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Quando o Parlamento alemão confirmar hoje o social-democrata Olaf Scholz como novo chanceler, terá fim um dos capítulos mais importantes da história do país no pós-guerra: os 16 anos de governo de Angela Merkel. O caminho para a eleição de Scholz começou há meses, logo após a vitória nas eleições de setembro.

Apesar de liderar a legenda mais votada, o Partido Social-Democrata (SPD), Scholz precisou de paciência e habilidade para costurar um acordo inédito com dois partidos: o Democrático Liberal (FDP), de centro-direita, e os Verdes, de centro-esquerda. Líderes das três legendas anunciaram que os termos do acordo haviam sido alcançados em novembro, mas cada um precisou aprovar a aliança internamente.

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O documento final, de 177 páginas, foi firmado e apresentado ontem no museu Futurium, em Berlim. Nele, o novo governo adota como prioridade a contenção da pandemia. No entanto, é possível identificar outros aspectos centrais, como as mudanças climáticas, a modernização da economia e a introdução de políticas sociais mais liberais.

A união dos três partidos foi alcançada com relativa rapidez, segundo analistas. Scholz prometeu fortalecer a democracia ao redor do mundo e criticou a movimentação militar russa na fronteira com a Ucrânia. Com a maioria garantida, a transferência de poder acontecerá hoje de maneira imediata, logo após a votação.

Com Scholz, a centro-esquerda retornará ao poder pela primeira vez desde o governo de Gerhard Schröder, chanceler de 1998 a 2005. Mas Merkel sai apresentando marcas pessoais: primeira mulher a governar a Alemanha, ela deixa o cargo após 5.860 dias, apenas 9 a menos do que seu mentor, Helmut Kohl.

A trajetória de Merkel é marcada por momentos de brilho, como a recepção de migrantes, em 2015, e sua capacidade de administrar crises, mas também pela falta de ambição na luta contra as mudanças climáticas e na modernização da Alemanha. No balanço, pesam a favor dela quatro reeleições.

"Angela Merkel foi uma chanceler de êxito", elogiou Scholz, que ocupava até então o cargo de vice-chanceler e demonstrou, em muitos momentos, sintonia com ela. "Ela permaneceu fiel a suas ideias durante 16 anos marcados por várias mudanças."

Apesar da homenagem, o novo chanceler não nega que pretende trilhar seu próprio caminho. "Quero que esses anos signifiquem um novo ponto de partida", disse. Algumas mudanças devem ser visíveis já na nomeação do novo gabinete de governo. O social-democrata prometeu que os ministérios serão divididos igualmente entre homens e mulheres. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Alemanha colocará um ponto final na quarta-feira (8) em um capítulo importante de sua história contemporânea: os 16 anos de Angela Merkel no poder, quando o Parlamento definirá o social-democrata Olaf Scholz como novo chanceler do país.

Merkel foi a primeira mulher a governar a Alemanha e permanecerá no poder durante 5.860 dias, apenas nove a menos que seu mentor, Helmut Kohl.

Na quarta-feira ela passará o bastão da maior economia da Europa a Olaf Scholz, que foi seu adversário político, mas também seu vice-chanceler e ministro das Finanças.

Depois de sua vitória nas eleições legislativas de setembro, Scholz será eleito pelo Bundestag para comandar uma coalizão inédita de três partidos, formada muito antes do previsto pelos analistas e integrada pelo Partido Social-Democrata (SPD), os Verdes e o Partido Democrático Liberal (FDP) .

Após a votação no Parlamento, a transferência de poder acontecerá de maneira imediata e a centro-esquerda retornará ao poder na Alemanha, o que não acontecia desde o governo de Gerhard Schröder (chanceler de 1998 a 2005).

- "Novo ponto de partida" -

Apesar de um balanço repleto de luzes e sombras, marcado por momentos de brilho como a recepção dos migrantes em 2015 e sua aptidão para administrar crises, mas também pela falta de ambição na luta contra a mudança climática e na modernização da Alemanha, Merkel continua sendo uma da personalidades mais apreciadas pelos alemães após quatro mandatos.

"Angela Merkel foi uma chanceler que teve êxito", elogiou Scholz, ao homenagear uma governante que "permaneceu fiel a ela mesma durante 16 anos marcados por várias mudanças".

O novo chanceler, que se apresenta como herdeiro de Merkel, deseja injetar um novo ânimo no país.

"Quero que estes anos signifiquem um novo ponto de partida", declarou Scholz à revista alemã Die Zeit. Ele disse que deseja aplicar a "maior modernização industrial" da história recente, "capaz de parar a mudança climática provocada pelo homem".

Scholz também promete um governo com política pró-Europa, com o objetivo de "aumentar a soberania estratégica da União Europeia" e defender de maneira mais eficiente "os interesses europeus comuns".

A futura ministra das Relações Exteriores, a ecologista Annalena Baerbock, pretende adotar uma linha mais dura a respeito de regimes autoritários como China e Rússia.

O futuro governo não terá tempo a perder: o primeiro grande desafio será a gestão da nova onda de coronavírus que afeta o país.

Scholz, experiente mas pouco carismático, deseja uma votação rápida para tornar a vacinação obrigatória, medida que poderia entrar em vigor em fevereiro ou março.

Esta medida radical, já aprovada na Áustria, tem a aprovação de dois terços dos alemães, mas pode provocar a rejeição de parte da população, sobretudo no território da ex-Alemanha Oriental.

Scholz, Merkel e os governantes das 16 regiões que integram o país aprovaram na semana passada novas restrições destinadas sobretudo aos não vacinados, que não poderão entrar em locais culturais, restaurantes e estabelecimentos comerciais não essenciais.

- Ministros sem experiência -

O novo chanceler também enfrentará uma situação econômica pouco favorável, marcada por um crescimento menor que o previsto e pelo retorno da inflação.

Scholz e seu Executivo, composto essencialmente por pessoas sem experiência de governo nos ministérios, têm uma longa lista de tarefas pendentes que nem sempre despertam o entusiasmo da população.

O aumento do salário mínimo, acabar com o uso do carvão e o desenvolvimento das energias renováveis são aplaudidos, segundo uma pesquisa do canal público ARD.

Mas outras promessas da coalizão, como a legalização da maconha, a compra de drones armados ou o direito de voto aos 16 anos geram oposição.

A respeito do clima, área em que o novo governo afirma ter "o programa mais ambicioso que um Executivo alemão já apresentou", a meta de limitar o aquecimento a 1,5 ºC parece neste momento algo inalcançável, segundo um estudo da Aliança Climática da Alemanha.

A Alemanha decidiu nesta quinta-feira(2) aumentar as restrições a pessoas não vacinadas contra a covid-19, para tentar conter uma quarta onda de infecções, enquanto o consenso sobre a vacinação obrigatória cresce.

“A situação é muito, muito complicada”, disse o futuro chanceler Olaf Scholz, após um encontro com a líder do governo em final de mandato, Angela Merkel, e com os líderes das 16 regiões do país.

Embora os números tenham se estabilizado nos últimos dias, eles permanecem alarmantes, com dezenas de milhares de novos casos todos os dias e muitos hospitais à beira do colapso.

Para lidar com as infecções, as autoridades decidiram aplicar restrições a pessoas não vacinadas, que representam cerca de um terço da população.

- Sem fogos de artifícios -

“Vamos organizar atividades culturais e de lazer em toda a Alemanha, mas apenas para pessoas vacinadas ou recuperadas” da covid-19, disse Merkel, que deixa o poder no dia 8 de dezembro após 16 anos no comando do país.

Essa regra chamada “2G”, em referência a pessoas vacinadas ou recuperadas, “também será estendida ao comércio, com exceção de lojas de produtos básicos”, disse a chanceler.

Essas restrições drásticas no acesso à vida social para os não vacinados foram descritas por vários líderes políticos como um "confinamento".

Pessoas não vacinadas já estão sujeitas a restrições de acesso às vias públicas há várias semanas, mas as regras variam e não cobrem todas as regiões do país.

Para evitar multidões nas festividades de final de ano, o governo e as regiões também proibiram fogos de artifício, muito populares entre os alemães.

Clubes e boates terão que fechar se o marco dos 350 casos for ultrapassado, o que já aconteceu na maioria das regiões. O uso de máscaras voltou a ser obrigatório nas escolas do país.

Essas medidas buscam melhorar a situação nas próximas semanas, antes de uma votação sobre a obrigatoriedade das vacinas. A medida já foi adotada pela vizinha Áustria, onde poderá entrar em vigor em fevereiro, após a manifestação do Conselho de Ética e a votação do Parlamento.

A opinião pública evoluiu significativamente neste assunto. No verão passado, dois terços dos alemães eram contra as vacinas obrigatórias, agora 64% são a favor, de acordo com uma pesquisa da RTL e da ntv. Nas ruas de Berlim, a vacinação obrigatória tem uma recepção bastante favorável.

“A princípio, sempre acho que obrigar é delicado. Mas acho que já estamos tão afundados na pandemia que não há outra maneira” , explicou Clara à AFPTV.

"Teria sido uma boa ideia desde o início", concordou Alicia Münch.

- "Ameaçador e grave" -

A medida convence os dois aliados da coalizão dos social-democratas (os verdes e os liberais, que costumam ser contra o corte das liberdades), e também os conservadores de Angela Merkel, atualmente na oposição. Apenas o partido de extrema direita AfD se opõe e lançou uma campanha com o slogan "Vacinação obrigatória? Não, obrigado!".

O contexto é agravado pelo atual período de transição na Alemanha, com a saída de Angela Merkel, que fará um discurso de despedida na quinta-feira, e a entrada de Scholz, cujas eleições parlamentares só ocorrerão na próxima semana.

As restrições promovidas pela nova coalizão devem mostrar, segundo o futuro chanceler, que "não há vazio de poder, como alguns acreditam".

A Bundesliga deve impor um limite ao número de espectadores nos estádios, evitando assim o retorno aos jogos em recintos fechados.

“Do ponto de vista da medicina intensiva e de emergência, a situação da pandemia nunca foi tão ameaçadora e grave como agora”, alarma-se a Associação Alemã de Medicina Intensiva, que pede um confinamento parcial da população.

As autoridades alemãs também são criticadas por gargalos no acesso à vacinação e dificuldades para marcar consultas médicas.

Farmácias serão mobilizadas para ampliar a distribuição.

A Alemanha decide nesta quinta-feira (2) restrições adicionais contra a virulenta quarta onda de coronavírus, incluindo o fechamento de bares e outros locais públicos, antes de examinar uma proposta de vacinação obrigatória.

Após uma primeira sessão de negociações na terça-feira, a chanceler Angela Merkel, seu sucessor Olaf Scholz e os dirigentes das 16 regiões do país se reúnem novamente nesta quinta-feira para definir o arsenal de medidas.

Apesar de uma tímida melhora, a situação ainda é considerada alarmante no país, com dezenas de milhares de contágios diários e vários hospitais próximos do colapso.

O contexto é complicado pelo atual período de transição na Alemanha, entre a saída de Angela Merkel, que fará um discurso de despedida nesta quinta-feira, e a posse de Scholz, que deve ser eleito pelo Parlamento na próxima semana.

A reunião e as restrições estimuladas pela nova coalizão de governo devem mostrar, segundo o futuro chanceler Scholz, que "não há um vazio de poder, como alguns citam neste momento".

O ponto mais delicado da nova ofensiva contra a covid é a vacinação obrigatória, que pode ser decidida a partir de fevereiro ou março.

O social-democrata Scholz surpreendeu ao defender a medida radical, já aprovada na Áustria e que é objeto de debate na União Europeia.

Até o final do ano ele deve apresentar um projeto de lei ao Parlamento.

A opinião pública mudou consideravelmente sobre a questão. Há alguns meses, dois terços dos alemães eram contrários às vacinas obrigatórias, mas agora 64% são favoráveis, segundo uma pesquisa da RTL e ntv.

A medida tem o apoio dos dois sócios de coalizão dos social-democratas (os Verdes e os Liberais, habitualmente contrários à interferência nas liberdades), assim como dos conservadores de Angela Merkel.

Apenas o partido de extrema-direita AfD iniciou uma campanha contra a vacina obrigatória.

Uma bomba de 250 quilos, confeccionada na Segunda Guerra Mundial, explodiu próximo à estação central de trem de Munique, região sul da Alemanha, nesta quarta-feira (1º). Até o momento, quatro feridos foram confirmados, um deles em estado grave.

O explosivo foi perfurado acidentalmente no canteiro de obras da companhia ferroviária Deutsche Bahn, próximo à ponte Donnersbergerbrücke, explicou o ministro do Interior, Joachim Hermann, que foi ao local.

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O serviço ferroviário da estação foi suspenso e as viagens regionais e de longa distância precisaram ser desconectadas da central.

As autoridades foram informadas apenas de um forte barulho, seguido por uma coluna de fumaça a região, destacou a Deutsche Welle. Dois helicópteros e dezenas de bombeiros foram enviados para o resgate.

A Guerra acabou há 75 anos, mas é comum encontrar artefatos do conflito na Alemanha. Conforme a publicação, todos os anos, cerca de cinco mil bombas são desarmadas e toneladas de munições recolhidas.

Mais de 100.000 pessoas morreram de Covid-19 na Alemanha desde o início da pandemia e um novo recorde diário de infecções: o país enfrenta a onda mais violenta da doença, o principal desafio para o novo governo que assumirá o poder.

Nas últimas 24 horas, o país registrou 351 mortes, o que elevou o início da pandemia de coronavírus a 100.119 vítimas fatais, anunciou o Instituto Robert Koch do governo federal.

O instituto também registrou 75.961 novas infecções, um novo recorde diário para a maior economia da zona do euro. A média móvel (últimos sete dias) também atingiu um pico máximo de 419,7 infecções por 100 mil habitantes.

A pandemia é o principal desafio para a nova coalizão governamental, que deve assumir o poder em dezembro, após o acordo anunciado entre social-democratas, verdes e liberais.

"A situação é terrível", admitiu na quarta-feira Olaf Scholz, líder social-democrata que será futuro chanceler da Alemanha e sucessor da conservadora Angela Merkel.

O foco da doença se propaga por toda Europa, atualmente a região do mundo mais afetada pela pandemia, com mais de 2,5 milhões de casos e quase 30.000 falecidos em uma semana.

E a situação é mais grave em países com taxas de vacinação abaixo do esperado, como acontece na Alemanha e na vizinha Áustria, onde o governo retomou o confinamento da população.

- "Sobrecarga aguda" nos hospitais -

No caso alemão, a taxa de vacinação da população completamente vacinada é de quase 69%, abaixo de outros grandes países europeus como Espanha, França ou Itália.

Hospitais em certas regiões já estão enfrentando "sobrecarga aguda" que exige a transferência de pacientes, alertou Gernot Marx, presidente da federação alemã de médicos de cuidados intensivos.

No momento, a futura coalizão de governo descarta a ideia de um confinamento nacional e aposta no uso generalizado de um certificado de vacinação nos transportes e restrições de acesso para os não vacinados a certos lugares.

Scholz afirmou que a Alemanha precisa "estudar" uma eventual "extensão" da obrigatoriedade da vacinação, atualmente em vigor e no exército e nos estabelecimentos de saúde.

Também se comprometeu a liberar um bilhão de euros para os profissionais da saúde.

O governo de Angela Merkel, em coalizão com os social-democratas, prorrogou até abril de 2022 as ajudas para as empresas afetadas por fechamentos e queda de receita pela pandemia.

O departamento europeu da Organização Mundial da Saúde advertiu que a covid-19 pode provocar 700.000 mortes adicionais no continente até a primavera (hemisfério norte, outono no Brasil).

A instituição atribui a onda europeia à combinação da prevalência da variante delta, de uma cobertura insuficiente das vacinas e de uma flexibilização das restrições.

Na União Europeia, 67,7% da população recebeu duas doses da vacina contra a covid, mas as diferenças são notória: apenas 24,2% dos búlgaros estão imunizados, contra 86,7% dos portugueses.

Vários países endureceram as restrições, mas as medidas provocaram protestos, alguns violentos, em países como Áustria, Bélgica ou Holanda.

Na última segunda-feira (22), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), junto ao Departamento de Estado emitiram um alerta para todos os cidadãos norte-americanos. A orientação é: aqueles que puderem, não viajem até à Europa, em específico, até a Alemanha e Dinamarca. A medida acontece em virtude da alta dos casos de infecções e mortes pela Covid-19.

Vale lembrar que, apesar de haver um consenso entre as duas instituições norte-americanas, existem diferenças no que diz respeito ao nível da gravidade ao viajar para os dois países europeus. Enquanto o CDC orientou os cidadãos a evitarem uma possível viagem, já que se trata de uma situação em nível 4 (muito alto), o Departamento de Estado apenas recomentou não viajar para ambas nações.

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Ainda neste mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a Europa é o novo epicentro da Covid-19 e um dos países que mais preocupam, é a Alemanha. Os números de casos de infecções tiveram alta em todo o país, em especial os idosos que já receberam as duas doses da vacina e as crianças, que ainda não são autorizadas pelo governo para receber o imunizante.  

 

 

A antroposofia poderia explicar a baixa taxa de vacinação contra a covid-19 na Alemanha, Suíça e Áustria? Nascida há mais de um século, essa corrente filosófico-esotérica, por trás da rede de escolas Steiner-Waldorf, costuma abraçar teorias antivacinas.

Os dois países de língua alemã e as regiões de língua alemã na Suíça estão enfrentando uma nova onda de infecções por covid-19 com taxas de vacinação mais baixas do que a média dos países da Europa Ocidental.

Para alguns especialistas, uma das explicações para esse fenômeno pode ser a forte presença da corrente antroposófica nesses países.

A antroposofia foi fundada no início do século XX pelo austríaco Rudolf Steiner e teve seu auge na década de 1960, quando mesclou crenças cristãs e hindus, combinando o "carma" com o "cosmos" e a New Age.

Essa corrente acredita que as doenças são um desafio necessário e devem ser superadas naturalmente.

"Tudo no mundo é bom e tem um significado", incluindo as doenças, explicou à AFP Ansgar Martins, professor de filosofia das religiões na Universidade Goethe de Frankfurt, o que explicaria uma certa relutância à vacinação.

"Supõe-se que seja útil passar por elas, principalmente as chamadas 'doenças infantis', como o sarampo", acrescentou Martins.

As escolas Steiner-Waldorf, que têm cerca de 1.000 estabelecimentos no mundo, incluindo 200 na Alemanha, têm "muitas vezes sido o ponto de partida de epidemias de sarampo", enfatiza o professor.

A pandemia de covid-19 não escapou dessa crença: no sudoeste da Alemanha, as escolas da rede tornaram-se locais com grandes surtos do vírus a partir de 2020.

Uma dessas escolas, localizada em Friburgo, tentou recentemente isentar alunos e professores do uso da máscara, contrariando as recomendações das autoridades sanitárias.

Porém, em outubro de 2020, a direção da rede de escolas divergiu da corrente antimáscara.

"Muitos seguidores da antroposofia ainda acreditam na lei do carma, segundo a qual as doenças tornam possível expiar os males de vidas passadas e promover o desenvolvimento espiritual", disse à AFP Michael Blume, especialista religioso e comissário da luta antissemita na região alemã de Baden-Württemberg.

"Infelizmente, é por isso que em algumas escolas Steiner-Waldorf há muitos céticos", acrescenta.

- Cosméticos e alimentos orgânicos -

Blume também aponta para um elemento geográfico para explicar o sucesso dessas ideias esotéricas.

As regiões mais afetadas, dos Alpes ao estado da Saxônia, correspondem exatamente ao local onde se desenvolveu esse movimento de pensamento, que ele descreve como "um ramo do romantismo da natureza, da crítica da autoridade e da ciência".

A Alemanha, com 83 milhões de habitantes, teria cerca de 12.000 "antroposofistas". No entanto, a influência do movimento é muito mais disseminada na sociedade.

A corrente filosófica e esotérica se espalhou graças, em parte, ao grupo de cosméticos Weleda, também criado pelo austríaco Steiner, e a rede de alimentos orgânicos Alnatura.

Alguns médicos aderentes a esse movimento, que não responderam às perguntas da AFP, expressaram publicamente suas dúvidas sobre a realidade da pandemia ou a eficácia das vacinas.

Outros promoveram tratamentos alternativos como compressas de gengibre ou ferro de meteorito para combater a covid-19.

No entanto, a federação de médicos antroposóficos rejeita as acusações que os associam aos antivacinas alemães.

"Elogiamos desde o início a vacinação para lutar contra a pandemia", disse um de seus membros, Stefan Schmidt-Troschke, à rede ZDF esta semana.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos pediu nesta segunda-feira (22) a seus cidadãos que não viajem para a Alemanha nem a Dinamarca devido ao aumento de infecções por coronavírus na Europa.

O governo americano emitiu um alerta de viagens de nível 4, o mais alto, e nela desaconselha a viagem aos dois países europeus devido a "um nível muito alto de covid".

Também advertiu os eventuais viajantes que "existem restrições que afetam a entrada de cidadãos americanos à Dinamarca".

A volta da Europa ao epicentro da pandemia foi atribuída a uma lenta aceitação da vacina em alguns países, à variante delta, altamente contagiosa, e ao clima mais frio, que faz com que as pessoas voltem a permanecer em ambientes fechados.

Na Alemanha, país mais populoso da UE, apenas 68% da população está totalmente imunizada. O país instou todos os adultos vacinados a receberem uma dose de reforço para combater a diminuição da eficácia da vacina após seis meses.

"Provavelmente no fim deste inverno (no hemisfério norte), como às vezes se diz clinicamente, quase todos na Alemanha estarão vacinados, curados ou mortos", disse o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, ao pedir que mais cidadãos se vacinem.

A chanceler em fim de mandato, Angela Merkel, alertou que as restrições atuais para conter a covid-19 na Alemanha, incluindo a proibição a que os não vacinados entrem em certos espaços públicos, "não são suficientes".

Com os leitos nas unidades de terapia intensiva enchendo rapidamente, as autoridades das regiões mais afetadas da Alemanha ordenaram novos fechamentos, inclusive nos tradicionais mercados natalinos.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, advertiu nesta segunda-feira (22) que as atuais restrições no país "não são suficientes diante da situação dramática" provocada pelo surto de infecções de covid-19, de acordo com fontes de seu partido.

Com a atual evolução e os recordes diários de casos, a situação "será pior do que tudo o que vimos até agora", advertiu a chefe de Governo durante um encontro de dirigentes de seu partido, a conservadora União Democrata Cristã (CDU), segundo uma fonte que acompanhou o encontro.

A Alemanha, especialmente as regiões do sul e leste, é afetada por uma nova onda de infecções, que os especialistas e os políticos atribuem a uma das menores taxas de vacinação (68%) da Europa Ocidental.

Com o avanço do vírus, que matou mais de 99.000 pessoas no país desde o surgimento, a atual chanceler e seu provável sucessor, Olaf Scholz, decidiram na semana passada endurecer as restrições para as pessoas não vacinadas.

O chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, recebeu nesta sexta-feira (19) o ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, na última etapa da turnê europeia do líder de esquerda, que ainda não confirmou se irá se candidatar à presidência no próximo ano.

"A Espanha e o Brasil compartilham fortes vínculos estruturais e permanentes em diferentes áreas", escreveu o líder socialista espanhol em sua conta no Twitter.

"Hoje me encontrei com seu ex-presidente, Lula, para discutir vários assuntos de interesse comum, como a situação da pandemia, as mudanças climáticas, ou a recuperação econômica", acrescentou Sánchez, que postou duas imagens do encontro realizado no Palácio La Moncloa, a sede da presidência do governo espanhol, em Madri.

Na mesma rede social, Lula publicou um vídeo do início do encontro.

O líder do Partido dos Trabalhadores (PT), de 76 anos, chegou na quinta-feira (18) a Madri, depois de passar pela Alemanha, onde se encontrou com o provável futuro chanceler Olaf Scholz, por Bruxelas e pela França.

Em Paris, reuniu-se, entre outras autoridades, com o presidente Emmanuel Macron e com a prefeita da capital francesa, Anne Hidalgo. A candidata socialista à presidência da França em 2022 recebeu com um abraço o "amigo" brasileiro, a quem concedeu o título de cidadão honorário de Paris em 2020.

Atual favorito nas pesquisas, Lula disse no mês passado que definirá no início do ano que vem se lançará sua candidatura às eleições presidenciais de outubro de 2022, nas quais enfrentaria o atual presidente, Jair Bolsonaro, em um clima de forte polarização na maior economia da América Latina.

Por enquanto, Lula tira proveito de sua passagem pela Europa para criticar Bolsonaro por sua gestão da pandemia da covid-19 e pelos incêndios na Amazônia, assim como para cultivar sua imagem internacional enquanto espera para confirmar suas intenções eleitorais.

Nesta última etapa da viagem, Lula deve se encontrar na parte da tarde com a ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, uma figura em ascensão na esquerda radical espanhola.

No sábado (20), ele deve participar de um ato com movimentos progressistas e sindicais, no qual estarão as lideranças do Podemos e o ex-vice-presidente do governo espanhol Pablo Iglesias, ex-chefe dessa legenda.

De volta ao cenário internacional, Lula pode, mais uma vez, concorrer à liderança da maior economia latino-americana, depois de ter recuperado seus direitos políticos em março. Neste mês, foram anuladas as condenações por corrupção contra ele. Por uma destas sentenças, o ex-presidente ficou preso por quase 18 meses, entre 2018 e 2019.

A Alemanha vai generalizar as restrições específicas para as pessoas não vacinadas, como a proibição de acesso a determinados lugares públicos, para combater um novo surto de Covid-19, anunciou nesta quinta-feira (18) a chanceler Angela Merkel, após uma reunião urgente.

"Precisamos interromper rapidamente o aumento exponencial" de novas infecções e da ocupação de leitos em unidades de cuidados intensivos, declarou Merkel após a reunião de crise com os chefes de governo regionais, que têm competência em matéria sanitária.

Nas últimas 24 horas, foram registrados 65.371 novos casos de covid-19 no país, segundo o instituto de vigilância sanitária Robert Koch, um aumento inédito desde o início da pandemia.

A chamada norma "2G", que permite que apenas os vacinados ("geimpfte", em alemão) e os curados ("genesene") acessem lugares públicos, como restaurantes e casas de espetáculos, será aplicado quando o limite de hospitalização superar três pacientes de covid para cada 100.000 habitantes, o que já está ocorrendo na maioria dos estados-federados do país.

De acordo com essa regra, a apresentação de um teste negativo não será suficiente se a pessoa não estiver vacinada. Na capital Berlim, a medida já estava sendo aplicada e agora será ampliada para todo o país.

Quando o nível de hospitalizações superar o valor de seis, os vacinados e curados de covid deverão, além de apresentar o certificado, contar com um teste negativo para terem acesso a uma lista de estabelecimentos. Também não está descartado o fechamento do comércio e dos bares e restaurantes.

Por outro lado, as escolas continuarão abertas, mas os alunos deverão se submeter a testes de vez em quando.

Além disso, as autoridades instaram a população a trabalhar de casa sempre que for possível. Para utilizar o transporte público e entrar no local de trabalho também será requisitado o passaporte sanitário.

As autoridades também decidiram que a vacinação será obrigatória para funcionários de hospitais e casas de repouso para idosos, uma medida que o governo vinha se recusando a adotar até agora. O calendário de aplicação da mesma, no entanto, ainda não está claro.

A chanceler alemã Angela Merkel declarou neste sábado (13) que é necessário um "esforço nacional" para acabar com a quarta onda de Covid-19 na Alemanha e pediu às pessoas relutantes que tomem a vacina.

"Estou muito preocupada com a situação. Nós enfrentamos semanas difíceis. Precisamos de um esforço nacional para acabar com a forte onda de outono e inverno (hemisfério norte, primavera e verão no Brasil) da pandemia", afirmou a chanceler em seu podcast semanal.

"Se permanecermos unidos, se pensarmos em nos protegermos e cuidar dos outros, nós podemos salvar grande parte do nosso país no inverno", acrescentou.

Merkel expressou preocupação com o forte aumento dos contágios, o elevado número de pacientes em UTIs e o grande número de mortes diárias, especialmente em regiões com taxas de vacinação reduzidas, como o leste do país.

A Alemanha enfrenta uma quarta onda de Covid-19 nas últimas semanas, com um número recorde de contágios. Áustria e República Tcheca também estão em um cenário similar.

Neste sábado, o instituto de saúde Robert Koch registrou 45.081 novos contágios e 228 mortes provocadas por Covid-19 em 24 horas.

Na quinta-feira, o país registrou 50.196 novos casos, um recorde diário desde o início da pandemia.

A chanceler alemã também pediu aos não vacinados que "reflitam" e aceitem a vacina.

De acordo com o governo, 67,4% da população está completamente vacinada, longe da meta estabelecida de 75%.

Merkel é favorável a uma dose de reforço da vacina, que ela considera uma "verdadeira oportunidade para romper a onda de contágios".

A nível político, a chanceler, que permanece no cargo até formação de um novo governo, disse que é "urgente" eu o governo federal e as regiões adotem uma "abordagem unificada" e, em particular, um "índice limite" a partir do qual devem ser adotadas medidas adicionais.

Desde a primavera (outono no Brasil), as autoridades não levam em consideração apenas o número de novas infecções por dia, mas também a saturação dos hospitais para ativar novas restrições.

Este índice limite deve ser "definido com prudência para que as medidas necessárias não sejam tomadas tarde demais", disse Merkel.

Na sexta-feira, o presidente do instituto Robert Koch, Lothar Wieler, afirmou que a Alemanha deve se preparar para um cenário difícil e pediu o aumento das restrições.

"Temos que presumir que a situação vai continuar piorando em toda Alemanha e que esta evolução não pode ser contida sem novas medidas", alertou.

"Semanas e meses difíceis nos esperam", afirmou.

Nesta sexta-feira (12), o ex-presidente Lula encerrou sua passagem por Berlim com uma reunião com o chanceler eleito da Alemanha, Olaf Scholz. O social-democrata alemão foi ignorado pelo presidente Jair Bolsonaro durante o encontro da cúpula do G-20, ocorrido no mês de outubro, em Roma, na Itália.

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Nas redes sociais, Lula publicou uma foto ao lado de Scholz. “Encerrando a passagem por Berlim com uma agradável conversa com @olafscholz, vencedor da eleição alemã em setembro. Falamos sobre o processo que está em curso para a formação de um novo governo e sobre a importância de fortalecer a cooperação Brasil-Alemanha”, escreveu o ex-presidente.

Lula excursiona pela Europa, onde ainda cumprirá agenda em países como Bélgica, França e Espanha. Os compromissos do petista incluem uma Reunião de Alto Nível no plenário do Parlamento Europeu, marcada para acontecer na próxima segunda (15), na Bélgica.

 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou nesta quinta-feira (11) um tour por quatro países da Europa.

Já de olho nas eleições de 2022, o petista passará por Alemanha, Bélgica, França e Espanha e se reunirá com diversas lideranças políticas.

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O principal compromisso deve ser na próxima segunda-feira (15), quando Lula participa de uma reunião de alto nível no Parlamento da União Europeia, a convite da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D), grupo que detém a segunda maior bancada no Legislativo do bloco.

O encontro reunirá líderes da Europa e da América Latina, incluindo o ex-primeiro-ministro da Espanha José Luis Rodríguez Zapatero e as prefeitas da Cidade do México, Claudia Sheinbaum, e de Bogotá, Claudia López Hernández.

O ex-presidente também dará uma coletiva de imprensa ao lado da líder do S&D no Europarlamento, a espanhola Iratxe García. "Nós, progressistas da Europa e da América Latina, estamos unidos por nosso compromisso pela solidariedade, pela igualdade, pelos direitos humanos e pela democracia", disse García.

"Denunciamos com força a politização dos direitos humanos por parte da direita. As tentativas sistemáticas de minar as instituições democráticas, violar a separação dos poderes e alimentar o ódio encontrarão nossa mais firme resistência", acrescentou a socialista.

Já na terça-feira (16), Lula dará uma palestra no Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po) sobre o "lugar do Brasil no mundo de amanhã". Na quarta (17), o ex-presidente receberá o prêmio Coragem Política 2021, concedido pela revista Politique Internationale por seu "desejo de promover a igualdade".

Da Ansa

A Alemanha registrou nesta quinta-feira (11) o maior número de infecções diárias de Covid-19 desde o início da pandemia, com 50.196 novos casos em 24 horas, segundo o instituto de vigilância sanitária Robert Koch.

Esta é a primeira vez que o país supera a marca de 50.000 casos diários. A Alemanha enfrenta atualmente uma onda de contágios que provocou vários recordes de infecções nos últimos dias.

O balanço de mortes por Covid-19 nesta quinta-feira foi de 235.

A chanceler Angela Merkel afirmou na quarta-feira que o aumento de casos desde outubro no país é "dramático".

"A pandemia se propaga novamente de forma acelerada", lamentou o porta-voz da chefe de Governo, antes de pedir às autoridades regionais, que têm competência na gestão da saúde, que adotem novas medidas para conter a propagação.

A pressão também é cada vez maior nos hospitais.

A onda de casos é atribuída particularmente à taxa de vacinação abaixo do esperado entre a população da Alemanha, um pouco inferior a 67%.

Vários estados particularmente afetados, como Saxônia, Baviera ou recentemente Berlim, adotaram novas restrições para as pessoas não vacinadas.

Na capital, as pessoas que não foram vacinadas não terão acesso a restaurantes sem áreas abertas, bares, academias ou salões de beleza, mesmo com teste negativo para Covid.

Quase 4,9 milhões de pessoas foram infectadas pela Covid-19 na Alemanha desde o início da pandemia. O país tem mais de 83 milhões de habitantes.

Pessoas ficaram feridas neste sábado (6), em um ataque com arma branca cometido por um homem em um trem de alta velocidade na região alemã da Baviera - informou a polícia local, acrescentando que o agressor foi detido.

"Segundo as primeiras informações, várias pessoas ficaram feridas", disse a polícia, em um comunicado, garantindo que "o perigo já passou".

Pelo menos três pessoas ficaram feridas, duas delas gravemente, de acordo com o jornal Bild. Nenhuma delas corre risco de morte, disse um porta-voz da polícia à AFP.

Ainda não há informações sobre o homem preso. Segundo o Bild, ele tem 27 anos, é "de origem árabe" e sofrer de transtornos psiquiátricos.

Depois do ataque, o trem de alta velocidade ficou parado na estação de Seubersdorf, no sul do país, e um grande dispositivo policial foi mobilizado.

"Este ataque com faca é horrível", declarou o ministro do Interior, Horst Seehofer.

"Gostaria de agradecer a todos, especialmente à polícia e ao pessoal do trem, por sua atuação corajosa, que evitou algo pior", acrescentou, no Twitter.

"O motivo do crime ainda não está claro e será determinado agora", prometeu.

A Alemanha enfrenta ataques de duas origens há vários anos: o jihadismo e a extrema direita.

As autoridades alemãs estão especialmente vigilantes à ameaça islamista, sobretudo, desde dezembro de 2016. Neste mês, um atentado com um caminhão, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico, deixou 12 mortos. Foi o mais letal ataque jihadista em solo alemão.

Desde 2000, as autoridades alemãs frustraram 23 dessas tentativas, disse o ministro do Interior.

Desde 2013, o número de islâmicos considerados perigosos na Alemanha aumentou cinco vezes, chegando a 615, de acordo com o Ministério do Interior.

Vários dos atentados, ou das tentativas de atentado, foram cometidos por demandantes de asilo - um tunisiano, um sírio e um afegão - que chegaram à Alemanha durante a crise migratória de 2015.

À época, a chanceler Angela Merkel abriu as portas do país para cerca de 900.000 solicitantes de asilo.

As autoridades ressaltam, porém, que nenhum dos autores destes ataques chegou à Europa com ordens do Estado Islâmico, diferentemente dos agressores do 13 de novembro de 2015, em Paris. Na Alemanha, todos eles parecem ter organizado seus atos sozinhos.

A Alemanha continua a ser um alvo para os grupos jihadistas, em especial por sua participação na coalizão que combate o EI no Iraque e na Síria e por sua presença no Afeganistão até agosto passado.

Uma alemã de 28 anos foi condenada à prisão perpétua, nesta quinta-feira (4), por matar cinco de seus filhos, com idades entre um e oito anos, uma tragédia que chocou o país.

O tribunal de Wuppertal (oeste) reconheceu as "circunstâncias agravantes" e impôs a pena mais severa na Alemanha, impossibilitando que seja posta em liberdade pelo menos nos próximos 15 anos.

O juiz apoiou a tese da acusação, segundo a qual a acusada, Christiane K., teria matado seus filhos, basicamente, por "decepção, raiva e desespero". Seu mundo desabou, depois de descobrir uma foto de seu marido - de quem ela estava separada há um ano - com sua nova parceira.

"Sua vida mudou profundamente naquela época", disse o presidente do tribunal, Jochen Koetter, acrescentando que a ré não conseguiu suportar isso e quis punir o ex-marido.

Seu filho mais velho, então com 11 anos, escapou do destino de suas irmãs e irmãos.

A acusada ficou em silêncio durante todo julgamento.

Ela já havia declarado sua inocência, alegando que um homem mascarado havia entrado em seu apartamento e matado seus filhos. Não foi encontrada qualquer evidência que apoiasse esta versão.

Apesar dos sinais de narcisismo e de transtorno de comportamento diagnosticados antes dos eventos, ela foi considerada plenamente responsável por seus atos. A defesa pedia que sua cliente fosse internada em um centro psiquiátrico.

De acordo com a ata da acusação, o drama começou em 3 de setembro de 2020, em Solingen, perto de Wuppertal.

A mulher drogou a bebida dos seus filhos durante o café da manhã para fazê-los adormecer. Em seguida, ele preparou um banho. Despertou as crianças e levou um após o outro para o banheiro, onde os asfixiou, ou estrangulou.

Depois disso, envolveu-os em uma toalha e colocou-se na cama, onde foram encontrados os corpos sem vida de três meninas de um, dois e três anos, e de dois meninos, de seis e oito anos.

Neste mesmo dia, esta mãe se jogou na frente de um trem na estação da cidade vizinha de Dusseldorf, mas sobreviveu à tentativa de suicídio.

A Alemanha registrou nesta quinta-feira (4) um recorde de infecções diárias desde o surgimento da pandemia de coronavírus no país, com um total de 33.949 casos em 24 horas, informou o instituto de vigilância sanitária Robert Koch.

O recorde anterior foi alcançado em dezembro de 2020, quando se chegou a 33.777 novos casos.

Ao todo, a Alemanha acumula mais de 4,6 milhões de casos desde o início da pandemia no território. Segundo o governo, neste momento, o país enfrenta uma quarta onda muito severa que afeta os não vacinados.

O instituto contabilizou 165 mortes nas últimas 24 horas, elevando para para 96.192 o número total de óbitos pela pandemia no país.

Nesta quinta-feira, a taxa de incidência na Alemanha era de 154,5 a cada 100 mil habitantes. Em regiões como Saxônia e Turíngia com níveis acima de 300 por cada 100 mil habitantes.

"A situação é grave", disse Helge Braun, um colaborador próximo da chanceler Angela Merkel, em entrevista ao canal público da ZDF.

"Já estamos constatando uma carga enorme (nos hospitais) na Turíngia e na Saxônia", ambas no leste do país, relatou.

"O importante é que os cidadãos entendam que o inverno (verão no Brasil) será, de novo, problemático, infelizmente", acrescentou este médico de formação, pedindo "prudência" à população.

O ministro da Saúde e seus colegas das diferentes regiões da Alemanha se reúnem hoje e sexta-feira em Lindau (sul) para decidir sobre novas medidas de restrição.

O novo surto da pandemia ocorre em um delicado contexto político no país, com um governo interino com funções limitadas. Ainda se espera a formação de um novo Executivo, após as eleições legislativas de setembro passado.

No momento, há negociações em curso para uma coalizão entre social-democratas, verdes e liberais.

A chanceler Angela Merkel, em final de mandato, disse estar "muito preocupada" com esta evolução e "muito triste" com o elevado número de pessoas com mais de 60 anos não vacinadas. Ela também advertiu contra o retorno "de uma certa despreocupação", por parte dos alemães, em relação à covid-19.

O ministro da Saúde, Jens Spahn, pediu às autoridades de todas as regiões do país, competentes em matéria de saúde, que endureçam as regras para os não vacinados, proibindo o acesso a determinados locais, ou encarecendo o valor do teste de PCR.

Alguns, como a Saxônia e Baden-Wurttemberg, já adotaram novas medidas restritivas, ou estão perto de anunciá-las.

Também nesta quinta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou sua preocupação com o ritmo "muito preocupante" de transmissão da covid-19 na Europa, neste momento. A expectativa é que, se este quadro se mantiver, mais cerca de meio milhão de mortes poderão ser registradas até fevereiro de 2022.

"Estamos, de novo, no epicentro", advertiu o diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, em entrevista coletiva virtual.

"O ritmo atual de transmissão nos 53 países que formam a região europeia é muito preocupante (...) Se mantivermos esta trajetória, poderemos ter outro meio milhão de mortos por covid-19 na região até fevereiro", acrescentou.

A Alemanha se vê afetada por uma "pandemia dos não vacinados", alertou o ministro da Saúde, Jens Spahn, nesta quarta-feira (3), que também pediu o reforço das medidas para frear o aumento de casos de covid-19 no país.

A "quarta onda" da pandemia está nos atingindo "com força", disse o ministro da Saúde, Jens Spahn, em coletiva de imprensa, enquanto a maior economia da Europa vê os casos de covid-19 dispararem nas últimas semanas.

Nesta quarta-feira, o instituto de vigilância epidemiológica Robert Koch (RKI) informou mais de 20.000 novos casos em 24 horas e de 194 mortes, uma incidência próxima aos níveis de maio.

Segundo o ministro, as pessoas relutantes a se vacinar têm grande parte da responsabilidade por essa situação.

"Atualmente, estamos vivendo uma pandemia essencialmente dos não vacinados, e é grande", afirmou o ministro conservador.

"A quarta onda da pandemia avança, como temíamos, porque o número de pessoas vacinadas não é suficiente", corroborou Lothar Wieler, presidente do RKI.

O ressurgimento das infecções chega em um momento politicamente delicado para a Alemanha, quando os social-democratas, vencedores das eleições de 26 de setembro, negociam a formação de um governo com os Verdes e os liberais para tentar alcançar um acordo em dezembro.

Até então, o governo conservador de Angela Merkel, que abandonará o poder após 16 anos de mandato, segue à frente do Executivo.

A chanceler disse neste fim de semana estar "muito preocupada" com a evolução da pandemia e que lamenta o número elevado de pessoas maiores de 60 anos não vacinadas.

No entanto, reiterou que não considera necessário introduzir a obrigação de se vacinar.

As restrições de acesso a lugares públicos, restaurantes e teatros nem sempre são cumpridas, segundo Wieler.

"Se a situação continuar se agravando nos hospitais a nível regional, é possível que novas restrições sejam impostas somente aos não vacinados", alertou o porta-voz do governo, Steffen Seibert.

Segundo a Associação de Hospitais alemã, os atendimentos hospitalares de pacientes de covid aumentaram 40% em uma semana. Nas unidades de terapia intensiva (UTI), o aumento foi de 15%.

De acordo com os últimos dados do RKI, 55,6 milhões de pessoas receberam duas doses da vacina - 66,8% da população.

"Os não vacinados têm um alto risco de se infectarem nos próximos meses e alguns deles podem adoecer gravemente", alertou Wieler.

Mas convencê-los não é tarefa fácil.

Uma pesquisa da Forsa encomendada pelo ministério da Saúde revelou recentemente que 65% dos entrevistados que não estão vacinados não querem "absolutamente" receber a vacina.

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