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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Resultados quer ouvir Lucas Paquetá e Luiz Henrique, dois atletas investigados na Inglaterra e Espanha, respectivamente, por possíveis violações das regras de apostas esportivas.

Os deputados aprovaram nesta quarta-feira, 23, o requerimento do relator da CPI, Felipe Carreras (PSB-PE). Primeiro, o deputado protocolou o o requerimento na forma de convocação, que, porém, foi transformada em convite. Não há, portanto, obrigatoriedade de os atletas darem depoimento. No entanto, se os dois jogadores não forem a Brasília, os deputados podem convocá-los.

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"A suposta participação de um jogador com o currículo de Paquetá em esquemas de manipulação de resultados acende a preocupação de que as organizações criminosas são fortes o suficiente para atuarem em diversos níveis e destruírem a modalidade esportiva de maior sucesso no mundo", afirma Carreras ao Estadão.

"Precisamos entender como elas funcionam, como elas aliciam para combatermos com eficiência esse crime. Futebol é paixão, mas também é fonte de renda e de inspiração. Não podemos deixar nossas crianças se influenciarem por ídolos que tenham sua história manchada por uma prática tão vil", acrescenta.

Carreras justificou ser "de relevância" para a CPI que os atletas citados sejam ouvidos para prestar "os devidos esclarecimentos". Como os dois jogadores atuam fora do País, os parlamentarem não descartam ouvi-los remotamente, por chamada de vídeo.

A Sports Radar, empresa que monitora movimentos suspeitos em apostas esportivas, apresentou relatório denunciando Paquetá e Luiz Henrique mencionando as partidas West Ham x Aston Villa, pela Premier League, e Villareal x Bétis, por La Liga, ambas disputadas no dia 12 de março.

APOSTA CASADA

As apostas investigadas teriam sido feitas em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, no site da empresa Betway, casa de aposta que patrocina o West Ham, em contas associadas a pessoas próximas ao jogador.

Essas contas teriam feito apostas casadas para ampliar os ganhos, por isso, teriam envolvido também Luiz Henrique. Para ganhar, era necessário que os dois atletas levassem cartão amarelo, o que aconteceu no dia 12 de março, quando o West Ham empatou por 1 a 1 com o Aston Villa, pela Premier League, e o Bétis também ficou no empate pelo mesmo placar com o Villarreal, pela La Liga. Ambos foram advertidos com o cartão no segundo tempo de cada partida.

A Inglaterra fiscaliza com rigor o setor e não permite que jogadores e pessoas do entorno do futebol apostem. Recentemente, o atacante Ivan Toney, do Brentford, foi suspenso por oito meses de todas as atividades relacionadas ao futebol por violar regras de apostas esportivas no país.

Paquetá teve seu depoimento do caso adiado em até três semanas. Na última segunda-feira, o a Associação de Futebol da Inglaterra (FA, na sigla em inglês) aceitou o pedido do West Ham para que o esclarecimento do meia brasileiro fosse postergado. De acordo com o Daily Mail, a solicitação foi feita para que fosse possível entender os motivos que fizeram a entidade pedir que Paquetá falasse sobre o caso. A informação foi confirmada pela reportagem do Estadão com o estafe do atleta.

Em um primeiro momento, Lucas Paquetá se disponibilizou para dar sua versão do caso às autoridades em uma entrevista. Posteriormente, a federação inglesa enviou um comunicado para o West Ham solicitando um depoimento, sem dar muitos detalhes no embasamento do pedido. Por isso, o clube optou por solicitar o adiamento em até três semanas deixando claro que deseja saber os motivos deste depoimento com antecedência. Luiz Henrique ainda não foi chamado por La Liga ou pela Real Federação Espanhola de Futebol(RFEF) para tratar do tema.

Paquetá foi cortado da seleção brasileira às pressas por Fernando Diniz. O técnico Ramon Menezes fez o mesmo com Luiz Henrique, que seria convocado à seleção olímpica, mas acabou substituído por Bitello, do Grêmio.

A CPI prorrogou os trabalhos por mais 60 dias e vem ouvindo diferentes agentes do mundo do futebol, como atletas e representantes de casas de apostas. Na terça-feira, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Luiz Seneme, deu depoimento. Nesta quarta, o lateral-direito Nino Paraíba, hoje no Paysandu, está sendo ouvido. Existe, também, uma investigação em curso na Polícia Civil.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) quer dar exemplo ao mundo e, tão logo surgiram as punições do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) aos jogadores envolvidos no esquema de apostas, enviou ofício à Fifa pedindo que as penas sejam cumpridas em todo o planeta. Na visão da CBF, as suspensões devem ser contempladas nas 211 federações membros da entidade máxima do futebol para mostrar que as manipulações não ficarão impunes.

Nove jogadores foram punidos pelo STJD nesta quarta-feira: Alef Manga, Nino Paraíba, Bryan, Diego Porfírio, Thonny Anderson, Igor Cariús, Vitor Mendes, Sávio Alves e Dadá Belmonte. Eduardo Bauermann, Moraes, Paulo Miranda, Gabriel Tota, Fernando Neto, Lomónaco e Matheus Gomes já haviam sido condenados antes.

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Boa parte dos clubes brasileiros já haviam dispensados seus atletas envolvidos no caso, mas outros acharam como saída negociá-los para países de menor visibilidade para seguirem jogando. Alef Manga, réu confesso, por exemplo, trocou o Coritiba pelo Pafos, do Chipre. Julgado anteriormente e com os mesmos 360 dias de pena do atacante do clube paranaense, Eduardo Bauermann deixou o Santos para defender o Aytemiz Alanyaspor, da Turquia.

As penas do STJD chegam a 480 dias e os envolvidos no esquema de apostas ainda tiveram multas financeiras altas para pagar. A CBF busca que fiquem impedidos de atuar também em clubes no exterior. As penalidades são definitivas, sem direito a recurso no âmbito desportivo nacional.

"É importante ressaltar que, desde que tomei conhecimento, pelo Ministério Publico de Goiás, das denúncias de manipulação de resultados, encaminhei à presidência da República e ao ministro da Justiça, Flávio Dino, ofício solicitando que a Polícia Federal passasse a investigar os casos de manipulação de apostas e tive o pedido prontamente atendido. Um passo que foi fundamental para chegarmos à atual situação", disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

O dirigente não pretende ver ninguém em campo antes do fim do cumprimento das rigorosas e exemplares suspensões. "Não há a possibilidade de a nossa gestão, em qualquer instância, compactuar com qualquer tipo de crime. Todos os casos estão sendo encaminhados para a Fifa e os envolvidos vão responder onde quer que estejam", afirmou.

Alef Manga, um dos envolvidos no esquema de manipulação de resultados no futebol brasileiro, confessou nesta quarta-feira ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) ter participado do esquema de receber dinheiro em troca de levar um cartão amarelo. O atleta, ex-Coritiba e que hoje está no Chipre, mostrou arrependimento e se colocou à disposição da Justiça na busca pelos envolvidos.

Alef Manga recebeu R$ 45 mil dos apostadores no esquema intermediado pelo lateral Diego Porfirio, seu ex-companheiro de equipe. O jogador está no Pafos FC por empréstimo e admitiu a possibilidade de devolver a quantia recebida.

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"Ele (Porfírio) veio até mim no quarto, me chamou para conversar para eu tomar o cartão amarelo. Veio conversar, eu falei que não queria fazer, não queria, não queria, mas depois acabei aceitando. Falou para mim que o rapaz ia depositar o dinheiro depois do jogo. Fomos para o jogo, aconteceu que eu tomei o cartão amarelo. Depois da partida, ele me comunicou que tinha falado com o pessoal para que pudessem depositar o dinheiro. Ao longo da semana, não depositaram o dinheiro na minha conta. Falei com o Porfírio que eu queria o contato do rapaz para saber o motivo de não terem depositado", disse o atacante no depoimento.

O atacante se diz muito arrependido pelo o que aconteceu. "Eles começaram a insistir, depois no CT e no telefone, para que eu tomasse o amarelo contra o Corinthians, que o valor ia ser dobrado. Nesse caso eu falei que não queria fazer mais, estava muito arrependido pelo que fiz. Depois ele falou que, quanto mais ele juntasse jogadores para tomar cartão, ele ganhava mais dinheiro de comissão. Não sei o valor, eu não falei com os apostadores, não tive contato com ninguém. Foi de fato o que aconteceu. Estou aqui para deixar bem claro que estou à disposição de vocês para devolver o dinheiro", afirmou.

Alef Manga teria aceitado receber o cartão amarelo na partida com o América-MG, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2022. Ao ser identificado pelo Ministério Público de Goiás, o jogador foi afastado do Coritiba e emprestado ao Pafos.

Dadá Belmonte, Igor Cariús, Jesus Trindade, Pedrinho, Sidcley e Thonny Anderson são os outros jogadores que se tornaram réus nesta nova fase. No caso de Cariús, houve uma reviravolta. O atleta do Sport chegou a ser julgado e absolvido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), mas o juiz Alessandro Pereira Pacheco entendeu que a nova denúncia apresentada pelo MP não é "mero desdobramento" da última fase da Operação e por isso o jogador se tornou réu.

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) anunciou nesta terça-feira a suspensão preventiva por 30 dias de 12 jogadores envolvidos em investigação de manipulação de resultados e esquema de apostas no futebol brasileiro. Cinco dias após se tornarem réus na Justiça, Alef Manga, Sidcley, Thonny Anderson, Pedrinho, Jesus Trindade, Dadá Belmonte e Igor Cariús não poderão entrar em campo até o julgamento do caso. A punição vale, ainda, para Bryan, Nino Paraíba, Diego Porfírio, Vitor Mendes e Sávio Alves.

"As violações e os prejuízos ao desporto, sua repercussão, são graves o suficiente para justificar a medida excepcional de suspensão preventiva dos denunciados", justificou o presidente em exercício do STJD, Felipe Bevilacqua, para impor a suspensão preventiva.

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Para chegar à decisão da suspensão preventiva, a denúncia da Procuradoria do STJD teve como base as provas colhidas pelo Ministério Público de Goiás na Operação Penalidade Máxima. Todos se tornaram réus na Justiça de Goiás faz duas semanas.

Principal nome da lista, Alef Manga chegou a ser reintegrado no Coritiba antes de ver seu nome novamente envolvido em negociações com apostadores. Ele teria recebido R$ 50 mil para levar um cartão amarelo. Acabou novamente afastado e, no fim de semana passado, o clube revelou seu empréstimo a time do Chipre.

Dos 12 jogadores que receberam a suspensão preventiva nesta terça-feira, sete estão convocados para prestar depoimento no STJD no dia 8 de agosto: Alef Manga, Nino Paraíba, Vitor Mendes, Diego Porfírio, Pedrinho, Bryan e Dadá Belmonte. O tribunal ainda ouvirá os xarás Nathan, do Grêmio, e do Avaí, e Richard, que foi para o futebol da Turquia.

Um dia depois de se tornar réu acusado de participar de um esquema de manipulação de partidas, o atacante Alef Manga foi emprestado pelo Coritiba ao Pafos, do Chipre. Conforme anunciado pelo clube paranaense, os dois lados entraram em um acordo para que o atleta de 28 anos permaneça no time europeu até 30 junho de 2024.

Alef Manga é o principal nome da última lista de envolvidos com o esquema de apostas divulgada pelo Ministério Público de Goiás. O atacante chegou a ter seu nome citado em conversas anexadas no inquérito da segunda fase da Operação Penalidade Máxima, em maio. À época, o Coritiba chegou a afastá-lo das atividades, mas o reintegrou no mês seguinte.

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As investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apontam que Alef Manga fez acordo com apostadores para receber R$ 50 mil em troca de levar um cartão amarelo na partida contra o América-MG, pela 25ª rodada do Brasileirão de do ano passado, disputada no dia 3 de setembro. Segundo o MP, o atacante ganhou R$ 5 mil antecipadamente e o restante dias depois do jogo.

Diego Porfírio, ex-colega de Manga no Coritiba, foi quem indicou o atacante para o grupo de apostadores. Áudios e mensagens de WhatsApp entre os dois, aos quais o Estadão teve acesso, mostram Manga reclamando com Porfírio da demora em receber o resto do dinheiro depois de cumprir o que havia sido combinado com os apostadores. A defesa do jogador informou que recebeu a denúncia de forma tranquila e que irá estudar minuciosamente o caso.

Dadá Belmonte, Igor Cariús, Jesus Trindade, Pedrinho, Sidcley e Thonny Anderson são os outros jogadores que se tornaram réus nesta nova fase. No caso de Cariús, houve uma reviravolta. O atleta do Sport chegou a ser julgado e absolvido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), mas o juiz Alessandro Pereira Pacheco entendeu que a nova denúncia apresentada pelo MP não é "mero desdobramento" da última fase da Operação e por isso o jogador se tornou réu.

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) voltou a se debruçar sobre o esquema de apostas no futebol brasileiro nesta quinta-feira. E, em julgamento do Pleno, aplicou suspensão de 600 dias para um jogador, reduziu a pena de dois e manteve o banimento de Ygor Catatau. Todos os quatro jogadores defendiam o Sampaio Corrêa no ano passado e foram denunciados por suposto envolvimento em manipulação de partida da Série B do Campeonato Brasileiro.

O Pleno julgou recursos, da Procuradoria e da defesa, de Mateusinho (Cuiabá), Ygor Catatau (sem clube), Paulo Sérgio (Operário-PR) e André Queixo (Nam Dinh, do Vietnã). Os quatro atletas já haviam sido julgados, e alguns punidos, pela 5ª Comissão Disciplinar do STJD. A denúncia se baseou em provas colhidas pelo Ministério Público de Goiás na Operação Penalidade Máxima.

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A decisão mais forte do Pleno aconteceu no caso de Ygor Catatau. Os auditores mantiveram a multa de R$ 70 mil e o banimento do atleta de 28 anos, revelado pelo Madureira e que já teve passagem pelo Vasco. O atacante defendia o Sepahan, do Irã, desde o início do ano. Mas já não aparece no elenco no site do clube.

Os auditores mantiveram a pesada punição por considerar que Catatau teria sido o intermediário dos atletas no Sampaio Corrêa no esquema de apostas.

No caso de André Luiz, o Pleno ampliou a sanção aplicada inicialmente na primeira instância. À multa de R$ 50 mil soma-se agora uma suspensão de 600 dias. Já Matheusinho e Paulo Sérgio tiveram redução em suas penas, de 720 dias para 600 dias de gancho, além da multa de R$ 50 mil.

"A integridade esportiva está ameaçada. A manipulação de resultados atinge a base do esporte, por isso, atletas envolvidos em esquema que agridem princípios esportivos devem ser punidos com rigor", afirmou o relator do caso, Maurício Neves Fonseca. "A manipulação afronta os princípios básicos do esporte que é a sua imprevisibilidade, integridade, o "fair play", além do desrespeito ao adversário e ao público."

Após julgamento que condenou sete atletas investigados pela Operação Penalidade Máxima, o jogador Igor Cariús, lateral do Sport que foi absolvido, fez desabafo em redes sociais nesta sexta, sobre a acusação. Ele chegou a ser suspenso por 30 dias, mas foi inocentado por não haver comprovação da atuação do atleta no esquema de manipulação de partidas.

"Foram dias difíceis, em que eu e minha família sofremos diversos ataques por meio de redes sociais, chacotas, mas que nunca deixei me abalar, pois sabia que tinha a consciência limpa e que a justiça seria feita", escreveu o lateral do Sport. Além disso, Igor Cariús agradeceu ao clube, presidente, comissão técnica, colegas de time e torcedores pelo apoio que recebeu ao longo das semanas de acusação.

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SPORT PEDE LIBERAÇÃO DE IGOR CARIÚS PARA JOGO COM O LONDRINA

Com a absolvição do lateral, a equipe pernambucana solicitou à CBF nesta sexta-feira, a liberação do atleta para atuar na próxima partida do Sport, pela décima rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O compromisso será diante do Londrina, às 18h deste domingo. Além disso, a equipe reforçou o apoio que deu à Igor Cariús no decorrer do caso.

"Após a absolvição do atleta Igor Cariús no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), em julgamento que ocorreu na última quinta-feira (1º), o Sport solicita à CBF a liberação imediata para utilização do jogador, através da plataforma gestão web, que havia sido bloqueada por decisão do STJD Igor Cariús tem treinado normalmente e está em plena forma física, apto para entrar em campo. O clube a todo instante acreditou na conduta do jogador, que tem postura exemplar no dia a dia, mas acatou a então determinação do tribunal. Agora, o Sport vive a expectativa para contar com o jogador de forma mais breve possível e espera já tê-lo diante do Londrina, neste domingo (4), pelo Campeonato Brasileiro da Série B", diz comunicado do clube.

O Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul (TJD-RS) concluiu nesta terça-feira o julgamento de Jarro Pedroso por envolvimento em esquema de apostas cujo objetivo era manipular resultados do futebol brasileiro. O atleta do Inter de Santa Maria pegou um gancho de 720 dias e terá de arcar com multa de R$ 100 mil.

Originalmente, o julgamento de Pedroso aconteceria na segunda-feira passada, mas sua defesa entrou com pedido de adiamento. A solicitação foi aceita pelos membros do TJD-RS, que naquela mesma sessão definiram a suspensão dos mesmos 720 dias para Nikolas Farias, então jogador do Novo Hamburgo.

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Réu confesso, Pedroso teria acertado receber um pagamento de R$ 30 mil - sendo R$ 70 mil prometidos a ele primeiramente - para que cometesse um pênalti contra o Caxias na época em que atuava pelo São Luiz, no Campeonato Gaúcho. Ele de fato cometeu a penalidade.

Durante o julgamento, Pedroso prestou depoimento de forma virtual, enquanto sua defesa foi sustentada por Cristiano Urach, advogado de um escritório contratado pelo seu clube atual, o Inter de Santa Maria, da segunda divisão gaúcha.

Paulo Cesar Girardi fez a sustentação em defesa do São Luiz como diretor jurídico da equipe de Ijuí e pediu que o clube não ficasse responsável por arcar com a pena pecuniária, mas não foi atendido. Assim, caso o jogador não pague a multa de R$ 100 mil, é de responsabilidade do São Luiz quitá-la junto ao TJD-RS. Cabe recurso.

Nikolas Farias, jogador que atuava pelo Novo Hamburgo, foi suspenso nesta segunda-feira (22) por 720 dias do esporte pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul (TJD-RS). Envolvido no esquema de apostas apurado pelo Ministério Público de Goiás, no âmbito da Operação Penalidade Máxima, o atleta cometeu um pênalti em jogo com o Esportivo, de Bento Gonçalves, pelo Campeonato Gaúcho de 2023. Também foi aplicada uma multa de R$ 80 mil.

O relator do processo entendeu que no caso de Nikolas não havia como indicar a pena mínima de 360 dias diante da gravidade do ocorrido. A mesma visão foi compartilhada pelos demais auditores do TJD-RS. O atleta pode recorrer da condenação ao plenário da casa. Quanto à pena pecuniária, ficou estabelecido o valor de R$ 80 mil por ser a mesma quantia que o atleta receberia da quadrilha que articulou a manipulação dos resultados.

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O jogador não compareceu ao julgamento, tampouco qualquer advogado para a sua defesa. Os auditores também relataram incômodo com a falta de representação na sessão do Novo Hamburgo, clube pelo qual Nikolas atuava. O clube gaúcho terá de arcar também com a multa. "O clube lavou as mãos" foi uma frase repetida na condução do julgamento. O Novo Hamburgo rescindiu o contrato com o jogador ao término do Estadual.

Durante a sessão, os membros do tribunal não se limitaram a avaliar apenas as conversas que Nikolas manteve com os apostadores, que anteciparam o pagamento de R$ 5 mil pelo cometimento da penalidade máxima e prometeram R$ 80 mil caso a falta fosse cometida. Os auditores analisaram também o lance em questão e fizeram citações à narração do jogo.

"Aqui é papo de home. Se eu falei que eu vou fazer, eu vou fazer, entendeu? Eu sabia que ia entrar no jogo, então não tinha erro", disse Nikolas a um dos apostadores em mensagem interceptada pelo MP-GO.

O esquema de apostas causou mais uma rescisão de contrato no futebol brasileiro. Nesta quarta-feira foi a vez do volante Gabriel Tota, do Juventude, réu na Justiça de Goiás por envolvimento no esquema de manipulação de jogos.

"O Esporte Clube Juventude comunica que, na data de hoje (17/05), Gabriel Tota foi desligado do clube. O jogador estava cedido ao Ypiranga, que encerrou o vínculo de empréstimo, possibilitando o processo de rescisão por parte do Juventude", afirmou o comunicado do clube gaúcho.

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Tota teria recebido R$ 50 mil em sua conta bancária. O valor seria repassado para o zagueiro Paulo Miranda após ele receber dois cartões amarelos em jogos do Juventude no Campeonato Brasileiro do ano passado.

A investigação aponta para a existência de um vídeo no qual Tota e Paulo Miranda teriam falado com o chefe da quadrilha das apostas dentro do vestiário antes de uma partida do Juventude.

Aos 21 anos, Tota chamou a atenção da diretoria do Juventude após ser um dos destaques do Mirassol na Copa São Paulo de Futebol Júnior do ano passado. Atualmente, o atleta estava emprestado ao Ypiranga, de Erechim.

Os indícios de crimes de lavagem de dinheiro e o uso de contas falsas de "laranjas" vão tramitar em um processo paralelo aos que já correm na Justiça sobre a investigação do esquema de apostas em jogos de futebol. Eles envolvem jogos da Série A do Campeonato Brasileiro do ano passado. A informação foi apurada pelo Estadão nesta segunda-feira. Ao todo, 25 pessoas já foram transformadas em réus por envolvimento no esquema fraudulento. Outras denúncias serão oferecidas à Justiça.

A investigação do MP já havia encontrado indícios de lavagem de dinheiro em pagamentos a atletas que receberam repasses para realizar lances predeterminados em partidas oficiais e possibilitar lucros ilegais a uma suposta quadrilha que operava em sites. A constatação leva o escândalo a um tipo de crime ainda não destrinchado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). As duas primeiras denúncias oferecidas à Justiça ficaram restritas aos crimes de promoção de organização criminosa e contra o Estatuto do Torcedor.

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Com autorização da Justiça, os sigilos bancários e fiscais dos investigados foram quebrados, de modo que os investigadores já detectaram pagamentos a jogadores aliciados feitos por intermédio de "laranjas" e também de empresas, em tese, sem relação direta com os atletas. Uma loja de celular e uma revendedora de carros importados estão entre essas empresas investigadas.

Como o Estadão havia mostrado, um diálogo entre dois dos principais articuladores do esquema, Thiago Chambó diz a Bruno Lopez que devem ser evitados compartilhamento de endereços e de números de telefone. Contas bancárias pessoais também não deveriam aparecer nas transações. "Nem transfere mais da sua mulher nem do seu CNPJ para ninguém nas próximas, entendeu? Pega umas contas laranja para mandar", disse Chambó, pelo WhatsApp.

O detalhamento da suposta lavagem de dinheiro poderá endurecer futuras penas e ampliar elos de integrantes dos quatro núcleos (apostadores, financiadores, intermediários e administrativo) do esquema mapeados pelo MP, que trabalha com a possibilidade de haver um investidor acima dos nomes apontados nas investigações das fases 1 e 2 da Operação Penalidade Máxima.

Para fontes com acesso ao processo, o crime de lavagem está materializado em diversos casos sob investigação porque "a origem do dinheiro era ilícita" e "os pagamentos foram feitos em conta de terceiros".

Segundo as denúncias, um grupo liderado pelo empresário Bruno Lopez de Moura pagava para que jogadores de futebol de clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022 e de competições estaduais realizassem determinadas ações durante as partidas, como levar cartões amarelos, por exemplo.

Em paralelo, eles apostavam em sites do ramo que esses lances ocorreriam durante os jogos. Com as jogadas dentro de campo concretizadas, os lucros eram obtidos. Em uma única rodada, o grupo apostou R$ 8.430,00 e somou ganhos de R$ 730.616,00. Quanto mais improvável a lista de eventos de uma aposta, maior pode ser o lucro nos sites.

Após ser citado em algumas planilhas do esquema de apostas que está sendo investigado pela Operação Penalidade Máxima II, do Ministério Público de Goiás (MP-GO), o lateral Nino Paraíba pediu demissão do América-MG. O clube aceitou e rescindiu o contrato com o atleta nesta segunda-feira.

O lateral já havia sido afastado preventivamente no último dia nove, antes da partida contra o Red Bull Bragantino, pelo Campeonato Brasileiro.

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Ele aparece em prints em conversas com apostadores que estão sendo investigados pelo MP-GO. Na época, o lateral estava no Ceará. Vale lembrar que, até o momento, Nino Paraíba não está sendo investigado na operação.

"O América Futebol Clube informa que o lateral Nino Paraíba teve o contrato rescindido nesta segunda-feira. A decisão foi tomada pela direção do Clube que acatou o pedido de demissão do atleta", disse o América-MG, em nota.

Nino Paraíba chegou no América nesta temporada e disputou 19 jogos, com duas assistências. O lateral, de 37 anos, conquistou o vice-campeonato mineiro.

O lateral-esquerdo Onitlasi Moraes, que defendia o Juventude, e o zagueiro Kevin Lomónaco, do Red Bull Bragantino, confessaram ter participado de manipulações de resultados envolvendo partidas do Campeonato Brasileiro de 2022. Em vídeos obtidos pelo site UOL, os atletas admitem para o Ministério Público de Goiás o envolvimento no esquema.

Moraes afirmou que recebeu R$ 25 mil para tomar cartões amarelos nas partidas contra Palmeiras e Goiás na temporada passada. Em depoimento, o jogador disse se arrepender do esquema.

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"Eu sabia que era errado. Eu fiquei muito arrependido, mas foi um momento que realmente estava precisando, eu e minha esposa. Eu estava precisando da grana e acabei topando fazer. Minha esposa ficou brava comigo", disse Moraes, atualmente jogador da Aparecidense-GO.

Já o argentino Kevin Lomónaco afirmou ter recebido uma proposta de R$ 70 mil para tomar um cartão amarelo na partida contra o América-MG. Apesar de ter sido punido com o cartão, o zagueiro recebeu apenas R$ 30 mil dos golpistas. O celular do atleta argentino foi apreendido pelos promotores e nele foram encontrados conversas que comprovam a manipulação.

"Ele falava que eu ia ganhar dinheiro rápido, que somente tinha que pegar cartão amarelo. Aceitei. Eu estava na concentração, um dia antes do jogo, acho. Ele seguia insistindo, mandando mensagem, dizendo: 'Vamos fechar, hermano, é dinheiro...' Mas eu fiz sem conhecimento algum que era um crime, algo assim. Fiz assim normal, não perguntei nada pra ninguém", afirmou Lomónaco, jogador do Red Bull Bragantino.

Ambos os jogadores foram afastados de seus respectivos clubes. Moraes pertence ao Atlético Goianiense, mas está emprestado para a Aparecidense. Já Lomónaco continua vinculado ao Red Bull Bragantino.

Goiás x Goiânia, pelo Campeonato Goiano deste ano, é o primeiro jogo em que apostadores agiram para manipular diretamente o resultado. Diálogos, comprovantes de apostas e de pagamentos e capturas de tela do WhatsApp apontam para o envolvimento de cinco jogadores do Goiânia, que deveria perder o primeiro tempo do clássico estadual, o que efetivamente aconteceu. Os registros constam da segunda fase da Operação Penalidade Máxima, em curso no Ministério Público de Goiás (MP-GO).

No dia 12 de fevereiro, Denner Barbosa, ex-jogador do Corinthians e, à época atleta do Operário-MT, em contato com Bruno Lopez Moura, conhecido como BL e apontado como um dos líderes da quadrilha de apostas, combinaram para que a partida fosse manipulada em seu fator mais crucial: o resultado.

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Nos diálogos, foi combinado que o Goiânia "entregaria" - este foi um dos termos utilizados - o primeiro tempo da partida para o Goiás. De acordo com Denner, "a linha de trás" estava combinada para o time sair derrotado nos 45 minutos iniciais, o que de fato aconteceu: 2 a 0, com gols de Lucas Halter, aos 6 minutos, e Vinicius Silva, aos 44 minutos. Segundo ele, em conversas com Bruno, cinco jogadores estariam envolvidos no esquema.

Diálogos, comprovantes de apostas e de pagamentos e capturas de tela do WhatsApp sugerem que os jogadores, que não tiveram seus nomes revelados, estavam cientes de que deveriam perder o primeiro tempo para o Goiás. Na ocasião, a zaga titular do Goiânia foi composta por Eduardo Leite, Gabriel Alves e Marcelo Xavier. Nenhum dos nomes está entre os citados no documento.

No dia 11 de fevereiro, um dia antes da partida, Denner contatou Bruno Lopez, informando que conseguiria "uma odd dois no Goiano de gol". Na linguagem das apostas, isso significa que a manipulação ocorreria no resultado da partida. "Eu tenho um time no Campeonato Goiano com a linha de trás todinha", complementou o jogador. "Perder primeiro tempo."

Confira trecho da conversa entre Bruno Lopez e Denner Barbosa:

Denner Barbosa: Mas eu tenho um time no Campeonato Goiano com a linha de trás todinha.

Bruno Lopez: Me manda o time do Goiano e eu já coto. Se ficar boa...

Denner Barbosa: Perder primeiro tempo.

Bruno Lopez: Vamos fechar essa parada então?

Denner Barbosa: Preciso saber quanto você paga, que aí eu corro atrás aqui na ligação com os caras.

Bruno Lopez: 10 cruzeiros (R$ 10 mil) para cada.

Thiago Chambó Andrade, conhecido como TCY e outro dos apostadores envolvido no esquema de manipulação, chega a ponderar em conversas como BL se o grupo, realmente, deveria entrar nesta aposta. "Não dá para garantir a operação o resultado pro Goiás no primeiro tempo. Ou os 'cara' que vai jogar contra o Goiás vai entregar", afirmou. Prontamente, BL reafirma que o resultado já está combinado. "Marcha", escreveu.

Antes da partida, Bruno Lopez realizou uma transferência bancária, na Conta de Denner, no valor de R$ 25 mil. Cada jogador receberia R$ 10 mil e, ao final do jogo, foi transferido R$ 100 mil à conta de Denner.

No dia do jogo, Bruno Lopez e Denner voltaram a conversar, antes e depois da partida. O apostador se certificou de que os atletas estariam dispostos a "entregar" o confronto, fato que Denner voltou a confirmar. "Sim, c****. Os 'moleques' é nosso", escreveu.

Depois do jogo, eles voltam a se falar pra comemorar o resultado.

Denner Barbosa: Os mlk é nosso.

Bruno Lopez: Boa papai. Coisa linda, hein.

Além da aposta no jogo entre Goiás e Goiânia, os apostadores manipularam, na mesma data, o número de escanteios na partida entre Luverdense e Operário, no Campeonato Mato-Grossense.

Após a partida, "os meninos", como são chamados os atletas ao longo do diálogo, insistiram para que Denner cobrasse o valor acordado na manipulação.

Em abril, o promotor Fernando Cesconetto, do Ministério Público de Goiás, já havia citado que Goiás x Goiânia era um dos jogos suspeitos de manipulação. Ele afirmou, na ocasião, que existia a suspeita de que atleta do Goiânia haviam tramado para perder o primeiro tempo, mas não citou nomes.

"O que tivemos era uma aposta de R$ 80 mil com parte de valores para que os jogadores do Goiânia assegurassem a derrota no primeiro tempo", dissera Cesconetto.

O Estadão tentou entrar em contato com as defesas de Bruno Lopez Moura e Denner Barbosa, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.

QUEM É DENNER BARBOSA?

Hoje com 29 anos, Denner iniciou sua carreira como lateral-esquerdo no Corinthians, em 2011. Ao todo, disputou apenas quatro partidas pelo clube, três destas no Campeonato Brasileiro de 2012. Desde então, iniciou uma cruzada pelo futebol brasileiro até aparecer como um dos aliciadores na manipulação de apostas.

Na última década, passou por Bragantino, Atlético-GO, RB Brasil, São Bento e Portuguesa. Atualmente defende o Operário-MT, onde se envolveu no esquema de manipulação em partidas dos Estaduais na região Centro-Oeste.

DETIDO

O empresário Bruno Lopez de Moura é um dos três presos na segunda fase da operação Penalidade Máxima. Considerado pelo Ministério Público de Goiás o líder de uma organização que supostamente manipulava resultados de jogos do Campeonato Brasileiro das Séries A e B para favorecer apostadores nos sites, ele foi preso duas vezes.

A primeira prisão, que foi temporária, ocorreu na operação anterior, em 14 de fevereiro. Na denúncia daquela detenção de Bruno, os promotores públicos informaram que ele era o "cabeça" da única gangue que foi desmantelada. Depois, o empresário de jogadores dono da BC Sport Management foi detido preventivamente, ou seja, sem previsão de soltura.

O lateral-esquerdo Pedrinho e o volante Bryan García foram demitidos pelo Athletico-PR nesta sexta-feira após terem os nomes citados pelo Ministério Público de Goiás na Operação Penalidade Máxima, em curso para investigar um esquema de apostas no futebol brasileiro. Ao anunciar o desligamento, o clube afirmou que o assunto não será mais abordado publicamente por jogadores - bombardeados com perguntas sobre o caso depois da vitória sobre o Inter -, comissão técnica e demais empregados.

"O clube não se manifestará mais a respeito, inclusive por meio de seus profissionais, por entender que a questão deve ser tratada pelas autoridades competentes", diz a nota. "A integridade e a ética são valores irrenunciáveis ao Club Athletico Paranaense. Mais que um esporte, o futebol é manifestação cultural do nosso povo. E por isso, entendemos ser dever de todos, principalmente daqueles que praticam e orbitam o futebol, preservar e proteger este patrimônio, combatendo duramente toda e qualquer conduta que ameace sua dignidade e credibilidade", completa.

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Até o momento, Pedrinho e Bryan García não são alvos de denúncia, mas o MP descobriu o nome de ambos em uma planilha feita por apostadores para listar os jogadores que concordaram em praticar ações combinadas em campo em troca de pagamentos de até R$ 80 mil.

Os dois estavam afastados desde terça-feira e são os primeiros jogadores que tiveram os contratos rescindidos após os desdobramentos da segunda fase da Operação Penalidade Máxima, que trouxe à tona uma série de trocas de mensagens entre apostadores e jogadores, além de outros documentos. Em abril, quando foram divulgadas as apurações da primeira fase da investigação, ainda com poucas informações, o zagueiro Paulo Miranda, um dos alvos e também citado na planilha, fez um acordo para deixar o Náutico. Ele disse ser inocente.

O Ministério Público de Goiás (MP-GO), por meio da Operação Penalidade Máxima, investiga um esquema de manipulação de apostas esportivas em partidas do Campeonato Brasileiro das Séries A e B de 2022 e partidas do Paulistão e do Campeonato Gaúcho deste ano. Jogadores cooptados por grupos criminosos recebiam até R$ 100 mil para provocar cartões amarelos e vermelhos ou realizar outras ações dentro de campo e, assim, ajudar os apostadores. Quinze atletas já são réus no processo.

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) prevê que jogadores condenados no esquema de apostas investigado pelo Ministério Público de Goiás poderão sofrer punições duras na esfera esportiva. O STJD projeta suspensão de até dois anos, multa de R$ 100 mil e até o banimento nas competições esportivas.

"Com a identificação e comprovação da participação de atletas, os mesmos serão denunciados e punidos com penas de suspensão de 180 a 720 dias, cumulada com multa de até R$ 100 mil e, em casos de reincidência, a eliminação do atleta (penas previstas nos artigos 243 e 243-A. ambos do CBJD)", informou a Procuradoria do tribunal, em comunicado.

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O STJD informou também que "está investigando e apurando todo os casos deflagrados na Operação Penalidade Máxima", em contato próximo com o Ministério Público de Goiás e a CBF, que tem parceria com a empresa Sportradar para identificar movimentações suspeitas nos sites de apostas em jogos dos campeonatos nacionais.

O tribunal deve começar a tomar decisões na próxima semana sobre os jogadores denunciados pelo MP. Alguns poderão sofrer suspensão provisória, de 30 dias. O STJD enfatizou que "não há nenhuma hipótese de paralisação de qualquer competição ou anulação das partidas" porque não há indícios de participação dos clubes e das casas de apostas no esquema.

"Atentos e preocupados com a manutenção da credibilidade do futebol brasileiro, a Procuradoria destaca que vem atuando através da troca de informações e a colaboração entre as instituições (Ministério Público de Goiás x STJD) agindo para que todos os envolvidos sejam denunciados e levados a julgamento com base no que prevê o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD)", disse a Procuradoria, no comunicado.

Em sua segunda fase, a chamada Operação Penalidade Máxima aprofundou a investigação do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e denunciou 14 jogadores à Justiça nesta semana. Outros atletas foram apenas citados em documento do MP, sem acusação formal. Alguns destes já foram afastados dos seus clubes nos últimos dias.

No total, 12 jogadores foram apartados das atividades cotidianas dos seus times: Vitor Mendes (Fluminense), Bryan Garcia e Pedrinho (Athletico-PR), Richard (Cruzeiro), Nino Paraiba (América-MG), Maurício (Internacional), Raphael Rodrigues (Avaí), Alef Manga e Jesus Trindade (Coritiba), Paulo Miranda (sem clube), Fernando Neto (São Bernardo) e Eduardo Bauermann (Santos).

O lateral-esquerdo Marçal, do Botafogo, revelou ter sido abordado pelas redes sociais para participar de um esquema de apostas. O jogador disse que foi procurado na temporada passada para um caso de manipulação de resultados e que rejeitou prontamente a proposta. Ele fez a revelação na noite de quinta-feira, após a vitória do Botafogo sobre o Corinthians, pelo Brasileirão.

"No meu caso, por exemplo, foi ano passado contra o Flamengo que eu tomo um cartão por reclamação. Depois eu recebi uma mensagem no Instagram dizendo: 'pô, Marçal, tomando cartão por reclamação? Mais vale ganhar dinheiro com isso. O que você acha?'. Eu dei uma resposta que não pode passar na televisão. E nunca mais tive contato", revelou.

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Ele lamentou os casos de manipulação de resultados revelados nas últimas semanas por investigação do Ministério Público de Goiás. "Tudo isso é muito triste. Acaba afetando o Campeonato brasileiro. Tem visibilidade negativa. Está acontecendo com jogadores que não precisavam disso. Isso passa muito pelo caráter do jogador. Que haja a punição necessária e que outros que tentam ou que imaginam que podem fazer isso, que pensem das vezes antes de fazer (parte do esquema)."

"A gente sabe que ser jogador de futebol é muito difícil. Vocês sabem quanto é difícil chegar ao profissional, em time grande, um clube da Série A. E depois de toda esta luta, você mancha sua carreira por causa de um esquema? Acho isso ridículo", completou o lateral.

Marçal incentivou outros jogadores a fazerem o mesmo que ele fez, rejeitando eventuais ofertas de apostadores. "Espero que as pessoas possam responder à altura e também mostrar para a polícia. Se (um apostador) faz o convite, e você diz 'não', com certeza ele está insistindo em tantos outros. E talvez outro diga sim, seja por uma situação ruim no clube ou problema financeiro. Esses jogadores que foram pegos neste tipo de esquema, que sirvam de lição para outros e que a gente possa ter um campeonato limpo."

Não está nos planos da CBF paralisar as Séries A e B do Campeonato Brasileiro em virtude do esquema de apostas no futebol nacional descoberto pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), que deflagrou nesta semana a segunda fase da operação Penalidade Máxima. As partidas investigadas são da edição passada do Campeonato Brasileiro, vencido pelo Palmeiras. Também há suspeitos do Paulistão e do Campeonato Gaúcho de 2023.

A CBF afirmou que "não há qualquer possibilidade de a competição atual ser suspensa" e que "defende que a punição de atletas e demais participantes do esquema de fraudes aconteça de forma veemente". Também avisou que vem trabalhando com a Fifa e autoridades internacionais a elaboração de um "modelo padrão de investigação".

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"Venho trabalhando em conjunto com a Fifa, demais entidades internacionais, além de clubes e federações brasileiros, com o intuito de combater todo e qualquer tipo de crime, fraude ou ilícito dentro do futebol. Defendo a suspensão preventiva baseada em suspeitas concretas e até o banimento do esporte em casos comprovados. Quem comete crimes não deve fazer parte do futebol brasileiro e mundial", afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

A entidade disse ser também vítima "destes possíveis atos criminosos" e informou não ter sido oficialmente informada pelo MP de Goiás sobre os fatos relacionados à investigação. "A CBF ressalta que, tão logo estejam comprovados os fatos, espera que as sanções cabíveis por parte do STJD sejam tomadas de forma exemplar", disse, em nota.

Segundo a CBF, o presidente Ednaldo Rodrigues pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Ministério da Justiça que a Polícia Federal entre no caso, "com o objetivo de centralizar todas as informações a respeito dos casos em investigação". O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, já respondeu ao pedido da CBF.

"Diante de indícios de manipulação de resultados em competições esportivas, com repercussão interestadual e até internacional, estou determinando hoje que seja instaurado Inquérito na Polícia Federal para as investigações legalmente cabíveis", disse Dino em suas redes sociais.

A CBF tem a ideia de conversar com atletas dos clubes que disputam as Séries A, B, C e D, todas já em curso, para mostrar o que está sendo feito para coibir os esquemas de apostas e como as agremiações podem contribuir. Internamente, o Vasco, por exemplo, entregou uma cartilha desenvolvida pelo departamento jurídico do clube para os jogadores e promoveu uma conversa com todo o elenco profissional sobre o tema a fim de informar e esclarecer os atletas.

A CBF diz se preocupar com a proliferação de casas de apostas, que operam atualmente em uma espécie de limbo regulatório, já que as apostas são legais no País desde 2018, mas ainda não foram regulamentadas. Sem fiscalização, as suspeitas de manipulação de resultados e de lavagem de dinheiro se multiplicam.

ESQUEMA DE APOSTAS

O MP de Goiás denunciou 16 pessoas, sendo sete delas jogadores: Eduardo Bauermann (Santos), Gabriel Tota (Ypiranga-RS), Victor Ramos (Chapecoense), Igor Cariús (Sport), Paulo Miranda (Náutico), Fernando Neto (São Bernardo) e Matheus Gomes (Sergipe).

Os jogadores envolvidos no esquema receberiam valores que, de acordo com o MP-GO, variavam entre R$ 50 mil a R$ 500 mil para provocarem eventos específicos em jogos previamente selecionados, como cometer pênaltis, levar cartões amarelos ou vermelhos em determinada etapa da partida, diferença de gols no primeiro tempo, entre outros.

O processo, que conta com 113 páginas, também cita outros jogadores que não foram denunciados, mas teriam sido aliciados no esquema. São eles: Vitor Mendes, Pedrinho, Sávio, Nathan, Nino Paraíba e Dadá Belmonte.

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