A partir desta segunda-feira (12), será necessário pagar mais caro para andar de ônibus na Região Metropolitana do Recife. Em reunião realizada no Centro de Convenções de Pernambuco, nesta sexta-feira (9), ficou decidido o reajuste na tarifa dos coletivos. O Anel A, cobrado em 80% das linhas, sobe de R$ 2,15 para R$ 2,45.
Durante a reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), o valor divulgado do reajuste foi de 2,4280, o que significa um aumento de 10%, mas até o final da tarde a Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) deve oficializar o "arredondamento" para R$ 2,45. A assessoria do Grande Recife já confirmou o preço R$ 0,03 mais alto ainda no final desta manhã.
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O Anel G, por sua vez, sobe de R$ 1,40 para R$ 1,60. O restante das tarifas cobradas na Região Metropolitana do Recife (RMR) continuarão com o mesmo preço. O reajuste, no entanto, trará novas responsabilidades para as empresas de ônibus. De acordo com o secretário das Cidades de Pernambuco, André de Paula, elas deverão renovar suas frotas, substituindo 400 veículos, metade deles ainda neste primeiro semestre. “Os veículos estão envelhecendo claramente”, aponta. Segundo ele, a estagnação das tarifas B e D aproxima todas para uma futura tarifa única, que é uma proposta do atual governo.
Para o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de Pernambuco (Urbana-PE), Fernando Bandeira, o valor do reajuste não é o ideal. O sindicato defendia o valor de R$ 2,67 para o Anel A. “Esse aumento não traz o equilíbrio econômico. Precisamos pensar agora o que fazer para as empresas conseguirem esse equilíbrio”, explica Bandeira.
Ainda na reunião, o Governo do Estado prometeu passe livre para os estudantes da rede pública de ensino, cotistas e inscritos no Programa Universidade para Todos (Prouni). A expectativa é que aproximadamente 310 mil pessoas recebam o benefício, que deve começar a vigorar no primeiro dia de aula do segundo semestre deste ano.
Nas ruas, a notícia do reajuste não foi muito bem recebida. Para o estudante Henrique Luna, de 18 anos, um aumento só se justificaria com mais qualidade. “É injusto. Só vejo superlotação, estrutura precária, longo tempo de espera...”, cita o jovem. Outro estudante insatisfeito é Túlio Silva, 24. Morador de Camaragibe, ele diz que a situação tem piorado por lá. “Nós só temos os BRTs para ir à Boa Vista. O problema é que as estações perto de casa ainda não estão prontas. Tenho que andar muito até uma”.
Para o representante dos usuários de ônibus na mesa da CSTM, Cirano Lopes, falta clareza no processo. “É importante ter mais transparência para a compreensão da sociedade”, destaca. O representante dos estudantes que participou da CSTM, Lenine Miranda, acredita que ainda há tempo de reverter a decisão. “Discordo totalmente do aumento. Eu apoio o reajuste de 0%”, conclui, dizendo que muitas mobilizações estão por vir.
Com colaboração de Nathália Guimarães