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O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, e a chanceler alemã, Angela Merkel, anunciaram nesta quarta-feira (5) a criação de um centro global de previsão e detecção de epidemias em Berlim.

"A pandemia de covid-19 destacou as deficiências dos sistemas globais de inteligência sobre pandemias e epidemias", declarou o diretor da OMS em entrevista coletiva.

"Os vírus se locomovem rapidamente, mas os dados podem se locomover ainda mais rápido. Com as informações certas, os países e comunidades podem se manter à frente dos riscos", acrescentou.

No caso da Covid-19, os primeiros casos foram notificados em 31 de dezembro de 2019 na cidade chinesa de Wuhan, quando a epidemia já havia ganhado terreno.

Especialistas internacionais nomeados pela OMS para estudar a origem do vírus concordam que a epidemia pode ter começado entre o final de setembro e o início de dezembro.

"Foi o sistema EIOS (plataforma da OMS para monitoramento epidemiológico) que coletou os primeiros relatos de um novo vírus em Wuhan, no centro da China, na madrugada de 31 de dezembro de 2019", explicou Tedros.

"Nosso objetivo é que o Hub da OMS conduza este trabalho para o próximo nível, gerando melhores dados e melhores análises", disse ele.

Dotado pela Alemanha de um financiamento de 30 milhões de euros por ano neste momento, fará parte da OMS, que estima que serão necessários mais fundos.

A plataforma com sede em Berlim, que provavelmente será inaugurada em setembro, trabalhará com parceiros em todo o mundo para "prever, prevenir, detectar, preparar e responder aos riscos de pandemia e epidemia em todo o mundo", explicou a OMS.

"A pandemia da covid-19 nos ensinou que só podemos lutar juntos contra pandemias e epidemias", declarou Angela Merkel.

"O novo centro da OMS será uma plataforma global para prevenção de pandemias, reunindo várias instituições governamentais, acadêmicas e privadas. Estou muito feliz que a OMS tenha escolhido Berlim e convido parceiros em todo o mundo a contribuir" para o projeto, acrescentou.

Presente na coletiva de imprensa, o diretor de emergências de saúde da OMS, Michael Ryan, considerou que o atual serviço de inteligência epidêmica da OMS (EIOS) é "fantástico": "É um sistema dirigido por inteligência artificial que permite a detecção precoce de informações que já estão no domínio público".

"Mas nosso problema e nosso desafio é que funciona apenas quando há uma epidemia", disse ele. E, portanto, "há sinais que podem se produzir antes das epidemias", incluindo dados sobre mobilidade, clima e animais, que podem detectar melhor a ameaça.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) anunciou a prorrogação dos prazos do edital de bolsas de estudos do Programa de Combate a Epidemias, cujo resultado estava previsto para o último dia 25, devido ao grande volume de inscrições recebidas. A nova data de divulgação é o dia 22 de junho, com seleção final a partir de 1º de julho, homologação dos resultados em 6 de julho e o início dos projetos a partir de 1º de agosto.

O edital nº 9 de 2020 é voltado para as áreas de Epidemiologia, Infectologia, Microbiologia, Imunologia, Bioengenharia e Bioinformática. Ele tem 900 bolsas e contemplará 30 projetos com 30 bolsas cada um, sendo 18 de pós-doutorado e 12 de doutorado, além de um investimento de R$ 345 mil para cada iniciativa aprovada. Os projetos inscritos passarão por quatro etapas de análise, em que serão avaliadas propostas, técnica, mérito e prioridade de cada candidatura.

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O programa é composto por duas fases. Na etapa inicial 1.150 bolsas irão apoiar de imediato áreas de saúde, exatas, engenharias, tecnologias e multidisciplinares, junto a um aporte de R$ 345 mil. Posteriormente, 57 projetos receberão 550 bolsas e R$ 200 mil para despesas.

Os programas de pós-graduação que pesquisam epidemiologia, infectologia, microbiologia, imunologia, bioengenharia e bioinformática poderão fazer as inscrições de projetos no Programa de Combate às Epidemias da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) até o dia 4 de maio pela internet.

As propostas devem ser enviadas apenas por meio deste link. A princípio, as candidaturas estavam previstas para terminar na última quinta (30). O resultado final tem previsão para ser publicado a partir do dia 2 de junho.

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Serão bancadas até 30 propostas e oferecidas 900 bolsas de doutorado e pós-doutorado, com aplicação de até R$ 70 milhões. Os projetos escolhidos receberão até 18 bolsas de pós-doutorado e 12 de doutorado e receberão R$ 345 mil em custeio e verba de capital.

O programa, que foi estreado no início de abril, tem o intuito de patrocinar pesquisas direcionadas ao combate de surtos, epidemias e pandemias, como o novo coronavírus. No total, serão 2,6 mil bolsas para pesquisas nas áreas de saúde e exatas com aplicação de R$ 200 milhões.

Com informações da assessoria

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Pesquisas pós-graduação que têm como temas epidemiologia, infectologia, microbiologia, imunologia, bioengenharia e bioinformática podem fazer as inscrições de projetos no Programa de Combate às Epidemias da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Pesquisadores podem se inscrever até as 17h do dia 30 de abril.

A Capes custeará até 30 propostas e disponibilizará 900 bolsas de doutorado e pós-doutorado, podendo o investimento chegar a R$ 70 milhões. Os projetos escolhidos serão contemplados com até 18 bolsas de pós-doutorado e 12 bolsas de doutorado e receberão R$ 345 mil em custeio e verba de capital.

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As propostas devem ser enviadas apenas pelo link de inscrições. De acordo com o presidente da Capes, Benedito Aguiar, as universidades do país têm ampla competência, que deve ser explorada e reconhecida. “Neste momento de grande apreensão na sociedade brasileira, a Capes intensifica o seu apoio aos programas de pós-graduação”, alegou.

Segundo o consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Julival Ribeiro, a aplicação de verba em pesquisas do tipo que a Capes apoia neste edital é importante. Na opinião do consultor, a população mundial não estava pronta para encarar a pandemia do novo coronavírus. “Não sabemos quando teremos outra pandemia de gripe, mas ela virá”, disse ele.

O projeto visa auxiliar grupos de pesquisadores que estudem surtos, endemias, epidemias e pandemia. A iniciativa auxiliará no esclarecimento e combate ao novo coronavírus e também na capacitação do Brasil para novos surtos. 

Nesta quinta-feira (2), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), lançou um programa emergencial para incentivar pesquisas voltadas ao enfrentamento de surtos, de epidemias e de pandemias, como a Covid-19. Com investimento de R$ 200 milhões em pesquisas na área de Saúde e de Exatas, serão disponibilizadas 2,6 mil bolsas.

Com o objetivo de combater a pandemia e preparar a comunidade científica, o presidente da Capes, Benedito Guimarães Aguiar Neto, afirma que pretende intensificar o apoio por ser “um programa estratégico emergencial que poderá contribuir de forma imediata à mitigação dos problemas ocasionados pela atual pandemia e contribuir para prevenção e combate epidemias que assolam o país há anos”.

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O programa, dividido em três etapas, terá duração de 36 meses, com possibilidade de prorrogação por mais 12 meses. A primeira fase já foi iniciada com a concessão imediata de 900 bolsas de mestrado e doutorado. Segundo avaliação da Capes, para participar, os pesquisadores da área de Saúde devem ter notas 5, 6 ou 7.

A  partir da próxima semana inicia a segunda etapa que vai ofertar mais 900 bolsas, incluindo cerca de 30 projetos de pesquisa, cada um no valor de R$ 345 mil, voltados para áreas de epidemiologia, infectologia, microbiologia, imunologia, bioengenharia e bioinformática.

A última etapa vai abranger mais 800 bolsas de Exatas e Saúde nos meses seguintes. O período de duração das bolsas, da segunda e terceira etapas, são de 36 meses com renovação por mais 12 meses.

Embora a epidemia do novo coronavírus tenha despertado o medo em todo o mundo, ela também conseguiu renovar o apetite pelos filmes, videogames e séries sobre o assunto.

Nas últimas semanas, o filme "Contágio", de Steven Soderbergh, lançado em 2011, está em primeiro lugar nos downloads do iTunes. Ele conta a história de uma mulher de negócios, interpretada por Gwyneth Paltrow, que involuntariamente leva ao Estados Unidos um vírus contraído aparentemente por meio de um cozinheiro na Ásia.

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O cenário mostra muitas semelhanças com o COVID-19, que surgiu em dezembro na cidade de Wuhan, no área central da China.

Como no filme, o vírus foi transmitido aos homens por animais antes de se propagar. Em "Contágio", o vírus mata exponencialmente cerca de 26 milhões de pessoas em todo o mundo somente no primeiro mês. Número que, ainda bem, não coincidem com o caso do novo coronavírus.

O filme tem chamado a atenção de muitos telespectadores. Na última semana de janeiro, "Contágio" esteve entre as dez primeiras colocações da lista de classificação britânica do iTunes.

Essa semana voltou a ocupar o 55º lugar na lista do Reino Unido, mas continuou em lugar de destaque em muitos países: em 7º, em Cingapura; 20º, nos Estados Unidos; e 24º, na Austrália.

Em Hong Kong, onde há uma cena no filme, ele aparece em 8º lugar na lista de telespectadores. Nas últimas semanas, essa região autônoma - que teve duas mortes registradas por causa do COVID-19 - teve momentos parecidos com os do longa. Os moradores, em pânico, foram aos supermercados para se abastecer de papel higiênico, arroz e produtos domésticos.

- Aliviar o estresse -

A população da megalópole continua traumatizada desde a SARS, que entre 2002 e 2003 foi responsável por 299 mortes. Enquanto os habitantes de Hong Kong estão assustados, o resto do planeta parece ter curiosidade em ver, por meio de Hollywood, como seria uma pandemia mundial.

"Esse interesse repentino por tudo relacionado a epidemias e aos vírus é uma forma das pessoas lidarem melhor com o que está acontecendo", disse Robert Bartholomew à AFP, um médico sociólogo que estuda o fenômeno da histeria coletiva.

"Falar de eventos traumáticos pode ajudar as pessoas a ficarem mais calmas e aliviar o seu estresse", explica.

Mas não é só em filmes que o tema aparece. Desde o seu lançamento há oito anos, o jogo "Plague Inc", no qual um vírus se propaga por todo o planeta, se tornou muito popular. E cada vez que aparecem epidemias como a COVID-19 ou o Ebola, o número de downloads aumenta, segundo Ndemic Creations, a empresa criadora dos jogos.

"Com cada epidemia, vemos um aumento no número de jogadores. As pessoas querem saber como as doenças são transmitidas e entender os aspectos complexos das epidemias", ressaltou a empresa em comunicado, reforçando que "'Plague Inc' é um jogo e não um modelo científico".

- Sair adiante -

No último ano, Extra Credits, um canal educativo no YouTube, produziu uma série de filmes de animação para o centenário da chamada "gripe espanhola", que em 1918 causou milhões de mortes.

O número de telespectadores da série disparou, principalmente na Ásia sul-oriental desde a aparição do novo coronavírus, afirmou Robert Rath, que vive em Hong Kong e é o autor do roteiro da série.

Por sua vez, a Netflix não teria uma melhor época para lançar a série documental "Pandemia", que mostra a preparação, a nível internacional, para enfrentar um novo vírus.

"As pessoas sempre dizem que 'Pandemia' foi lançada no momento perfeito", escreveu Sheri Fink, jornalista e médica, no Twitter, que é a produtora-executiva da série.

A África se tornou um centro neurálgico para os traficantes de medicamentos, de vacinas a antirretrovirais, um negócio muito lucrativo mas que provoca centenas de milhares de vítimas. O volume de negócios gerado por produtos médicos falsos é estimado em ao menos 10% ou 15% do mercado farmacêutico mundial.

Um valor que poderia chegar a 200 bilhões de dólares, segundo dados do Fórum Econômico Mundial (WEF), um número que quase triplicou nos últimos cinco anos. "Para vender medicamentos falsos é preciso ter clientela. E no continente africano há muito mais doentes pobres que no resto do mundo", explica à AFP o professor francês Marc Gentilini, especialista em doenças infecciosas e tropicais e ex-presidente da Cruz Vermelha francesa.

Segundo ele, as vacinas que há alguns anos foram distribuídas no Níger para frear uma epidemia de meningite — uma doença que a cada ano mata milhares de pessoas neste país pobre da região do Sahel — eram falsas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que um de cada dez medicamentos no mundo é falso, um número que pode alcançar sete em cada dez em alguns países, em particular africanos.

O tráfico está às vezes nas mãos de autoridades corruptas da saúde pública, que compram produtos falsos a bons preços na China e Índia, os principais fabricantes, e depois os revendem. Ao menos 100.000 pessoas morrem a cada ano na África por utilizar medicamentos falsos, segundo a OMS.

Só em 2013, 122.000 crianças de menos de cinco anos morreram nos países da África subsaariana por tomarem medicamentos falsos contra a malária, segundo o American Journal of Tropical Medecine and Hygiene. "É um crime duplo, de saúde e social, porque matam doentes e doentes pobres", afirma Gentilini.

Mais rentáveis que a droga

Em agosto de 2017, a Interpol anunciou o confisco de 420 toneladas de produtos médicos de contrabando em uma macro-operação em sete países (Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Mali, Níger, Nigéria e Togo).

"O negócio da falsificação de medicamentos é o primeiro na lista dos tráficos ilícitos", explica Geoffroy Bessaud, diretor da coordenação antifalsificação do grupo farmacêutico francês Sanofi. Segundo o WEF, este negócio gera mais lucros que o tráfico de maconha.

"Um investimento de mil dólares pode gerar até 500.000 dólares, enquanto o mesmo investimento no tráfico de heroína ou de moedas falsas gera 20.000 dólares", acrescenta.

"Temos de tudo!"

Em maio de 2017, as autoridades da Costa de Marfim incineraram 40 toneladas de medicamentos falsos confiscados em um bairro de Abidjan, onde está instalado o maior mercado de medicamentos ao ar livre do oeste da África, que representa 30% das vendas de medicamentos no país.

Ao entrar no "Roxy", o apelido deste mercado clandestino, a primeira coisa que se ouve são as vendedoras assegurando que têm "de tudo". "Muitas pessoas vêm com suas receitas médicas para comprar aqui, e também os proprietários de clínicas privadas", explica Fatim, uma vendedora, sentada em frente a uma enorme bacia cheia de produtos farmacêuticos.

Embora se negue a dizer de onde procedem, assegura que as vendedoras têm um "sindicato" e que se reúnem para "regular" o mercado. "Os policiais nos incomodam, mas eles mesmos vêm comprar medicamentos", explica Mariam, outra vendedora.

Na Costa do Marfim, a primeira economia da África francófona, o setor farmacêutico legal sofre a cada ano perdas de entre 40 e 50 bilhões de francos CFA (entre 60 e 76 milhões de euros), segundo dados do Colégio de farmacêuticos do país. Diferentemente do tráfico de estupefacientes, a falsificação de medicamentos só é considerada um delito contra a propriedade intelectual, de modo que atrai muitos traficantes.

Enquanto grandes grupos, como o Sanofi, lutam contra o fenômeno - 27 laboratórios clandestinos foram desmantelados em 2016 -, os países pobres não têm meios suficientes para isso. Os governos africanos têm outras muitas preocupações e "não podem pôr agentes alfandegários e policiais para lançar um contra-ataque eficaz", ressalta Gentilini, chefe de serviço no hospital Pitié Salpêtrière de Paris.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que casais que vivem em locais com o surto do zika vírus adiem uma gravidez. Para os estrangeiros ou mesmo moradores locais que apresentaram algum sintoma, a sugestão publicada pela entidade é de que esperem pelo menos seis meses para iniciar uma gravidez.

Conforme o jornal O Estado de S. Paulo havia publicado há dez dias, um primeiro alerta já havia sido publicado no final de maio pela entidade. Mas, desta vez, a OMS optou por fazer uma diferenciação maior entre estrangeiros que visitam locais com o surto e as mulheres vivendo em zonas com a presença do mosquito.

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"Nossa sugestão é de que pessoas em locais com surto adiem ou considerem adiar uma gravidez", disse Christian Lindmeier, porta-voz da OMS. Para a entidade, mulheres nesses países devem ter acesso a informação e medidas de prevenção, como preservativos. A recomendação deixa claro também que, por enquanto, não existe uma outra alternativa para se proteger e que, para a população em locais com a presença do mosquito, a melhor forma de evitar a má-formação é mesmo evitar uma gravidez.

Alertando para o fato de que a transmissão sexual do vírus é mais importante que se imaginava, a OMS decidiu duplicar os prazos de espera para mulheres que queiram engravidar. Pela primeira vez, calendários são recomendados a diferentes grupos de risco e a entidade deixa claro que a proliferação do vírus em relações sexuais é "mais comum que previamente assumido".

A orientação está sendo feita depois que novos estudos realizados pela entidade e cientistas apontaram que o vírus tem um período maior de permanência no sêmen, além do que se previa. Alguns estudos chegaram a indicar que a carga do vírus em um sêmen é 100 mil vezes maior que no sangue e ele pode permanecer ativo por 14 dias. Num do estudos, um homem que deixou as Ilhas Cook para o Reino Unido registrou a presença do zika vírus em seu sêmen 62 dias depois do início dos sintomas.

No total, dez países já registraram essa transmissão, entre eles EUA, França, Itália e treze casos na Alemanha.

Dengue, chikungunya, zika vírus. A “doença misteriosa” que assola os estados nordestinos, desde o final de 2014, continua uma incógnita para os órgãos de saúde pública. Os sintomas, semelhantes, deixam o paciente com febre, manchas vermelhas, coceira. Especialistas da Região Metropolitana do Recife concordam em uma questão: o zika vírus precisa continuar a ser levado em consideração nas avaliações médicas. 

“Por enquanto, o zika vírus não pode ser descartado. Porque, para se ter uma epidemia, é precisa três elementos: ter o vírus circulante, o vetor e uma população suscetível. Destes, só não temos a confirmação do vírus, então é preciso continuarmos atentos”, afirmou o infectologista Luciano Arraes, do Hospital Oswaldo Cruz. O médico lembrou que a possibilidade da doença na Bahia ainda não foi confirmada pelo Ministério da Saúde. 

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Na última semana, a Secretária Estadual de Saúde de Pernambuco afirmou que nenhum caso da doença foi confirmado entre os notificados pelos agentes de saúde. Segundo a infectologista Martha Romeiro, da Unimed Recife, a doença precisa ser “cogitada e pesquisa”, pois há a possibilidade de introdução do vírus no país. “Provavelmente, com a possibilidade da doença na Bahia, o Ministério da Saúde intensificará as vigilâncias. Mas a população precisa entender que o zika vírus é alto limitada (de menor risco que a dengue) e a possibilidade de ocorrer complicações é bem mais baixo”, disse Romeiro. 

Ao iniciar os sintomas, é aconselhável que o indivíduo aguarde 48 horas até a evolução do quadro. “Lógico, se houver febre mais intensa, é necessário procurar o médico. Mas o ideal é esperar um pouco para ver a evolução e o especialista ter mais subsídios para investigar”, completou a infectologista.

Coordenadora da Vigilância e Controle da Dengue e Chikungunya em Jaboatão dos Guararapes, Elizabeth Jerônimo aponta a automedicação como grande problema e risco aos pacientes. “A possibilidade para o zika vírus existe, mas a população precisa se acalmar. O autodiagnóstico e a automedicação é um risco e pode agravar o quadro do paciente, pois há uma sorologia específica”, apontou.

Já para o médico infectologista consultor da rede hospitalar Hapvida, Vladimir Yuri, tomar medicamentos analgésicos mais usuais, como dipirona e paracetamol, não trará problemas aos pacientes. “o que não pode é fazer uso de antibióticos mais fortes, antialérgicos com uso indiscriminado”.

A preocupação, para o médico, deve ser outra. “Carecemos de informação. O que sabemos é que o vetor é mesmo, pela picada do mosquito Aedes Aegypti. Portanto as pessoas devem continuar conscientes para evitar o acúmulo de água”, aponta Yuri. Sobre a dengue, a Secretaria Estadual confirmou que, até o dia 18 de abril, 26.666 casos da enfermidade foram notificados, com mais de 5 mil confirmados, em 174 municípios. 

O milionário americano Bill Gates anunciou que doará mais de US$ 500 milhões para a luta contra diversas epidemias em países em desenvolvimento, entre elas a malária - de acordo com uma nota divulgada neste domingo.

O ex-presidente da Microsoft fez esse anúncio na 63ª reunião anual da Sociedade Americana de Medicina e Higiene Tropicais, em Nova Orleans. Para Gates, o Ebola representa um "chamado para agir".

Ele disse que a Fundação Gates dedicará mais de US$ 500 milhões em 2014 "para reduzir a carga da malária, da pneumonia, das diarreias e de uma série de infecções parasitárias, causas principais de morte, de desvantagem nos países em desenvolvimento", acrescentou o comunicado.

Em setembro, a Fundação Gates já havia anunciado uma doação de US$ 50 milhões para a epidemia de Ebola, que já causou a morte de 4.900 pessoas na África Ocidental desde o início do ano.

A Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte divulgou, nesta sexta-feira (15), o Mapa de Vulnerabilidade para a identificação de áreas com maior risco para ocorrências de dengue, no ano de 2013. A finalidade do mapa é fornecer subsídios que possam auxiliar na delimitação das áreas que necessitam de maior fortalecimento das ações de combate ao vetor e organização dos serviços de saúde.

O mapa de vulnerabilidade foi elaborado a partir de uma matriz estatística, cuja classificação final de risco é um indicador composto pelos seguintes parâmetros: incidência de dengue nos últimos 10 anos (número de casos suspeitos por cada 100.000 habitantes), Índice de Infestação Predial de 2009 a 2011 (Porcentagem de imóveis que possuíam focos positivos de dengue), Índice de Infestação Predial de 2012, Índice de Pendências de 2012 (Porcentagem de imóveis que não foi realizada a visita domiciliar do agente de endemias) e Densidade Demográfica de 2012.

“Estamos programando um cronograma de visitas de monitoramento nos municípios da Grande Natal, que são os que apresentam grande densidade populacional e maior risco de chuva, por estarem na região litorânea. Trabalhando com estes municípios o nosso objetivo é diminuir a sobrecarga na assistência dos hospitais”, explicou Stella Leal, subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesap.

Para o restante dos municípios a Sesap irá trabalhar junto com as Unidades Regionais de Saúde Pública (Ursaps) para que façam um acompanhamento mais de perto com os municípios pertencentes à sua região, dando continuidade às atividades rotineiras de combate a dengue.

Em todo o Rio Grande do Norte, 48 municípios apresentam um risco muito alto de dengue, 40 apresentam risco alto e 42 com risco moderado. Apenas 37 municípios apresentam um risco baixo para uma epidemia de dengue.

Por Hana Dourado





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