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São Paulo – O candidato Bruno Covas (PSDB) venceu a eleição para prefeito da capital paulista com 59,45% dos votos válidos. Guilherme Boulos (PSOL) ficou em segundo lugar, com 40,55% dos votos válidos.

Até agora foram apurados 93,68% das urnas.

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Bruno Covas, candidato da coligação Todos por São Paulo (PP / MDB / Podemos / PSC / PL / Cidadania / DEM / PTC / PV / PSDB / PROS)  tem 40 anos e ensino superior completo. Ele declarou R$ 104,9 mil em bens. Já o candidato derrotado, Guilherme Boulos, da coligação Pra Virar o Jogo (PCB / PSOL / UP) é professor de ensino superior e tem 38 anos. Ele declarou R$15,9 mil em bens.

 

Considerada a "joia da coroa" por pavimentar os caminhos das eleições estadual e presidencial, a disputa pela Prefeitura de São Paulo neste ano, amena no início, esquentou na reta final em um pleito com vices sob holofotes. Ainda que mantenha vantagem em pesquisas de intenção de voto, o candidato à reeleição Bruno Covas (PSDB) pode perder o cargo para Guilherme Boulos (PSOL), filiado a um partido que nunca esteve no segundo turno da capital e impossibilitado de votar. Ele está em isolamento social após testar positivo para covid-19.

Com a vitrine do combate à pandemia, Covas quer repetir o feito inédito de Gilberto Kassab (PSD) e se tornar o segundo prefeito a conquistar a reeleição na história da capital paulista. Ele conta com o apoio do governador João Doria (PSDB), mas manteve o aliado, com rejeição significativa na capital, sob discrição desde a pré-campanha. Embarcaram no voo tucano candidatos derrotados no primeiro turno, como Celso Russomanno (Republicanos) e Joice Hasselmann (PT).

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Já Boulos chega às urnas tentando guinar o maior colégio eleitoral do País de novo à esquerda. Tem apoio de lideranças políticas como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT). Os candidatos do primeiro turno Jilmar Tatto (PT), Orlando Silva (PCdoB) e Marina Helou (Rede) também estão com Boulos. "A coalizão que PSOL construiu no segundo turno foi mais ampla do que estava acostumada a fazer", comentou ao Broadcast Político a cientista política Graziella Testa, da Fundação Getulio Vargas, ressaltando o fim da dicotomia PT x PSDB no município.

Se os desdobramentos da covid-19 desenharam um cenário favorável para prefeitos já nos cargos e experientes em todo o País, como diz a maioria dos especialistas, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), sem nunca ter conquistado um cargo eletivo, quer surpreender e se tornar exceção à regra.

O afunilamento da corrida na reta final, aferido em pesquisas de intenção de voto, veio junto a certo ganho de atenções dos candidatos a vice-prefeito. Polêmicas envolvendo o companheiro de chapa de Bruno Covas, Ricardo Nunes (MDB), passaram a ser cada vez mais exploradas pela campanha adversária. Em 2011, a esposa de Nunes registrou um boletim de ocorrência por agressão contra o hoje vereador. Ainda pesa sobre ele a revelação, feita pelo Estadão/Broadcast, de que uma empresa de sua família recebeu dinheiro de creches conveniadas pela prefeitura para a prestação de serviços sem licitação.

Como mostrou o Broadcast Político, o PSDB, em reação, patrocinou anúncios na internet com informações positivas sobre o emedebista, estratégia confirmada à reportagem pela campanha.

Ao mesmo tempo em que trouxe Nunes para o debate, o PSOL ampliou o destaque dado à vice de Boulos, a ex-prefeita e deputada federal Luiza Erundina (PSOL). Ela tem grande recall nas periferias e, que completa 86 anos na próxima segunda-feira, assumiu a campanha de rua na véspera da eleição, quando Boulos precisou se isolar.

Com 57% das intenções de votos válidos, o prefeito Bruno Covas (PSDB) é o favorito para vencer neste domingo, 29, a eleição em São Paulo, segundo a última pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo antes da votação em segundo turno. Guilherme Boulos (PSOL) tem 43%, 14 pontos porcentuais a menos que o tucano.

Nos votos totais, incluindo brancos, nulos e indecisos, Covas lidera por 48% a 36%. Há ainda 14% dos entrevistados que não pretendem votar em nenhum dos dois concorrentes, e 3% não se decidiram. Para 83%, a opção de voto é definitiva.

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Realizada na sexta-feira e no sábado, a pesquisa não detectou sinais de acirramento da disputa na reta final da campanha. Os porcentuais de votos válidos não mudaram em relação à pesquisa anterior.

Se confirmar o resultado nas urnas, Covas será o terceiro integrante do PSDB a conquistar a Prefeitura pelo voto desde a redemocratização do País, em 1985. Os outros dois foram José Serra (de 2005 a 2006) e João Doria (de 2017 a 2018).

Boulos chegou ao segundo turno depois de romper no âmbito municipal a hegemonia do PT na esquerda. Diferentemente dos petistas, porém, ele não conseguiu liderar no eleitorado mais pobre. É a primeira vez desde 1985 que o PT não chega ou em primeiro ou em segundo lugar na disputa pela Prefeitura.

As pesquisas do Ibope não registraram a polarização social observada em eleições anteriores. Covas chegou à véspera da eleição com vantagem em todos os segmentos de renda. Entre os eleitores que ganham até um salário mínimo, ele tem 58%, e Boulos, 42%. Entre os que ganham cinco mínimos ou mais, o placar é de 59% a 41%.

Na segmentação do eleitorado por raça, o prefeito vence por 63% a 37% entre os brancos. Já entre os que se declaram pretos e pardos ele tem 53%, ante 47% do adversário. Trata-se de um empate no limite da margem de erro, que é de três pontos porcentuais para mais ou para menos. Isso significa que há baixa probabilidade de um empate de fato.

O único segmento demográfico em que Boulos lidera é o dos mais jovens. Na parcela do eleitorado com até 24 anos, ele tem 64%, ante 34% do adversário. No outro extremo, entre os que têm 55 anos ou mais, Covas vence por 72% a 28%.

Herança

O prefeito tucano herdou a maioria dos votos de quem se declarou eleitor de Celso Russomanno (Republicanos), Márcio França (PSB) e Artur do Val (Patriota). No caso de Russomanno, sete em cada dez de seus eleitores declaram apoio a Covas no segundo turno, segundo a pesquisa. Já Boulos conquistou 83% dos eleitores do petista Jilmar Tatto.

Se considerados apenas os votos válidos (excluídos os eleitores indecisos e os que pretendem votar nulo ou em branco), praticamente não houve alterações na série de três pesquisas Ibope feitas no segundo turno.

Covas largou com 58% no levantamento do dia 18 de novembro, oscilou para 57% no dia 25 e agora manteve a taxa. No mesmo período, Boulos marcou 42%, 43% e 43%.

O instituto Datafolha também divulgou a pesquisa de véspera da eleição, atribuindo 55% e 45% dos votos válidos a Covas e Boulos, respectivamente. Apesar da pandemia, 91% dos eleitores afirmam estar decididos a votar. Essa taxa chega a 93% no eleitorado com 55 anos ou mais.

A pesquisa Ibope entrevistou 1.204 eleitores. As entrevistas foram realizadas de forma presencial - por causa da pandemia de covid-19, a equipe do Ibope usou equipamentos para proteção da própria saúde e da dos entrevistados.

O nível de confiança utilizado é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerada a margem de erro de três pontos porcentuais. O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral sob o protocolo SP-02990/2020. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um dia após receber teste positivo para covid-19 e se declarar assintomático, o candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) começou a apresentar sintomas da doença neste sábado, 28, véspera de eleição municipal. Ele receberia uma visita médica em sua casa por volta das 14h30, informou sua assessoria de imprensa mais cedo.

Boulos decidiu fazer o teste para o novo coronavírus após a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), com quem teve contato, receber diagnóstico positivo para a covid-19.

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Ainda assim, o candidato a prefeito manteve atividades de campanha, embora em locais mais reservados.

Ao apresentar o teste positivo no fim da tarde desta sexta-feira, Boulos cancelou agenda de campanha do sábado e declarou que, seguindo os protocolos sanitários, não sairá de casa para votar no domingo.

Por conta da confirmação, a TV Globo cancelou o debate entre o candidato do PSOL e o prefeito Bruno Covas (PSDB), que ocorreria na noite de sexta.

O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, recebeu nesta quinta-feira, 26, o manifesto de apoio de empresários e agentes do mercado financeiro com os quais tem se reunido com frequência desde o início da campanha eleitoral. No texto assinado como #votoboulosmepergunteporque, o candidato é tratado como empreendedor social e, em conversas reservadas, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) é comparado a uma startup de sucesso.

Integrantes deste grupo trabalham junto com a coordenação do plano de governo de Boulos com o objetivo de tornar as propostas mais condizentes com as expectativas do mercado financeiro. Uma das sugestões é incluir pontos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e estipular métricas para as políticas ambientais propostas pelo candidato. Além disso, eles estão ajudando a fazer as contas sobre o custo das promessas e as possíveis fontes de recursos.

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O manifesto é assinado pelo ex-banqueiro Eduardo Moreira, pelo empresário do agronegócio Luis Rheingatntz, o empreendedor social Marcel Fukayama, as empresárias Nina Silva e Eliana Lopes, entre outras pessoas.

O objetivo das reuniões que Boulos vem tendo com empresários, segundo integrantes do grupo, é tentar desfazer preconceitos dos agentes do mercado em relação a Boulos e aproximar o candidato dos escritórios da Avenida Faria Lima, centro econômico da cidade.

O último encontro, realizado terça-feira, 24, reuniu cerca de 50 pessoas. Entre os participantes das conversas estiveram CEOs e CFOs de grandes bancos europeus, diretores e executivos de instituições brasileiras. Quem intermediou os contatos foi a produtora cultural Paula Lavigne, uma das maiores doadoras individuais da campanha do PSOL, com R$ 100 mil. Em uma das primeiras reuniões, Boulos disse em tom de brincadeira que não podia falar dos encontros para o MTST.

O manifesto entregue nesta quinta-feira trata Boulos como empreendedor social. "Boulos é um bem sucedido empreendedor social e político. Fundou e lidera um movimento social que, em duas décadas, apesar da restrição orçamentária, garantiu moradia para mais de vinte mil pessoas e atua em 14 Estados", diz o manifesto.

A mais recente pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo mostra que há diferenças significativas nas taxas de conhecimento dos eleitores sobre cada candidato à Prefeitura de São Paulo. Um em cada quatro paulistanos afirma não conhecer suficientemente Guilherme Boulos (PSOL). No caso do prefeito Bruno Covas (PSDB), apenas um em cada dez manifesta o mesmo.

Esse desconhecimento sobre Boulos é maior entre a parcela mais pobre da população - aquela que recebe até um salário mínimo por mês. Nela, 38% dizem não conhecer o candidato do PSOL o suficiente.

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No primeiro turno, Covas foi o candidato com maior exposição na propaganda eleitoral, por ter a coligação com a maior bancada de deputados federais - principal critério de divisão do tempo de rádio e televisão. Na comparação com Boulos, o prefeito tucano apareceu cerca de dez vezes mais. No segundo turno, os dois candidatos ganharam tempos iguais de propaganda.

Potencial

Em um dos itens do questionário da pesquisa, os entrevistadores do Ibope leram para os entrevistados quatro frases e perguntaram qual delas melhor representaria a opinião deles sobre cada candidato: "com certeza votaria nele", "poderia votar nele", "não votaria nele de jeito nenhum" e "não o conheço o suficiente para opinar" eram as opções.

As respostas mostram que, entre os paulistanos com a opção de voto bem consolidada, há um empate técnico: 31% para Covas e 27% para Boulos. Mas o prefeito tucano desponta como o nome com mais potencial de voto, já que abre larga diferença no campo dos que "poderiam votar": tem 25%, que, somados aos 31% convictos, o leva ao patamar de 57%.

Boulos tem apenas 15% no quesito "poderia votar nele", dez pontos porcentuais a menos que seu adversário.

O Ibope também perguntou aos eleitores se eles ainda podem mudar a preferência de voto até o domingo. Apenas 18% responderam positivamente a essa questão. A maioria dos paulistanos, 81%, garante que seguirá com a sua escolha nos próximos dias, seja ela Covas, Boulos, em branco ou nulo.

Entre os que afirmam que estão sujeitos a mudar de opinião, novamente os mais pobres se destacam: 24% dos que ganham até um salário mínimo por mês, o que significa um a cada quatro pessoas pertencentes a essa faixa salarial, reconhecem a possibilidade. Nas outras faixas de renda, o porcentual não chega a 20%.

A pesquisa foi realizada entre os dias 23 e 25 de novembro, com 1.001 eleitores. As entrevistas foram realizadas de forma presencial. O nível de confiança utilizado é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerada a margem de erro de três pontos porcentuais. O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral sob o protocolo SP-09681/2020.

O youtuber Felipe Neto afirmou que foi processado por Ricardo Nunes (MDB), vereador e candidato ao cargo de vice-prefeito de São Paulo na chapa de Bruno Covas (PSDB). Segundo uma publicação do influenciador digital no Twitter, a ação do político cita que Neto "o expôs" e usou "golpe baixo" após o famoso replicar um vídeo que questiona a índole de Nunes.

No processo, Nunes pede à Justiça Eleitoral que Neto retire do ar o conteúdo e uma publicação na qual pergunta se os seguidores votariam "num homem acusado de violência doméstica, investigado por possível participação na máfia das creches, além de acusações de ameaça e falta de pagamento de pensão", e completa afirmando que "se você votar no Covas, estará votando nele". O youtuber, que faz campanha voluntária para o candidato Guilherme Boulos (PSOL) nos perfis pessoais da internet, ressalta que apenas fez a postagem após a imprensa divulgar acusações ao companheiro de chapa de Covas.

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Embora tenha aceitado o processo e estipulado um período para Felipe Neto apresentar a defesa, a Justiça Eleitoral não acatou o pedido de Nunes que solicitava a retirada da publicação de maneira imediata. "As notícias jornalísticas juntadas com a defesa dão conta de que as afirmações realizadas encontrariam substrato em notícias jornalísticas amplamente divulgadas em veículos de comunicação", cita a decisão judicial.

A Cultura entrou no foco da disputa entre os candidatos a prefeito de São Paulo. Na busca pelo apoio de artistas, o prefeito e candidato a reeleição, Bruno Covas (PSDB), e o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, reuniram aliados na área com perfis diferentes.

Enquanto a campanha do tucano tem apoio de representantes de escolas de samba e de empresários da noite e do ramo da moda, a do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) recebeu adesão de atores globais e músicos como Caetano Veloso e Chico Buarque.

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O responsável por fazer a articulação entre o setor cultural e o campanha de Covas é o ex-secretário de Cultura da capital Alê Youssef (Cidadania), fundador do bloco de carnaval Acadêmicos do Baixo Augusta, um dos maiores de São Paulo.

Ao lado da ex-prefeita Marta Suplicy, Youssef coordena o Movimento Covas Prefeito (MCP). No Instagram, o perfil do MCP tem, entre os apoiadores da área cultural, a cantora Fafá de Belém, o empresário Tobal Junior, dono da casa de shows Villa Country, o chef e apresentador de TV Olivier Anquier, o idealizador do São Paulo Fashion Week, Paulo Borges, o maestro Roberto Minczuk e o fundador do grupo de teatro Parlapatões, Hugo Possolo.

A principal trincheira de Covas na Cultura, no entanto, são as escolas de samba. "Pelo menos 25 das 34 escolas da liga apoiam o Bruno Covas. Isso é um reconhecimento ao que ele fez pelo carnaval", disse Sidnei Carriuolo, presidente da Liga das Escolas de Samba de São Paulo e da Águia de Ouro.

No ano passado, a Prefeitura aumentou em 8% o valor repassado para as escolas dos grupos Especial, Acesso I e Acesso II, somando R$ 27 milhões. No total, o município gastou R$ 34,6 milhões com o desfile no Anhembi. Aliado de Covas, o vereador reeleito Milton Leite (DEM) atribuiu o apoio ao "tratamento" dado pelo tucano ao carnaval. "As escolas antes ficavam embaixo do viaduto. Nós tiramos da clandestinidade e trouxemos para a legalidade", disse o vereador do DEM.

Além disso, a principal ponte de Covas com as agremiações foi a aprovação de uma lei sancionada pelo prefeito na semana passada que concede isenção de impostos para escolas de samba e outras entidades que organizam o desfile no Anhembi. O texto não alcança organizações de carnaval de rua. A isenção é válida para barracões, sedes e quadras com "finalidade carnavalesca". O projeto de lei é de Celso Jatene (PL) e de Leite.

Divulgado ainda na pré-campanha, um manifesto a favor de Boulos reúne mais de 1,2 mil assinaturas de músicos, atores, cineastas e escritores. A lista inclui nomes como Arnaldo Antunes, Tom Zé, Maria Gadú, Fernando Meirelles, Fernando Morais, Ferréz, Camila Pitanga, Maria Fernanda Candido, Osmar Prado e Laerte Coutinho. No programa do PSOL que foi ao ar no sábado, 21, apareceram Wagner Moura, Sonia Braga, Chico Buarque, Caetano Veloso, Paulo Miklos e Xico Sá. O sambista Salgadinho canta um dos jingles da campanha.

Boulos se comprometeu a aumentar a verba da Cultura dos atuais 0,8% para 3% do Orçamento municipal até o fim do mandato. A proposta fazia parte do programa de Jilmar Tatto (PT). "Este apoio mostra nosso compromisso com a valorização da Cultura em um momento em que ela é tão atacada", disse o coordenador da campanha do PSOL, Josué Rocha.

Segundo Rocha, o apoio de artistas ajuda a dar visibilidade à campanha, mesmo que muitos deles não votem em São Paulo. "Quando as pessoas veem um artista que elas admiram apoiar alguma causa política, elas acabam se interessando por aquelas propostas."

Em outra frente, Covas e Boulos disputam apoios entre blocos de carnaval da capital. Na sexta-feira passada, mais de 150 blocos assinaram um manifesto em apoio ao candidato do PSOL. Entre eles estão grupos como Charanga do França, Minhoqueens e Orquestra Voadora.

Já Ale Nattacci, presidente do Acadêmicos do Baixo Augusta, bloco que já reuniu mais de 1 milhão de pessoas, declarou apoio a Covas. "Houve uma melhora no carnaval de rua de São Paulo. A gente sofreu demais nas gestões anteriores. Fomos bem atendidos na gestão Covas", disse Natacci. Ele ressaltou, porém, que não há apoio institucional do bloco ao prefeito. 

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL), circularam neste sábado pela periferia, região em que ambos tiveram menor porcentual de votos no primeiro turno. As agendas tiveram como destaques as ex-prefeitas Marta Suplicy e Luiza Erundina, que têm forte recall na região.

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL), circularam neste sábado pela periferia, região em que ambos tiveram menor porcentual de votos no primeiro turno. As agendas tiveram como destaques as ex-prefeitas Marta Suplicy e Luiza Erundina, que têm forte recall na região.

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Em razão da pandemia de covid-19, a ex-prefeita, de 75 anos, circulou pelas ruas dentro de uma caminhonete com paredes de acrílico, nos moldes de um "papamóvel". Ela dançou, acenou para eleitores e fez um discurso, sempre no veículo. Já Covas, na agenda com Marta, foi caminhando pelas ruas. A decisão de colocar a ex-prefeita em evidência no segundo turno busca incrementar o desempenho do tucano na periferia, onde a ex-prefeita ainda é popular. Em 2016, o então candidato do PSDB à Prefeitura, João Doria, só perdeu em duas das 58 zonas eleitorais: Grajaú e Parelheiros. Em ambas a derrota foi para Marta, candidata naquele ano.

Quem também usa veículo protegido para ir às ruas é a ex-prefeita Luiza Erundina (PSOL), vice na chapa de Boulos, que, aos 85, faz parte do grupo de risco para a covid-19. Boulos fez neste sábado caminhada com militantes em Heliópolis, na zona sul. Foi a primeira agenda de rua após a formação de uma frente do PSOL com outras sete siglas de esquerda. Boulos e aliados falaram sobre a importância da união para derrotar o PSDB.

Ele rebateu a fala do vice-presidente Hamilton Mourão de que "não há racismo no Brasil". Ao comentar o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, em um Carrefour em Porto Alegre, afirmou que foi "racismo puro". "Alguém consegue imaginar aquela cena com uma pessoa branca engravatada naquele mercado?"

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ladeado por representantes de sete partidos de esquerda, o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, lançou, nesta sexta-feira (20), a Frente Democrática Por São Paulo, uma tentativa de empurrar o adversário Bruno Covas (PSDB), que tem apoio de Celso Russomanno e partidos do Centrão, para o campo do bolsonarismo.

Estiveram no ato representantes do PT, PDT, PSB, PC do B, Rede, PCB e UP. Lideranças nacionais como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), a ex-senadora Marina Silva (Rede) e o governador do Maranhão, Flavio Dino (PC do B) já gravaram mensagens de apoio a Boulos e devem ser exibidos no horário eleitoral da TV ainda neste final de semana. Embora o PSB estivesse representado, o candidato derrotado do partido, Marcio França, ainda não se posicionou sobre o segundo turno.

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O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, destacou o caráter nacional da aliança. ¨Estamos dando um sinal para o Brasil de que esta eleição transcende as fronteiras de São Paulo. Queremos fazer de São Paulo uma vitrine para o Brasil. A unidade das forças democráticas é possível. Estamos travando uma disputa não só por São Paulo mas pelo Brasil¨, disse Medeiros.

O dirigente do PSOL, Boulos e vários outros oradores lembraram que além do apoio de Russomanno e partidos que integram a base do presidente Jair Bolsonaro no Congresso, Covas é ligado ao governador João Doria que se elegeu em 2018 sob o lema BolsoDoria antes de virar desafeto do Planalto.

O objetivo é aproveitar o rechaço a Bolsonaro expressado pelos eleitores no primeiro turno das eleições municipais e criar uma onda anti-bolsonarista capaz de reverter a desvantagem de Boulos nas pesquisas do segundo turno. Segundo o Ibope, Covas tem 47% das preferências contra 35% de Boulos.

Hoje, dezenas de lideranças de movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Central de Movimentos Populares (CMP) e Marcha Mundial das Mulheres também anunciaram apoio a Boulos. Amanhã centrais sindicais como a CUT e a Conlutas também devem aderir à candidatura do PSOL.

"Este é o momento mais importante da nossa campanha até aqui. Agora no segundo turno é outro jogo. Não é mais a a minha campanha com a (Luiza) Erundina. É a campanha de uma frente democrática por justiça social na cidade de São Paulo", disse Boulos.

O candidato voltou a associar Covas ao bolsonarismo pelo apoio de Russomanno. ¨O BolsoDoria de 2018 foi reeditado em 2020. O apoio do Russomanno ao Covas é a reedição do BolsoDoria¨, afirmou.

Indagado sobre um possível efeito negativo do anti-petismo sobre sua campanha, Boulos comemorou a aliança com o PT. ¨Todos estes apoios fazem a nossa campanha crescer ainda mais¨, disse ele.

O candidato afirmou que ainda espera o apoio de Marcio França que também fez uma campanha ¨anti-Doria¨ no primeiro turno. Segundo fontes do PSB, o candidato derrotado é o único entrave para que o partido declare apoio formal a Boulos. Representante do PSB no ato, o sociólogo Fernando Guimarães, que também coordena o movimento Direitos Já, disse que o presidente do partido, Carlos Siqueira, ¨manifesta grande entusiasmo pela campanha¨ de Boulos e tem ¨certeza de que nós, militantes do PSB, estaremos juntos no segundo turno¨.

Candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos disse, nesta quarta-feira (18), durante sabatina do Estadão, que a contratação de servidores por meio de concurso público pode ajudar a reduzir o rombo da Previdência municipal. Ao responder a uma pergunta sobre como contrataria mais servidores em um cenário de déficit nas aposentadorias dos funcionários públicos do município, o candidato afirmou que "para a Previdência se equilibrar, tem que ter gente contribuindo, não só gente recebendo."

Segundo dados apresentados pela Prefeitura no fim do ano passado, a capital paulista tem 112 mil aposentados e pensionistas, além de 126 mil trabalhadores na ativa. Em 2018, o município teve, com a Previdência, despesa de R$ 9 bilhões e receita de R$ 1,4 bilhão. Assim, o déficit alcançou R$ 7,6 bilhões.

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Boulos começou a resposta sobre os novos concursos dizendo que valoriza os servidores públicos, que, em sua opinião, são tratados como "inimigos" por governos do PSDB, como o do seu adversário, o prefeito Bruno Covas, e o do governador João Doria. "Sabe por que a Previdência é deficitária? Porque não se faz concursos. Para a Previdência se equilibrar, tem que ter gente contribuindo, não só gente recebendo. E como não se faz concurso, tem menos gente contribuindo para a Previdência pública. Fazer concurso é uma forma de arrecadar mais para a Previdência e equilibrar a conta com os inativos. É isso que vou fazer", afirmou.

Na sequência, Boulos disse que as áreas da saúde, assistência social e educação seriam as primeiras a ter concursos públicos, caso ele seja eleito. No decorrer da sabatina, ele também prometeu a contratação de mais guardas civis municipais. A declaração de Boulos gerou repercussão nas redes sociais, principalmente entre economistas, que criticaram a proposta. No fim do dia, ele gravou um esclarecimento.

Hoje, a partir das 13h, Covas será sabatinado pelo Estadão, com transmissão ao vivo pelas redes sociais e no portal estadao.com.br.

TRANSPORTES

Boulos prometeu construir 120 km de corredores de ônibus e revisar os contratos assinados no ano passado com as empresas que prestam o serviço para a Prefeitura. Seu objetivo é que as companhias não sejam pagas por número de pessoas transportadas, o que poderia reduzir a lotação. "Um dos pontos é melhorar a velocidade (dos ônibus), por meio dos corredores. A nossa previsão é fazer 120 km de corredores, terminando, inclusive, os que não foram terminados. Existe um bônus de superlotação. As empresas recebem mais pelo número de passageiros. O contrato atual abre essa possibilidade (de rever esse ponto do contrato)." Ele citou, como exemplo, o corredor da Avenida Belmira Marin, na zona sul.

HABITAÇÃO

Integrante do Movimento Trabalhadores Sem Teto (MTST), Boulos foi questionado sobre como agiria em caso de ocupação de prédios públicos por manifestantes. Ele respondeu que iria tentar dialogar. Ele afirmou que pretende fazer valer instrumento do Estatuto da Cidade, que garante desapropriação de imóveis para uso social caso fiquem abandonados por mais de dez anos. "Essa lei é sistematicamente descumprida, muitas vezes, porque os interessados em manter o abandono, a especulação imobiliária, grandes empreiteiras, financiam campanhas eleitorais", disse Boulos, referindo-se a seu oponente. Ainda a área da moradia, o candidato prometeu construir 100 mil casas populares.

GUARDA CIVIL

Aa responder sobre a Guarda Civil Metropolitana (GCM), Boulos falou em requalificação e ampliação do efetivo da instituição. Segundo ele, guardas devem passar por cursos que falem sobre o racismo estrutural. Para ele, a guarda deveria assumir um papel de segurança comunitária, atuar no entorno de escolas e contribuir com a Patrulha Maria da Penha, voltada a prevenir crimes contra mulheres. "Não é papel da GCM arrancar colchão e cobertor de morador de rua e muito menos correr atrás no rapa de gente que está atrás de sobreviver." Segundo ele, uma eventual gestão sua teria um programa de organização e regularização de camelôs.

CUSTOS

Frequentemente questionado sobre a falta de custos de suas propostas, o candidato do PSOL disse ontem que seu programa de governo custaria R$ 29 bilhões ao longo dos quatro anos. Ao ser perguntado sobre a fonte do dinheiro para executar o plano, o candidato afirmou que vai usar o caixa da Prefeitura, que tem R$ 11,2 bilhões livres para investimento, e aumentar a cobrança da dívida ativa do município. Segundo ele, procuradores municipais estimaram em mais R$ 10 bilhões o incremento possível na cobrança de grandes empresas que devem à Prefeitura se o número de procuradores for aumentado e os processos, digitalizados. Uma terceira fonte de recursos são os fundos, como o Fundeb e o Fundurb, do governo federal.

APOIOS POLÍTICOS

Boulos afirmou que Covas reedita a campanha pelo voto "BolsoDoria", pois recebeu o apoio de Celso Russomanno (Republicanos), candidato do presidente Jair Bolsonaro no primeiro turno da disputa. Boulos chamou o embate público entre Doria e Bolsonaro, que romperam no ano passado, de "briga de compadre". O candidato disse que usará figuras da esquerda como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), em sua propaganda.

CORONAVÍRUS

Diante do aumento de internações por covid-19 no Estado de São Paulo, o candidato à Prefeitura Guilherme Boulos (PSOL) propôs testagem em massa da população. Com isso, segundo ele, seria possível identificar regiões onde há mais contágio e isolar os moradores. Nos bairros mais pobres, ele sugere até a construção de equipamentos públicos para abrigar quem divida a casa com muitas pessoas.

A média diária de internações causadas pelo novo coronavírus em São Paulo subiu 18% na última semana, segundo dados divulgados segunda-feira pelo governo estadual. A estatística leva em conta a entrada de pacientes tanto na rede pública quanto na rede privada. Na semana passada, foram 1.009 internações, ante 859 nos 7 dias anteriores. O número é o maior registrado desde o início de outubro.

"São Paulo tem uma rede de 8 mil agentes comunitários de saúde. No meu governo, eles vão fazer testagem em massa", disse Boulos, ao citar o exemplo de enfrentamento da doença adotado pela Coreia do Sul. Com uma população de 51 milhões de habitantes, o país asiático registrou até ontem 29,3 mil casos e 496 mortes.

Ao falar sobre a dificuldade de fazer isolamento nas periferias, onde há um número alto de pessoas vivendo em espaço pequeno, o candidato do PSOL propôs a construção de equipamentos públicos que poderiam abrigar esses moradores. "Pessoas que vivem em habitações superlotadas, não tem condições de se isolar. Se tem doente na família, tem que oferecer equipamentos públicos, enquanto eles estiverem vazios", disse o candidato na sabatina.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pouco mais de um milhão de paulistanos moram em locais com mais de três pessoas por dormitório.

Boulos criticou o presidente Jair Bolsonaro e o governador João Doria (PSDB) pela atuação de ambos na pandemia. "Decisões dessa natureza não podem ser tratadas como jogadas políticas, como foi feito por Bolsonaro e Doria, em relação à vacina e ao isolamento. Decisão sobre pandemia tem que ser tomada com epidemiologistas, infectologistas. Não sou médico, por isso vou ouvi-los", afirmou.

O PT oficializou o apoio ao candidato do PSOL, Guilherme Boulos, nas eleições municipais em São Paulo. Em nota divulgada na noite desta segunda-feira (16), o presidente do diretório do partido na capital, Laércio Ribeiro, afirmou ser necessário derrotar o "projeto neoliberal" representado pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), pelo governador João Doria (PSDB) e pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O apoio da sigla do candidato derrotado Jilmar Tatto já era esperado. No domingo (15), o ex-secretário municipal de Transportes parabenizou o candidato do PSOL pelo Twitter e falou em "somar" forças no segundo turno. "Acabei de ligar para Guilherme Boulos, a quem tenho como um irmão mais novo. Desejei sorte e disse que ele pode contar comigo e com a nossa valente militância para virar o jogo em São Paulo."

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Durante toda a campanha, Tatto evitou atacar o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que também recebeu apoio do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) após o anúncio do resultado das eleições. "Progressistas, ninguém arreda o pé de São Paulo até a vitória de Guilherme Boulos e a derrota dos tucanos. Vamos à luta", disse Haddad.

Apesar do apoio oficial do PT à candidatura de Boulos, é esperado que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha um papel coadjuvante na campanha do PSOL. A estratégia busca evitar que Covas use o discurso do antipetismo contra Boulos.

Mal havia acabado a apuração dos votos do primeiro turno em São Paulo, apontando Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) como os candidatos mais votados na capital paulista, quando as primeiras declarações de apoio aos postulantes para o segundo turno foram confirmadas.

Até a manhã desta segunda-feira (16), pelo menos três das principais lideranças do PT na capital paulista já haviam declarado apoio a Boulos, a começar pelo candidato do partido no primeiro turno, Jilmar Tatto. "Acabei de ligar para Guilherme Boulos, a quem tenho como um irmão mais novo. Desejei sorte e disse que ele pode contar comigo e com a nossa valente militância para virar o jogo em São Paulo", escreveu Tatto no fim da noite do domingo.

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O comentário do petista nas redes sociais foi respondido e endossado pelo ex-prefeito da capital Fernando Haddad, que também convocou os eleitores petistas a votarem no candidato do PSOL. "Progressistas, ninguém arreda o pé de São Paulo até a vitória de Guilherme Boulos e a derrota dos tucanos. Vamos à luta", disse.

O apoio petista a Boulos ainda foi reforçado por Eduardo Suplicy, vereador mais votado em São Paulo nesta eleição, com mais de 167 mil votos. "Expresso meu integral apoio ao Guilherme Boulos 50 e a Luiza Erundina neste segundo turno para a Prefeitura de São Paulo. Disponho-me a colaborar com toda minha energia para que venham a construir uma São Paulo fraterna, justa e solidária."

Pelo lado de Covas, nenhum apoio expresso foi confirmado até as primeiras horas desta segunda. Candidato na maior coligação da capital paulista, o prefeito de São Paulo já entrou na disputa com o suporte da bancada de diversos partidos, como MDB e DEM.

Apesar disso, como a maior parte dos candidatos ainda não declarou apoio - e nem inviabilizou esta possibilidade - a nenhum dos dois candidatos, algumas coalizões podem ser montadas nos próximos dias - o 2º turno será no dia 29.

É o caso do apoio de Celso Russomanno, quarto candidato mais votado a prefeito de São Paulo com 10,5% dos votos. De acordo com apuração da Coluna do Estadão nesse domingo, 15, o Republicanos, partido do candidato, acenou com a possibilidade de apoio a Covas no segundo turno. No entanto, o fator Jair Bolsonaro pode ser um entrave ao acordo.

No pronunciamento onde assumiu a derrota, Russomanno afirmou que iria conversar com o partido sobre o eventual apoio a Covas ou Boulos - aos quais parabenizou pela vitória. Russomanno, porém, disse que "seria leal ao presidente" ao pensar na possibilidade. Bolsonaro é desafeto de Boulos e de Doria, o que, a princípio, impossibilita o apoio explícito a uma das candidaturas, se depender do presidente.

Possibilidades

Se Tatto já encaminhou seu apoio e Russomanno tem um viés em definição, boa parte dos candidatos no primeiro turno ainda segue como "apoios em potencial". Márcio França (PSB), terceiro colocado na disputa com 13,64%, pode ter um peso decisivo no segundo turno se conseguir transferir seus votos para um dos candidatos.

Outros candidatos menos votados, como Andrea Matarazzo (PSD), Orlando Silva (PCdoB) e Marina Helou (Rede) também podem anunciar suas preferências, mas o porcentual somado não é tão relevante no agregado geral. Joice Hasselmann (PSL), que conquistou menos de 2% dos votos, parabenizou os dois candidatos e afirmou que não considera nenhum deles como o melhor para São Paulo.

O deputado Arthur do Val (Patriota), o 'Mamãe Falei', conquistou a 5ª colocação no pleito, com 9,78% dos votos válidos. Em entrevista à Rádio Eldorado ontem, do Val declarou "repúdio" aos candidatos que vão disputar o segundo turno e disse que não vai declarar apoio "de jeito nenhum".

"Eu não acho que nenhum dos dois seja merecedor de sequer um aceno da minha parte ou de qualquer pessoa que me siga", disse. Ele classificou Covas como "o pior prefeito da história de São Paulo" e falou que Boulos é um "invasor de propriedade". "Não acredito que esses dois candidatos sejam legítimos de qualquer liderança", falou à rádio.

O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, disse que a sua chegada ao segundo turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo é o início "da derrota do bolsonarismo". Com 99,67% dos votos apurados, Boulos se mantinha em segundo lugar, com 20,24% dos votos válidos, à frente de Márcio França, com 13,65%. Ele vai disputar o segundo turno com o prefeito Bruno Covas (PSDB).

"Não é só uma eleição, estamos falando do projeto de uma geração. Isso sinaliza o começo da derrota do bolsonarismo", disse o candidato, antes mesmo do término da apuração. "Se confirmando os resultados, nós derrotamos o Bolsonaro no primeiro turno e agora vamos derrotar o Doria", disse ao se referir a Celso Russomanno (Republicanos), que teve o apoio do presidente, e o governador João Doria (PSDB), aliado de Covas.

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"Em 2018 as pessoas votaram com ódio. Vimos até foto de gente usando cano de arma para apertar o botão da urna. Hoje em São Paulo a gente viu um voto de esperança", afirmou. Ele rebateu a declaração de Covas de que "a esperança vai vencer o radicalismo" em São Paulo. "Eu vi a declaração do Bruno de que a disputa seria da ponderação contra o radicalismo. A disputa não é essa. Ele está errado. A disputa é da mesmice com a esperança."

No segundo turno, Boulos terá como principal desafio se tornar mais conhecido, principalmente do eleitor para quem seu discurso é direcionado: o morador da periferia. O desconhecimento por parte dessa camada da população foi considerado o maior entrave da candidatura do PSOL no primeiro turno em São Paulo.

Até ontem Boulos dispunha de apenas 17 segundos nos blocos e dois comerciais por dia no horário eleitoral de rádio e TV. No segundo turno, os dois candidatos terão o mesmo tempo. Pelos cálculos da campanha de Boulos, o candidato teve 80 comerciais no primeiro turno contra 900 de Covas. "No primeiro turno eles tinham 11 jogadores e a gente quatro", disse o marqueteiro Chico Malfitani.

A primeira iniciativa da campanha será aumentar a equipe responsável pelos programas de TV, até ontem formada por apenas seis profissionais sob o comando de Malfitani. Novos colaboradores serão incorporados e a estrutura de equipamentos também terá de ser ampliada com a alocação de recursos.

Ontem à noite, a discussão na equipe de comunicação de Boulos era se a linha adotada no primeiro turno será mantida com poucos ajustes ou se haverá mudança significativa. A decisão será tomada hoje, em reunião da coordenação da campanha.

No primeiro turno, a prioridade do PSOL foi no campo digital, onde iniciativas inovadoras e relativamente baratas, como a utilização de uma linguagem informal, bem humorada e ágil fizeram com que o candidato ganhasse forte engajamento espontâneo nas redes sociais, principalmente na faixa etária dos 16 aos 24 anos, os chamados nativos digitais.

Estratégias de campanha de rua como o "Se Vira nos 50", na qual o candidato responde perguntas de eleitores em até 50 segundos, e "Fala na Lata", espécie de pegadinha em que Boulos aparece do nada enquanto eleitores falam suas impressões sobre o líder do MTST, devem ser mantidas.

A partir de agora a campanha digital vai dividir a prioridade com a TV que, segundo o Ibope, ainda é o meio mais utilizado pelo eleitorado de baixa renda para se informar sobre a eleição, citada por 55% dos entrevistados que ganham até um salário mínimo.

Em outro flanco, o PSOL vai buscar apoio das outras forças de esquerda para montar uma frente contra Covas. Já foram iniciadas conversas com o PT, PC do B, Rede e PDT. O partido de Boulos acha difícil conseguir apoio do PSB devido à proximidade de Marcio França com o PSDB, mas a direção nacional do partido também será procurada. No PSOL, há resistência de alguns setores sobre a possível participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha - no começo da madrugada o candidato petista Jilmar Tatto escreveu no Twitter que Boulos poderia contar com "a valente militância para virar o jogo em São Paulo". O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) também declarou apoio a Boulos pela rede social.

Boulos disse que trabalhará por alianças. "Pretendo telefonar para candidatos progressistas. Não fiz isso ainda porque os resultados não estão consolidados. O que a gente precisa construir é uma frente contra a desigualdade e a injustiça social em São Paulo."

Voto

O candidato do PSOL votou às 10h40 na PUC, em Perdizes. Em rápida fala a jornalistas, Boulos disse que em um segundo turno, com paridade de tempo no horário eleitoral e debates em todas as grandes redes de TV, terá mais condições de virar o resultado das pesquisas, que apontam o favoritismo do candidato à reeleição.

"Chegamos até aqui em segundo lugar nas pesquisas com 17 segundos na TV, sem apoio da máquina dos governos federal e estadual e só com engajamento de gente de verdade, sem robôs, sem fake news. Imagine no segundo turno quando 17 segundos virarem 10 minutos todo dia, com debate em todas as grandes redes de TV, olho no olho", disse.

A exemplo do que tinha feito no sábado, Boulos ressaltou que sua campanha representava um resgate na forma de disputar eleições, sem grandes estruturas financeiras nem de marketing. "Se a gente puder avaliar o que foram estes meses, além de apresentar um projeto novo e ousado para São Paulo, com foco nas periferias, está sendo um resgate de um jeito de fazer política com esperança, sonho, princípios", disse o candidato.

Depois de votar, Boulos foi para casa, no Jardim Catanduva, bairro do distrito de Campo Limpo. Ele passou o dia com a mulher, Natalia Szermeta, coordenadora do MTST, e as filhas Laura e Sofia, de 9 e 10 anos, além de integrantes mais próximos de sua equipe de campanha, candidatos a vereador e dirigentes do PSOL como o deputado Ivan Valente (SP). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A disputa pelo comando da Prefeitura de São Paulo pode ser definida em um segundo turno entre o atual prefeito Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL). É o que indica a pesquisa boca de urna divulgada pelo Ibope no fim da tarde deste domingo (15).

Segundo o levantamento, Covas aparece com 33% dos votos válidos e Boulos 25%. Um candidato a prefeito só é eleito no 1º turno caso conquiste 50% mais um dos votos válidos. Os números da apuração oficial ainda não começaram a ser divulgados.

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Os dados do Ibope apontam ainda Márcio França (PSB) com 13%, Arthur do Val Mamãe Falei (PATRIOTA) , Celso Russomanno (Republicanos)  e Jilmar Tatto (PT) com 8% cada; além de Joice Hasselmann (PSL) com 2%, Andrea Matarazzo (PSD) com 1%, Levy Fidelix (PRTB) com 1% e Marina Helou (REDE) com 1%. Antônio Carlos (PCO), Orlando Silva (PCdoB) e Vera (PSTU) tiveram menos de 1%.

O Ibope ouviu 6.000 eleitores. A pesquisa foi registrada no TRE- sob o protocolo Nº SP-00742/2020. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, encerrou a campanha com uma carreata pela região do centro expandido da cidade. Ao final, Boulos disse que o principal legado de sua campanha é o exemplo de que é possível fazer política com pouco dinheiro e sem o uso da máquina pública.

"Fizemos uma campanha bonita, sem estrutura, sem máquina, com pouquíssimo tempo na TV e mesmo assim estamos em segundo lugar. Isso mostra que ainda é possível fazer política de outro jeito. Esse foi o maior legado da nossa campanha. Ela mostrou que ainda é possível fazer política com esperança e com engajamento de gente de verdade, que a verdade possa vencer as fake news", disse o candidato.

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A campanha de Boulos recebeu R$ 3,9 milhões até agora, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A do prefeito Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, recebeu R$ 15,3 milhões.

Indagado se o exemplo serve para outros partidos de esquerda que nas últimas décadas priorizaram o dinheiro e o marketing em detrimento da militância, Boulos, que espera o apoio de PT, PCdoB e PDT caso vá para o segundo turno, evitou responder.

"Prefiro fazer um balanço da campanha depois do dia 30 de novembro (data do segundo turno), esquivou-se.

A carreata saiu da Largo da Batata, em Pinheiros, bairro onde morou com os pais até a adolescência, e foi até a Praça Oswaldo Cruz, no Paraíso. Dezenas de veículos com bandeiras e adesivos do PSOL acompanharam o carro de som de onde Boulos acenava para a população.

Quando passava pela Avenida Paulista, na altura do Parque Trianon, um grupo de manifestantes do MBL que fazia campanha para o candidato Arthur do Val (Patriota) hostilizou os apoiadores de Boulos com palavrões mas foi contido pela Polícia Militar. Não houve briga.

Boulos também demonstrou preocupação com a possibilidade de alta abstenção nas urnas. "Tenho visto até um certo estímulo de alguns setores à abstenção, o que me parece preocupante. A democracia é uma conquista do povo", afirmou.

À noite, o candidato fará um pronunciamento via redes sociais ao lado da candidata a vice, Luiza Erundina.

A investida de Guilherme Boulos (PSOL) pelo voto útil dos eleitores de Jilmar Tatto na reta final da disputa pela Prefeitura de São Paulo incomoda o PT da capital e ameaça o apoio do partido ao líder do MTST em um eventual segundo turno contra Bruno Covas (PSDB). Segundo fontes petistas, Boulos procurou a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o presidente estadual do partido em São Paulo, Luiz Marinho, para pedir que Tatto declare apoio a ele ainda no primeiro turno.

Em jantar nessa terça (9), em São Paulo, Gleisi teria falado sobre o assunto com Tatto e Marinho, que negaram a possibilidade de apoio a Boulos no primeiro turno. Antes, Gleisi conversou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se mostrou simpático ao pleito de Boulos, mas disse que a decisão cabe a Tatto - ele negou que vá abrir mão da candidatura, e Gleisi disse em suas redes sociais que a campanha em São Paulo continua de pé.

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O PT de São Paulo viu uma tentativa de tirar Tatto da disputa "por cima", com apoio de Lula e Gleisi, sem dialogar com as instâncias municipais. Para o coordenador de comunicação da campanha de Tatto José Américo Dias, "Boulos deveria buscar o voto dos indecisos em vez dos petistas".

A briga por um lugar no segundo turno das eleições municipais de São Paulo intensificou os embates entre Celso Russomanno (Republicanos) e Guilherme Boulos (PSOL) nos últimos dias. Na Justiça Eleitoral, os dois candidatos protagonizam uma guerra de pedidos de direito de resposta que ganhou impulso na semana passada, quando pesquisas passaram a identificar a queda na intenção de votos do candidato do Republicanos.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo já contabiliza ao menos 17 ações que envolvem os dois candidatos e seus partidos. Nesta quinta-feira, 5, pesquisa Datafolha mostrou que Russomanno perdeu quatro pontos, chegando a 16%. Como a margem de erro é de três pontos porcentuais, o candidato, que tinha apoio de 20% dos eleitores em 22 de outubro, está tecnicamente empatado com Boulos, que soma 14%, e Márcio França (PSB), que tem 13%. O prefeito Bruno Covas (PSDB) lidera com 28%. O Ibope registrou movimento semelhante há sete dias. Entre 15 e 30 de outubro, Russomanno foi de 25% para 20% das intenções de voto, enquanto Boulos oscilou de 10% a 13% e França subiu de 7% a 11%. A margem de erro também é de três pontos.

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Russomanno é o maior alvo de Boulos na Justiça, e também o candidato que protocolou o maior número de processos contra o candidato do PSOL. O combate direto entre Russomanno e Boulos fez ressurgir no horário eleitoral a figura de Cleide Bezerra da Cruz, ex-caixa de supermercado que afirma ter sido humilhada pelo candidato do Republicanos em um programa de TV sobre direito do consumidor exibido em 2005. Na filmagem, ela diz que não pode passar um papel higiênico fora do pacote, e Russomanno afirma que ela pode ser presa por isso.

Em 2016, a história da caixa de supermercado foi resgatada por adversários do deputado. No último dia 24, Boulos publicou nas redes sociais uma foto de Cleide e fez referência ao episódio de 15 anos atrás. "Que seu caso seja exemplo contra todas as formas de humilhação e agressão às mulheres", escreveu.

Na propaganda eleitoral que foi ao ar na TV semana passada, Russomanno nega que tenha humilhado a caixa e ataca seu adversário. "Boulos, enganar para ganhar votos é tão grave quanto invadir residências." A ligação entre o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e a "invasão" de imóveis gerou um pedido de direito de resposta, aceito pela Justiça, e que foi ao ar anteontem à noite. Nele, o candidato do PSOL volta a citar o caso da caixa.

Em outro texto relacionado a "invasão", Russomanno promete uma "receita de Boulos de problemas". "Pegue uma invasão de residência, junte com a cobrança de aluguel dos ocupantes de um prédio invadido, acrescente o uso de uma moça de supermercado para atacar um adversário", diz a peça. Em outros processos no TRE, a campanha do Republicanos acusa o adversário de propaganda enganosa, impulsionamento irregular de publicações na internet e divulgação de notícias falsas.

Além de citar o caso da caixa de supermercado, Boulos tem atacado a relação de Russomanno com o presidente Jair Bolsonaro e decisões judiciais relacionadas à falência de um bar do qual o deputado foi sócio em Brasília. Num vídeo disponível nas redes sociais do candidato do PSOL, um cantor de rap diz que Russomanno "puxa saco de miliciano" e "mete a do Crivella pra cima de nós, cheio de esquema tipo Queiróz". Essa peça rendeu uma decisão judicial favorável a Russomanno na Justiça.

Na quarta-feira, 4, Boulos entrou com a primeira representação por crime eleitoral contra o concorrente - ele alega que foi alvo de calúnia e difamação.

Foco

Segundo o coordenador da campanha de Boulos, Josué Rocha, o foco principal na reta final da campanha continua sendo romper a barreira de desconhecimento que separa o candidato do grande eleitorado na periferia. O embate com Russomanno e França, no entanto, também terá espaço. Nos próximos dias, Boulos vai tentar ligar França com a imagem do PSDB. O adversário foi vice-governador do tucano Geraldo Alckmin entre 2015 e abril de 2018, quando assumiu o governo do Estado. Embora estejam tecnicamente empatados nas pesquisas de intenção de votos, Boulos e França não se enfrentam em nenhum processo judicial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A candidata a prefeita Porto Alegre, Manuela D'Ávila, usou suas para redes sociais, nesta quinta-feira (5), para anunciar que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou a realização da live do cantor Caetano Veloso para arrecadar doações para a sua campanha. A transmissão ao vivo havia sido proibida pela Justiça Eleitoral na primeira instância. 

"Vitória da liberdade de expressão! Por 4x1, o TSE determinou que a live do Caetano para arrecadar doações para a minha campanha e do Boulos está dentro da lei. Obrigada ao meu amigo Caetano por sua luta pela democracia" escreveu ela no Twitter.

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No dia 19 de outubro, o Ministério Público Eleitoral, havia se manifestado também em favor da live de Caetano, por entender que não se tratava de um 'showmício', já que o evento será fechado, apesar de virtual. 

A live também é em prol da campanha do candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL). Ainda não há informações de quando a transmissão será realizada, mas o valor estimado seria de R$ 30.

A escolha de Chico Malfitani, 70 anos, para comandar o marketing da campanha de Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo foi selada durante uma feijoada no boteco em frente à Estação Butantã do Metrô. Nada mais natural. Afinal, Boulos e Malfitani se conheceram nas arquibancadas do Pacaembu, durante um jogo do Corinthians, décadas atrás.

O hoje candidato à Prefeitura de São Paulo era um garoto que frequentava o estádio com o pai, o infectologista Marcos Boulos, e Malfitani era fundador da Gaviões da Fiel e paciente do "doutor Boulos". "Na feijoada, Chico deu uns toques sobre a campanha. A gente tinha uma linha mais de falar das propostas e ele disse: 'Não, tem que falar de você, da Erundina e dos valores pessoais de vocês dois'", relata Boulos.

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Na campanha, Malfitani é o responsável por fazer a ponte entre o candidato, de 38 anos, e a vice, de 85. O marqueteiro conduziu a vitoriosa campanha de Luiza Erundina em 1988, pelo PT, e foi secretário municipal de Comunicação na gestão.

Em conversa recente com o candidato, Malfitani não conteve as lágrimas ao recordar a eleição de 1988 - Boulos chorou com ele. Quase ninguém acreditava na eleição de Erundina, nem o PT. Mulher, nordestina, esquerdista "radical", desconhecida por grande parte do eleitorado, Erundina foi o azarão que bateu nomes fortes como Paulo Maluf (então no PDS) e José Serra (PSDB). "Foi a coisa mais emocionante da minha vida depois do nascimento dos meus filhos", diz Malfitani.

Para o marqueteiro, a comparação com a campanha de Boulos é inevitável. O candidato do PSOL também tem estrutura precária, poucos recursos, mas está em terceiro lugar nas pesquisas. Malfitani também enxerga semelhanças entre os perfis de Boulos e Erundina. "A personalidade dos dois é muito parecida. A diferença é que a Erundina veio da Paraíba para São Paulo e o Guilherme fez o caminho contrário, saiu de Pinheiros para ir morar na periferia. Admiro muito isso."

Essas semelhanças têm sido exploradas pela campanha. O PSOL tem apenas 17 segundos nos blocos do horário eleitoral. "É uma campanha tão dura quanto a de 1988, mas também não vou subestimar. Tenho 85 comerciais em 30 dias. Isso pode mexer com a cabeça das pessoas", disse o marqueteiro.

Jornalista com passagens pela Veja, Folha de S.Paulo, TV Globo, Bandeirantes e Record, Malfitani se aproximou do PT cobrindo as históricas greves do ABC lideradas por Luiz Inácio Lula da Silva e acabou trocando a profissão pela militância. A estreia como marqueteiro foi em 1984, no primeiro programa nacional do PT na TV, um "latifúndio" de uma hora em horário nobre que serviu de cartão de visitas do partido para o eleitorado brasileiro.

O programa credenciou Malfitani a assumir a campanha de Eduardo Suplicy à Prefeitura no ano seguinte. Ele ficou em terceiro lugar, atrás de Jânio Quadros (PTB) e Fernando Henrique (PSDB), mas o resultado foi fundamental para o crescimento do PT nos anos seguintes.

A carreira de Malfitani começou em 1979, em plena ditadura militar. Ele e o também jornalista Antônio Carlos Fon levaram para o Morumbi lotado uma faixa na qual se lia: "Anistia ampla, geral e irrestrita". A faixa aberta na arquibancada à revelia da Polícia Militar escancarou para todo o Brasil a realidade dos exilados políticos e faz parte da história da resistência à ditadura.

Afastado das campanhas nos últimos anos (a última foi a de Suplicy para o Senado em 2018), Malfitani é presença certa em qualquer manifestação da esquerda desde o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. Segundo Boulos, a participação dele em sua campanha é mais um ato de militância do que uma atividade profissional. "Naquela feijoada ele me disse que queria ajudar mesmo que não recebesse um real por isso. É claro que eu topei."

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