Há um ditado que diz: “A primeira impressão é a que fica”. E, durante uma entrevista de emprego, o dito popular é seguido à risca. Além de um currículo atraente, o comportamento pode ser decisivo na hora de conseguir a vaga desejada. Mostrar-se desinteressado e descuidar da linguagem corporal podem ser erros considerados "fatais" durante o processo seletivo.
Segundo a analista de Recursos Humanos Viviane Barros, é numa seleção de emprego que o candidato tem a chance de mostrar todas as possíveis características positivas. “Se a pessoa chega na entrevista e se comporta como se estivesse em casa, o que dirá na própria empresa para a qual ela vai trabalhar?”, indagou.
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A analista também chamou atenção para o tipo de vestimenta. “Claro que o tipo de roupa que o candidato veste não é, de fato, considerado de caráter eliminatório, até porque, avaliamos o conteúdo intelectual e o perfil da pessoa para determinado cargo, mas manter uma boa aparência é fundamental. O aconselhável é não usar roupas muito justas, bermudas, decotes extravagantes ou chinelos. Você é seu próprio portfólio e tomar cuidado com mínimos detalhes é essencial”, enfatizou.
São muitos os aspectos analisados pelo departamento de RH. Além do relacionamento interpessoal, a forma de se comunicar, criatividade, iniciativa, flexibilidade e organização, o lado psicológico do concorrente também entra em questão. “Uma avaliação psicológica faz com que a decisão dos recrutados seja mais assertiva. É ela quem dá o aval, pois abordamos questões de velocidade no desempenho, liderança, relacionamento de grupo, conhecimento geral e específico, entre outros pontos. Há alguns processos que não exigem análise psicológica, mas aí vai depender muito do conteúdo da seleção. Na maioria dos casos, o normal é que se faça esse tipo de avaliação, até para saber também como o candidato irá se comportar na empresa em situações de pressão”, disse.
Ainda de acordo com Viviane, os testes aplicados são os mesmos tanto para quem vai concorrer à vaga de estágio quanto ao cargo efetivo. O que diferencia é a forma como essas avaliações serão analisadas. “Não podemos ser tão rigorosos com o candidato a estagiário, visto que ele está em fase de aprendizado e a empresa servirá de complemento prático para que ele possa exercer o que absorve teoricamente na faculdade. No caso do estagiário, o talento é que é avaliado e não a experiência, diferente do profissional, que possui um nível de conhecimento mais elevado e um currículo mais abrangente”, afirmou.
Para a analista, o retorno após um processo seletivo é importante para que o candidato não crie falsas expectativas e isso acabe o desestimulando. “A maioria das empresas comete o erro de não dar um feedback para o concorrente e isso, por muitas vezes, o desestimula. Caso ele não atenda o perfil, é importante que se entre em contato agradecendo a participação e o informe que, caso surjam outras oportunidades, há possibilidades, sim, de que ele participe de uma nova seleção. É uma questão também de respeito”, declarou.
O currículo ideal
O currículo deve ser agradável aos olhos de quem o lê, deve chamar a atenção de maneira positiva, afinal de contas esse é o cartão de visitas de todo candidato. Por isso, é preferível que ele seja o máximo objetivo possível, leve e essencialmente, verdadeiro.
“Primeiramente, não se usa mais a expressão ‘Curriculum Vitae’ no topo da página. No lugar deve se colocar o nome completo, preferencialmente sem abreviações. Também não há necessidade de incluir números de documentos pessoais, isso não terá relevância no recrutamento”, recomendou a analista Viviane. “O importante mesmo são as informações básicas e dados pessoais como, além do nome completo, o estado civil, contatos telefônicos e virtuais, endereço com o bairro e CEP, para que assim, tenhamos noção de onde o candidato reside para analisar a questão da locomoção e transporte, a formação acadêmica, a trajetória profissional e os cursos de aperfeiçoamento e seminários recentes”, completou.
De forma geral, se faz necessário que o currículo contenha informações sempre atualizadas. Em relação à trajetória profissional, se deve informar as empresas onde trabalhou, período de atuação, cargos ocupados e uma breve descrição sobre suas responsabilidades. Já em relação à formação acadêmica, sendo superior, é importante que se inclua os níveis de graduação da mais recente para a menos recente, seguindo a ordem: doutorado, mestrado, pós-graduação e graduação, sem esquecer de citar o nome da instituição de ensino. No caso do estagiário, deve ser informado a previsão de conclusão do curso e o ano que a graduação será concluída.
Viviane Barros ressaltou a importância de deixar claro no currículo o objetivo profissional, especificando a área de interesse. “Currículo sem objetivo não é currículo, pois se você não tem um objetivo na vida profissional, como pode acreditar ser útil para as empresas?”, perguntou.
Além de todos os pontos vistos acima, é fundamental também que se faça um resumo de seus conhecimentos profissionais. Esse campo é extremamente importante, pois será baseado nestas informações que o analista de RH irá se interessar em agendar uma entrevista. “Não se autoelogie e não utilize frases de efeito. Faça uma autoavaliação e seja sincero ao relatar suas qualificações”, finalizou Viviane.
Para que o candidato não deixe de fazer bonito na hora da entrevista de emprego, a analista Viviane Barros sugeriu algumas dicas importantes. Confira o vídeo:
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*Crédito da foto: Cleiton Lima/LeiaJáimagens