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Com 391 votos contra e 242 a favor, o Parlamento britânico rejeitou hoje (12), pela segunda vez o acordo negociado pela equipe da primeira-ministra Theresa May com a União Europeia para o Brexit. Em janeiro, o acordo havia sido rejeitado.

Ontem (11) após conversas com autoridades do bloco europeu, a primeira-ministra afirmou ter recebido garantias da União Europeia suficientes para convencer os britânicos em favor da proposta de acordo reformulado.

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Antes da votação, no entanto, alguns parlamentares disseram que não estavam convencidos dessas "garantias legais" citadas pela primeira-ministra. Segundo seu porta-voz, Theresa May não tem planos de voltar a negociar seu acordo com a União Europeia.

O principal entrave nas negociações diz respeito ao chamado backstop ou "salvaguarda irlandesa”, como ficou conhecida a proposta para a fronteira entre as Irlandas. A cláusula esbarra em resistências no Parlamento britânico.

Novas votações

Amanhã (13) o Parlamento britânico votará a proposta para definir se o Reino Unido deve deixar a UE sem acordo de futuros laços em 29 de março. Se o texto for rejeitado, haverá nova votação na quinta-feira (14) para definir se o país pedirá ao bloco europeu um adiamento da separação. 

Com o fracasso das negociações em torno do acordo, o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, de oposição, pediu a convocação de eleições gerais antecipadas. As eleições no Reino Unido estão previstas para 2022.

*Com informações da RTP, emissora pública de televisão de Portugal, e DW, agência pública de notícias da Alemanha.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, sofreu nesta terça-feira (12) outra derrota histórica pelas mãos dos deputados britânicos, que rejeitaram pela segunda vez seu controverso acordo de Brexit, negociado até o último minuto com Bruxelas.

Faltando apenas duas semanas e meia para a data em que o Reino Unido deve deixar a União Europeia, em 29 de março, os deputados rejeitaram este "acordo melhorado" por 242 votos a favor e 391 contra.

O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, disse após a votação que o destino do tratado negociado por May foi selado.

"Seu acordo, sua proposta, o que a primeira-ministra apresentou, está claramente morto", afirmou Corbyn.

Para o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, a nova rejeição do acordo de divórcio negociado entre Londres e Bruxelas, aumentou "significativamente a probabilidade de um Brexit sem acordo" faltando apenas 17 dias para a data prevista para a ruptura.

O chefe de negociações da UE para o Brexit, Michel Barnier, disse nesta terça que o bloco fez tudo o possível para ajudar na aprovação do acordo.

"O impasse só pode ser resolvido pelo Reino Unido", tuitou Barnier. "Nossos preparativos para um [Brexit] 'sem acordo' são agora mais importantes do que antes", acrescentou.

Mais cedo, faltando minutos para o início da votação no Parlamento britânico, Barnier havia advertido os deputados britânicos de que não poderia haver um período de transição para a saída do Reino Unido se o acordo sobre a mesa fosse rechaçado.

"Parece que há uma perigosa ilusão de que o Reino Unido pode se beneficiar de uma transição na falta do acordo de retirada", escreveu Barnier também no Twitter. "Está muito claro: a única base legal para uma transição é o acordo de retirada", acrescentou.

A derrota representa um novo revés histórico ao tratado que devia pôr fim a 46 anos de integração britânica no bloco europeu, embora tenha sido menor que a derrota humilhante que May sofreu em janeiro, quando 432 deputados votaram contra e 202 a favor de seu projeto.

Na abertura de cinco horas de debate parlamentar, a primeira-ministra conservadora, visivelmente cansada e afônica, tinha advertido que em caso de repúdio, o Reino Unido se "arrisca a um Brexit sem acordo ou nenhum Brexit".

May tentou salvar o texto, um calhamaço de 585 páginas, fruto de um ano e meio de negociações árduas, literalmente até o último minuto.

Perto da meia-noite, ela e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, tinham anunciado em Estrasburgo, no norte da França, acordos de última hora sobre o ponto mais conflituoso, a "salvaguarda irlandesa".

Mas estes não foram suficientes para acalmar os temores de muitos deputados. Um influente grupo de legisladores eurocéticos, que incluem o chefe de fileiras do partido unionista norte-irlandês DUP - aliado-chave de May no Parlamento - tinha recomendado votar contra após analisar seu conteúdo.

- "Sem mudanças" -

Pesou em sua decisão a avaliação legal do procurador-geral Geoffrey Cox, encarregado de aconselhar juridicamente o governo e que participou pessoalmente nos últimos dias das negociações em Bruxelas.

Em um relatório publicano pela manhã, Cox reconheceu que os novos adendos ao Tratado de Retirada "reduzem o risco" de que o Reino Unido ficasse "indefinida e involuntariamente" preso em uma união alfandegária com a UE.

Mas "os riscos jurídicos continuam inalterados", sentenciou, jogando um balde d'água fria na reavivada esperança de que desta vez o acordo fosse aprovado.

A denominada "salvaguarda irlandesa" busca evitar a reinstauração de uma fronteira física entre a República da Irlanda - país-membro da UE - e a província britânica da Irlanda do Norte para proteger o frágil Acordo de Paz de 1998. Mas os deputados eurocéticos no Partido Conservador de May temem que deixe, de fato, os britânicos fiquem presos indefinidamente nas redes europeias.

A solução apresentada por May e Juncker na segunda-feira consistia em um intrincado "instrumento conjunto legalmente vinculante", pelo qual o Reino Unido poderia denunciar a UE perante uma corte de arbitragem internacional se considerasse que o bloco agia de má fé para impor uma "salvaguarda irlandesa" permanente.

A premiê havia prometido que se os deputados derrubassem novamente o acordo, organizaria uma nova votação na quarta-feira para que os parlamentares deixassem claro se estão a favor ou contra a um Brexit sem acordo, dadas as consequências econômicas catastróficas que esta hipótese teria para o país.

Se o Parlamento rejeitar também esta opção, na quinta-feira deveria haver uma terceira votação sobre a possibilidade de se pedir à UE um adiamento da data do Brexit.

Segundo uma porta-voz do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, os membros considerariam uma solicitação razoável dos britânicos para adiar o Brexit.

- Risco de eleições antecipadas -

"Votamos a favor de sair da UE, sendo assim devemos sair da UE, somos uma democracia", dizia, indignada, Suzanne Nicholson, de 65 anos, professora aposentada que protestava junto com uma centena de pessoas em frente ao Parlamento de Westminster.

O Brexit "é uma péssima ideia", afirmava ao contrário outra manifestante, Pat Gillies, também aposentada de 65 anos, deixando clara a divisão que reina no país.

Segundo Charles Walker, importante nome do partido de May, uma nova derrota poderia resultar rapidamente em eleições legislativas antecipadas.

"Se não tem êxito esta noite, tão certo como a noite segue o dia, haverá eleições gerais em questão de dias ou semanas", havia dito à rádio BBC4.

Um adiamento poderia resultar também na organização de um segundo referendo, após o de junho de 2016, que terminou com 52% de votos a favor do Brexit e iniciou todo este processo.

A opção enfrenta o repúdio frontal do governo, mas tem cada vez mais adeptos entre os deputados britânicos que gostariam de anular o Brexit simplesmente.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou nesta segunda-feira (11) ter obtido "mudanças legalmente vinculantes" no acordo do Brexit, após uma negociação de última hora com o presidente da Comissão Europeia (CE), Jean-Claude Juncker, em Estrasburgo, que a oposição britânica ameaça vetar.

"Os deputados tinham claro que eram necessárias mudanças legais na salvaguarda [irlandesa]. Hoje, conseguimos mudanças legais", disse May em coletiva de imprensa conjunta com Juncker.

O presidente da CE advertiu que a retirada do Reino Unido do bloco pode não acontecer, se o acordo de divórcio negociado com May não for aprovado em Londres.

"É este acordo ou o Brexit poderá não acontecer", afirmou Juncker na coletiva após a reunião com May, ao apresentar as garantias negociadas sobre o acordo de divórcio entre Londres e a União Europeia, na véspera de uma votação crucial no Parlamento britânico sobre o acordo de divórcio com as salvaguardas alcançadas, que a oposição a May ameaça vetar.

Enquanto May e Juncker falavam à imprensa em Estrasburgo, em Londres, o líder do opositor Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, pediu ao Parlamento que rejeite na terça-feira o acordo proposto por May para o divórcio, apesar das concessões negociadas em última hora.

"O acordo alcançado esta noite com a Comissão Europeia não contém nada que se aproxime das mudanças que Theresa May prometeu ao Parlamento", afirmou Corbyn em um comunicado.

"É por isso que os legisladores devem rejeitar este acordo", acrescentou.

Em um último esforço para salvar seu acordo do Brexit, a primeira-ministra britânica viajou nesta segunda-feira a Estrasburgo para se reunir com o presidente da Comissão Europeia, na véspera de uma votação crucial no Parlamento de Londres.

Após a retumbante rejeição de um texto prévio pelos deputados britânicos em janeiro, May prometeu renegociar com Bruxelas e reapresentar o acordo ao Parlamento nesta terça-feira.

Depois de dias de idas e vindas de ministros e funcionários entre Londres e Bruxelas, as negociações ficaram totalmente bloqueadas. Então, depois de muita hesitação, May decidiu arriscar uma última cartada.

O cenário de um Brexit com acordo está em um beco sem saída desde que Westminster rejeitou o acordo concluído entre Londres e a UE e exigiu que a primeira-ministra britânica, Theresa May, negociasse novas garantias.

As bolsas europeias fecharam sem sinal único, nesta terça-feira (5), mas a maioria em território positivo. Durante uma sessão volátil, investidores monitoraram indicadores da região, as negociações comerciais entre Estados Unidos e China e o complexo processo para a saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,15%, em 375,64 pontos.

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Na agenda de indicadores, as vendas no varejo da zona do euro cresceram 1,3% em janeiro ante dezembro, como esperado pelos analistas. Já o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da região subiu de 51,0 em janeiro a 51,9 em fevereiro, na máxima em três meses e acima da previsão de 51,4. Na Itália, o Produto Interno Bruto (PIB) da Itália encolheu 0,1% no quarto trimestre de 2018 ante o terceiro, o que confirmou recessão técnica no país.

No mercado cambial, a libra se enfraqueceu, em meio às preocupações com o Brexit e após o PMI de serviços do Reino Unido, que subiu a 51,3 em fevereiro, mas mostrou detalhes que sugerem perspectiva sombria à frente, com o emprego particularmente enfraquecido. A libra mais fraca tende a ajudar as ações de exportadoras britânicas.

Entre as notícias corporativas, Vodafone Group subiu 1,99% em Londres, após a empresa informar que pretende levantar 4 bilhões de euros por meio de uma emissão de bônus. Na Bolsa londrina, o índice FTSE-100 fechou em alta de 0,69%, a 7.183,43 pontos. Barclays subiu 0,50%, mas Lloyds recuou 0,24%, entre os bancos britânicos. A petroleira BP registrou alta de 0,41%, enquanto a mineradora Glencore subiu 0,25%.

Em Frankfurt, o índice DAX teve ganho de 0,24%, a 11.620,74 pontos. Entre os papéis mais negociados, Aroundtown subiu 0,96% e Deutsche Telekom avançou 0,72%, enquanto Deutsche Bank caiu 0,85% e Schaeffler recuou 3,02%.

Na Bolsa de Paris, o índice CAC-40 registrou alta de 0,21%, a 5.297,52 pontos. A petroleira Total subiu 0,95%, entre as ações mais negociadas, enquanto Vallourec caiu 2,67%. BNP Paribas teve baixa de 0,95%, mas Orange subiu 0,34%.

Em Milão, o índice FTSE-MIB teve queda de 0,01%, a 20.715,97 pontos. Telecom Italia subiu 2,96%, Intesa Sanpaolo caiu 0,18% e Banco BPM teve baixa de 1,49%. A montadora Fiat Chrysler avançou 0,83%.

O índice IBEX-35, da Bolsa de Madri, recuou 0,02%, a 9.258,20 pontos. Santander subiu 0,06%, mas Banco de Sabadell caiu 0,09%, entre os bancos espanhóis. Iberdrola subiu 0,52%, mas Duro Felguera cedeu 0,68%.

Na Bolsa de Lisboa, o índice PSI-20 subiu 0,01%, a 5.276,72 pontos. Banco Comercial Português caiu 0,45% e Altri, 0,40%, enquanto Galp Energia teve alta de 0,37%. (Com informações da Dow Jones Newswires)

A primeira-ministra britânica Theresa May prometeu neste domingo uma votação parlamentar até 12 de março sobre o acordo do Brexit que tenta renegociar com a União Europeia (UE), informa a imprensa.

O Parlamento não votará na próxima semana, mas "faremos que aconteça até 12 de março", disse May aos jornalistas no avião que a transportava para a reunião entre UE e Liga Árabe em Sharm el-Sheikh, no Egito.

May indicou que os negociadores britânicos retornarão a Bruxelas na terça-feira e que no mesmo dia fará um discurso na Câmara dos Comuns.

A primeira-ministra conservadora havia informado antes que dava até terça-feira como prazo para encontrar uma solução ou, em caso contrário, organizaria um debate parlamentar no dia seguinte. Os deputados poderiam votar nesta ocasião a favor de uma emenda que afaste a possibilidade de um Brexit sem acordo.

Os deputados britânicos rejeitaram em janeiro o acordo negociado por May com a UE para o Brexit. Desde então, a primeira-ministra tenta renegociar com Bruxelas uma nova versão do texto, sem sucesso até o momento.

May quer obter "mudanças vinculantes" sobre os dispositivos de segurança ('backstop' em inglês), uma medida polêmica de último recurso imaginada para garantir que a fronteira na ilha da Irlanda permaneça aberta, para não colocar em risco o frágil acordo de paz de 1998.

A UE se recusa a renegociar o tratado de saída, alcançado em novembro após um ano e meio de negociações, mas afirma estar aberta a discussões sobre uma declaração política que esboce os termos da futura relação com Londres.

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse que pretende conversar com cada líder da União Europeia e com o chefe da Comissão Europeia para buscar mudanças no acordo do Brexit. A decisão foi tomada dias após mais uma derrota da premiê no Parlamento e no momento em que empresas britânicas anunciam investimentos para evitar prejuízos.

Em suas conversas com líderes da UE e com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, May tentará mudar o mecanismo que regula a fronteira entre Irlanda e Irlanda do Norte, a parte mais contenciosa do acordo do Brexit, com o qual ela concordou em novembro.

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May garante que pode aprovar seu acordo no Parlamento se obtiver concessões, principalmente na questão irlandesa. Um Brexit sem acordo significaria um retorno da fronteira física entre os dois territórios, o que muitos irlandeses veem como um risco de retorno ao período de violência nacionalista e religiosa dos anos 80.

O problema de May é que a derrota sofrida por ela em uma votação simbólica no Parlamento, na quinta-feira, enfraqueceu sua promessa e aumentou o risco de um Brexit sem acordo no dia 29 de março.

Se May não conseguir aprovar um acordo no Parlamento, ela terá de decidir se adia o Brexit ou se deixa a quinta maior economia do mundo viver uma situação caótica. Com o relógio correndo, empresas britânicas disseram não ter outra alternativa senão aprovar medidas de emergência para lidar com um cenário de saída da UE sem acordo.

"As empresas estão agora testando os airbags em seus preparativos para o Brexit", disse James Stewart, da consultoria KPMG UK. "Tempo é um luxo que não temos mais. Então, as pessoas estão se preparando para possíveis impactos imediatos."

A gigante Airbus, que projeta e fabrica asas para suas aeronaves no Reino Unido, disse neste domingo, 17, que um Brexit sem acordo seria "absolutamente catastrófico". "Não existe isso de ter uma saída sem acordo de maneira gerenciável. É absolutamente catastrófico para nós", afirmou à BBC a vice-presidente da Airbus, Katherine Bennett. "Algumas decisões difíceis terão que ser tomadas se não houver acordo. Teremos de reavaliar nossos futuros investimentos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, se reunirá com o premiê da República da Irlanda, Leo Varadkar, para um jantar em Dublin na noite desta sexta-feira (pelo horário local). O objetivo do encontro é alinhar com Varadkar as mudanças que May deseja fazer no acordo do Brexit.

O Parlamento Britânico rejeitou o acordo no mês passado, majoritariamente em função das preocupações acerca das medidas que concernem a fronteira entre a Irlanda do Norte, que é parte do Reino Unido, e a Irlanda, país membro da União Europeia.

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O Reino Unido deve sair da UE no dia 29 de março, mas a intenção de mudar itens do acordo de última hora tem desgastado líderes da Europa.

No entanto, ambas as partes pelo menos concordaram em continuar conversando. Os procuradores-gerais do Reino Unido e da Irlanda se encontrarão hoje para tentar chegar a um consenso sobre as fronteiras. Fonte: Associated Press.

"Então é isso: o plano B de Theresa May é tentar convencer os deputados a votar no Plano A." Foi com essa definição que a deputada opositora Stella Creasy resumiu, no Twitter, como o Parlamento britânico recebeu as propostas apresentadas nestas segunda-feira (21) pela primeira-ministra, seis dias após ela ter seu acordo sobre o Brexit rejeitado pela diferença histórica de 230 votos.

A piada da deputada trabalhista é uma referência à falta de propostas de May para que um novo plano seja votado. Na semana passada, May sofreu a pior derrota de um governo britânico no Parlamento em quase 100 anos quando tentou aprovar o acordo que tinha feito com a União Europeia.

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Apesar do resultado, a premiê conseguiu, no dia seguinte, garantir o voto de confiança dos deputados, se mantendo no comando do governo, mas travando uma batalha política com a oposição trabalhista e com integrantes do próprio partido que são favoráveis a uma saída sem acordo da UE.

Em discurso no Parlamento nesta segunda, May se comprometeu a "renegociar os termos do pacto", sem dar detalhes específicos. A única proposta foi abolir uma taxa de £ 65 (R$ 315) que seria cobrada de cidadãos europeus que queiram continuar morando no Reino Unido após a retirada do país da UE.

May descartou a possibilidade de um adiamento do prazo final para a saída do Reino Unido da UE e a convocação de um novo referendo sobre o Brexit, o que muitos defensores da permanência na UE pedem.

Ela também disse que continuará dialogando com políticos e setores da sociedade civil para costurar um novo acordo que impeça o Reino Unido de deixar a União Europeia sem período de transição, o chamado Brexit duro. Se nenhuma proposta de saída for aprovada pelo Parlamento, o Reino Unido sairá da UE em 29 de março sem acordo e sem período de transição.

A primeira-ministra pediu aos parlamentares, até mesmo os de oposição, que apresentem a ela projetos e propostas. Ela afirmou ainda que conversará com parlamentares da Irlanda do Norte, que temem as novas regras para o trânsito de pessoas e de mercadorias na fronteira com a República da Irlanda após o Brexit.

O mecanismo projetado para impedir o restabelecimento de uma fronteira física entre a Irlanda, país-membro da UE, e o território britânico da Irlanda do Norte, chamado de "backstop", é um dos pontos mais controvertidos do acordo. May não deu nenhuma solução para o problema, além de prometer "criar um comitê" para manter o diálogo e fornecer "garantias sobre padrões ambientais e direitos dos trabalhadores".

A fala foi vista como uma tentativa de sensibilizar membros do Partido Conservador, o mesmo de May, favoráveis à saída do país da UE sem acordo, e o Partido Unionista Democrático (DUP, na sigla em inglês) da Irlanda do Norte, que tem expressado preocupação a respeito do futuro da fronteira.

Os membros do Parlamento britânico não chegaram ainda a um acordo sobre como manter as fronteiras livres quando o Reino Unido estiver formalmente fora do mercado único e da união aduaneira da Europa. May negociou com a UE regras alfandegárias especiais, que valeriam apenas para a fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte.

No entanto, o DUP, que defende os laços da Irlanda do Norte com o Reino Unido, rejeitou o acordo por temer que regras diferenciadas enfraqueçam esses laços, pondo em risco a integridade do reino. Ainda assim, o partido votou para que a primeira-ministra permanecesse no cargo.

Parlamentares do Partido Conservador também se manifestaram contra as regras especiais na fronteira das Irlandas, temendo que uma parte do Reino Unido continue sujeita a regras da UE por tempo indeterminado. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, vai discursar nesta segunda-feira (21) ao Parlamento para apresentar o chamado "plano B" para o Brexit, após seu acordo original para o Reino Unido sair da União Europeia (UE) ser rejeitado em votação.

Nos últimos dias, ela intensificou as conversas com os parlamentares em busca de consenso para aprovar a alternativa. As negociações ocorrem logo depois de o Parlamento reprovar a primeira proposta para o Brexit na semana passada, provocando uma derrota histórica a May.

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No entanto, o "plano B" ainda é um mistério e ninguém sabe detalhes do que May irá propor. Segundo fontes locais, o plano não foi apresentado à Comissão Europeia.

Da Ansa

Os mercados acionários da Europa fecharam majoritariamente em queda nesta quinta-feira, 17, à exceção de Lisboa, no dia seguinte à vitória da primeira-ministra britânica, Theresa May, diante da moção de desconfiança movida pela oposição contra seu governo. Com um prazo curto e dúvidas sobre a capacidade da administração de conseguir apoio a um pacto de saída, as incertezas prevalecem sobre o continente. Ainda assim, o Stoxx-600 fechou em leve alta de 0,04%, a 350,73 pontos.

Depois de ver seu acordo de saída com a União Europeia (UE) ser rejeitado pelo Parlamento britânico por margem histórica, May sobreviveu por apenas 19 votos à moção de desconfiança protocolada pelo Partido Trabalhista, e agora deve continuar as negociações na tentativa de encontrar um texto que seja aprovado pelo bloco e pelos parlamentares do país.

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Na quarta, imediatamente após o resultado da votação que permitiu que May continue à frente do governo, a primeira-ministra anunciou uma série de reuniões com líderes de partidos no Parlamento. Já à noite aqui no Brasil, ela fez um rápido pronunciamento em Downing Street em que classificou os encontros como "produtivos" e anunciou que continuariam nesta quinta.

O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, no entanto, não manifestou interesse em participar, disse May, ao lamentar a decisão daquele responsável por mover a moção de desconfiança contra seu governo. A tensão entre situação e oposição poderia representar ainda mais dificuldade para aprovar um acordo para o Brexit no Parlamento, elevando as chances de uma saída sem entendimento ou até mesmo de outras alternativas, em um cenário que, para analistas, apresenta abertura para quase qualquer coisa neste momento.

Há ainda a apreensão de que o governo possa pedir um adiamento da data final para a saída, em 29 de março. É o Parlamento que, a partir de agora, vai dar as cartas, aponta o economista Brian Hilliard, do Société Générale. "Essa será uma tarefa imensa; eles só estão unidos naquilo de que não gostam. Para encontrar uma solução vai demorar muito tempo. Esperamos que o Reino Unido solicite e receba um adiamento na data de saída", afirmou.

"Embora a perspectiva do Brexit pareça tão incerta quanto sempre, os eventos políticos sem precedentes desta semana alteraram a maneira pela qual o Parlamento do Reino Unido chegará a um acordo", ressaltam analistas da Continuum Economics.

A expectativa é de que o governo de May protocole na segunda-feira uma nova versão do acordo rejeitado na terça-feira e, no dia 29, discuta a proposta e vote-a.

Em meio ao cenário, o FTSE 100, de Londres, liderou as perdas com queda de 0,40%, aos 6.834,92 pontos, enquanto o CAC 40, de Paris, caiu 0,34%, a 4.794,37 pontos. Já o DAX, de Frankfurt, recuou 0,12%, para 10.918,62 pontos, e, em Milão, o FTSE MIB registrou queda de 0,04%, a 19.470,38 pontos. Nos ibéricos, o Ibex 35 recuou 0,05%, a 8.908,60 pontos, enquanto o PSI 20, de Lisboa, avançou 0,62%, a 5.029,68 pontos.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, sobreviveu nesta quarta-feira (16) a uma moção de desconfiança no Parlamento e manteve-se no cargo, apesar da histórica derrota de seu acordo para o Brexit, na terça-feira (15). Sem dar sinais de que pretende fazer concessões, ela negocia agora com uma oposição fortalecida, que pressiona pelo adiamento da data de saída do Reino Unido do bloco, marcada para 29 de março.

May manteve sua coalizão de governo unida, apesar das críticas de membros do Partido Conservador e de unionistas da Irlanda do Norte, que não concordam com o acordo negociado por ela com a UE, por considerá-lo muito favorável aos europeus. Mas, por temer a volta dos trabalhistas ao poder, eles respaldaram nesta quarta a premiê.

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A oposição, fortalecida pela derrota da premiê na terça-feira, deve ter mais força para negociar emendas ao acordo e fazer com que May peça às autoridades continentais mais tempo para sair do bloco.

Após a vitória de quarta, no entanto, May não demonstrou sinais de que pretende recuar em nenhuma de suas posições. Ela rejeita a possibilidade de um Brexit sem acordo e a manutenção da união aduaneira com a UE, como querem os trabalhistas. Pouco depois da votação, uma porta-voz da premiê rechaçou os dois cenários.

O impasse é preocupante, uma vez que a premiê precisa apresentar um novo plano para aprovar o Brexit até segunda-feira. "Nada parece abalar Theresa May", disse o analista político Anand Menon, do centro de estudos UK in a Changing Europe. "Ela segue em frente com seu plano."

Essa determinação - ou teimosia, para seus críticos - ajuda em uma situação que exige uma correção de rota. Muitos deputados, principalmente do Partido Trabalhista, acreditam que a manutenção de uma união aduaneira com a UE possibilitaria a aprovação do acordo.

May, no entanto, não admite esse cenário, porque significaria dar uma contrapartida aos europeus: permitir o livre fluxo de pessoas dos dois lados do Canal da Mancha - justamente uma das bandeiras do Brexit.

Sem acordo, a saída desordenada da UE - solução preferida dos eurocéticos dentro do próprio Partido Conservador - pode provocar caos econômico. "Ela está em estado de negação", afirmou o deputado trabalhista Ben Bradshaw, a respeito de May.

Diante da mistura de inflexibilidade e de falta de apoio político, analistas acreditam que o trabalhista Jeremy Corbyn agora está em posição mais confortável de pressionar May e influenciar possíveis mudanças no acordo. No entanto, para conseguir fazê-lo, ele terá de superar algumas divisões dentro de seu partido.

Entre os trabalhistas, há divisões entre os que apoiam o Brexit, por considerar a União Europeia nociva à classe trabalhadora britânica, e os que apoiam a permanência no bloco. "Em toda a Europa, os partidos de esquerda enfrentam esse dilema", disse Tim Bale, professor de ciência política da Universidade de Londres.

Prazos

Nesta quarta, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que ainda há tempo para um acordo sobre o Brexit, e o presidente francês, Emmanuel Macron, admitiu que há margem para mudar alguns pontos do pacto.

Em carta publicada na quarta, mais de 70 deputados do Partido Trabalhista defenderam a organização de uma segunda consulta popular, rejeitada por May, mas que Corbyn deve apoiar se não conseguir provocar eleições antecipadas.

Os nacionalistas escoceses, que fazem parte da oposição, também apoiam uma nova consulta popular. Durante o referendo que rejeitou a independência da Escócia, em 2014, o governo britânico - então liderado pelo conservador David Cameron - dizia que os escoceses deveriam votar contra a independência, que significaria a saída da Escócia da UE. Agora os escoceses reclamar que terão de sair do bloco de qualquer forma, mesmo a maioria da Escócia tendo vota. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Câmara dos Comuns do Reino Unido rejeitou nesta terça-feira, 15, o acordo do Brexit entre o país e a União Europeia por 432 votos a 202. Negociado arduamente pela primeira-ministra britânica, Theresa May, o acordo enfrentou a resistência de um Parlamento hostil. Agora, a incógnita reside no que vai ocorrer após a derrota.

"Esse resultado não diz nada sobre o que quem é contra o acordo defende", disse May, logo depois da votação. "Nem como honrar o resultado do referendo nem se ele será honrado. O povo britânico merece clareza sobre isso o quanto antes."

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A votação começou com a análise de quatro emendas apresentadas pelos deputados do documento de 585 páginas fruto de 17 meses de negociações com Bruxelas. Uma delas foi rejeitada e as outras três retiradas de votação.

"Não, não é perfeito. E, sim, é uma fórmula de acordo", tinha admitido a chefe de governo conservadora na segunda-feira, enquanto pedia aos legisladores para "voltarem a examinar o texto" com espírito aberto.

Em uma tentativa de salvá-lo ou pelo menos limitar a derrota, na esperança de conservar uma margem de manobra posterior, May apresentou uma carta na qual Bruxelas garante que a União Europeia (UE) quer evitar a aplicação de seu ponto mais conflituoso, o denominado "backstop". (Com agências)

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, fez fortes críticas contra o líder do Partido Trabalhista Jeremy Corbyn em artigo publicado neste domingo no jornal Mail Online, afirmando que ele se quer "leu o acordo do Brexit" antes de rejeitá-lo. "Sua política é cínica e incoerente", afirmou em texto replicado também em sua página no Facebook.

Em dezembro, Corbyn submeteu uma moção de desconfiança contra a primeira-ministra. Diferente de uma moção de desconfiança contra o governo britânico, o movimento, direcionado apenas à May, tem caráter simbólico.

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"A visão deles [de Corbyn e do Partido Trabalhista] para o Brexit é um exemplo cínico de incoerência, desenhada para evitar decisões difíceis. Ele nem mesmo se deu ao trabalho de ler o acordo fechado e já se posicionou contra. Ele diz a um grupo que irá manter o Reino Unido em um mercado único, enquanto promete a outro o fim da livre movimentação. A todo o momento, ele se mostrou o oposto de um líder, servindo não ao interesse nacional, mas sempre ao seu próprio interesse político".

Ao defender que o Reino Unido se encontra em um momento decisivo, May defende que "quando os deputados votarem a saída da UE, determinarão o rumo do país para o futuro".

Três perguntas

Na avaliação de May, neste momento os deputados devem se fazer três perguntas. "O acordo que negociei prevê o resultado do plebiscito da União Europeia (UE), retirando-nos da UE e restabelecendo o controle soberano sobre as nossas fronteiras, leis e dinheiro? Protege os empregos em que nossos cidadãos confiam para colocar comida na mesa para suas famílias e a cooperação de segurança que mantém cada um de nós seguro? Proporciona a certeza de que cidadãos e empresas têm todo o direito de esperar daqueles que os governam e representam? Eu acredito que meu acordo faz todas essas coisas".

A primeira-ministra afirma ainda que ninguém mais tem um plano alternativo que passe por esses três testes. "Há alguns no Parlamento que, apesar de votarem a favor da realização do referendo, agora querem nos impedir de realizar outro referendo. Há outros tão concentrados em sua visão particular do Brexit que correm o risco de transformar um ideal perfeito no inimigo de um bom negócio", afirma.

May encerra o artigo com um apelo "para o meu partido", o Parlamento e o país: "Neste ano vamos descobrir o novo espírito do propósito comum. Vamos concordar com um acordo do Brexit que nos mova rumo a um futuro brilhante com confiança. Vamos garantir o futuro de nosso Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês). E façamos de 2019 um ano para nos orgulhar".

O acordo final do Brexit estabelecido com Bruxelas pela primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, não deve ser levado à votação no parlamento britânico antes do recesso natalino, devendo ocorrer somente em janeiro, segundo a agenda parlamentar apresentada nesta quinta-feira (13) pelo governo.

A líder conservadora na Câmara dos Comuns, Andrea Leadsom, afirmou que os assuntos a serem debatidos pelos deputados na próxima semana não incluem o processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

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Em decorrência das festas de Natal e Ano Novo, o parlamento britânico ficará fechado de 21 de dezembro até 6 de janeiro, o que significa que o acordo final só poderá ser analisado a partir de 7 de janeiro.

Leadsom lembrou que o governo se comprometeu a apresentar um texto antes de 21 de janeiro, a fim de cumprir com os prazos para que o país possa sair do bloco econômico até o final de março. Tanto o Partido Conservador como o Trabalhista querem que o acordo seja votado o quanto antes e já informaram que, a menos que a primeira-ministra consiga mudanças significativas, o texto será rejeitado.

Os mercados acionários da Europa fecharam em queda nesta segunda-feira, 10, com recuo acentuado após a confirmação da primeira-ministra britânica, Theresa May, de que a votação do acordo do Brexit foi adiada de forma indefinida. O pacto seria analisado pelo Parlamento do Reino Unido nesta terça-feira. O índice Stoxx-600 registrou queda de 1,87%.

Na bolsa de Londres, o FTSE 100 registrou queda de 0,83%, aos 6.721,54 pontos, enquanto em Milão o FTSE MIB caiu 1,77%, para 18.410,13 pontos. Em Frankfurt, o DAX recuou 1,54%, aos 10.622,07 pontos, e em Paris o CAC 40 tinha queda de 1,47%, para 4.742,38 pontos. Já em Madri, o Ibex 35 caiu 1,76%, para 8.660,00 pontos, e em Lisboa o PSI 20 recuou 0,94%, aos 4.791,29 pontos.

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A manhã foi marcada por informações da mídia britânica de que a votação do Brexit no Parlamento britânico, esperada para terça, havia sido cancelada pelo governo de Theresa May. Os relatos foram confirmados, mais tarde, pela própria primeira-ministra, que afirmou ainda que voltará a tratar com autoridades em Bruxelas. Ela disse pretender tratar, especificamente, da questão da fronteira entre as Irlandas.

A líder admitiu ainda que sofreria uma derrota por "margem significativa" nesta terça-feira no Parlamento, se o governo decidisse levar adiante a votação. Mesmo assim, ressaltou que não aceitar o acordo já fechado entre o governo e Bruxelas elevará o risco de uma saída sem qualquer pacto com a União Europeia (UE).

Além disso, pesam sobre os mercados acionários as tensões em relação ao comércio global, diante de após declarações pouco amistosas de dois conselheiros da Casa Branca, Larry Kudlow e Peter Navarro, que defenderam tarifas adicionais a importações chinesas e, também, a detenção da executiva da gigante tecnológica Huawei Meng Wanzhou.

Ao mesmo tempo, investidores continuam atentos, com a proximidade do final do ano, a sinais de desaquecimento da economia global. Na região, "as perspectivas de crescimento dependem muito dos desenvolvimentos do Brexit nos próximos dias, semanas e meses, e a incerteza envolvente torna a previsão extremamente difícil", afirmou o economista-chefe de negócios da IHS Markit, Chris Williamson.

Entre os indicadores, investidores acompanharam a balança comercial da Alemanha, que registrou superávit comercial de 17,3 bilhões de euros (US$ 19,8 bilhões) em outubro, menor que o saldo positivo de 17,7 bilhões de euros observado em setembro, segundo dados da agência de estatísticas do país, a Destatis. Já a produção industrial do Reino Unido mostrou desempenho pior do que o esperado em outubro, produzindo 0,6% menos em outubro do que no mês anterior. Na comparação anual, houve queda de 0,8% na produção, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês). A mesma agência informou que o país registrou déficit em sua balança comercial de bens de 11,9 bilhões de libras em outubro, enquanto a previsão era de saldo negativo menor em outubro, de 10,9 bilhões de libras.

As bolsas europeias fecharam em queda nesta terça-feira, 4, com avaliações mais negativas sobre a possibilidade de um acordo comercial entre Estados Unidos e China. Se a trégua de 90 dias entre as partes, fechada no fim de semana, foi bem avaliada num primeiro momento, vários agentes dos mercados agora ponderavam sobre as reais chances de um acordo, diante das várias divergências bilaterais. Nesse quadro, ações do setor financeiro ficaram sob pressão.

Além disso, investidores continuaram a monitorar a questão da saída do Reino Unido da União Europeia. O tribunal da UE apontou que o país teria direito de unilateralmente revogar o Artigo 50 do Brexit, o que desencadeou formalmente o processo de separação. A notícia chegou a apoiar a libra. Ao mesmo tempo, os parlamentares têm debatido o tema, antes da votação dos legisladores na próxima semana para decidir se aceitam a versão do divórcio fechada pelo governo da premiê Theresa May com Bruxelas.

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Ainda no Reino Unido, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Mark Carney, afirmou que o setor financeiro britânico será afetado com o Brexit, mas a escala disso dependerá do tipo de saída do bloco.

Na bolsa de Londres, o índice FTSE-100 fechou em queda de 0,56%, em 7.022,76 pontos. Entre os bancos, Lloyds caiu 0,97% e Barclays teve recuo de 2,62%. A mineradora Glencore recuou 1,26%, mas a petroleira BP subiu 0,94%.

Em Frankfurt, o índice DAX recuou 1,14%, a 11.335,32 pontos. Deutsche Bank caiu 3,15% e Commerzbank, 2,60%, entre os bancos alemães, enquanto E.ON registrou baixa de 0,33%, no setor de energia. A montadora BMW caiu 1,63%.

Na bolsa de Paris, o índice CAC-40 teve baixa de 0,82%, a 5.012,66 pontos. A petroleira Total recuou 0,64%, Crédit Agricole perdeu 2,22%, entre os bancos, enquanto a ação da Carrefour subiu 2,14%.

O índice FTSE-MIB, da bolsa de Milão, registrou queda de 1,37%, para 19.353,43 pontos e fechando na mínima do dia. Entre as ações mais negociadas, Banca Carige ficou estável, Intesa Sanpaolo recuou 2,30% e Tiscali caiu 1,09%. ENI recuou 0,68%.

Em Madri, o índice IBEX-35 recuou 1,28%, a 9.061,70 pontos. Santander caiu 2,45%, Banco de Sabadell cedeu 2,98% e BBVA, 2,97%.

Na bolsa de Lisboa, o índice PSI-20 caiu 1,01%, a 4.938,51 pontos. Banco Comercial Português recuou 1,94%. (Com informações da Dow Jones Newswires)

Os britânicos estão indo mais aos bares em busca de um descanso do debate sobre o Brexit, que pode levar à saída do Reino Unido da União Europeia, afirmou a rede de pubs Greene King nesta quinta-feira (29).

A companhia, que produz cervejas como a Greene King IPA e a Old Speckled Hen, registrou aumento nos lucros nos últimos seis meses e informou que faz planos para se proteger caso a saída do Reino Unido do bloco econômico ocorra no próximo ano.

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O executivo-chefe da empresa, Rooney Anand, afirmou que os britânicos estão cansados do Brexit e que isso se traduz em benefícios para os bares. “Nossas vendas subiram 2,9%, então nem todos os negócios ao cliente direto estão sofrendo na véspera do Brexit", pontuou.  "Cada vez que ligamos a televisão, o rádio ou lemos o jornal, tudo que você ouve é sobre o Brexit, e isso não anima", acrescentou.

O lucro antes de impostos da Greene King cresceu 3,2% e chegou a US$ 163,84 milhões na primeira quinzena de outubro, a primeira metade de seu ano financeiro.

Segundo a companhia, as vendas da Pub Company, por meio da qual administra seus 2.900 bares, restaurantes e hotéis, aumentaram 2,7% entre o final de setembro e o início de outubro. E as reservas para o Natal estão bem superiores às do ano passado.

A rede de pubs vem enfrentando o aumento de custos decorrente do crescimento do salário mínimo, da elevação dos preços de imóveis e de uma queda da libra esterlina provocada pelo Brexit. A empresa afirmou ainda que identificou as principais áreas de risco para seu negócio caso não aconteça o acordo com a União Europeia. A companhia está trabalhando com os parceiros de sua cadeia de suprimento para assegurar o abastecimento de bens para seus bares e para a exportação de cervejas.

A líder do Partido Unionista Democrático (DUP), Arlene Foster, disse que seu partido não apoiará o atual acordo do Brexit "sob nenhuma circunstância". A declaração aconteceu minutos após os líderes da União Europeia terem comunicado a aprovação do pacto.

Segundo Foster, o acordo atual separa a Irlanda do Norte do Reino Unido. Ela defende mais negociações para formatar um novo plano.

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"Acredito que nós deveríamos usar o tempo agora para procurar uma terceira via, um meio diferente e melhor", disse à BBC. Fonte: Associated Press.

Mais de dois anos após os britânicos votarem para se separar da União Europeia, a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, e os líderes dos países-membros do bloco aprovaram na manhã deste domingo um acordo de 585 páginas que estabelece os termos do divórcio.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, comunicou o fato por meio de sua conta oficial no Twitter. "Os 27 membros da UE endossaram o Acordo de Retirada e a Declaração Política sobre as futuras relações entre UE e Reino Unido", escreveu Tusk no microblog.

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Agora começa a parte mais difícil. Primeiro, May enfrenta a disputa política de sua vida para conquistar apoio para o acordo no seu próprio Parlamento, que deve votá-lo no começo de dezembro.

Dezenas de companheiros de seu Partido Conservador, bem como o Partido Trabalhista, ameaçaram rejeitar o pacto. Se May perder, ela terá de correr contra o relógio para renegociar os termos - e garantir sua aprovação - antes que o Reino Unido tenha de deixar o bloco, no dia 29 de março de 2019.

Porém, os líderes da União Europeia já avisaram que se o Parlamento britânico rejeitar o acordo, não serão oferecidas condições melhores.

O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, disse nesta manhã que o acordo foi "muito equilibrado", sem vencedores ou perdedores. Ele alertou que, se o Parlamento votar contra, Londres terá dificuldades para negociar novas mudanças.

Mesmo que o acordo do Brexit seja aprovado pelo Parlamento, o Reino Unido irá iniciar negociações - que provavelmente levarão anos - para estabelecer novas relações de comércio e segurança com a União Europeia. Isso porque quando o país votou a favor da saída, ele efetivamente decidiu desfazer quatro décadas de tomadas de decisão conjuntas - sobre leis e regulações que abrangiam desde o compartilhamento de informações sobre criminosos e terroristas até normas alimentares e impostos - que regem a relação do Reino Unido com seu maior parceiro comercial.

Como resultado, a menos de quatro meses para o Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia continua como um salto no escuro, com empresas, bancos e famílias incertos de como se preparar. Fonte: Dow Jones Newswires.

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, voltou a defender nesta segunda-feira (19) o esboço para o acordo do Brexit, como é conhecido o processo para a retirada do país da União Europeia, durante encontro com líderes empresariais na Confederação da Indústria Britânica (CBI, na sigla em inglês).

"Estou determinada a garantir o acordo do Brexit", disse May, argumentando que a proposta abre oportunidade para um "futuro brilhante" e que a semana será de "intensa negociações".

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May afirmou também que o acordo impedirá que imigrantes da União Europeia (UE) "furem a fila". Segundo a premiê, a imigração passará a se basear nas qualificações dos profissionais, de forma que europeus não tenham mais prioridade sobre "engenheiros de Sydney ou desenvolvedores de software de Nova Délhi".

May também insistiu que houve "acordo pleno" sobre sua proposta de Brexit - embora integrantes de seu gabinete tenham renunciado e ela venha sendo pressionada por oponentes do seu próprio Partido Conservador para alterar o esboço - e pediu aos líderes empresariais que "façam sua parte" para ajudar o Reino Unido.

Apesar da fala confiante de May, há relatos na mídia britânica de que o Parlamento poderá desafiar a liderança da premiê com um voto de desconfiança nos próximos dias.

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