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A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou proposta que cria a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares. Um dos objetivos da política é garantir à comunidade escolar – professores, funcionários, estudantes e familiares – cuidados em saúde mental a partir da integração e da articulação permanente dos serviços de educação, saúde e assistência social.

O texto aprovado é um substitutivo ao Projeto de Lei 3383/21, do Senado. Autora do substitutivo, a relatora no colegiado, deputada Tabata Amaral (PSB-SP), destacou como ponto positivo do texto original a articulação da política com o Programa Saúde na Escola (PSE). 

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“Entendemos ser apropriada vinculação a um programa já existente e bastante operado em diversas redes de ensino, que é o Saúde na Escola, que visa à integração e à articulação permanente da educação e da saúde, proporcionando melhoria da qualidade de vida da população brasileira”, disse a relatora.

“Além disso, a proposição apresenta o responsável pela execução da política que, no caso, são os Grupos de Trabalho Institucional do Programa Saúde na Escola, sendo a União responsável pelo financiamento”, acrescentou a deputada.

De acordo com a política, em cada unidade de ensino deverá ser constituído o Comitê Gestor de Atenção Psicossocial, com a participação da comunidade escolar e de representantes da atenção básica na localidade. Pelo texto, será facultada a participação dos serviços de proteção social básica do Sistema Único de Assistência Social (Suas).

Assistência social Entre as alterações propostas pela relatora está a previsão de articulação não apenas entre as áreas de educação e saúde, como estabelecia o texto original, mas também de assistência social. O texto amplia a integração da comunidade escolar com equipes de atenção primária à saúde e com os serviços de proteção social.

Por fim, o substitutivo inclui, entre os objetivos da política, ações e palestras voltadas à eliminação da violência de todos os tipos. “São múltiplos os tipos de violência que podem estar presentes no contexto escolar, gerando prejuízos pedagógicos e sofrimento emocional para os membros da comunidade escolar”, conclui a relatora, que optou por descartar os projetos apensados por considerá-los já atendidos. 

Tramitação

O substitutivo será ainda analisado pelas comissões de Saúde; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois seguirá para o Plenário.

*Da Agência Câmara de Notícias

Um aluno da Escola Municipal Manoel Cícero, na Gávea (zona sul do Rio), foi apreendido na tarde desta terça-feira, 28, acusado de tentar atingir com uma faca um colega de turma. Segundo a Polícia Militar, o estudante tem 15 anos e foi detido antes de ferir o colega.

Ao ser contido por outros colegas e por funcionários da escola, o aluno sofreu um corte no supercílio. Por isso, ele foi encaminhado ao Hospital Municipal Miguel Couto, no mesmo bairro. O caso ocorre um dia depois de um estudante de 13 anos ter matado a facadas a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, e ter ferido outras quatro pessoas numa escola estadual de São Paulo. Ele também foi apreendido.

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A polícia e os bombeiros foram acionados às 14h35 desta terça-feira. Os primeiros a chegar foram policiais civis da 15ª DP (Gávea), que fica a um quarteirão da escola e será responsável pela investigação do caso.

O adolescente foi apreendido e conduzido ao hospital. A faca que ele usava foi apreendida. Devido à confusão, todas as aulas do período da tarde foram suspensas as e os alunos foram dispensados.

Suspeito de planejar outro ataque é internado após investigação

Na sexta-feira passada, 24, a Justiça do Rio determinou a internação provisória de um adolescente suspeito de planejar um ataque a uma escola no Estado.

A investigação sobre o adolescente do Rio começou a partir de um alerta do Google à Interpol . A empresa constatou que o estudante publicou vídeos no YouTube com conteúdo que sugere risco iminente de morte ou lesão grave a terceiros.

Os vídeos mostram o adolescente exibindo armas de fogo, falando sobre planos de cometer um massacre na escola e anunciando 20 de abril como o dia da ação. Nessa data, há 24 anos, ocorreu o massacre de Columbine, nos Estados Unidos, em 1999, quando dois alunos de uma escola mataram 12 colegas e um professor.

Além da internação provisória do estudante, a juíza Vanessa Cavalieri, da Vara da Infância e da Juventude da capital, determinou a busca e apreensão de equipamentos eletrônicos na casa do jovem e a quebra do sigilo de dados e comunicações. A investigação aponta para a possível existência de outras pessoas envolvidas no plano.

O autor do ataque à Escola Estadual Thomazia Montoro, na zona oeste de São Paulo, tentou comprar armas de fogo pela internet, de acordo com a Polícia Civil. Como não conseguiu acesso ao equipamento, o adolescente de 13 anos usou uma faca para atacar professores e colegas; uma docente de 71 anos morreu.

"Ele disse que tinha a intenção de adquirir uma arma de fogo, e ele não conseguiu", disse o delegado Marcos Vinicius Reis, que investiga o caso. "Ele fez algumas pesquisas via internet e não conseguiu efetivamente adquirir ou ter uma arma de fogo disponibilizada, o que certamente provocaria uma letalidade maior."

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Reis disse que a polícia detectou que alguns perfis de redes sociais que interagiam com o agressor foram excluídos. Em outra frente de investigação, o objetivo é coletar os dados de quem estava por trás das interações com o agressor e se algumas delas podem configurar crime. "Ele já tinha todo esse perfil de violência internalizado e que ainda não tinha sido colocado em plena execução, infelizmente aconteceu", disse.

O aluno já estudava cometer um atentado, segundo o delegado, havia pelo menos dois anos. "Ele diz que desde os 11 anos já tinha a ideia de fazer algo grave, de se contrapor a um alegado bullying", disse. "Nas redes sociais, temos publicações do adolescente infrator com a alcunha de Taucci, que é justamente um dos participantes do massacre da escola de Suzano. Então se vê que, por essa alcunha, existia uma intenção já planejada, premeditada."

O delegado afirmou que o agressor atribuiu o ataque a episódios de bullying. A polícia solicitou ao Poder Judiciário a quebra do sigilo telefônico do agressor, além de um HD externo encontrado na casa dele. "Vamos examinar até um Xbox, um videogame", disse. A ideia é tentar apurar mais a fundo a motivação do crime e se houve envolvimento de terceiros.

A intenção prévia, afirma, está "bem clara". "Esse planejamento, essa intenção, que já era deliberada, está manifestada nos bilhetes e cadernos que foram apreendidos", disse. "Há alguns dizeres que permitem inferir que ele estava se despedindo da família, que já ia fazer algo de ruim."

A mãe de um aluno ameaçou a diretora da escola com uma faca, na tarde da última segunda-feira (27), após ter comparecido para saber as razões de ter perdido um benefício social. O garoto matriculado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Antônio Carlos Rocha, na Penha, zona leste de São Paulo, teria excedido o número permitido de faltas nas aulas, fazendo com que sua família deixasse de receber um valor em dinheiro. Segundo a mãe da criança, a quantia seria usada para comprar o gás de cozinha.

Segundo a Polícia Militar, que foi acionada ao local, Gersilia de Jesus sacou uma faca e chegou a ameaçar a diretora da escola. Ela foi detida por volta das 13h e encaminhada para a delegacia. Em depoimento, ela afirmou que não tinha a intenção de machucar ninguém. A mulher também desabafou que tem dificuldades para criar os três filhos.

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Em entrevista a uma emissora de TV, Gersilia afirmou que não consegue fazer os filhos irem para a escola. Ela ainda afirmou que mesmo com as notas ruins nos boletins escolares, ela não viu apoio da escola para ajudar os filhos.

A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo afirmou, por meio de nota, que acompanha o caso. "O Conselho Tutelar foi acionado em razão do ocorrido. As aulas não foram suspensas e a direção do EMEF Prof. Antônio Carlos Rocha está à disposição dos familiares de todos os alunos para quaisquer esclarecimentos", declarou.

Casos como o da Thomazia Montoro começaram a aparecer no Brasil nos anos 2000 e se intensificaram recentemente. Telma Vinha, que pesquisa violência nas escolas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), diz que não há política pública no Brasil para prevenir ataques. "Vai acontecer de novo, só não se sabe onde."

Como a senhora analisa a alta nesses casos no Brasil?

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Acende um alerta muito grande porque a gente sabe que vai acontecer de novo. Só não sabe onde. Antigamente esses casos aconteciam muito mais devido a bullying, sofrimento, agressão. Isso permanece, mas atualmente são muito mais movidos por uma radicalização da juventude. A gente classifica os ataques em dois tipos: o primeiro são os motivados por vingança, raiva, que é o que aconteceu em São Paulo. Mas todos têm planejamento. É algo que a pessoa volta para mostrar do que é capaz, para se vingar. Existe premeditação, planejamento, que geralmente é aprendido na internet. O outro tipo de ataque tem também sofrimento na escola, mas é cometido por usuários de uma cultura extremista. Tem o objetivo de fazer o maior número de vítimas.

E é estimulado em plataformas e jogos da internet?

Eles fazem parte de uma articulação de uma espécie de comunidade mórbida. Isso está no Twitter, WhatsApp, Tik Tok, Discord. Eles são cooptados em jogos, por exemplo, e vão para várias plataformas que ensinam ataque. Também entram nas chamadas TCC, que significa true crime community (comunidade de crime real). São subcultura online, com células fascistas. Não é simples de resolver. Não adianta dizer que o pai tem de acompanhar a internet.

E o que é possível fazer?

Uma das coisas que se vê é o problema de flexibilização das armas, que favorece muito a letalidade. Outra coisa são as plataformas da internet: elas têm de ser responsabilizadas.

Muitos anunciam os ataques na internet...

Exatamente. E quando esses meninos anunciam antes, geralmente é sério. Não pode ignorar. Mas, voltando às recomendações, é preciso fechar essas academias e institutos mirins militares, que oferecem a aula de curso de tiro. Além disso, é preciso fortalecer e ampliar serviços de saúde mental. E também é importante a mídia não divulgar informações sobre o assassino, porque as comunidades mórbidas, cada vez que ocorre isso, comemoram, valorizam.

E nas escolas, que trabalho precisa ser feito?

A gente sabe que aumentar a vigilância e a segurança na escola não funciona. Em Barreiras, Bahia, aconteceu em uma escola cívico-militar. As escolas precisam melhorar a qualidade da convivência porque, em todos os casos, têm um sofrimento na escola, todos. Não existe saída simples, mas existe um conjunto de ações possíveis de serem feitas.

Como os professores devem agir?

Os professores são admiráveis, mas não adianta se não tiver uma política, um planejamento, intencionalidade de transformação. Se os primeiros conflitos fossem resolvidos do jeito certo e não ignorados pela escola ou punidos, isso poderia ser diferente.

Do ponto de vista da segurança, o que é indicado?

Aumentar a inteligência da polícia, o monitoramento de redes. Por exemplo, se tem alguém suspeito, você precisa de um canal para denunciar. Hoje você denuncia para a polícia do bairro, eles não têm a menor ideia de como fazer, como investigar esse tipo de coisa na internet.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O fundador de uma escola para meninas no Afeganistão foi detido em Cabul, informou nesta terça-feira (28) a ONU, que pediu às autoridades do governo Talibã que expliquem as razões da detenção.

"Matiullah Wesa, diretor da PenPath1 e defensor da educação para as meninas, foi detido na segunda-feira", publicou no Twitter a Missão das Nações Unidas no Afeganistão.

A missão pediu às autoridades afegãs que "expliquem onde ele está, os motivos da detenção e que proporcionem acesso a uma representação legal e contato com sua família".

O governo Talibã proibiu no ano passado as mulheres de frequentar o Ensino Médio, o que transformou o Afeganistão no único país do mundo que proíbe a educação das meninas depois do ensino fundamental.

Um irmão de Wesa confirmou a detenção e disse que aconteceu na segunda-feira à noite, quando ele saía de uma mesquita.

"Matiullah havia terminado suas orações e deixava a mesquita quando foi detido por alguns homens em dois veículos", disse Samiullah Wesa à AFP.

"Quando Matiullah pediu para ver os documentos de identidade dos homens, eles o agrediram e o levaram à força", acrescentou.

A organização fundada por Matiullah, que faz campanha por escolas e distribui livros nas áreas rurais, se dedicado a divulgar a importância da educação para as meninas entre os líderes dos vilarejos.

Mesmo com a proibição do ensino para as mulheres, Wesa prosseguiu com as visitas a regiões remotas para buscar apoio entre os moradores.

"Estamos contando horas, minutos e segundos para a abertura das escolas para as meninas. O dano que o fechamento das escolas provoca é irreversível e inegável", tuitou Wesa na semana passada, quando começou o ano letivo mo Afeganistão.

"Encontramos com os moradores e vamos seguir com nossa proposta, caso as escolas continuem fechadas", completou.

O regime Talibã impõe uma interpretação severa do islã desde que retornou ao poder, em agosto de 2021, quando as forças dos Estados Unidos e da Otan, que apoiaram os governos anteriores, deixaram o Afeganistão.

Os líderes talibãs, que também vetam o ensino universitário às mulheres, afirmam que as escolas para mulheres devem reabrir as portas após o cumprimento de algumas condições.

Eles dizem que não têm dinheiro nem tempo para adaptar os programas escolares de acordo com os preceitos islâmicos.

O regime Talibã fez promessas similares durante seu primeiro governo, de 1996 a 2001, mas as escolas para meninas nunca reabriram as portas nos cinco anos.

Analistas acreditam que a ordem contra o ensino para as meninas veio do líder supremo do Afeganistão, Hibatullah Akhundzada, e de seus conselheiros ultraconservadores, que expressam ceticismo sobre a educação moderna, em particular para as mulheres.

Além de gerar indignação internacional, o fechamento das escolas provocou críticas dentro do movimento, com alguns funcionários de alto escalão do governo de Cabul contrários à decisão.

No Afeganistão, um país profundamente conservador e patriarcal, as atitudes em relação à educação feminina mudam lentamente nas áreas rurais, onde suas vantagens são reconhecidas.

O adolescente de 13 anos responsável pelo ataque à Escola Estadual Thomazia Montoro nesta segunda-feira, 27, foi denunciado à Polícia Civil há menos de um mês por "apresentar comportamento suspeito nas redes sociais" e postar "vídeos comprometedores" nos quais aparece "portando arma de fogo" e "simulando ataques violentos".

Um boletim de ocorrência foi registrado no último dia 28 na delegacia eletrônica, de forma anônima, narrando a denúncia. O documento ao qual o Estadão teve acesso ainda diz que o adolescente "encaminhou mensagens e fotos de armas aos demais alunos por Whatsapp" e "alguns pais estão se sentindo acuados e amedrontados com tais mensagens e fotos".

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O boletim ainda descreve que os responsáveis pelo adolescente foram "convocados e orientados pela Direção da Unidade Escolar", localizada em Taboão da Serra, "para que as providências cabíveis fossem tomadas".

Na saída do 34° DP na noite desta segunda-feira, os pais do adolescente se recusaram a comentar o ataque e, por meio de uma advogada, afirmaram que estão "solidários com a família da vítima", a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos.

O boletim foi registrado como ato infracional análogo a ameaça no dia 28 de fevereiro deste ano. O documento informa que a vítima ou o representante legal deveriam comparecer à delegacia em até seis meses para "oferecimento de representação criminal para início das investigações". "Findo esse prazo, sem manifestação da vítima ou de seu representante, o autor não poderá mais ser investigado e/ou processado criminalmente pelos fatos aqui registrados", complementa.

O registro foi encaminhado para a unidade policial da área dos fatos para apreciação do delegado titular, descreve o documento, que não aponta se outras medidas foram tomadas.

Entenda o ataque na escola

O ataque cometido por um adolescente com um faca aconteceu por volta das 7h20 da manhã na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, na zona oeste da capital paulista. O garoto esfaqueou pelo menos quatro professoras e um aluno, segundo o governo de São Paulo.

O agressor do 8º ano do ensino fundamental, de 13 anos, foi apreendido e levado para uma delegacia. Segundo informações apuradas pelo Estadão na escola, o alvo principal do autor do ataque era um estudante com quem teria brigado na semana passada, mas esse colega não estava no local nesta segunda.

Imagens de câmera de segurança instalada em sala de aula mostram o momento em que o adolescente foi imobilizado e desarmado por uma professora de Educação Física.

Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, havia sido encaminhada em estado grave para o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP). Por volta das 10h30, a morte foi confirmada.

Professora de Ciência, ela foi uma das que agiram para separar os estudantes durante um conflito anterior. Elisabeth trabalhava havia pouco tempo no colégio e estava fazendo a chamada quando foi atingida pelos golpes.

Funcionária pública por toda a vida, a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, fez carreira no Instituto Adolfo Lutz, onde ingressou em 1971, e se aposentou havia três anos, em 2020. Formada em Química, trabalhava com testes e controle de qualidade no Centro de Alimentos da instituição. Foi também autora de pesquisas científicas publicadas em periódicos especializados.

Não queria se aposentar. Passou a dar aulas em 2015 e atuava na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, desde o começo do ano. Foram oito anos na docência, até ser morta a facadas na manhã desta segunda-feira, 27, dentro da sala de aula, por um aluno de 13 anos.

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Imagens de câmera de segurança mostram que a professora parece não perceber a aproximação do assassino, que a golpeia pelas costas. Ela cai em seguida. Um aluno que testemunhou o ataque relatou que Elisabeth fazia a chamada quando foi atingida. Outras quatro pessoas, três professoras e um aluno, ficaram feridas, segundo o governo de São Paulo, e têm quadro de saúde estável.

Carinhosa e dedicada ao ensino e aos alunos é como estudantes do colégio se lembram dela em homenagens nas redes sociais. Nas publicações, relembraram os momentos em sala de aula. "Obrigada por muitas risadas naquela sala, muitas brincadeiras. A senhora vai sempre ser lembrada. Te amamos muito", dizia um deles. "Descanse em paz, Beth. Vou sentir muito a sua falta", comentava outra. Avó, Elisabeth também é descrita como uma mulher apaixonada pelos netos e sempre bem-humorada.

Atenciosa e falante, relembram taxistas

Ela voltava todo dia de táxi da escola para casa. A professora ligava para um ponto de táxi na região, ao lado da Estação Vila Sônia do Metrô, e ia para a esquina da rua do colégio para facilitar para os motoristas - a via em que dava aula não tem saída.

"Era uma pessoa super atenciosa, muito legal. Falante, conversava, perguntava da vida da gente, falava dela. Era gente ‘boíssima’", disse o taxista Aurélio Albuquerque, de 43 anos. "A última vez que fiz uma corrida com ela foi na quinta-feira (23)."

Com carinho, Aurélio conta que, em uma das vezes que a foi a buscar na esquina da escola, duas estudantes estavam esperando um carro de aplicativo chegar. "Ela fez eu esperar até que o carro delas chegasse, para que elas não tivessem problema. Era uma pessoa muito legal."

As corridas diárias eram feitas por volta de 14h. "Quando dava perto desse horário, a gente já ficava esperando", disse Aurélio. Elisabeth vivia com a filha. Como o local em que moravam era perto da escola, o deslocamento levava cerca de 10 minutos e não dava mais do que R$ 15.

A notícia da morte dela chocou os taxistas do ponto. "A gente já passa por tanto problema trabalhando na rua, que é uma vida tão difícil, imagina ter isso dentro de uma escola, que é o único lugar que a gente imagina não ter violência", disse Aurélio. "É uma tragédia."

Outros taxistas relembraram dela com carinho. "A corrida com ela era uma que todo mundo gostava de pegar. Era uma pessoa muito tranquila", afirmou um deles. Todos que trabalham no ponto já sabiam o destino de Elisabeth de cor.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde Secretário afirma que o secretário, Eleuses Paiva, lamenta profundamente a morte da professora. "A profissional contribuiu ativamente com a instituição ao longo de quatro décadas de trabalho na área de planejamento e desenvolvimento de atividades. O secretário se solidariza com todos os familiares e amigos da vítima."

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou em silêncio diante do atentado a faca em uma escola pública do zona oeste de São Paulo, que culminou na morte de uma professor e deixou ao menos outras quatro pessoas feridas. Durante todo o dia desta segunda-feira, 27, quando as atenções se voltaram integralmente para a cobertura do ataque, o presidente se manteve distante do evento e sequer emitiu uma nota de condolências à família da vítima. A assessoria de imprensa presidencial, tampouco, preparou um comunicado de solidariedade aos alunos e funcionários da escola.

Lula passou o dia no Palácio do Alvorada, sem agenda oficial, para se recuperar de uma broncopneumonia. A doença acometeu o presidente e o forçou até mesmo a cancelar a viagem oficial à China marcada para ocorrer no último sábado, 25. As recomendações médicas cobram repouso do presidente, mas na manhã desta segunda ele despachou da residência oficial da Presidência com os ministros Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, e Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social (Secom). No encontro, no entanto, não houve orientação sobre a redação de uma nota de pesar à professora vítima do atentado.

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Durante todo o dia as redes do governo federal, da Secom e do Palácio do Planalto foram alimentadas com informações institucionais de programa da gestão Lula, mas não houve nenhuma publicação de pesar sobre o ocorrido em São Paulo.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), teve uma crise renal nesta segunda, em meio a uma viagem de negócios em Londres, mas garantiu que sua equipe publicasse uma nota de condolências em sua página oficial do Twitter logo após a divulgação do atentado.

Com o presidente em silêncio, o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), também usou as redes sociais para se solidarizar com as vítimas e sobreviventes do ataques. Na publicação, Camilo colou a estrutura do MEC à disposição do governo de São Paulo para prestar a ajuda a necessária.

"Acompanho com consternação o episódio de violência ocorrido na Escola Estadual Thomazia Montoro, na cidade de São Paulo. Manifesto minha solidariedade aos familiares e amigos dos professores e estudantes feridos no ataque", escreveu Camilo em sua conta oficial no Twitter.

A falta de solidariedade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante as enchentes em Minas Gerais e na Bahia no início do ano passada marcaram negativamente a reta final de seu governo. Em meio à tragédia, o então chefe do Executivo federal pousou para fotos com apoiadores e andou de jet ski desfrutando de suas férias em Santa Catarina.

Bolsonaro, no entanto, se manifestou quando ocorreu o massacre na escola pública de Suzano, também em São Paulo, em 2019. O caso é semelhante ao de hoje, pois, além de envolve atentados a escola, ocorreu no mês de março e após a troca de comando no Executivo federal. Na ocasião, Bolsonaro classificou o ataque como "barbaridade" e disse "não entender" como esse tipo de crime acontece.

O estudante de 13 anos que esfaqueou professores e colegas na Escola Estadual Thomázia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (27), é o criador de um questionário virtual sobre qual assassino em série o participante gostaria de ser.

Entre as perguntas listadas, uma delas busca saber qual forma de matar o questionado prefere. Entre as opções, está uma ligada a dar facadas.

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Outra pergunta do quiz diz respeito a qual assassino em série o participante se acha mais parecido. Personagem dos quadrinhos e do cinema, o Coringa, vilão do herói Batman, consta como uma das opções para ser escolhido.

Ele também é autor de outro questionário especificamente sobre o Coringa, personagem fictício conhecido por sua forma violenta de matar e atacar as vítimas. Entre as pessoas atacadas na escola está a professora de 71 anos Elisabeth Tenreiro, que levou dez facadas, e morreu após ter sido socorrida.

A Polícia Militar de São Paulo apreendeu o autor dos crimes ainda no pátio da escola.

Momentos após o ataque na Escola Estadual Thomazia Montoro na manhã desta segunda-feira (27), em São Paulo, a direção da instituição e os policiais militares começaram a liberar aos poucos os estudantes. Alguns alunos já acompanhados de seus responsáveis relataram que na semana passada aconteceu uma briga envolvendo o autor das agressões, um outro estudante e a professora assassinada.

Em entrevista à TV Globo, Maria das Graças, mãe de um aluno que estuda na turma na qual ocorreu a tragédia, disse que as brigas no local são frequentes, e que pediu a direção da instituição de ensino medidas que diminuíssem os conflitos.

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''Na sala dele, na semana passada, teve uma briga por racismo, um pulou em cima do outro. É muita briga nesse colégio. Falei que ter uma polícia lá e falavam que não podia fazer nada, tem que ser o Estado".

Um estudante identificado como Gabriel, de 13 anos, disse que estuda na mesma sala do autor do crime. Ele relata que há alguns dias, o adolescente xingou outro aluno de 'macaco', o que ocasionou uma briga entre os dois, na qual a professora assassinada no ataque desta segunda-feira foi responsável por ter apartado a briga. Logo após a confusão, o jovem autor do atentado jurou vingança.

Segundo Gabriel, o outro aluno da briga não compareceu na escola na manhã de hoje.

"Foi assim: chamou o menino de preto e macaco. O outro menino (vítima de racismo) não gostou e partiu para cima dele. A professora "Beth" separou. Aí hoje esse menino que chamou o outro de macaco veio com uma faca e esfaqueou várias vezes aqui e aqui (disse ele tocando na cabeça). Ele já falou que iria fazer isso, mas ninguém acreditava. Ele estava atrás de mim tentando me matar. Na hora, eu corri e me escondi ali atrás e fiquei cerca de uns 40 ou 60 minutos esperando a polícia chegar", disse.

Em entrevista coletiva, o Secretário Estadual de Educação de SP, Renato Feder, disse que a direção da escola sabia da briga e iria marcar uma reunião para conversar sobre o caso nesta segunda-feira (27).

A professora Elisabete Tenreiro, 71 anos, foi esfaqueada enquanto fazia a chamada da turma do oitavo ano do ensino fundamental. Ela não resistiu aos ferimentos e teve uma parada cardíaca, morrendo no Hospital Universitário da USP.

De acordo com a Polícia Militar, o agressor, um aluno do oitavo ano, que matou sua professora e feriu mais quatro pessoas, foi contido pelos policiais e levado para o 34° DP, onde o caso está sendo registrado.

Um relatório apresentado durante os trabalhos de transição do governo federal em dezembro passado indica que 35 estudantes e professores tinham sido mortos em ataques a escolas no Brasil desde o início dos anos 2000. Antes disso, não há relatos de casos de violência em escolas no País.

Segundo o documento, os ataques praticados por alunos e ex-alunos "são normalmente associados ao bullying e situações prolongadas de exposição a processos violentos, incluindo negligências familiares, autoritarismo parental e conteúdo disseminado em redes sociais e aplicativos de trocas de mensagem".

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Nesta segunda-feira, 27, houve mais uma morte: a da professora Elizabeth Tenreiro, de 71 anos, esfaqueada por um aluno de 13 anos de uma escola estadual da Vila Sônia, na zona oeste de São Paulo. Outros três docentes e um estudante também foram machucados e o garoto, apreendido. A motivação ainda é investigada.

O documento afirma que os profissionais da educação precisam ser formados para identificar alterações de comportamento dos jovens e fatores psicológicos. Cita ainda que é preciso ficar atento a "interesse incomum por assuntos violentos e atitudes violentas, recusa de falar com professoras e gestoras mulheres, agressividade e uso de expressões discriminatórias, e exaltação a ataques em ambientes educacionais ou religiosos".

Além disso, "é imprescindível um trabalho pedagógico em educação crítica da mídia e de combate à desinformação" e a presença permanente de psicólogos nas escolas, o que não é comum nas redes públicas.

A tabulação dos casos indica que, desde o início do ano 2000 até 2022, houve 16 ataques a escola no Brasil, quatro deles no segundo semestre do ano passado. Além das 35 mortes, foram 72 feridos.

Nos Estados Unidos, onde o número de casos é o maior do mundo, foram 554 vítimas ao todo, 185 mortos e 369 feridos em ataques violentos à escolas. O relatório cita números tabulados pelo jornal The Washington Post até maio de 2022, que contabiliza 331 escolas atacadas e 311 mil crianças em idade escolar afetadas pelos tiroteios ou expostas a violência armada no país.

"Formulamos um caminho na transição, que pode ser aprimorado, mas algo precisa ser feito com urgência. Confesso que me preocupa a letargia dos governos municipais, estaduais e federal com o tema. As escolas precisam ser seguras e respeitadas", diz o professor da Universidade de São Paulo (USP) e um dos coordenadores do grupo de Educação na transição, Daniel Cara.

O ministro da Educação, Camilo Santana, disse acompanhar o caso com "consternação", manifestou solidariedade e disse que o ministério está à disposição das autoridades locais para colaborar. Procurado, o Ministério da Educação (MEC) informou que desde o inicio do governo, está trabalhando no desenho de uma política de melhoria do clima e da convivência escolar e de fortalecimento de ações intersetoriais para o diagnóstico e tratamento das questões relacionadas à violência.

O relatório intitulado relaciona a alta de casos de violência em escolas ao "processo de cooptação pela extrema direita" em "interações virtuais, em que o adolescente ou jovem é exposto com frequência ao conteúdo extremista difundido em aplicativos de mensagem, jogos, fóruns de discussão e redes sociais".

Em vários dos casos de violência, há associação com símbolos neonazistas, que aparecem com cada vez mais frequência em escolas e universidades. Em Aracruz (ES), onde três professoras e uma aluna morreram no ano passado, o atirador usava uma suástica. Sobre o ataque desta segunda na Vila Sônia, ainda não se sabe se houve inspiração desse tipo.

Entre os meios de cooptação, conforme o relatório, estão o "uso de jogos online como Roblox, Fortnite, Minecraft; uso de imagens de ataques e compartilhamento de manifestos de atiradores como método de propaganda."

Segundo os especialistas que participaram do grupo, a inclusão nas escolas de artefatos de segurança, como catracas, detectores de metais, dispositivos de identificação facial e seguranças armados "não vão enfrentar o impacto do ultrarreacionarismo extremista nos jovens e, pelo contrário, tende a aumentar as ameaças, pois afetará clima escolar - tornando-o potencialmente mais insalubre".

"No que se refere ao âmbito da escola, é preciso garantir que esta seja espaço de liberdade, criação, criatividade e criticidade", diz o documento. "Um ambiente escolar conflitivo não será o melhor caminho para combater nenhum tipo de violência", completa o documento.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) lamentou o ataque nas redes sociais. "Não tenho palavras para expressar minha tristeza com a notícia do ataque", disse ele, que afirmou ainda concentrar esforços para dar atendimento às vítimas e às famílias.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão no ano passado, o aumento da circulação de armas, acelerado pela política de facilitação de acesso à posse e ao porte na gestão Jair Bolsonaro, também contribui para esse cenário.

Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, usou as redes sociais para fazer o primeiro pronunciamento sobre o ataque a uma escola estadual de São Paulo, ocorrido na manhã desta segunda-feira (27). No atentado, feito sob uso de arma branca e por um adolescente de 13 anos, aluno do 8º ano da instituição, foram feridos quatro professores e dois alunos. A professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, não resistiu aos ferimentos e faleceu.

Em sua mensagem pública, Almeida lamentou as mortes e o choque causado na rede educacional como um todo. O ministro reiterou pontos abordados há anos por autoridades que estudam o perfil dos agressores, especialmente em atentados a escolas: são sempre alunos ou ex-alunos, parte de redes extremistas que se organizam e mobilizam na internet.

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“Ao que tudo indica, trata-se de ataque ligado aos efeitos da radicalização de jovens, conectados por redes de incitação ao ódio e à violência. Há anos, especialistas vem alertando para o crescimento deste fenômeno e de como as autoridades ainda se encontram perplexas. Uma possível resposta a este problema passa por aspectos regulatórios e até repressivos, mas estes nem de longe esgotam o tema ou nos fornecem uma solução. Estamos diante de algo que é parte do processo de formação da subjetividade, de ideologia”, escreveu o chefe da pasta. 

Essas redes, no Brasil e fora, geralmente estão ligadas a fóruns na internet que priorizam a "liberdade de expressão" e permitem aos usuários o anonimato. "Channers", como se identificam as pessoas que utilizam fóruns famosos como o 4Chan e o BRChan, possuem até mesmo vocabulário próprio e são, em maioria, homens. Mulheres não costumam ser bem-vindas nesses espaços e o pensamento sexista se expande também para outros espaços on-line, como plataformas de transmissão de vídeos, utilizadas pela comunidade de jogos.

Os grupos on-line têm em comum o aspecto da radicalização, como mencionado pelo ministro; a reunião de crianças, adolescentes e jovens adultos de perfil mais isolado, além de ideais misóginos, racistas e de aversão à socialização como um todo. A fim de reduzir o impacto dessas redes, o Ministério dos Direitos Humanos deve criar um comitê de combate ao ódio e ao extremismo nos próximos dias. 

"Por este motivo o ministério constituiu o GT de enfrentamento ao discurso de ódio e ao extremismo, cujo relatório deverá subsidiar a formulação de políticas nacionais de educação em direitos humanos a fim de que possamos, de alguma forma, interromper o ciclo de violência que hoje nos domina", completou Silvio Almeida.

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Um estudante de 13 anos que estava na sala de aula da professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, que ministrava aulas de Ciências quando o ataque começou na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, falou sobre o que viu. "Eu estava falando com ela, a professora estava fazendo chamada", afirma. Elisabeth morreu na manhã desta segunda-feira (27) após ser esfaqueada por um adolescente de 13 anos. Outras quatro pessoas, três professores e um aluno, ficaram feridas, segundo o governo de São Paulo.

Ele conta que, logo no início da manhã, o aluno que cometeu o atentado entrou na sala com uma máscara de caveira e desferiu golpes nas costas da professora. "Parecia que ele estava com uma faca de cozinha, era preta", disse. "Sabe o atentado de Columbine? Ele estava com uma máscara assim", afirmou ele se referindo ao ataque em escola dos Estados Unidos em 1999.

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Apavorados, os alunos saíram correndo para o pátio da escola e tiveram que se esconder pelos cantos, já que o portão estava fechado. "Nesse momento, eu caí e acabei machucando meu pé", afirma o aluno. Ele saiu da escola mancando e com um pé descalçado.

Pais de estudantes ouvidos pela reportagem contam que teriam ocorrido brigas entre alunos na última semana. O autor dos ataques teria sido um dos envolvidos e a professora Elisabeth, vítima do atentado, uma das que separaram os conflitos. O alvo principal do autor do atentado não foi escola nesta segunda, segundo esses relatos.

O ataque à faca feito por um adolescente em uma escola da zona oeste de São Paulo causou a morte da professora identificada como Elisabeth Tenreiro, de 71 anos. Um adolescente de 13 anos esfaqueou pelo menos quatro professores e dois alunos na manhã desta segunda-feira (27), dentro da Escola Estadual Thomázia Montoro, na Vila Sônia.

As vítimas foram socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levadas para os Hospitais das Clínicas, Bandeirantes, Universitário e São Luiz. Os alunos passam bem, com ferimentos leves. Não há informação sobre o estado de saúde dos professores.

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"O governo de São Paulo lamenta profundamente e se solidariza com as famílias dos professores e alunos que foram vítimas de ataque à faca de um adolescente do 8º ano na Escola Estadual Thomázia Montoro. A situação causa consternação a todos e a prioridade neste momento é prestar socorro às vítimas e apoio aos familiares", disse em nota o governo do Estado.

O agressor que é do 8º ano do ensino fundamental, foi apreendido, mas não há informações para onde ele foi encaminhado. A Polícia Militar foi acionada para prestar atendimento no local. A Polícia Civil está investigando os fatos. Os secretários de Estado da Educação, Renato Feder, e da Segurança, Guilherme Derrite, estão na escola para acompanhar a situação.

Nas redes sociais, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) lamentou o episódio. "Não tenho palavras para expressar minha tristeza com a notícia do ataque", disse ele, que afirmou ainda concentrar esforços para dar atendimento às vítimas e às famílias.

Relembre outros ataques em escolas no Brasil

Ipaussu (SP), 2022

Em 14 de dezembro, um ex-estudante de 22 anos invadiu uma escola estadual e feriu com golpes de faca duas professoras em Ipaussu, no interior de São Paulo. O agressor fez outro professor refém, colocou a faca em seu pescoço e resistiu à abordagem da polícia, mas acabou se entregando.

Aracruz (ES), 2022

Em 25 de novembro, um adolescente de 16 anos deixou quatro pessoas mortas - três professoras e uma aluna de 12 anos - após invadir duas escolas em Aracruz, no norte do Espírito Santo. No momento do crime, o adolescente ostentava uma suástica (símbolo nazista) em um dos braços, além de roupa tática e duas armas (uma pistola .40 e um revólver 38 pertencentes ao pai policial). Ele foi apreendido e cumprirá até três anos de internação em unidade socioeducativa.

Sobral (CE), 2022

Um estudante de 15 anos morreu e dois ficaram feridos após um adolescente, também de 15 anos, disparar contra os três colegas na Escola Professora Carmosina Ferreira Gomes, em Sobral, no dia 8 de outubro. Ele estava com uma arma de fogo registrada no nome de um CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador) e foi apreendido.

Morro do Chapéu (BA), 2022

No dia 27 de setembro, um adolescente de 13 anos ateou fogo na Escola Municipal Yeda Barradas Carneiro, em Morro de Chapéu, na Chapada Diamantina, onde estudava, e feriu a coordenadora com o uso de uma faca.

Barreiras (BA), 2022

No dia 26 de setembro, um adolescente de 14 anos usou a arma do pai, um policial militar, e matou uma aluna cadeirante no Colégio Municipal Eurides Sant’Anna, em Barreiras, no oeste do Estado. Dois policiais que estavam nas proximidades da escola o detiveram com tiros. A vítima foi Geane da Silva Brito, de 19 anos, portadora de paralisia cerebral, que via na escola uma ferramenta para inclusão e um local onde se sentia segura e acolhida pela comunidade escolar.

Saudades (SC), 2021

O ataque em Saudades, no oeste de Santa Catarina, deixou cinco pessoas mortas na manhã de 4 de maio de 2021, quando um rapaz de 18 anos invadiu um creche do município com um facão de 68 centímetros. Ele matou duas funcionárias da unidade e três bebês menores de 2 anos.

Suzano (SP), 2019

Um ataque na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, deixou dez mortos, incluindo os dois atiradores, e 11 feridos. Os autores do massacre, Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, e G.T.M., de 17, eram ex-alunos da instituição. Um dos atiradores acabou matando o comparsa e depois cometeu suicídio.

Medianeira (PR), 2018

Um estudante de 15 anos do ensino médio pegou uma arma e atirou nos colegas em uma escola estadual da pacata cidade de Medianeira, a 60 quilômetros de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Tinha uma lista para livrar os amigos - no fim, dois acabaram baleados. O atentado aconteceu no Colégio Estadual João Manoel Mondrone. Segundo a polícia, o autor do ataque seria alvo de bullying na escola.

Goiânia (GO), 2017

Um adolescente de 14 anos matou a tiros dois colegas e feriu outros quatro em uma sala de aula do Colégio Goyases, em Goiânia, em 20 de outubro de 2017. Filho de policiais militares, ele usou a arma da mãe, que havia levado à escola particular escondida na mochila. Segundo a Polícia Civil, o rapaz sofria bullying e o crime foi premeditado.

João Pessoa (PB), 2012

Dois jovens chegaram à Escola Estadual Enéas Carvalho, em Santa Rita (Região Metropolitana de João Pessoa), em uma moto e invadiram o pátio. Eles usavam uniforme da escola. Um deles atirou contra um adolescente de 15 anos. O atirador disparou outras cinco vezes, atingindo duas garotas. Uma delas, de 17 anos, foi baleada no braço direito. A outra, levou um tiro no pé esquerdo. De acordo com a polícia, o motivo do crime teria sido ciúme.

Realengo (RJ), 2011

Considerado à época como o maior massacre em escolas brasileiras até então, a tragédia em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, deixou 12 crianças mortas. O crime foi cometido por um ex-aluno de 23 anos que levou dois revólveres à Escola Municipal Tasso da Silveira e disparou contra os alunos, todos de 13 a 15 anos. Depois de invadir duas salas de aula, ele foi atingido na barriga pela polícia e disparou um tiro na própria cabeça.

São Caetano do Sul (SP), 2011

Um estudante de apenas 10 anos atirou na professora e se matou em seguida na Escola Municipal Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul, no ABC paulista. Ele usou uma arma do pai, um guarda civil municipal. De acordo com colegas e funcionários da escola ouvidos na época, o menino era muito estudioso, inteligente e calmo.

Taiúva (SP), 2003

Em 27 de janeiro, um estudante de 18 anos disparou 15 tiros contra cerca de 50 estudantes no pátio da Escola Estadual Coronel Benedito Ortiz, em Taiúva, interior do Estado. Ele usou a última bala do revólver calibre 38 para atirar na própria cabeça e morreu. O episódio não deixou vítimas fatais além do rapaz.

Salvador (BA), 2002

Um estudante de 17 anos matou uma colega e feriu outra a tiros no Colégio Sigma, no Bairro de Piatã. O rapaz teria pegado um revólver calibre 38 do pai e escondido a arma na mochila. Os disparos foram feitos depois que a professora pediu para ele fazer um exercício.

Ao menos três professores e dois alunos foram esfaqueados no início da manhã desta segunda-feira (27), dentro da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, bairro da zona oeste de São Paulo, segundo informações do Corpo de Bombeiros. A Polícia Militar está no local e o agressor foi apreendido.

De acordo com a rádio CBN, trata-se de um adolescente de 13 anos. Não foi ainda informado para qual Delegacia de Polícia o agressor foi encaminhado. As vítimas do ataque foram socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Não há, por enquanto, informação sobre o estado de saúde delas.

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Policiais civis apreenderam nesta sexta-feira (24) um adolescente que planejava fazer um atentado contra alunos e professores de uma escola localizada no centro da cidade do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Civil, o ataque estava planejado para 20 de abril, data que marcaria os 24 anos do massacre em um colégio de Columbine, nos Estados Unidos.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, o adolescente divulgava informações sobre o ataque na internet e fazia apologia ao nazismo. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa do suspeito, que acabou sendo apreendido em uma rua do centro.

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A Operação Liberatio também cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de outro adolescente, em Realengo, que também publicou vídeos sobre o assunto na internet.

As investigações sobre o ataque, coordenadas pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) do Rio, tiveram a colaboração da Polícia Federal, da Interpol e da Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro.

Na noite da última quarta-feira (22), um estudante de 19 anos foi preso em flagrante após ameaçar colegas da Escola Estadual Carolina Mendes Thame, localizada em Piracicaba, no interior de São Paulo. Armado com uma faca, ele causou pânico e correria entre estudantes e funcionários. De acordo com a Polícia Militar, ele confessou que pretendia promover um massacre na instituição de ensino. 

O tumulto teve início após uma briga no intervalo. O jovem de 19 anos, então, voltou para a sala de aula para buscar a arma, que estava guardada em sua mochila. A princípio, o alvo era outro aluno da escola, de 17 anos, que conseguiu fugir. 

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Ao chegarem no local, os policiais conseguiram identificar o jovem através da descrição física do agressor. Ele se encontrava no estacionamento da escola e foi convencido a largar a arma, um cutelo, comumente utilizado para o corte de carnes. Ninguém ficou ferido.

Aos agentes, ele disse que estava há algum tempo pesquisando vídeos sobre massacres em outras escolas, com a pretensão de arquitetar um ataque. O jovem foi conduzido para a delegacia de plantão, por tentativa de homicídio. Ele está à disposição da Justiça.

Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Educação informou que, ao perceber que o aluno circulava com uma arma, acionou a ronda escolar. "A escola seguirá trabalhando a cultura de paz, respeito ao próximo e bons hábitos por meio das ações do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva-SP). E também já contou com projetos e palestras sobre o assunto e continuará trabalhando este tema", diz o posicionamento.

Um incêndio provocou pânico no prédio do Instituto de Educação, em Belo Horizonte, na manhã desta quarta-feira, 22. Assustados com o fogo, que começou em uma das salas, alunos saíram correndo, segundo imagens que circulam nas redes sociais. De acordo com a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), 36 adolescentes foram atendidos com sintomas de intoxicação por inalação de fumaça, nenhum em estado grave. Porém, segundo o Corpo de Bombeiros, muitos foram atendidos em estado de choque. O fogo começou por volta das 9h45 e, segundo a corporação, foi controlado por volta de 11h50.

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) disse que o incêndio atingiu uma sala do instituto, mas foi controlado. Segundo a secretaria, todos os estudantes e servidores foram retirados do prédio em segurança. "Ninguém se feriu gravemente, mas alguns estudantes inalaram fumaça e foram atendidos prontamente por equipes do Samu e recebem assistência da equipe da Secretaria de Estado de Educação", diz a nota. "A perícia para identificar as causas do incêndio será realizada pela Polícia Civil e os danos estruturais ainda serão mensurados."

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As aulas foram suspensas "até a garantia do retorno de funcionários e alunos com segurança".

Fundado em 1906, o Instituto de Educação é uma das escolas mais tradicionais da cidade. Conta hoje com 2 mil estudantes do ensino fundamental e médio e aproximadamente 270 funcionários.

Um aluno do Centro de Ensino Médio (CEM) 9, em Ceilândia, no Distrito Federal (DF), cometeu um ato racista contra sua professora de português, na última quarta-feira (8). No Dia da Mulher, ele entregou para a docente, uma mulher negra, um pacote de esponja de aço na sala de aula, na frente dos demais colegas.

A cena foi filmada por outro aluno e publicada nas redes sociais. No vídeo é possível ouvir a professora comentando, após abrir o 'presente': “tudo o que vem, volta”. Ela ainda agradece ao aluno pelo presente e ele responde "Por nada, professora. Feliz Dia da Mulher.".

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A escola informou, em entrevista à TV Globo, que solicitou ao aluno que escrevesse um texto pedindo desculpas à professora, e que os pais foram notificados sobre o caso. A diretoria da escola informou também que já conversou com a professora.

Em nota, a Secretaria de Educação do DF (SEDF) lamentou o caso, e disse que “repudia qualquer tipo de preconceito e reforça compromisso e empenho na busca por elementos que permitam o esclarecimento dos fatos, bem como o suporte aos envolvidos”.

Procurada pelo LeiaJá, a SEDF atualizou sobre os passos que serão tomados, já que a escola só ficou sabendo do ocorrido na última segunda-feira (13). "A direção da escola indicou ainda que fará ações nas salas de aula, como rodas de conversa para instruir estudantes sobre o assunto", diz a nota.

O presidente do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), Samuel Fernando, também se manifestou por meio de nota. “É lamentável episódio como esse contra professora em exercício da profissão dentro da sala de aula. Precisa ser apurado com o rigor da lei. É apenas mais um exemplo de como os professores são tratados em sala de aula, os professores precisam ser valorizados, os professores merecem respeito”, disse ele.

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