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Por 2 votos a 1, os desembargadores da 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná confirmaram hoje a condenação do jornalista norte-americano Joe Sharkey a se retratar publicamente por supostas ofensas contra o Brasil no blog que mantém na internet. O TJ também determinou que ele pague uma indenização de R$ 50 mil, com valores corrigidos desde 2008, para Rosane Gutjahr, autora da ação. Sharkey era um dos passageiros do jato Legacy que se chocou contra um Boeing da Gol em 2006 e resultou na morte de 154 pessoas.

Gutjahr é viúva de um dos mortos e disse que doará os valores da indenização para a Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas do Paraná. Segundo ela, tão logo aconteceu o acidente, Sharkey teria feito comentários na internet em que dizia que no Brasil só havia "tupiniquim". "Disse que o Brasil é o mais idiota dos idiotas, que aqui só tem samba, carnaval e prostitutas", acentuou Gutjahr. Por se sentir agredida, ela entrou com a ação. "Com essa decisão, podemos ter parte da nossa honra novamente, pois o Brasil não pode se sujeitar a esse tipo de ofensa", disse.

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No dia 17 de novembro, dois dos três desembargadores já tinham votado favoravelmente à condenação. O terceiro, José Augusto Aniceto, proferiu voto contrário hoje alegando não ver "nexo de causalidade" entre o que o jornalista escreveu e um suposto dano. "Ainda não posso comentar porque não vi o teor da sentença, temos que aguardar o acórdão", disse o advogado da Associação de Famílias e Amigos das Vítimas do Voo 1907, Dante D'Aquino.

Sharkey não se defendeu das acusações no processo nem nomeou advogado para fazê-lo. O TJ-PR deve publicar o acórdão nos próximos dias, a partir do qual o jornalista terá 15 dias para apresentar recurso. No dia 17, após os dois primeiros votos que já o condenavam, o jornalista havia negado, em seu blog, qualquer ofensa aos brasileiros. E acrescentou que, mesmo que o tivesse feito, estaria sob as leis norte-americanas, "ou sob as leis de outros países que professam a liberdade de expressão". Para ele, o processo foi fruto de "xenofobia e antiamericanismo".

Terminou ontem à noite o julgamento do ex-policial mineiro acusado de torturar e matar dois empresários em abril de 2010, no bairro Sion, em Belo Horizonte. Ele foi condenado a 59 anos prisão em regime fechado. Ele foi condenado a 40 anos por homicídio triplamente qualificado, 12 anos por extorsão, 4 por destruição e ocultação de cadáver, e 3 anos por formação de quadrilha. Ele deverá aguardar eventual recurso na prisão.

O ex-policial é o primeiro dos oito acusados a ser julgado. Está marcado para o próximo dia 16 o julgamento de outro envolvido.

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De acordo com a denúncia, o grupo inicialmente sequestrou e extorquiu os empresários. Após fazer saques e transferências de valores das contas deles, executou os reféns e levou os corpos no porta-malas do carro de um deles para a região de Nova Lima, onde os corpos foram deixados.

Consta ainda na denúncia que os empresários estavam envolvidos em estelionatos e atividades de contrabando de mercadorias importadas, mantendo em seus nomes várias contas bancárias, de onde eram movimentadas grandes quantias em dinheiro.

A estudante Verônica Verone de Paiva, de 18 anos, foi condenada na noite de ontem a 15 anos de reclusão em regime inicialmente fechado, por homicídio triplamente qualificado. Ela foi julgada pela morte do empresário Fábio Gabriel Rodrigues Barbosa, dentro de um motel de Niterói, no Rio de Janeiro, no dia 14 de maio.

O juiz Peterson Barroso Simão, titular da 3ª Vara Criminal de Niterói, que condenou a estudante, destacou que a personalidade de Verônica "se mostrou distorcida e desregrada, com frieza e desvalor à vida alheia, não hesitando na prática da ilicitude". "Sua índole se revelou bastante negativa, e a maneira de agir e sentir demonstra a frieza de sua ação, havendo notícia de várias versões para o fato", escreveu na sentença.

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O juiz Peterson Simão lembrou ainda que "as consequências do crime foram traumáticas para os familiares da vítima, tendo deixado filhos menores impúberes órfãos". Fábio morreu asfixiado e, segundo o Ministério Público, o empresário teria ficado inconsciente após ingerir tranquilizantes e antidepressivos ministrados por Verônica.

Por decisão unânime, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) condenou hoje o atual prefeito de Coari Arnaldo Mitouso a perda de mandato e a oito anos de prisão pelo assassinato do ex-prefeito da cidade, Odair Carlos Geraldo, em agosto de 1995.

Os advogados de Mitouso afirmaram que vão apelar da decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). De acordo com as investigações, Mitouso, que à época era presidente da Câmara de Coari, foi o autor dos dois disparos que atingiram a vítima, que morreu na hora. A reportagem procurou o prefeito para comentar sobre a sentença, mas ele não foi encontrado.

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A relatora do processo, desembargadora Encarnação Salgado, recusou a tese de legítima defesa levantada pelo advogado de defesa do réu e entendeu que Mitouso disparou duas vezes contra o ex-prefeito. Mitouso só poderá ser preso e perder o mandato quando o processo transitar em julgado.

De acordo com o TJ-AM, Mitouso chegou a declarar que "sou acusado e não nego o fato de ter atirado no momento da confusão". A arma utilizada não foi encontrada durante a investigação policial.

Um tribunal da cidade de Milão, no norte da Itália, emitiu hoje sentenças de prisão para 110 pessoas, em um julgamento envolvendo a máfia calabresa Ndrangheta, segundo noticiado pela agência ANSA. Os réus vaiaram seus próprios advogados quando as sentenças foram entregues.

As maiores penas foram aplicadas a dois líderes das famílias mafiosas que atuam na região: Alessandri Manno foi condenado a 16 anos de prisão, enquanto Cosimo Barranca foi condenado a 14 anos. Pasquale Zappia, chefe das operações do grupo em Milão, teve de ser retirado do tribunal de ambulância, após passar mal quando soube que pegaria 12 anos de cadeia.

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As condenações são resultado de uma enorme operação da polícia italiana contra a Ndrangheta, a maior em 15 anos, quando foram presos mais de 250 suspeitos, em julho de 2010. Entre os presos na ocasião estava Domenico Oppedisano, que na época tinha 80 anos e é considerado um dos maiores chefes da máfia calabresa.

Na época o promotor Alberto Cisterna disse que as prisões mostraram que o norte da Itália era a verdadeira base operacional da Ndrangheta, seu "centro econômico". O grupo se tornou atualmente a mais importante das quatro maiores organizações criminosas da Itália, seguido da Camorra, da Cosa Nostra e da Sacra Coronia Unita. As informações são da Dow Jones.

O tenente da Polícia Militar Mauro da Costa Ribas Júnior foi condenado, nesta madrugada, em julgamento que teve início às 14h30 de quarta-feira, 16, no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, a 32 anos de prisão, em regime fechado, por duplo assassinato. As vítimas foram o metalúrgico Edson Edney da Silva, de 27 anos, e o segurança Emerson Heida, de 28 anos, mortos em setembro do ano passado, na zona sul da capital paulista. Pela qualificação de ocultação de cadáver, Ribas foi condenado também a mais 1 ano e 2 meses de reclusão, além de multa.

Já os outros três réus, os soldados Christiano Hideki Kamikoga, Wagner Ribeiro Avelino e Rafael Joinhas dos Santos que, a exemplo de Ribas, estavam presos desde novembro de 2010, foram absolvidos. A Polícia Civil iniciou as investigações após denúncia feita pelo Ministério Público. As vítimas desapareceram em 10 de setembro. Emerson Heida e Edson desapareceram numa sexta-feira na zona sul de São Paulo. Eles haviam sido vistos pela última vez ao serem abordados por policiais militares no bairro da Cidade Dutra.

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No fim da tarde daquele dia, o vigilante Emerson decidiu dar uma carona para o irmão, Anderson, de 26 anos, que estava atrasado para o trabalho. Morador do Jardim das Fontes, em Engenheiro Marsilac, extremo sul da capital paulista, Emerson convidou Edson para ir junto.

O trio saiu no Kadett vermelho 1994 da sogra de Emerson. Como não era habilitado, o vigilante não costumava sair do bairro, segundo parentes. Mas, para ajudar o irmão, recém-contratado na Volkswagen de São Bernardo, ele arriscou ir mais longe. No início da noite, Emerson deixou o irmão no ponto de ônibus do Largo do Rio Bonito, no bairro do Socorro, e pegou o retorno para voltar para casa. Anderson disse na ocasião que havia entrado no ônibus e, de dentro do coletivo, viu Emerson e Edson parados no cruzamento das Avenidas Robert Kennedy e Professor Papini. Ambos estavam fora do Kadett, com as mãos para trás e conversando com Pms.

Anderson seguiu para o trabalho e, no caminho, ligou para a mulher de Emerson, Aline Christina Valentim, de 25 anos, para checar se ele havia chegado em casa. A resposta foi não. Edson morava no mesmo bairro que Emerson e trabalhava em uma metalúrgica na zona sul. Ele era pai, na época, de uma menina de 3 anos, Nicole. O corpo de Emerson foi encontrado em um matagal na Estrada da Ponte Seca, em Parelheiros, bairro vizinho a Engenheiro Marsilac.

O prefeito de Itapuí (SP), José Gilberto Saggioro, foi condenado por improbidade administrativa por não construir uma estação de tratamento de esgoto no município. A informação foi divulgada hoje pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP).

Os promotores de Justiça Célso Élio Vannuzini e Jorge Marques de Oliveira ajuizaram, em 2010, uma ação civil pública contra o prefeito por não construir a estação, prevista em ordem judicial desde o ano 2000. De acordo com a ação, o loteamento Balneário Mar Azul despeja diariamente no Rio Tietê dejetos retirados de suas fossas sépticas.

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Desde o ano de 2001 o MP-SP já executava a multa pelo descumprimento da ordem judicial e, em 2005, Saggioro não dava andamento na construção da rede de esgoto alegando supostos problemas burocráticos, como o convênio de cooperação com o governo do Estado e o licenciamento das obras.

Em sua decisão, o juiz Leonardo Labriola Ferreira Menino afirmou ser "impossível que o município não consiga por longos 10 anos após a decisão judicial dar início às obras de construção da rede de esgoto por problemas burocráticos e de convênio com o governo do Estado".

Saggioro foi condenado à perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por cinco anos, proibição de contratar com o Poder Público e receber benefícios fiscais por três anos, além de multa civil no valor de cinco salários atuais do cargo de prefeito. Cabe recurso da decisão.

A Suprema Corte de Israel manteve nesta quinta-feira a condenação ao ex-presidente Moshe Katsav por estupro, ao decidir sobre uma apelação dele contra a condenação e a sentença de sete anos de prisão. Três juízes responsáveis pelo caso decidiram que Katsav era culpado por estupro e rejeitaram os "cenários alternativos" propostos por ele, segundo a rádio do Exército israelense.

Katsav, de 65 anos, foi sentenciado em março a sete anos de prisão, após ser condenado no fim do ano passado por duas acusações de estupro e outros delitos sexuais em um escândalo que abalou Israel. Ainda deve pagar o equivalente a US$ 28 mil à principal vítima, conhecida apenas como "Aleph", bem como US$ 7 mil à segunda vítima.

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Com a manutenção da sentença, Katsav deve começar a cumprir a pena nos próximos dias, segundo a imprensa israelense. A defesa alegava que Katsav havia mantido relações sexuais consensuais com as mulheres. Durante o julgamento, o ex-presidente foi apresentado como um predador sexual que rotineiramente incomodava suas funcionárias. Ele dizia ser vítima de uma conspiração da imprensa. As informações são da Dow Jones.

A Justiça de Franca, no nordeste de São Paulo, condenou o padre José Afonso Dé, de 76 anos, a cumprir 60 anos e oito meses de prisão. A pena é em regime fechado, mas a defesa obteve um habeas corpus para que o religioso responda em liberdade enquanto aguarda o julgamento do recurso.

A decisão partiu da 2ª Vara Criminal e se refere a crimes cometidos ainda no ano passado quando Padre Dé, como era chamado pelos fiéis, dirigia a Paróquia São Vicente de Paulo, no Jardim Tropical. A condenação foi pelos crimes de estupro e atentado violento ao pudor.

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Como foi em primeira instância, a decisão ainda cabe recurso e pesou em favor do padre, para que continue livre, sua idade e o fato de até agora não oferecer risco de fuga. Durante o inquérito quatro adolescentes que atuavam ou que chegaram a atuar como coroinhas na igreja, na faixa entre 11 e 16 anos, contaram à polícia que foram molestados pelo religioso.

A decisão saiu há quatro meses, mas somente agora se tornou pública porque corre em segredo de Justiça. O padre chegou a depor na CPI da Pedofilia do Senado Federal, que enviou representantes a Franca.

O religioso está afastado desde o ano passado da igreja e também se nega a falar novamente sobre qualquer assunto que envolva as denúncias.

O juiz da 1ª Vara Federal de Londrina, no norte do Paraná, Roberto Lima Santos, condenou o deputado estadual Rasca Rodrigues (PV) à perda da função pública que esteja exercendo na ocasião do trânsito em julgado de sua sentença, por entender que ele cometeu irregularidades no processo de concessão de licença ambiental para a construção da Hidrelétrica de Mauá, no Rio Tibagi. À época da licença, em 2005, o deputado presidia o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que liberou o licenciamento, e era conselheiro fiscal da Companhia Paranaense de Energia (Copel), interessada e, depois, vencedora da licitação para construir e operar a usina.

A sentença proferida no dia 10 suspende os direitos políticos do deputado por cinco anos. Ele também foi condenado a pagar à União multa no valor de 50 vezes a quantia de sua remuneração. O deputado disse hoje que vai recorrer da decisão, mas ressaltou que os possíveis efeitos somente poderão ser aplicados depois do trânsito em julgado, o que ele estima acontecerá em seis ou oito anos. Ele ressaltou que a sentença refere-se a uma questão "formal" e que todos os atos relacionados à questão ambiental foram convalidados.

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Mas, segundo ele, nem mesmo uma possível informação privilegiada que poderia ser passada à Copel deveria ser levada em conta porque a empresa estatal paranaense foi a vencedora em um leilão público. "A CNEC Engenharia era a detentora do inventário", salientou. "Ela apresentou à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e todas as empresas tiveram acesso a esse inventário." Segundo ele, se houvesse alguma irregularidade, as concorrentes teriam recorrido à Justiça. Além disso, Rodrigues ressaltou que a Copel tem sido competitiva na disputa pela construção e operação de usinas, particularmente no Paraná, onde detém 90% das obras.

Para ele, ambientalmente a Usina de Mauá, que fica entre os municípios de Tibagi e Telêmaco Borba, é uma "obra fantástica", tornando-se uma "referência". O ex-presidente do IAP disse que a altura da barragem foi rebaixada em 7,5 metros, o que permite 24% de redução no tempo de permanência da água na represa e 22,7% de redução no alagamento do Rio Barra Grande, um dos afluentes do Rio Tibagi. "É um ganho ambiental fantástico", acentuou.

O publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza foi condenado a seis anos de prisão pela Justiça Federal de Minas Gerais por prestar informações falsas ao Banco Central sobre operações financeiras de sua empresa, a SMP&B Comunicações, realizadas entre 1998 e 1999. O então sócio de Valério na agência de publicidade, Cristiano de Mello Paz, foi condenado a quatro anos de prisão. Eles já recorreram da sentença, proferida no dia 31 de agosto de 2011, e poderão aguardar o julgamento do recurso em liberdade.

O caso é anterior ao suposto esquema de compra de apoio político conhecido como Mensalão, que foi denunciado em 2005 e ainda tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Para justificar depósitos que permitiram à SMP&B quitar um empréstimo de R$ 7 milhões tomado junto ao Banco Rural e não levantar suspeitas no Banco Central, os acusados alteraram o capital da empresa de R$ 150 mil para R$ 4,5 milhões. Ao checar as informações repassadas pela agência, a autoridade monetária descobriu que, na Junta Comercial de Minas Gerais, o capital social da SMP&B na realidade havia passado de R$ 150 mil para R$ 600 mil, valor incompatível com o pagamento efetuado.

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Em suas alegações, o juiz da Quarta Vara Federal de Minas Gerais Leonardo Augusto de Almeida Aguiar afirma que a materialidade do delito está suficientemente comprovada pela divergência dos documentos apresentados pelos acusados. Almeida Aguiar destaca na sentença que não há nos autos documentos de alteração de capital que mencionem a quantia de R$ 4,5 milhões, o que "demonstra, na verdade, que tal aumento de capital nunca ocorreu".

O juiz afirma ainda que a maquiagem das informações financeiras retardou a descoberta pelo Banco Central do esquema de evasão de divisas, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro nas empresas de Marcos Valério. "A conduta dos réus fez com que autoridades ficassem ao largo do esquema, permitindo a seus operadores atuar com grande liberdade e fora de foco de qualquer investigação".

O advogado de Valério, Marcelo Leonardo, nega que seu cliente tenha prestado informações falsas ao Banco Central, e diz esperar que a sentença seja "reformada" por ser "absurda e exagerada". "Os réus são primários, sem antecedentes criminais, por isso a pena deveria ser próxima do mínimo (dois anos de prisão) e não do máximo", afirmou. O advogado alega que, caso a sentença fosse de quatro anos, por exemplo, o crime teria prescrito porque teriam se passado oito anos. Procurado, o advogado do publicitário Cristiano de Mello Paz, Castellar Guimarães, não retornou às ligações. Os réus poderão aguardar o recurso em liberdade por "falta de requisitos necessários ao decreto da prisão cautelar".

A Justiça Federal condenou 12 dirigentes e associados do Centro Integrado e Apoio Profissional (Ciap) por suposto desvio de R$ 28,39 milhões entre 2003 e 2010, verba federal destinada a programas públicos de saúde e educação. A sentença é do juiz Sérgio Fernando Moro, da 2.ª Vara Federal Criminal de Curitiba.

Moro destaca que o Ciap, por ser uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), não poder ter fins lucrativos. Segundo a sentença, os dirigentes da entidade "apropriaram-se e lavaram recursos públicos federais" recebidos para execução de projetos no Paraná, Maranhão e Rio de Janeiro. As penas variam de 5 a 17 anos de reclusão.

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O peculato e a lavagem de dinheiro teriam ocorrido entre janeiro de 2003 e abril de 2010. O Ministério Público Federal denunciou 16 suspeitos - 4 foram absolvidos por falta de provas. A Polícia Federal constatou que eram sacados cerca de R$ 150 mil por mês da conta do Ciap, desviados para Dinocarme Aparecido Lima, diretor da entidade. Ele pegou 17 anos e 4 meses de reclusão, a maior pena.

O juiz decretou confisco de bens avaliados em R$ 20 milhões. Os acusados também receberam como sanção proibição cautelar de trabalharem em Oscips ou entidades que receberem valores do poder público. Não podem exercer cargo ou função, por concurso ou comissionados, na administração pública.

"Não tive acesso à sentença, oportunamente vamos recorrer", disse o criminalista Alberto Zacharias Toron, que defende Dinocarme. "Quanto à prisão, foi o próprio juiz que os colocou em liberdade. Não há nenhum fato novo que justifique o retorno do meu cliente à cadeia. A ideia de prisão está hoje superada na jurisprudência dos tribunais. Quanto à fiança, o valor é absolutamente irreal, uma vez que os bens (de Lima) foram sequestrados." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, em Curitiba, que a condenação de quatro dos cinco acusados no furto e vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2009, é o reconhecimento do "dano que esses criminosos causaram aos jovens brasileiros". "Foi um crime contra o Estado brasileiro e contra a juventude brasileira", afirmou o ministro após participar da abertura de um evento internacional sobre educação que se realiza no Teatro Positivo.

O juiz da 10ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Márcio Rached Millani, considerou que os réus cometeram crimes de corrupção passiva e violação de sigilo funcional, condenando-os a penas que variam de 5 anos e 3 meses a 2 anos e 4 meses. "(O caso) ensinou para aqueles que não têm compromisso com a educação que a Justiça nesse caso não tardou", disse Haddad. "Isso sinaliza que as pessoas têm que colocar a educação em outro patamar. Não podemos jogar com o destino das pessoas."

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Na época do escândalo, Haddad havia estimado um gasto de 30% do valor da licitação (R$ 148 milhões) com a reimpressão das provas. Questionado hoje sobre o ressarcimento desse valor, o ministro disse que "o pedido virá obrigatoriamente". "Do ponto de vista administrativo, o processo terminou. Agora é o judicial, que vai ser reforçado por essa decisão."

Perguntado sobre o acréscimo no valor do contrato com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelas provas do Enem, que saltou de R$ 128,5 milhões para R$ 372,5 milhões, Haddad salientou que havia um congelamento de dez anos e que é preciso analisar o custo por aluno. "O valor final com gráfica e distribuição é de R$ 45 (por aluno). Você acha caro?" perguntou.

Segundo ele, a análise sobre o acréscimo no valor global é "um equívoco". O ministro informou que o custo por aluno em vestibulares seria de R$ 90 ou mais. "O Enem é metade do valor de um vestibular", afirmou. "Por que essa sanha de atacar um exame que está favorecendo tanto os estudantes? Eu não entendo."

O contrato do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) quase triplicou do ano passado para este: o valor subiu de R$ 128,5 milhões para R$ 372,5 milhões - alta de 190%. O extrato de dispensa de licitação foi publicado na semana passada, no Diário Oficial.

O Enem de 2011 está marcado para os dias 22 e 23 de outubro. Cerca de 6,2 milhões de candidatos farão a prova. O número é recorde desde a criação do exame, em 1998. No ano passado, 4,6 milhões participaram.

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Em 2012, o Enem terá duas edições. A primeira será em 28 e 29 de abril; a outra, no segundo semestre. Também a partir do ano que vem, os candidatos terão a possibilidade de pedir vista da redação.

Condenados

Após a decisão da Justiça Federal de condenação de quatro dos cinco envolvidos no furto e vazamento da prova do Enem 2009, eles disseram que vão apelar ao Tribunal Regional Federal. Em sentença de 28 páginas, o juiz Márcio Rached Millani, da 10.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, acolheu denúncia do Ministério Público Federal que imputou aos réus os crimes de corrupção passiva (exigir vantagem indevida) e violação de sigilo funcional.

À Justiça Federal, Felipe Pradella declarou que apenas queria demonstrar a fragilidade do sistema. Sua defesa argumentou que outros teriam participado do crime e, dado o esquema de segurança comprovadamente ineficaz, é possível que outras provas tenham sido subtraídas.

O advogado Ralfi Rafael da Silva, que defende Gregory Craid, disse que vai apelar. "Não tomei ciência (da sentença), tenho de esperar a publicação." Na ação, a defesa sustentou que o adiamento do concurso "decorreu de ato imprudente do ministro da Educação" e "a prova não foi transmitida a nenhum aluno".

Nos autos, a defesa de Marcelo Sena afirmou que ele "nunca solicitou nenhuma vantagem indevida". Também no processo, a defesa de Filipe Ribeiro anotou que sua conduta "resumiu-se à entrega de uma prova para Pradella, não havendo como condená-lo por condutas posteriores". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça Federal condenou quatro dos cinco envolvidos no furto e vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2009. Em sentença de 28 páginas, o juiz Márcio Rached Millani, da 10.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, acolheu denúncia do Ministério Público Federal que imputou aos réus os crimes de corrupção passiva (exigir vantagem indevida) e violação de sigilo funcional.

Acusado três vezes de corrupção passiva, Felipe Pradella recebeu a pena mais elevada: 5 anos e 3 meses de reclusão. O juiz impôs a Pradella sanção de 72 dias de multa - cada dia corresponde a 1/5 do valor do salário mínimo vigente à época dos fatos.

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O acusado, que também ameaçou a jornalista Renata Cafardo - na ocasião, repórter do jornal O Estado de S. Paulo que participou da cobertura - e exigiu R$ 10 mil "para não lhe fazer mal", foi absolvido do crime de extorsão.

"A violação de sigilo decorrente da subtração das provas do Enem causou danos à administração", assinalou o juiz. "Deve-se considerar a magnitude desses prejuízos. Além do enorme dano financeiro suportado pelo erário, cumpre destacar o incalculável sofrimento a que foram submetidos os alunos que iam participar do exame. Os depoimentos demonstram que, desde o início, a intenção (de Pradella) era exclusivamente obter dinheiro com a venda das provas."

O juiz alertou que "tal prejuízo atingiu o universo de mais de 4 milhões de alunos". Na época do escândalo, o ministro da Educação, Fernando Haddad, estimou o gasto com a reimpressão da prova em 30% do valor da licitação (R$ 148 milhões)

Outros dois acusados, Filipe Ribeiro Barbosa e Marcelo Sena Freitas, foram condenados a 4 anos e 6 meses de reclusão. Eles e Pradella deverão cumprir a pena inicialmente em regime semiaberto, a partir do trânsito em julgado da sentença, e poderão apelar em liberdade. Esses réus foram considerados funcionários públicos por equiparação (artigo 327 do Código Penal).

Gregory Craid pegou 2 anos e 4 meses de reclusão por corrupção passiva. A pena foi substituída por duas restritivas de direitos, prestações de serviço à comunidade. Luciano Rodrigues foi absolvido de todos os crimes.

Penas baixas

O MPF considerou "as penas baixas e desproporcionais à gravidade do crime e vai apelar da decisão". Acolhendo recurso dos procuradores, o Tribunal Regional Federal da 3.ª Região decidiu que os réus devem responder por crime de peculato, em processo separado.

Três acusados trabalhavam para uma empresa que prestava serviço à Plural Editora e Gráfica, onde as provas foram impressas. Aproveitando-se do fácil acesso aos cadernos, furtaram as provas e tentaram vendê-las a veículos de comunicação. A Plural sempre afirmou que "não teve nenhuma responsabilidade".

Os crimes de corrupção, violação de sigilo e extorsão ocorreram logo após o furto das provas, quando os acusados ofereceram o material a veículos de comunicação por R$ 500 mil.

Os jornalistas do jornal O Estado de S. Paulo viram a prova e memorizaram questões, enquanto gravavam o encontro, fotografado à distância. Os repórteres disseram que o material era de interesse público, mas que o jornal não paga por informações. O jornal procurou o MEC, que cancelou o Enem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma professora da rede estadual do Rio de Janeiro foi condenada a pagar R$ 5 mil por danos morais a um aluno que levou um puxão de orelha na sala de aula. No processo, o menino, representado por sua mãe, Eucinéa de Souza, conta que a professora Eliane Luiz Fernandes o puxou pela orelha e o arrastou até o lugar onde achava conveniente que ele se sentasse, afirmando, em seguida, para os demais alunos: "que isso sirva de exemplo para vocês".

Para o juiz Milton Delgado Soares, da 2ª Vara Cível de Itaguaí, a forma pela qual a professora tentou repreender o aluno foi extremamente excessiva e vexatória para uma criança em formação educacional, já que ocorreu na presença de todos os seus colegas de classe.

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