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Morreu em São Paulo, na madrugada deste sábado (14), o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, fundador do grupo Caoa, aos 77 anos. Com a saúde debilitada por causa de um tratamento de saúde, ele morreu dormindo, na casa onde morava, ao lado da esposa e dos filhos. A Caoa, que é um dos maiores grupos automobilísticos do país, seguirá sob a gestão dos demais executivos, segundo nota da empresa (leia na íntegra abaixo).

A companhia lamentou a perda de Carlos Alberto, que também era presidente do conselho diretor interno. "Dr Carlos foi médico e um empreendedor magistral, tendo atraído importantes marcas para o portfólio da CAOA, como a Ford, a Hyundai, a Caoa Chery e a Subaru, tendo se tornado um ícone para a Indústria Automobilística Brasileira", diz trecho do documento.

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O velório será no Cemitério do Morumbi, em São Paulo, a partir das 14h30, seguido do sepultamento às 17h30.

Trajetória

Carlos Alberto de Oliveira Andrade nasceu em Campina Grande, na Paraíba, em uma família de 17 irmãos. Antes de entrar para o ramo automobilístico, cumpria exercício médico como cirurgião, após se formar em Medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Em 1979, decidiu fundar a Caoa (sigla que leva as iniciais do seu nome) em Campina Grande. Tudo começou quando Carlos Alberto decidiu comprar um Ford Landau na concessionária da marca. A revendedora faliu, mas Carlos negociou a quitação do veículo pela titularidade da empresa. Com o negócio feito, fundou a Caoa e em cerca de 6 anos se tornou dono da maior revendedora de carros da Ford do país.

Nota da Caoa

"É com profundo pesar que informamos o falecimento do nosso fundador e Presidente do Conselho, Dr. Carlos Alberto de Oliveira Andrade, na manhã de hoje.

Dr. Carlos estava com a saúde debilitada por conta de um tratamento de saúde e faleceu durante o sono ao lado de sua esposa e filhos.

A empresa, de acordo com o plano de sucessão e governança, continua a ser gerida por seus atuais executivos, que lamentam o falecimento de seu fundador e se solidarizam com a família neste momento.

Dr. Carlos foi médico e um empreendedor magistral, tendo atraído importantes marcas para o portfólio da CAOA, como a Ford, a Hyundai, a CAOA CHERY e a Subaru, tendo se tornado um ícone para a indústria automobilística brasileira.”

Um grupo de empresas dos setores de energia, automotivo, tecnologia e de postos de combustível se prepara para uma ofensiva em prol dos carros elétricos e híbridos no Brasil. A visão do grupo é que o País não pode ficar muito atrás na eletrificação automotiva caso queira se integrar às diretrizes da indústria global.

Uma das ações será o lançamento, até o fim do ano, de uma rede de postos de recarga rápida, que permite que 80% da bateria seja carregada em até meia hora. O grupo também aguarda anúncio da produção do primeiro carro elétrico no País.

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O movimento ocorre num momento em que governos e várias montadoras da Europa, China e Estados Unidos anunciam planos ambiciosos de eletrificação de suas frotas e estabelecem prazos para encerrar a produção de veículos a combustão, principalmente para atender metas de emissão de poluentes.

A discussão de como tornar viável o mercado de carros não poluentes também é tema do Salão de Veículos Elétricos, de hoje a sábado no Expo Center Norte, em São Paulo. No evento, organizado pela Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), visitantes podem testar elétricos vendidos no País.

O Rota 2030 - nova política industrial para o setor automotivo, com duração de 15 anos - deve estabelecer regras para incentivar a venda de elétricos e híbridos no País, mas isso talvez não ocorra na primeira fase do programa, que deve ser anunciada no início de outubro.

"A discussão é complexa e deve ficar para o médio prazo", disse Luiz Miguel Batuira, do Ministério da Indústria (Mdic). Há três semanas foi criado um grupo com representantes do governo e empresas para avaliar a inserção brasileira nessa mudança tecnológica que abre caminho para os autônomos.

Produção

Várias empresas aguardam a decisão do governo para confirmar projetos. As montadoras chinesas BYD e Chery anunciaram intenção de produzir carros elétricos no País. A japonesa Toyota tem projeto para o híbrido Prius. Alegam, porém, que investimentos só se justificam para produção de 3 mil a 5 mil unidades ao ano. E demanda, dizem, se cria com incentivos, como ocorre nos outros países. O presidente da Chery, Luis Curi, disse que o grupo deve concluir em 2018 estudo de viabilidade para a produção local do compacto QQ elétrico. "Dependendo do resultado poderemos iniciar a montagem em 2019, primeiro para frotistas e taxistas".

A BYD, fabricante de ônibus elétricos em Campinas (SP), iniciará em outubro a venda do sedã elétrico e5, importado da China. Vai custar cerca de R$ 220 mil. "Se tiver volume que justifique, vamos produzir no Brasil", disse Adalberto Maluf, diretor da empresa. A marca já trouxe ao País 50 minivans e6 para taxistas. Recentemente, entregou um e5 e um e6 para a Guarda Civil de São Paulo. Segundo ele, a BYD mantém 40 postos de recarga no País. A BMW tem 41 postos. A marca já vendeu 200 elétricos i3 e híbridos i8 a preços entre R$ 159 mil e R$ 800 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A montadora chinesa Chery pretende iniciar, em 2016, exportações do modelo Celer, produzido em Jacareí (SP). O primeiro cliente será a Argentina, onde está em processo de homologação. A empresa também negocia com Colômbia, Peru e Uruguai.

A previsão é que ao menos mil unidades sejam exportadas em 2016. O volume deve aumentar quando a Chery passar a produzir no País o compacto QQ e o utilitário Tiggo 5, ambos previstos para o próximo ano.

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O grupo iniciou operações em fevereiro, em plena crise econômica e política, e opera com 10% de sua capacidade, de 50 mil carros anuais. Luis Curi, vice-presidente da Chery do Brasil, disse que a produção este ano será de apenas 5 mil veículos. Para o próximo, a previsão é de 8 mil a 10 mil unidades, das quais mil serão exportadas.

"Este ano não foi fácil, mas estamos aprendendo com os erros", disse Curi. Um deles foi ter iniciado a produção com um modelo de pequeno porte, segmento que mais perdeu vendas em razão da queda da renda da população e da falta de crédito.

A aposta agora é nos utilitários-esportivos, segmento que vem crescendo com a chegada de novos produtos, como o Honda HR-V e o Jeep Renegade. A ideia é ter três versões do Tiggo em produção até 2017.

O grupo mantém o projeto de ter um parque de fornecedores com 25 empresas próximo à fábrica, a maioria deles chineses. Oito já estão em fase adiantada de negociações, disse Curi.

Para melhorar a imagem de segurança dos carros da marca, Curi informou que, em 2016, exemplares serão enviados para o Latin NCAP, entidade independente que testa a segurança dos veículos da região. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Chery vai investir R$ 400 milhões na construção da terceira linha de montagem na fábrica de Jacareí (SP). Segundo adiantou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o vice-presidente da montadora no Brasil, Luis Curi, a nova linha será destinada à produção do SUV Tiggo 5 e terá capacidade para montar até 30 mil unidades por ano.

A expectativa da empresa é de que as obras comecem em setembro e fiquem prontas em 18 meses. Quando estiver em operação, a nova linha deve gerar 220 postos de trabalho na planta, que tem atualmente cerca de 500 funcionários.

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Dos R$ 400 milhões que serão investidos, o vice-presidente da Chery explicou que cerca de R$ 150 milhões serão destinados à compra de equipamentos; R$ 130 milhões para engenharia; R$ 80 milhões para obras físicas de expansão; R$ 20 milhões para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e R$ 20 milhões para capital de giro.

Todo o montante a ser investido virá de capital próprio da matriz da montadora na China. "Por enquanto, a fábrica daqui ainda é só prejuízo", diz o executivo.

Curi ressalta que o Tiggo 5 deve ter algumas diferenças do modelo produzido na China. Antes do início da produção nacional, o modelo deve chegar ao Brasil importado da matriz. De acordo com o executivo, a previsão é de que o modelo importado comece a ser vendido entre outubro e novembro. Antes disso, a Chery deve lançar o New QQ importado, que também começará a ser produzido no País ainda em 2015.

A linha de montagem do Tiggo 5 será a terceira na fábrica de Jacareí, inaugurada em agosto de 2014. Desde fevereiro, a montadora já produz o Celer em série. Segundo Curi, atualmente são fabricadas cerca de 40 unidades do modelo por dia, produção abaixo da capacidade de 80 carros. A segunda linha de montagem, a do modelo QQ, já está pronta e deve começar a operar no último trimestre deste ano, com capacidade para produzir até 25 mil unidades por ano. Essa linha, diz o executivo, deverá gerar 200 postos de trabalho.

Melhores opções

"A matriz da Chery na China vê o Brasil, ao lado da Rússia, como uma de suas melhores opções de negócio", afirmou Curi, ao justificar o investimento da Chery no País em um período de crise da indústria automotiva nacional. Para o executivo, apesar da queda de 18,4% na venda de automóveis e comerciais leves novos em 2015 até junho, a montadora acredita que o retorno a níveis de quatro anos atrás é "totalmente factível". "Acreditamos que existe mercado para crescer, desde que cresça a renda", disse.

Para o executivo, uma possível retomada das vendas internas deve ficar para 2017, quando ele prevê um mercado "mais calmo". "2016 também deve ser um ano de ajustes, embora menos impactantes, mas ainda de ajustes", acrescentou, prevendo um mercado de 2,7 milhões de unidades no próximo ano.

Para 2015, o vice-presidente da Chery estima que deverão ser emplacados cerca de 2,5 milhões de automóveis e comerciais leves, o equivalente a queda de quase 30% ante os 3,5 milhões emplacadas no ano passado.

Anúncio oficial

O anúncio oficial do lançamento da nova linha de montagem do Tiggo 5 será feito pela direção da Chery nesta segunda-feira, 20, durante a cerimônia de lançamento oficial do Polo Automotivo e Tecnológico de Jacareí.

Em abril, a montadora anunciou que a construção do parque de fornecedores na unidade deverá totalizar investimentos de US$ 300 milhões, a serem feitos pelas empresas que pretendem se instalar no local. O objetivo é atrair até 25 companhias, com potencial de gerar até 5 mil empregos.

De acordo com Curi, no local deverão ser produzidos rodas, amortecedores, freios, sistemas de direção, bancos, tanques de combustíveis, motores e transmissão. O vice-presidente ressalta que nove empresas já "demonstraram" a intenção de se instalar no polo, mas somente uma delas, a brasileira Abrazu, do setor de logística, já começou a construir. A previsão da Chery é de que a fábrica da Abrazu fique pronta em até um ano. "O polo vai desafogar nosso custo logístico", destacou.

As empresas que se instalarem no local receberão benefícios fiscais. Curi adiantou que, durante o evento de segunda-feira em Jacareí, a prefeitura deverá anunciar a edição de uma lei específica prevendo isenção de alguns tributos para essas autopeças, como Imposto sobre Propriedade Territorial e Urbana (IPTU), por até 4 anos, e pagamento da alíquota mínima do Imposto sobre Serviço (ISS).

A greve dos trabalhadores da Chery completa um mês nesta quarta-feira, 6, com um prejuízo de cerca de 500 carros que deixaram de ser produzidos, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. A empresa, por sua vez, contabiliza que 600 unidades deixaram de ser fabricadas no período.

Os trabalhadores chegam ao 30º dia de paralisação com a possibilidade de um acordo com a direção da montadora chinesa. Às 11h desta quarta-feira, 6, eles têm nova audiência de negociação na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região, em Campinas. Será a terceira rodada de negociações na Justiça do Trabalho.

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Os dois primeiros encontros, em 24 e 30 de abril, acabaram sem acordo. Na última reunião, porém, trabalhadores e direção da montadora concordaram com a proposta de reajuste do piso salarial para R$ 1.850 e de estabilidade no emprego de três meses para todos os trabalhadores após a greve.

Por outro lado, a empresa rejeitou outras 31 cláusulas da pauta proposta. Entre os pedidos rejeitados, está a assinatura da convenção coletiva da categoria, estabilidade no emprego para trabalhadores lesionados, fim das terceirizações nos setores de logística e manuseio (consideradas pela entidade como atividades-fim) e redução da jornada de trabalho para 40 horas até setembro deste ano.

A montadora, no entanto, oferece redução gradativa da jornada para 40 horas até maio de 2017 e afirma que não terceiriza atividade-fim, pois considera os dois setores como "atividades acessórias", "ou seja, de apoio à atividade fim da Chery, que é produzir carros".

Em nota, a empresa disse também que está disposta a assinar a convenção coletiva, "desde que seja saudável para todas as partes e considerando todos os fatores envolvidos, como cenário econômico atual e planos de expansão da companhia a longo prazo no Brasil". A companhia, contudo, não deu detalhes da proposta que levará para audiência.

Apesar de a reunião no TRT desta quarta-feira ser a terceira rodada de negociação, a companhia ressaltou ainda que "prioriza" o fim da paralisação por meio de um acordo entre as partes, "a não ser que não haja mais alternativas".

Terminou nesta quarta-feira (22) sem acordo, a audiência de conciliação entre a direção da Chery e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região, em Campinas (SP). Como trabalhadores e montadora não se entenderam, a ação de dissídio coletivo ajuizada pelo sindicato irá para julgamento pelo pleno da Corte, ainda sem data definida.

Trabalhadores da Chery da fábrica de Jacareí (SP) estão em greve desde o dia 6 de abril, em protesto contra baixos salários e condições de trabalho. O sindicato quer que a empresa assine a convenção coletiva da categoria. Segundo a entidade, um montador na Chery ganha o piso de R$ 1.199, enquanto um trabalhador com a mesma função na GM recebe R$ 3.500.

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Os metalúrgicos pedem também redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. Querem ainda o fim da terceirização nos setores de logística e manuseio da fábrica, a extensão do convênio médico para os familiares dos trabalhadores e estabilidade no emprego. A greve ocorre menos de um ano após a inauguração da fábrica, que começou a operar em agosto.

Audiência

Na audiência de hoje, a montadora chegou a oferecer reajuste imediato de 44,5% do salário de montadora 1, para R$ 1.732,55, mais 5% em setembro deste ano ou o índice do IPCA acumulado entre abril e setembro. Para operadores 2 e 3, o aumento imediato seria de 10%. Já para funcionários do setor administrativo haveria um reajuste de 8,48% para salários de até R$ 7 mil e de R$ 595 fixos para vencimentos acima de R$ 7 mil.

O sindicato, contudo, não aceitou a proposta e sugeriu um reajuste do piso para R$ 2,5 mil e a aplicação das normas coletivas do segmento automotivo. Propôs ainda pagamento integral dos dias parados, estabilidade de 120 dias após a greve, extinção imediata das terceirizações, composição de comissão da fábrica para implantar plano de cargos e carreiras e jornada de trabalho de 40 horas semanais.

Os desembargadores do TRT e o Ministério Público do Trabalho, por sua vez, propuseram um meio termo, com o pagamento de um piso salarial de R$ 1.850 retroativo a 1º de abril, com o retorno imediato dos trabalhadores após assembleia e futura negociação dos demais temas. Sindicato e empresa, no entanto, não aceitaram a proposta, fazendo com que a ação de dissídio coletivo vá a julgamento do pleno.

Sem acordo, funcionários da Chery seguem em greve.

Mercedes-Benz

Nesta segunda-feira, trabalhadores da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (SP) também paralisaram as atividades por tempo indeterminado, em protesto contra a promessa de demissão, em 4 de maio, de 500 dos cerca de 715 metalúrgicos que estão em lay-off (suspensão dos contratos de trabalho) na unidade.

Mesmo sem acordo com a empresa para reverter as 137 demissões da semana passada, metalúrgicos da Ford decidiram retomar o ritmo normal de produção na fábrica de Taubaté (SP) a partir desta terça-feira (7). Em assembleia nesta manhã, trabalhadores rejeitaram proposta de deflagração de greve por tempo indeterminado. Já na fábrica da Chery em Jacareí (SP), metalúrgicos seguem de braços cruzados por tempo indeterminado.

Os funcionários da Ford chegaram a paralisar a produção na última quarta (1°) e quinta-feira (2) para pressionar a direção da montadora a reverter os cortes. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região, após algumas reuniões, a empresa informou que não voltaria atrás das demissões. Procurada, a montadora confirmou o retorno das atividades em Taubaté e reforçou que vai pagar o prometido aos demitidos pelo acordo aprovado em março deste ano.

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A companhia se comprometeu a pagar 83% do salário por ano trabalhado aos demitidos. Para aqueles com restrição médica, o porcentual sobe para 140%. Os valores são os mesmos oferecidos pela montadora a quem aderir ao Programa de Demissão Voluntária (PDV) em vigor na empresa, que, de acordo com o sindicato, já teve "cerca de 500 adesões" em Taubaté. O acordo prevê ainda estabilidade do emprego até 2017.

Além das demissões em Taubaté, a Ford tem 424 metalúrgicos em banco de horas desde 23 de fevereiro, por tempo indeterminado, na unidade de São Bernardo do Campo (SP). A produção da unidade está paralisada desde a última sexta-feira até a próxima terça-feira, 14, para "adequar produção à demanda". Na fábrica de Taubaté, a produção também ficou paralisada, por decisão da empresa, de sexta até ontem, feriado local.

Chery

Em Jacareí, metalúrgicos da Chery seguem em greve pelo 2º dia consecutivo. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, o movimento foi deflagrado para pressionar a montadora chinesa a reconhecer a convenção coletiva da categoria, equiparando salários e direitos trabalhistas na empresa aos de outras montadoras da região. Trabalhadores reclamam da terceirização ilegal e até da "péssima" qualidade da comida.

Procurada, a assessoria da Chery informou que nenhuma nova proposta foi apresentada pela empresa desde ontem e que a montadora mantém o mesmo posicionamento. Em nota divulgada na segunda-feira, 6, a companhia ponderou que, como uma empresa recém-chegada ao Brasil, atender às exigências dos metalúrgicos neste momento coloca em risco a saúde financeira e o futuro da companhia no Brasil. Segundo o sindicato, a direção da fábrica informou que aguarda orientações da matriz, na China.

A montadora chinesa Chery informou, em nota, que vem mostrando disposição e mantendo diálogo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos "há meses", em busca de um acordo que atenda aos interesses da empresa e de seus funcionários da fábrica de Jacareí (SP), que ameaçam entrar em greve na sexta-feira, em protesto contra baixos salários e condições de trabalho.

A empresa afirmou que segue "rigorosamente" a legislação brasileira desde o início de suas atividades no País como importadora, em 2009. Segundo a Chery, esse compromisso foi reforçado por meio de um "time de Saúde e Segurança do Trabalho", formado por profissionais preparados para garantir as condições de trabalho de acordo com as exigências legais nas diversas áreas e etapas que compõem todas as operações da fábrica.

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A montadora destacou que aguarda a nova reunião com o sindicato, marcada para esta quarta-feira, cujo objetivo é aprovar uma proposta que atenda, "da melhor forma", aos interesses da montadora e dos trabalhadores. Caso as negociações não avancem, o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, promete entregar à montadora o aviso de greve, já aprovado na assembleia desta terça-feira, 24, deflagrando a paralisação a partir desta sexta-feira.

Na manhã desta terça-feira, 24, metalúrgicos da unidade já pararam as atividades por cerca de duas horas e meia. Segundo o presidente do sindicato, o salário inicial na unidade é de cerca de R$ 1,2 mil, menor do que a média de R$ 2 mil pagos por outras montadoras da região. O sindicato reclama ainda dos serviços do setor de funilaria e solda, que seriam feitos de forma braçal, e da terceirização do setor de manuseio. Também há reclamações quanto à qualidade da alimentação.

Empregos

A fábrica da Chery em Jacareí foi inaugurada em agosto de 2014 e possui cerca de 500 funcionários. Na unidade, está sendo produzido, desde 6 de fevereiro, o modelo Celer, cujo lançamento está previsto para 14 de abril. Com a crise econômica e o dólar alto, recentemente a montadora reduziu de 30 mil para 25 mil unidades a previsão de produção para este ano, o que fará com que a fábrica opere com metade da sua capacidade instalada (50 mil).

Mesmo vivendo esse período de revisão de estratégia, a Chery reafirmou que pretende levar a adiante os planos de criar mais 120 vagas no segundo semestre. "A Chery reafirma seu compromisso de continuar contribuindo com o desenvolvimento da região do Vale do Paraíba, com a criação de mais 120 vagas de emprego no segundo semestre de 2015", disse o vice-presidente da Chery Brasil, Luiz Curi, na nota à imprensa.

A primeira fábrica de carros chineses no Brasil foi oficialmente inaugurada na quinta-feira, 28, em Jacareí, na região do Vale do Paraíba, em São Paulo. Inicialmente, a Chery pretende produzir 50 mil veículos ao ano, volume que espera triplicar até 2018.

As atuais dificuldades da indústria automotiva brasileira, com vendas até agora 9% inferiores na comparação com o mesmo período do ano passado, não assustam o grupo, que acredita ser "uma crise passageira", segundo afirma o vice-presidente mundial da montadora, Zhou Biren.

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"O que está ocorrendo agora não é o fim do mundo e acreditamos que o Brasil tem potencial para 4 a 5 milhões de veículos ao ano, só não sabemos ainda quanto tempo vai levar (para atingir esse número)", afirmou Biren.

A Chery iniciou operações no Brasil em 2009 como importadora. Com a decisão de produzir localmente, anunciada em 2009, o grupo está investindo US$ 400 milhões na fábrica de carros, US$ 130 milhões em uma unidade de motores a ser inaugurada no início do próximo ano e outros US$ 22 milhões em um centro de pesquisa e desenvolvimento em local a ser definido. Ao todo, são US$ 552 milhões (quase R$ 1,2 bilhão), aporte bancado pela própria Chery, parte com financiamento de bancos chineses.

Três veículos

A linha de montagem ainda está em fase de testes e os primeiros modelos para venda só serão feitos a partir de novembro. Hoje, a linha está parada e algumas alas da fábrica ainda estão sendo concluídas.

O primeiro automóvel nacional da marca será o Celer, em versões hatch e sedã. Hoje, o modelo é importado da China e custa a partir de R$ 32 mil. No segundo trimestre de 2015, começa a ser fabricada a nova versão do subcompacto QQ, atualmente um dos carros mais baratos à venda no País, por R$ 24 mil. Em 2016 será a vez de um utilitário-esportivo, o substituo do Tiggo, hoje trazido do Uruguai por R$ 54 mil.

"Até 2018, quando estaremos produzindo entre 100 e 120 mil carros por ano, esperamos uma participação de 3% do mercado brasileiro", diz Roger Peng, presidente da Chery Brasil. Hoje, a marca detém apenas 0,35% de participação. Desde o início das importações, vendeu cerca de 60 mil veículos no País.

Segundo a Chery, daqui a dois anos o grupo também deve começar a exportar os veículos feitos no Brasil, principalmente para a América do Sul.

Mão-de-obra

Luis Curi, vice-presidente da Chery Brasil, informa que foram contratados até agora 300 trabalhadores, dos quais 30% são ex-funcionários da General Motors de São José dos Campos. "Infelizmente, a oferta de mão de obra qualificada está abundante (em razão das demissões em outras fábricas), mas para a Chery é um fator positivo contar com essa mão de obra bem treinada." Atualmente, há 70 novas vagas na empresa. Quando estiver operando com sua capacidade, a fábrica poderá empregar aproximadamente 3 mil pessoas.

Segundo Curi, os primeiros veículos fabricados em Jacareí têm 50% de índice de nacionalização - porcentual que será ampliado gradualmente para atingir 70% em dois anos.

Entre os fornecedores da empresa estão Plascar, Metagal, Pirelli, Bosch, Moura, Tyco, Johnson Controls, Goodyear, Basf, Petronas e HVCC. Além da Acteco, fábrica de motores e transmissões da própria Chery que também se instalou em Jacareí, outras duas empresas chinesas estão vindo para a região.

Também participaram ontem da cerimônia de inauguração o vice-presidente da República, Michel Temer, os ministros Mauro Borges (Desenvolvimento) e Manoel Dias (Trabalho), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito de Jacareí, Hamilton Ribeiro, entre outros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Foram necessárias três viagens de navio, com duração média de 30 dias cada uma, e 150 caminhões, em comboios de 20 veículos por vez, para transportar, do Porto de Santos a Jacareí, no interior de São Paulo, as vigas de aço que vieram da China. Elas sustentam os edifícios da primeira fábrica de carros chineses no Brasil, a Chery, que será inaugurada em julho. Cerca de 60% a 70% do que tem na fábrica virá da China.

Mesmo com os custos de frete, imposto de importação e toda a logística para a importação, incluindo batedores que acompanharam a subida pela serra, o produto chegou ao Brasil mais barato do que se tivesse sido comprado localmente.

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A disponibilidade do material também pesou na decisão de trazer do país sede a estrutura metálica da primeira fábrica completa a ser inaugurada pela Chery fora do mercado natal. O grupo fundado em 1997 é 100% estatal e tem unidades em algumas regiões, que só fazem a montagem de veículos com kits (CKDs) fornecidos pela matriz. "O Brasil é o primeiro país a ter uma fábrica total da Chery fora da China", diz Luis Curi, vice-presidente da empresa no Brasil. A filial terá linha de pintura, solda e montagem.

Em território brasileiro, a empresa também vai produzir motores 1.0 e 1.5, provavelmente em Jacareí, por meio de uma divisão chamada Acteco, com início de operações previsto para o fim de 2014. Para a nacionalização desse componente, que inicialmente será importado, serão acrescidos US$ 130 milhões aos US$ 400 milhões de investimentos anunciados para a construção da fábrica de carros.

Em abril começará a produção experimental do Celer, primeiro automóvel da marca a ser nacionalizado. Segundo Curi, não será o modelo importado atualmente, mas uma versão renovada, com mudanças na parte frontal e no interior. "Embora mais abrasileirada, é a mesma versão que será vendida nos demais mercados."

Economia

Curi não revela qual foi a economia na importação das vigas. Além das estruturas metálicas, a Chery vai trazer da China a cabine de pintura, robôs e equipamentos de teste. O executivo explica que, além da subsidiária brasileira, a Chery está construindo simultaneamente mais quatro fábricas na China.

"A negociação para a compra de matéria-prima e equipamentos foi toda feita em conjunto, o que reduziu os preços para todas as unidades." Uma das novas unidades é em parceria com a israelense Qorus para fazer carros de luxo que vão concorrer com Audi, BMW e Mercedes-Benz.

O novo Celer que estreia no Brasil é o primeiro projeto de Hakan Saracoglu, que após 15 anos na Porsche assumiu em fevereiro o comando do centro de design da Chery em Xangai. Em 2015, a fábrica iniciará a produção do segundo modelo, identificado como Projeto S15, um subcompacto que deve substituir o QQ. No ano seguinte, entram em linha mais dois produtos, o S31 e o S32 (hatch e sedã), ambos ainda em desenvolvimento na China.

No primeiro ano de operação a Chery do Brasil deve produzir 50 mil carros, volume que irá a 100 mil em 2016 e a 150 mil em 2018, quando os chineses apostam num mercado doméstico total de 5 milhões de veículos.

A fábrica de Jacareí também vai fornecer para mercados como Argentina, Uruguai, Chile e Venezuela, hoje abastecidos pela China. Os países da América do Sul devem consumir cerca de 60 mil veículos da marca em 2014 e o Brasil, 30 mil.

Este ano, contudo, a marca venderá cerca de 10 mil carros, num mercado que deve consumir 3,6 milhões de automóveis e comerciais leves. Curi credita o baixo desempenho às medidas de restrição aos importados adotadas pelo governo brasileiro, só amenizadas após a Chery habilitar-se ao Inovar-Auto, programa que dá benefícios às empresas que terão fábricas locais. O melhor ano foi em 2011, com 27 mil unidades vendidas.

Na China, a Chery é a sétima maior montadora e a primeira entre as marcas independentes (sem joint venture com grandes fabricantes, como Volkswagen e GM). A marca vende, em média, 600 mil carros por ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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