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O PSOL protocolou na tarde desta quarta-feira, 21, uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) onde pede a cassação do mandato parlamentar por abuso de prerrogativas asseguradas aos membros do Congresso Nacional. O partido acusa o parlamentar de quebra de decoro por ter divulgado informações falsas sobre a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), executada na semana passada na capital fluminense.

Na sexta-feira, 16, Fraga publicou no Twitter um comentário onde apontou a suposta relação entre Marielle e uma organização criminosa. "Conheçam o novo mito da esquerda, Marielle Franco. Engravidou aos 16 anos, ex-esposa de Marcinho VP, usuária de maconha, defensora da facção rival e eleita pelo Comando Vermelho, exonerou recentemente seis funcionários, mas quem a matou foi a PM", escreveu. A postagem foi removida de seu perfil no domingo, 18, após protestos dos internautas. "Apagar a postagem não apaga o mal feito", comentou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

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O líder do PSOL, Ivan Valente (SP), disse que Fraga criou uma situação de repúdio nacional. "Uma autoridade com a representação que ele tem não pode violentar a memória de uma lutadora social", disse. O presidente do Conselho, deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), informou à bancada do PSOL que se a Secretaria Geral da Mesa liberar a representação até a próxima segunda-feira, 26, será possível instaurar o processo no dia seguinte. Na terça-feira, 27, está marcada a sessão para votação da admissibilidade dos processos contra Paulo Maluf (PP-SP), João Rodrigues (PSD-SC), Lúcio Vieira Lima (MDB-BA) e Celso Jacob (MDB-RJ). "O que posso garantir é a celeridade no processo", disse o deputado, reconhecendo a gravidade da situação denunciada.

Corporativismo

A apreciação do processo de quebra de decoro parlamentar ficará a cargo de um colegiado que não costuma punir comentários e manifestações públicas de deputados, sob a alegação de que parlamentares têm o direito inviolável de manifestação pública de suas opiniões.

O caso mais recente foi do líder do Solidariedade, Wladimir Costa (PA), que teve dois pedidos de punição por quebra de decoro arquivados. Costa foi acusado de assédio a uma jornalista e de espalhar em um grupo de WhatsApp formado por parlamentares imagens montadas da filha adolescente da deputada Maria do Rosário (PT-RS).

Já o deputado Éder Mauro (PSD-PA) foi acusado de divulgar um vídeo editado de um discurso do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), mas também escapou do processo por quebra de decoro parlamentar. Em 2016, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ) se livrou de processo por apologia a ditadura.

Wyllys destacou que a mobilização social a favor da punição de Fraga desta vez colocará o conselho em xeque e obrigará os parlamentares a puni-lo. "A brutalidade, a audácia dos assassinos provocaram uma onda de indignação e expõe o Conselho de uma maneira que nunca foi exposto", concluiu.

Essa não é a primeira ação contra Fraga. Na segunda-feira, 19, os deputados Paulo Pimenta (PT-RS) e Wadih Damous (PT-RJ) protocolaram uma representação na Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão contra o parlamentar. Os petistas pedem que Fraga seja investigado pelo crime de calúnia.

Comissão

Hoje, a comissão externa criada pela Câmara para acompanhar as investigações sobre o assassinato de Marielle apresentou seu plano de trabalho. Os parlamentares farão diligências, encontros com as autoridades responsáveis pela apuração do caso e audiências públicas. Os membros da comissão também aprovaram um convite para ouvir o presidente da EBC, Laerte Rímoli, sobre a informação de que a direção da empresa orientou a redução da cobertura do caso Marielle. Os trabalhos serão coordenador pelo deputado Jean Wyllys, amigo da vereadora.

O ministro da Educação Mendonça Filho (DEM) está sendo processado por supostamente ter ferido a liberdade de cátedra do professor Luis Felipe Miguel e a autonomia da Universidade de Brasília (UnB) ao solicitar que órgãos públicos de controle investigassem a universidade por oferecer a cadeira “o golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”.

Há duas ações sendo movidas contra o ministro: uma no Conselho de Ética da Presidência da República, pela qual ele já foi notificado na última segunda-feira (26) e tem um prazo de até 10 dias para apresentar sua defesa, e outra na Procuradoria Geral da República (PGR), que também já notificou o ministro. Confira a representação e a notificação da Comissão de Ética Pública. O LeiaJá procurou a Procuradoria Geral da República (PGR) para solicitar cópias dos documentos contra o ministro, mas não obteve resposta.

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De acordo com o despacho assinado pelo conselheiro-relator e presidente da Comissão de Ética Pública do Conselho de Ética da Presidência da República, Mauro de Azevedo Menezes, “É pertinente ao crivo da ética pública a verificação de possíveis abusos no exercício do poder por autoridades abrangidas pela competência da CEP [Comissão de Ética Pública], inclusive no que concerne à suposta violação de garantias constitucionais asseguradas a servidores públicos”.

As representações contra mendonça são assinadas pelo ex-reitor da UnB José Geraldo de Souza Júnior, pelo líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), o deputado Wadih Damous (PT-RJ), o advogado Patrick Mariano Gomes e o ex-procurador-geral do Estado de São Paulo Marcio Sotelo Felippe. Nos documentos, eles solicitam a instauração de processo contra o ministro por improbidade administrativa e que sejam sustados os efeitos de ofícios e outras manifestações do Ministério da Educação (MEC) que tenham a intenção de constranger o professor Luís Felipe Miguel, que coordena o curso. 

“Cortina de fumaça para intimidar uma apuração democrática”

Procurada pelo LeiaJá, a assessoria do ministro informou que ele foi notificado a respeito das duas representações e que elas mostram “a inversão de valores típica do modo petista de operar”, deixando clara a “tentativa do PT de criar uma cortina de fumaça para intimidar uma apuração democrática sobre a probidade do uso dos recursos públicos neste caso”. 

No que diz respeito às universidades que, após a UnB, também decidiram oferecer cursos semelhantes, e à própria UnB, a assessoria de Mendonça Filho afirmou que o assunto está sendo tratado pela consultoria jurídica do ministro. 

Confira a nota da assessoria de Mendonça Filho na íntegra

A representação junto ao Comitê de Ética da Presidência da República contra o fato de o ministro da Educação, Mendonça Filho, solicitar a órgãos de controle uma apuração sobre possível uso da máquina pública na Universidade de Brasília para doutrinação política e ideológica mostra a inversão de valores típica do modo petista de operar. Essa denúncia deixa clara a tentativa do PT de criar uma cortina de fumaça para intimidar uma apuração democrática sobre a probidade do uso dos recursos públicos neste caso. O ministro da Educação está cumprindo o papel constitucional de solicitar apuração do bom uso de recursos públicos, sob pena de, se não fizer, responder por omissão. 

A consulta aos órgãos de controle visa apurar possível prática de improbidade administrativa por parte dos responsáveis pela criação da disciplina “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, no curso de Ciência Política da UnB, sem base científica e por fazer possível proselitismo político e ideológico do PT e do lulismo. A disciplina, em seu conteúdo, apresenta indicativos claros de uso da estrutura acadêmica, custeada por todos os brasileiros, para benefício político e ideológico de determinado segmento partidário em pleno ano eleitoral, algo que pode desrespeitar o artigo 206 da Constituição Federal, que estabelece, em seu inciso III, sobre o direito de aprender dos estudantes respeitando o pluralismo de ideias. 

O ministro Mendonça Filho reafirma o respeito à autonomia universitária, à liberdade de cátedra e à UnB ou qualquer outra universidade brasileira. Assim como também reafirma a crença de que a universidade pública deve ser um ambiente plural, democrático e onde o recurso público seja usado com probidade. E lamenta que o drama da educação brasileira com indicadores como o da Avaliação Nacional de Alfabetização que mostra que 54% das crianças brasileiras terminam o terceiro ano do fundamental sem estarem alfabetizadas adequadamente não mobilize esses setores das universidades federais preocupados exclusivamente com a doutrinação ideológica”.

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O presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), decidiu arquivar, nesta terça-feira, 24, representação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) por quebra de decoro parlamentar. João Alberto alega que acatou sugestão da Advocacia-Geral da Casa. A decisão ainda cabe recurso, que deverá ser assinado por, pelo menos, cinco membros.

"A opinião da Advocacia foi de não conhecer a peça, tendo em vista que era uma reedição da (representação) que já tinha sido arquivada. Se pudesse fazer isso, daqui a pouco processos passados poderiam ser novamente questionados, então a Advocacia optou pelo não reconhecimento", justificou o presidente do Conselho à reportagem.

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A representação que pede a abertura do processo por quebra de decoro foi apresentada pelo PT no início do mês, logo após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter afastado Aécio do mandato. A decisão da Corte acabou barrada pelo plenário do Senado na semana passada e o tucano retomou às atividades parlamentares.

O PT pede que os senadores analisem se Aécio quebrou decoro parlamentar ao ser flagrado em conversa na qual pede R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS. O tucano nega que seja propina e alega que pediu o dinheiro emprestado para pagar sua defesa na Operação Lava Jato. No STF, Aécio é investigado por corrupção passiva e obstrução de Justiça.

Esta é a segunda vez que João Alberto arquiva representação contra Aécio este ano. Em junho, o parlamentar indeferiu outro pedido de cassação contra o tucano com base no mesmo episódio. Na ocasião, ele alegou "falta de provas". Agora, justifica que não há fato novo para a representação ser apresentada.

Há cerca de quatro meses, após decisão de João Alberto pelo indeferimento da representação, cinco senadores reuniram assinaturas no Conselho de Ética para apresentar recurso, porém o pedido foi derrotado pela maioria dos integrantes do colegiado. Agora, será preciso o mesmo número de assinaturas para que um recurso seja apresentado.

O deputado federal Wladimir Costa (SD-PA), que ganhou destaque após tatuar o nome de Michel Temer no braço, será processado pelo Conselho de Ética da Câmara. O parlamentar compartilhou a foto de uma adolescente, seminua, em um grupo de WhatsApp da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. Na mensagem, o deputado identificou a garota como sendo filha da deputada Maria do Rosário (PT-RS).

Em fevereiro, a deputada chegou a emitir uma nota para alertar que sua filha estava sendo vítima de crimes virtuais por conta de seu posicionamento político e atuação no Partido dos Trabalhadores. Segundo a deputada, a adolescente de 16 anos teve fotos manipuladas e divulgadas em grupos. Nas imagens, a menina aparece com cigarros de maconha, quase sem roupas e com sinais de automutilação.

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Os deputados Jorge Solla (PT-BA) e Wadih Damous (PT-RJ) já declararam que vão protocolar denúncia contra Wladimir Costa e que vão colaborar com a representação. 

O Conselho de Ética do Senado adiou em pelo menos uma semana o início do processo disciplinar contra o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ). O presidente do colegiado, João Alberto Souza (PMDB-MA), cancelou a sessão prevista para amanhã e convocou uma nova reunião para sortear o relator da denúncia por quebra de decoro parlamentar para a próxima terça-feira, 29. Após escolhido, o relator terá cinco dias úteis para emitir o parecer preliminar sobre o caso.

A denúncia é para que o Conselho analise se cabe punição ao petista por sua conduta na reunião anterior, quando Lindbergh interrompeu a sessão em curso. Na ocasião, o líder do PT no Senado discutiu, exaltado, com o presidente da comissão, acusando-o de estar desmoralizado por ter arquivado uma representação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), investigado na Operação Lava Jato.

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A confusão quase terminou em agressão física quando outros senadores interferiram em defesa de João Alberto. O senador Sérgio Petecão (PSD-AC) chegou a desferir golpes no ar, sem, no entanto, atingir o petista.

A denúncia contra Lindbergh é assinada pelo senador José Medeiros (PSD-MT), um dos que discutiu com Lindbergh na reunião anterior. Segundo o presidente do conselho, há indícios de quebra de decoro e o conselho deve analisar o caso.

De acordo com o regimento do Conselho de Ética, este tipo de denúncia pode levar a uma advertência ou censura verbal ou escrita.

O PSB entrou nesta quarta-feira, 9, com uma representação contra o deputado Wladimir Costa (SD-PA) no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar, após suposto assédio contra uma jornalista. A ação foi encampada pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Costa ganhou destaque nacional após declarar que votaria contra a denúncia apresentada contra o presidente Michel Temer e exibir uma tatuagem com o nome dele no ombro. Na semana passada, Temer jantou com deputados da base aliada na véspera da votação da Câmara. Na ocasião, a jornalista Basília Rodrigues, da rádio CBN, pediu que o deputado do SD do Pará mostrasse a marca feita em homenagem ao presidente, uma vez que havia dúvidas se o desenho era definitivo ou se tratava de uma tatuagem temporária.

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Na frente de outros repórteres e deputados, Costa respondeu: "Pra você, só se for o corpo inteiro". Em seguida, após ser perguntado, novamente, por Basília, o deputado do SD disse: "Eu tenho várias tatuagens no corpo inteiro, amor". Ela relatou o caso nas redes sociais e disse que, na ocasião, vários deputados pediram desculpas a ela e ficaram constrangidos com a resposta de Costa.

Após a repercussão do caso, o deputado paraense voltou a fazer ataques contra Basília no Facebook e disse que jamais poderia ser acusado de assédio, pois "basta ver as fotos da mesma e todos irão ver que ela foge totalmente dos padrões estéticos que, supostamente, despertaria algum tipo de desejo em alguém".

Na peça, o PSB alega que Costa "cometeu ataques morais e de flagrante desrespeito" contra a jornalista e destaca que ela se dedica há mais de dez anos a coberturas políticas e do Judiciário em Brasília. O partido também afirma que "a atitude vexaminosa e reprovável do deputado, além de ofensiva à profissional e cidadã Basília Rodrigues, expôs a Câmara dos Deputados e contribui para a deterioração da sua imagem institucional perante a sociedade, ocasionando uma quebra de confiança e credibilidade nas instituições democráticas".

De acordo com a legenda, Costa teve uma "postura jocosa e machista" e "praticou atos de discriminação de gênero contra a jornalista, evidenciando nítido machismo e misoginia, o que fere a ética e o decoro parlamentar". Na peça, a sigla pede para que a representação seja analisada "para aplicar punição cabível e na exata extensão das condutas praticadas pelo deputado".

Procurado, o deputado disse que a ação foi movida pela agremiação porque Delgado tem "problemas pessoais" contra ele. Segundo Costa, eles protagonizaram diversos embates tanto no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara como em outras comissão da Casa.

O deputado do SD também rechaça a acusação de que tenha assediado Basília. "Eu não tenho uma tatuagem, eu tenho várias, eu tenho sete tatuagens. O fato de dizer 'Pra você, eu mostro tudo' e ainda em tom de brincadeira... Eu não disse 'Pra você, eu fico nu, eu fico despido, eu fico pelado'. Eu não usei esses termos. Aí, não há quebra de decoro e muito menos assédio", disse.

A matéria enviada anteriormente continha uma incorreção no 1º parágrafo. Diferente do informado, o placar da votação no Conselho de Ética foi de 11 a 4 e não 16 a 4, como constou. A seguir, a matéria corrigida e ampliada:

Por 11 votos a 4, o Conselho de Ética do Senado confirmou o arquivamento do pedido de cassação do senador Aécio Neves (PSDB-MG), alvo de representação por quebra de decoro parlamentar. Desta forma, Aécio não será nem sequer investigado na Casa pelas gravações entre ele e o dono da JBS, Josley Batista.

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Para o senador Lasier Martins (PSD-RS), que votou pela admissibilidade do processo, o resultado desta quinta-feira, 6, é negativo para Aécio. "Não estivemos agora julgando a cassação, e sim a admissibilidade ou não da representação. Sempre defendi que o processo seria saudável para Aécio provar que é inocente. Da maneira que ficou, perdura a dúvida", avaliou Lasier.

Autor da representação, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) declarou que há um acordão entre os grandes partidos para salvar Aécio e blindar outros parlamentares investigados. "Há dois tipos de julgamento, um dos que têm poder político no Senado e outro dos que não têm."

Randolfe lembrou o caso do ex-senador Delcídio Amaral, que foi cassado no ano passado pelo Conselho após também ter sido gravado em conversas e acusado de tentar obstruir a Justiça. "Acho que hoje o instituto da ética e do decoro parlamentar pode ser sepultado. Não faz mais sentido ter Conselho de Ética desse jeito. Se não há sentido investigar Aécio, por que nós cassamos o mandato do senador Delcídio do Amaral?", questionou Randolfe.

Já o presidente do Conselho, João Alberto Souza (PMDB-MA), voltou a afirmar que "não há absolutamente nada" para condenar o senador tucano e que a maioria dos integrantes do colegiado concordou que ele tinha razão ao decidir pelo arquivamento. "Um senador que recebeu mais de sete milhões de votos não pode ser jogado assim na opinião pública", defendeu.

Após o pedido de cassação da Rede e do PSOL contra Aécio, em junho, João Alberto decidiu monocraticamente arquivar a representação, que considerou "improcedente". Randolfe, apoiado por cinco senadores que integram o Conselho, entrou com um recurso para que o plenário reavaliasse a questão.

Nesta quinta, entretanto, apenas quatro parlamentares votaram pela admissibilidade da denúncia: José Pimentel (PT-CE), Lasier Martins (PSD-RS), João Capiberibe (PSB-AP) e Antonio Carlos Valadares (PSB-SE). O senador Pedro Chaves (PSC-MS), que havia assinado o recurso, recuou e votou contra o documento que ele mesmo ajudou a validar. Segundo Valadares, houve ameaças para que ele mudasse de voto.

Votaram contra a representação os senadores Airton Sandoval (PMDB-SP), Romero Jucá (PMDB-RR), Helio José (PMDB-DF), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Eduardo Amorim (PSDB-SE), Gladson Camelli (PP-AC), Acir Gurgacz (PDT-RO), Telmário Mota (PTB-RR), Pedro Chaves (PSC-MS), Roberto Rocha (PSB-MA) e João Alberto (PMDB-MA), que não precisava votar, mas disse que fazia questão de se manifestar. O voto dele não foi oficialmente computado.

Governo

Durante a discussão, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), saiu em defesa de Aécio, dizendo que só há "uma visão dos fatos" até o momento, que seria a do Ministério Público Federal, responsável pela apresentação da denúncia contra o tucano por corrupção passiva e obstrução de Justiça.

"Não estamos determinando paralisação nenhuma de investigação no Supremo Tribunal Federal. Nós estamos aqui dizendo que não vamos comer um processo cru. Querer imputar ao senador Aécio qualquer tipo de penalidade por uma versão do MP é injusto", disse.

Presidente licenciado do PSDB, Aécio retomou esta semana o mandato parlamentar com um discurso de defesa ao governo. Ele faz parte de uma área minoritária da legenda no Senado que quer que o partido permaneça na base aliada do presidente Michel Temer.

Senadores de oposição conseguiram reunir, na manhã desta terça-feira (27) as cinco assinaturas necessárias para protocolar um recurso contra a decisão do presidente do Conselho de Ética, João Alberto Souza (PMDB-MA), de arquivar o pedido de cassação do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

O recurso foi assinado pelos senadores Lasier Martins (PSD-RS), José Pimentel (PT-CE), Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), João Capiberibe (PSB-AP) e Pedro Chaves (PSC-MS), que são membros titulares do Conselho de Ética. Também subscreveram o documento as senadoras Regina Sousa (PT-PI), Angela Portela (PDT-RR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que são suplentes.

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O recurso foi organizado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que também é membro suplente do Conselho.

De acordo com sua assessoria, a peça será protocolada nesta terça-feira às 15 horas.

O recurso alega que a decisão preliminar do presidente do Conselho, pela admissibilidade ou arquivamento do processo, deve levar em consideração apenas três questões técnicas formais: se falta legitimidade ao autor do pedido de cassação, se a representação identifica o senador e os fatos que lhe são imputados e se os fatos relatados são procedentes e referentes ao período do mandato do senador.

O texto afirma que o pedido de cassação cumpre com todas as regras. O recurso argumenta que o pedido foi protocolado por partidos políticos com representação no Congresso Nacional, no caso a Rede Sustentabilidade e o PSOL.

Os autores do recurso também argumentam que os fatos imputados ao senador Aécio são referentes ao período de seu mandato, já que se referem às gravações feitas pelo dono da JBS, Joesley Batista, que teriam sido feitas em março deste ano.

Por fim, o recurso defende a procedência de quebra de decoro ao trazer anexadas as mídias com a gravação do diálogo entre Aécio e Joesley, o termo de depoimento de Joesley Batista prestado ao Ministério Público, a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, que determina o afastamento do senador, além do pedido de prisão e a denúncia contra Aécio assinados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

O pedido de cassação de Aécio foi protocolado pela Rede e pelo PSOL com base nas gravações do senador com o dono da JBS, Joesley Batista. De acordo com João Alberto, o pedido foi arquivado por falta de provas.

O prazo para apresentação de recurso se encerra na tarde desta terça. Caso o recurso seja deferido, a decisão sobre abertura do processo de cassação de Aécio terá de ser deliberada por votação no Conselho de Ética, que possui 15 membros.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) vai entrar com recurso da decisão do presidente do Conselho de Ética, João Alberto Souza (PMDB-MA), de arquivar o pedido de cassação do senador Aécio Neves (PMDB-MG). Para protocolar o recurso, é preciso reunir cinco assinaturas de membros titulares do Conselho.

"Considero esse arquivamento inadequado. Vou recorrer da decisão. Se recebimento de propina não fere a ética e o decoro parlamentar, nada mais ferirá", afirmou Randolfe. Apesar de propor o recurso, a assinatura de Randolfe não faz parte da contagem, já que ele é membro suplente no conselho. Por enquanto, o recurso conta apenas com a assinatura do senador Lasier Martins (PSD-RS).

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O pedido de cassação de Aécio foi protocolado pela Rede e pelo PSOL com base nas gravações do senador com o dono da JBS, Joesley Batista. De acordo com João Alberto, o pedido foi arquivado por falta de provas.

No recurso, o senador Randolfe lista onze provas que, em sua opinião, comprovam a quebra de decoro por parte de Aécio Neves. Entre elas, as mídias com a gravação do diálogo entre Aécio e Joesley, o termo de depoimento de Joesley Batista prestado ao Ministério Público, a decisão do ministro do Supremo Edson Fachin, que determina o afastamento do senador, o pedido de prisão e a denúncia contra Aécio assinadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

O prazo para recurso é de dois dias úteis. Dessa forma, o pedido deve ser apresentado ao conselho até terça-feira à tarde.

Nenhum partido indicou formalmente nomes para compor o Conselho de Ética do Senado. Diante da lista do ministro Edison Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), com pedidos de inquéritos sobre 24 senadores, o colegiado seria responsável por analisar eventuais denúncias por quebra de decoro parlamentar, que podem levar à cassação do mandato.

Segundo a Mesa Diretora do Senado, os conselhos da Casa sempre são instalados após as comissões permanentes e mistas, e as indicações devem começar a ser feitas nesta semana. Pelo regimento, no entanto, a retomada das atividades do colegiado está atrasada. A resolução prevê que a instalação, a cada dois anos, se dê entre fevereiro e março.

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Cotado para comandar o Conselho de Ética pela quinta vez, o senador João Alberto (PMDB-MA) disse que ainda não houve a instalação da nova formação do órgão porque os partidos não indicaram os nomes, mas que tudo está correndo dentro da normalidade. Segundo ele, o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), enviou na quarta-feira passada um ofício aos líderes solicitando as indicações.

Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), não há "muita vontade" para o funcionamento do conselho neste momento. Ele disse que o seu bloco já tem os nomes para compor o colegiado. "Nós temos insistido na necessidade de que os partidos indiquem para que o conselho seja constituído. Não descarto a possibilidade de a gente solicitar isso no plenário na próxima semana", afirmou.

Processo

 

Randolfe considera que seria impossível investigar os 24 senadores da "lista de Fachin" no conselho. "Tem de ocorrer [um eventual processo] conforme o julgamento for avançando. Se tornado réu, por exemplo, é uma situação mais gravosa. Eu acho que quem tem abertura de inquérito pelo menos não deveria estar apto a estar no conselho", disse.

Apesar do entendimento de que apenas réus devem ser investigados pelo conselho, no ano passado, dois senadores tiveram denúncias aceitas pelo STF, Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o então presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), mas nenhum processo foi aberto. A última sessão do conselho ocorreu no dia 3 de maio de 2016, para a cassação do mandato do ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Conselho de Ética da Câmara rejeitou nessa quarta-feira (5) pedido de suspensão do mandato do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que sofreu representação por ter cuspido no deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) na sessão de abertura do processo de impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, em 17 de abril do ano passado.

O colegiado decidiu por uma advertência por escrito, a ser lida no plenário. Questionado ontem sobre a decisão, Wyllys disse não se arrepender do ato. "Naquela circunstância, eu cuspiria de novo. Se você me perguntasse isso antes daquele dia, eu diria que jamais cuspiria na cara de uma pessoa, porque meus valores não permitem isso", declarou.

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Wyllys disse ainda que esperava que o processo por quebra de decoro fosse arquivado. "Vou acatar, claro, mas considero que o ideal seria o arquivamento." Ele reafirmou que apenas reagiu a insultos homofóbicos de Bolsonaro no dia da votação. "Essa advertência eu guardo como um troféu", afirmou.

"A violência contra homossexuais é tão naturalizada que os insultos e agressões deste homem contra mim são tratados como naturais. Quando eu reajo cuspindo, os paladinos do bom costume vêm para me censurar", criticou Wyllys.

O relator no Conselho de Ética, Ricardo Izar (PP-SP), havia proposto, em vez de suspensão por quatro meses, uma pena reduzida de 30 dias. Os conselheiros Júlio Delgado (PSB-MG), Marcos Rogério (DEM-RO) e Leo de Brito (PT-AC), no entanto, apresentaram sugestões de pena mais branda. O relator rechaçou pedidos favoráveis à advertência e disse que houve quebra de decoro. "Caberia cassação, mas a gente levou em consideração atenuantes como as provocações sofridas", disse Izar. O parecer do relator foi rejeitado por 9 votos a 4.

Delgado alegou que a cusparada foi uma reação ao comportamento de Bolsonaro. "A censura escrita é justa." A advertência foi aprovada por 13 votos favoráveis e uma abstenção.

Apoio

Wyllys fez campanha nas redes sociais e conseguiu apoio de personalidades contra a suspensão, como os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff. Havia pressão também do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que a punição fosse revista. Maia considerava a medida exagerada.

Procurado nesta quarta-feira, Bolsonaro, que estava em viagem, não comentou a decisão do Conselho de Ética da Câmara. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados deve discutir e votar, nesta quarta-feira (5), o parecer referente a processo instaurado contra o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ). A sessão está marcada para as 14h.

O relator do processo, Ricardo Izar (PP-SP), recomenda que Wyllys seja suspenso do mandato pelo período de quatro meses. A punição é devido ao deputado ter cuspido em Jair Bolsonaro (PSC-RJ), durante a sessão em que estava sendo votada a admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff, em abril do ano passado. Mas os membros da comissão querem um período menor de punição.

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O deputado Izar afirmou que irá rever essa pena. "Eu vou rever com carinho a questão da dosimetria [cálculo da pena], mas o voto eu tenho certeza que não vou mudar. A gente pode rever a pena, mas o voto não", frisou ele, na semana passada.  Para ele, a pena deve se entre um e seis meses.

Durante a última reunião, o deputado Marcos Rogério (DEM-RO) chegou a sugerir a suspensão de prerrogativas ao prazo regimental de 60 dias, o que pareceu razoável ao relator. Já o entendimento do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) - de que Wyllys deveria receber apenas uma advertência oral - não agradou.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados pode definir, nesta quarta-feira (29), sobre a suspensão do mandato do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ). A discussão e votação do parecer do processo instaurado pela Mesa Diretora contra ele, por ter cuspido no deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) durante a sessão de admissibilidade do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em abril de 2016, é um dos itens da pauta da reunião de hoje. 

O relator do processo é o deputado Ricardo Izar (PP-SP). Ele leu seu parecer em dezembro, mas a votação não ocorreu porque houve pedido de vista dos deputados Julio Delgado (PSB-MG) e Leo de Brito (PT-AC). Izar pediu a suspensão do mandato de Wyllys por quatro meses, mas admitiu que o tempo poderá ser alterado conforme decisão dos demais membros do Conselho de Ética.

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O colegiado, que se reúne a partir das 14h, também vai discutir se instaura três novos processos atendendo a representações contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PP-RJ) - duas de origem do PT - e  o deputado Eder Mauro (PSD-PA), impetrada pela Mesa Diretora.

Acusado de infidelidade partidária, o ex-vereador de Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Marcelo Santa Cruz pediu desfiliação do Partido dos Trabalhadores (PT). Santa Cruz respondia a onze processos disciplinares no Conselho de Ética da legenda por ter supostamente apoiado a candidatura de Luciana Santos (PCdoB) à prefeitura da cidade em outubro enquanto o PT concorria com Teresa Leitão.

Um grupo com mais de 20 outros petistas também se alinhou a postura do ex-parlamentar e solicitou a desvinculação do partido. As cartas de desfiliação foram entregues na quinta-feira (9). Nesta sexta (10), eles protocolam a decisão na Justiça Eleitoral de Olinda.  

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Além de Santa Cruz, também deixam a sigla Rosalina Santa Cruz, irmã do ex-parlamentar e integrante da direção nacional do partido; Edneida César, Antônio Carlos, Vera Santos, Hozanildo Alves, Dominici Maior e Roberval Veras. 

Um dos ex-militantes petista, Hozanildo Alves, publicou uma carta nas redes sociais justificando o desembarque do partido. Segundo ele, “uma mistura de erros políticos, com falta de estratégia e tática eleitoral, bem como a ganância e o egoísmo de algumas lideranças do partido no estado, que colocaram seus mandatos e interesses pessoais, acima dos interesses do coletivo do partido e da população, resultando numa série de derrotas consecutivas” ocasionou a desfiliação em massa.

O LeiaJá.com tentou entrar em contato com o ex-vereador, mas não obteve êxito até o fechamento desta matéria. 

 

Uma perícia da Polícia Civil do Distrito Federal desmonta a tese defendida pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) de que o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) teria premeditado cuspir na sua cara. O episódio aconteceu em abril, durante a votação sobre o pedido de abertura do processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

No centro dessa polêmica está um vídeo divulgado nas redes sociais pelo filho do deputado do PSC, Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), que traz uma legenda em que Jean Wyllys aparece dizendo para o deputado Chico Alencar (PSOL-SP) que iria cuspir na cara do Bolsonaro.

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A leitura labial feita pela perícia, porém, apontou que o vídeo ocorreu depois da ação e que Jean Wyllys disse, na verdade, "eu cuspi na cara do Bolsonaro, Chico" e não "eu vou cuspir" como sugeria a legenda do vídeo divulgado pelo filho de Bolsonaro.

Jean Wyllys é alvo desde outubro de um processo disciplinar no Conselho de Ética da Câmara que apura se o episódio configura quebra de decoro parlamentar. O deputado do PSOL sempre alegou que nunca premeditou cuspir em Bolsonaro e que o ato foi uma reação aos insultos de cunho homofóbico por parte do deputado do PSC.

Em depoimento ao colegiado nesta semana, Jean Wyllys disse que, na hora em que foi votar contra o impeachment de Dilma, foi chamado de "viado" e "queima rosca" por Bolsonaro. "Tolerei insultos por seis anos, mas, naquela hora, cuspi na cara daquele fascista porque foi algo mais forte do que eu. Minha cuspida foi uma reação e não uma ação", disse.

A assessoria de imprensa de Jean Wyllys disse que o deputado vai esperar a conclusão do processo para decidir se vai entrar com uma representação contra Bolsonaro por ter usado um vídeo falso como prova no processo do Conselho de Ética. A assessoria de Bolsonaro afirmou que o deputado não iria se pronunciar sobre o caso. O deputado Eduardo Bolsonaro não retornou o contato feito pela reportagem.

O Conselho de Ética acaba de livrar o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) do processo por quebra de decoro parlamentar por ter dedicado seu voto à favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 17 de abril deste ano, ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, reconhecido pela Justiça como torturador durante a ditadura militar. Foram 11 votos para arquivar o processo e apenas um a favor do andamento da representação.

Os deputados derrotaram o parecer do relator Odorico Monteiro (PROS-CE), que defendia a continuidade da representação protocolada pelo PV. O partido pedia a cassação do mandato do deputado.

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Mesmo com a repercussão internacional do gesto de Bolsonaro, os conselheiros entenderam que o parlamentar é imune em seus gestos e palavras, independentemente do conteúdo do discurso. Na sessão desta tarde foi escolhido o voto em separado do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) como parecer vencedor. No documento apresentado ontem, Rogério defendeu o direito de Bolsonaro dizer o que pensa, sem reprimendas.

Embora seja contrário à opinião do colega, Rogério sustentou que o artigo 53 da Constituição estabelece que deputados e senadores são "invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos" e que por isso não é "razoável" censurar um parlamentar. "O que está em julgamento é a inviolabilidade do direito de fala do parlamentar, se a fala pode ser censurada", justificou nesta tarde. O parecer de Rogério foi aprovado por nove a favor, um contra e uma abstenção.

Na sessão do dia 17 de abril, Bolsonaro fez um discurso que causou revolta no plenário. "Nesse dia de glória para o povo brasileiro, tem um nome que entrará para a história nessa data, pela forma como conduziu os trabalhos nessa Casa. Parabéns presidente Eduardo Cunha. Perderam em 64, perderam agora em 2016. Pela família e pela inocência das crianças em sala de aula, que o PT nunca teve. Contra o comunismo. Pela nossa liberdade contra o Foro de São Paulo. Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff. Pelo Exército de Caxias, pelas nossas Forças Armadas. Por um Brasil acima de tudo e por Deus acima de todos, o meu voto é sim", discursou.

Mais cedo, Bolsonaro participou a sessão do colegiado destinada à oitiva de testemunhas do caso da cusparada envolvendo Jean Wyllys (PSOL-RJ). O deputado disse que não estava ali para punir o colega, ouviu de outros parlamentares relatos de provocações anteriores contra Wyllys e admitiu situações de embates acalorados contra o deputado do PSOL. "Nunca comecei nenhuma confusão, sempre o iniciador é ele", declarou em depoimento.

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) leu notas taquigráficas onde Bolsonaro teria ofendido Wyllys em outras sessões na Câmara. Bolsonaro disse que Braga não tinha moral porque era defensor da guerrilha armada do período da ditadura e reclamou da forma como ele o encarava. "Não faça essa carinha, não.. Jean Wyllys vai gostar", provocou.

Bolsonaro disse que desde 1991 é vítima de perseguição política e que isso gerou mais de 30 processos contra ele. "Eles, em rodízio, me processam por tudo", declarou. Durante toda a sessão, Bolsonaro foi defendido pelos deputados Capitão Augusto (PR-SP) e delegado Eder Mauro (PSD-PA), seus tradicionais aliados.

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados tem duas reuniões marcadas para a próxima terça (8) e quarta-feira (9) para tentar votar, mais uma vez, os pareceres das representações contra os deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ), Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Laerte Bessa (PR-DF). Os textos estão na pauta do colegiado há três reuniões, mas não avançam. 

Contra Wyllys pesa uma acusação impetrada pelo Partido Social Cristão (PSC) por uma publicação feita por ele no Facebook onde critica os “delírios homofóbicos de políticos e líderes religiosos mentirosos”, ao comentar o massacre de gays em boate de Orlando (EUA). O relator é o deputado Júlio delgado (PSB-MG) que recomendou o arquivamento do processo. 

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Já o Partido Verde (PV) acionou o colegiado contra Bolsonaro. O partido aponta que o deputado teria feito “apologia ao crime de tortura” ao homenagear  o coronel Brilhante Ustra no Plenário, durante a votação da admissibilidade do impeachment da então presidente Dilma Rousseff, em 17 de abril. O relator Odorico Monteiro (Pros-CE) defende que a denúncia seja aceita.

O terceiro item da pauta de votação é referente a uma ação do Partido dos Trabalhadores (PT) contra Bessa. Ele é acusado de proferir, em discurso no Plenário da Câmara, ofensas contra os petistas, entre eles os ex-presidentes Dilma e Lula. Para o relator da representação, deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), o caso deve ser arquivado.

Oitiva de testemunhas

Antes das possíveis votações, outro processo contra Jean Wyllys deve ser analisado pelo Conselho de Ética. Eles vão ouvir as testemunhas arroladas na representação da Mesa Diretora da Câmara que acusa o pesolista de ferir o decoro parlamentar ao cuspir na direção do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). O episódio também aconteceu no dia 17 de abril.  

Serão ouvidos, além de Bolsonaro e Jean Wyllys, os deputados Luiz Sérgio (PT-RJ), Covatti Filho (PP-RS), Marcus Vicente (PP-ES), Delegado Éder Mauro (PSD-PA), Chico Alencar (Psol-RJ) e Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), além de Alberto Fraga (DEM-DF) e Ezequiel Teixeira (PTN-RJ), subscritores dos requerimentos que originaram a representação da Mesa da Câmara. O relator do caso, deputado Ricardo Izar (PP-SP), tem 30 dias úteis para concluir as diligências e a instrução do processo. 

O deputado Ricardo Izar (PP-SP) anunciou nesta terça-feira, 25, que pretende chamar 12 parlamentares para prestar depoimento no Conselho de Ética em um dos processos por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ). Izar é relator da ação disciplinar instaurada no início do mês na qual Wyllys é acusado de ato atentatório por ter cuspido em direção ao deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no dia da votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara.

O relator apresentou nesta terça-feira, 25, seu plano de trabalho para a fase de instrução probatória, que vai durar 30 dias úteis. Izar sugeriu a convocação dos deputados Luiz Sérgio (PT-RJ), Covatti Filho (PP-RS), Marcus Vicente (PP-ES), delegado Éder Mauro (PSD-PA), Chico Alencar (PSOL-RJ), Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), Alberto Fraga (DEM-DF), Ezequiel Teixeira (PP-MT), além do ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), que na ocasião era líder da bancada peemedebista. As oitivas ficaram pré-agendadas para 8 e 9 de novembro.

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Izar sugeriu também a oitiva do representado e dos deputados Jair e Eduardo Bolsonaro (PSC-SP). O presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), ponderou que Jair e Eduardo se envolveram diretamente no conflito em plenário e por isso vai procurar a consultoria do conselho para decidir se autoriza a oitiva de ambos nessa fase processual.

O processo contra Wyllys é fruto de seis representações levadas à Corregedoria da Casa, sendo duas delas do ator Alexandre Frota. A Mesa Diretora aprovou o encaminhamento das representações e sugeriu a suspensão do mandato parlamentar por até seis meses. Caberá ao Conselho de Ética arquivar ou dar continuidade ao processo. O prazo para análise da representação é de 60 dias úteis.

O Conselho de Ética se reúne nesta terça-feira (25) para tentar votar pareceres preliminares relativos a processos contra os deputados Jean Wyllys (Psol-RJ), Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Laerte Bessa (PR-DF). As três ações estão na pauta há duas sessões, mas não houve deliberação por falta de quórum.

O processo do Partido Social Cristão (PSC) contra o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) é devido à postagem no Facebook em que critica os “delírios homofóbicos de políticos e líderes religiosos mentirosos”, ao comentar o massacre de gays em boate de Orlando (EUA). O relator Júlio Delgado (PSB-MG) defende o arquivamento do caso por considerar que não houve quebra de decoro.

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Já o Partido Verde moveu ação contra Jair Bolsonaro (PSC-RJ), acusando-o de ter feito “apologia ao crime de tortura” ao homenagear o coronel Brilhante Ustra durante votação da admissibilidade do impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Ustra, que faleceu recentemente, era acusado de praticar tortura durante o período do regime militar. O relator Odorico Monteiro (Pros-CE) defende que a denúncia seja aceita.

Já o terceiro processo é do PT contra Laerte Bessa (PR-DF). O partido acusa o deputado de proferir, em discurso no plenário, ofensa contra petistas, inclusive os ex-presidentes Dilma e Lula. O relator da representação, deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), sugeriu o arquivamento do caso.

O PSB protocolou nesta quinta-feira (20) na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, uma representação contra o deputado Laerte Bessa (PR-DF) por ter feito um discurso ofensivo contra o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB). A representação deve ser encaminhada nos próximos dias para o Conselho de Ética para abertura de processo por quebra de decoro parlamentar.

Na representação, o partido diz que Bessa fez um pronunciamento atacando Rollemberg em frente ao Palácio do Buriti (sede do governo local) durante assembleia do Sindicato dos Policiais Civis. "Então eu quero dizer para vocês que nós não suportamos mais o descaso com que o governador está com essa categoria. No fim aí da semana passada, eu não queria ir, mas também vou pela instituição, porque me dá mal-estar conversar com esse vagabundo desse Rollemberg, dá mal-estar. Ele é vagabundo porque ele é maconheiro, todo maconheiro para mim é vagabundo...", declarou.

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Na sequência, o deputado chamou o governador de "mentiroso", "frouxo", "incompetente", "pilantra", "safado" e "preguiçoso". Também sobrou para o chefe da Casa Militar do Distrito Federal, Cláudio Ribas, que foi xingado.

Esse não será o primeiro processo que Bessa enfrentará no Conselho de Ética. O PT encaminhou uma representação contra o parlamentar após ele ter atacado a bancada petista e os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. "Quero dizer para Vossas Excelências que não sou corrupto e não sou ladrão. E tenho liberdade para chamar os petistas, em sua grande maioria (é claro que há algumas ressalvas, aqui nessa Casa há ressalvas), de ladrões. Os petistas têm que sair do País, juntamente com a vagabunda da Dilma e seu amigo Lula", disse Bessa, durante sessão plenária de 15 de junho.

O primeiro processo caminha para ser arquivado. O relator do caso, deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), apresentou um parecer prévio pela inadmissibilidade da representação. O relatório preliminar estava na pauta de votações de quarta-feira do colegiado, mas a prisão do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) esvaziou os trabalhos da Câmara e não houve sessão no conselho por falta de quórum.

Representações contra deputados a partir de discursos ou expressão pública de opinião tendem, geralmente, a ser arquivadas no Conselho de Ética. O entendimento de parte dos conselheiros é que o direito a liberdade de expressão parlamentar deve ser preservado, independentemente do conteúdo do comentário.

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