Tópicos | UPPs

O secretário da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, coronel Rogério Figueiredo de Lacerda, defendeu o programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Em artigo publicado na página da corporação, o oficial escreveu que o programa sofreu nos últimos anos um profundo processo de sucateamento.

“A perda contínua de recursos humanos e materiais observadas a partir da segunda metade desta década, aliada a promessas anteriores não cumpridas, enfraqueceu o programa das UPP justamente em um de seus principais pilares: a retomada de território em comunidades dominadas por agentes do crime organizado”, avaliou.

##RECOMENDA##

Segundo o coronel Figueiredo, dois passos estão sendo decisivos para reverter o declínio. O primeiro passo foi dado no ano passado, quando os militares do Gabinete de Intervenção Federal (GIF) puseram em prática o projeto de reestruturação do programa. De acordo com ele, o projeto havia sido construído por especialistas da própria Polícia Militar e, em linhas gerais, foi aproveitado pelo Exército.

O secretário informou que a PM deu início à segunda fase da estratégia, com a recuperação física das instalações das UPP, com substituição dos contêineres por construções fortificadas de alvenaria, como também a recomposição e requalificação do efetivo e reposição das perdas materiais – viaturas, armamentos, coletes balísticos.

No artigo, o coronel disse ter apoio integral do governador Wilson Witzel. “Essas ações estão sendo fundamentais para a reocupar o território perdido. Como era de se esperar, a retomada do espaço físico nessas comunidades tem encontrado resistência de criminosos fortemente armados, o que explica a ocorrência de confrontos”, escreveu o secretário.

Para o secretário, a reativação das UPP representa uma política não apenas de segurança pública, mas social. “Além da retomada do território, fator imprescindível para garantir o direito de ir e vir nas comunidades ainda sob o jugo de criminosos, a estratégia traçada mantém o viés de inclusão social e passou a estabelecer uma integração maior com as ações de segurança pública em geral”, comentou.

Segundo ele, as UPPs trabalham hoje em conjunto como as demais unidades operacionais da Polícia Militar nas áreas da cidade onde estão localizadas e são parceiras da Polícia Civil. Além disso, a presença dos policiais das UPPs no interior das comunidades dá suporte importante nas incursões e operações da Polícia Militar e dificulta a movimentação de criminosos na disputa de território, evitando guerras entre facções e seus indesejáveis efeitos colaterais.

O programa de segurança pública que deu origem às UPPs começou a funcionar em 19 de dezembro de 2008, quando foi instalada a primeira unidade no Morro Santa Marta, em Botafogo, zona sul da cidade do Rio. A região metropolitana chegou a contar com 38 UPPs, sendo 37 na capital e uma na Baixada Fluminense, mas depois o programa foi reestruturado, com a extinção de algumas unidades.

Em um beco da única favela sem tiroteios do Rio de Janeiro, um policial e um traficante conversam e riem juntos. Mas quando o diretor grita "Ação!", tudo muda. E a cena começa a ser mais verossímil.

Estamos nas filmagens do longa que pretende retratar um dos principais dramas da cidade: o fracasso da pacificação das favelas. A tranquilidade que reina nesta tarde na Tavares Bastos parece realmente ficção.

##RECOMENDA##

Com a sede do temido Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar no alto da comunidade, ali não se ouvem tiros e não se veem traficantes passando com fuzis nem confrontos com a polícia. Também não há crianças mortas por balas perdidas.

"Só tínhamos esta comunidade para gravar sem tem que ter algum tipo de acordo com traficantes ou milícias. Se não fosse a Tavares, teríamos que filmar tudo em estúdio", disse Caio Cobra, o diretor do filme.

As câmaras, as luzes e o exército de assistentes de produção nem mesmo chateiam os vizinhos dessa humilde favela, que frequentemente se torna cenário de filmes e séries.

"Quando eles querem falar de violência, eles não falam de Brasília, não falam das grandes quadrilhas, dos grandes bandidos que acabaram gerando isso aqui, só falam do produto final, que somos nós", queixa-se Cesar Machado, um morador de 66 anos, enquanto observa a filmagem ao sair da padaria.

- Um debate delicado -

Escrito pelo mesmo roteirista de "Tropa de Elite", o ex-capitão do Bope Rodrigo Pimentel, este filme expõe, pelo olhar dos policiais, o desmoronamento das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), lançadas em 2008, em meio a uma grande expectativa popular com a perspectiva da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

A protagonista é uma jovem policial que acredita profundamente nesse projeto como uma saída para a violência, mas que verá seu sonho desparecer em um Rio imerso em uma crise econômica e em escândalos de corrupção.

"É um filme que fala sobre o momento do Rio de Janeiro atual, um momento depois de toda aquela expectativa da Copa do Mundo, dos Jogos Olímpicos. Todos os dias nos jornais do Rio de Janeiro tem notícias de moradores baleados, de policiais mortos. Eu achava muito urgente, muito necessário que o cinema brasileiro fizesse esse filme contando o drama dessas pessoas", conta Pimentel.

Para compreender a complexidade dos personagens principais, cinco policiais assessoraram a equipe e alguns até ganharam um pequeno papel.

"O policial também é vítima da violência e sua versão quase sempre foi desdenhada, ocultada pelo cinema brasileiro", diz o ex-capitão à AFP.

O tema é complexo em um estado com dados aterradores de homicídios (cerca de 6.500 em 2017), e com uma polícia que não tem meios adequados para combater o crime organizado e sofre com constantes atrasos salariais.

Os agentes do Rio são os que mais morrem no Brasil, mas são também os que mais matam. Em 2017 mais de 130 policiais foram assassinados e nesse ano esse número já passa dos 60. Por outro lado, 1.150 pessoas foram mortas em ações policiais no ano passado, segundo dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro.

A equipe insiste que este será um filme "equilibrado".

"O filme não toma nenhuma frente, não tem uma bandeira, não é panfletário. Ele não defende um lado ou o outro. Ele expõe uma ferida que está aberta e deixa ao espectador entender de que lado ele está", disse o ator Marcos Palmeira, que vive o chefe da UPP, na entrevista coletiva de apresentação do filme.

"O que mais desejo é que esse filme gere discussão, que não gere polarização, que não gere mais ódio, mas que gere reflexão", disse Bianca Comparato, a protagonista.

- Marielle, presente -

Como contraponto à trama policial, será importante o papel da irmã da protagonista, uma fervorosa defensora de direitos humanos negra, muito crítica à violência policial.

"Quando li o roteiro, pensei é a Marielle, é uma voz da Marielle", disse emocionada a atriz Dandara Mariana, referindo-se à vereadora Marielle Franco, nascida na favela da Maré e assassinada a tiros em março, em um caso que comoveu o Brasil e o mundo.

A atriz contou que, para construir o personagem, conversou com pessoas próximas a Marielle, e que, inspirada nela, fez algumas modificações no texto.

O filme foi apresentado à imprensa com o título de "Intervenção", depois da decretação, em fevereiro, da polêmica intervenção federal na área de segurança, enquanto setores da ultra-direita pedem uma "intervenção militar" que ponha ordem no Brasil.

No entanto, ficou claro na apresentação que esse título não conta com a aceitação unânime do elenco e por isso os produtores se comprometeram a buscar um novo nome antes da estreia, prevista para o dia 15 de novembro.

Em meio à crise financeira e à escalada da violência no Rio de Janeiro, a Polícia Militar do Estado poderá extinguir 18 das 38 Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). O programa foi implantado a partir de 2008. Nos últimos anos, vem sofrendo com o falta de investimento nas unidades e diminuição do efetivo. Segundo o comandante-geral da PM, coronel Wolney Dias, a extinção de quase metade das UPPs ainda depende de mais estudos.

"Vários fatores têm de ser levados em consideração: o momento que estamos vivendo, a questão financeira para manutenção do projeto. Aquelas (UPPs) em que não haja um domínio territorial maior talvez possam ter reavaliadas a sua manutenção ou não", declarou Dias, após participar de seminário sobre segurança pública na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

##RECOMENDA##

A Polícia Militar também discute a blindagem de pelo menos parte de suas viaturas. A intenção é que os para-brisas traseiro e dianteiro dos veículos recebam o reforço no material. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Intensos tiroteios assustaram moradores do Complexo do Alemão, na zona norte, durante a noite dessa segunda-feira (20). Um policial foi ferido por estilhaços, de acordo com a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) durante ataque de traficantes a uma patrulha de PMs na comunidade Nova Brasília. Segundo a CPP, o agente foi levado para o Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), no Estácio, zona norte.

Nas redes sociais, moradores relatavam tiros também nas localidades da Grota e Areal. Os disparos só cessaram por volta das 3h, na madrugada de terça-feira (21). Ainda segundo eles, na tarde de segunda-feira, também houve troca de tiros e um veículo blindado da PM chegou a entrar na região da Grota. Não há informações sobre mais feridos nos tiroteios.

##RECOMENDA##

Cidade de Deus

Na Cidade de Deus, comunidade da zona oeste que também tem uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), um PM foi baleado no ombro durante um patrulhamento na localidade do Brooklyn, na noite desta segunda-feira. Ele atendido no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Não há informações sobre seu estado de saúde.

Operação na Tijuca

Já no Morro da Formiga, na Tijuca (zona norte), outra comunidade com Unidade de Polícia Pacificadora, a Polícia Civil e PMs da UPP realizam uma operação para cumprir 30 mandados de prisão contra criminosos que atuam na favela. Até o momento, uma pessoa foi presa.

Policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio, foram atacados a tiros na manhã desta sexta-feira, dia 1º de maio. Os disparos ocorreram por volta das 11h, quando os policiais patrulhavam a localidade conhecida como Chuveirinho. Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), os PMs não revidaram e não há relatos de feridos.

O Complexo do Alemão foi reocupado no dia 2 de abril por 270 policiais do Comando de Operações Especiais (COE), sem data definida para a saída. Os agentes das UPPs do conjunto de favelas também estão passando por treinamentos desde o começo de abril, quando dois dias de confrontos resultaram na morte de quatro pessoas, entre elas Elizabeth de Moura Francisco, de 40 anos, e Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos.

##RECOMENDA##

O comando de quase metade das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro vai mudar a partir da semana que vem. Um Boletim Interno da Polícia Militar distribuído nesse sábado (20), trouxe uma lista de 16 novos nomes que passarão a chefiar os batalhões instalados em comunidades.

A medida faz parte de um processo mais amplo de troca de comando na Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), que gerencia todas as 38 UPPs em operação no Estado.

##RECOMENDA##

Até o fim do ano, o tenente-coronel Luís Cláudio Laviano, que estava à frente do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM, vai assumir o posto de coordenador de Polícia Pacificadora. Com isso, 16 das 38 UPPs também terão novos titulares. Laviano substitui o coronel Frederico Caldas, que ficou um ano e quatro meses no cargo.

"O comando da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) está mudando, portanto, é normal que o novo coordenador faça algumas alterações em sua equipe de trabalho", informou a assessoria de imprensa do CPP, em nota. As informações oficiais são de que as passagens de comando ocorrerão ao longo da próxima semana.

As Unidades de Polícia Pacificadora, principal projeto de segurança do Estado, têm enfrentado uma crise diante da escalada de ataques aos policiais e às sedes das UPPs nos últimos meses. Desde o início do programa, em 2008, 21 soldados que trabalhavam nas unidades foram mortos - 14 deles apenas este ano.

O primeiro caso ocorreu em julho de 2012, quando a policial Fabiana Aparecida de Souza foi morta durante ataque à UPP Nova Brasília, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio.

Trocas

Entre as unidades que terão o comando renovado estão a UPP Nova Brasília, no Complexo do Alemão, onde o capitão Paulo Ramos dará lugar ao major Leonardo Gomes Zuma, e a UPP Santa Marta, que recebeu a primeira unidade do Estado, onde o tenente Gustavo Castanheira Matheus substituirá o capitão Márcio Almeida Rocha.

Também terão alterações de chefia das UPPs de Arará/Mandela, Batan, Caju, Camarista Méier, Cerro-Corá, Chatuba, Cidade de Deus, Fallet/Fogueteiro, Formiga, Macacos, São Carlos, São João, Turano e Vila Kennedy.

O Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio divulgou os dados consolidados sobre as incidências criminais em 30 áreas com Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) referentes a 2013. Os índices de homicídio doloso e letalidade violenta tiveram redução de 26,5%. Também foram registrados menos seis casos de homicídios decorrentes de intervenção policial (conhecidos como auto de resistência), entre 2012 e 2013. Por outro lado, houve aumento de roubos de rua (7%) e de veículos (5,8%).

Em um ano, houve redução de 18 vítimas de letalidade violenta (que reúne as quantidades de homicídios, latrocínios, autos de resistência e lesão seguida de morte): de 68 para 50 vítimas. Em 2013, foram 36 vítimas de homicídios dolosos, contra 49 em 2012. As lesões corporais dolosas reduziram 14% (menos 462 vítimas), de 3.291 para 2.829.

##RECOMENDA##

No mesmo período, a quantidade de roubos de rua aumentou, passando de 213 para 228. Já em relação aos roubos de carro foram registrados 73 roubos em 2013 e 69 no ano anterior. As apreensões de drogas subiram 23,2%, de 1.661 registros para 2.046, no entanto a quantidade de drogas apreendidas não foi divulgada.

Hoje, o Rio tem 37 UPPs e deve chegar a 40 até o fim deste ano. Os dados são divulgados após um ano de implantação de cada unidade e têm como base o ano anterior.

Suspeitos de comandar ataques a Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), nos últimos meses, dois traficantes foram presos nesta segunda-feira, 21, em Armação dos Búzios, na Região dos Lagos, no Rio. A prisão foi resultado de uma ação conjunta da Polícia Federal e da Polícia Civil. Bruno Eduardo da Silva Procópio, de 33 anos, conhecido como Piná, é chefe do tráfico da Vila Cruzeiro (zona norte) e Eduardo Luís Paixão, do Duda2D, de 40 anos, atua no Complexo do Alemão (zona norte).

Segundo a polícia, Piná ordenou os ataques a quatro ônibus e três carros durante protesto no bairro de Caramujo, em Niterói (região metropolitana), no último sábado, 19. Os traficantes são suspeitos de organizar também os ataques simultâneos às UPPs de Mandela, em Manguinhos (zona norte), e da Camarista Méier, no Complexo do Lins (zona norte), no mês passado. Os ataques levaram o governo do Estado a pedir reforço das Forças Armadas. Desde o início de abril o Exército ocupa o Complexo da Maré (zona norte).

##RECOMENDA##

O secretário de Segurança do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, criticou indiretamente os órgãos federais responsáveis pelo controle das fronteiras do País e as leis de execução penal ao ser questionado nesta segunda-feira, 03, se o programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) está em crise. Na tarde de domingo, 02, a soldado Alda Rafael Castilho, de 26 anos, foi morta durante um ataque de traficantes à sede da UPP do Parque Proletário, no Complexo da Penha, na zona norte. Outras três pessoas foram baleadas.

"Armas, munições e drogas não são feitas no Rio. As ordens vêm dos presídios. Pessoas presas voltam rapidamente às ruas porque a lei legitima isso. Então, por que só as polícias do Rio têm que falar das consequências dessas etapas que acabei de narrar?", disse.

##RECOMENDA##

Beltrame admitiu que as UPPs instaladas em grandes favelas são as mais problemáticas. "Temos alguns incidentes, especialmente nas UPPs com mais de 100 mil habitantes. Elas são maiores que 80% dos municípios brasileiros. E dentro de uma área praticamente sem organização nenhuma, o que facilita a ação do tráfico de drogas. Sem contar que, durante 30, 40 anos, essas facções não receberam o devido tratamento do Estado. Sofremos ontem uma covardia: uma policial foi covardemente atingida pelas costas. Essa morte não foi só dela. A sociedade toda foi atingida pelas costas", afirmou o secretário.

Horas após o ataque na Penha, as polícias iniciaram uma ofensiva em 14 favelas dominadas pelo Comando Vermelho. Empossado nesta segunda-feira, 03, o novo chefe de Polícia Civil, delegado Fernando Veloso, disse que as operações nestes locais vão continuar por tempo indeterminado. Segundo ele, alguns dos envolvidos na emboscada na Penha já foram identificados.

Veloso disse ainda que as principais preocupações de sua gestão serão a consolidação do processo de pacificação, os grandes eventos que o Rio vai sediar, as manifestações e as eleições.

A criação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas 15 favelas da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, foi adiada mais uma vez. Segundo a Polícia Militar, o complexo só será retomado do controle do tráfico e da milícia no início de 2014. A região é considerada uma das mais perigosas na capital fluminense. Em vez da pacificação na Maré, a polícia planeja para novembro deste ano ocupar, definitivamente, as 11 comunidades do Complexo do Lins.

Também localizada na zona norte, a comunidade se tornou o "quartel-general" do Comando Vermelho desde a ocupação dos conjuntos de favelas do Alemão e da Penha, no fim de 2010. O novo plano foi revelado por oficiais do Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar, durante reunião com representantes de associações de moradores da Maré.

##RECOMENDA##

Desde o início de agosto, o Batalhão de Operações Especiais (Bope), tropa de elite da PM, vem fazendo pelo menos três operações por semana pela repressão ao tráfico no Complexo do Lins. As polícias Civil e Federal também participam das ações. Esta etapa, que na maioria das vezes resulta na prisão de traficantes e apreensão de armas e drogas, é o passo que antecede a ocupação permanente pelas forças de segurança. Em seguida, é implantada a Unidade de Polícia Pacificadora.

Motivos

Segundo fontes da Polícia Militar, as favelas do Lins tiveram preferência pela pacificação por três motivos: o primeiro é a proximidade com outras favelas que já possuem UPPs, como o Morro São João, no Engenho Novo, e dos Macacos, em Vila Isabel. Além disso, a polícia levou em consideração os constantes bloqueios da autoestrada Grajaú-Jacarepaguá devido aos tiroteios na região. A via é uma das mais importantes ligações da zona oeste com a zona norte e o centro do Rio.

Também foi analisada a falta de efetivo de novos policiais na corporação. Com cerca de 130 mil moradores, o conjunto de favelas da Maré precisará de um grande número de PMs para ser ocupada permanentemente - quantidade que a Polícia Militar não dispõe neste momento.

Esta é a segunda vez que o complexo da Maré perde a vez na fila de pacificação. No fim de abril, foram ocupadas três pequenas favelas do Cosme Velho, que fica aos pés do Cristo Redentor. Na ocasião, as autoridades justificaram a medida pela necessidade de fechar o "cinturão de segurança" da zona sul.

Ao contrário dos Complexos da Penha e do Alemão, quando todas as comunidades foram pacificadas de uma só vez, na Maré as favelas deverão ser ocupadas por etapas. Isso porque as comunidades do complexo são controladas por três diferentes grupos criminosos, que disputam a região entre si: Comando Vermelho, Terceiro Comando e milícia.

A pacificação da Maré é considerada estratégica para o Rio, já que a região é rota obrigatória para quem chega ao Rio de Janeiro pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, e precisa ir ao centro, à zona sul ou à Barra da Tijuca, na zona oeste. Atualmente, o Rio de Janeiro possui 33 UPPs. A promessa do governo do Estado é implantar pelo menos 40 unidades até o fim de 2014.

Desde 2010 em operação no Complexo do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, o Exército inicia quinta-feira a retirada das últimas tropas que atuam nas comunidades. O comando da operação de pacificação nas regiões será transferido para o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Na manhã desta quarta-feira, o governo do Rio inaugurou duas novas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) no conjunto de favelas da Penha.

A saída das tropas do Exército do complexo deve ser concluída na sexta-feira, quando se encerra o convênio firmado com o governo federal para a atuação das Forças Armadas no local. Nos vinte meses de ocupação do Exército, 1.200 militares atuaram durante a ocupação. Até o final de julho, tropas do Bope ocupam as comunidades de Vila Cruzeiro e Parque Proletário para que sejam instaladas outras duas UPPs. Ao todo, serão oito unidades nos complexos do Alemão e da Penha.

##RECOMENDA##

As unidades inauguradas nesta quarta-feira, localizadas nos morros da Chatuba e da Fé Sereno, terão 400 policiais recém formados no patrulhamento de dez comunidades no entorno dos morros. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, 13 mil pessoas são atendidas pelas unidades. Na inauguração, o governador Sérgio Cabral classificou de "revolucionária" a política de segurança das UPPs. "Nós estamos com 25 unidades e dois milhões de pessoas beneficiadas. Em menos de quatro anos, é uma revolução diante de trinta anos ou mais de poder paralelo", afirmou o governador.

Cabral afirmou que comunidades já pacificadas que ainda têm casos de confronto entre traficantes podem ter reforço no policiamento. Também foram anunciados investimentos de R$ 80 milhões anuais para o policiamento ostensivo das comunidades pacificadas do Rio. As 25 unidades já implantadas atendem a mais de 140 favelas e contam com mais de 5 mil policiais. "Não é natural que haja uma força paralela dominando uma comunidade. Isso não é natural, mas o Rio conviveu com isso durante anos como se fosse normal", afirmou.

Segundo o governador, após a instalação das unidades no complexo da Penha será a vez da favela da Rocinha receber uma UPP. A comunidade, ocupada por policiais militares do Batalhão de Choque desde novembro de 2011, também continua sendo alvo de conflito entre traficantes e policiais.

O Dia de Reis, celebrado em 6 de janeiro, será comemorado este ano de forma especial pela Secretaria de Cultura do Rio. Em parceria com a Secretaria de Segurança, a secretária de Cultura, Adriana Rattes, vai levar ao Theatro Municipal 2 mil moradores de comunidades onde foram instaladas unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

Lá, eles assistirão a uma apresentação especial do balé O Quebra-Nozes, de Tchaikovsky, em versão assinada pela coreógrafa Dalal Achcar, considerado uma das peças mais importantes no balé clássico mundial. Segundo a secretária, os convidados são moradores de 24 comunidades com UPPs - Santa Marta, Batan, Cidade de Deus (quadras), Cidade de Deus (apartamentos), Cidade de Deus (karatê), Chapéu Mangueira, Tabajaras, Borel, Pavão, Providência, Formiga, Andaraí, Turano, São João, Prazeres, Mangueira, Salgueiro, Macacos, Fallet, São Carlos, Rocinha, Vidigal, Morro Azul e Cruzada São Sebastião.

Adriana Rattes espera que esse seja um grande momento do processo de pacificação. "Um momento de celebração, de novo impulso para o ano e de todo o trabalho a ser feito para consolidar o processo”. Ela informou que serão distribuídos mais 100 convites para policiais que atuam nas UPPs e seus parentes.

O objetivo, disse a secretária, é oferecer às comunidades a inclusão também do ponto de vista cultural. “Usar a cultura como instrumento para melhorar o relacionamento com a comunidade e transformar a vida de pessoas que estão lá, para oferecer novas oportunidades. Principalmente para as crianças e jovens das comunidades”.

Adriana explicou que a ideia não é fazer apenas um evento no ano, como esse no Theatro Municipal, ou o que foi realizado durante o Natal, quando a secretaria levou o corpo de baile do teatro à Rocinha, na zona sul da cidade. Segundo ela, este ano haverá um calendário grande de atividades artísticas levadas de fora para as comunidades, mas também de apoio a atividades das próprias comunidades. "É um processo de intercâmbio entre artistas, criadores e produtores culturais de fora com os da comunidade, para que possam criar juntos. Para que os talentos da comunidade também possam sair dali e aparecer para o resto da cidade, o resto do estado”.

O trabalho envolve desde a instalação de bibliotecas-parque até uma série de eventos e patrocínios a microprojetos. O primeiro grande evento do calendário cultural, em 2012, será a inauguração, em fevereiro, da biblioteca-parque da Rocinha, que começará com um acervo de 15 mil livros. As publicações  foram compradas pelo governo fluminense a partir de um acervo previamente definido como importante para uma biblioteca pública. A unidade da Rocinha totalizará 25 mil livros. “São bibliotecas que funcionam como centros culturais”, destacou a secretária.

Adriana Rattes informou que a unidade terá ainda cineteatro, cozinha-escola, além de estúdios de gravação de áudio e vídeo, atendendo a uma demanda de produção nessa área que é significativa na comunidade. A biblioteca-parque ficará aberta ao público diariamente das 9h às 21h, incluindo os fins de semana.

No segundo semestre, o cronograma prevê a abertura  da biblioteca-parque do Complexo do Alemão, conjunto de favelas situado na zona norte da cidade. Adriana Rattes lembrou que o sucesso desses empreendimentos pode ser medido pelo público que frequenta a primeira biblioteca-parque, implantada pelo estado há um ano e meio na comunidade de Manguinhos, também na zona norte.

A  unidade de Manguinhos registra um público médio de 15 mil pessoas por mês. O projeto  ganhou, no ano passado, o Prêmio José Olympio, como melhor iniciativa de incentivo à leitura no Brasil. “É o que a gente espera na biblioteca da Rocinha”, disse Adriana.

Na noite de reinauguração do Palácio Guanabara, sede do governo restaurada graças a empresas privadas que bancaram as obras de R$ 19,2 milhões, o governador Sérgio Cabral (PMDB) resumiu a atual gestão, em discurso bem-humorado: "O governador é o Pezão, o primeiro-ministro é o Regis e eu fico ali animando a festa".

Foi esta dupla - Luiz Fernando Pezão, vice-governador e coordenador de infraestrutura, e Regis Fichtner, secretário da Casa Civil - que tocou o dia a dia da administração e esteve ao lado de Cabral nos momentos críticos do ano passado.

##RECOMENDA##

Depois de uma sucessão de crises, denúncias, más notícias no plano pessoal e do esfriamento da relação com a presidente Dilma Rousseff, o governador encerrou 2011 tentando capitalizar a bem-sucedida ocupação da Favela da Rocinha pelas forças de pacificação, logo depois da prisão do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem.

A política de combate ao crime, baseada nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), está a cargo do terceiro homem forte do governo, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.

Pezão fala em "urucubaca" quando comenta sobre 2011. "Todo mês vinha uma pancadaria", lamenta. O vice elege as enchentes na região serrana, em janeiro, que deixaram mais de 900 mortos, o pior pesadelo do ano. "A situação das cidades fugiu do controle", reconhece.

A crise política veio em junho. Depois de um desgastante embate com bombeiros em campanha salarial, em que determinou a prisão dos responsáveis pela invasão do quartel-general da corporação, Cabral viveu um drama pessoal que descambou em uma série de suspeitas de favorecimento, tráfico de influência e falta de decoro.

O acidente de helicóptero que matou sete pessoas no sul da Bahia, entre elas a namorada de um de seus filhos, mostrou a proximidade do governador com o empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, que tem contratos milionários com o governo do Estado. Revelou também a ligação estreita de Cabral com um dos homens mais ricos do mundo, Eike Batista, que costumava emprestar seu avião para o governador.

Mais uma vez, Pezão foi o esteio de Cabral. O vice tinha acabado de viajar para alguns dias de férias no sul da Itália. "Voltei correndo. Fiquei seis horas na cidade", relembra. E sai em defesa do governador. "Como é que não pode ser amigo do empreiteiro? Vai ser só amigo do operário? O Brasil pune muito o sucesso das pessoas", reage Pezão.

Embate com Planalto

A tensão voltou em setembro, quando avançava no Congresso a proposta de distribuição dos royalties do petróleo que tira recursos do Rio. Cabral elevou o tom das críticas aos parlamentares e cobrou "coerência" da aliada Dilma Rousseff e o compromisso de vetar qualquer mudança prejudicial aos Estados produtores.

No Palácio do Planalto, o comportamento do governador foi mal recebido. Um integrante da coordenação política da presidente reclamou que ele foi "tratado como um filho" pelo ex-presidente Lula e que Dilma fez questão de manter a mesma política de atenção às demandas do Estado. Não aceitaria, portanto, ser desafiada e colocada contra a parede.

Dilma teve uma conversa com Cabral e Pezão, no início de outubro, mas a aprovação do projeto no Senado reacendeu o mal-estar. A crise dos royalties arrefeceu com a decisão de empurrar para 2012 a discussão na Câmara. O desfecho deste imbróglio será decisivo para o futuro da relação entre Dilma e Cabral. Por enquanto, o discurso do governador é de total apoio à reeleição da presidente. Afilhado. Aos poucos, Cabral começa a tratar da sua sucessão. Neste ponto, estão de volta os dois escudeiros. O governador costura uma ampla aliança para a eleição de Pezão em 2014.

Há três semanas, em jantar com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e parlamentares do recém-criado PSD, que já tem a maior bancada na Assembleia Legislativa fluminense, o governador lembrou a importância de prorrogar a aliança fechada para a reeleição do prefeito Eduardo Paes (PMDB) em 2012. Kassab comprometeu-se com o apoio ao candidato de Cabral.

Um dos cenários da sucessão estadual é a repetição de uma chapa só de peemedebistas, com Regis Fichtner candidato a vice de Pezão. Ninguém no governo fluminense fala abertamente de eleição, mas a ideia começa a se espalhar. Fichtner tem tido maior visibilidade no governo, com discursos constantes em solenidades. Foi ele quem coordenou as obras do Guanabara e ganhou os elogios na festa de reinauguração. Naquele mesmo dia, 15 de dezembro, comandou o anúncio das mudanças na zona sul para a construção da linha 4 do metrô.

A proposta de chapa puro-sangue se fortalece diante da provável saída do PT da aliança em 2014, com a candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo. O petista tentou disputar com Cabral em 2010, mas foi convencido por Lula a desistir. Agora, está decidido a lutar para ser candidato. O discurso oficial, no entanto, é conciliador. "Acho possível que surja um candidato unificado de PT e PMDB", diz o senador. "Vamos ver como estarão os pré-candidatos lá na frente." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Rio de Janeiro - A Polícia Militar contará com 12,5 mil soldados para atuação em unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) até a Copa do Mundo, segundo informou hoje (18) a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Os complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade, terão a presença de 2 mil policiais militares nas UPPs até 2014.

Representantes do Exército apresentaram um balanço da ocupação, que ocorre desde novembro de 2010 nas comunidades que integram a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão. De acordo com dados da ouvidoria da Força de Pacificação, a aprovação popular sobre a presença dos soldados na localidade é de 99%.

##RECOMENDA##

”A pacificação não se restringe apenas ao Exército. Órgãos da prefeitura e do governo do estado devem estar juntos para que a lei e a ordem se instaurem”, disse o general, César Leme Justo, que comandou a ocupação até o início deste mês.

Ainda de acordo com o balanço do Exército, desde a ocupação nas comunidades, foi registrada queda nos índices de criminalidade. Os homicídios apresentaram redução de 86%, e os roubos de veículos diminuíram 76%.

Sobre os casos de conflitos entre moradores e soldados da Força de Pacificação, o general afirmou que são “casos isolados” e que estão ligados a interesses paralelos aos do estado.

Atualmente, o Exército tem 1,8 mil soldados de prontidão, a polícia militar 120 e a polícia civil 25.

Rio de Janeiro – O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, disse hoje (15) que áreas controladas pelas milícias continuarão sendo retomadas pelo Estado, mas destacou que, agora, se trata de um outro tipo de operação. Beltrame esteve durante a manhã inspecionando a Favela do Vidigal, comunidade próxima à Rocinha que também foi ocupada pelas forças de segurança. Segundo ele, mais 20 unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) serão instaladas até 2014.

“Nós também fazemos operação contra as milícias. A questão é que nós não podemos ter, em um crime que é difícil de ser elucidado, a mesma velocidade. É muito diferente. Tem muita gente [ligada à milícia] presa, mas as coisas têm que ser feitas com qualidade. Não podemos efetuar uma prisão hoje para, amanhã ou depois, essa pessoa ser libertada pela Justiça. São ações diferentes”, destacou Beltrame.

##RECOMENDA##

O secretário avaliou positivamente as apreensões de armamentos feitas nos três primeiros dias da operação, que já se aproximam de cem armas e 20.500 munições localizadas. “Na medida em que a polícia efetivamente ocupou todos esses complexos, começou a surgir a participação dos moradores. A comunidade passou a se libertar e as informações estão chegando. A ideia é fazer um trabalho com muita calma, muito critério, conversando com as pessoas, tentando banir dessas áreas qualquer equipamento ou pessoa que tenha vínculo com a criminalidade.”

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando