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Agendada para esta quarta-feira (20), a convenção nacional do PDT vai lançar oficialmente a candidatura de Ciro Gomes à Presidência. Sem apoio de outros partidos, o ex-ministro ainda não revelou quem será seu vice de chapa.

Representante da terceira via mais bem avaliado nas pesquisas, Ciro se esforça para manter uma porcentagem de dois dígitos nas intenções de voto e está distante dos principais candidatos que polarizam a eleição. Esta é sua quarta tentativa de chegar à Presidência, sem jamais ter alcançado o segundo turno.

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A convenção do PDT começa às 15h, na sede da sigla, em Brasília, e será transmitida nas plataformas digitais. A legenda é a primeira a entrar oficialmente na disputa, mas não deve manter esse protagonismo por muito tempo, já a rodada de convenções partidárias se estende até 5 de agosto e os principais concorrentes vão lançar seus candidatos ainda nesta semana. 

Outras convenções

O PT deve confirmar a participação de Lula nesta quinta-feira (21), em São Paulo. No sábado (23), a convenção do Avante, em Belo Horizonte, deve lançar deputado federal André Janones. No dia seguinte, o PL vai anunciar o presidente Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro. Ainda no dia 24, a UP deve oficializar Leonardo Péricles.

O MDB vai anunciar Simone Tebet no dia 27. Felipe d’Ávila (Novo), Pablo Marçal (Pros) e Sofia Manzano (PCB) serão lançados no dia 30. Vera Lúcia (PSTU) e José Maria Eymael (DC), no dia 31. Luciano Bivar do União Brasil fecha o anúncio dos postulantes à Presidência no dia 5 de agosto.

A menos de três meses das eleições, o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Felipe Santa Cruz (PSD) desistiu da candidatura ao governo do Rio. Ele foi anunciado nesta quinta-feira, 14, como vice na chapa do ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT). Apoiado pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), na disputa, Santa Cruz não se viabilizou no partido. Também não cresceu nas pesquisas de intenção de voto, ficando com 2% a 3% das preferências.

O anúncio da pré-candidatura foi feito em redes sociais pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. "É com muita alegria que anuncio a indicação do companheiro Felipe Santa Cruz (PSD) como vice de Rodrigo Neves ao governo do Rio".

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Durante encontro em um hotel no centro do Rio na manhã desta quinta, Neves afirmou que o Rio não pode "correr riscos". Era uma referência à candidatura do deputado Marcelo Freixo (PSB), que deve disputar votos com ele entre eleitores de esquerda.

"Essa aliança é a única possível para reunir os melhores quadros para reconstruir o Rio de Janeiro", disse Neves. "É a ponte da vitória. O Rio hoje é um carro em uma estrada esburacada à beira de um precipício. A gente não daria um carro numa condição boa para uma pessoa que nunca dirigiu, ainda mais nessa condição. Tenho muito respeito ao deputado Freixo como parlamentar, mas o Rio é o maior desafio de governança dos 27 Estados. Não pode mais correr riscos".

Padrinho político de Santa Cruz, Paes insistia na candidatura do ex-presidente da OAB ao governo. Era uma tentativa de fortalecer o PSD no Estado e criar musculatura política para as próximas eleições. Depois de meses sem que Santa Cruz avançasse, os dois decidiram abrir mão da cabeça de chapa. Tiveram apoio do diretório nacional do PSD na decisão.

"Há sempre uma leitura equivocada do quadro fluminense, tentando projetar uma disputa consolidada no cenário eleitoral nacional para o Estado do Rio de Janeiro, o que está longe de acontecer", disse Paes. "O cenário do Rio de Janeiro para candidatura majoritária está absolutamente aberto. Nós construímos essas duas candidaturas em conjunto. O PSD é um partido ainda sem identidade, mas entendemos que havia um caminho para a construção de uma candidatura".

Paes enviou uma mensagem a aliados comunicando a decisão, pouco antes do anúncio público. No texto, o prefeito diz que o Estado não pode ficar nas mãos de "uma turma que vem mostrando enorme incapacidade de nos dirigir e muito menos de um radical". Referia-se às candidaturas do governador Cláudio Castro (PL) e do deputado Marcelo Freixo (PSB) , respectivamente.

No início do ano, PDT, PSDB e PSD, encabeçados por Paes e pelo deputado federal Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara, se reuniram para costurar uma aliança em torno do nome de Neves ou Santa Cruz. Um acordo chegou a ser firmado entre os partidos. Os partidos de Gilberto Kassab e de Carlos Lupi decidiram, no entanto, "em comum acordo", no início de abril, desfazer a aliança.

O ex-prefeito do Rio Cesar Maia (PSDB) se aproximou de Freixo. Levou consigo a maioria dos tucanos. Com isso, o PSD ficou isolado, sem capilaridade nos municípios do interior do Estado e derrapando nas pesquisas. O ex-presidente da OAB ainda tentava se viabilizar como um palanque alternativo para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Rio. O grupo de Paes chegou a procurar Lula. Mas a aproximação não avançou.

Para Santa Cruz, o processo de discussão da pré-candidatura do PSD foi importante para fortalecer o partido no Estado. "Esse foi um processo que fez o PSD mais forte sob a liderança de Paes. Peço que o Rodrigo olhe para os mais pobres, para a Baixada, São Gonçalo e zona oeste", afirmou Santa Cruz.

Os ex-ministros da Saúde Sajid Javid e das Relações Exteriores Jeremy Hunt anunciaram, neste sábado (9), suas candidaturas para suceder a Boris Johnson na liderança do Partido Conservador e no cargo de primeiro-ministro. O anúncio foi feito após novo ministro britânico das Finanças, Nadhim Zahawi, e o ministro dos Transportes, Grant Shapps, comunicarem que também estavam entrando na disputa.

A secretária das Relações Exteriores, Liz Truss, afirmou ao Mail on Sunday que também está se candidatando a se tornar a próxima líder do partido, prometendo que defenderá "princípios conservadores clássicos". Ela deve confirmar oficialmente sua candidatura amanhã.

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A revista Economist considerou, esta semana, Zahawi em primeiro lugar na fila de possíveis substitutos de Johnson. Zahawi é filho de refugiados iraquianos e foi levado ao Reino Unido aos 9 anos. Ele apoiou o Brexit e coordenou um bem-sucedido programa de vacinação, sendo considerado uma figura muito popular no partido.

Outro dos favoritos, o ministro da Defesa, Ben Wallace, descartou ontem a possibilidade de disputar as primárias ao indicar em sua conta no Twitter que está focado em manter a segurança do país.

Explicando suas aspirações à mídia, Zahawi prometeu que, se eleito, cortará impostos para as famílias e empresas, aumentará os gastos com defesa e implementará reformas na educação.

Zahawi, ex-ministro da Educação, substituiu Rishi Sunak na semana passada depois que ele renunciou ao cargo de ministro das Finanças em protesto contra a gestão de Johnson.

"Meu objetivo é simples: oferecer as oportunidades que foram dadas à minha geração, a todos os britânicos, quem quer que sejam e de onde venham", acrescentou Zahawi.

Promessas

Pouco antes, o ministro dos Transportes anunciou sua candidatura nas páginas do Sunday Times, onde afirmou sua intenção, caso venha a substituir Johnson, de preparar um orçamento emergencial para lidar com a inflação, que inclui cortes de impostos e subsídios para empresas com alto consumo de energia.

Ao Mail on Sunday, Truss disse que reduzirá o imposto sobre as empresas e introduzirá medidas para aliviar a crise do custo de vida.

Além de Zahawi, Shapps e Truss, Sunak anunciou sua candidatura, assim como o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Comuns, Tom Tugendhat, a procuradora-geral, Suella Braverman, e a ex-secretária de Estado para a Igualdade Kemi Badenoch.

Nesta segunda (11), o influente Comitê de 1922, que reúne deputados conservadores sem pasta, elegerá seu executivo e anunciará o calendário para eleger o novo líder. Segundo os regulamentos atuais, os candidatos devem declarar sua intenção de substituir Johnson, desde que tenham o apoio de pelo menos oito parlamentares conservadores. A partir de então, várias rodadas de votação começarão entre os deputados conservadores até que reste o candidato mais votado. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em uma reviravolta nos planos do PL, o presidente Jair Bolsonaro já escolheu data e lugar para lançar oficialmente sua candidatura à reeleição: 24 de julho, um domingo, no ginásio Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada ao Estadão/Broadcast por Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social do governo que integra a campanha de Bolsonaro.

Como mostrou mais cedo o Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o PL procurava um espaço em São Paulo para lançar oficialmente a chapa pura Bolsonaro-Braga Netto. A estratégia tinha como objetivo fortalecer o chefe do Executivo no maior colégio eleitoral do País e ainda dar impulso a Tarcísio de Freitas (Republicanos), pré-candidato bolsonarista a governador. Mas a campanha não encontrou locais disponíveis para um evento do porte desejado, com cerca de 10 mil pessoas.

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Outra proposta era manter o lançamento em Brasília, no ginásio Nilson Nelson. No entanto, o chamado "QG da reeleição", comandado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), passou hoje a argumentar pelo Rio de Janeiro. "É o berço político da família Bolsonaro e um colégio eleitoral mais importante do que o Distrito Federal. Lá, o presidente está praticamente empatado com Lula e precisa dar uma virada. Além disso, o governador é aliado do presidente", resumiu uma fonte do PL sobre as mudanças de planos.

De acordo com a mais recente pesquisa Datafolha, Lula tem 41% das intenções de voto no Estado contra 34% de Bolsonaro. A distância seria de 1 ponto porcentual no limite de margem de erro, de três pontos porcentuais. No Rio de Janeiro, o governador Cláudio Castro (PL) tenta a reeleição com apoio de Bolsonaro. Pelo Datafolha, ele tem 21% das intenções de voto na disputa pelo governo contra 22% do pré-candidato Marcelo Freixo (PSB).

Candidatura de Ciro será homologada no dia 20

A convenção nacional do PDT, que homologará a candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República, será realizada no dia 20 em Brasília.

Essa é a primeira data do prazo permitido para convenções pela legislação. O objetivo é aproveitar ao máximo o período eleitoral com a candidatura de Ciro oficializada.

A convenção será realizada na sede do PDT Nacional.

O pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, anunciou nesta sexta-feira, 1º, que fará, em 23 de julho, a convenção do partido que deve oficializar a entrada dele na disputa eleitoral. O pedetista não confirmou, no entanto, se anunciará o vice na chapa no mesmo dia.

"Meu vice ou minha vice só será escolhido ou escolhida em julho. Vamos delegar à Executiva Nacional do PDT a faculdade, até o último dia possível, que é dia 6 agosto, para as tratativas em relação ao meu vice ou à minha vice", disse Ciro em entrevista coletiva em Salvador.

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O presidenciável está na capital baiana para participar, neste sábado, das comemorações pela Independência da Bahia.

O pedetista não detalhou como estão as negociações para escolha do vice. Ele vive um processo de isolamento político e, até o momento, não anunciou apoio de outros partidos à sua candidatura. Isso abre a possibilidade de ter uma chapa puro-sangue, ou seja, composta apenas por nomes do PDT.

O prazo estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as convenções partidárias, que confirmam o lançamento das candidaturas presidenciais, vai de 20 de julho a 5 de agosto.

O senador licenciado Renan Calheiros (MDB-AL), avalia que a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência da República só trará perdas ao MDB caso seja mantida até o fim. Integrante da ala emedebista defensora de que a sigla apoie o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em primeiro turno, Renan afirmou disse, em entrevista ao Papo com Editor - programa do Broadcast Político, serviço de informação em tempo real do Grupo Estado - que fará "uma guerra interna", se necessário, "pela não homologação da candidatura" de Simone.

"Lamentavelmente, sim (a candidatura só representa perdas para o partido). A candidatura não agrega, não tem competitividade, não amplia os objetivos do partido, e o partido, em função dessa aliança com o PSDB, tem que abrir mão de algumas outras candidaturas", disse Renan, ao lembrar que o MDB abandonou a ideia de lançar candidato próprio ao governo do Rio Grande do Sul para assegurar apoio do PSDB a Tebet.

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O senador licenciado afirmou ainda esperar que o "bom senso prepondere" para que a sigla não homologue o nome da senadora ao Planalto. "Nós não estamos querendo fazer uma guerra interna de disputa pela não homologação da candidatura. Se isso for preciso, nós vamos fazer. Essa divisão a mais não ajuda efetivamente em nada. Nem à candidatura dela, nem tampouco ao partido e à necessidade de manter sua maior bancada no Senado, fazer uma grande bancada na Câmara e eleger o maior número de governadores", declarou.

"As convenções acontecerão apenas no início de agosto e, talvez, não seja efetivamente o caso de termos que homologar uma candidatura com 1% dos votos", defendeu Renan.

Reversão

Apesar da avaliação pessimista sobre a competitividade da senadora, ele disse torcer para que haja "reversão da fotografia das pesquisas", que mostram polarização cristalizada entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL) e a inviabilidade eleitoral de uma candidatura da terceira via.

Ao comentar sobre a possível chapa entre Tebet e o senador Tasso Jereissati (PSDB) na vice, o senador elogiou as "qualidades indiscutíveis" dos dois colegas, mas apontou que polarização aponta para tendência de voto útil que pode decidir a eleição em primeiro turno entre os dois primeiros colocados nas pesquisas.

"São dois nomes indiscutíveis do ponto de vista das qualidades pessoais, políticas. O problema não é esse, é a polarização que existe entre as duas principais candidaturas. Se você for observar a média das pesquisas, você vai verificar uma reta, e uma efetiva polarização. A terceira via nunca chegou nem perto do segundo candidato. O que podemos ter é um exercício efetivo de voto útil para que a eleição se decida no primeiro turno", avaliou.

Desespero

Na entrevista, Renan atribuiu a um "desespero diante da derrota inevitável na eleição" o projeto de lei enviado ao Congresso pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) que desvincula recursos do pré-sal do Fundo Social aplicados na saúde e na educação.

"Tudo o que puder fazer para sair da derrota inevitável na eleição, o Bolsonaro vai tentar fazer. Ele, no desespero, vai fazer tudo, habilitar esses recursos, que não estavam sendo devidamente utilizados, seriam apenas para o superávit do Tesouro, na eleição", criticou o senador.

Como mostrou o Broadcast Político, o projeto de lei autoriza a União a vender sua parcela do óleo do pré-sal de contratos de partilha geridos pela estatal PPSA e ainda desvincula as receitas que serão obtidas com a venda desses ativos do Fundo Social.

Criado em 2010, o Fundo Social é um fundo soberano, destinado a receber a parcela dos recursos do pré-sal que cabem ao governo federal, como royalties e participações especiais. O Congresso mudou a destinação dos recursos para vincular parte dos recursos para saúde e educação. Ao justificar a desvinculação, o governo diz que não haverá "prejuízo" às áreas.

Os 34 integrantes da executiva nacional do PSDB receberam na tarde desta terça-feira, 7, a confirmação de uma reunião na quinta-feira, 9, às 11hs, para definir o futuro da sigla na disputa presidencial.

O encontro ampliou a pressão para que o MDB e a pré-candidata da legenda, Simone Tebet (MS), convençam o diretório gaúcho do partido a abrir mão da candidatura do deputado estadual Gabriel Souza ao governo.

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Depois de uma longa negociação sobre os palanques regionais, o PSDB exigiu do MDB apoio ao candidato tucano no Rio Grande do Sul como contrapartida para abrir mão candidato próprio presidencial e apoiar Tebet. Ocorre que Souza se mantém como pré-candidato ao governo.

Em entrevista à CNN nesta terça-feira o parlamentar afirmou que não pretende desistir da pré-candidatura ao governo gaúcho.

A declaração foi feita após o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, pedir ao dirigente da legenda no Rio Grande do Sul, Fábio Branco, que se empenhe nas conversas com o PSDB para uma aliança local.

"Não pretendo abrir mão da candidatura. Não tenho nenhum tipo de plano de mudança e sigo com uma agenda de candidato", disse Souza à CNN.

O MDB gaúcho está dividido entre o grupo de Souza e a velha guarda da legenda, da qual fazem parte o ex-governador Germano Rigotto e o deputado federal Alceu Moreira.

O presidente do União Brasil, Luciano Bivar, vai lançar nesta terça, 31, oficialmente sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto ao mesmo tempo em que seu partido liberou seus filiados para apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL) logo no primeiro turno.

Integrantes da legenda dizem que Bivar só entrará na disputa para negociar mais adiante sua retirada, em troca de espaço em uma aliança. Afirmam, ainda, que a candidatura tem como objetivo rachar a terceira via e auxiliar na tentativa de reeleição de Bolsonaro.

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"O apoio ao Bolsonaro permanece. O acordo que fiz com o partido foi para que ele me deixasse livre para apoiá-lo", afirmou ao Estadão o governador do Amazonas, Wilson Lima, que trocou o PSC pelo União Brasil e vai tentar a reeleição.

Deputado federal por Pernambuco, Bivar já foi candidato a presidente em 2006, quando ficou em último lugar, com 0,06% dos votos válidos. Dono dos maiores fundos eleitoral e partidário, perto de R$ 1 bilhão, o União Brasil é alvo da cobiça de vários pré-candidatos a presidente, de Ciro Gomes (PDT) a Bolsonaro.

Em mais de uma ocasião, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, manifestaram o desejo de ter o novo partido - fruto da fusão entre o DEM e o PSL - na coligação do presidente.

O União Brasil já abriga muitos apoiadores de Bolsonaro. A deputada Clarissa Garotinho (RJ), por exemplo, é uma delas. Assim como o governador do Amazonas, Clarissa afirmou que Bivar não proibiu o apoio a Bolsonaro. "O Bivar tem deixado a bancada muito à vontade. Ele entende que todo mundo tem uma posição construída até aqui", disse.

Terceira via

Inicialmente, o União Brasil fazia parte do grupo da terceira via, composto pelo MDB, PSDB e Cidadania e dizia estar interessado em construir uma candidatura única para se contrapor a Bolsonaro e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No início deste mês, no entanto, a legenda decidiu sair do grupo e anunciou que lançaria a pré-candidatura de Bivar, mesmo sem acordo com os outros partidos. O MDB e o Cidadania já anunciaram apoio à pré-candidatura de Simone Tebet e a tendência é que a cúpula do PSDB siga o mesmo caminho.

Como mostrou o Estadão, a iniciativa de não se aliar às outras siglas da terceira via ocorreu após pressão do Palácio do Planalto, que ameaçou retirar cargos controlados por dirigentes do União Brasil.

O líder do partido na Câmara é o deputado Elmar Nascimento (BA), padrinho político do presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Marcelo Moreira Pinto. Relator do Orçamento de 2021, o senador Márcio Bittar (União-AC) também é, atualmente, um dos principais aliados de Bolsonaro no Congresso. Bittar foi um dos mais beneficiados pelo orçamento secreto, em que o pagamento de emendas de relator é feito a redutos eleitorais dos parlamentares, em troca de apoio ao governo no Congresso.

Aliança formal

Uma aliança formal com o PL de Bolsonaro, porém, é considerada muito difícil pela cúpula do União Brasil por causa de arranjos estaduais. O ex-prefeito de Salvador ACM Neto é um dos que mais tentam se descolar da imagem de bolsonarista. Pré-candidato a governador da Bahia, onde Lula tem altos índices de popularidade, e rival histórico do PT no Estado, Neto já disse que não dará palanque a nenhum candidato a presidente.

"Essa pré-candidatura não conflita com a posição de independência de cada Estado", afirmou o ex-prefeito de Salvador, que é secretário-geral do União Brasil. "No nosso caso aqui na Bahia, (a decisão) é de não ter candidatura à Presidência oficial. É deixar o palanque aberto", disse ele.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma ala do PSDB vai sugerir que o partido considere o ex-governador Eduardo Leite (RS) e o senador Tasso Jereissati (CE) como opções na disputa presidencial, criando um novo impasse na sigla após a desistência de João Doria.

O pedido contraria um acordo firmado pelas cúpulas do PSDB, MDB e Cidadania de apoio à senadora Simone Tebet (MDB-MS) como cabeça de chapa, como defende o presidente da sigla tucana, Bruno Araújo. Tasso também é citado por parte do PSDB como candidato a vice da emedebista, de quem é próximo no Senado.

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Uma reunião que aconteceria nesta terça-feira, 24, e sacramentaria o apoio tucano à pré-candidatura de Simone foi cancelada. Pelo roteiro planejado por Araújo, a ideia seria reunir a Executiva do PSDB nesta terça e anunciar uma aliança com Simone, que também contaria com o endosso do Cidadania.

O principal argumento do grupo que resiste a uma aliança com Simone neste momento é que a candidatura dela possa ser rifada pelo MDB no período das convenções, que vai de julho a agosto, o que deixaria o PSDB à deriva nas vésperas do início da campanha. O MDB contém alas regionais que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Temos que esperar a homologação por parte da Executiva do MDB do nome da Simone. Amanhã (terça-feira) o MDB se reúne, delibera sobre essa questão, não deixando nenhuma dúvida quanto a sua candidatura para que depois a gente faça isso diante da Executiva (do PSDB)", disse o secretário-geral do PSDB, deputado Beto Pereira (MS), ao Estadão.

Mesmo com o adiamento da reunião do PSDB, a Executiva do MDB vai confirmar, nesta terça-feira, 24, a pré-candidatura de Simone Tebet à Presidência. As alianças, porém, devem ser anunciadas mais adiante.

Simone ganhou o apoio do ex-presidente do MDB Romero Jucá (RR). "O MDB precisa ter a condição de colocar para a sociedade brasileira o que pensa e o que defende na economia, na política, nos programas sociais. Partido que não disputa eleição não forma time", disse Jucá.

O ex-senador comemorou a possibilidade de o PSDB e o Cidadania apoiarem a pré-candidatura de Tebet, embora haja divergências nesses partidos sobre os próximos passos. "O apoio do PSDB e do Cidadania é muito importante. Portanto, temos aí a construção de um caminho alternativo posto pela sociedade brasileira", afirmou.

Há consenso dentro das Executivas do MDB e do Cidadania por apoio a Tebet, mas um grupo do PSDB, composto pelos ex-presidentes do partido Aécio Neves e José Aníbal, ainda tenta fazer valer a ideia de candidatura própria tucana.

Aníbal citou Leite e Tasso como opções, mas admitiu que Tasso ainda precisa ser convencido a disputar o Planalto. Durante reunião do partido na semana passada, o senador disse que "não está no projeto de vida" ser candidato a presidente e nem a vice de Tebet. "Tasso tem muita resistência e até resistência da família, mas vamos esperar", afirmou Aníbal.

Já Araújo afirmou que o PSDB não deve ter candidato próprio à Presidência. "Claro que como presidente do PSDB eu gostaria muito que tivéssemos uma candidatura própria, mas há algo maior do que tudo isso, há algo maior que a vontade de João Doria, algo maior que minha vontade", disse em entrevista coletiva em São Paulo após o pronunciamento de Doria.

"O Brasil não precisa de mais divisão interna. O gesto de João Doria hoje nos obriga moralmente. Nos mostra que o projeto está acima de tudo, e quem fizer um movimento diferente desse está demonstrando que tem mais compromisso com si mesmo do que com um projeto de Brasil", completou.

Araújo chegou a ser escolhido coordenador da pré-campanha de Doria, mas passou a trabalhar contra a candidatura presidencial do paulista. A avaliação é que a rejeição de Doria atrapalharia os planos de reeleição do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), e consequentemente tiraria um tucano do comando do maior Estado do País.

Já o senador Renan Calheiros (MDB-AL) minimizou o peso de eventual aliança do PSDB com Simone e disse que a legenda deve apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou liberar os diretórios.

"O que significa o apoio do PSDB? O PSDB acabou de 'cristianizar' o candidato que legitimamente ganhou as prévias", declarou Renan ao Estadão, numa referência à desistência do ex-governador de São Paulo João Doria, após ser abandonado pelo partido. "Não tem nenhuma vinculação com essa questão de PSDB, de Doria. O MDB gostaria muito de ter um candidato competitivo, de modo a ajudar a alavancar os palanques estaduais. Qual o desafio? Mudar a fotografia das pesquisas. Se isso não acontecer, não se justifica a candidatura", completou ele.

O presidente do Cidadania, Roberto Freire, afirmou que o grupo que rejeita uma aliança com Tebet é minoritário e que uma aliança será anunciada formalmente amanhã.

"Nós tivemos uma reunião e fizemos um indicativo. Esse gesto de João Doria tem a ver com o indicativo que foi feito, ele julgou que ser a favor do Brasil neste momento é retirar a candidatura dele. Não fez isso para nada, não, para que a gente continuasse discutindo candidato", disse Freire ao Estadão.

Sobre a possibilidade de o PSDB ou o Cidadania indicarem o candidato a vice, o dirigente afirmou que o assunto ainda vai ser melhor debatido. "Quem é que está com vice? O único que tem é Lula e que fez por pressões internas mal esclarecidas. Temos tempo", declarou. O PSDB e o Cidadania vão formar uma federação, o que significa que precisam ter a mesma posição em todas eleições nacionais, estaduais e municipais por quatro anos, além de precisarem agir como uma bancada só no Congresso.

Pressionado por partidos da terceira via para desistir de sua pré-candidatura ao Planalto, o ex-governador João Doria (PSDB) convocou um pronunciamento para o fim da manhã desta segunda-feira, 23. O tucano disputa a vaga de candidato único do grupo que reúne MDB, PSDB e Cidadania, mas a cúpula das três legendas já indicou que quer a senadora Simone Tebet (MDB) nas urnas em outubro.

Na última quarta-feira, 18, os presidentes dos partidos "rifaram" Doria e endossaram o nome da emedebista após uma pesquisa interna indicar que a rejeição menor a Tebet dava mais condições a ela, que ao ex-governador de São Paulo, de tentar quebrar a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Doria contesta a decisão e já mostrou disposição para recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma vez que sua pré-candidatura foi oficializada em prévias no PSDB em novembro do ano passado, quando derrotou o então governador gaúcho, Eduardo Leite. Em carta enviada ao presidente do PSDB, Bruno Araújo, o ex-governador acusou o comando do partido de querer promover um "golpe" para retirar seu nome "no tapetão". Entenda a polêmica envolvendo a sua candidatura aqui.

Finlândia e Suécia apresentarão conjuntamente suas candidaturas à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), na quarta-feira (18) - anunciaram os dois países nórdicos nesta terça, apesar da ameaça de um bloqueio por parte da Turquia.

Com a aprovação, por uma esmagadora maioria de mais de 95%, do Parlamento finlandês, está tudo pronto para a entrega simultânea dos pedidos de adesão de ambos os países na sede da Aliança Atlântica, em Bruxelas.

Isso acontecerá na quarta-feira, anunciou a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, ao lado do presidente finlandês, Sauli Niinistö, em uma visita de Estado a Estocolmo.

"Estou feliz que tenhamos tomado o mesmo caminho e que possamos fazer isso juntos", disse ela.

A dupla nórdica viajará para Washington na quinta-feira (19)m, para se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou a Casa Branca.

Enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, pareceu se calar na segunda-feira sobre possíveis retaliações à adesão sueco-finlandesa, o principal obstáculo agora parece vir de dentro da Aliança.

A Turquia, cuja ratificação é imperativa, como a dos outros 30 membros da Otan, reafirmou ontem sua hostilidade à entrada de Suécia e Finlândia, apesar das discussões diplomáticas durante o fim de semana.

Ancara "não vai ceder", declarou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusando a Suécia de ser "o berçário de organizações terroristas" e de ter adotado sanções contra seu país.

Analistas acreditam que a Turquia busque vantagens em troca de sua autorização, como, por exemplo, o levantamento da recusa dos Estados Unidos em vender-lhes caças F-35.

Ancara critica Suécia e Finlândia por não aprovarem seus pedidos de extradição de pessoas que acusa de serem membros de "organizações terroristas", como o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) curdo, ou por terem congelado as exportações de armas para a Turquia.

- "Otimista" -

Apesar destas disputas, o presidente finlandês disse estar "otimista" em obter o apoio da Turquia, por meio de "discussões construtivas".

"A Suécia deseja trabalhar com a Turquia na Otan, e esta cooperação pode ser um elemento da nossa relação bilateral", declarou Andersson, assegurando que Estocolmo "está empenhada na luta contra todas as formas de terrorismo".

Consequência direta da invasão da Ucrânia pela Rússia, as candidaturas de Finlândia e Suécia avançaram nesta terça-feira. No final de uma sessão parlamentar de dois dias, o projeto de adesão foi aprovado pelo Parlamento finlandês por 188 votos a favor, oito contra e nenhuma abstenção.

"É um resultado excepcional, não esperava que fosse tão claro. A votação é clara, chega de discussão", comemorou o chanceler finlandês, Pekka Haavisto, antes de assinar o formulário de candidatura de seu país.

A ministra das Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde, assinou o formulário de inscrição da Suécia esta manhã, durante uma cerimônia.

Após uma guinada a favor da adesão, Suécia e Finlândia consideram necessário colocar-se sob o guarda-chuva da Otan, diante de uma Rússia capaz de invadir militarmente um de seus vizinhos.

Com isso, os dois países virariam a página de décadas de neutralidade e de não alinhamento militar, em busca de garantias de segurança de seus vizinhos nórdicos e das principais potências da Otan nas últimas semanas. Apenas os membros da Aliança se beneficiam do famoso artigo 5º de proteção mútua, não os candidatos.

Neste sentido, o chanceler alemão, Olaf Scholz, garantiu que seu país "intensificaria" sua cooperação militar com as duas nações nórdicas.

A França garantiu que "ficará ao lado da Finlândia e da Suécia", em caso de agressão.

"Qualquer Estado que pretenda pôr a solidariedade europeia à prova, mediante uma ameaça, ou agressão, à sua soberania por qualquer meio, deve ter a certeza de que a França estará ao lado da Finlândia e da Suécia", escreveu a Presidência francesa em um comunicado à imprensa.

Em geral, a adesão à Otan leva vários meses. A Suécia disse esperar que o processo leve no máximo um ano.

A dois dias do prazo estabelecido pelo colegiado do MDB, PSDB e Cidadania para o anúncio do nome que pode representar os três partidos em conjunto nas urnas, a pré-candidata emedebista à Presidência, senadora Simone Tebet (MS), disse nesta segunda-feira, 16, que respeitará o resultado e que seguirá em campanha, mesmo na hipótese de seu adversário no grupo, o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), judicializar o resultado caso saia derrotado.

"Nós aceitamos as regras do jogo e amanhã temos o resultado dela. Se porventura o meu nome for indicado na (pesquisa) quali, eu serei pré-candidata pelo meu partido, independente de outros partidos se somarem conosco ou não", afirmou a senadora, durante palestra em ciclo de debates promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A fala é a primeira reação pública da emedebista após o acirramento da crise no PSDB neste fim de semana.

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Doria sinalizou aos tucanos que pode recorrer à Justiça Eleitoral para questionar uma eventual decisão da Executiva Nacional do PSDB a favor de Tebet como representante do grupo à Presidência. As siglas buscam se viabilizar como a chamada terceira via contra a polarização colocada entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Aliados do ex-governador acusam a sigla de "golpe", após a contratação de pesquisas qualitativas e quantitativas pelas cúpulas do seu partido, do Cidadania e do MDB para a definição de uma chapa única na disputa pela Presidência. Doria argumenta que o PSDB não pode recuar da decisão tomada pelas prévias da sigla, chancelando o nome do ex-governador como pré-candidato do partido.

Já parte da Executiva e o presidente do PSDB, Bruno Araújo, avaliam que a candidatura própria e o nome de Doria só serão definitivos mediante decisão da convenção nacional do partido; todas as siglas devem validar seus candidatos a qualquer cargo em disputa entre os dias 20 de julho e 5 de agosto.

"Se ele não aceitar os resultados da pesquisa, e eu for a escolhida, eu sigo firme e forte", disse Tebet. Em pesquisa PoderData publicada nesta segunda-feira, 16, Doria aparece à frente das intenções de voto para presidente com 4% ante a 2% da senadora. Entretanto, dados de rejeição do eleitorado favorecem a emedebista.

Simone Tebet ainda destacou que a reconstrução do Brasil passa por "partidos sólidos e a boa política" e que não há nada "fora" da política: "Antes, a gente tinha essa anomia social, a sociedade entendeu que a política resolveria seus problemas e apostou em outsiders".

Com ataques à política ambiental e ao desgaste da democracia por parte do presidente e aos escândalos de corrupção do PT, Tebet diz que faz parte de um movimento que oferece alternativas a Bolsonaro e Lula. Entre as prioridades de seu programa de governo, a emedebista destacou a importância da reforma tributária.

O pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, divulgou nesta quarta-feira (11) um vídeo nas redes sociais para reafirmar que manterá sua candidatura "até o fim". "E vencerei no 2º turno", diz.

O pedetista argumentou que, sem sua candidatura, a polarização aumentaria no momento em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estagnou e Jair Bolsonaro (PL) se sustenta nas pesquisas de intenção de votos para a Presidência.

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"Se não fosse assim, por que um presidente que não governa, que não consegue controlar a inflação, o desemprego, a corrupção, a fome e a miséria se mantém competitivo? Unicamente porque a sombra de Lula e do petismo obscurecem o cenário".

A manifestação ocorre um dia depois de o Estadão revelar que Lula entrou pessoalmente nas articulações com o objetivo de atrair o PDT para a aliança em torno de sua candidatura, aumentando a pressão para que Ciro desista da disputa.

A cúpula do PT tem oferecido apoio a mais candidatos do PDT nos Estados, dispondo-se até mesmo a desfazer acertos firmados anteriormente. Na lista das ofertas estão o Rio de Janeiro - onde a Executiva petista já aprovou a aliança com o deputado Marcelo Freixo (PSB) ao governo -, o Ceará e o Maranhão.

A bancada tucana no Congresso Nacional anunciou nesta terça-feira, 10, que apoia uma candidatura única de PSDB, MDB e Cidadania à Presidência. O movimento dos parlamentares vem cinco dias após parte deles ter se reunido com o ex-governador João Doria, pré-candidato da sigla ao Palácio do Planalto, em Brasília.

"A bancada de deputados federais e senadores do PSDB decidiu, na manhã desta terça-feira, legitimar o presidente nacional do nosso partido, Bruno Araújo, a avançar nas conversas com o MDB e o Cidadania buscando uma candidatura única, posto que, na atual conjuntura, eventuais candidaturas isoladas destes partidos tendem a perder força no cenário nacional", diz nota assinada pelo líder do partido na Câmara, Adolfo Viana (BA), e o do Senado, Izalci Lucas (DF).

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Em 5 de maio, Doria participou de um jantar na casa de Viana, em Brasília. O ex-governador gostou do encontro, que não incluiu o deputado Aécio Neves (MG), o principal opositor de sua candidatura dentro do PSDB. "Foi uma longa e positiva reunião. Faremos reuniões conjuntas a cada duas semanas aqui em Brasília", disse Doria. Ele foi cobrado pelo pouco contato com a bancada tucana e pelo baixo desempenho nas pesquisas de intenção de voto.

A terceira via, grupo de partidos que tenta romper a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), ainda não ganhou tração na disputa eleitoral. Além disso, não há consenso ainda sobre quem será a cabeça de chapa. A ideia era lançar em 18 de maio um nome único ao Planalto, que reunisse PSDB, MDB, Cidadania e União Brasil.

Na semana passada, contudo, o partido formado com a fusão entre DEM e PSL abandonou a terceira via. A decisão enfraqueceu o grupo, já que o União Brasil é o partido com a maior fatia do fundo eleitoral. A legenda decidiu apostar na candidatura solo de seu presidente nacional, o deputado Luciano Bivar (PE).

O PSDB também enfrenta divergências internas. Uma ala do partido não apoia a candidatura de Doria. Em novembro passado, o ex-governador de São Paulo venceu as prévias eleitorais do partido, contra o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, mas não conseguiu unir a legenda em torno de seu nome. Desde então, foram várias as tentativas de substituir Doria por Leite, que chegou a ensaiar uma campanha paralela, com viagens pelo País e articulação nos bastidores.

No MDB, o nome da senadora Simone Tebet (MS) é defendido pelo presidente do partido, Baleia Rossi, e por figuras simbólicas como o ex-presidente Michel Temer, mas enfrenta a resistência de caciques da legenda, principalmente no Nordeste, como o senador Renan Calheiros (AL) e o ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (CE).

O Cidadania, por sua vez, decidiu formar uma federação partidária com o PSDB. A federação cria uma "fusão temporária" entre as legendas que precisa durar pelo menos quatro anos, desde as eleições até o final do mandato seguinte, o que pressupõe candidatura única a cargos majoritários como o de presidente e o de governador.

O ex-ministro José Dirceu (PT) disse em entrevista à revista Veja acreditar que o PDT pode revisar a candidatura do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, para selar um apoio ao ex-presidente Lula (PT) já no primeiro turno das eleições deste ano contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

A declaração de Dirceu revoltou Ciro que, por meio de sua conta no Twitter, relembrou o envolvimento do PT nos escândalos do mensalão e petrolão. O ex-governador assegurou que José Dirceu não tem nenhuma influência em sua campanha.

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"De uma coisa eu tenho certeza: seja qual for o que Dirceu esteja falando, ele nunca teve - e jamais terá - qualquer influência no PDT. Muito menos na minha candidatura. Ela seguirá crescendo, inabalável, porque pertence aos que amam de fato o Brasil. E não o seu próprio umbigo", publicou.

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Pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes admitiu, na segunda-feira (11), que precisa demonstrar que é um nome viável até maio ou junho para conseguir apoio de outros partidos. O ex-ministro tem conversado e busca alianças com o União Brasil e o PSD. "Eu preciso demonstrar para eles que eu sou viável", afirmou Ciro.

"Se eu conseguir, como estou conseguindo, chegar ali por maio, junho, demonstradamente o cara mais viável contra o que representa o Lula e o Bolsonaro em polarização, ódio e desagregação do País, eu tenho chance de capturar alguns pedaços da organização partidária brasileira", disse.

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A declaração foi dada durante palestra no think tank Atlantic Council, em Washington, após pergunta feita pela reportagem do Estadão. Ciro aparece em terceiro lugar, com 9% das intenções de voto, na mais recente pesquisa Ipespe, a primeira divulgada após a saída de Sérgio Moro do Podemos e a filiação ao União Brasil, onde o ex-juiz enfrenta resistências e deixou de ser considerado pré-candidato à Presidência.

O pedetista está bem atrás de Lula (34%) e Bolsonaro (30%), mas à frente de outros nomes que tentam se garantir na chamada terceira via, como o tucano João Doria (6%), e a emedebista Simone Tebet (2%). "Eu tenho conversado, sim, com a direção do União Brasil", disse Ciro. MDB, PSDB, União Brasil e Cidadania pretendem anunciar um candidato único ao Planalto em maio.

MÃO DUPLA

Ciro disse que PDT deu apoio a políticos do antigo DEM (que se fundiu com o PSL para formar o União Brasil), como Ronaldo Caiado (Goiás) e Mauro Mendes (Mato Grosso). "Portanto é uma conversa que já vem de longa data", destacou.

"E o PSD é de um velho amigo meu, (Gilberto) Kassab, e eu já fui adiante e apoiei o prefeito (Alexandre) Kalil, de Belo Horizonte, eu tenho uma amizade antiga e uma afinidade imensa com o Eduardo Paes no Rio de Janeiro", disse o pré-candidato, a uma plateia presencial e virtual de analistas brasileiros e americanos.

Em entrevista recente ao Broadcast Político, o presidente Nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou que para fortalecer a candidatura de Ciro ao Planalto, seu partido tem conversado "corriqueiramente" com União Brasil e PSD, que poderiam indicar um vice na chapa com o pedetista.

A chapa de Lula (PT) com Geraldo Alckmin (PSB) como vice deve ser fechada nesta sexta-feira (8). Uma reunião entre as lideranças dos partidos em um hotel de São Paulo deve debater sobre a candidatura à Presidência e definir qual das legendas sairá com candidato ao Governo de São Paulo, segundo o jornal Folha de S. Paulo.

Após construir carreira no PSDB, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, passou a ser especulado como o possível vice do ex-presidente Lula para o pleito deste ano. No mês passado, os rumores aumentaram com sua filiação ao PSB, que contou com a presença da presidente nacional do PT Gleisi Hoffmann.  

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A chapa ainda não deve ser lançada oficialmente e a candidatura de Lula só deve ser confirmada nas convenções partidárias, entre 20 de julho e 5 de agosto.

Governo de São Paulo

Em São Paulo, os dois pré-candidatos mais bem cotados são Fernando Haddad (PT), com 29% das intenções de voto segundo a última pesquisa DataFolha, e Márcio França (PSB) com 20%.

A reaproximação entre os partidos e a preferência do eleitorado pelo petista aponta que França deve abandonar a disputa para concorrer ao Senado. Nesse cenário, ele permanece em segundo lugar, atrás de José Luís Datena (PSC).

Uma eventual saída de Sérgio Moro (União Brasil) da lista de pré-candidatos à Presidência pode ajudar a reconfigurar composições políticas no campo da terceira via, mas, segundo pesquisas de intenção de voto divulgadas nos últimos meses, a distribuição de seu potencial eleitorado não consegue romper o cenário polarizado entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Análise da XP Política com base nas duas últimas pesquisas do Ipespe aponta que, na prática, a desistência do ex-juiz distribuiria poucos pontos porcentuais. Nas pesquisas de intenção de votos, o ex-juiz aparecia com, no máximo, 9% das intenções de votos.

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Dos pré-candidatos, quem mais herdaria as intenções de votos de Moro seria Ciro Gomes (PDT), com 17%. Depois, Jair Bolsonaro, de quem Moro foi ministro, com 15%. O pré-candidato do PSDB, João Doria, ficaria com 12%. O resultado seria tímido, se comparado com o eleitorado total. Ciro, por exemplo, subiria apenas 1,4 ponto porcentual sem Moro na disputa. Bolsonaro ganharia 1,3, e Doria, 1. Isso acontece porque, segundo a XP Política, 40% deste eleitorado migraria para o não voto quando o ex-juiz é retirado da simulação, sobrando um contingente enxuto de eleitores para os concorrentes.

BOLSONARO

O sociólogo e cientista político Antonio Lavareda afirmou que o grande beneficiado pela saída de Moro é Bolsonaro. Para ele, o resultado da distribuição de votos consolida Ciro Gomes na terceira posição, mas a quantidade de eleitores que apoiariam outros nomes é muito pequena comparada ao ganho indireto do presidente. "Saiu um competidor do eleitorado centro-direita, que é original do Bolsonaro, e sobretudo saiu alguém que ia empunhar a bandeira da Lava Jato contra ele na campanha eleitoral", disse. O especialista também aponta que, agora, Bolsonaro tem campo livre para ele mesmo empunhar a bandeira lavajatista contra Lula.

O cientista político Marco Antonio Carvalho Teixeira corrobora que os ganhos serão pouco significativos e entende que o menor beneficiado com a distribuição deve ser Lula. "O eleitor de Moro tende a ser antilulista. Quem não ganha é o Lula, mas pode ser que Bolsonaro pegue a maior parte e outra se distribua entre os demais candidatos", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um dia depois do agora ex-governador João Doria (PSDB) dizer que houve um planejamento prévio para que o presidente do partido, Bruno Araújo, tivesse de se manifestar publicamente em apoio a seu nome para a disputa ao Planalto, o dirigente partidário minimizou, nesta sexta-feira, 1º, a carta divulgada por ele ontem.

"Em política tem algo que vale mais do que papel e carta, que são os fatos e acontecimentos", disse Araújo aos jornalistas na saída do evento de filiação do deputado Rodrigo Maia (RJ) ao PSDB em São Paulo. Ainda segundo o presidente do PSDB, a candidatura do partido está contida em um "projeto maior" e Eduardo Leite, ex-governador do Rio Grande do Sul, teve um comportamento "extremamente decente".

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Doria venceu Leite nas prévias presidenciais no ano passado, mas o gaúcho continua se movimentando para ser o presidenciável tucano.

Na quinta-feira, 31, após simular que permaneceria como governador, Doria falou em "estratégia política". Hoje, minimizou. "Não é estratégia, é objetivo. O objetivo do PSDB é servir o Brasil (...) O PSDB é uma família, e em uma família você não tem unidade todos os dias. Nem por isso deixa de compor um lar", afirmou.

Federação

No evento, que não contou com a presença do governador Rodrigo Garcia (PSDB), Doria defendeu o nome do presidente do PSDB para assumir o comando da federação que vai surgir da união com o Cidadania. "Bruno tem o meu apoio e o apoio de todos para ser o presidente da federação. Não há nenhuma contestação. Não há nenhum clima de hostilidade. Há um clima de entendimento. Isso é parte do processo democrático", disse.

Araújo afirmou que a executiva da federação terá 19 membros - 14 do PSDB e 5 do Cidadania. O PSDB vai presidir a federação. Vão participar os líderes da Câmara e Senado, das maiores bancadas, Minas Gerais e São Paulo, quatro mulheres de regiões diferentes e um representante de cada região importante para o partido.

Na semana que vem Araújo, Baleia Rossi (MDB) e Luciano Bivar (UB) vão se reunir em Brasília para discutir os passos seguintes e definir critérios para afunilar a terceira via.

O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub renunciou ao cargo de diretor executivo do Banco Mundial em Washington, segundo fontes. Um comunicado com a informação circulou entre a alta cúpula da organização na quinta-feira (31).

A renúncia será efetiva a partir do dia 30 de abril. O mandato de Weintraub como diretor executivo duraria até 31 de outubro. Em fevereiro, o ex-ministro se filiou ao partido Brasil 35, antigo Partido da Mulher Brasileira, e tem tentado se viabilizar como candidato ao governo de São Paulo.

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Weintraub foi indicado pelo governo de Jair Bolsonaro ao Banco Mundial em junho de 2020, para assumir a direção executiva que representa Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago. Ele teve mandato renovado em outubro do mesmo ano. No cargo, recebeu salário mensal de cerca de US$ 22 mil (o equivalente a R$ 110 mil).

Integrante da chamada ala ideológica do governo e amigo dos filhos do presidente, Weintraub saiu às pressas do Brasil em 2020 após acumular crises nos 14 meses em que esteve à frente do Ministério da Educação e após a divulgação de vídeo de reunião ministerial na qual ele defendeu a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), os quais chamou de "vagabundos".

No Banco Mundial, foi alvo de pedidos de investigação por parte da comissão de funcionários do organismo, por postura considerada incompatível com o cargo, como a divulgação de desinformação sobre Covid-19 e engajamento em posição política nas redes sociais.

A reportagem do Estadão entrou em contato com Weintraub, que não respondeu.

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