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Grampos em poder da Procuradoria-Geral da República mostram Francisco Borges Filho, um ex-assessor do governador Agnelo Queiroz (PT-DF), tratando de pagamentos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em troca de favor ao laboratório Hipolabor.

Investigada por sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e falsificação de medicamentos, a indústria farmacêutica é suspeita de ter repassado dinheiro ao petista em 2010, ano em que Agnelo deixou a diretoria do órgão para concorrer ao governo do DF.

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Nas interceptações telefônicas, feitas de agosto daquele ano a janeiro de 2011, Borges - que foi assessor de Agnelo na Câmara e passou a atuar mais tarde como representante da Hipolabor - pergunta a Renato Alves da Silva, um dos diretores da farmacêutica, se deveria pagar para retardar a publicação de resolução sobre o cancelamento do registro do antibiótico Ocinoflox (Norfloxacino). "Esse pessoal que segura isso, eles cobram. Precisa saber quanto é que você vai pagar para eles", avisa o representante. "Sabe por quê? Ele veio pedir cinco pau por mês. Eu jogo aberto", acrescenta.

O ex-assessor quer saber por quanto tempo será necessário segurar a publicação. Mas o diretor decide deixar o processo correr para tentar reverter a decisão numa instância que avalia apelações dos laboratórios contra indeferimentos. "Tenho como trabalhar o recurso lá na Corec (Coordenação de Instrução e Análise de Recursos)", diz Borges.

Na conversa, de 1.º de setembro, não fica claro com quem o pagamento foi negociado. Cinco dias depois, resolução assinada pelo então presidente substituto da Anvisa, Dirceu Aparecido Barbano, hoje titular do cargo, cancelou o registro do remédio.

Os áudios foram obtidos durante a Operação Panaceia, realizada por uma força-tarefa que investiga supostos crimes praticados pela cúpula da Hipolabor, composta pelo Ministério Público de Minas, a Polícia Civil e a Receita Estadual. O material foi requisitado pela PGR, que pediu ao Superior Tribunal de Justiça a abertura de inquérito para apurar irregularidades envolvendo o governador Agnelo durante sua gestão na Anvisa.

Agenda

Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou em março, uma agenda da diretoria da Hipolabor, apreendida no ano passado, registra supostos pagamentos ao petista, no valor de R$ 50 mil. Agnelo também é acusado de receber suborno no mesmo valor para liberar licenças da União Química. Ele nega irregularidades e envolvimento com as farmacêuticas.

Investigações revelam que, como representante da Hipolabor, Borges repassava informações sobre fiscalizações da Anvisa e levava pedidos a Rafael Barbosa, então diretor-adjunto de Agnelo na agência e atual secretário de Saúde do Distrito Federal.

Segundo as escutas, o grupo Hipolabor via na eleição de Agnelo a possibilidade de facilitar seus processos na agência.

Outro lado

A Hipolabor negou, em nota, ter feito pagamentos a funcionários da Anvisa e informou que a revalidação do registro do Ocinoflox foi indeferida em 2009 e que entrou com recurso contra a decisão, negado em 22 de julho de 2010 pela Diretoria Colegiada da agência. Sustentou não ter acesso a informações privilegiadas da Anvisa, que "tem agenda definida para inspeções nas indústrias".

A empresa alegou não ter relacionamento com o governador Agnelo Queiroz (PT) e o secretário de Saúde do DF, Rafael Barbosa. Procurado, Francisco Borges Filho, ex-assessor de Agnelo, disse: "Eu nem me lembro disso. Se aconteceu, logo em seguida, percebi que esse povo era cheio de rolo e pulei fora". Barbosa não respondeu às perguntas do Estado e não informou sua agenda em 11 de janeiro de 2011, data do suposto encontro com Borges, e alegou não ter autorizado ninguém a usar seu nome.

O porta-voz do Governo do DF, Ugo Braga, disse que Agnelo não comentaria "conversas de terceiros". E que os atos de Agnelo na Anvisa foram considerados regulares por sindicâncias do órgão. A Anvisa não se pronunciou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Diante dos protestos de profissionais de saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu reabrir as discussões em torno de uma resolução publicada em junho que reduz as exigências para funcionamento de UTIs em hospitais públicos.

A regra, que entra em vigor em fevereiro, prevê que unidades trabalhem, no máximo, com uma relação de um enfermeiro para cada dez pacientes. A norma anterior, que também entraria em vigor em fevereiro, prevê uma relação de oito pacientes para cada profissional.

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"Profissionais afirmam haver maior risco para doentes internados. Vamos analisar o que eles dizem", afirmou o presidente da Anvisa, Dirceu Barbano. Atualmente não há regra para relação entre enfermeiros e pacientes internados em UTI. De acordo com Barbano, a exigência era feita por meio de portarias do Ministério da Saúde.

"Pacientes internados em unidades intensivas precisam de cuidados constantes, um monitoramento que, em muitos casos, tem de ser feito a cada 30 minutos", afirma a presidente da Associação Brasileira de Enfermagem, Ivone Cabral.

Um número alto de doentes sob responsabilidade de enfermeiro, completa, aumentaria o risco do paciente. "Não é uma questão corporativa. É algo lógico. Não há como cuidar bem de tantos pacientes de uma só vez."

A resolução que definia a relação de oito doentes para um enfermeiro foi publicada em janeiro do ano passado, depois de vários meses de discussão e de consulta pública. "Nossa meta inicial era uma relação de cinco doentes por enfermeiro, o que é recomendado pela agência de acreditação americana", contou Ivone. O número acordado, oito para um, é aceito pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Dificuldade

Barbano afirma que a mudança foi feita a pedido do Ministério da Saúde. "A pasta expôs a dificuldade de se colocar em prática a exigência em regiões do Norte e Nordeste do País ", afirmou. Essa dificuldade, completou, poderia levar hospitais a reduzirem o número de leitos em funcionamento. "Diante do risco da redução do número de leitos, preferimos repensar."

Outro motivo que teria levado à alteração seria a edição das regras do Rede Cegonha, com relação entre profissionais de enfermagem e pacientes internados na UTI neonatal. A portaria prevê níveis diferentes de risco para as unidades. Pacientes mais graves ficariam em unidades de maior risco, onde trabalham mais profissionais. Os bebês em melhores condições ficariam em unidades onde a relação exigida é a de dez pacientes para um enfermeiro.

Numa reunião realizada na quarta-feira (12) no Conselho Nacional de Saúde, representantes de usuários e profissionais de saúde protestaram contra a mudança. "Para cada paciente adicional por enfermeira há um aumento de 7% na mortalidade, durante período de 30 dias", afirmou Ivone. Ela conta que vários hospitais no País já vinham se preparando para se adaptar à regra de um paciente para cada oito enfermeiros. O Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde não se manifestaram. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Um dos países com mais casos de tuberculose no mundo, o Brasil esbarra em uma norma interna para produzir um remédio contra a doença. Três laboratórios podem fabricar o medicamento quatro em um, que reúne quatro princípios ativos em um comprimido e é considerado o mais eficaz pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, para o remédio ser fornecido, o país precisa alterar uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Atualmente, as normas do órgão regulador não permitem que quatro drogas sejam combinadas em um único remédio. Para autorizar a produção do quatro em um, portanto, a Anvisa precisa rever uma resolução, o que foi pedido há mais de um ano. O processo é sigiloso e a agência só informa que recentemente pediu dados a um dos laboratórios com condições de produzi-lo imediatamente, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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A produção em território nacional do quatro em um é fundamental para dar autonomia ao Brasil no tratamento da doença, defende o coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde, Draurio Barreira. Atualmente, o medicamento é distribuído gratuitamente para cerca de 80 mil pacientes da rede pública. “O mundo inteiro usa, nós usamos [importado], mas não podemos produzir”, disse. “É uma questão burocrática que vem nos prejudicando”.

Segundo Barreira, o tempo entre a compra e a entrega do quatro em um é um ano, mas pode se estender. No último pedido, relata, o remédio estava em um porto na Índia, pronto para sair, quando acabou sendo vendido para outro país por falta de um documento de importação. “Quer dizer, ficamos na ameaça de abastecimento. São coisas absurdas que acontecem”, disse. Por causa da greve na Anvisa, a importação também foi dificultada, e o país estava no limite do fornecimento até semana passada.

Mas, mesmo com a liberação da agência reguladora para a combinação do medicamento contra tuberculose no Brasil, os laboratórios nacionais continuarão a importar os quatro princípios ativos. A compra dessas drogas e a distribuição do comprimido pronto, no entanto, ficam menos complexas, diz o representante do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, Luiz Henrique Costa. “A importação de matérias-primas é muito mais comum e a produção nacional nos dá independência.”

O Brasil gasta por ano R$ 3,6 milhões com o quatro em um. Por mês, são 2,2 milhões de comprimidos para o combate à tuberculose, cuja incidência é 37 casos por 100 mil habitantes, embora os números venham caindo. Entre os problemas estão o abandono do tratamento, que dura seis meses, e os efeitos colaterais dos remédios, que provocam mal-estar e desconforto gastrointestinal.

Com a produção nacional, o Observatório Tuberculose Brasil acredita que a qualidade dos produtos também ficará resguardada. O representante da entidade Carlos Basilia lembra que, em 2010, o estado do Rio – que tem o maior índice de casos no país – devolveu, por má qualidade, um lote inteiro importado da Índia. “A tuberculose não é uma doença que dá lucro, não há interesse de grandes indústrias, o Brasil acaba refém dos laboratórios, enquanto tem tecnologia para fazer isso aqui.”

Além de Farmanguinhos – que desde 2010 tem um acordo com o laboratório indiano Lupin para a transferência de tecnologia do quatro em um – podem produzir o comprimido o Núcleo de Pesquisa em Medicamentos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e o Laboratório Químico Farmacêutico do Exército, segundo o coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose.

A expectativa dos especialistas é que, antes de alterar a resolução, a Anvisa faça uma consulta pública. Embora a agência seja vinculada ao ministério, “o órgão tem autonomia e a responsabilidade de checar todos os critérios técnicos de segurança”, ressaltou Luiz Henrique Costa, do Departamento de Assistência Farmacêutica. “Estamos mostrando tudo isso. É um processo demorado mesmo”, completou.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu nesta segunda-feira (3) a fabricação, a distribuição, o comércio e o uso em todo o país do Lote 01-01/10 do cosmético Alinhamento Amarula (data de fabricação agosto/2011).

Por meio de nota, o órgão informou que a decisão de suspender o produto foi tomada porque o cosmético, além de não ter registro, é suspeito de conter formol. A Anvisa foi notificada após denúncia de intoxicação grave encaminhada pela Vigilância em Medicamentos e Congêneres da Secretaria de Saúde de Minas Gerais.

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Também foram suspensos todos os produtos da empresa fabricante do cosmético, John Hair, que não tem autorização para funcionar. A suspensão tem validade imediata. A medida foi publicada de ontem (3) no Diário Oficial da União.

A orientação da Anvisa é que as pessoas que já tiverem comprado algum produto da empresa interrompam o uso.

Laboratórios de todo o País tem até o fim desta terça-feira para informar à Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a situação de seus estoques. O órgão notificou 14 empresas na última segunda-feira, após uma série de publicações afirmarem a falta de medicamentos em território nacional. A fabricação e distribuição de remédios teriam sofrido reflexo da paralisação dos servidores, em greve desde 16 de julho.

O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse, na semana passada, que a escassez de medicamentos e insumos registrada em unidades do País não teria relação com a greve de funcionários da Anvisa. A agência, no entanto, ressalta não ter certeza nas consequências que a paralisação possa ter causado para a saúde dos brasileiros.

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"Queremos saber se há de fato falta de produto e o motivo para adotarmos medidas cabíveis junto às empresas", afirma o diretor presidente da Anvisa, Dirceu Barbano. Conforme nota oficial divulgada pelo órgão, os 14 laboratórios notificados tiveram seus medicamentos citados, em algum momento, pela imprensa como estando em falta nas prateleiras de farmácias ou unidades de saúde. Barbano afirma ainda que "não há relatos das Secretarias de Saúde dos Estados e dos Municípios sobre desabastecimento".

Apesar de o constante rebatimento do ministério de que nenhum medicamento deixou de ser distribuído em função da greve, auditores e técnicos da Receita Federal afirmaram ao Grupo Estado, no último dia 23, que há mercadorias paradas nos portos em função da paralisação da categoria.

No documento, a Anvisa solicita ser avisada sobre qualquer problema relacionado a liberação de medicamentos. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) negocia, ao longo desta terça-feira, com o governo federal o fim da greve.

A categoria está em greve nacional há 72 dias. Uma reunião de negociação aconteceu na tarde da última segunda onde o Ministério do Planejamento apresentou a proposta oficial do governo. A categoria negou e fez uma contraproposta que é analisada nesta terça. Questionado sobre o fim da greve nacional, o Sinagências afirma que se o governo não mudar a oferta, a paralisação continua. "A proposta feita ontem (segunda) não atende o mínimo do que a categoria pede. Do jeito que está, não haverá acordo. Esperamos que o governo altere para haver acordo o quanto antes", diz o diretor de comunicação do sindicato, Ricardo Holanda.

Duas liminares concedidas pela Justiça Federal determinam que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) providencie em até 48 horas a inspeção de medicamentos, vacinas e insumos importados por laboratórios associados ao Sindicato da Indústria Farmacêutica e ao Centro das Indústrias do Rio de Janeiro. A carga está retida em portos e aeroportos desde o dia 16 de julho, quando os servidores da agência decidiram pelo início de uma greve.

"O direito de greve dos servidores não pode prevalecer sobre o direito da população ao pleno funcionamento dos órgãos de saúde, até mesmo quanto ao fornecimento de medicamentos", escreveu o juiz Alfredo de Almeida Lopes, da 24.ª Vara Federal, que concedeu uma das duas liminares.

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No mandado de segurança coletivo, as entidades que representam os laboratórios alertaram para o risco de desabastecimento de medicamentos. "Por conta da paralisação (...) as empresas estão sendo lesadas pela impossibilidade de obtenção de insumos e mercadorias em geral. (...) A permanecer a situação, em breve faltarão medicamentos para a população", alertaram as entidades.

Os laboratórios também precisam negociar com seus clientes, entre eles o governo federal, para não serem penalizados com as multas por descumprimento contratual.

A ação cita os casos dos laboratórios MerckSerono, "que aguarda a liberação de medicamentos para doenças crônicas ou graves", para o tratamento de câncer e diabetes, que fazem parte do programa Farmácia Popular do governo federal, e GlaxoSmithKline, fabricante de "medicamentos e vacinas essenciais sem similar no Brasil".

A Anvisa editou portaria que estabelece o deferimento antecipado de licenciamento de importação de bens caso a mercadoria não seja avaliada em cinco dias. Para a advogada Cheryl Berno, chefe da divisão tributária do Sistema Firjan, que ingressou com as duas ações, a portaria tem efeito nulo. "Esses produtos têm de ficar armazenados pelos laboratórios até a fiscalização da Anvisa. As empresas não têm logística para isso. Em muitos casos, vacinas e medicamentos são encaminhados diretamente para o governo", explica a advogada. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, afirmou que a agência já recebeu uma série de liminares requisitando a liberação de produtos e medicamentos. "Cumprimos a determinação, mas isso está tumultuando ainda mais nossas operações", disse. Ele afirmou que, ao ter de atender as liminares, muitas vezes outras cargas consideradas prioritárias têm de ser desembaraçadas num outro momento.

Para tentar reduzir o impacto da paralisação, a agência alterou o sistema para liberação das cargas. Aquelas que permanecem mais de cinco dias aguardando avaliação, poderão obter o deferimento antecipado de licenciamento de importação. A medida também pode ser requerida quando não houver capacidade de armazenamento de cargas suficiente nos portos e aeroportos.

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Os efeitos da paralisação já começam a ser sentidos no atendimento. A Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP) informou que, mesmo com ações emergenciais, alguns hospitais registram estoques mínimos e falta de alguns reagentes, materiais descartáveis e alguns produtos farmacêuticos, todos de origem estrangeira.

O secretário-executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), entidade que reúne empresas que atendem mais de 70% do mercado de kits de diagnóstico, considera a situação crítica. "Se as coisas continuarem neste ritmo, em mais uma semana entregas já não poderão mais ser realizadas", afirmou. As empresas também conseguiram liminar da 25ª Vara Cível Federal de São Paulo para que em 48 horas, a Anvisa realize a conferência de todas as mercadorias importadas retidas em portos, aeroportos e demais postos alfandegários do Estado de São Paulo.

O presidente da associação que reúne laboratórios públicos nacionais, Luciano Vasquez, também se diz preocupado. Ele afirma que, por enquanto, os laboratórios têm estoques suficientes. "O problema é que, quando a greve terminar, a liberação não ocorrerá de um dia para o outro. Haverá uma demanda reprimida e, se um esforço concentrado não for feito, o risco de dificuldades no abastecimento aumentará".

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta segunda-feira no Diário Oficial da União (DOU) resolução que autoriza o deferimento antecipado de licenciamento de importação durante a período de greve de seus servidores. O deferimento antecipado se dará quando houver capacidade insuficiente de armazenagem de cargas nos portos, aeroportos fronteiras e recintos alfandegados e em caso de bens e produtos cujo pedido de licença não tenha sido analisado pela autoridade sanitária no prazo de até cinco dias úteis, a partir da data de solicitação.

A resolução ressalta, porém, que a medida não autoriza a exposição do produto para o consumo. O importador que obtiver o deferimento antecipado ficará na condição de depositário fiel dos bens e produtos até posterior liberação sanitária.

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O porto de Vitória operou normalmente no último final de semana. Desde o início da greve dos funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a situação no porto capixaba era considerada uma das mais críticas, mas o decreto federal 7.777, publicado na última quarta-feira (25), permitiu que as embarcações voltassem a atracar normalmente no Estado.

Até semana passada, cerca de 13 embarcações aguardavam para entrar no porto, quando o número normal é de dois navios esperando para atracar. De acordo com a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), os navios ficam esperando no máximo 30 horas para atracar, mas até sexta-feira passada, havia navios aguardando desde o dia 18. Atualmente, há seis embarcações aguardando para entrar no porto de Vitória e a Codesa espera que até terça-feira a situação esteja regularizada.

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A greve da Anvisa teve início no dia 16 e se soma à operação padrão da Receita Federal. Para garantir o funcionamento de serviços públicos, o governo federal publicou o decreto 7.777, que estabelece que ministros, supervisores de órgãos ou entidades devem promover convênio com Estados e municípios para garantir que os setores paralisados funcionem. No final da semana passada, de acordo com a Federação Nacional das Agências de Navegação (Fenamar), os servidores públicos se adaptaram às novas determinações governamentais e os resultados foram positivos no Espírito Santo.

Na sexta-feira, a Justiça negou liminar em mandado de segurança impetrado pelo Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Espírito Santo (Sindamares) que pedia que as licenças de livres práticas fossem concedidas. Entre outros argumentos, a juíza da 5ª Vara Cível da Justiça Federal do Espírito Santo, Viviany de Paula Arruda, considerou que o decreto 7.777 iria conduzir a situação no porto à normalidade.

O número de navios que aguardavam para atracar no porto de Suape, em Pernambuco, caiu de 12 na última quarta (25) para quatro neste domingo, após a liminar concedida pela Justiça Federal na última quinta-feira (26). A medida determinou a atracação dos navios fundeados, mesmo sem o certificado de livre prática - concedido pela Anvisa e necessário para o embarque e desembarque de mercadorias nos portos - cuja emissão está prejudicada por conta da greve dos servidores.

Os navios que ainda aguardavam estavam à espera da liberação do cais por outras embarcações e não pela falta do certificado. "A paralisação da Anvisa quebrou a rotatividade do porto, que precisa de alguns dias para se normalizar", explicou o presidente do Sindicato das Agências de Navegação do Estado de Pernambuco (Sindanpe), Ricardo Luiz Von Sohsten.

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Segundo ele, "com a decisão judicial, não houve maiores prejuízos ou ameaça de desabastecimento", pois os navios - alguns carregados com trigo e combustível - levaram no máximo dois dias para atracar. "Não comprometeu", observou, ao lembrar que o custo médio por dia fundeado (estacionado) representou prejuízo de cerca de U$ 25 mil dólares por embarcação.

Uma liminar concedida pela 6ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco determinou a atracação dos navios fundeados, ou seja, que fiquem estacionados no Porto de Suape. O pedido foi solicitado pelo Sindicato das Agências de Navegação Marítima de Pernambuco (Sindanpe), para amenizar o acúmulo de embarcações que já afetava o mar desde o último dia 19.

O pleito determina que a Anvisa tome as providências necessárias à emissão do Certificado da Livre Prática e da realização de outros serviços necessários, possibilitando que as empresas associadas desempenhem suas atividades, em virtude da greve deflagrada pela Anvisa. O órgão fiscaliza online a entrada dos navios para averiguar se estes estão em ordem, porém, a entrada estava sendo bloqueada, pois não tinham o livre acesso. O Sindanpe entrou com a liminar alegando que, se os navios não ficassem tivessem a permissão para entrar no Porto de Suape, os prejuízos seriam diários, chegando a U$25 mil dólares.

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Com isso, os navios perderiam a rotatividade, pois ficariam presos na rota de Suape e não poderiam entrar em outros portos. "Depois da liminar, os navios passaram a entrar nos portos e, assim, voltamos a trabalhar normalmente. Nossa reivindicação era justamente essa. Os navios dependem da Anvisa para trabalhar e, agora que conseguimos a livre prática por ordens judiciais, estamos satisfeitos" contou Ricardo Luiz Von Sohsten, presidente do Sindicato.

As autoridades sanitárias dos Estados e dos municípios poderão assumir as atribuições da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em caráter emergencial, caso haja prejuízo nos serviços por causa da greve dos servidores do órgão. Essa é uma das medidas previstas pelo governo para evitar interrupções na entrada de produtos pelos portos do País por falta de inspeção e de liberação sob a responsabilidade da agência reguladora.

"A Anvisa irá chamar os governos estaduais e municipais para que possam colaborar com a liberação de cargas. Está aberta essa possibilidade", disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. "É uma alternativa que vamos avaliar dia a dia. Não foi necessário até agora", completou. De acordo com o ministro, o monitoramento diário sobre os impactos da greve indica a manutenção dos serviços nos portos, incluindo o de Santos, em São Paulo.

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Padilha disse que as medidas tomadas pelo governo, por meio de um decreto publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira, são para garantir o fluxo de qualquer produto importante para a saúde pública. "Não existe qualquer risco de desabastecimento de medicamentos", ressaltou. Para evitar atrasos no desembarque dos navios nos portos, a liberação da documentação de entrada das mercadorias poderá ser feita por Brasília, se necessário.

"A Anvisa nacional está em contato direto com as autoridades do porto", disse Padilha. "Nos portos onde o fluxo não estiver mantido, ele será liberado diretamente a partir de Brasília pela direção da Anvisa. Isso facilita a circulação dos navios", disse.

A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a importação e a venda dos suplementos alimentares Jack3D, Oxy Elite Pro e Lipo-6 Black. Eles contêm a substância dimethylamylamine (DMAA), que pode causar graves danos à saúde das pessoas e, em alguns casos, até a morte. A DMAA foi proscrita do País no dia 3, o que impede a importação dos suplementos que contenham a substância, mesmo que por pessoa física e para consumo pessoal. O DMAA é um estimulante usado, principalmente, no auxílio ao emagrecimento, aumento do rendimento atlético e até mesmo como droga.

De acordo com alerta feito nesta terça-feira pela Anvisa, os ingredientes contidos nos suplementos não são seguros para o consumo como alimentos e podem conter substâncias com propriedades terapêuticas que não podem ser consumidas sem acompanhamento médico. Os problemas à saúde humana podem englobar efeitos tóxicos, em especial no fígado, disfunções metabólicas, danos cardiovasculares, alterações do sistema nervoso e, em último caso, a morte.

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"O forte apelo publicitário e a expectativa de resultados mais rápidos contribuem para uso indiscriminado dessas substâncias por pessoas que desconhecem o verdadeiro risco envolvido", disse no alerta o diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Anvisa, José Agenor Álvares. O informe da Anvisa diz ainda que muitos desses suplementos alimentares não estão regularizados junto à Agência e são comercializados irregularmente no País.

O diretor da Anvisa explicou no alerta que os produtos fabricados a partir de ingredientes da DMAA não passaram por avaliação de segurança. "Esses suplementos contêm substâncias proibidas para uso em alimentos como: estimulantes, hormônios ou outras consideradas como doping pela Agência Mundial Antidoping", disse Álvares, no informe.

A Anvisa avisou ainda, no alerta, que por meio da Rede de Autoridades em Inocuidade de Alimentos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que vários países têm identificado efeitos adversos associados ao consumo da substância DMAA, presente em alguns suplementos alimentares. Alguns países já proibiram a comercialização de produtos do gênero com DMAA, como Austrália e Nova Zelândia.

Segundo o diretor da Anvisa, produtos conhecidos popularmente como suplementos alimentares não podem alegar propriedades ou indicações terapêuticas. "Propagandas e rótulos que indicam alimentos para prevenção ou tratamento de doenças ou sintomas, emagrecimento, redução de gordura, ganho de massa muscular, aceleração do metabolismo ou melhora do desempenho sexual são ilegais e podem conter substâncias não seguras para o consumo", disse Álvares no informe.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou nesta segunda a apreensão e inutilização, em todo o País, de lotes falsificados do medicamento Cialis 20 mg, usado contra disfunção erétil. Segundo a resolução 2.912, publicada no Diário Oficial da União, a apreensão do produto é "medida de interesse sanitário". Os medicamentos pirateados, segundo notificação da empresa detentora do registro, Eli Lilly do Brasil, não apresentam marcação do lote no blister de dois comprimidos e têm na embalagem a impressão EXP 102014.

Essa é a quarta vez que a Anvisa determina apreensão de lotes falsos de Cialis, somente este ano. Um dos mais potentes remédios para disfunção erétil, o Cialis pode ter seu efeito prolongado por até três dias, segundo garantem alguns usuários, o que o torna um alvo cobiçado por quadrilhas, rivalizando com o tradicional Viagra. Em algumas operações de combate a contrabando e descaminho, a Polícia Federal tem localizado grandes carregamentos de estimulantes sexuais que entram ilegalmente no Brasil pela fronteira com Paraguai e Bolívia.

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Os danos ao consumidor, segundo a Anvisa, podem se dar de duas formas: ausência do efeito esperado, por se tratar de falso remédio, também chamado "pílula de farinha", e ingestão de substâncias maléficas à saúde. Em caso de dose excessiva do princípio ativo, por exemplo, há sério risco de problemas cardiovasculares. O caso será comunicado ao Comitê Nacional de Combate à Pirataria, do qual faz parte a Polícia Federal, que costuma abrir investigações para desmantelamento de quadrilhas que atuam no ramo de medicamentos.

A população brasileira, segundo levantamento do Comitê, está entre as que mais consomem medicamentos clandestinos no mundo. Os destinados ao combate à disfunção erétil são os mais pirateados, por serem caros e de forte apelo popular. Para reduzir o comércio de remédios clandestinos, a Anvisa trabalha, em conjunto com representantes da indústria farmacêutica, em um projeto que visa a impressão de um código especial na embalagem que permita o rastreamento dos remédios originais.

A falsificação de medicamentos é um negócio em alta, que representa 10% do volume mundial de medicamentos. O Brasil é o oitavo mercado mundial, com receita anual estimada em R$ 20 bilhões. O Comitê estima que 30% do comércio de remédios no País ocorram por vias informais, o que favorece a pirataria. O Código Penal Brasileiro tipifica a falsificação de medicamentos como crime hediondo, inafiançável, com pena de 10 a 15 anos de reclusão.

Sabonete íntimo

Em outra resolução, a Anvisa determinou a suspensão da fabricação, distribuição, divulgação, comércio e uso, em todo o País, dos sabonetes íntimos produzidos pela marca "Produtos Ideal". A medida alcança os dois modelos da empresa: o "Tradicional" - extrato camomila e ácido lático e o "Dias Especiais" - malva e rosas brancas. Os produtos não possuíam registro na agência. A empresa fabricante, que também não tinha autorização para funcionamento, fica obrigada a recolher os estoques existentes no mercado.

Pelas mesmas razões, a Anvisa determinou a suspensão de fabricação e venda do detergente "Boa Limpeza", lançado pela empresa Silvaneide dos Santos Silva Ltda. e do produto de limpeza de alumínio "Jamacil 100", produzido pela Jamart Indústria e Comércio. As duas fabricantes igualmente não tinham autorização para funcionamento.

A Anvisa também determinou a suspensão, em todo o território nacional da importação, distribuição, comercialização e uso de vários lotes de seringas preenchidas de heparina. Esses lotes já estavam proibidos em diversos países por recomendação do próprio fabricante, que constatou "falhas na potência", que comprometiam a eficácia do produto. Mas vinham sendo comercializados no Brasil pela importadora Medical Ltda, que terá de fazer o recolhimento dos estoques existentes no mercado.

Depois de receber 71% de comentários desfavoráveis numa consulta pública, a proposta da volta dos medicamentos isentos de prescrição para as gôndolas das farmácias e drogarias foi discutida nesta quinta-feira numa audiência feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em Brasília. A sugestão de mudança, apresentada em abril, revoga uma regra criada pela própria agência e que está em vigor desde o início de 2010, obrigando o produto a ficar atrás do balcão.

Dos 152 comentários registrados durante a consulta, a maioria foi contrária ao retorno do livre acesso aos remédios nos pontos de venda. Agora, com comentários da audiência e da consulta, o texto irá para revisão e para votação da diretoria colegiada. A revisão da agência sobre normas de venda de remédios foi feita com base num estudo feito pelo IMS Health, uma empresa privada que acompanha o comércio de produtos farmacêuticos. O levantamento indicava que, no período em que medicamentos de venda sem receita passaram a ficar atrás do balcão, atendentes das farmácias passaram a ter um papel mais relevante na decisão da compra feita pelo consumidor. Entre medicamentos de venda livre estão analgésicos.

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A pesquisa também mostrou que a venda de embalagens com mais unidades teve aumento maior do que o comércio de pequenas embalagens. Antes das restrições que estão em vigor, remédios de venda livre ficavam ao alcance do consumidor. A Anvisa sustentava que os remédios, da maneira como ficavam expostos, poderiam ser confundidos com produtos livres de riscos. A restrição evitaria acidentes ou excessos. Tão logo foi anunciada, a medida foi alvo de pressão do setor produtivo. Embora a resolução tenha entrado em vigor no início de 2010, várias farmácias conseguiram na Justiça o direito de manter os remédios expostos em gôndolas. O grupo de trabalho diz não haver conclusões com relação ao impacto da restrição na redução dos casos de acidentes com remédios. Dados de 2011 não estavam fechados.

O deputado federal Fábio Ramalho (PV-MG) admitiu nesta segunda-feira ter atuado junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para agilizar processos do laboratório Hipolabor, investigado por fraudes, mas negou ter praticado tráfico de influência em favor da empresa. Ele disse jamais ter recebido pagamentos da indústria farmacêutica e colocou seu sigilo bancário à disposição dos órgãos de investigação.

Conforme O Estado de S. Paulo revelou nesta segunda-feira, a Procuradoria Geral da República (PGR) analisa provas do suposto envolvimento do parlamentar com o Hipolabor, com sede em Minas Gerais. As informações foram obtidas durante a Operação Panaceia, desencadeada no Estado por uma força-tarefa integrada por Ministério Público, Polícia Civil e Receita Estadual, com apoio do Ministério da Justiça e da própria Anvisa.

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Durante a operação, foram feitas escutas que indicam que o laboratório encaminhava demandas ao secretário de Saúde do Distrito Federal, Rafael Barbosa, que foi diretor adjunto de Agnelo Queiroz (PT) no órgão. O petista deixou a agência em 2010 para concorrer ao Governo do Distrito Federal.

E-mails apreendidos no ano passado mostram que o gabinete de Ramalho intermediava interesses do laboratório na agência. O apelido dele - "Fabinho" - consta de agenda com registros contábeis da diretoria do laboratório, na qual estão listados supostos repasses. O nome e o sobrenome do deputado também aparecem em documento que relaciona o suposto pagamento de viagens a ele.

"Nunca recebi nenhum centavo. Não faço nada para ninguém em troca de dinheiro. Minha consciência está tranquila", afirmou Ramalho, acrescentando que todas as suas viagens são feitas pela agência da Câmara. "Podem quebrar meu sigilo bancário na hora que quiserem."

O deputado explicou que, entre 2007 e 2010, fez vários pedidos de audiência à Anvisa, encaminhados via e-mail à presidência. O objetivo, segundo ele, era tratar do registro de medicamentos e demandas como a liberação de certificados de boas práticas, documentos exigidos em licitações de diversos órgãos públicos.

O parlamentar disse que atendeu aos pedidos do laboratório não por sua ligação pessoal com os diretores do Hipolabor, Ildeu Magalhães e Renato Alves da Silva, mas por se tratar de uma empresa sediada em Minas, que gera centenas de empregos: "Defendo a empresa nacional". Questionado se fez o mesmo por outras farmacêuticas , disse não se recordar.

"Qualquer pessoa que me pede qualquer tipo de audiência, eu atendo. Todos os pedidos são dentro da lei. Isso aí não tem tráfico de influência", assegurou.

O parlamentar afirmou que os encontros eram com técnicos e o então presidente da Anvisa, Dirceu Raposo. "Acompanhei algumas e pedi várias. Está tudo registrado em ata. Mas, depois desse problema (a Operação Panaceia), não vou mais", comentou.

Ramalho apresentou ofício de maio de 2011, semanas após a operação, no qual pede audiência com Raposo para tomar pé da situação do Hipolabor. Contudo, alega que não foi recebido.

Começa a valer a partir desta segunda-feira as novas regras para o protetor solar, segundo informações da resolução publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O prazo de adequações dos fabricantes à norma é de dois anos e segue os novos parâmetros para protetores solares adotados em todo o Mercosul.

Segundo a Anvisa, uma das principais mudanças é que o valor mínimo do Fator de Proteção Solar (FPS) vai aumentar de 2 para 6 e a proteção contra os raios UVA terá que ser de no mínimo 1/3 do valor do FPS declarado. A resolução também aumenta os níveis dos testes exigidos para comprovar a eficácia do protetor.

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Outra mudança está nos rótulos dos protetores solares. A orientação sobre a necessidade de reaplicação será obrigatória para todos os produtos, mesmo aqueles mais resistentes à água. Além disso, fica vedada qualquer alegação de 100% de proteção contra as radiações solares ou a indicação de que o produto não precisa ser reaplicado.

Os fabricantes poderão indicar em seus rótulos as expressões "Resistente à água", "Muito Resistente à água", "Resistente à Água/suor" ou "Resistente à Água/transpiração", desde que comprovem essa característica por metodologias específicas definidas no novo regulamento. Segundo a Anvisa, o FPS mede a proteção contra os raios UVB, já o fator de proteção UVA mede a proteção contra os raios UVA. Para tais comprovações, as metodologias aceitas pela Anvisa foram atualizadas, além de ter sido estabelecida uma metodologia específica para a comprovação contra raios UVA, que até então, não estava definida.

Foi assinado, na última quinta-feira (25), pela Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) e o Porto do Recife, o termo para a implantação de um centro logístico no terminal do Recife, que prevê a importação de peças e equipamentos que serão usados na produção de medicamentos e na exportação de plasma para a França, onde serão transformados em hemoderivados. 

“O Porto do Recife já está apto a fazer esse tipo de operação e oferecerá um terminal exclusivo para receber e despachar os navios com as cargas da Hemobrás”, enfatizou o diretor de Operações e Comercial do Porto do Recife, Sidnei Aires. O esperado é que os equipamentos, sistemas e componentes para a produção dos remédios, devem começar a chegar no início de 2013. Eles são fundamentais para o combate e tratamento do câncer, AIDS e entre outras doenças. O investimento está em torno de R$ 200 milhões de reais.

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O Porto do Recife irá construir uma câmera fria para estocar os medicamentos, conforme determinações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que vai receber um investimento de R$ 5 milhões reais para a construção do terminal específico de armazenamento dos medicamentos importados. 

Como o acordo ainda não foi transformado em contrato, as importações e exportações continuam sendo realizadas pelos portos de Santos, em São Paulo e do Rio de Janeiro, ou de avião desembarcando em Pernambuco.

Diálogos interceptados pela Polícia Federal colocam a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) no foco das investigações sobre a organização criminosa comandada pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, desmantelada pela Operação Monte Carlo.

Os grampos revelam que o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) fazia lobby no órgão para que o laboratório Vitapan, de Cachoeira, obtivesse licenças de medicamentos e renovações.

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Nos diálogos, gravados em abril de 2011, Cachoeira pede ajuda de Demóstenes para resolver demandas na Anvisa. Os dois combinam uma operação para cooptar Norberto Rech, gerente-geral de Medicina do órgão. Os grampos indicam que, depois de uma suposta conversa entre o parlamentar e o servidor, em 13 de abril do ano passado, Cachoeira enviou emissários para uma reunião na agência.

Professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Norberto Rech foi levado em 2005 para o órgão com o patrocínio do senador Humberto Costa (PT-SP), então ministro da Saúde. O assessor nega ter feito qualquer ato de ofício para favorecer os negócios do contraventor.

Nas conversas, Cachoeira pede para que Demóstenes leve a Rech dois operadores do alto comando da sua organização. A Anvisa confirma uma reunião intermediada pelo senador, mas em setembro de 2011, não em abril, como dão a entender os diálogos. O senador, segundo o órgão, levou para o encontro duas representantes do laboratório Vitapan.

Para conseguir o intento, Demóstenes teria marcado a reunião em seu nome e mentido sobre tema, alegando que seria para tratar de um "protocolo para tratamento do câncer de próstata". Só na véspera do encontro, por e-mail, ele teria mudado a pauta para incluir a discussão de licenças de medicamentos para o laboratório.

O presidente da agência, Dirceu Barbano, diz ter agendado o encontro em seu gabinete, em deferência a Demóstenes, considerado insuspeito. A Anvisa explica que, após a mudança de pauta, manteve o local da reunião, mas decidiu gravá-la e produzir ata.

A defesa de Demóstenes informou que as interceptações são ilegais e que não vai comentar diálogos retirados do contexto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Medicamentos vendidos sem receita médica poderão voltar a ficar ao alcance do consumidor nas farmácias. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu colocar em consulta pública a revogação da regra, em vigor desde o início de 2010, que obriga o produto a ficar do lado de trás do balcão. O texto deverá ser publicado em até um mês. Entre medicamentos de venda livre estão analgésicos.

A decisão de colocar em consulta pública ocorre quatro meses depois da formação de um grupo de trabalho para discutir o tema. A justificativa para a mudança é feita com base num estudo feito pelo IMS Health, uma empresa privada que acompanha o comércio de produtos farmacêuticos. O levantamento indica que, no período em que medicamentos de venda sem receita passaram a ficar do lado de trás do balcão, atendentes das farmácias passaram a ter um papel mais relevante na decisão da compra feita pelo consumidor.

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O trabalho mostra que a influência do funcionário da farmácia era preponderante para 4,6% das vendas, em 2007. Em 2010, essa participação passou para 9,3%. Outro dado apontado pela pesquisa é que a venda de embalagens com maior número de remédios teve aumento maior do que o comércio de pequenas embalagens.

Antes das restrições que atualmente estão em vigor, remédios de venda livre ficavam expostos em gôndolas das farmácias, ao alcance do consumidor. Na época, a Anvisa sustentava que os remédios, da maneira como ficavam expostos, poderiam ser confundidos com produtos livres de riscos. A restrição evitaria acidentes ou excessos. Tão logo foi anunciada, a medida foi alvo de pressão do setor produtivo. Embora a resolução tenha entrado em vigor no início de 2010, várias farmácias conseguiram na Justiça o direito de manter os remédios expostos em gôndolas.

O grupo de trabalho afirma não haver conclusões com relação ao impacto da restrição na diminuição dos casos de acidentes com remédios. Os dados de 2011 não estavam fechados. Além de integrantes da Anvisa, o grupo de trabalho foi formado por representantes de outras áreas como o Conselho Federal de Farmácia e o de Medicina, associações da indústria, redes de farmácias e de laboratórios nacionais. Foram oito reuniões.

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