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Guilherme Henrique Santiago da Silva tem 10 anos de idade e ficou conhecido depois que um vídeo no qual ele aparece fazendo um trabalho escolar no tablet de uma loja de shopping no Recife. O menino mora na comunidade de Entra Apulso, na zona sul do Recife, estuda na Escola Municipal Abílio Gomes e também frequenta a instituição social Instituto Shopping Recife. 

O menino conta que na escola há tablets, mas que os estudantes não tinham acesso à internet na escola, o que fez o menino ter que fazer seus trabalhos em aparelhos eletrônicos de lojas quando o Instituto não estava aberto.

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“A professora não passa muitos trabalhos, ou tenta fazer os trabalhos na escola, porque sabe que nem todos têm recursos para fazer os trabalhos em casa”, afirmou Guilherme, que recebeu doações de tablets, inclusive por parte da cantora Anitta, e explicou que será muito mais confortável poder usar o próprio tablet para os trabalhos. 

O Instituto Shopping, que presta serviços sociais à comunidade de Entra Apulso e outras áreas próximas, informou que possui um laboratório de informática com 24 máquinas, onde são oferecidas aulas em projetos desenvolvidos pelo instituto. No horário em que os computadores estão livres, a população da comunidade tem acesso aos equipamentos e estudantes como Guilherme podem, por exemplo fazer trabalhos. No dia em que o menino foi filmado no shopping, o instituto estava fechado para uma reunião interna. 

Dedicado aos estudos desde pequeno, Guilherme conta que gosta mais de ciências, inglês e matemática. O menino afirmou que a motivação para seus esforços é o desejo de ajudar a melhorar as condições de vida de sua mãe e irmãos.

Fã de K-pop, ritmo coreano que faz sucesso entre jovens brasileiros, o garoto quer fazer intercâmbio para a Coreia ou Estados Unidos, seguindo a carreira de ator e dançarino. “Gosto de estudar para ter um trabalho bom, dar um futuro melhor para minha mãe e minha família. [Eles] têm muito orgulho de mim, gosto muito de estudar por isso, quero ser alguém importante na vida”, disse Guilherme. 

Rosali Santiago do Nascimento, mãe de Guilherme, conta que sente orgulho pela sensibilidade do filho acerca das dificuldades impostas pelas condições de vida da família e pelo desejo que o menino tem de ajudar a melhorar essa realidade. “Me sinto orgulhosa. Ele vê a dificuldade que eu passo com o salário que tem para terminar o mês, o ano, comprar coisas para mim, para ele e os irmãos”, contou ela, que tem ao todo quatro filhos.

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Segundo Rosali, Guilherme tem uma rotina que alterna estudos dentro e fora da escola e do Instituto onde também é aluno com brincadeiras “que é de lei” na infância, segundo a mãe. Ela explicou que seria melhor para os estudos de seu filho se ele tivesse internet em casa, pois a conexão na casa da irmã mais velha oscila e cai com certa frequência, obrigando o menino a se deslocar em busca de internet para as pesquisas. “Os tablets ajudam, mas não são o suficiente para ele ter todo o conforto que precisa”, disse a mãe, cujo sonho é ver o filho alcançar seus objetivos profissionais.

Guilherme também afirma que para ele seria mais confortável e seguro realizar seus trabalhos em casa, sem depender da ajuda de amigos ou precisar recorrer a equipamentos de lojas. “Seria muito mais fácil se eu não tivesse que ir para a casa da minha irmã ou da minha amiga Fernanda [para usar a wi-fi]. Eu acharia muito mais legal”, disse o menino. 

A leitura também faz parte da vida do pequeno Guilherme desde cedo. Sua mãe contou que ele foi ensinado a escrever as letras antes mesmo de ir à escola, aprendendo cedo, por exemplo, a ler placas em viagens. O menino, que gosta de ler quadrinhos e é fã da Turma da Mônica, gosta de ir a livrarias e bibliotecas, mas se queixa da falta de variedade e do preço de alguns dos livros que ele gostaria de adquirir. 

“Tem livros que eu gosto e são muito caros e não dá para comprar. Vou na biblioteca e fico lendo com o meu irmão. Não encontro muito os livros que eu gostaria, mas ‘dá pro gasto’. Leio muito para treinar meu vocabulário”, contou Guilherme. 

Perguntado como se sente com toda a repercussão de seu esforço e com as doações que tem recebido para ajudar em seus estudos, Guilherme conta que em um primeiro momento se assustou um pouco, mas depois passou a sentir orgulho de si. “Eu fico feliz e muito orgulhoso por saber que eu sou exemplo para outras crianças estudarem”, disse ele.

Apesar de ter apenas 10 anos, Guilherme demonstra muita determinação e consciência quanto à importância da educação como meio de transformação de vida. 

Questionado sobre o que diria a outros jovens que, assim como ele, são estudantes, o menino busca incentivar o mesmo sentimento nas outras pessoas. “Eu diria para se esforçar por um futuro melhor. Tem muitas crianças pobres hoje, se esforce para não viver nas mesmas condições em que está hoje em dia e, quando crescer, ser alguém importante. Eu acho que estudar para ter um futuro melhor é muito importante na vida das crianças e dos adolescentes”, disse Guilherme. 

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Inclusão Digital nas Escolas

A Secretaria de Educação da Prefeitura do Recife, que é responsável pela manutenção de escolas municipais como a Abílio Gomes, onde Guilherme estuda, afirmou ao LeiaJá que o motivo da falta de conexão à internet na instituição foi o acesso a conteúdos inadequados para os alunos através dos 12 tablets disponíveis na escola. A situação foi resolvida, de acordo com a secretaria, após a repercussão da história de Guilherme, com a visita de uma equipe de informática que fez um filtro de acesso nos tablets da escola, para que os estudantes possam usar a internet apenas para fins educativos. 

Ainda de acordo com uma nota da secretaria, a inclusão digital é prioridade da gestão desde 2013 e foram investidos mais de R$ 80 milhões em tecnologia voltada à educação. “Mais de 21 mil tablets estão distribuídos entre todas as escolas de Anos Iniciais e Finais (1o ao 9o ano) juntamente com a rede de internet em todas as escolas. Desta forma, os professores podem desenvolver projetos junto com os alunos dentro das salas de aula todos os dias da semana. Caso, os estudantes precisem utilizar o material no contraturno, ele pode agendar o horário junto com o gestor da escola para não interferir nas aulas de outras turmas”, diz o texto da nota.

Diante do caso de Guilherme, um estudante que não tinha pleno acesso à tecnologia na escola nem em casa, o LeiaJá questionou a Secretaria de Educação acerca do custo dos tablets que são utilizados nas escolas e como é feita a distribuição desse material entre as escolas da cidade. Até o momento da publicação desta reportagem, no entanto, ainda não tínhamos os dados solicitados. 

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A Polícia Civil realiza, na manhã desta terça-feira (28), a Operação Califados, que combate crimes de homicídio e tráfico de drogas. Segundo a corporação, integrantes de três quadrilhas distintas que atuavam na Zona Sul do Recife estão sendo presos.

As principais áreas de atuação dos grupos eram as comunidades do Veloso, Fazendinha e Entra Apulso. Como as organizações rivalizavam, foi necessário desbaratá-las em uma única ação para evitar homicídios e que os espaço deixado por algum grupo fosse ocupado por outro.

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Durante a investigação, iniciada ainda em novembro de 2017, a polícia mapeou sete homicídios cometidos pelas quadrilhas e conseguiu evitar dois. Estão sendo cumpridos 15 mandados de prisão e seis mandados de busca e apreensão.

Duas pessoas foram presas em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. "Nós vamos investigar se há também participação dos integrantes no tráfico de drogas e nos homicídios no interior", resumiu o chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle.

O grupo de jovens da comunidade 'Entra Apulso', que faz parte do projeto Dança Pulsante, do Instituto Shopping Recife, vai subir ao palco do Teatro Barreto Júnior, na próxima quarta (13), para mostrar um pouco das tradições pernambucanas. O espetáculo Pernambuco Falando para o Mundo será apresentado às 19h, em única apesentação.

No palco, Mateus e Catirina narram elementos do sagrado e profano de forma descontraída, dando ênfase à riqueza cultural dos cotumes nordestinos através da linguagem da dança e do teatro. A peça é dividida em três momentos com recortes dos costumes tradicionais do Nordeste. Os valores arrecadados com os ingressos serão doados à Creche Comunitária Nossa Senhora da Boa Viagem, localizada na comunidade.

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Serviço

Pernambuco Falando para o Mundo

Quarta (13) | 19h

Teatro Barreto Júnior (R. Est. Jeremias Bastos - Pina)

R$ 10

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A Secretaria de Defesa Social (SDS) publicou, em boletim desta terça-feira (12), o resultado da sindicância que investigava a atuação dos policiais militares no caso do atropelamento na comunidade do Entra Apulso, Zona Sul do Recife, em agosto de 2016, que resultou em dois jovens mortos. O secretário da SDS, Antônio de Pádua, decidiu arquivar o caso com relação aos policiais militares, ou seja, eles não serão punidos, mas determinou que seja aberto um procedimento para investigar o comportamento dos policiais civis.

O mistério do caso girava em torno do empresário Pedro Henrique Machado Villacorta, que conduzia o veículo envolvido na tragédia. Ao invés de ser conduzido para a delegacia, como de praxe em um caso do tipo, ele foi liberado na Unidade de Pronto Atendimento da Imbiribeira (UPA), para onde foi levado após o fato.

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A portaria da SDS com o resultado da sindicância traz novas informações sobre o que teria ocorrido naquela noite de 13 de agosto. Conforme o texto, a primeira viatura da Polícia Militar (PM) a comparecer ao local, na Avenida Desembargador José Neves, foi uma Patrulha do Bairro, com os militares Felipe Aguiar e Silva, motorista, e Thiago Henrique Costa dos Santos, comandante. Quando a viatura chegou, já estavam presentes Corpo de Bombeiros e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

O empresário Villacorta foi imobilizado e socorrido à UPA da Imbiribeira, sendo acompanhado pelo efetivo da Patrulha do Bairro. Segundo a portaria, o comandante Thiago dos Santos percebeu que Pedro Henrique apresentava sinais de embriaguez e, por isso, solicitou ao Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciods) que enviasse uma viatura de trânsito equipada com bafômetro.

Pedro Henrique se recusou a fazer o teste de alcoolemia, mas sua embriaguez foi registrada na ficha de atendimento médico da UPA. De acordo com a SDS, há outros registros nos autos atestando o alcoolismo do acusado. 

Por volta das 3h do dia 14 de agosto, o comandante manteve contato telefônico com o despachante policial militar do Ciods, o sargento José Ricardo do Nascimento Marques, que informou que a viatura deveria liberar o suspeito do crime, deixar a UPA da Imbiribeira e entregar o boletim de ocorrência na Delegacia de Boa Viagem.  Conforme o secretário, foi neste momento que o soldado Thiago Henrique teria alertado que o suspeito apresentava sinais de embriaguez e que o homicídio caracterizava dolo eventual. O despachante, o sargento José Ricardo, informara, entretanto, que a orientação teria partido do comissário Manoel Matias dos Santos. 

O comandante teria ficado inconformado, tendo mantido contato direto com o comissário Manoel, que reforçou a orientação, inclusive fornecendo sua matrícula para colocar no registro do Boletim de Ocorrência. A SDS informa que todos esses fatos estão devidamente registros pelo sistema Ciods. 

Delegado ausente

Os depoimentos de todas as testemunhas, policiais civis e militares indicam que o delegado de plantão da Delegacia de Boa Viagem na data do fato, Vicktor de Araújo Melo, em nenhum momento compareceu ao local do crime ou à UPA da Imbiribeira. Não há sequer confirmação de que o delegado tenha comparecido ao seu plantão naquela data, por isso será instaurado um Processo Administrativo Disciplinar Especial (PADE) em desfavor de toda sua equipe, inclusive os despachantes policiais civis do Ciods. Para o secretário da SDS, o comportamento dos policiais civis pode se caracterizar como ato de improbidade administrativa.

Os familiares da vítima realizaram várias manifestações à época. Eles acusavam os policiais de terem agido de forma grosseira, dado atenção apenas ao empresário e aos seus amigos que estavam no veículo. Há vídeos de policiais gritando com os populares. Os familiares também suspeitam que Villacorta tenha parentesco com políticos do Estado e que por isso tenha sido liberado.

Entenda quais são os personagens dessa história:

 

Adriano Francisco da Silva: vítima fatal do atropelamento. 

 

Isabela Cristina de Lima: vítima fatal do atropelamento.

 

Pedro Henrique Machado Villacorta: conduzia o veículo que atropelou as vítimas e foi liberado sem passar pela delegacia.

 

Thiago Henrique Costa dos Santos: soldado comandante da operação. Teria informado que o suspeito apresentava indícios de embriaguez. 

 

Felipe Aguiar e Silva: soldado da Polícia Militar. Dirigia a viatura da Patrulha do Bairro. 

 

Olavo Rosa de Melo Neto: capitão da Polícia Militar que também foi investigado pela sindicância. 

 

Cézar Júnior Gomes da Silva: capitão da Polícia Militar que também foi investigado pela sindicância.

 

José Ricardo do Nascimento Marques: 2º sargento da Polícia Militar. Despachante no Ciods. Foi quem primeiro informou que os policiais deveriam liberar o suspeito.

 

Sérgio Amador da Silva: 2º sargento do 19º Batalhão da Polícia Militar. Também foi investigado pela sindicância.

 

Rogério José de Oliveira: soldado do 19º Batalhão da Polícia Militar. Também foi investigado pela sindicância.

 

Deyvson Geovani Trindade da Silva: soldado do 19º Batalhão da Polícia Militar. Também foi investigado pela sindicância.

 

Emerson Henrique da Silva: soldado do 19º Batalhão da Polícia Militar. Também foi investigado pela sindicância.

 

Vicktor de Araújo Melo: delegado que estava de plantão na delegacia de Boa Viagem, mas não compareceu ao local do crime ou à Upa da Imbiribeira. SDS investiga se ele compareceu ao seu plantão. Será investigado através de Processo Administrativo Disciplinar Especial (PADE).

 

Manoel Matias dos Santos: comissário Especial. Despachante da Polícia Civil no Ciods. Foi quem orientou que liberassem o suspeito. Será investigado através de Processo Administrativo Disciplinar Especial (PADE).

Os seguintes são policiais civis da equipe do delegado ou despachantes do Ciods.

Marcelo Ferreira de Barros: comissário especial. Será investigado através de Processo Administrativo Disciplinar Especial (PADE).

Paulo Roberto Medeiros Viana: agente. Será investigado através de Processo Administrativo Disciplinar Especial (PADE).

Ana Carulina Gusmão Genu de Freitas: agente. Será investigada através de Processo Administrativo Disciplinar Especial (PADE).

Angela Maria Marques dos Santos: agente. Será investigada através de Processo Administrativo Disciplinar Especial (PADE).

Kácyo Antônio Silva Alves: escrivão.  Será investigado através de Processo Administrativo Disciplinar Especial (PADE).

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“Porque a gente é pobre.”

Débora Conceição da Silva, 31 anos, dona de casa, tem visto pela TV as últimas notícias. Do rapaz alcoolizado que atropelou e matou três pessoas no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife. Do rapaz alcoolizado que foi preso em flagrante e teve a prisão preventiva decretada um dia depois, estando agora recluso.

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“Porque a gente é pobre”, a mulher continua pensando, matutando como a Justiça parece ter dois pesos e duas medidas. Há um ano e três meses, o responsável pela morte do sobrinho de Débora permanece como sempre esteve: solto. As vítimas do acidente da Tamarineira são advogados, ensino superior completo, o acidente foi em local nobre. Não eram um estudante e uma dona de casa, o local não era a comunidade Entra Apulso, de casas apertadas e coladas umas nas outras. Débora não para de pensar nisso, o que cria dentro dela um sentimento de revolta.

Mas nem ela, nem os outros da comunidade são de esmorecer.  Na última terça-feira (28), como forma de protesto, tiraram as poeiras dos velhos cartazes e os expuseram na frente da residência onde o atropelamento aconteceu.  São mensagens que pedem justiça. “Será que a lei não existe nesse país para punir com igualdade?”, questiona uma das faixas estendidas na calçada.

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Adriano Francisco da Silva, 19, e Isabela Cristina de Lima, 26, chegavam à casa desta última por volta das 22h30.  13 de agosto de 2016.  Um Sandero preto com três pessoas derrapou na curva da Avenida Desembargador José Neves e atingiu o casal de amigos. Isabela ficou presa entre o carro e o muro, morreu no local. Adriano foi arremessado, socorrido, mas não resistiu.

A cena da tragédia naquela rua não é esquecida por nenhum parente da vítima. Isso é de se esperar, mas a memória lateja mais do que se esperaria porque vem em tom de provocação. A comunidade lembra que o Sandero estava com latas de cerveja em seu interior. O motorista, visivelmente bêbado – o que foi atestado posteriormente pela unidade de saúde que o recebeu -, recebia atendimento antes dos que apresentavam quadro mais grave. A mulher que também estava no carro liga para o namorado, que beija ela na boca na frente de todos, enquanto os corpos das vítimas repousam no chão. “A moça ainda disse ‘ainda bem que a morte veio buscá-los de carro’”, lembra Alda Valéria Souza, 53 anos, autônoma, companheira de Isabela Cristina.

Mas não parou por aí. O tal condutor do carro é o empresário Pedro Henrique Machado Villacorta, de 28 anos, que foi socorrido pelos policiais à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira e lá foi deixado, sem custódia, livre. Policiais do 19º Batalhão, responsável pela área, informaram ter recebido ordem do Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciods) para deixar o local. O motivo dessa determinação nunca foi devidamente esclarecido. A postura impediu que o empresário fosse preso em flagrante.

A comunidade, mostrando um poder de mobilização inesperado, fez uma série de atos cobrando a prisão de Villacorta e pedindo sinalização na via. Em poucos dias, foram oito protestos, com pneus e entulhos queimados. “A gente se juntou com outras comunidades. Enquanto a gente fechava a rua aqui na frente, o pessoal fechava as outras. A gente foi em borracharia, nos comércios, explicava o que era e conseguia pneu, madeira…”, recorda Débora.

As manifestações foram importantes para que os noticiários não esquecessem o fato. A Polícia Civil concluiu que Pedro Villacorta cometeu duplo homicídio doloso. O indiciamento foi acatado pelo Ministério Público. De acordo com a Polícia Civil, o caso está na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital. Débora conta que Villacorta irá à júri popular, mas que tem recorrido.

A Secretaria de Defesa Social (SDS) abriu uma sindicância para investigar o comportamento de cada policial na noite do evento. A apuração ainda não foi concluída. Em nota, a pasta informou que a sindicância relativa ao sargento José Ricardo Nascimento, a autoridade que determinou a liberação do empresário, está sendo finalizada, com homologação prevista para os próximos dias. No inquérito policial, o delegado Newson Motta destacou que o sargento não soube explicar o porquê da postura fora do habitual, atribuindo o ocorrido a uma “falha conjunta”. 

“A gente perdeu o sossego”, resume Débora. Alda perdeu a alegria. Diz que não se diverte mais como antes. A solidão do quarto é mais convidativa do que as conversas animadas mas carregadas de ausência do lado de fora. A avó de Adriano morreu um mês depois do fato, em um quadro de aparente depressão. A mãe dele, que ficou em estado de incredulidade, só conseguiu chorar recentemente. “Ela não vive mais”, conta Débora sobre sua irmã. 

O local onde ocorreu o atropelamento foi sinalizado após as várias manifestações. Não houve mais acidentes, como costumava acontecer. Apesar das conquistas e do indiciamento do motorista, os moradores de Entra Apulso estão sempre desconfiados. Se vacilarem, o caso pode ser esquecido. Por isso, o ato de terça-feira. Porque são pobres.

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Na noite do último domingo, alguns moradores de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, flagraram cenas na esquina da Rua Arnaud Holanda e Bruno Veloso. Vídeos mostram o momento em que um veículo Honda Civic e um Ágile param, quatro homens descem dos carros atiram para cima e ainda incendeiam o segundo automóvel. Dentro do veículo incendiado havia dois homens ainda não identificados. Ainda não se sabe se eles já estavam mortos antes do fogo.

De acordo com informações da polícia no local, a ação se tratou do envio de recado para um grupo rival pela disputa do tráfico na comunidade Entra Apulso. Isto porque a área estaria sem chefia desde a morte do líder Jackson Paulo da Silva, de 35 anos, assassinado em Paudalho, na Zona da Mata. 

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Outro caso

Esta já é o segundo ato de confusão na área da Comunidade. Somente este mês, também em um domingo (4), foi registrada confusão nas proximidades do Shopping Recife. Vídeos também registraram o momento em que pessoas correm no estacionamento do centro de compras e tiros são ouvidos. 

 

Um homem foi alvejado pela Polícia Militar na manhã deste domingo (23) na comunidade Entra Apulso, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. O rapaz foi ferido na perna e no punho.

Segundo a Polícia Militar (PM), uma viatura fazia rondas na região quando se deparou com o suspeito. Ele teria corrido em direção ao Shopping Recife, localizado ao lado da comunidade, e começado a atirar contra os policiais. A polícia, então, teria revidado os tiros, fazendo com que o homem voltasse em direção à comunidade.

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A polícia solicitou apoio de outras viaturas e o suspeito pulou novamente um muro em direção ao shopping. A PM diz que foram feitas diversas ordens de se entregar. Com a desobediência, a polícia fez os disparos que atingiram  o suspeito. 

O homem foi socorrido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira e depois transferido ao Hospital Getúlio Vargas. Foi registrado o flagrante  por tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo. Com ele, ainda foram apreendidos um revólver calibre 38 com dez munições intactas e seis cápsulas deflagradas. 

Na tarde desta segunda-feira (26), duas pessoas foram baleadas na comunidade Entra Apulso, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Para se livrar dos tiros, as vítimas correram em direção ao Shopping Recife, que fica bem próximo da comunidade.

De acordo com a assessoria de imprensa do centro de compras, uma das vítimas conseguiu entrar no mall, enquanto outra ingressou no estacionamento. Uma equipe da brigada do shopping prestou atendimentos e transferiu os feridos para uma unidade hospitalar.

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Um vídeo que circula nas redes sociais, mostra uma das vítimas pedindo por socorro no estacionamento do centro de compras, enquanto seguranças fazem o isolamento da área e populares observam a confusão. Confira:

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Uma Oficina de Grafite será realizada pelo Instituto Shopping Recife (ISR), a partir desta quarta-feira (2), para jovens de Entra Apulso em parceria com o voluntário, arte-educador e grafiteiro, Antônio Marcos (Cajú). 

Jovens com idades entre 14 e 24 anos poderão participar. O objetivo do curso é oferecer alternativas de linguagens visuais que promovam o design consciente e a preservação dos patrimônios públicos e culturais da cidade. 

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De acordo com a coordenadora do ISR, Sully Freire, a iniciativa quer ampliar o conhecimento dos jovens em torno da arte. “Queremos dar voz às expressões e aos olhares dos jovens de Entra Apulso. A comunidade está cheia de talentos e pretendemos potencializá-los”, destaca.

Em novembro, as obras produzidas durante a oficina serão expostas na segunda edição da exposição “Nossa Comunidade: Um novo olhar sobre Entra Apulso”, que acontece no Shopping Recife. 

Com informações da assessoria

Jussara Cristina Oliveira da Silva, de 30 anos, conhecida popularmente por “Sara”, foi presa nesta quarta-feira (15), na comunidade Entra Apulso, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife,  por tráfico de drogas. Os agentes policiais encontraram com a vendedora, uma identidade falsa, 16 tabletes de maconha,  o que vale a cerca 30 quilos do entorpecente.

De acordo com a polícia, Jussara ficou nervosa ao ver os agentes fazendo a roda de rotina no local. Ao ser detida, a mulher afirmou que a droga pertencia ao seu compenheiro e presidiario, Eduardo Guedes, conhecido como “Junior Cavanhaque”, que se encontra preso no Aníbal Bruno, situado no bairro do Sancho,  Zona Oeste do Recife. O homem também será autuado por falsificação de identidade. 

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Jussara foi encaminhada ao Presídio Bom Pastor, em Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife.

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