno de TV, para reforçar a segurança do local. Segundo a assessoria, o período de tempo até o início da reforma é causado principalmente pela mudança de gestão e de alguns ajustes necessários ao projeto, levando em consideração que a gestão atual está na prefeitura da cidade há 1 ano e 8 meses.

O diretor do João Teimoso também comentou sobre a falta que o teatro faz na vida da cidade e na dos artistas. "É lamentável a cidade não ter o Teatro do Parque, pois ele tinha a capacidade de congregar diversas artes e é no coração da cidade, recebendo pessoas de diversas classes sociais" fala o diretor. O movimento também tem o apóio dos comerciantes do entorno, que segundo trabalhadores da área, se tornou ponto de consumo de drogas.

Segundo Silvio Barbosa, dono de um bar em frente ao Teatro do Parque há mais de 30 anos, o fechamento do espaço foi o fim de um importante polo cultural. "A área agora virou quase uma cracolândia. Com o teatro funcionando essa área tinha muito mais vida. Esse problema com usuários de drogas vem prejudicando todos por aqui" conta o empresário.

O Teatro do Parque foi inaugurado em 1915 e desde o ano de 2012 é reconhecido como Imóvel Especial de Preservação. Segundo a Prefeitura, além da reforma inicial, também haverá a transferência do acervo da Cinemateca Alberto Cavalcanti (que fica dentro do teatro) para a Museu da Cidade do Recife enquando a reforma durar. A coleção possui mais de 80 filmes de 35 mm, 16mm e 8 mm e será acondicionada, restaurada e digitalizada.

A atual situação do Teatro do Parque volta a ser discutida pela população. No próximo dia 27 (sábado), o movimento Teatro do Parque (Re)existe realiza um movimento em frente ao teatro das 10h às 17h, com diversas atividades culturais. 

O grupo é formado por estudantes, artistas e cidadãos de diversos segmentos e é a terceira vez que se manifestam em defesa do aparelho cultural, que está fechado desde 2010. Eles se dizem cansados de ouvir promessas e afirmam que permanecerão lutando pelo espaço cultural, para que "não continue abandonado e esquecido pelas nossas autoridades". Os integrantes do movimento também entregaram ao Presidente da Fundação de Cultura da Cidade do Recife um ofício comunicando o ato e pedindo providências para a interdição do trecho na área do teatro durante o evento. 

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"Nossa manifestação vai além de pedir a volta do Teatro do Parque. Queremos chamar atenção para diversos fomentos em que a prefeitura está em falta com a classe artística", afirma Oséas Borba, um dos idealizadores do movimento Parque (RE)existe e diretor geral do grupo teatral João Teimoso. Para Borba, a falta de um teatro tão popular e completo quanto o do Parque é grave para a classe artística. "É o teatro mais popular da cidade" completa

Segundo a organização, a programação para o sábado (27) será diversa: a partir das 10h haverá oficinas de malabares, pintura, palhaços, grupo poético, dança popular, maracatu, performances e também a presença do projeto Som da Rural.

O teatro completou 99 anos no último mês de agosto (leia a matéria aqui) e tudo indica que o projeto não estará pronto para o centenário. Segundo informação publicada no Diário Oficial do Município no dia 16 de agosto, a previsão é que os trabalhos durem 24 meses, com orçamento de R$ 8,2 milhões para reforma e aquisição de novos equipamentos. A ordem de serviço da reforma será assinada em novembro de 2014.

Outros dois processos licitatórios, que ainda serão abertos, incluem equipamentos de iluminação ambiente e cênica e também instalação de um circuito interno de TV, para reforçar a segurança do equipamento. Segundo a assessoria, o período de tempo até o início da reforma é causado principalmente pela mudança de gestão e de alguns ajustes necessários ao projeto, levando em consideração que a gestão atual está na prefeitura da cidade há 1 ano e 8 meses.

 

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No próximo domingo (24) o Teatro do Parque, localizado na área central do Recife e um dos principais equipamentos culturais das artes cênicas de Pernambuco, completará 99 anos de história. Mas assim como nos últimos quatro anos, o teatro não vai assoprar as velinhas porque continua fechado por conta de problemas na estrutura física. Apesar de uma licitação bancada pela Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR) ter escolhido o projeto que reformará o espaço, já é certo que o Teatro do Parque também não estará funcionando durante o seu centenário, marcado para o ano que vem. 

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No último mês de abril, o LeiaJá visitou o equipamento inaugurado em 1915 para verificar as atuais condições do local. Na ocasião, Carmen Piquet, gestora de teatros e museus da Prefeitura do Recife (PCR), confirmou que no ano em que completa 100 anos, o teatro permanecerá fechado. "Não posso dizer uma data para a entrega, mas sabemos que uma obra deste porte demora pra ser realizada. Nenhuma empresa entregaria a tempo para comemorar o centenário do teatro", justificou na época.

Desde 2010 sem funcionar, o teatro vem sofrendo com a ação do tempo. Cadeiras mofadas, paredes infiltradas, cupins e até animais foram encontrados pelo LeiaJá no local. Um funcionário, que não quis se identificar, falou sobre a falta que faz o Teatro do Parque para o cenário cultural recifense. "Antigamente existiam espetáculos de terça à domingo. Em 2000 foi feita uma pequena reforma para a instalação de ar-condicionado, porém, o teatro continuou a se deteriorar. É uma pena ver essa situação", desabafou.  

Parabéns ao Teatro do Parque

O LeiaJá entrou em contato com algumas personalidades que atuam nas artes cênicas de Pernambuco para saber o que elas desejam ao equipamento cultural no dia do seu aniversário. Para Paulo de Castro, produtor de diversos festivais, a exemplo do Janeiro de Grandes Espetáculos, o Teatro do Parque não terá, pelo quarto ano, como comemorar mais um ano de vida. “Na realidade, ele é um aniversariante que há quatro anos está em coma, na UTI, e não vai poder assoprar as velinhas ou comer o bolo”, ironiza o produtor.

Espaços culturais da RMR sofrem com obras intermináveis

Já Paula de Renor, também produtora do Janeiro de Grandes Espetáculos, deseja vida longa ao Teatro do Parque. “Eu quero é que ele ressuscite. É isso que a gente deseja a um ente querido quando ele está quase morto”, disse aos risos. Em paralelo, o pesquisador das artes cênicas Leidson Ferraz, cobra das autoridades públicas uma resposta mais incisiva sobre o estado do equipamento. “Meu desejo é que o prefeito Geraldo Julio assuma a situação e deixe de colocar assessores e o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife para falar do caso. E que o teatro volte logo a funcionar”, declara ele. 

De acordo com Gigi Albuquerque, representante do Movimento Teatro do Parque (Re)Existe e participante de grupos como o Bacnaré (Balé de Cultura Negra do Recife) e o Híbridos, haverá em breve uma nova ação para cobrar da Prefeitura do Recife uma resposta sobre o espaço. “Inclusive nesta sexta (22) teremos uma reunião para definir quais serão as ações do próximo encontro. Ainda não há nada definido e provavelmente não vai ser neste domingo (24), e sim no início de setembro, quando tivermos algo mais concreto”, explica ela, que também deixou seu desejo de ‘parabéns’ ao Teatro do Parque. “Desejo que ele seja reativado com arte, sem que coloquem uma placa de ‘em obras’ sem que ele esteja de fato”, provocou. 

Reforma à vista

Há dois meses, no dia 28 de junho, foi publicado no Diário Oficial do Recife o aviso de licitação para execução das obras de serviço, restauro e ampliação do Teatro do Parque. O resultado saiu no último sábado (16), decretando a Concrepoxi Engenharia Ltda a vencedora da proposta, numa reforma que custará aos cofres públicos cerca de R$ 8,2 milhões, gastos com a realização de obras e a aquisição de novos equipamentos. 

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Cultura da PCR e FCCR, o projeto aguarda a liberação do contrato e da ordem de serviço para começar a ser executado. A previsão é de que a ordem de serviço da reforma seja assinada em novembro de 2014 e que a obra tenha duração de 24 meses. Entre os itens relacionados na licitação, estão a recuperação e restauro do edifício, a implantação de novo projeto paisagístico, a substituição de coberta e o redimensionamento e a substituição das calhas. 

A reforma do Teatro do Parque também prevê a restauração de adornos, bens móveis e pinturas decorativas, novo tratamento acústico, novo sistema de áudio e vídeo para o cinema, aquisição de vestimenta cênica e recuperação do sistema de climatização. A licitação inclui ainda instalação de rede de telefonia e internet, sistema de segurança e combate a incêndio e acessibilidade. Ainda de acordo com a assessoria, outros dois processos de contratação serão encaminhados ainda neste segundo semestre para complementar a recuperação do espaço. Um voltado para aquisição dos equipamentos de iluminação ambiente e cênica, e outro para a instalação de um circuito interno de TV, para reforçar a segurança do equipamento.

Foi publicado no Diário Oficial do Recife, no último sábado (28), o aviso de licitação para execução das obras de serviço, restauro e ampliação do Teatro do Parque, localizado no bairro da Boa Vista. De acordo com a informação, emitida pela Comissão Especial de Licitação da Prefeitura do Recife (PCR), o processo licitatório será aberto oficialmente no próximo dia 5 de agosto. Desde 2010, o Teatro do Parque encontra-se fechado ao público.

Ainda segundo a publicação no Diário Oficial do Recife, os interessados em obter o edital da licitação devem se encaminhar até o 9º andar do prédio da Prefeitura do Recife (PCR), no Bairro do Recife, das 8h às 12 dos dias úteis, e fazer a solicitação do documento. É necessário portar CD virgem para cópia dos arquivos. Apesar da notícia, informações sobre o fim do prazo da licitação e de quando as obras serão iniciadas não foram disponibilizadas.

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Teatro do Parque (Re)existe exige reabertura do espaço

Segundo dados divulgados em agosto do ano passado pela Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), o teatro seria entregue à população em 2015, quando completa 100 anos. No entanto, em visita realizada pelo LeiaJá ao equipamento cultural no último mês de abril, a gestora de teatros e museus da PCR, Carmen Piquet, comentou que a reforma não ficará pronta no tempo prometido pela FCCR.  "Não posso dizer uma data para a entrega, mas sabemos que uma obra deste porte demora pra ser realizada. Nenhuma empresa entregaria a tempo para comemorar o centenário do teatro", justificou a gestora na ocasião.

Começou às 11h desta sexta feira (27), o ato público Teatro do Parque (re)existe, em favor da reativação do teatro localizado na Rua do Hospício, Centro do Recife. Desde 2010, o Teatro encontra-se fechado ao público.

“Precisamos recuperar este importante patrimônio cultural da população do Recife e do nosso Estado”, afirmou, ao LeiaJá, Rebeca Gondim, estudante de Dança da UFPE. Na ocasião, foi lançado o Manifesto em Defesa do Teatro do Parque, cujo objetivo é coletar assinaturas em busca de um posicionamento da Prefeitura do Recife diante da situaçao do Taetro do Parque.

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O vendedor Wan Lourenço apoia o movimento. “Eu acho muito importante que isso aconteça, porque antigamente esse lugar atraía muita gente e movimentava a região”, defendeu. Uma comerciante que não quis se identificar também se posicionou favorável à iniciativa. Relembrou da infância e contou que, em reunião com a Prefeitura sobre a desativação do banheiro público localizado na Rua do Hospício, foi mencionado que no centenário do Teatro, em 2015, ele seria reativado; mas, até agora, nada mudou.

Enquanto passava na rua, a autônoma Maria dos Santos parou emocionada para defender e assinar o manifesto. “Eu fico emocionada porque eu vinha aqui com meus pais, minha família e isso faz parte da minha história. É um crime o que estão fazendo com o teatro”, afirmou Maria.

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Um carro da Guarda Municipal da Prefeitura do Recife parou em frente ao Teatro enquanto acontecia a movimentação. “Estamos aqui fazendo nosso trabalho normalmente, como fazemos todos os dias e também para prevenir que haja depredação”, explicou. Os manifestantes disseram que, antes da chegada da viatura, foram colocadas duas correntes para reforçar a proteção na entrada do Teatro.

 A partir das 14h, apresentações com música, poesia e encenações teatrais acontecem em frente ao teatro. Fazem parte deste movimento a ANEL – Assembleia Nacional de Estudantes Livre, o Coletivo Rua das Vadias, além dos Diretórios Acadêmicos da Universidade Federal de Pernambuco. Representates do Ocuparque também marcaram presença no local.

Nesta sexta-feira (27), às 11h, o movimento Teatro do Parque (Re)existe organizará um ato público em frente ao Teatro do Parque, localizado no bairro da Boa Vista e que está sem uso há anos. Na ocasião, será lançado o Manifesto em Defesa do Teatro do Parque, documento que servirá para recolher assinaturas e exigir da Prefeitura do Recife (PCR) e do Governo do Estado o atendimento da pauta do movimento.

De acordo com os organizadores do protesto, a manifestação em prol do teatro será feita com música, poesia e encenações teatrais. Fazem parte deste movimento a Assembleia Nacional de Estudantes Livre (ANEL), o Coletivo Rua das Vadias, e Diretórios Acadêmicos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

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Teatro do Parque não será entregue no seu centenário

Em outubro do ano passado, o LeiaJá esteve no Teatro do Parque para conferir o andamento das obras e a promessa da Prefeitura do Recife foi de entregar o espaço à população no centenário do teatro, comemorado em 2015. No entanto, em visita recente realizada no último mês de abril, o LeiaJá conversou com Carmen Piquet, gestora de teatros e museus da PCR, a qual revelou que o equipamento cultural não tem previsão de ser entregue aos recifenses. "Não posso dizer uma data para a entrega, mas sabemos que uma obra deste porte demora pra ser realizada. Nenhuma empresa entregaria a tempo para comemorar o centenário do teatro", explicou a gestora.

Serviço:

Ato Público Teatro do Parque (Re)existe

Sexta (27) | 11h

Em frente ao Teatro do Parque (Rua do Hospício, S/N - Boa Vista)

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Em agosto de 2015 o Teatro do Parque comemora seu centenário e, para prestigiar a data, o equipamento cultural seria entregue à população após uma reforma. Mas os planos mudaram. De acordo com Carmen Piquet, gestora de teatros e museus da prefeitura do Recife, o processo de licitação para dar início as obras já está pronto, mas ainda não foi assinado. "Não posso dizer uma data para a entrega, mas sabemos que uma obra deste porte demora pra ser realizada. Nenhuma empresa entregaria a tempo para comemorar o centenário do teatro", justificou. 

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A gestora afirmou ainda que o projeto prevê a restauração completa do teatro, a modernização e acessibilidade. Segundo ela, o prazo de entrega da obra só será divulgado após a confirmação da licitação, que também não tem dia certo para acontecer.

Desde 2010 sem funcionar, o teatro vem sofrendo com a ação do tempo. Cadeiras mofadas, paredes infiltradas, cupins e até animais foram encontrados pelo LeiaJá no local. Um funcionário, que não quis se identificar, falou sobre a falta que faz o Teatro do Parque para o cenário cultural recifense. "Antigamente existiam espetáculos de terça à domingo. Em 2000 foi feita uma pequena reforma para a instalação de ar-condicionados, porém, o teatro continuou a se deteriorar. É uma pena ver essa situação", desabafou.  

Para o músico Everson de Oliveira, que já se apresentou no teatro, a situação atual em que se encontra o espaço é bastante triste. "Já toquei aqui e também vi músicos conceituados, como Belchior se apresentarem. É muito triste saber que o Teatro do Parque não tem data para abertura". 

O comerciante Joaquim Agemiro, que há 30 anos possui uma lanchonete em frente ao parque, também lamenta a situação. "Para todos os comerciantes era maravilhoso, tínhamos uma clientela muito boa. Agora, com essa situação do teatro fica muito complicado trabalhar aqui, até pela questão da segurança, afinal, o movimento na rua cai bastante", conclui. 

Há seis meses, a nossa equipe visitou o local pela primeira vez e encontrou o mesmo cenário de abandono. Na época, a Prefeitura do Recife afirmou que o Teatro do Parque seria entregue totalmente reformado em 2015, ano do seu centenário. Novamente, a equipe do LeiaJá teve acesso às dependências do teatro, confira imagens exclusivas:

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O ano de 2013 foi o primeiro da nova gestão da Prefeitura do Recife, liderada pelo prefeito Geraldo Julio. Na área da política cultural, Leda Alves foi a convidada para gerir a Secretaria de Cultura (Secult), responsável pelo planejamento das ações voltadas para cultura da cidade. Já Roberto Lessa aceitou o chamado de presidir a Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), cuja principal função é a operação e execução das iniciativas elaboradas pela Secult. Em entrevista ao LeiaJá, o presidente da FCCR falou sobre a experiência de comandar uma instituição tão importante para o setor, além de revelar em primeira mão o posicionamento que a atual gestão pretende imprimir ao longo dos próximos anos. Na conversa, Lessa falou também dos principais desafios dos órgãos responsáveis pela cultura na gestão municipal e das novidades, a exemplo na reforma no Teatro do Parque e da inauguração da Rádio Frei Caneca. Assuntos como o orçamento de cultura do Recife, o novo formato de pagamento dos artistas, investimento em editais de contratação e a polêmica com Naná Vasconcelos em relação ao Carnaval 2014 também não ficaram de fora da entrevista. O encontro aconteceu no escritório da Fundação de Cultura Cidade do Recife, localizado na Rua Domingos José Martins, no Bairro do Recife.

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A nova marca da política cultural do Recife

As pessoas perguntam muito sobre a questão da multiculturalidade, se é uma marca da gestão anterior, e eu costumo responder o seguinte: multicultural é o povo recifense. É a cultura produzida no Recife. A gente tem isso como marca não de uma gestão, mas como marca de um povo. Então é impossível tirar essa história do 'multicultural' porque essa é uma característica da forma de pensar, fazer e consumir cultura. É uma marca importante. O que a gente está começando a pensar e fazer no nosso próprio estilo - e eu não sei como vamos chamar isso ainda - é algo que tivemos num primeiro momento durante esse Ciclo Natalino e que foi fantástico. 

É a questão de você fazer a cultura onde ela nasce, que é no meio das pessoas, dos bairros, das comunidades. A cultura do palco é importante, porque é um momento de prazer duplo no qual as pessoas absorvem cultura e lazer, mas elas precisam se sentir participantes deste processo também. Essa é uma marca que a gente vai procurar imprimir com muito mais força a partir de 2014. Na prática, no Ciclo Natalino de 2013, a decoração está aí na rua, quase pronta, com um tema diferente que é A natureza ilumina o Recife. A gente fez oficinas junto a essas comunidades, de desenho e pintura, que fazem parte da decoração da cidade. Foi um trabalho de colocar professores, monitores, levar equipamento, cadastrar pessoas que querem participar. Na base da nossa Árvore de Natal, no Bairro do Recife, estão desenhos feitos por crianças de comunidades como Santo Amaro, Chão de Estrelas e Ibura, entre outras. Eles se sentiram muito orgulhosos em estar lá. Outra coisa que fizemos foi uma parceria com a Companhia Editoria de Pernambuco (CEPE), que vai pegar esses desenho e transformar em cartões de natal, com a identificação de quem fez e o local. Isso deu um resultado tão bom que a gente está pensando em repetir, com oficinas durante o Carnaval ou São João. Não é só oficina, isso não resume o que é esse projeto. Na verdade é uma participação mesmo, seja no que for, porque se o poder público faz ele tem que dizer também pra onde é que vai depois. Se ele fomentou, ele também tem que absorver.

Carnaval 2013

O maior desafio foi propriamente fazer o Carnaval, porque desta vez a festa aconteceu num período muito próximo ao início do ano. A gente chegou com a missão de fazer em pouquíssimo tempo e pensar a política cultural pro Carnaval foi fundamental pra já dar essa marca da valorização da cultura popular, que está no programa de governo de Geraldo Julio. Mas, acima de tudo, a execução da festa foi um imenso desafio porque nós tivemos que fazer mais de 30 processos licitatórios neste período, ainda que a FCCR tenha suas próprias comissões de licitação. A Secult não tem e faz suas licitações na Secretaria de Finanças. Embora a gente tenha essa vantagem, não dá pra gerir um número de licitações como esse no tempo que a gente tinha. Então a gente recorreu também à estrutura da Secretaria de Finanças, que nos ajudou a tocar isso tudo sem diminuir em nada o Carnaval em relação ao ano anterior. Foi um desafio imenso. Houve inclusive acréscimos que foram feitos, experimentais, como o polo de Boa Viagem, que foi um polo descentralizado e em um formato diferente do que se tinha até então. Eu diria que executar o Carnaval, com tudo dando certo, foi o nosso maior desafio nesse primeiro momento da gestão.

Orçamentos dos Carnavais 2013 e 2014

O Carnaval 2013 custou em torno de R$ 30 milhões. Desse total, R$ 6,5 milhões foram de patrocínios captados pela Secretaria de Cultura. Mas esse valor foi líquido, porque não tivemos nenhuma empresa intermediando, aquela taxa de 20% que existia pra uma empresa fazer a captação não existiu mais. Todo o valor foi integralmente convertido em recursos para o Carnaval. Para o próximo ano o prefeito entendeu por bem colocar a captação de recursos na Secretaria de Turismo, e foi uma decisão muito acertada porque eu acho que o secretário Felipe Carreras a fez com uma competência muito grande. A gente conseguiu uma captação inédita, não só para esse ano, mas para os próximos três anos seguintes. A gente conseguiu com a Ambev, e aí não é só para o Carnaval, mas para os três ciclos, um valor de R$ 9,2 milhões ao ano. Claro que o Carnaval é o evento que tem mais alocação orçamentária de recursos, e possivelmente vai pegar o bolo maior, mas estamos ainda vendo isso. Só que a Secretaria de Turismo tem ainda a possibilidade de aumentar essa captação. Foi um passo acertado, porque ela também é liquida, sem intermediações. Vai começar agora no Ciclo Natalino, porque o processo ficou pronto antes do Natal. E isso com certeza nos deu uma tranquilidade maior para o planejamento dos eventos.

O Carnaval do próximo ano ainda está com processos licitatórios em andamento, como a questão dos palcos, banheiros químicos, extintores e tudo o mais que um evento desse porte demanda. A gente ainda está montando a grade da festa, negociando cachê, e fazendo toda a formatação, então realmente não dá pra dizer ainda quanto vai ser. Mas a ideia e a determinação do prefeito é de fazer mais com menos. Estamos planejando pra que o orçamento em 2014 fique no mesmo patamar, com a vantagem da gente ter o aporte maior do patrocínio privado nesse ano.

Polos comunitários dos ciclos festivos

Não houve nenhum decréscimo do número de polos nem no Carnaval nem no Ciclo Natalino, nem estamos pensando nisso para o próximo carnaval. É uma opinião muito pessoal, mas gente precisa aos poucos ir substituindo uma coisa por outra, não pra acabar, mas pra dizer que a cultura do receber é importante, porém menos importante do que a cultura do participar, do fazer junto. Primeiro porque é mais interessante nesse ponto de vista da pessoa se sentir partícipe, traz autoestima e saber pra ela, e por final é muito mais barato.

Uso da verba de patrocínio e da verba pública

Normalmente a gente faz o pagamento dos cachês com recursos do tesouro da Prefeitura do Recife. O que a gente coloca como pagamento de patrocínio são as contas que a gente tem uma flexibilidade maior de pagar, como pessoal, por exemplo, ou algumas coisas de infraestrutura. Em relação à contratação de artistas, já tem todo um processo definido pra isso, de mensuração de cachê, e o Tribunal de Contas já disciplina. A dificuldade que temos muitas vezes em fazer o pagamento tem duas vertentes: primeiro uma infraestrutura ainda deficiente pra fazer tantas ações que encontramos e que pouco a pouco temos corrigido. E segundo pela dificuldade por parte dos artistas, que por conta da informalidade, ainda não têm uma preocupação grande com a questão da documentação, e isso trava o pagamento independentemente da nossa vontade. 

Eu acho que a gente precisa descobrir outro formato para isso porque não dá pra ficar tratando este setor como uma indústria. E pra isso a gente fez junto à Secretaria de Cultura o Núcleo de Apoio Cidadão, no Pátio de São Pedro. Lá tem um espaço da FCCR e a gente colocou uma equipe com advogado, contador e computador para que os artistas possam ter mais flexibilidade, mais acesso, mais rapidez na questão de documentação. A ideia não é fazer por eles, isso não funciona, é fazer com que eles tenham uma orientação melhor. Enfim, há de se abrir uma discussão, fazer essa discussão com a Alepe, com o Tribunal de Contas, com a Procuradoria, buscar entendimento e dizer que a gente faz o Carnaval com a realidade daqui. A ideia é conciliar a realidade com as exigências formais.

Reforma do Teatro do Parque

A Secretaria de Projetos Especiais da Prefeitura do Recife vai lançar no começo do ano uma licitação com todos os elementos necessários para o restauro e conservação do Teatro do Parque, com previsão de inauguração no dia 24 de agosto de 2015. VEJA MAIS DETALHES VÍDEO: [@#video#@]

Melhorias no prazo de pagamento dos artistas

Nós conseguimos sim pagar em menos tempo (em 2013), mas isso não quer dizer que está suficiente, que está bom. Tanto pelo lado deles como do nosso tem que haver mais organização, mas nós vamos melhorar. Outra coisa que tem nos ajudado é a estruturação do Núcleo de Cultura Cidadã. Temos também uma conversa mais franca com os artistas. Então são duas frentes diferentes, a frente da estruturação da própria FCCR e a parceria de que as atrações também façam a parte deles.

Polêmica com Naná Vasconcelos em relação ao Carnaval 2014

Na verdade não é uma discussão de tirar a importância (da abertura do Carnaval com as nações de maracatu), isso nunca aconteceu. Houve somente uma mudança no formato. O respeito que a secretária tem por Naná Vasconcelos e por todas as nações que ele representa é grande, quem conhece Leda Alves tem certeza que a intenção não foi a de diminuir e a discussão era em torno de mudar o formato. Eles dialogaram e chegaram à conclusão de que o formato era adequado, até porque é, senão não tinha passado todos esses anos funcionando. Acho que foi uma boa decisão e todo mundo saiu ganhando na forma que ficou.

Festival do Frevo da Humanidade e o Festival de Música Carnavalesca

A Secretaria de Cultura já deu declarações sobre isso. Este ano é que se limitou somente ao frevo. Tivemos a opção de fazer no formato ideal e correr o risco de não realizar ou de fazer nesse momento como dava para marcar 2013 como o ano da volta dessas ações. Ter sido limitado ao frevo foi basicamente uma questão de tempo e infraestrutura. Para o ano volta tudo, o festival volta a ter a dimensão que sempre teve, incluindo também outros ritmos carnavalescos. Não existe a intenção de tirar nada disso.

A gente voltou em 2013 a ter coisas que estavam fora do cenário cultural. Eu vi algumas críticas muito localizadas em relação ao Spa das Artes, à divulgação dos festivais. Tudo bem, 'zero bronca', nós assumimos. A gente precisa melhorar isso, e o que tiver que corrigir nós vamos corrigir com muita tranquilidade.

Novo lugar para a Fundação e a Secretaria

Já no Carnaval nós ficamos em outro espaço, saímos da sede da prefeitura, porque muitas vezes faltava lá - e ainda falta - espaço físico pra juntar documentos, casar processos, despachar, é muito complicado. Neste momento estamos procurando um local pra migrar toda a Fundação de Cultura e depois juntar com a Secretaria de Cultura. Isso não é só uma questão de conforto, é questão de criar possibilidade e dar agilidade nos processos. Não é fácil, porque queremos ficar por aqui pelo Recife Antigo e um espaço desses às vezes não é muito fácil de achar, e quando acha ou é muito caro ou precisa de investimento e tempo demais. Mas já temos alguns bons contatos e acho que no início do próximo ano conseguimos resolver essa questão.

Investimento em editais de contratação

Como eu disse, a gente preferiu correr o risco de ter alguns processos que precisassem de correção do que não fazê-los. Nós nos propusemos a fazer tudo por edital, e isso foi uma marca registrada já dessa gestão na Secretaria de Cultura e na Fundação de Cultura. Esse ano acho que só o Carnaval que não foi assim, mas a partir do São João as ações foram com edital. Assim o poder público saiu daquela ação de ser o principal ator nesse processo, e passou a ser demandado. O edital faz isso. Ele propicia também que as pessoas nos procurem e se ofereçam a participar. E nos comprometemos que no mínimo 70% da composição que as curadorias escolheriam seriam de processos inscritos nos festivais, mas passamos disso fácil. Acho que foi em torno de 90%. O que compôs a grade de todos esses eventos foram os editais. Em alguns casos talvez não se tenha tido o tempo que seria melhor, mas todos eles aconteceram. Para o ano, com certeza a gente vai melhorar.

Formato dos festivais dos próximos anos

A gente precisa ampliar esse debate e saber qual vai ser a melhor formatação pra fazer os festivais. Precisamos trazer para os fóruns, o Conselho de Política Cultural. Nós fizemos isso esse ano, mas acho que a gente deve continuar numa medida muito maior. Temos que ouvir os especialistas. Precisamos saber onde é a intersecção entre o conjunto de pessoas que pensam essa discussão e o que a gente pode fazer pra que aconteça da melhor forma. Cabe a nós gestores compatibilizar o que o meio cultural acha em cada uma das linguagens.

Inauguração da Rádio Frei Caneca

A Rádio Frei Caneca vai começar a funcionar até o fim do primeiro semestre de 2014. VEJA MAIS DETALHES VÍDEO:

Orçamento da pasta da Cultura

Ao longo do ano são feitas várias modificações no orçamento, então o que conta mesmo é o que foi executado. E esse orçamento a gente tem feito acima da média nacional, que é 2%. A ideia é discutir esse orçamento não como um número vazio, mas dizer qual a nossa capacidade de executar a política cultural, algo tão importante a ser desenvolvido junto às comunidades. Então é qualificar o gasto também. Diminuição do orçamento não vai ter, pelo contrário, a gente vai trabalhar pra trazer recursos de fora e essa é a determinação do prefeito. E a captação privada não é a única. A gente tem que captar recursos também do Ministério da Cultura (MinC), junto ao Governo do Estado, junto às emendas parlamentares. Há várias formas de captar e a gente quer se estruturar pra fazer isso com competência. Esse ano o orçamento que a gente trabalhou foi algo em torno de R$ 70 milhões. Eu não tenho nenhuma dúvida de que, ao final do próximo ano, quando a gente tiver os remanejamentos orçamentários, a gente vai ter um número mais expressivo do que esse.

Reformulação do Sistema de Incentivo a Cultura (SIC) municipal

Eu acho que o SIC - e eu digo eu acho porque o SIC está muito mais vinculado à Secretaria de Cultura e quando se conversar com a secretária Leda Alves ela vai ter muito mais elementos pra falar sobre isso. Mas eu sou totalmente a favor desses editais e ai é uma opinião pessoal, porque o edital vai ao encontro de uma política cultural que a gente defende, que é democrática, inclusiva, isenta. Quando, por exemplo, fizemos um edital deixando esse formato mais participativo, quando a gente colocou o Núcleo de Cultura Cidadã pra dar mais facilidade para as pessoas, estamos no fundo discutindo o Sistema de Incentivo a Cultura, porque ele é um formato que precisa disso tudo. Eu tenho certeza que, para o ano, haverá uma definição em relação a isso. Não posso ainda adiantar se vai ser nesse mesmo formato que vem sendo discutido, mas com a ideia da isenção, da inclusão e da participação democrática que um projeto como o SIC envolve, portanto acredito que a gente tem sim novidade para o próximo ano em relação a isso.

A vereadora Priscila Krause (DEM) publicou um artigo, em seu blog, criticando os gastos com a decoração de Natal do Recife. A democrata relatou que o custo do material – cerca de RS 5,8 milhões -  foi o mais caro da história da cidade.

Outro ponto criticado pela parlamentar é o abandono do Teatro do Parque. Segundo a vereadora, a sua sugestão de emenda para a transferência R$ 8 milhões da realização de shows e eventos por parte da Fundação de Cultura para a restauração do Teatro do Parque foi vetada pela Casa Legislativa

Confira o artigo na íntegra:

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As luzes que apagam
Priscila Krause*

No Império Romano, os mandatários dos tempos entre o antes e o depois de Cristo conquistavam o apoio popular por meio da distribuição de cereais à base de trigo e da frequente realização de eventos com o objetivo de distrair a população. Era o tempo da construção de grandes arenas, promoção de suntuosos espetáculos, da famosa política do panem et circenses (pão e circo). Com os cofres públicos abarrotados e o desejo da conquista fácil e rápida em busca da aprovação aos seus atos, os governos, a qualquer sinal de crise, lançavam mão de artifícios assim. Estava mantida a ordem “e la nave va”…

Corta: Recife, 2013. A Prefeitura, por meio da Fundação de Cultura Cidade do Recife, contrata a decoração natalina da cidade (elementos decorativos e iluminação) pela bagatela de R$ 5,8 milhões, a mais cara da nossa história. No período de um mês, a municipalidade gastará, diariamente, algo em torno de R$ 187 mil para maquiar, à Noel, restritos recantos da capital pernambucana. O valor inclui até uma árvore de vinte metros de altura, às margens do Capibaribe (aquele pobre “Cão sem plumas” do poeta João Cabral) por absurdos R$ 793 mil. O ornamento conta com lâmpadas importadas, gravuras de passarinhos e leques. Muita luz e cor. Mas por que não correr atrás de patrocínios da iniciativa privada, como ocorre no Rio de Janeiro?

Ainda o Recife. Enquanto montava-se a luxuosa árvore e outros apetrechos natalinos cidade afora, votávamos na Câmara do Recife o projeto da Lei Orçamentária Anual 2014. Por decisão do Executivo e nada mais, quaisquer emendas que alterassem os rumos da peça sugerida pelo prefeito cairia fora. Foi assim com sugestão minha que transferia R$ 8 milhões da realização de shows e eventos por parte da Fundação de Cultura para a restauração do Teatro do Parque, joia arquitetônica e cultural da nossa cidade prestes a completar seu centenário, em 2015.

Na peça orçamentária aprovada, dos quase R$ 79 milhões previstos para a Fundação de Cultura no ano que vem, R$ 52 milhões serão gastos com eventos (shows e decorações) para o Carnaval, São João e Natal, enquanto a política em torno da restauração, preservação e aquisição de bens culturais para equipamentos sob a responsabilidade da Fundação (entre elas o Teatro do Parque) ficou com restritos R$ 6 milhões. Numa das justificativas para o veto, chegou-se registrar que os recursos para a restauração do Parque poderiam ser fruto de um convênio federal. Se fosse tão simples e fácil captar de Brasília, o Parque não estaria abandonado desde 2010.

O governo inverte as prioridades. Trata o supérfluo como política de estado e o inverso, o prioritário, como necessidade de terceira ordem. Entre o tempo do “pão e circo” e a atualidade dos panetones, shows e decorações milionárias, há diferenças: redes sociais, participação, democracia, opinião pública vigilante. Ainda assim, no abrir das cortinas de 2014, tudo estará como antes. O Teatro do Parque de portas fechadas e os impostos pagos por cada um de nós mais uma vez rarefeitos no lúdico das luzes do Natal que se foi.

*Priscila Krause é jornalista e vereadora do Recife pelo Democratas

Depois da aprovação dos projetos da Lei Orçamentária Anual (PPA) e do Projeto Plurianual (PPA) para o Recife, nessa quarta-feira (27), a vereadora da oposição, Priscila Krause (DEM), frisou a vetação de sua emenda. A parlamentar sugeriu um acréscimo de recurso para a reforma do Teatro do Parque, mas não foi acatada pela base governista da Câmara de Vereadores. 

“Governo acaba de rejeitar emenda de minha autoria que diminui recursos para shows e eventos (e decorações natalinas...) de R$ 52 milhões para R$ 44 mi, em 2014, em prol da restauração do Teatro do Parque”, expôs Krause no Facebook.

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Lamentando a decisão que não inclui sua proposta, a democrata desabafou afirmando ter ao menos, tentado. “Joia arquitetônica e cultural da cidade, teria sua restauração garantida no próximo ano com R$ 8 milhões de recursos municipais. Em 2015, o Teatro completa 100 anos. Fica o registro da tentativa”, publicou a vereadora. 

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Lançado no dia 9 de agosto pelo Ministério da Cultura (MinC), o edital do Concurso Cultura 2014, que selecionará atividades artísticas para apresentações durante a Copa do Mundo da FIFA Brasil, com investimento de R$ 19 milhões, lista o Teatro do Parque, no Centro do Recife, como um equipamento cultural disponível para as intervenções. O teatro, no entanto, encontra-se fechado desde 2010, com previsão de reabertura apenas para 2015, um ano após a realização do evento esportivo.

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Segundo informações divulgadas em agosto deste ano pela Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), a entrega do teatro está prevista para o ano do centenário do equipamento (2015), mas as obras ainda não foram iniciadas. O LeiaJá esteve recentemente no Teatro do Parque e captou imagens exclusivas do estado de abandono em que se encontra o local.

Na lista de equipamentos culturais disponibilizada pelo MinC no edital, o Teatro do Parque figura no topo como um dos espaços que podem receber  projetos culturais. O link oferece inclusive e-mails e telefones para contato de uma representante provisória do espaço, identificada como Xislane Ramos.

No entanto, a responsável pelo Teatro do Parque - segundo a prefeitura - é Carmem Piquet, gestora da Unidade de Museus e Teatros da FCCR. Para a Prefeitura do Recife (PCR), houve falha na comunicação na hora de repassar para o MinC os equipamentos culturais disponíveis para o edital. Por outro lado, a PCR ressaltou que no edital do Concurso Cultural 2014 existe um item sobre os documentos necessários para aprovação do projeto, entre eles uma carta de anuência emitida pela prefeitura. Procurada pelo LeiaJá, Carmen Piquet informou que até o momento ninguém solicitou a carta de anuência que liberaria o Teatro do Parque para uso durante a Copa.

De fato, no item 15 do edital, que trata destes documentos, está especificado que o interessado deve solicitar uma “carta de anuência da prefeitura, ou do ente público responsável pelo espaço físico, no caso de realização de atividade em local público. Esse documento deverá atestar a aprovação e a disponibilidade do espaço físico no período de execução mencionado no projeto”. Ou seja, o proponente que incluir o Teatro do Parque em seu projeto terá o pedido negado e precisará procurar outro local para a sua intervenção artística.

O LeiaJá entrou também em contato com a Representação Regional Nordeste do Minc (RRNE/MinC) para saber porque o teatro está no edital. De acordo com Gilson Matias, chefe da Regional, “A Prefeitura do Recife foi quem repassou para o Ministério da Cultura as informações sobre os equipamentos culturais, através da Secretaria da Copa municipal”.

O Teatro do Parque

O prédio que abriga o Parque tem arquitetura em art nouveau e foi inaugurado em 24 de agosto de 1915, após ter sido construído pelo comerciante português Bento de Aguiar. A primeira reforma aconteceu em 1929, e a segunda em 1995. No dia 24 de agosto desse ano, data que marcou o 98º aniversário do Teatro do Parque, artistas se mobilizaram em protesto chamado de Ocuparque pedindo urgência na reforma.

Um dos patrimônios culturais de Pernambuco, o Teatro do Parque tem o título de Imóvel Especial de Preservação. O teatro - que também abriga exibições de cinema, espaço para aulas e jardim com café - está com as portas fechadas desde 2010, e continua abandonado. Segundo informações divulgadas em agosto deste ano pela Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), a reforma está próxima e o teatro será entregue à população em agosto de 2015, quando completa 100 anos.

"Esperamos gastar cerca de R$ 1 milhão, em duas parcelas de R$ 500 mil, na reforma, já que as vistorias iniciais realizadas por arquitetos constataram que o local apresenta estrutura bem sólida, não sendo necessárias grandes intervenções '' disse, na época, o presidente da FCCR, Roberto Lessa. Contactada pelo LeiaJá, a Prefeitura do Recife reafirmou a entrega do Teatro do Parque para agosto de 2015 e  que não há nenhuma informação nova. As obras ainda não foram iniciadas.

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Construído pelo comerciante português Bento de Aguiar, com o projeto de decoração dos pintores Henrique Elliot e Mário Nunes, o prédio que abriga o Parque tem arquitetura em art nouveau e foi inaugurado em 24 de agosto de 1915 com uma apresentação da Companhia Portuguesa de Operetas e Revistas. Grandes companhias brasileiras passaram pelo palco do teatro, como as de Vicente Celestino e Alda Garrido. No palco foram encenadas as primeiras peças em parceria entre Samuel Campelo e Valdemar de Oliveira.

O teatro passou pela primeira reforma em 1929, na gestão de Pelópidas da Silveira. Em 1995 foi novamente reformado. Nada foi feito em 18 anos, e o velho e bom teatro novamente pede socorro. No dia 24 de agosto desse ano, dia que marcou o 98º aniversário do Teatro do Parque, artistas se mobilizaram em protesto chamado de Ocuparque pedindo urgência na reforma.

''Não gostaria de receber um teatro maquiado, com obras por fazer, como já aconteceu com o Santa Isabel. É melhor que a reforma passe dois anos e saia bem feita, do que na pressa e cheia de problemas”, opina Leidson Ferraz, jornalista, escritor e pesquisador na área de teatro.

Joaquim Argemiro - Seu Miro, como é conhecido - tem há 36 anos um bar em frente ao Teatro do Parque. Ele lembra com saudade dos grandes espetáculos. “Aqui já foram encenadas grandes peças teatrais. Me lembro que Chico Anysio esteve no teatro e veio ao meu bar tomar um café. Ficamos batendo papo umas duas horas”, conta o comerciante. Seu Miro desconfia que a promessa da prefeitura de reabrir o teatro em agosto de 2015 não seja cumprida: “Teve um povo pedindo a reabertura do espaço. Logo, a prefeitura colocou uma placa dizendo que o teatro estava em obras. Só que até agora nenhuma telha entrou no prédio, sei não”, diz, descrente.

O LeiaJá teve acesso às dependências do Teatro do Parque, confira imagens exclusivas:

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*Edição: Felipe Mendes

A Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR) e o Centro de Estudos Avançados de Conservação Integrada (CECI) assinam até a sexta (30) um convênio que dará início ao processo de reforma do Teatro do Parque. Através do convênio será elaborado o Plano de Gestão da Conservação do Teatro do Parque, que orientará a recuperação do teatro, resguardando as características e especificidades do imóvel de preservação especial (IEP), assim como a manutenção preventiva após a reabertura do equipamento.

A proposta de elaboração do Plano de Gestão da Conservação surgiu após as vistorias iniciais realizadas pelos arquitetos do CECI, junto a técnicos da Prefeitura do Recife, que constataram que o Teatro – totalmente reformado em 1995 – apresenta estrutura sólida, não sendo necessárias grandes intervenções para devolver o equipamento à sociedade.

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O documento será elaborado dentro de 90 dias, observando questões como levantamento arquitetônico e documentação fotográfica, estudos de drenagem de águas pluviais, projeto de revisão das instalações elétricas de baixa e alta tensão, projeto de cenotécnica e iluminação cênica. Após a elaboração do plano será lançada a licitação, ainda este ano, para contratação da empresa que dará início às obras.

Aniversário de portas fechadas

No último sábado (24), o cineteatro do Parque comemorou 98 anos de fundação com as portas fechadas. Para marcar a data, artistas realizaram um ato de protesto pela paralização completa da reforma. O Ocuparque teve atividades artísticas diversas durante todo o dia, incluindo um convcerto de pianoi realizado na calçada do teatro. O Parque está há quase três anos sem funcionar para o público.

O movimento #Ocuparque, sem vínculos políticos partidários, comemorou neste sábado (24), os 98 anos de existência do Teatro do Parque - fechado desde 2010. O grupo luta pela reforma imediata e manutenção permanente do cine-teatro e pela revitalização do seu entorno, para que o equipamento cultural esteja em pleno funcionamento no ano de seu centenário, em 2015.

Durante o dia, foram realizadas diversas intervenções em frente ao teatro, como recitais, leitura de poesias, performances, apresentações de teatro, além de exposições fotográficas e de artes visuais."O movimento nasceu da luta e da nescessidade de artistas, produtores e técnicos, além do próprio público de terem um de seus equipamentos culturais mais importantes em funcionamento", afirmou S.R. Tuppan, organizador do #Ocuparque.

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Próximo de seu centenário, o Cine teatro do Parque foi inaugurado em 24 de agosto de 1915, com a apresentação da Companhia Portuguesa de Operetas e Revistas e por ele passaram grandes nomes nacionais e internacionais das Artes Cênicas, da Música, da Literatura, das Artes Visuais, da Fotografia, das diversas manifestações artísticas.

Foram exibidos os filmes do cinema mudo, com acompanhamento de música ao vivo, grandes sucessos de bilheteria, filmes históricos e alternativos. Festivais de Teatro e de Dança também fazem parte da tradição do Parque, assim como as temporadas de grupos e companhias locais, sempre com grande sucesso de público e de crítica. O movimento #Ocuparque foi deflagrado neste sábado (24) e promete continuar lutando na questão da revitalização do Cine teatro do Parque.

 

 

 

 

 

 

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A rede de teatros municipais do Recife está banguela. Um dos seus maiores e mais antigos teatros não abriga um espetáculo há quase dois anos, e está fechado à espera de uma reforma que ainda não começou. O Teatro do Parque completou, na última sexta-feira (24), 97 anos de inauguração com os portões fechados para o público. Apenas atividades administrativas estão acontecendo nas suas dependências, na Rua do Hospício, Centro do Recife.

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O Teatro do Parque foi construído pelo comerciante português Bento Luís de Aguiar e inaugurado como um anexo do Hotel do Parque em 1915. Além de abrigar apresentações de teatro e ópera, desde cedo promoveu sessões de cinema, quando os filmes ainda eram mudos. Seu jardim convidou as pessoas a realizarem ali saraus e diferentes eventos, e o Parque ainda abrigou exposições de arte em suas décadas de existência, sem contar com os inúmeros shows de música.

Tal riqueza de acontecimentos culturais – e o tamanho do teatro, que comporta mais de 900 espectadores, além da sua localização central – faz do fechamento do Parque uma grande perda para a vida cultural do Recife. “É uma pena este espaço não existir mais para a cidade”, reflete o ator e jornalista Leidson Ferraz, autor da série de livros Memórias da Cena Pernambucana. “O teatro do Parque é o mais popular dos teatros do Recife”, completa.

O caráter popular do Parque tem sido reforçado nos últimos anos com as sessões de cinema a preços simbólicos, além da apresentação de espetáculos com roupagem mais popular, geralmente de comédia. Mas porque o Teatro é também um lugar de convivência. “Tivemos a notícia (o fechamento do teatro) enquanto estávamos em cartaz”, conta Ulisses Dornelas, criador do Palhaço Chocolate. Ele apresentou por muitos anos seus espetáculos infantis no teatro do Parque, sempre enchendo a casa aos fins de semana e precisou encontrar uma nova casa para seus espetáculos.

Ulisses encontrou o Teatro da Boa Vista, que hoje administra. Foi necessária uma grande reforma para fazer o teatro funcionar. Apesar de ter solucionado seu problema de local para seus espetáculos, sente pelo fechamento do Teatro do Parque: “Espero que abra o mais rápido possível, cada teatro que fecha é uma tristeza. Teatro é feito para funcionar”, afima Ulisses Dornelas.

Para Leidson Ferraz, a demora na realização da reforma “Mostra o descaso que essa gestão tem pelo teatro do Recife”. Ele opina que não é uma questão de falta de verba, mas de vontade política, e aponta problemas em outras casas de espetáculos, como o Centro Apolo-Hermilo, que recentemente fizeram com que artistas convocassem uma reunião com a Prefeitura do Recife para mostrar a situação e cobrar providências.

Inicialmente, a reforma do Parque estava prevista para custar cerca de R$ 1,5 milhão, e R$ 500 mil viriam de uma emenda parlamentar, mas em 2011 esta verba foi contingenciada pelo governo federal. Em 27 de julho deste ano, a prefeitura concedeu ao complexo arquitetônico do Teatro do Parque o título de Imóvel Especial de Preservação - IEP, o que inclui novos padrões para qualquer reforma ou restauração ao teatro.

É o que explica André Brasileiro, presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife: “Agora que o Teatro do Parque é um Imóvel Especial de Preservação não podemos fazer qualquer obra. Tivemos que fazer mais de dez projetos complementares e todos os projetos estão em fase de licitação”. Os projetos incluem aspectos como acessibilidade, instalações elétricas, de telefonia e internet, drenagem, a modernização da caixa cênica, iluminação, climatização, acústica, sonorização, detecção e combate a incêndio e a sinalização.

“Queremos comemorar os 100 anos do Teatro do Parque tendo feito uma reforma do nível da que foi feita no Teatro de Santa Isabel, que demorou, mas foi uma intervenção importante, em que foram feitas todas as adequações”, afirma André Brasileiro. O gestor chama atenção para a classificação do Parque como IEP, o que abre possibilidades de parcerias e financiamentos específicos para imóveis considerados patrimônio. A intenção é iniciar efetivamente as obras no início do próximo ano.

Enquanto as intervenções não acontecem, o Teatro do Parque sofre com o abandono pela falta de manutenção, segue de portões fechados há quase dois anos e com uma cratera na sua entrada, causada pela drenagem inadequada. E a cidade segue carente de um de seus mais importantes espaços culturais. Para Leidson Ferraz, além da inércia do poder público, o Parque tem mais um problema, a falta de interesse coletivo: “A própria população não cobra”, resume.

O projeto Seis e Meia inicia mais uma série de shows no Recife neste sábado (4), com as apresentações de Dori Caymmi e do violonista Vinícius Sarmento. Tradicionalmente realizado no Teatro do Parque, o Seis e Meia acontece neste mês de agosto no Teatro de Santa Isabel, devido à reforma no Parque. O evento ainda traz neste mês Leila Pinheiro, Chico César e Mariana Aydar, sempre com o show de abertura de um artista pernambucano: Sérgio Campelo e banda, Rivotrill e Ylana Queiroga, respectivamente.

Dori Caymmi é filho de um dos mais importantes compositores da música brasileira: Dorival Caymmi. Compositor, instrumentista, cantor e arranjador, Dori traz sua voz grave e sua experiência ao Recife. Seu repertório refinado, que mescla influências do cancioneiro brasileiro com a bossa nova e o jazz já teve canções gravadas por artistas como Elis Regina, Jair Rodrigues e Sérgio Mendes. Já o jovem Vinícius Sarmento surgiu como um violonista virtuoso acompanhando outros artistas e vem num crescendo musical e profissional.

Serviço
Projeto Seis e Meia com Dori Caymmi
Sábado (4), às 19h
Teatro de Santa Isabel (Praça da Independência, santo Antônio)
R$ 30 e R$ 15 (meia)

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As festividades juninas estão se aproximando e o Teatro do Parque, através da Prefeitura do Recife, disponibiliza aulas intensivas de forró para quem precisa melhorar os passos antes da chegada do ciclo junino. As inscrições e mensalidades são a preços populares e as aulas de dança de salão têm início nesta quarta-feira (30). Nesta modalidade, as turmas se reúnem sempre às segundas e quartas-feiras, às 19h.

Além da dança de salão, estão sendo oferecidas aulas de hip-hop, de frevo e alongamento, em dias diferentes da semana, mas ainda há vagas disponíveis nas turmas. Os interessados devem comparecer ao Teatro do Parque, no bairro da Boa Vista, área central do Recife, para realizar as inscrições.

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Dança de salão (Intensivo de Forró para o São João)

R$ 20 Inscrição/Mensalidade

Segundas e quartas, às 19h

Professor Mazinho



Hip Hop (Funk, break, popping, freestyle)

R$ 15 Inscrição/Mensalidade

Segundas, quartas e sextas, às 15h

Professor  Felipe 



Frevo e alongamento

R$ 15 Inscrição/Mensalidade

Terças e quintas-feiras, às 16h

Professor Werison

Informações: 81 3355-3114 | 3116

As críticas feitas pela líder da oposição na Câmara do Recife, vereadora Priscila Krause (DEM) de que as obras de restauração do Teatro do Parque foram abandonadas pela Prefeitura do Recife, foram rebatidas pela Secretaria de Cultura da cidade. De acordo com a nota divulgada à imprensa, a Secretaria de Cultura e a Fundação de Cultura da Cidade do Recife asseguram que o Cine-teatro do Parque está com obras previstas para novembro deste ano.

“O trabalho de requalificação inclui reforma da caixa cênica, hall de entrada, área reservada para projeção de cinema, melhoria no sistema hidráulico, de incêndio, elétrico e de refrigeração, além da recuperação da área externa, modernização dos camarins e sala de ensaio da Banda Sinfônica do Recife”.

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No texto, as entidades também garantem, que o trabalho de requalificação do Teatro do Parque foi iniciado em 2011. “Nessa etapa inicial, foi feita a desmontagem da caixa cênica, que apresentava danos estruturais, e o mapeamento dos problemas hidráulicos e elétricos através de escavações e sondagem no hall de entrada e no pátio interno, medidas fundamentais para elaboração do projeto da reforma, conforme a complexidade dos critérios exigidos para este monumento", pontua.

Já Priscila coloca que a disputa interna do petista tem atrapalhado a condução da administração da cidade e levado ao “abandono do Teatro do Parque”. A declaração é baseada no fato de que a Prefeitura do Recife perdeu a oportunidade de utilizar cerca de R$ 1 milhão do orçamento do Ministério da Cultura, através de emenda parlamentar, para a reforma do espaço. A situação vem sendo tratada pelo prefeito João da Costa (PT) como sendo de responsabilidade da corrente CNB, já que a ex-presidente da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, Luciana Félix, é integrante da tendência. Por outro lado, os representantes da CNB, que apoiam Maurício Rands (PT) aponta falhas por parte do gestor municipal.

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