Tópicos | Eleições 2022

Depois de receber 1% dos votos em 2018 na sua terceira tentativa de chegar à Presidência da República, a ex-ministra e ex-senadora Marina Silva (Rede), de 63 anos, diz não ter planos de se lançar em uma nova disputa em 2022. Vivendo em isolamento social em Brasília, ela afirmou em entrevista por telefone ao Estadão que só saiu de casa uma vez desde o dia 1.º de março do ano passado, para ir ao médico.

Sua militância virtual, porém, segue intensa. Ela faz palestras - Marina pretende se aposentar como professora e abriu mão da aposentadoria como senadora - e lidera os debates do partido que criou, a Rede Sustentabilidade. Atualmente, a legenda elabora estratégias para sobreviver à cláusula de barreira no ano que vem.

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No precoce tabuleiro eleitoral que se formou, Marina sinaliza apoio a Ciro Gomes (PDT) como o mais forte para quebrar a polarização entre o PT e o presidente Jair Bolsonaro, embora diga que, antes de nomes, o mais importante é discutir projetos.

A sra. tem disposição para disputar uma nova eleição presidencial?

Não gosto de trabalhar com essas conjecturas. Depois de ter 1% dos votos numa eleição, e diante de tanta gente que teve um melhor desempenho, é difícil alguém fazer essa proposta. Principalmente prevalecendo esse critério de que se discute primeiro as métricas eleitorais, em termos de voto, e não métricas qualitativas, em termos de programa. A única coisa que posso dizer é que tenho me dedicado o tempo todo a construir o que é melhor para o Brasil. Tenho essa disposição para o diálogo. Não sou do tipo que acha que um bom projeto de país só funciona comigo.

 

Como tem sido a rotina da sra. na pandemia?

Estou em isolamento social desde o dia 1º de março do ano passado. Já tenho 63 anos. É de conhecimento público que sou uma pessoa hiperalérgica e asmática. Só tenho me comunicado com a minha filha que mora aqui do lado. Eles estão em isolamento também. Só saí do condomínio uma vez para ir ao médico.

 

Como avalia o cenário da pandemia no Brasil, que bate recorde de mortes, e a estratégia dos governadores?

Não há dúvida de que o Brasil está sendo avaliado como o país com o pior desempenho na condução das medidas de saúde em relação à pandemia. Isso se deve ao fato de o governo ter desistido de cuidar da população brasileira e pela politização, que transforma tudo em cálculo eleitoral. Se o cálculo eleitoral dissesse que fazer lockdown daria algum tipo de dividendo, era isso que teria sido feito. O governo federal, por sua vez, criou todas as dificuldades possíveis para se adquirir a vacina. A politização eleitoreira de um tema que tem a ver com a vida das pessoas é um atraso civilizatório. O negacionismo tem várias formas. Tem o ideológico e primitivo, que é colocado em palavras pelo presidente Bolsonaro, que lavou as mãos, e outro é o negacionismo disfarçado, que maquia o que a ciência está dizendo com uma ética de conveniência. Se não fosse o trabalho que a mídia tem feito, a sociedade brasileira estaria totalmente à deriva.

 

O PT já colocou o "bloco na rua" para 2022 com Fernando Haddad. No PSDB, João Doria já se movimenta como candidato e Bolsonaro trabalha abertamente pela reeleição. A Rede terá candidato ao Palácio do Planalto?

Há um erro no que está sendo feito. O Brasil vive um cenário de isolamento no âmbito nacional e agravamento da pandemia, mas se cria aqui o falso dilema de que o mais importante é discutir os nomes. O mais importante é discutir qual é o projeto. Eu participo de um campo do qual fazem parte PDT, PV, PSB, Rede e o Cidadania, que tem sido convidado. Há concordância que neste momento temos que adensar um projeto que leve os setores do campo da esquerda democrática, da centro-esquerda e progressistas a ter um projeto que recupere o Brasil para um percurso civilizatório coerente com o que é uma democracia ocidental. O Brasil não pode ficar trancado do lado de fora achando que pode queimar floresta.

 

Dentro desse coletivo partidário é possível chegar ao consenso em torno de um nome? Nestas legendas tem a sra. e o Ciro Gomes...

O Ciro já tem o nome dele colocado desde o início, o que é legítimo. O que estamos fazendo é um apelo ao campo da esquerda democrática não dogmática, da centro-esquerda, dos setores progressistas e de centro-direita que pensam em primeiro lugar no Brasil. É nesse lugar que estamos nos articulando, e com uma pessoa que tem uma experiência política, administrativa e de política nacional que já colocou seu nome, que é o Ciro Gomes. Ele está fazendo esse diálogo maior, que não é em torno do nome, mas do projeto. O pior dos mundos é criar a velha polarização que existia, entre PT e PSDB, e deixar o tempo todo o brasileiro em terceiro. Agora seria a velha polarização, mas entre Bolsonaro e Lula ou PT. Agora é o momento de a sociedade assumir o primeiro lugar. Tenho a tranquilidade de quem já perdeu três campanhas, já procurei dar uma contribuição.

 

Acredita então que Ciro pode liderar uma terceira via em 2022?

O Ciro Gomes tem legitimidade, competência e capacidade para se colocar, mas eu acho que ele próprio não está trabalhando com essa ideia de terceira via. Ele e todos nós buscamos a recuperação sustentável da economia brasileira, a dignidade humana, a defesa da democracia, da liberdade de expressão e das instituições. Queremos uma primeira via. E que nessa primeira via o Brasil seja capaz de colocar em primeiro lugar a saúde do seu povo.

Como avalia o nome do Luciano Huck para 2022? Ele tem conversado com a esquerda.

 

Numa democracia é legítimo que surjam nomes. Caberá ao debate democrático mostrar os compromissos, ideias, alinhamentos políticos e evitar que haja uma pulverização de tal forma que permita a continuidade daqueles que estão fazendo mal ao Brasil. É importante que surjam novas lideranças no cenário político. É importante que tenha surgido o nome do Luciano e que um jovem de sucesso como apresentador tenha a intenção de contribuir com o processo político do Brasil. Eu advogo a renovação da política não só no discurso, mas também dos quadros. Mas acho que ele tem alguns problemas claros a serem enfrentados. A fragilidade da articulação em torno da qual a mídia está falando que ele está, com o DEM e o PSDB. A gente ouve que há essa articulação (dele) em torno do DEM e do PSDB. O DEM na eleição da (presidência) da Câmara foi para o Bolsonaro. O PSDB tem o Doria. Tem aí um desafio muito grande. Ele (Huck) precisa refletir muito.

Descarta uma aliança com o PT em uma eventual frente contra Bolsonaro?

Quando o PT já se coloca a priori como tendo Lula ou Haddad como candidato, ele não está entendendo o que está acontecendo. Esse é o momento de olhar de baixo para cima para enxergar o que está acima de nós, e não se candidatar à permanência da velha polarização. O PT tem uma força gravitacional enorme e é um ator importante no processo político, mas a sua importância estratégica será medida pela capacidade de verificar que nem sempre aqueles que têm força gravitacional para polarizar mais conseguem ter a maior credibilidade para derrotar aquele que precisa ser derrotado neste momento. Mais uma vez o PT aponta para uma política de exclusividade, de não considerar a gravidade do momento e ficar discutindo pessoas. Os partidos e lideranças precisam ter um pouco mais de humildade.

A Rede recorreu ao STF contra a decisão que impede a fusão de legendas fundadas há menos de cinco anos. Ano que vem será a prova de fogo dos partidos pequenos para superar a cláusula de barreira. A ideia é fundir a Rede com outra legenda?

A Rede não está considerando a fusão. Esse debate foi feito em 2019 e algumas pessoas da Rede achavam que era melhor uma fusão com o Cidadania. Tenho um respeito enorme pelo Roberto Freire, mas a nossa escolha é que a Rede é necessária. Tomamos essa decisão mesmo não tendo (recursos do) Fundo Partidário.

Se a Rede não considera a ideia de fusão, por que recorreu ao STF?

A democracia existe para que as pessoas possam ter o direito de escolha. O fato de eu não querer fazer uma coisa não significa que vou criar um mecanismo para todos pensarem igual a mim. Eu posso não querer a fusão neste contexto, mas é possível que em outro contexto isso possa vir a ser desejado.

A sra. defende a proposta de federação partidária para superar a cláusula de barreira?

Esse debate vem sendo feito e a Rede participa dele, junto com PCdoB e PV. Isso possibilitaria aos partidos que têm programa, ideal e não são fictícios de poderem existir com suas identidades e programas. Esse debate está sendo feito, sim, entre partidos. Toda discussão na reforma eleitoral foi punir e acabar com os partidos de aluguel.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Condenado na Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira, 18, que pode disputar as eleições em 2022 caso o Supremo Tribunal Federal (STF) declare a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro e devolva seus direitos políticos.

"Para que eu seja candidato a presidente da República é preciso uma razão maior. Se for necessário para derrotar o tal do bolsonarismo, não tenha dúvida nenhuma que eu me colocaria à disposição. Mas isso ainda tem tempo para decidir", afirmou em entrevista ao colunista Kennedy Alencar, do portal UOL.

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Lula disse ainda que uma eventual candidatura dependeria das "circunstâncias políticas" no próximo ano, mas deixou claro que será cabo eleitoral no campo da esquerda caso não entre oficialmente na disputa. "Vai depender do PT, das candidaturas dentro do partido, das alianças políticas", explicou.

A declaração é dada dias após o ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, confirmar que recebeu orientação para "rodar o País" e se apresentar como potencial candidato do PT em 2022, caso ex-presidente continue vetado nas eleições.

O petista também voltou a criticar Sérgio Moro e a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba - chamados de "quadrilha". Também reafirmou a inocência e falou sobre as expectativas para o julgamento que pode derrubar sua condenação.

"Não sei qual será a decisão da Suprema Corte. O que eu sei é que eu sou refém da maior mentira jurídico-política contada nesse País para evitar que eu pudesse ser candidato à Presidência da República", disse. "Essa gente não estava atrás de combater a corrupção, eles queriam criar uma República de Procuradores."

O ex-presidente, que foi diagnosticado com o novo coronavírus durante uma viagem à Cuba para participar da gravação de um documentário sobre a América Latina dirigido pelo cineasta americano Oliver Stone, disse que foi um paciente assintomático. Ele ainda confirmou que vai tomar a vacina assim que o imunizante for disponibilizado para idosos com mais de 75 anos e chamou de "encenação política" o ato simbólico organizado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para imunizar os ex-presidentes José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer no dia do aniversário da capital paulista.

Lula também falou sobre o presidente Jair Bolsonaro e fez críticas contundentes à condução da pandemia pelo governo federal - o que, na avaliação do petista, justificaria a abertura de um processo de impeachment na Câmara. O ex-presidente, no entanto, não vê chance de instauração do procedimento para cassação do mandato em um futuro próximo.

"Se a gente não conseguiu colocar impeachment em votação com Rodrigo Maia, certamente a gente não vai conseguir colocar agora com o (Arthur) Lira. Eu não acredito que haja um tempo agora de fazer o debate e nem que o Lira vai colocar em votação", avaliou. "O governo age de forma irresponsável e brinca o tempo todo desafiando a ciência. A situação é grave. A sociedade tem que perceber isso. Essa brincadeira que ele [Bolsonaro] está fazendo com o coronavírus é uma estupidez. É o gesto de um homem insano, que não tem sentimento, respeito pela ciência, pela medicina e pelas 250 mil pessoas que já morreram", acrescentou.

Outro ponto criticado pelo ex-presidente foi a política armamentista do atual governo. "Ele pensa que os problemas do Brasil se resolvem com bala, cartucho. Só pode ser chamado de genocida", afirmou Lula.

Líderes partidários e defensores da Operação Lava Jato passaram a fazer apelos públicos na tentativa de convencer o ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro a se posicionar como potencial candidato na disputa pelo Palácio do Planalto em 2022.

Com um perfil discreto, Moro submergiu desde que se tornou sócio-diretor da consultoria americana Alvarez & Marsal no ano passado, mas tem mantido conversas reservadas "como cidadão" sobre o cenário nacional com parlamentares aliados.

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Nesses diálogos, segundo apurou o Estadão, Moro resiste a dar sinais claros sobre suas pretensões políticas, mas não descarta uma futura candidatura. O ex-ministro demonstra desconforto com o que interlocutores chamam de "progressiva deterioração" do País e dos mecanismos anticorrupção.

Os entusiastas da candidatura do ex-juiz voltaram a se mobilizar após a decisão da maioria da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de liberar o compartilhamento da íntegra das mensagens vazadas da Lava Jato com a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A expectativa do julgamento sobre a suspeição de Moro no caso do triplex do Guarujá (RJ) deu munição à narrativa dos partidários de Lula, mas também aglutinou as correntes dissidentes do bolsonarismo que apostam no discurso contra a corrupção para formar uma frente eleitoral em 2022.

"Uma reviravolta (nas decisões da Lava Jato) chocaria a população que votou contra a corrupção em 2018 e beneficiária uma eventual candidatura do Moro, que simboliza esse sentimento. As cartas para 2022 ainda não foram apresentadas em sua plenitude, mas ele já tem visibilidade", disse o senador Alvaro Dias (Podemos-PR).

O parlamentar, que disputou à Presidência em 2018, conversou com Moro pela última vez após a eleição para a presidência da Câmara. Na mesma linha, a deputada Renata Abreu (SP), presidente nacional do Podemos, disse acreditar que Moro sai maior a cada "ataque" que sofre. "O povo sabe que ele, sozinho, tem reafirmado seu papel de herói nacional. Mesmo diante de mensagens hackeadas, obtidas de forma ilegal, o conteúdo revela a cautela e a seriedade que fez dele, no auge da operação, um orgulho de todos os brasileiros", afirmou a dirigente.

O Podemos está em compasso de espera e considera o ex-juiz o seu "plano A" para 2022. Outra legenda que mantém as portas abertas para Moro é o PSL, que planeja um processo de expurgo da ala bolsonarista. "O PSL é um partido moderado e de centro-direita. Estamos buscando construir pontes com ele. Moro é o nome mais consistente do ponto de vista eleitoral. Ele aglutina os lavajatistas, antipetistas e aqueles que pregam a ética na política. Ou seja: as três vertentes da sociedade que o Bolsonaro abdicou", disse o deputado federal Junior Bozzella (SP), vice-presidente nacional do PSL.

Em suas redes sociais, a deputada estadual paulista Janaína Paschoal (PSL) fez um apelo para que Moro entre no tabuleiro eleitoral de 2022. "Haja vista o inferno que estão transformando a vida dele, não vejo outro caminho para Sérgio Moro além de se candidatar à Presidência da República em 2022", escreveu a parlamentar no Twitter.

Horizonte

No ano passado, apoiadores de Sérgio Moro no Congresso viram na sua contratação por uma consultoria americana e em manifestações recentes sinais de que o ex-ministro está reticente quanto a uma eventual candidatura em 2022. A interlocutores nos últimos meses, Moro indicou que não está determinado a ser protagonista em um projeto eleitoral neste momento.

Mas apesar da discrição, ele tem participado de articulações por uma candidatura de centro-direita, em oposição ao presidente Jair Bolsonaro. Em setembro, ele jantou com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Segundo o tucano, foi uma conversa "sem prerrogativa de nomes, mas sim de princípios". Depois do encontro, Moro se reuniu com o apresentador Luciano Huck, que também se movimenta para disputar a Presidência.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em articulação para uma possível candidatura à Presidência em 2022, mesmo sem partido, Luciano Huck pretende contratar o marqueteiro argentino Marcos Peña. A informação é da colunista do UOL, Thaís Oyama. Em 2015, Peña foi vitorioso com a campanha do ex-presidente Maurício Macri, mas sua atuação foi manchada por difamação e acusações de fake news contra a ala peronista.

Para alçar o empresário do ramo esportivo à liderança do país, dentre os ataques contra os aliados dos Kirchner, o candidato a governador de Buenos Aires, Aníbal Fernández, chegou a ser acusado de narcotráfico. Com a diferença nas urnas de apenas 1,5%, a disseminação de mentiras contra o representante da capital foi fundamental para o resultado da eleição.

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De acordo com a colunista do UOL, Thaís Oyama, o apresentador da Globo encontrou-se com Penã no Rio de Janeiro, há cerca de duas semanas. Em seguida, o argentino viajou para São Paulo, onde reuniu-se com dois responsáveis pelas redes sociais de Huck.

Com o tom 'apaziguador' do chamado 'centro-democrático', o chefe do Caldeirão ainda avalia as propostas de seis partidos: DEM, Cidadania, PSB, PSDB, Podemos e PSD. Os últimos episódios na Câmara resultaram em um certo distanciamento dos Democratas e proximidade com o PSB o prefeito do Recife, João Campos. Ele e a namorada, a deputada Tabata Amaral (PDT-SP), fazem parte do RenovaBR, grupo financiado pelo apresentador.

A Comissão Executiva Nacional do PT não discutiu formalmente o lançamento de Fernando Haddad como pré-candidato à Presidência da República, segundo o vice-presidente nacional do partido, Washington Quaquá. A decisão "solitária" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria seguido uma lógica: o partido não poderia repetir 2018 e atrelar a campanha presidencial a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

O novo movimento de Lula se deu sob expectativa de futura decisão da Corte sobre a conduta do então juiz Sérgio Moro no caso do triplex do Guarujá. Na sentença, o então juiz condenou o petista a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

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A defesa de Lula alega que o ex-juiz agiu com parcialidade ao julgar o petista. Se decidir pela suspeição do agora ex-magistrado, o STF pode tirar um obstáculo - não o único - para que o petista dispute a eleição de 2022. Mas não há garantia disso. "Se Lula for reabilitado será o candidato", disse Quaquá. "Mas também não dá para ficar esperando como em 2018. Somos alternativa de poder. Precisamos organizar a campanha."

Quaquá afirmou que havia um consenso no comando do PT sobre a necessidade de definir já uma pré-candidatura. Sabe-se, porém, que o nome de Haddad não é consensual. Mesmo o processo de escolha - um ato pessoal do ex-presidente - é alvo de críticas reservadas na legenda.

Mas, para o vice-presidente do PT, o ex-prefeito de São Paulo, por enquanto, pode começar contatos para ocupar espaço, construir palanques estaduais, conversar com o empresariado, circular no meio político e dialogar com movimentos sociais.

Em 2018, com Lula preso em Curitiba, Haddad teve seus movimentos limitados durante a campanha presidencial, enquanto os adversários podiam, por exemplo, participar de debates. Lula insistiu em aguardar uma decisão favorável do STF, que não veio.

Somente em setembro, a pouco mais de um mês do primeiro turno das eleições, o STF decidiu que Lula não poderia ser candidato e o ex-prefeito pode fazer campanha livremente. Àquela altura, o então candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que já liderava, ganhou mais projeção com o atentado a faca de que foi vítima em Juiz de Fora (MG).

Pressão

Espera-se também que o pré-lançamento de Haddad ajude a melhorar a situação jurídica do ex-presidente. A possibilidade de que uma decisão do STF devolva a Lula a possibilidade de concorrer à Presidência gerou pressões sobre a Corte. A entrada de Haddad ajudaria a sinalizar ao Supremo que poderia decidir com tranquilidade o destino do ex-presidente. Quaquá, no entanto, classifica como "especulação" ligar a decisão de Lula à sua situação no STF. 

O governador João Doria (PSDB) projeta assinar até 2022 contratos de concessão e de Parcerias Público-Privadas (PPPs) que podem render R$ 18 bilhões em investimentos no Estado a médio e longo prazos. O volume estimado de recursos e de empregos gerados em ano eleitoral, como consequência do plano de recuperação econômica, ainda podem ser engordados com a privatização da Emae, a empresa de água e energia. A Sabesp, por enquanto, está fora dos planos.

O tucano, que tenta viabilizar sua candidatura à Presidência da República ano que vem, corre para, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, colocar de pé projetos bilionários e, ao mesmo tempo polêmicos, como a concessão de linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da área onde está o Ginásio do Ibirapuera.

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Em março está marcado o leilão de um dos ativos mais cobiçados pelo mercado: a Linha 9-Esmeralda, que margeia o Rio Pinheiros e ligando a zona sul da capital a Osasco. O pacote inclui a Linha 8-Diamante, que vai do centro a Itapevi, e tem outorga mínima (espécie de licença paga ao governo) avaliada em R$ 303 milhões.

Vice-governador e secretário de governo, Rodrigo Garcia (DEM) estima que o resultado do leilão faça com que somente essa outorga seja superada, ou seja, alcance um ágio, de cinco a dez vezes o previsto, elevando o rendimento do Estado para ao menos R$ 1,5 bilhão.

A área de transportes é a que detém o maior número de projetos no pacote. Com edital previsto para março, a concessão de 213 quilômetros de pistas da rodovia litorânea SP-55,- entre Bertioga e Peruíbe -, deve resultar, segundo o governo, em R$ 3,1 bilhões em investimentos.

Está prevista a implantação de novos equipamentos, como passarelas e viadutos. Em contrapartida, os usuários passarão a pagar pedágio. Estão planejadas até quatro praças de cobrança em pontos localizados nas cidades de Pedro de Toledo, Itanhaém, Bertioga e Mogi das Cruzes.

Garcia ainda destaca a concessão dos 22 aeroportos regionais de São Paulo - os mais disputados devem ser os de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto - e o projeto do Trem Intercidades, promessa de campanha de Doria e de outros governos tucanos, como o de Geraldo Alckmin (PSDB).

"Nossa expectativa é terminar o ano com o trem, que é o trem que vai de São Paulo a Campinas e Campinas a Americana, em licitação. Daí serão mais R$ 7 bilhões em investimentos. Agora, é preciso entender que os investimentos gerados por concessões e PPPs não ocorrem no mesmo ano. Você contrata o investimento que se realizará nos próximos anos. Essa é a nossa previsão para esses R$ 18 bilhões (sem contar o trem)", afirmou Garcia. Projetos já finalizados pela atual gestão ampliam essa estimativa para R$ 37 bilhões.

'Risco Brasil'

Para o economista Fabio Klein, consultor em finanças públicas da Tendências, o pacote do governo estadual pode se favorecer da baixa nos juros observada no Brasil e em vários países mundo por causa da pandemia. "Há um momento favorável em termos de custo de capital e também de disponibilidade de capital. Existe uma liquidez muito grande, especialmente lá fora, que é de onde vem grande parte desses investimentos", explica.

O que pode atrapalhar esse ambiente favorável para os negócios é o chamado risco Brasil, alerta Klein. "A insegurança jurídica, que muitas vezes permeia as relações entre o público e o privado, pode afugentar os investidores. Intervenções que acabam no Judiciário ou provocam quebras de contratos são um risco." Em São Paulo, de acordo com Klein, a "tradição" das concessões está mais estabelecida.

Estradas

Ao mesmo tempo em que busca recurso privado para ampliar os investimentos no Estado na segunda metade de seu governo - se for concorrer à Presidência, Doria terá de renunciar em abril de 2022 -, o governador também planeja aumentar a fatia de recursos do Tesouro aplicada em melhorias à população. E, para isso, vai usar de um expediente comum aos tucanos: retomar obras em estradas vicinais no interior.

A expectativa é que mais um lote seja anunciado até o fim deste mês. O governo aplicará R$ 1,5 bilhão em duplicações, novos acessos e viadutos em pistas geridas pelo Estado.

O plano econômico previsto por Doria para 2021/2022 tem como base a aposta de que a vacinação contra a Covid-19 vai alavancar novamente o turismo, um dos setores mais represados por causa da pandemia.

Segundo o vice-governador, Rodrigo Garcia, o cenário otimista traçado pelo governo em momento de crise é reflexo da atuação estadual durante a pandemia. "Eu credito isso à quarentena inteligente que desenvolvemos. Ela não foi tão restritiva como falam. Mantivemos os serviços essenciais, a indústria, a construção civil. O resultado é que, segundo índice preliminar da Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), nós crescemos 0,3% em 2020, enquanto o Brasil caiu 4,4%." 

Alçado a pré-candidato à Presidência por uma ala do PSDB que se rebelou contra o governador João Doria (SP), o governador gaúcho, Eduardo Leite, afirmou nesta quinta-feira (11) que "o Brasil não se resume a São Paulo". A declaração foi dada em um encontro realizado no Palácio Piratini, sede do governo do Rio Grande do Sul, com presença de 13 deputados federais e um senador - nenhum paulista.

"O governador Doria exerce uma liderança que respeitamos, assim como o PSDB de São Paulo, que também respeitamos. Mas o Brasil não se resume a São Paulo", afirmou Leite.

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A articulação desse grupo é uma resposta à ofensiva de Doria para que a bancada do PSDB adote uma postura mais incisiva de oposição ao presidente Jair Bolsonaro e à movimentação de aliados para que o governador paulista assuma a presidência do partido em maio. "Com todas as diferenças que temos com o governo Bolsonaro, não podemos boicotar o País para ter uma facilidade eleitoral", disse Leite.

Esse grupo de parlamentares quer que o governador gaúcho assuma protagonismo no cenário nacional. "O Eduardo Leite é aquele que mais agrada à bancada federal", disse o deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG). "Não faz sentido o PSDB ter a relatoria da Reforma da Previdência e suas lideranças criticarem sistematicamente o governo federal", afirmou Abi-Ackel, que vê Leite como pré-candidato do partido em 2022. "O brasileiro está farto desse radicalismo, deste perfil de político mais áspero. O governador tem um estilo firme e habilidoso para resolver os problemas. Ele (Eduardo Leite) pode se apresentar e se colocar como um pré-candidato à Presidência", completou.

O deputado Cunha Lima (PB), filho do senador Cássio Cunha Lima, adotou um discurso conciliador. "Tudo que o Brasil menos precisa é de mais briga, e muito menos o PSDB precisa de mais briga."

Questionado se era pré-candidato ao Planalto em 2022, Leite e os demais parlamentares evitarem responder. "Todos nós que estamos na política temos a intenção de ocupar espaços. Evidentemente a presidência da República é uma aspiração política. Mas ela é muito mais destino do que resultado de uma aspiração pessoal", disse. Na quarta, em entrevista à Coluna do Estadão, o governador gaúcho havia dito que é "precipitado definir candidatura, seja de quem for" para 2022.

O senador Rodrigo Cunha (AL) ressaltou as qualidades do governador e traçou paralelos com outros políticos. "O governador Eduardo Leite não tem o perfil de querer ser herói, nem salvador da pátria, nem mito".

Uma comitiva de deputados do PSDB desembarca nesta quinta-feira (11) em Porto Alegre para um lançamento informal do nome do governador gaúcho, Eduardo Leite, à Presidência em 2022. O movimento é liderado pelo deputado Lucas Redecker (RS) e tem o apoio de parlamentares que se rebelaram contra o governador João Doria (SP).

A expectativa é que pelo menos 12 deputados dos 29 que compõem a bancada federal tucana participem da iniciativa.

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O gatilho da articulação foi a ofensiva do governador paulista para que a bancada do PSDB adote uma postura mais incisiva de oposição ao presidente Jair Bolsonaro e a movimentação de aliados para que o chefe do Executivo paulista assuma a presidência do partido em maio. Diante da repercussão negativa, os aliados de Doria recuaram da estratégia de tentar interferir na sucessão tucana.

À Coluna do Estadão, Leite afirmou que é "precipitado definir candidatura, seja de quem for", mas prometeu ajudar o partido a buscar o melhor caminho para 2022. "O partido deve primeiro se reunir em torno de ideias, de um propósito. E é papel de quem exerce funções relevantes, como nós governadores, de ajudar na condução dos debates para uma futura tomada de decisão. Mas jamais impor um caminho em função de pretensões pessoais", disse, sem citar Doria.

"Ainda tenho muito por fazer aqui e cuidar do Rio Grande Sul continua sendo meu foco. Não obstante, naturalmente (e até pela história e tradição do meu Estado) vou buscar ajudar meu partido a construir o melhor caminho para ajudar o Brasil em 2022."

Ao contrário de Leite, a ala tucana que rejeita o nome de Doria adotou tom bem mais agressivo contra o governador paulista. "Não vamos permitir que transformem a agremiação partidária em uma empresa individual", disse o deputado Celso Sabino (PA).

'Atestado governista'

"Foi só o PSDB se movimentar como partido de oposição, que o deputado Celso Sabino reagiu, passando atestado de governista. Desconhece que o PSDB fica longe das benesses do poder e é movido pelo pulsar das ruas", respondeu o presidente do PSDB-SP, Marco Vinholi.

A crise interna tucana foi tema de um encontro realizado na noite de anteontem, no apartamento do deputado Adolfo Viana (BA), reunindo 12 parlamentares, além do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, que optou por não ir a Porto Alegre hoje.

No encontro, o grupo descontente com a ofensiva do governador paulista defendeu a permanência de Araújo no comando da legenda por mais um ano, como prevê o estatuto do partido. A avaliação majoritária foi que Doria errou ao tentar submeter a bancada federal à sua estratégia eleitoral.

Parte dos deputados do PSDB resiste a assumir agora um discurso de confronto aberto contra o Palácio do Planalto, a exemplo do que defendeu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em entrevista ao Estadão. Na mesma entrevista, entretanto, o próprio FHC, que também é presidente de honra do PSDB, citou Eduardo Leite como possível presidenciável ao lado de Doria.

Ao Estadão, Doria ressaltou que o PSDB precisa estar unido e fazer o seu papel. "Estarmos divididos só ajuda Bolsonaro e seu projeto político de extremismo e autoritarismo", afirmou o governador.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro desejou , em entrevista ao programa Brasil Urgente, da Rede Band, boa sorte ao deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Nesta segunda-feira (8), Doria afirmou que convidou Maia para se filiar ao PSDB.

Bolsonaro disse também que tinha "um problema" com Maia e que agora o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AP), assumiu a "independência, mas com responsabilidade". "Somos independentes, mas, na verdade, o Executivo e o Legislativo estão de mãos dadas o tempo todo. Um precisa do outro", declarou. De acordo com o presidente da República, não adianta os parlamentares quererem pôr algo em pauta se o presidente da Câmara não quiser.

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Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o ex-presidente da Câmara confirmou que deixará o DEM para fazer oposição a Bolsonaro. Maia disse que o partido regrediu aos tempos da Arena. A decisão foi tomada após a legenda ter abandonado a candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) a presidente da Casa. A sigla declarou neutralidade na véspera da eleição, o que liberou os deputados a votar em Lira, apoiado pelo governo e que saiu vitorioso.

O presidente nacional do Democratas, ACM Neto, afirmou, na noite desse domingo (7), que se o governo federal for o "do extremismo", não terá o apoio do partido nas eleições de 2022. A hipótese passou a ser aventada no meio político após o desembarque do DEM do bloco de Baleia Rossi (MDB-SP) nas eleições da Câmara, o que deu força para Arthur Lira (Progressistas-AL) conquistar a vitória na Casa com o apoio do Planalto. Em entrevista à GloboNews, o ex-prefeito de Salvador voltou a dizer que não descarta uma aliança com Jair Bolsonaro na próxima disputa presidencial, porque, segundo ele, as negociações sobre o pleito dentro da legenda ainda não teriam começado.

ACM Neto condicionou o apoio a Bolsonaro ao que chamou de "ajuste de ponteiros". "O governo cometeu muitos erros em 2019 e 2020. Vai consertar? Terá uma linha política diferente do que teve até agora? Não vamos nos juntar apenas com expectativa de vitória", declarou, lembrando o apoio da sigla ao ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) nas eleições de 2020. À época, tucano amargou o quarto lugar na disputa.

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"É cedo para dizer qual será a força de Bolsonaro em 2022. Precisamos ver 2021 para ter um cenário claro. Mas não aposto em 'novidadeiros'", acrescentou ACM Neto, reafirmando o que chamou de posição de independência do partido, "o que não significa oposição", em relação ao Executivo. Para o ex-prefeito soteropolitano, a próxima ida às urnas terá a tônica das eleições municipais de 2020 - pouco espaço para a chamada "nova política" e grande força de figuras tradicionais. "O governo está fazendo política. A lógica não permite a gente concluir que presidente vai chegar em 22 com discurso da antipolítica."

Embora negue que haja negociações nos bastidores do DEM sobre 2022, o presidente nacional da legenda citou o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, ambos filiados ao partido, como possíveis nomes para a disputa presidencial. Ele ainda elogiou o nome do apresentador Luciano Huck, virtual pré-candidato, mas ainda sem filiação partidária. E disse ter o sonho de ser presidente da República, um dia. "É claro que tenho o sonho, mas não vou marcar datas, tudo isso depende do momento e um pouco do destino."

Eleições na Câmara

Grande pivô da crise no bloco de Baleia Rossi, a posição de neutralidade do DEM nas eleições da Câmara foi defendida por ACM Neto durante a entrevista, por ter sido tomada em reunião da Executiva Nacional da legenda. "É importante compreender que DEM é um partido que não tem dono."

O presidente da sigla, contudo, descartou que o desembarque da candidatura de Baleia, que tinha Rodrigo Maia (DEM-RJ) como fiador, tenha sido acertada com o governo federal em troca de ministérios ou cargos. "Jamais aceitei discutir cargos com o presidente ou sua equipe", declarou. ACM Neto também negou que será ministro, hipótese aventada nos bastidores da política ao longo da última semana. "Meu projeto é outro", declarou. O ex-prefeito de Salvador quer ser candidato ao governo da Bahia em 2022.

ACM Neto elogiou a atuação de Rodrigo Maia ao longo de seus mandatos na Câmara dos Deputados. O ex-prefeito de Salvador e o ex-presidente da Casa estão rompidos após o DEM abandonar Baleia Rossi, o que deve levar Maia a deixar a sigla. "Se depender de mim, Rodrigo Maia fica. Mas a decisão cabe a ele."

Por fim, o presidente nacional do DEM disse que o partido saiu vitorioso nas eleições do Congresso com a escolha de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) à presidência do Senado. "Vocês vão se surpreender com a presidência de Pacheco."

O ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad disse que recebeu orientação de Luiz Inácio Lula da Silva para "rodar o País" e se apresentar como potencial candidato do PT à Presidência em 2022, caso ex-presidente não restitua seus direitos políticos.

"Ele (Lula) me chamou para uma conversa no último sábado (30) e disse que não temos mais tempo para esperar", disse Haddad em entrevista ao site Brasil 247 na noite de quinta-feira, 4. "Ele me pediu para colocar o bloco na rua e eu aceitei."

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Lula está inelegível pela Lei da Ficha Limpa por causa de duas condenações penais, nos casos do triplex do Guarujá e do sítio de Atibaia, ambos em São Paulo.

A defesa do petista, porém, aguarda o julgamento, no Supremo Tribunal Federal (STF), que vai decidir se o ex-juiz Sérgio Moro agiu com parcialidade nos casos - o que, em tese, pode levar à anulação das condenações e restabelecer os direitos políticos do ex-presidente.

A pressão sobre a atuação de Moro ganhou força nesta semana. Na segunda-feira, 1º, o ministro do Supremo Ricardo Lewandowski derrubou o sigilo da ação em que garantiu à defesa de Lula acesso à íntegra do material apreendido na Operação Spoofing - que investiga a invasão a celulares de autoridades, entre elas Moro e procuradores da Operação Lava Jato.

O material reúne trocas de mensagens atribuídas ao ex-juiz e a procuradores, entre eles o ex-coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, e reforça os argumentos da defesa de Lula de que a atuação de Moro nos casos relacionados ao petista foi parcial.

Haddad relatou que Lula avalia haver pouco tempo hábil para aguardar a decisão do Supremo, e que é necessário debater os problemas do País. "Lula recuperando os direitos políticos, evidentemente que a discussão fica de outro nível", disse ontem Haddad à CNN Brasil.

O petista afirmou que pretende fazer agendas nos fins de semana. As viagens têm objetivo de aumentar o grau de conhecimento entre os eleitores. O ex-ministro concorreu à Presidência em 2018 e foi para o segundo turno com Jair Bolsonaro - derrotado, o petista obteve pouco mais de 47 milhões de votos (44,7% dos votos válidos). Procurado pelo Estadão, Haddad não quis comentar.

Boulos

Candidato do PSOL à Presidência em 2018, Guilherme Boulos criticou o movimento feito pelo PT. Em mensagem publicada no Twitter, Boulos disse que, antes de se pensar em nomes, é necessário definir um projeto como alternativa à tentativa de reeleição de Bolsonaro. "Defendo que a esquerda busque unidade pra enfrentar Bolsonaro. Para isso, antes de lançar nomes, devemos discutir projeto."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Visando as eleições de 2022, a deputada estadual Priscila Krause (DEM) defende a unidade da oposição em Pernambuco e cita os nomes de Raquel Lyra (PSDB), Anderson Ferreira (PL) e Miguel Coelho (MDB), prefeitos de Caruaru, Jaboatão e Petronina, respectivamente, como viáveis para ocupar o lugar do governador Paulo Câmara (PSB).

Priscila critica a falta de ações e diretrizes do Governo de Pernambuco para a retomada econômica em 2021. 

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"É um ano muito desafiador, vai precisar de ousadia, criatividade e competência. E o que a gente tem aqui em Pernambuco é governador acanhado, não é ousado e usa caminhos tradicionais: aumento de impostos e inchaço da máquina. Então, infelizmente, eu deslumbro um ano difícil”, complementou.

Prefeitura do Recife

Além disso, a deputada - que disputou a vaga de vice-prefeita na chapa de Mendonça Filho (DEM), na última corrida eleitoral, aponta que a gestão de João Campos (PSB) manteve nos postos administrativos da Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) os mesmos servidores da gestão de Geraldo Júlio (PSB).

A Sesau foi alvo de investigações da Polícia Federal por indícios de irregularidades em compras e contratações para o enfrentamento à pandemia. "De fato, é uma gestão de continuidade: continua a mesma equipe que provocou sete operações da Polícia Federal”, pontua.

Caso siga inelegível até as eleições de 2022, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinaliza que o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, deve continuar como representante do PT na disputa à Presidência. A dupla estuda retomar as caravanas pelo Brasil e, inclusive, o candidato já teria viagem marcada para Minas Gerais ainda neste mês.

Ao longo da semana, Haddad passou quatro dias em Brasília, onde se reuniu com congressistas e com a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR). A articulação indica o apoio majoritário da sigla pelo nome do ex-professor universitário, caso Lula não tenha recuperado os direitos políticos.

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O desfecho sobre a elegibilidade de Lula deve ser julgado ainda neste semestre. O Supremo Tribunal Federal (STF) vai avaliar se o ex-juiz Sergio Moro - que posteriormente ganhou um cargo no Governo Federal - foi parcial no processo do tríplex no Guarujá, o qual o condenou a cerca de 12 anos.

Mesmo após a reaproximação com o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), o petista já havia dito que não há conversa para uma chapa em 2022. Embora considere a fragmentação dos votos da esquerda, ele afirmou que era "normal que os partidos lancem candidatos", em entrevista à Folha de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que "dificilmente" irá conseguir formar um partido para as próximas eleições, em 2022, e que em março terá que decidir o que fazer. Disse ainda que uma das possibilidades é escolher outra legenda para abrigar seu nome. Apesar disso, o presidente ainda não desistiu da criação de sua sigla. "Vamos continuar fazendo", disse durante conversa com apoiadores nesta terça-feira (2).

Na segunda-feira (1º), o presidente sinalizou a apoiadores que estaria tendo adversidades para formar seu partido por causa de "problemas burocráticos", mas que nesta terça-feira, após as eleições no Congresso Nacional, já iria retomar a discussão sobre o assunto.

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Em outro momento da conversa, Bolsonaro repetiu que até março buscará um novo partido, mas não abandonou o projeto do Aliança pelo Brasil, que ainda não obteve a quantidade de assinaturas necessárias para impulsionar a criação da sigla. Diante da imprevisibilidade, partidos como Progressistas, PSL, Republicanos, PTB, Patriota e PL já acenaram interesse no nome do presidente.

Bolsonaro está sem partido desde novembro de 2019, após se desvincular do PSL em meio a uma série de desentendimentos entre ele e o presidente da sigla, Luciano Bivar (PE).

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, reagiu nesta quinta-feira, 7, às declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre fraudes nas eleições brasileiras. Em nota enviada por sua assessoria, Barroso afirmou que "lida com fatos e provas".

"O presidente do TSE, Ministro Luís Roberto Barroso, lida com fatos e provas, que devem ser apresentadas pela via própria. Eventuais provas, se apresentadas, serão examinadas com toda seriedade pelo tribunal", diz a nota.

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Após extremistas invadirem a sede do Legislativo americano para interromper a confirmação da eleição nos Estados Unidos, Bolsonaro voltou a levantar dúvida sobre a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro e a pressionar pela adoção do voto impresso. Sem citar diretamente o ataque ao Capitólio, Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que o modelo eletrônico pode levar o Brasil a ter um problema pior que os EUA.

"O pessoal tem que analisar o que aconteceu nas eleições americanas agora. Basicamente qual foi o problema, causa dessa crise toda? Falta de confiança no voto. Então lá, o pessoal votou e potencializaram o voto pelos correios por causa da tal da pandemia e houve gente que votou três, quatro vezes, mortos votaram, foi uma festa lá. Ninguém pode negar isso daí", disse Bolsonaro a apoiadores no Palácio da Alvorada, residência oficial. "E aqui no Brasil, se tivermos o voto eletrônico em 2022, vai ser a mesma coisa. A fraude existe."

Mais uma vez sem apresentar provas, o presidente voltou a alegar que as eleições de 2018, da qual saiu vencedor, registraram fraudes que lhe tiraram uma vitória em primeiro turno. Durante visita aos Estados Unidos, em 9 de março do ano passado, Bolsonaro disse que apresentaria provas de que as eleições de 2018 foram fraudadas, o que nunca fez.

A tese de fraude já foi rebatida pelo TSE, que garantiu a segurança da urna eletrônica. "Se nós não tivermos o voto impresso em 2022, uma maneira de auditar o voto, nós vamos ter problema pior que os Estados Unidos", disse Bolsonaro nesta quinta.

Após extremistas invadirem a sede do Legislativo americano para interromper a confirmação da eleição nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro voltou a levantar dúvida sobre a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro e a pressionar pela instituição do voto impresso. Sem citar diretamente o ataque ao Capitólio por uma multidão pró-Donald Trump nesta quarta-feira, 6, Bolsonaro afirmou que o modelo eletrônico pode levar o Brasil a ter um problema pior que os EUA. "Se nós não tivermos o voto impresso em 2022, uma maneira de auditar o voto, nós vamos ter problema pior que os Estados Unidos", disse o presidente.

Também sem apresentar nenhuma prova, Bolsonaro repetiu que houve fraude nas eleições americanas. "O pessoal tem que analisar o que aconteceu nas eleições americanas agora. Basicamente qual foi o problema, causa dessa crise toda? Falta de confiança no voto. Então lá, o pessoal votou e potencializaram o voto pelos correios por causa da tal da pandemia e houve gente que votou três, quatro vezes, mortos votaram, foi uma festa lá. Ninguém pode negar isso daí", disse Bolsonaro. "E aqui no Brasil, se tivermos o voto eletrônico em 2022, vai ser a mesma coisa. A fraude existe."

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As declarações foram feitas em uma conversa com apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada, na manhã desta quinta-feira, 7. Nos Estados Unidos, a invasão ocorreu após um discurso do atual presidente, Donald Trump, no qual ele prometeu que jamais admitirá a derrota eleitoral. Apesar do ataque, o Congresso confirmou a vitória do democrata Joe Biden.

'Canalhas'

Na conversa com apoiadores, Bolsonaro fez referência à falta de apresentação de provas sobre a acusação de fraude nas eleições americanas. O chefe do Planalto declarou que não responderia mais aos profissionais da imprensa, a quem chamou de "canalhas". Mais uma vez, ele colocou dúvidas sobre sua própria eleição em 2018. A tese, no entanto, foi rebatida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que garantiu a segurança da urna eletrônica.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, sugeriu a apoiadores com quem conversou nesta segunda-feira, 28, na saída do Palácio do Alvorada que não estaria pensando em eventual candidatura à reeleição em 2022. Questionado sobre o assunto, o mandatário respondeu: "Se eu pensar em reeleição, eu não trabalho."

Na ocasião, o chefe do Planalto também mencionou a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, que será realizada em fevereiro.

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Sem mencionar o nome de Arthur Lira (Progressistas-AL), líder do bloco de partidos conhecido como Centrão e pré-candidato apoiado por ele, Bolsonaro disse que há a chapa com o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o PT, o PCdoB e o PSOL, e "outra chapa". "Estou nessa outra", comentou.

Voto impresso

Ao ouvir pergunta de um apoiador sobre a hipótese de adoção do voto impresso no Brasil, Bolsonaro voltou a relacionar eventual vitória de Lira para o comando da Mesa Diretora com negociações em torno de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da deputada Bia Kicis (PSL-DF).

"Acabando as eleições, tem a PEC da Bia Kicis e a gente vai conversar com os dois presidentes da Câmara e do Senado para levar avante essa PEC para ver se a gente aprova o voto impresso", relatou o presidente da República.

Depois de enfrentar prévias conturbadas para ser o candidato do PSDB à Prefeitura em 2016 e ao Palácio dos Bandeirantes em 2018, o governador de São Paulo, João Doria, entra em 2021 com o caminho já pavimentado para ser o candidato tucano na eleição presidencial de 2022. Enquanto conversa com outras forças políticas para tentar construir uma aliança contra o presidente Jair Bolsonaro e usa a vacina do Instituto Butantã com a fabricante chinesa Sinovac para se projetar nacionalmente, Doria conseguiu um apoio inédito das bancadas do PSDB na Câmara e no Senado, da Executiva Nacional tucana, além dos governadores e principais prefeitos da legenda, entre eles Bruno Covas, reeleito na capital paulista.

Pela relevância do cargo, o governador de São Paulo sempre foi considerado um candidato natural ao Palácio do Planalto, mas, em eleições anteriores, tanto José Serra quanto Geraldo Alckmin enfrentaram resistências internas antes de se lançarem na disputa. A única eleição presidencial na qual o candidato do PSDB não era um paulista foi em 2014, quando o senador mineiro Aécio Neves foi ao segundo turno contra Dilma Rousseff (PT). Em todos os pleitos desde 2002, porém, houve disputa interna no partido pela vaga de candidato.

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Sem foco de resistência na legenda, Doria é até o momento o único pré-candidato que se coloca abertamente como presidenciável, apostando no contraponto ao presidente Jair Bolsonaro. "Doria é o nome mais forte que temos no PSDB, que mostrou em 2020 que está vivo. A vacina é um ativo de quem apostou na ciência e na saúde", disse o deputado federal Rodrigo Castro (MG), novo líder do PSDB na Câmara.

Além de Doria, outro nome considerado como um potencial um potencial "presidenciável" da sigla tucana é o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, eleito para o cargo em 2018 aos 33 anos.

Ligado a movimentos de renovação política, Leite, no entanto, por enquanto não manifestou internamente interesse em entrar na disputa e sinaliza que deve tentar a reeleição daqui a dois anos.

Centro

Eleito prefeito em 2016 com um discurso de negação da política e governador em 2018 vociferando contra o PT e a esquerda, e escorado no mote "Bolsodoria", o governador paulista tenta agora se mover da direita para o centro ao reposicionar o discurso. Se antes repetia o bordão de que a bandeira do Brasil "jamais será vermelha", o governador passou a defender o diálogo com a esquerda para enfrentar o bolsonarismo.

"João Doria se consolidou como uma forte liderança nacional, a principal do PSDB. É o construtor desse momento de vitórias que o PSDB vive. É o nome natural do partido para a presidência da República", disse o presidente do PSDB paulista e secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi.

Vice

A avaliação no entorno do governador é que a pandemia fortaleceu e nacionalizou o nome de Doria. O governador já disse reiteradas vezes que não disputará a reeleição em São Paulo e assumiu o desafio de atrelar a construção de uma coalizão partidária de apoio à articulação para a reeleição de seu vice, Rodrigo Garcia (DEM), que deve assumir o governo por oito meses.

Em 2017, Alckmin, quando era governador, tentou um movimento semelhante: queria apoiar seu então vice, Márcio França (PSB), em troca da adesão da legenda dele à sua candidatura na eleição presidencial. A estratégia acabou esbarrando na resistência das bases tucanas em apoiar pela primeira vez um nome de fora da sigla para o Palácio dos Bandeirantes. Doria se beneficiou justamente disso ao disputar as prévias.

Em 2022, o obstáculo de Doria em São Paulo será o ex-governador Geraldo Alckmin, que já se movimenta discretamente para concorrer novamente ao governo estadual e tem o apoio do grupo do prefeito Bruno Covas. 

Em encontro com apoiadores em São Francisco do Sul, Santa Catarina, onde curte suas férias, o presidente Jair Bolsonaro disse para esquecerem a eleição presidencial de 2022, caso o Congresso Nacional não aprove o voto impresso no País. Essa declaração foi dada quando um dos apoiadores perguntou: "Falta muito para chegar 2022, para apertar o botão [da urna eletrônica] de novo, presidente?".

A Folha de São Paulo afirma que a resposta do presidente foi: "Se a gente não tiver voto impresso, pode esquecer a eleição". Esta não é a primeira vez que Bolsonaro fala em voto impresso nas eleições do Brasil e nas últimas semanas tem intensificado sua busca pela aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição que institua a obrigatoriedade do voto impresso.

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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta segunda (14) em entrevista ao Estadão/Broadcast, que a disputa eleitoral de 2022 foi colocada em pauta "cedo demais". Para ele, o embate entre o presidente Jair Bolsonaro e seu adversário político João Doria (PSDB), governador de São Paulo e um dos pré-candidatos à sucessão, deve continuar até o "desfecho nas urnas".

"A campanha eleitoral para 2022 foi colocada na rua cedo demais. Então, a partir daí, é aquela história, ela partiu e não dá mais para ser recolhida. Na minha visão, vai continuar esse clima (de embate)", avaliou. O vice-presidente opinou que Doria "vem fazendo uso dos mais variados meios para se colocar em evidência e sempre buscando ser um contraponto ao nosso governo".

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Apesar disso, a briga política se mantém no campo declaratório e da retórica, segundo Mourão. "Esse embate está muito nas palavras. Quando vocês forem olhar ações concretas, não tem ação concreta. Nem o governo federal está prejudicando o governo de São Paulo e nem o governo de São Paulo vai fazer uma nova Revolução de 32", comentou.

Na visão do vice-presidente, a discussão está pautada, em especial, na questão da vacina contra a Covid-19, que para ele é usada como "instrumento político". "Está havendo uma discussão muito grande em torno de algo que ainda não existe", opinou Mourão, ao lembrar que o Brasil ainda não tem imunizantes certificados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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