Tópicos | Eleições 2022

O vice-presidente do PDT e candidato à Presidência da República em 2018, Ciro Gomes, anunciou em seu perfil no Twitter a contratação do jornalista e marqueteiro João Santana para a comunicação da sigla.

"Reunião de trabalho com @CarlosLupiPDT, presidente do PDT, e com o publicitário João Santana, que nos ajuda a partir de agora na comunicação do partido", declarou Ciro.

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Ex-marqueteiro oficial do PT, João Santana coordenou as campanhas de Lula, em 2006, e de Dilma Rousseff em 2010 e em 2014. O publicitário foi condenado na Operação Lava Jato a uma pena de 7 anos e 6 meses por lavagem de dinheiro. Após um acordo de delação premiada, cumpriu cerca de um ano e meio em reclusão no regime fechado com uso de tornozeleira.

Em 2020, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Santana avaliou que a candidatura de esquerda com maior chance de ser eleita seria uma chapa encabeçada por Ciro com Lula como candidato a vice. Ele chegou a comparar a eventual chapa com a que elegeu Alberto Fernández presidente da Argentina e que teve a ex-presidente Cristina Kirchner como vice. Santana, no entanto, disse que seria "impossível" uma aliança com Lula vice de Ciro.

A dependência política do Centrão volta a ganhar destaque nos bastidores do Planalto com a proximidade da eleição presidencial de 2022. Sem indicar seus candidatos, o bloco deve manter a tradição de seguir interesses próprios acima de orientações ideológicas para escolher quem vai apoiar na disputa.

Figuras como o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o apresentador Luciano Huck são ventiladas para defender o conglomerado no pleito. Contudo, além da sua orientação volátil, o Centrão não tem o interesse de vencer as eleições, tampouco lançar candidaturas majoritárias.

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"Ele vai fazer alianças com qualquer candidato. Diferente do que possa parecer, o Centrão não atua como partido político. Seu apoio não tem nenhuma relevância ideológica, ele compõe um bloco conforme seus interesses de situação", explica o cientista político Arthur Leandro.

Na derrota, a vitória

A capacidade de articulação no Legislativo faz com que seu apoio seja praticamente uma necessidade básica para a vitória da campanha. Por isso, a movimentação para tentar conquistar o Centrão já iniciou nos bastidores. Sem pender explicitamente para o Bolsonarismo ou o Lulopetismo, para o Centrão "não tem nada demais perder a eleição", pois "ele não perde poder com isso", pontua o estudioso.

Sem necessidade de se expor no Executivo, normalmente “o Centrão se afasta do Governo às vésperas da Eleição ou do Impeachment”, descreve.

Arthur reforça que o bloco exerce poder no Congresso quando elege seus representantes e oferece os votos nas Casas Legislativas, geralmente em troca da aprovação de emendas constitucionais e em formas de cooperação para conseguir recursos federais para suas bases eleitorais. Atualmente, os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), fazem parte do Centrão.

Bolsonaro, a cara do Centrão

Diante da fraca candidatura de Henrique Meirelles (MDB) e Geraldo Alckmin (PSDB) em 2018, ele acredita que o mais próximo de um 'candidato do Centrão' foi o então deputado Jair Bolsonaro, mesmo que a campanha não tenha sido necessariamente um projeto do conglomerado.

"Ele foi um congressista do Centrão, porque era de uma legenda inexpressiva. Ele representava uma fração caricata do Centrão, ligada às corporações policiais. [...] Ele surfa na onda do comportamento anti sistêmico de 2013 e ganha corpo com o impeachment de Dilma", aponta.

O cientista político complementou ao elencar pontos que convergem com o atual presidente: “Ele é pouco partidário, tem baixa fidelidade, não tem consistência programativa, é fluído nas suas votações e, normalmente, os políticos do Centrão tem interesses e pontos de agenda que não formam uma totalidade. Exatamente por isso ele consegue se adequar às circunstâncias sempre estando ao lado do Governo”.

O presidente Jair Bolsonaro tem um ano, a partir deste mês, para escolher um partido e disputar a eleição de 2022. Pressionado pela volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao cenário eleitoral, o chefe do Executivo indicou na segunda-feira que deve anunciar seu destino até a próxima semana.

Até aqui, ele se vê no dilema entre associar-se a um partido nanico, em que teria o controle da sigla, e ingressar em uma legenda estruturada, onde teria de dividir decisões. Sua indicação mais recente foi de retorno ao PSL, sigla pela qual se elegeu em 2018. No partido, Bolsonaro teria tempo de TV generoso e verba milionária do Fundo Partidário. Uma ala da legenda, porém, resiste a uma nova filiação (mais informações nesta página).

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Além da escolha da nova sigla, em meio a uma sucessão de crises, seu caminho para tentar a reeleição passa por reorganizar as bases orgânicas que lhe deram suporte em 2018, nas ruas e nas redes sociais, e que hoje dão sinais de desgaste. Elas são compostas por profissionais de segurança pública, militares, caminhoneiros, evangélicos, grupos pró-Lava Jato e conservadores (ligados aos ideais do filósofo Olavo de Carvalho).

A defesa, pelo presidente, de seus filhos investigados por corrupção, a aliança com o Centrão e a postura diante da pandemia afastaram parte desses grupos. A exceção são os evangélicos. Entidades que representam profissionais da segurança pública, por exemplo, têm subido o tom das críticas.

"Antes, ele tinha apoio de 90% da categoria. Agora, se tiver 20%, é muito", disse Fábio Jabá, presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo. Por outro lado, na ponta das tropas, Bolsonaro tem apoio de praças das PMs. "Ele (Bolsonaro) tem histórico de afinidade com policiais. Se a eleição fosse hoje, creio que seria o mais votado", disse Sargento Ailton (SD), ex-vereador de Sobral (CE) que participou do motim de PMs no Estado no ano passado.

Entre os defensores da Lava Jato que saíram às ruas a partir de 2016 para pedir o impeachment de Dilma Rousseff, o rompimento é mais nítido. "Não existe nenhum cenário em que a gente apoiaria Bolsonaro em 2022", disse o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos líderes do Movimento Brasil Livre (MBL), que apoiou Bolsonaro no segundo turno de 2018. O grupo, influente nas redes, rompeu com o presidente em 2020. "O estopim foi a atuação na pandemia. Houve também a utilização da máquina pública para blindar a família dos escândalos de corrupção", citou Kataguiri, apontando ainda o abandono da agenda econômica liberal.

A categoria dos caminhoneiros é outra que, agora, está descontente. São cerca de 242 mil profissionais filiados a sindicatos pelo País. José da Fonseca Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros, disse que "o que o caminhoneiro precisa é de vacina". "Os caminhoneiros estão andando doentes dentro da cabine, sem ajuda, sem auxílio. O presidente não comprou vacinas", protestou.

Base

Entre os religiosos ligados a igrejas neopentecostais, o apoio se mantém. "Os evangélicos são a maior base de sustentação social de Bolsonaro", disse o deputado Marco Feliciano (Republicanos-SP), pastor da Catedral do Avivamento. Os laços com o segmento são cultivados com dedicação pelo presidente, que anunciou a escolha de um ministro "terrivelmente evangélico" para a vaga de Marco Aurélio Mello no Supremo Tribunal Federal. O decano se aposenta em julho.

A relação entre Bolsonaro e suas bases é tida como vital para seu plano de reeleição. Mas ele ainda precisa afinar a relação com um partido para que possa disputar a eleição. A Lei Eleitoral prevê que, para concorrer, o candidato deve ter o registro em um partido deferido pelo menos seis meses antes do pleito.

O presidente já manifestou interesse em se filiar a alguma legenda da qual possa ser "o dono". No entanto, a criação de um partido próprio, o Aliança pelo Brasil, foi posta de lado ante a falta de tempo para viabilizá-lo. Na avaliação da pesquisadora Carolina Botelho, ao manifestar desejo de ser "dono" de um partido, o presidente busca um "curral". "Bolsonaro não negocia poder. O poder é ele e, por extensão, os filhos dele", disse a especialista em estudos eleitorais.

Procurado, o Planalto não quis se manifestar.

Pressionado no PSDB por movimentos contrários à sua potencial candidatura ao Palácio do Planalto, o governador de São Paulo, João Doria, intensificou as conversas com líderes do partido nos Estados e montou um núcleo de trabalho voltado para articular a disputa de 2022. Seus aliados e auxiliares reagiram à inclusão do senador Tasso Jereissati (CE) como "presidenciável" pelo presidente nacional da legenda, Bruno Araújo (PE), em entrevista ao jornal O Globo.

"Tasso é um quadro importante e bem-vindo, mas estamos preparados para as prévias e trabalhando", disse o presidente do PSDB-SP, Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional de São Paulo.

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Tasso tem dito, porém, que não está disposto a disputar prévias e que só aceitaria ser candidato caso fosse por consenso. O senador cearense, que deve ganhar holofote como membro titular da CPI da Covid, costuma dizer que a "preferência" é dos governadores, mas até agora não descartou a ideia de ser presidenciável.

"Nunca me coloquei como candidato. Não estou pleiteando. Não é um projeto de vida meu chegar à Presidência", disse ele ontem em entrevista à GloboNews. "Se me apresentarem como alternativa, é uma coisa para amadurecer, mas não me sinto como candidato", afirmou o senador.

As declarações de Araújo pegaram Doria de surpresa. Ele e Tasso se falam com frequência e o governador foi, nos bastidores, um ativo defensor da entrada do senador para a CPI.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio já se apresentaram para disputar as prévias que vão definir o candidato do PSDB à Presidência, marcadas para outubro. Virgílio é visto no partido como "outsider", enquanto Leite tem apoio de parte da bancada tucana no Congresso. A resistência a Doria reúne parte da burocracia partidária liderada por Araújo e a ala "governista" do PSDB, comandada pelo deputado Aécio Neves (MG) e o senador Izalci Lucas (DF).

Doria escalou interlocutores para ir aos Estados e tem recebido tucanos no Palácio dos Bandeirantes. Em outra frente, o governador paulista criou um grupo de colaboradores para preparar o terreno para 2022.

Integram o grupo o chefe do escritório de São Paulo em Brasília, Antonio Imbassahy (BA), o secretário da Casa Civil, Cauê Macris, o tesoureiro da sigla, Cesar Gontijo, o chefe de Gabinete de Doria, Wilson Pedroso, Marco Vinholi, o secretário de Comunicação, Cleber Mata, o vice-governador Rodrigo Garcia (DEM) e o publicitário Daniel Braga, que comanda a estratégia digital do governador. Na Câmara, o principal aliado é o deputado Eduardo Cury (SP), que é vice-líder do partido.

Lema

Integrantes desse grupo adotaram o lema "A vacina será o novo Plano Real", em referência ao plano econômico que ajudou a eleger Fernando Henrique Cardoso presidente, em 1994. Depois de admitir a possibilidade de disputar a reeleição em São Paulo em entrevista ao Estadão, Doria se reposicionou.

O artigo publicado ontem no jornal é considerado por interlocutores do governador com um marco de sua estratégia nacional. Nele, o tucano cita mais de dez vezes o mote "O Brasil da esperança" e pontua diferenças em relação ao presidente Jair Bolsonaro, citando respeito aos povos indígenas, quilombolas e à diversidade, e apresenta uma agenda de redução da dívida pública.

Em comunicado divulgado na terça-feira (20), o Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras (PT-PE) anunciou que já se articula e busca forças políticas para montar uma oposição a Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições presidenciais de 2022. No último dia 28 de março, a base pernambucana aprovou uma resolução que deliberando que a aposta para o próximo ano será decidida junto à direção nacional do partido. 

Segundo a nota, a resolução tem como foco central “derrotar Bolsonaro e seus aliados, autores do genocídio em curso e responsáveis pela tragédia sanitária e pelas investidas cotidianas contra a democracia e contra os direitos da classe trabalhadora. Para vencer esses desafios temos plena sintonia com a orientação nacional de que é necessário buscar construir o maior número possível de alianças das forças progressistas nos estados, objetivo que, como é natural, coloca Pernambuco no centro desse debate com o protagonismo que sempre teve no país”. 

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Maior figura política do PT, Lula segue elegível para o próximo pleito, após ter todos os atos processuais na Lava Jato anulados pelo ministro Edson Fachin. Na última semana, o Supremo Tribunal Federal confirmou a decisão. O líder e ex-operário pernambucano tem o estado natal como uma forte base eleitoral, assim como conta com a sua popularidade no Nordeste para angariar votos.

Confira o trecho final da nota da Comissão Executiva, na íntegra: 

“Neste sentido, o PT de Pernambuco envidará todos os esforços para construir um caminho coerente com essa orientação e com os interesses do Partido no Estado. Aguardaremos assim a abertura formal das discussões sobre as táticas a serem adotadas nos Estados, quando então definiremos o posicionamento do Partido em Pernambuco: alianças com outras forças (entre estas, a Frente Popular de Pernambuco) e indicação de nomes para eventuais composições majoritárias, ou a apresentação de candidatura ao governo do Estado. Até lá, vale destacar, eventuais lançamentos de nomes a esses postos refletem tão somente manifestações de ordem individual sem qualquer respaldo da instância estadual do Partido”.

O prefeito do Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, reuniu-se com o ex-prefeito de Surubim, Flávio Nóbrega, e com o ex-vice-prefeito, Guilherme Nóbrega, no Complexo Administrativo, e trataram, entre outros assuntos, sobre a recuperação econômica de quem foi afetado pela pandemia da Covid-19. Anderson relatou que tomou iniciativas para amenizar a situação de empresas e profissionais autônomos, entre as quais, a prorrogação das parcelas do IPTU, ISS, Contribuição de Limpeza Pública e CIM, que venceriam neste mês de abril, para o final do ano.

“A região onde se encontra Surubim tem uma grande importância para a economia do estado, por ser um polo de confecções, e é necessário um olhar diferenciado para essa situação. Tanto Flávio quanto Guilherme têm experiências administrativas e sabem que os setores da economia precisam de mais apoio para que possam se recuperar no tempo mais curto possível”, disse Anderson Ferreira.

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Flávio Nóbrega ressaltou que faltam incentivos e mais investimentos na região do Agreste, em particular para o setor das confecções. “O polo do jeans está distribuído em cidades como Surubim, Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Caruaru, e vem enfrentando dificuldades por causa da pandemia. É necessário mais apoio para que o setor retome o ritmo de produção”, assinalou o ex-prefeito. 

Já Guilherme Nóbrega destacou a importância de incluir os jovens entre as prioridades, com a qualificação de mão de obra, a exemplo do programa Jaboatão Aprendiz, implantado pela gestão de Anderson Ferreira. “Nossos jovens precisam estar capacitados para o momento que a economia voltar à normalidade. Na nossa região, há campo de trabalho para absorver, principalmente, aqueles que buscam o primeiro emprego”, frisou.

*Da assessoria de imprensa

Em negociação para retornar ao PSL, partido pelo qual se elegeu em 2018, o presidente Jair Bolsonaro colocou o fim de abril como prazo para definir seu futuro político. "Já estou atrasado. Não tenho outro partido, espero que esse mês eu resolva", afirmou o presidente nessa segunda-feira (19), em conversa com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada.

O chefe do Poder Executivo tem falado desde o segundo semestre do ano passado que conversa com integrantes do PSL para voltar a ser um deles, mas também negocia com outras legendas. No mês passado ele afirmou que estava "namorando" um partido para ser "dono".

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"Abril está bom (como prazo para definir). O duro foi quando eu me candidatei (em 2018), que eu acertei em fevereiro, março (do ano da eleição), em cima da hora", disse o presidente.

Bolsonaro deixou o PSL em novembro de 2019 após desavenças com o presidente da sigla, o deputado Luciano Bivar (PE). O principal motivo foi o controle do cofre da legenda, que se tornou uma superpotência partidária ao eleger 54 deputados, quatro senadores e três governadores na esteira do bolsonarismo. Com isso, a ex-sigla do presidente deve ter a maior fatia dos recursos públicos destinados a partidos políticos neste ano, de R$ 103,2 milhões.

O Estadão ouviu de membros da cúpula do PSL que, para voltar à legenda, o presidente cobrou um "alinhamento ideológico" e a expulsão de deputados que têm feito críticas mais fortes a ele, como Júnior Bozzella (PSL-SP), Julian Lemos (PSL-PB), Joice Hasselmann (PSL-SP) e Delegado Waldir (PSL-GO).

Integrantes do PSL afirmam que as conversas para o retorno ao partido pelo qual se elegeu presidente em 2018 estão na fase de aprofundamento e que Bolsonaro "namora" o partido. Para o chefe do Executivo, é importante ter uma legenda com um bom tempo de televisão e acesso à verba partidária e eleitoral, até mesmo para poder fazer frente a uma eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O projeto de reeleição de Bolsonaro também visa o comando de diretórios estaduais do partido no Nordeste. Hoje há rivais do presidente em estados nordestinos, como os deputados Julian Lemos (PSL-PB) e Heitor Freire (PSL-CE), que coordenam os diretórios partidários de seus Estados. Também é o objetivo de Bolsonaro retomar o comando do partido no Rio de Janeiro e em São Paulo, que antes do racha eram chefiados respectivamente pelo senador Flávio Bolsonaro, hoje no Republicanos, e pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filhos do presidente.

A ponte entre Bolsonaro e o PSL é feita pelo advogado Antonio Rueda, vice-presidente nacional da sigla e coordenador do diretório do Distrito Federal. A última vez que Rueda e Bolsonaro conversaram foi há um mês, quando o presidente reforçou a vontade de voltar ao partido e foi discutido um panorama geral sobre o cenário político brasileiro.

O vice-presidente do PSL tenta conciliar a vontade de Bolsonaro com a da ala do partido que é crítica a ele. O Estadão apurou que as divergências são tratadas por Rueda com naturalidade e que a tarefa dele tem sido conversar para resolver os atritos e abrir caminho para a filiação.

O divórcio com a legenda começou em outubro de 2019, quando Bolsonaro disse para um apoiador "esquecer" o PSL e foi desencadeada a crise que culminou no racha do partido e na consequente saída do presidente da República da legenda.

Ato contínuo à decisão, bolsonaristas articularam a criação de uma nova legenda, que seria batizada de Aliança Pelo Brasil. No entanto, a criação da sigla tem patinado e os articuladores têm enfrentado dificuldades para reunirem as assinaturas necessárias para conseguir o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Aliança [pelo Brasil]? Quase... Muito pequena a chance de sair. Já estou atrasado, já, não tenho outro partido, espero que esse mês eu resolva", declarou o presidente nesta segunda.

Aliados. Deputados aliados de Bolsonaro no PSL acreditam que é possível que o presidente volte ao partido. "Tudo é possível, mas ainda não está decidido", declarou a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), uma das mais fervorosas apoiadoras bolsonaristas.

Luiz Lima (PSL-RJ) segue a mesma linha e crê em um retorno do presidente. "Vejo uma enorme possibilidade, sempre lutei por isso e não tenho dúvida que é a melhor escolha".

O deputado Carlos Jordy (PSL-RJ) concorda com a ideia de Bolsonaro de expulsar os membros do PSL que têm sido críticos ao presidente.

"Há possibilidade de reatar, possibilidade real. As conversas estão nesse sentido, mas há um impasse que é a questão dos traíras. Existe ali uns oito ou dez no máximo que têm que sair do partido para que a gente possa restabelecer o PSL como o partido do presidente. Eu acredito que deva avançar. Eles sabem que mais importante para o PSL é a vinda do presidente do que ficar um bando de íngua que não ajuda em nada, não contribui com nada", afirmou Jordy.

Conversar e planejar os rumos do DEM tendo em vista o pleito de 2022 esteve em pauta, nesta segunda-feira (19), na reunião entre o deputado federal Fernando Filho e os deputados estaduais Antonio Coelho e Priscila Krause com Mendonça Filho, presidente estadual da legenda. O encontro, que é o marco inicial desse debate partidário interno, ocorreu no escritório do dirigente democrata.

Líder da Oposição na Assembleia Legislativa, o deputado Antonio Coelho ressaltou que os parlamentares sempre estão conversando sobre os rumos da legenda, mas que esse é um momento de dar os primeiros passos no sentido de organizar internamente a legenda. “Estamos começando a fazer o dever de casa”, salientou o parlamentar. “O encontro de hoje marca mais um importante passo do Democratas em Pernambuco no sentido de preparar o partido para as eleições do ano que vem”, complementou Priscila Krause.

O deputado Fernando Filho sublinhou seu compromisso de ajudar no fortalecimento da legenda em Pernambuco e na montagem de chapas competitivas em conjunto com Mendonça Filho a fim de promover o crescimento do DEM no Estado, já tendo como horizonte o ano de 2022.

O deputado Gustavo Gouveia não participou do encontro devido a imprevisto doméstico, no entanto, está acompanhando o processo de discussão da estruturação de chapas competitivas para deputado estadual e federal.

Mendonça Filho, por sua vez, reforçou a motivação da reunião com os membros das bancadas federal e estadual do partido e afirmou que o DEM vai trabalhar não só para renovar o mandato dos seus atuais parlamentares, “mas vai se empenhar para ampliar a representação do partido”.

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*Da assessoria

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (19) que o povo merece sofrer se votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas próximas eleições. "Pelo amor de Deus, o povo que por ventura vote em um cara desses, é um povo que merece sofrer", afirmou o presidente em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada.

Bolsonaro deu a declaração ao comentar sobre o julgamento da semana passada em que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por oito votos a três, anular as condenações impostas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o manteve elegível para o próximo ano. "Foi 8 a 3 o placar lá. Você interprete como quiser", disse.

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Ao falar sobre o STF, Bolsonaro, defensor do Golpe Militar de 1964, disse que "não há ditadura boa". "Não estou criticando o Supremo, estou falando o seguinte: quem está lá vai ficar até os 75 anos. Alguns querem mudar para mandato de dez anos agora. Agora, o que eu vou indicar querem mudar para dez?", afirmou.

Aos pedidos de um apoiador por mais "meritocracia" na escolha de membros da Corte, Bolsonaro respondeu: "esquece isso, cara". "Não se faz meritocracia nem pra vereador. Elegem de vez em quando cada cara tranqueira. O povão vai aprendendo devagar, vai se interessando. Muita gente vê o problema imediato. Para eu resolver, só se eu impusesse uma ditadura, mas a gente não vai fazer isso. Não tem cabimento. Não tem ditadura boa", afirmou.

Conforme ressaltou Bolsonaro, o presidente que será eleito na próxima eleição, prevista para outubro de 2022, terá direito a indicar dois membros para a Corte no primeiro trimestre de 2023. "Se for o caso da minha linha, terá quatro lá", afirmou. "Depois muda as coisas. Alguns querem que dê um cavalo de pau no Brasil. Não dá pra dar um cavalo de pau no Brasil", reforçou.

Reeleição

Diante do naufrágio do Aliança pelo Brasil, partido que pretendia formar, o presidente admitiu estar atrasado em relação a escolha de uma legenda pela qual irá concorrer à reeleição no próximo ano e afirmou que espera definir isso ainda neste mês. Bolsonaro está sem partido, mas negocia o retorno ao PSL, sigla pela qual se elegeu, mas se desfiliou no fim de 2019, após briga pelo controle da legenda.

"Aliança (pelo Brasil)? Quase...Muito pequena a chance de sair. Já estou atrasado, já, não tenho outro partido, espero que esse mês eu resolva", disse. "Abril está bom. O duro foi quando eu me candidatei que eu acertei fevereiro, março, em cima da hora."

"Tenho que esperar que em 2022 - primeiro temos muitos problemas pela frente não tá fácil não -, com voto auditável, a gente consiga mudar realmente o Brasil", afirmou.

Possível candidato surpresa nas eleições de 2022, o apresentador do SBT, Danilo Gentili, ainda não descartou a possibilidade de realmente concorrer à Presidência e disse que os políticos temem sua presença nas urnas. O rumor ganhou apoio do ex-ministro Sergio Moro, que comentou sobre o resultado de um estudo encomendado pelo MBL, no qual o humorista fica atrás apenas de Lula (PT) e do presidente Jair Bolsonaro.

Embora aponte que entrar na política seria um 'sacrifício', em entrevista ao Estadão, Gentili, de 41 anos, sinalizou que pode confirmar a candidatura por falta de "alternativas melhores". "O que precisamos é de pessoas com boa vontade que estejam dispostas a se arriscar e a pegar alguns baldes para tentar aplacar o incêndio", afirmou o apresentador, que costuma concordar com a ideologia da direita.

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Ainda sem partido ou base consolidada, ele lembra que o movimento por sua campanha surgiu na internet, quando começou criticar a classe política. A postura combativa chegou a lhe rendeu processos judiciais. Com certa intimidade no Congresso - adquirida nos tempos de repórter do CQC – ele diz se divertir com a expectativa em torno do seu nome. "No princípio, eu ignorei. Como não parou, comecei a brincar de volta. Estou me divertindo um pouco com isso na internet. Até o momento, essa é praticamente a articulação que tem sido feita", disse.

Frustração com 'a mudança' do Governo Bolsonaro

Anti-pestista convicto, o humorista se mostrou frustrado com a atual gestão e garantiu que jamais apoiou Bolsonaro. Apesar de ter sido um dos poucos a entrevistar o presidente e confessado ter apoiado ‘a mudança’, ele conta que preferiu não votar no 2º turno de 2018.

"Ao contrário de outros comediantes e artista, que vestiram camisetas do PT e do PSOL e pediram votos para seus candidatos, vocês não me verão fazendo isso. Se pegarem o registro do segundo turno, vão ver que eu nem fui votar, fiquei em casa. Sim, eu o entrevistei. E convidei todos os demais candidatos para entrevistas e eles negaram. Convidei presidentes passados para entrevistas e também negaram. Foi uma entrevista, não uma campanha. O que eu apoiei, sim, em todo momento, foi uma mudança. Eu sempre fui anti-PT, pois o PT em todos meus anos de atuação cerceou minha liberdade de expressão e a de colegas, flertou com autoritarismo, sustentou ditaduras, assaltou e afundou a economia do País. Então, sim, eu apoiei uma mudança, queria que o PT deixasse o poder depois de 14 anos no governo. Como o presidente atual prometeu coisas que o levaram ao poder, eu, como cidadão, passei a criticá-lo por não cumprir as suas promessas. É assim que o político deve ser tratado. Deve ser cobrado e fiscalizado, não adorado. No meu Twitter, tem um vídeo fixado de uma entrevista que dei antes do Bolsonaro ganhar e isso fica muito claro lá", respondeu.

E o PT?

Na sua visão, o PT teria sido um dos precursores das campanhas de desinformação e a ala bolsonarista sofreu por ter mantido e piorado tal condição. "O Governo Bolsonaro teria marcado um golaço se tivesse instaurado a CPI da Fake News para investigar a máquina de assassinar reputação do governo anterior. O PT tinha perfis fakes, jornalistas pagos, blogs 'sujos' e muita fake news. Mas o atual governo preferiu montar seu próprio esquema de assassinato de reputações, em vez de investigar o anterior e no fim ele é que acabou sendo alvo de uma CPI. Esse é o retrato desse desgoverno. Decidiram copiar e piorar tudo o que havia de ruim no governo petista", descreveu.

"Ficar discutindo direita ou liberalismo no momento é um luxo que devemos deixar para a Inglaterra ou para os Estados Unidos. Aqui, o que nós temos é uma casa pegando fogo. Quando a casa pega fogo, não tem tempo para discutir a decoração [...] precisamos de pessoas com boa vontade, que estejam dispostas a se arriscar e pegar uns baldes para aplacar o incêndio. Quando você tem uma casa habitada por uma classe de saqueadores, eles aumentam o incêndio para poderem roubar mais [...] pensei que o Brasil precisa acreditar menos na classe política e olhar mais para 'nós, o povo'. Foi a política que nos trouxe até aqui", disparou.

Caminho pela direita

Na pesquisa divulgada pelo MBL no último dia 6, Gentili aparece empatado na 3ª posição com o governador de São Paulo, João Dória (PSDB); o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM); o ex-ministro da Fazenda, Ciro Gomes (PDT), e o apresentador da Globo, Luciano Huck, com 4% das intenções de voto. Sobre a participação de outra estrela da TV, entende que o global é uma pessoa esperta e bem articulada. "É um cara da sociedade civil. Eu prefiro acreditar em alguém com esse perfil do que num político carreirista", comentou sobre Huck.

O apresentador admitiu que ficou feliz com a preferência do ex-ministro do Governo Bolsonaro, Sergio Moro, "pois também votaria nele", e indicou que "talvez ele seja um dos únicos em quem eu votaria hoje". Os elogios também se direcionaram ao fundador do partido Novo, João Amoedo, que seria “um dos poucos que teria meu voto”, expôs.

Com a pressão pela confirmação no pleito, Danilo avalia que entrar na política seria negativo para sua carreira e compara a movimento como um ‘chamado’ para a guerra. "Entrar na política seria um sacrifício, como é um sacrifício alguém ir para a guerra. Mas as pessoas vão para a guerra quando percebem que o que amam está sob ameaça e não lhes resta alternativa. Agora, só dá para pensar numa coisa dessas se tiver os aliados e as estratégias certas. Sinceramente, espero que surjam alternativas melhores. Eu gostaria muito de enxergar boas alternativas para jamais precisar pensar nisso", sugeriu.

Kim Kataguiri é o melhor deputado do Brasil

O Humorista conta com apoio do MBL e rebateu as críticas sobre a confiança em sua candidatura. "Quando faço as minhas piadas, os políticos me levam muito a sério, a ponto de eu colecionar pedidos de prisão e de censura vindos deles. Então, acho que eles é que teme que a minha candidatura seja levada a sério e não o contrário", afirmou.

"Sou amigo deles antes de o MBL existir. Conheci o Kim numa página de memes da internet anos antes de o MBL surgir. Ninguém imaginava que tudo isso aconteceria e que ele seria deputado. Fico feliz porque a atuação dele até o momento não decepciona nem um pouco. Acho que ele é, disparado, o melhor parlamentar da Câmara. Ele é que deveria ser o candidato a presidente do MBL, mas ainda não tem idade para isso - a legislação prevê idade mínima de 35 anos, o deputado tem 25. Enquanto o MBL continuar demonstrando uma boa atuação como a do Kim, eles podem contar, sem dúvida, com a minha simpatia", garantiu.

Danilo desmentiu que já se reuniu com representantes do MBL e da Rádio Jovem Pan para articular sua eventual campanha.

O debate online inédito, ocorrido na noite do sábado (17), entre possíveis candidatos à Presidência da República mostrou, segundo líderes partidários ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, que é possível discutir política com civilidade, mesmo entre representantes de siglas diferentes, e que a busca de uma unidade contra a reeleição do presidente da República, Jair Bolsonaro, em 2022 já começou.

O ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes (PDT), os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) - ambos do PSDB -, o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) e o apresentador de TV Luciano Huck participaram do painel de encerramento da sétima edição da Brazil Conference at Harvard & MIT, evento organizado pela comunidade de estudantes brasileiros de Boston (EUA), em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo.

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Quase sempre unidos em críticas ácidas ao presidente, eles também falaram em "convergência" num projeto de País.

O encontro foi classificado pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, como um "debate político interessante, não necessariamente de candidatos à Presidência". Segundo a deputada federal, a conversa virtual mostrou que "é possível discutir política com civilidade no Brasil, apesar de Bolsonaro".

Representado por Haddad, o PT agora espera ter a chance de lançar o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a anulação de todas as condenações do ex-presidente na Lava Jato, tornando-o elegível.

O possível retorno de Lula ao jogo eleitoral, no entanto, não foi tratado pelos participantes do debate, que evitaram mencionar diretamente as eleições.

Único a colocar-se como candidato de forma mais clara, Ciro Gomes teve desempenho elogiado pelo presidente de seu partido, Carlos Lupi. "O encontro foi bastante importante. Vi ali uma demonstração de unidade contra Bolsonaro. E é essa mesmo a hora de unirmos as forças democráticas. Além disso, debates assim também são bons para que se possa comparar o preparo de cada um. Ciro é experiente, competente e tem projeto."

Presidente do MDB, Baleia Rossi não comentou o conteúdo da conversa, mas afirmou que faltaram líderes no debate, como o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) - também cotado como presidenciável . Mandetta participou de painel sobre o SUS.

Já o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou que o Brasil precisa ouvir a posição de cada um sobre os rumos para reconstruir o País. "Mas daqueles que apoiam a agenda econômica de Paulo Guedes e interditaram o impeachment até agora não esperamos nada de bom."

Jogo

Para a deputada federal Carla Zambelli (PSL- SP), aliada de Bolsonaro, o debate evidenciou "um jogo orquestrado para tentar enfraquecer a imagem do presidente com falsas narrativas".

Segundo ela, uma dessas falsas narrativas seria culpar Bolsonaro pelos números da pandemia. "O próprio STF decidiu que as ações seriam administradas pelos governadores e prefeitos. O que eles tentam agora (Doria e Leite) é se eximir, até por causa da CPI", disse.

Em 2020, a Corte definiu que Estados e municípios têm autonomia, mas não isentou a União de agir.

Reunidos virtualmente pela primeira vez para debater os desafios do Brasil, potenciais candidatos ao Palácio do Planalto fizeram no sábado, 17, duras críticas ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e à conduta do governo federal na gestão da pandemia e em áreas sensíveis ao desenvolvimento do País, como meio ambiente, relações exteriores e educação. Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB), Eduardo Leite (PSDB), Fernando Haddad (PT) e Luciano Huck (sem partido) participaram do painel de encerramento da sétima edição da Brazil Conference at Harvard & MIT, evento organizado pela comunidade de estudantes brasileiros de Boston (EUA), em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo. Quase sempre unidos em críticas ácidas ao presidente da República, eles também falaram em "convergência" num projeto de País e para derrotar Bolsonaro na eleição de 2022.

Todos destacaram que é preciso "curar as feridas provocadas pela polarização política".

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Em clima de cordialidade, os cinco possíveis candidatos ao Planalto listaram uma série de características do governo Bolsonaro consideradas antidemocráticas, como o enfrentamento às decisões do Judiciário e às tentativas de interferir nas polícias militares estaduais.

O ex-ministro Ciro Gomes afirmou que Bolsonaro tem a intenção de "formar uma milícia militar para resistir, de forma armada, à derrota eleitoral" que ele diz se aproximar.

O governador paulista concordou e completou afirmando que o presidente "flerta permanentemente com o autoritarismo".

Assim como Doria, o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad também subiu o tom ao classificar o presidente como "genocida" por sua atuação no enfrentamento ao novo coronavírus.

"A pressão sobre o governo tem que se intensificar, sobretudo agora que o STF determinou CPI da Covid (pelo Senado). O Brasil responde hoje por 12% dos óbitos do mundo com cerca de 3% da população. Isso quer dizer que a nossa média é quatro vezes superior ao do resto do planeta. Cerca de 270 mil brasileiros morreram não pelo vírus, mas pela péssima gestão federal", disse Haddad.

A CPI da Covid foi um dos destaques da conversa. O governador gaúcho ressaltou que não teme qualquer investigação relativa aos repasses feitos a seu governo - por pressão do Planalto, o foco das investigações foi ampliado para focar também em governadores e prefeitos.

"Quem tem que temer a CPI são os negacionistas do governo, que compraram cloroquina e não vacina. Erro após erro", completou Doria.

Sem abordar diretamente a corrida eleitoral do ano que vem, nenhum dos debatedores citou a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal que tornou o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva elegível novamente - e possível candidato em substituição a Haddad. A eventual polarização entre Lula e o Bolsonaro nas eleições tem forçado o chamado "centro político" a buscar mais rapidamente um projeto em comum.

Com exceção do ex-prefeito, os demais participantes do debate já assinaram em conjunto, mês passado, um manifesto em defesa da democracia e contra o autoritarismo. Ciro, Doria, Leite e Huck - além do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta -, são apontados como os nomes possíveis hoje para tentar impedir que a disputa entre o petismo e o bolsonarismo se repita em 2022.

Retrovisor

Durante duas horas, os presidenciáveis defenderam que é preciso resgatar investimentos em ciência, tecnologia e infraestrutura - para a retomada do emprego -, mas dar prioridade, de forma urgente, ao atendimento da população mais pobre.

Números que revelam a fome crescente no Brasil foram destacados especialmente por Ciro, Haddad e Doria, que também combinaram nas falas relativas à importância de se ter experiência de gestão para colocar projetos em prática, em uma espécie de resposta a Huck.

O apresentador afirmou que "não se pode olhar para o passado" para planejar o futuro. "Brasil precisa de um projeto, e isso é claro. Só estou enxergando narrativas pelo retrovisor, vendo dificuldade de se olhar para frente. Não acho que seja bom, não adianta pensar com a cabeça do século passado e perder as oportunidades que vêm pela frente. Temos que deixar de lado nossas vaidades e entender que, mesmo com o enorme potencial, o Brasil não deu certo", disse.

Huck ainda ressaltou que sua participação no debate se dá como representante da sociedade civil e que quer e vai participar do debate político. Para ele, o foco de qualquer debate deve ser o das desigualdades sociais.

A fala sobre o "olhar pelo retrovisor, foi rebatida pelo ex-prefeito de São Paulo. Haddad disse que "olhar para trás é um aprendizado, não é de todo ruim".

Doria também afirmou que "entender o passado pode ajudar a projetar adequadamente os que se fazer no presente".

Já o ex-ministro Ciro Gomes disse que "é preciso, sim, conhecer o passado para que os erros não sejam repetidos".

Ciro foi o único a assumir a intenção de disputar a Presidência. Ao listar suas prioridades, disse que buscará o equilíbrio para se alcançar um "governo musculoso", que mescle investimentos público e privados. Reformas estruturantes também foram destacadas por Leite.

Segundo o tucano, o Brasil se meteu numa "enrascada" por aumentar gastos públicos, gerando desconfiança, recessão e desemprego. "Para retomar a confiança, o País vai ter de mostrar comprometimento com equilíbrio fiscal, a partir de privatizações, reforma administrativa, melhora do ambiente de negócios." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em entrevista à emissora Al Jazeera, do Catar, neste sábado (17), o ex-presidente Lula afirmou que os empresários brasileiros deveriam estar rezando pela sua volta ao comando do Planalto. Ele comentou sobre seu potencial de articulação para melhorar a economia no país.

"Os empresários brasileiros, os donos de fundos, os banqueiros deveriam estar todo dia fazendo uma reza e pagando promessa para que eu voltasse a governar o Brasil. Para que a gente pudesse garantir o fim da fome, fim da miséria, pleno emprego e o Brasil virar protagonista internacional", declarou o petista, que ainda não confirmou sua candidatura para 2022.

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Lula voltou a destacar que não é o momento adequado para debater sobre a corrida presidencial, mas está disposto a representar a união de partidos 'progressistas'.

 "É humanamente impossível você imaginar que um político que aparece na disputa eleitoral com ampla chance de ganhar vai dizer que não é candidato. Quando chegar no momento de escolher, se eu tiver em condições e os partidos progressistas no país entenderem que meu nome pode ser o melhor, obviamente que estarei disposto a ser candidato", complementou.

Em uma live com um grupo de empresários, o ex-juiz da Operação Lava Jato, Sergio Moro, afirmou que não tinha interesse pessoal e nem acompanhou a movimentação do Supremo Tribunal Federal (STF) que anulou as condenações do ex-presidente Lula. Ele ainda disse que tem a 'consciência tranquila' em relação a sua postura no decorrer do julgamento.

“Eu particularmente tenho a consciência tranquila do trabalho que foi realizado [...] Eu não tive interesse pessoal nesse caso, nem estava acompanhando o placar desse julgamento”, destacou o ex-ministro da Justiça do Governo Bolsonaro, que acrescentou, “se eu não fizesse, se eu não cumprisse o meu dever, ia estar traindo o que acredito”.

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Durante a transmissão do grupo Alma Premium, Moro indicou que a Lava Jato sofreu mais pelos acertos e chamou de "bobagem" o fato de indicaram que seu julgamento foi uma forma de criminalização da política.

“Talvez o principal marco disto tenha sido o acordo com a Odebrecht e ela se expandiu significativamente afetando vários aspectos políticos e começou a sofrer mais ataques [...] Essa bobagem que falam sobre ‘criminalização da política’, no fundo não é, quem recebeu suborno é que está criminalizando a política [...] Precisa-se ter a decisão de em que lado estar, em uma ponta ou na outra”, disse na quinta (15).

Cotado como umas das principais peças nas eleições presidenciais de 2022, o ex-magistrado sugeriu que as projeções referentes a sua participação na disputa ainda são "um pouco antecipadas demais".

O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), mostrou interesse em montar uma rede política de apoio na chamada ‘centro-esquerda’, costurando alianças com o PSB, PV, Rede e até mesmo com o PSD. Aspirante a candidato nas eleições presidenciais de 2022, declarou sua expectativa para o sucesso da coligação e que espera que o “DEM venha junto” na aposta para o próximo ano. As declarações foram feitas em chamada no aplicativo Clubhouse, ao lado do vocalista Tico Santa Cruz, na última quinta-feira (15).

“Dado que o Lula quer se impor e o Bolsonaro quer se impor, o que resta para mim é discutir uma ampla aliança de centro-esquerda fora desse espectro. De um lado, meus vizinhos mais tradicionais: o PSB, o PV e a Rede, da Marina Silva, que é uma figura importantíssima e que tem sido censurada”, afirmou Ciro durante o programa Política e Patuscada.

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Gomes também comenta que o centrão segue disperso e que o DEM precisa firmar suas apostas, acreditando que há três vias desconexas dentro da ala. “A partir daí nós vamos conversar com o DEM, que não está no Centrão e que está numa confusão interna, dividido em três correntes. Uma parte quer o Bolsonaro, outra parte quer filiar o Huck e outra parte quer votar no Doria. Eu estou querendo que eles venham comigo. Então, são quatro partes, na prática. Vamos ver o que eu consigo”, acrescentou.

Por fim, comenta o interesse em conquistar o apoio do PSD. “O PSD também virou um partido relevante do ponto de vista desse acesso à centro-direita e que tem uma figura muito importante emergindo na política brasileira, que é o atual prefeito de Belo Horizonte, que tem, se quiser, a condição favorita de ser o governador de Minas Gerais, que se chama Kalil. Então, essa é a minha tática”, completou Ciro Gomes.

 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizou nesta sexta-feira (16) uma audiência pública para confirmar a intenção de comprar até 176 mil urnas eletrônicas para as eleições de 2022, quando os eleitores votarão para os cargos de presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual.

Segundo o TSE, a compra é necessária para substituir urnas que são utilizadas desde 2009 e estão obsoletas. Além disso, a troca será feita para garantir a segurança dos equipamentos. A vida útil de uma urna é de dez anos. 

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Segundo o secretário de Tecnologia do TSE, Giuseppe Janino, as empresas interessadas na licitação deverão ter a responsabilidade de manter o nível de excelência de qualidade dos equipamentos. A urna eletrônica foi utilizada pela primeira vez em 1996. 

“Qualidade e confiabilidade são valores essenciais nessa futura próxima parceria”, afirmou em nota. 

Em julho do ano passado, o TSE homologou um outro contrato, no valor de R$ 799 milhões, com a empresa Positivo, para a compra de 180 mil urnas eletrônicas, ao preço de R$ 4,4 mil cada. Nesse caso, a licitação havia começado em 2019, mas atrasos provocados por contestações entre os concorrentes inviabilizaram a utilização dos equipamentos já nas eleições municipais de 2020.

 

Com a manutenção da anulação de suas condenações ratificadas nesta quinta-feira (15), o ex-presidente Lula (PT) intensifica a sua preparação para disputar a presidência novamente em 2022. Paulo Câmara (PSB), governador de Pernambuco, está sendo sondado para ser o vice na chapa do petista.

Segundo a revista Veja, Lula terá em breve uma conversa com o governador, que também é vice-presidente nacional do PSB. A união pessebista com o PT é uma possibilidade que vem sendo conversada desde o fim das eleições de 2020, que foi de muita briga entre os partidos em várias cidades do Brasil, principalmente no Recife com a disputa entre os primos João Campos e Marília Arraes.

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Deixando as rixas de lado, o PT quer o PSB do seu lado na próxima eleição. No entanto, ainda não é certo que Paulo seja o vice de Lula, que não descarta a possibilidade de trazer alguém do centro.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recuperou oficialmente os seus direitos políticos, com a anulação da condenação no caso do Triplex do Guarujá. Na noite dessa quinta-feira (15), Lula afirmou que “se houver necessidade”, ele entrará na disputa pelo comando da Presidência da República em 2022.

O líder petista deixou claro que participaria da corrida eleitoral para ganhar de “um fascista que se chama Bolsonaro, um genocida, por ser o maior responsável pelo caos na pandemia”.

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Entretanto, ao canal de TV argentino C5N, o ex-presidente salientou também que “não necessariamente” será ele o postulante do PT. “Tenho boa saúde, mas não tem, obrigatoriamente, que ser eu. Podemos escolher alguém que possa representar os setores progressistas do Brasil”, frisou.

Também na noite dessa quinta, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou sobre a eventual candidatura de Lula. Bolsonaro disse que se Lula for eleito “por um voto auditável, tudo bem”.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se manifestou, em transmissão ao vivo nesta quinta-feira (15), sobre a decisão da maioria do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) de confirmar a declaração de falta de competência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anulando todas suas condenações no âmbito da Lava Jato e tornando-o, assim, elegível.

"Não está começando aqui a campanha para 22, mas, pela decisão do Supremo hoje, Lula é candidato", iniciou o chefe do Planalto. "Se Lula voltar pelo voto direto, voto auditável, tudo bem. Agora, veja qual vai ser o futuro do Brasil com o tipo de gente que vai trazer para dentro da Presidência. Se Lula for eleito, em março de 2023, ele vai escolher dois ministros para o STF", acrescentou.

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Para Bolsonaro, os eleitores deveriam traçar uma comparação de seus ministros com os dos dois governo do petista e fazer um raciocínio para entender "qual o futuro de cada um" sob um eventual novo mandato de Lula na Presidência da República.

Notícias de que a deputada federal Marília Arraes (PT-PE) estaria sendo sondada para vice-presidente de Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições presidenciais foram desmentidas pela parlamentar, através das redes sociais, nesta quinta-feira (15). A coluna de um portal de nome FalaPE, assinada por Fernanda Negromonte, chama Arraes de “estrela política em ascensão" e alega que a política foi procurada para ser vice da gestão bolsonarista, mas que havia negado o pedido.

A notícia, que é falsa, contradiz o histórico de Marília, que sempre se posicionou como progressista e de esquerda. No Partido dos Trabalhadores desde 2016, ano que também deixou o Partido Socialista Brasileiro (PSB), após conflito de interesses com a sigla.

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“Ainda teve quem acreditasse nessa notícia. Notícia sem pé, nem cabeça. O povo reconhece quem tem lado e minha trajetória diz qual é o meu. Meu lado é de quem acredita na política que transforma a realidade das pessoas, é o lado de quem luta por justiça social, é o lado de Arraes, é o mesmo lado daquele que vai trazer de volta o Brasil como potência mundial. Meu lado, é o de Lula”, escreveu a advogada, com a hashtag “Lula2022”.

Marília Arraes ainda se considera antibolsonarista e faz campanha de oposição ativa contra o presidente desde as últimas eleições.

 

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