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Milhares de pessoas se reuniram neste domingo (6) em várias cidades europeias pata se manifestar, pelo segundo dia consecutivo, contra a invasão russa da Ucrânia.

Segundo a polícia da Bélgica, cerca de 5.000 pessoas marcharam em Bruxelas com bandeiras ucranianas.

"Russos, voltem para casa", gritavam os presentes. "Pare a guerra", "Europa, seja valente, é hora de agir", eram algumas das frases exibidas nos cartazes dos manifestantes.

Em Toulouse, cidade-irmã de Kiev no sudoeste da França, a multidão desfilou carregando uma grande faixa amarela e azul, as cores da bandeira da Ucrânia, com retratos do presidente russo manchados de sangue e onde estava escrito: "Parem o assassino Putin."

Na Espanha, os manifestantes se concentraram na capital Madri, em Barcelona e em outras cidades para exigir o fim da ofensiva russa.

Numerosas bandeiras azuis e amarelas tremulavam na Praça Catalunha, no centro de Barcelona, onde cerca de 800 pessoas, segundo as autoridades, se reuniram com cartazes que diziam: "Fechem os céus, não os olhos", "Otan, proteja o céu da Ucrânia" e "Stop Putin, stop War".

"Estão atacando, destruindo e matando a população civil sem nenhum motivo", lamentou à AFP Natalia Brodovska, uma advogada ucraniana de 45 anos que vive na Espanha há oito anos.

"É horrível, não podemos dormir nem comer. Acredito que todos nós ucranianos nos sentimos assim. Mas os que estão na Ucrânia estão muito pior", acrescentou, ao falar sobre seus familiares em Kiev.

Em Belgrado, na Sérvia, centenas de pessoas se concentraram para expressar apoio à Ucrânia, dois dias depois de uma manifestação a favor do presidente russo Vladimir Putin e da invasão russa da Ucrânia.

"Queremos dar outra imagem de Belgrado porque o que aconteceu na sexta-feira [a manifestação pró-Rússia] foi uma verdadeira vergonha", declarou à AFP Zdravko Jankovic, um matemático de 46 anos.

No sábado, milhares de pessoas se manifestaram em Paris, Nova York, Roma e Zurique para pedir o fim da guerra e protestar contra a ofensiva russa, lançada em 24 de fevereiro.

Milhares de pessoas ficaram sem acesso à internet nesta sexta-feira (4) na Europa, provavelmente devido a um ataque cibernético contra uma rede de satélites, ocorrido no início da ofensiva russa na Ucrânia, segundo fontes coincidentes.

Segundo a operadora francesa Orange, "cerca de 9.000 assinantes" de um serviço de internet via satélite de sua filial, Nordnet, na França ficaram sem conexão após um "ciberevento" na Viasat, operadora de satélites americana.

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A Eutelsat, que tem cerca de 50.000 clientes na Europa, deu a mesma informação à AFP nesta sexta.

A Viasat já tinha informado na quarta que um "ciberevento" provocou "uma avaria em uma rede parcial" para clientes "na Ucrânia e outros países" europeus, que dependem de seu satélite KA-SAT.

Apesar do uso do termo eufemístico "ciberevento", o general Michel Friedling, que dirige o comando francês do Espaço, confirmou nesta quinta-feira que a avaria se deveu a um ciberataque.

"Há alguns dias, pouco após o início das operações (militares da Rússia), houve uma rede de satélites que cobre a Europa e, concretamente, a Ucrânia, que foi vítima de um ciberataque, com dezenas de milhares de terminais que ficaram inoperantes imediatamente", explicou, destacando que se referia "a uma rede civil, a Viasat".

O ataque também afetou na Alemanha e na Europa Central 5.800 turbinas eólicas, com uma potência total de 11 gigawatts, informou a Enercon, empresa que as fabrica.

Especialistas em defesa e cibersegurança temem que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia provoque uma proliferação de ciberataques, com consequências importantes para ucranianos e russos, mas também para o resto do mundo.

lby-juj-mra-jub/elc/LyS/eb/js/mvv

As tropas russas ocupam a área da central nuclear ucraniana de Zaporizhia, que foi alvo de ataques durante a noite, informou a agência de inspeção de usinas atômicas da Ucrânia, que informou não ter detectado um vazamento radioativo.

Zaporizhia, a maior central nuclear da Europa, fica 150 quilômetros ao norte da península da Crimeia. De acordo com o governo de Kiev, projéteis russos que atingiram a usina nas primeiras horas da sexta-feira (4) provocaram um incêndio em um edifício e um laboratório.

As equipes de emergência conseguiram controlar as chamas.

"O território da central nuclear de Zaporizhia está ocupado pelas Forças Armadas da Federação Russa", afirmou a agência estatal ucraniana.

"Não foram registradas mudanças no nível de radiação", completou.

A agência informou ainda que "funcionários operacionais controlam os blocos de energia e garantem seu funcionamento de acordo com as exigências das regulamentações técnicas e de segurança".

Inspeções estão sendo organizadas para entender os danos com precisão.

Dos seis blocos, o primeiro está fora de operação, os número 2, 3, 5 e 6 estão em processo de resfriamento e o 4 permanece operacional.

A agência não informou qual era a situação dos blocos antes do ataque.

"A segurança nuclear está garantida agora", afirmou durante a noite Oleksander Starukh, diretor da administração militar da região de Zaporizhia. O ataque não provocou vítima, informaram as equipes de emergência ucranianas no Facebook.

Na última segunda-feira, dia 28, Andressa Suita parece ter assumido a volta com Gusttavo Lima. Nas redes sociais, a modelo surgiu de malas de prontas e revelou que irá acompanhar o sertanejo na turnê pela Europa. Eles planejam passar uma semana em Portugal e Londres sem os filhos, que ficaram na casa da avó.

Nos Stories do Instagram, ela conta que já está com saudades dos pequenos Gabriel, de quatro anos de idade, e Samuel, de três anos de idade.

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- Filhos devidamente entregues à vovó. Coração está acelerado, com vontade de chorar. Uma semana longe deles, nunca fiquei tanto tempo longe deles como vou ficar agora, mas eles vão sobreviver. Eu falando parece que vou ficar um mês longe deles. É só uma semana, a gente vai hoje e volta na outra segunda. Mas sabe como é coração de mãe, né?! Parece uma eternidade. Mas é necessário deixar os filhos um pouquinho para viajar com o boy. Vamos nessa, partiu.

Segundo informações do colunista Léo Dias, Andressa servirá muitos looks durante a temporada na Europa. A modelo estaria carregando um guarda-roupa de 300 mil reais na mala, com visuais de inverno assinados pela estilista Maria Eleonora Chagas, que teria viajado do Rio de Janeiro até Goiânia especialmente para vestir a modelo. Suita estaria levando peças que pertencem a grifes como Chanel, Balmain Paris, Hermés, Miumiu e Balenciaga.

As informações são de que, dentre os itens destacados, estão a bota com solado chunky da MiuMiu avaliada em 9 mil e 600 reais, casacos e blazers da Balenciaga, que podem chegar ao valor de 15 mil reais. Além disso, sapatos da grife italiana Aquazzura com modelos que variam de cinco até sete mil reais. Na seleção de bolsas, ela estaria levando para a viagem a bolsa tote Hourglas da Balenciaga que pode chegar até dez mil e 518 reais e as clássicas Hermés Kelly, avaliadas em até 120 mil reais.

Em discurso por videoconferência no Parlamento Europeu, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, lançou um dramático apelo à União Europeia (UE), nesta terça-feira (1º), pedindo que prove que está com os ucranianos, diante da ampla ofensiva militar lançada pela Rússia contra seu país.

Na mesma sessão plenária, os líderes europeus acusaram a Rússia de "terrorismo geopolítico" e advertiram que o destino da Europa está "em jogo" pela invasão da Ucrânia.

Em sua participação, Zelensky reforçou seu pedido de adesão imediata à UE, uma demanda que encontra apoio político, mas que enfrenta dificuldades de procedimento. "A Europa será mais forte com a Ucrânia nela. Sem vocês, a Ucrânia estará sozinha. Provamos nossa força (...) Por isso, provem que estão do nosso lado, provem que não vão nos abandonar", declarou Zelensky.

Ele agradeceu à UE e aos países do bloco pelo apoio recebido até agora, ressaltando que "estamos lutando por nossa sobrevivência, e esta é a maior das motivações". Com o apoio europeu - completou o presidente ucraniano -, "a vida vencerá, e a luz se imporá sobre as trevas".

'Terrorismo geopolítico'

Na sessão, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, acusou a Rússia de "terrorismo geopolítico" pela invasão da Ucrânia e destacou a unidade da UE na condenação desta ofensiva militar. "Não é apenas a Ucrânia que está sob ataque. O direito internacional, a ordem internacional baseada em regras, a democracia, a dignidade humana também estão sob ataque. Isso é terrorismo geopolítico, puro e simples", denunciou Michel, em seu discurso. Para ele, a Rússia lançou uma ofensiva baseada em "mentiras abjetas".

A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, assegurou que não é apenas o destino da Ucrânia que está em jogo pela ofensiva militar, mas o da Europa. Uma situação que exigia, portanto, uma resposta coletiva, conforme Von der Leyen. "O destino da Ucrânia está em jogo, mas nosso próprio destino também. Devemos mostrar o poder que jaz em nossas democracias", completou a autoridade alemã. Para Von der Leyen, "a forma como respondermos ao que a Rússia está fazendo determinará o futuro do sistema internacional".

Processo lento de adesão

A União Europeia está sob forte pressão para conceder proteção à Ucrânia. Tradicionalmente, porém, o processo de adesão ao bloco implica vários anos, em alguns casos quase uma década, de negociações e reformas internas. Macedônia do Norte, Sérvia, Montenegro e Albânia aguardam, pacientemente, para serem aceitos na UE. A Turquia é candidata desde o final da década de 1980, negociações estas praticamente congeladas desde 2016.

Na segunda-feira, Zelensky assinou o pedido formal de adesão da Ucrânia à UE, mediante um "procedimento especial". Em um projeto de resolução que circulou durante o dia no Parlamento Europeu, os legisladores expressam seu apoio à concessão à Ucrânia do "status" de "país candidato" à adesão. Já uma filiação plena se antecipa como algo mais difícil de se aprovar.

Em seu discurso ao Parlamento Europeu nesta terça-feira, Michel disse que é responsabilidade dos europeus "estar à altura do momento. E sabemos que é um assunto difícil, porque tem a ver com a ampliação [da UE], e sabemos que há diferentes opiniões".

A Comissão Europeia, disse Michel, deve estudar a situação e dar um parecer, já que o Conselho terá de analisar "seriamente o pedido simbólico, político, forte e legítimo". Tanto Michel quanto Von der Leyen mencionaram em seus discursos que as pesadas sanções adotadas pelo bloco contra autoridades e empresas russas também terão efeitos na Europa. "Precisamos ser honestos (...) essas sanções terão um custo para nós e devemos assumi-lo, porque nossos valores estão em jogo", frisou Michel.

Von der Leyen também destacou que "as sanções terão um custo para a nossa economia (...) Sim, proteger a nossa liberdade tem um preço. Mas este é um momento decisivo. E este é o preço que estamos dispostos a pagar pagar."

Da Alemanha à Suécia, passando por França, Bélgica e Itália, os países europeus fecham gradualmente o seu espaço aéreo às companhias russas em retaliação à invasão da Ucrânia por Moscou, que desencadeou uma série de sanções ocidentais contra o poder russo.

Neste domingo (27), o ministério dos Transportes alemão "decretou a proibição de voo para aeronaves russas e operadoras de aviões russos no espaço aéreo alemão" a partir das 14h00 GMT (11h00 de Brasília).

Berlim esclareceu que esta proibição será válida por três meses, mas não dizia respeito a nenhum voo humanitário.

A França, por sua vez, informou que fechará seu espaço aéreo "para aviões e companhias aéreas russas" a partir desta noite, segundo o ministro dos Transportes, Jean-Baptiste Djebbari, que ressaltou que a "união da Europa é total".

Mesma decisão da Irlanda, Bélgica, Holanda e Itália.

"Na Europa, o céu está aberto (...) para aqueles que conectam os povos, não para aqueles que cometem agressões brutais", justificou o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, no Twitter.

"Não há lugar no espaço aéreo holandês para um regime que aplica violência desnecessária e brutal", afirmou o ministro holandês da Infraestrutura, Mark Harbers.

O governo do Luxemburgo, grande plataforma de aviões de carga e transporte de mercadorias na Europa, anunciou, em comunicado de imprensa, "preparar as notificações necessárias para fechar" o seu espaço aéreo às empresas russas a partir deste domingo.

No norte da Europa, a Finlândia, que tem uma fronteira de mais de 1.300 quilômetros com a Rússia, a Suécia, Dinamarca e Islândia anunciaram medidas semelhantes.

A estes países somam-se Polônia, a República Tcheca, Estônia, Bulgária, Moldávia e Reino Unido.

Com muitos países fechando ou anunciando o fechamento de seu espaço aéreo, o tráfego aéreo russo se vê diante de uma zona de exclusão muito grande na Europa, forçando os voos a grandes desvios.

Numa reunião dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia, "pressionaremos por uma paralisação em toda a UE", disse o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Jeppe Kofod, no Twitter.

A invasão russa da Ucrânia "deve ser combatida com as mais fortes sanções internacionais possíveis", afirmou.

"Queremos que isto (o fechamento do espaço aéreo) seja feito o mais rapidamente possível, e o melhor e mais rápido seria se fosse feito a nível europeu", estimou por sua vez o ministro sueco Hans Dahlgren.

Em retaliação, Moscou começou a proibir o sobrevoo de seu território a aviões ligados aos países europeus que anunciaram tais decisões nos últimos dias.

Em uníssono com um número crescente de companhias ocidentais, a Lufthansa - maior grupo europeu com as marcas Lufthansa, Condor, Swiss, Brussel Airlines - decidiu no sábado suspender os voos para e sobre a Rússia por uma semana, antecipando as medidas de retaliação de Moscou.

Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores belgas, o país resolveu aderir à jornada semanal de quatro ou cinco dias, em que os funcionários poderão escolher quantos dias na semana irão trabalhar. Além de melhorar a qualidade de vida, o esquema promete aumentar a produtividade nas empresas.

O primeiro-ministro da Bélgica, Alexandre de Croo, disse em uma coletiva de imprensa que essa ação traz uma economia inovadora, sustentável e digital, e melhorando a compatibilidade entre família e trabalho. O primeiro-ministro do trabalho, Pierre-Yves Dermagne, ressaltou também que a escolha cabe ao funcionário de aderir a mudança “Isso deve ser feito a pedido do empregado, com o empregador apresentando razões sólidas para qualquer recusa” disse Pierre-Yves.

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Os funcionários podem solicitar uma semana a jornada de quatro dias como um teste, dentro de seis meses. Assim se desejarem continuar com o novo formato, o colaborador pode solicitar a permanência ou continuar com o mesmo expediente. Outra política de valorização do trabalhador vai dar o direito de desligar os dispositivos de trabalho e não responder mensagens relacionadas fora do expediente, sem que o colaborador sofra qualquer tipo de repreensão. 

Como o programa encurta a semana de cinco em quatro dias de trabalho, isso significa que uma carga de 38 horas semanais seria mantida, com um dia a mais de folga a compensar a jornada mais longa. Os funcionários trabalhariam mais horas em cada um dos quatro dias.

A Bélgica não é o primeiro país a adotar esse sistema de trabalho. A Espanha, Japão, Escócia, Islândia e Emirados Árabes Unidos já usam esse formato de expediente. Nos Estados Unidos, o projeto ainda está em análise pelo congresso.

A tempestade Eunice continua a varrer o noroeste da Europa na manhã deste sábado (19), com fortes rajadas de vento na costa alemã, e um balanço de pelo menos 13 mortes e extensos danos materiais, bem como cortes de energia.

Formada na Irlanda, a tempestade atravessou na sexta-feira parte do Reino Unido e depois o norte da França, antes de continuar sua rota para a Dinamarca e a Alemanha, que decretou alerta vermelho para grande parte do norte.

"Existe o risco de rajadas violentas (nível 3 em 4). Rajada máxima: 100-115 km/h", alertaram os serviços meteorológicos alemães, advertindo para o risco de queda de árvores e destruição de telhados.

"Fiquem longe de edifícios, árvores, andaimes e linhas de alta tensão. Se possível, evitem ficar ao ar livre", pediram.

A tempestade deixou um espetáculo de desolação em sua passagem e causou perturbação significativa.

Centenas de voos, trens e balsas foram cancelados em todo o noroeste da Europa por causa de Eunice, que chegou menos de 48 horas após a tempestade Dudley (pelo menos seis mortos na Polônia e na Alemanha).

Até o momento, foram registadas 13 mortes por causa de Eunice: duas na Polônia e na Alemanha, quatro na Holanda, três na Inglaterra, uma na Bélgica e uma na Irlanda. Muitas dessas mortes são devido à queda de árvores sobre veículos.

Na Holanda, na capital Haia, dezenas de casas foram evacuadas por medo do desabamento do campanário de uma igreja. A rede ferroviária holandesa foi fechada e as conexões Amsterdã-Bruxelas foram interrompidas, com uma retomada prevista para a tarde, de acordo com um porta-voz.

Segundo o serviço de meteorologista britânico Met Office, as operações de limpeza deverão ser interrompidas por um novo vendaval, ainda menos forte, esperado em certas partes do Reino Unido.

Pelo menos 400 mil casas permanecem sem eletricidade no país. São 194 mil na mesma situação na Polônia, segundo as autoridades locais.

- Quase 200 km/h -

Na Inglaterra, uma rajada de 196 km/h foi registrada na Ilha de Wight, enquanto outras de mais de 110 km/h foram medidas no interior, inclusive no aeroporto londrino de Heathrow.

O serviço meteorológico britânico emitiu um nível de alerta vermelho – o mais alto – sobre o sul de Gales e o sul da Inglaterra, incluindo Londres.

Esta é a primeira vez que a capital britânica atinge este nível de alerta desde a implementação deste sistema em 2011.

No norte da França, trinta pessoas ficaram feridas em acidentes rodoviários ligados aos ventos, quedas ou quedas de materiais.

Cerca de 75 mil casas estavam sem eletricidade esta manhã e algumas ligações ferroviárias regionais foram interrompidas.

Fortes rajadas de vento, juntamente com marés altas, aumentam o medo de inundações, especialmente porque as fortes chuvas são esperadas para sábado.

O tráfego de balsas foi interrompido, centenas de voos cancelados na sexta-feira, o transporte rodoviário e ferroviário afetado.

Toda a rede ferroviária holandesa foi afetada e apenas o Thalys Paris-Bruxelas estava operando esta manhã, com recuperação total esperada por volta das 11h.

Na Bélgica, de acordo com a Infrabel, após um grande trabalho de reparação durante a noite, a maioria das linhas estava em operação no sábado.

Na França, foram registadas ondas superiores a nove metros na Bretanha (oeste), bem como rajadas de vento que atingiram 176 km/h no Cabo Gris-Nez (norte).

Embora as mudanças climáticas reforcem e multipliquem eventos extremos, não é tão claro para ventos e tempestades (excluindo ciclones), cujo número varia muito de um ano para outro.

O último relatório dos especialistas em clima da ONU (IPCC) divulgado em agosto estimou, com um grau de certeza muito baixo, que pode ter havido um aumento no número de tempestades no Hemisfério Norte desde a década de 1980.

burx-spe/nth/mr

A London Eye, a roda gigante icônica de Londres, foi fechada nesta sexta-feira (18) e vários voos e trens cancelados devido à tempestade Eunice, que atingiu o Reino Unido e a Irlanda com grande violência e colocou o norte do continente europeu em alerta.

O sul da Inglaterra registrou ventos recordes de até 195 km por hora, informou o serviço meteorológico britânico, enquanto na costa inglesa a tempestade provocou ondas violentas e as ruas de Londres ficaram quase desertas.

"Peço a todos os londrinos que fiquem em casa, não se arrisquem e não viajem a menos que seja absolutamente essencial", declarou o prefeito Sadiq Khan, alertando que "ventos extremamente fortes na capital podem provocar a queda de escombros e danos aos edifícios", colocando a vida de pessoas em risco.

Dominando a cidade a partir da margem sul do rio Tamisa, onde as rajadas sopravam com força, a London Eye, a roda gigante mais alta da Europa e a terceira maior do mundo com 135 metros de altura, permaneceu fechada para "a segurança dos visitantes".

O serviço meteorológico britânico havia colocado o sudoeste da Inglaterra e o sul do País de Gales em alerta vermelho - o nível mais alto - no dia anterior, mas esta manhã emitiu um segundo alerta máximo, desta vez para o sudeste do país, que pela primeira vez desde que este sistema começou a ser usado em 2011 inclui Londres.

Vários voos foram cancelados em aeroportos de todo o país, e as companhias ferroviárias pediram aos passageiros que "não viajassem". Mais de 70.000 casas ficaram sem eletricidade na Inglaterra e cerca de 80.000 na vizinha Irlanda.

As autoridades alertaram para o risco de inundações graves e um "risco particularmente alto" de acidentes nas rodovias e várias escolas permaneceram fechadas enquanto aguardavam uma reunião de crise do governo britânico à tarde.

"Todos devemos seguir os conselhos e tomar precauções para nos manter seguros", tuitou o primeiro-ministro Boris Johnson, enquanto o secretário de Estado para a Segurança, Damian Hinds, pediu à população que "fique em segurança", enfatizando que o exército está pronto para lidar com o efeitos de Eunice, uma das tempestades mais violentas em três décadas.

- Norte da Europa em alerta -

Depois de atingir o Reino Unido, espera-se que a tempestade rume para a Dinamarca, onde foi decidido que os trens circularão a uma velocidade mais lenta por precaução e a Ponte Storebaelt, uma das mais longas do mundo, quase certamente terá de ser fechada durante a maior parte da noite, avisou seu operador.

Na França, esta manhã, a tempestade já provocava ondas de quatro metros na Bretanha, segundo Météo France, que colocou cinco departamentos em alerta laranja com rajadas de vento de até 110km/h no noroeste, podendo ultrapassar os 140km/h localmente na costa à tarde.

Também a operadora ferroviária francesa SNCF anunciou interrupções em suas linhas regionais.

Na Holanda, o serviço meteorológico emitiu um alerta vermelho e centenas de voos foram cancelados, segundo a mídia local. Os trens tiveram que permanecer parados à tarde.

Na Bélgica, as autoridades aconselharam os cidadãos a limitarem ao máximo os seus movimentos. O tráfego ferroviário também é interrompido e muitas escolas encurtaram o seu dia.

Na Alemanha, os trens foram suspensos no norte, incluindo Bremen e Hamburgo, pelo segundo dia consecutivo, segundo a Deutsche Bahn.

Eunice atravessa o norte da Europa depois que o continente já foi atingido por fortes tempestades nos últimos dias, como Dudley, que matou cinco pessoas na Polônia e na Alemanha na quinta-feira.

Embora as mudanças climáticas geralmente aumentem e multipliquem eventos extremos, seu impacto não é tão claro no caso de ventos violentos e tempestades (excluindo ciclones tropicais), cujo número varia muito de ano para ano.

O último relatório dos especialistas em clima da ONU (IPCC) publicado em agosto estima, com um grau de certeza muito baixo, que pode haver um aumento das tempestades no hemisfério norte desde a década de 1980.

Uma "trégua" na pandemia que pode levar a uma "paz duradoura". Foi assim que a OMS descreveu, nesta quinta-feira (3), a situação sanitária na Europa, onde vários países começaram a suspender suas restrições, graças à alta taxa de vacinação e à baixa virulência da variante ômicron.

Dois anos após o surgimento da pandemia de Covid-19, a Europa poderá entrar em breve "num longo período de tranquilidade", disse Hans Kluge, diretor para a Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS). É "uma 'trégua' que pode nos trazer uma paz duradoura", ressaltou o funcionário.

A organização argumenta que, graças ao alto número de pessoas vacinadas, à menor gravidade da variante ômicron e ao fim do inverno, a região pode se defender contra qualquer ressurgimento do vírus melhor do que em 2020. Há "uma oportunidade única de assumir o controle da transmissão", disse Kluge.

Mas essa situação só vai durar se a imunidade for preservada, ou seja, se as campanhas de vacinação continuarem e o aparecimento de novas variantes for monitorado, acrescentou o especialista, pedindo aos governos que continuem protegendo a população mais vulnerável, principalmente.

A região Europa da OMS inclui 53 países, alguns deles localizados na Ásia Central. Em todos eles, as infecções dispararam devido à variante ômicron. Na semana passada, a região registrou quase 12 milhões de novos casos, segundo dados da OMS, o número mais alto desde o início da pandemia, há dois anos.

A Europa, de acordo com uma contagem da AFP baseada em números oficiais, está prestes a atingir 150 milhões de infecções desde o início da pandemia.

Suécia e Finlândia suspendem restrições

Apesar dos números impressionantes, vários países como Dinamarca, Noruega, Suécia ou França reduziram suas restrições. Decisões que a OMS considera adequadas, como comentou Kluge nesta quinta-feira. "Penso que é possível responder às novas variantes, que inevitavelmente surgirão, sem repor o tipo de medidas de que precisávamos antes", insistiu o responsável.

Na terça-feira, a Dinamarca se tornou o primeiro país europeu a suspender quase todas as restrições sanitárias e voltar "à vida como antes". Apesar de ter a maior taxa de infecção por 100.000 habitantes na Europa (5.476), o governo considera que 80% da população está protegida contra formas graves da doença graças à vacinação ou por ter tido a doença.

A Noruega também flexibilizou as regras de saúde na terça-feira, com o primeiro-ministro Jonas Gahr Store declarando que a sociedade tinha que “viver com” o vírus.

A Suécia, país vizinho, fará o mesmo a partir de 9 de fevereiro. O governo defende que com a variante ômicron, a pandemia entrou numa "nova fase" que não se traduz num aumento de internações. E a Finlândia os imitará em 14 de fevereiro, levantando boa parte das restrições, embora as autoridades continuem recomendando o uso de máscara.

Na Inglaterra, o uso da máscara deixou de ser obrigatório no final de janeiro em locais fechados e o certificado de saúde não é mais necessário para entrar em boates ou estádios esportivos. Na França também já não é obrigatório o uso de máscara na rua desde terça-feira, mas o país mantém o passe de vacinação para locais de lazer e cultura.

Desigualdade

A pandemia de Covid-19 deixou pelo menos 5.698.322 mortos desde que o escritório da OMS na China informou o aparecimento da doença em dezembro de 2019, segundo balanço estabelecido pela AFP a partir de fontes oficiais nesta quinta-feira.

O Brasil é, depois dos Estados Unidos, o país que mais registrou mortes em números absolutos desde janeiro de 2020, com 628.960 óbitos. Em relação ao número de mortes por 100.000 habitantes, o Peru lidera a lista, com 625.

Na quarta-feira, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) destacou que um em cada quatro habitantes das Américas não recebeu uma única dose de vacinação anticovid.

Cerca de 63% dos habitantes da América Latina e do Caribe foram vacinados contra a covid-19, mas a região continua sendo a mais desigual do mundo em termos de acesso a vacinas, disse a diretora da OPAS, Carissa Etienne.

Nos países de baixa e média renda "mais de 54% das pessoas ainda não receberam uma única dose".

A Dinamarca pretende encerrar as restrições contra a Covid-19 e reclassificar o vírus como uma doença que não é mais uma ameaça à população. Outros países europeus, como Áustria e Holanda, também anunciaram medidas semelhantes, apesar de a variante Ômicron causar recordes de novos casos no continente e no mundo, destacam agências internacionais.

Na Dinamarca, a medida deve ser adotada enquanto o país registra recordes de novos casos diários, mas internações em queda, uma tendência também em outros nações, sugerindo que a variante é menos mortal do que outras.

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A média móvel de infecções na Dinamarca foi de 41.613 na quarta-feira (26) um recorde em toda a pandemia e muito maior do que o pico de surtos anteriores, segundo dados do Our World in Data, da Universidade de Oxford. Em dezembro de 2020, por exemplo, a média mais alta foi de 3.536. Com 5,8 milhões de pessoas, o país registrou mais de 1,5 milhão de infecções durante a pandemia em dois anos, sendo um milhão delas apenas nos últimos dois meses.

Em relação à média móvel de mortes, o país chegou a registrar 35 em um dia em janeiro de 2021. Durante o atual surto, no entanto, a maior média de óbitos diários foi 17. Atualmente, a nação tem 44 pacientes com covid internados em UTIs, abaixo dos 73 há duas semanas.

Com isso, o ministro da Saúde, Magnus Heunicke, vai seguir uma recomendação da comissão epidemiológica de não estender nenhuma restrição depois de 31 de janeiro, segundo os documentos. Heunicke quer reduzir a classificação da doença a partir de 1º de fevereiro, quatro dias antes do proposto pela comissão. As restrições atuais incluem horários de funcionamento limitados para restaurantes e bares, uso de passaportes sanitários e a exigência de máscaras em lojas e em alguns eventos fechados.

Na Áustria, o governo anunciou nesta quinta-feira (27) que a quarentena para pessoas não vacinadas vai terminar na próxima segunda-feira (31), já que a pressão sobre os hospitais diminuiu.

Desde 15 de novembro, pessoas não vacinadas na Áustria - cujo governo na semana passada tornou-se o primeiro no continente a aprovar a obrigatoriedade do imunizante - só podem sair de casa por um número limitado de motivos, como comprar itens essenciais ou trabalhar. Mesmo com o fim dessa restrição, os não vacinados ainda serão impedidos de algumas atividades, como comer em restaurantes.

Apesar de os casos diários terem aumentado, atingindo um novo recorde de mais de 30 mil nesta quarta-feira - número que o governo estima que vá aumentar -, a taxa de ocupação de leitos hospitalares e de UTIs, por outro lado, vem caindo.

"Chegamos à conclusão de que a quarentena para pessoas não vacinadas na Áustria só é justificável em caso de ameaça de sobrecarga iminente da capacidade nas UTIs", disse o ministro da Saúde local, Wolfgang Mueckstein, em entrevista coletiva.

Aumento de casos

No continente europeu, Alemanha, Polônia, Hungria, República Checa, Bulgária e Romênia registraram recordes de novos casos na quarta-feira, e o Parlamento alemão se prepara para debater propostas para exigir ou encorajar fortemente a população a se vacinar.

Com mais de 10 milhões de novos casos, as infecções na Europa aumentaram 13% na semana passada em comparação com a anterior, segundo dados da OMS, com França, Itália e Alemanha registrando os números mais altos. As mortes semanais na região, no entanto, diminuíram 5%.

Na terça-feira, o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, anunciou que bares, restaurantes e teatros poderiam reabrir nesta quarta. Segundo o ministro da Saúde, Ernst Kuipers, os especialistas acham que a reabertura é possível também porque as hospitalizações causadas pela onda da Ômicron no país foram menores do que se temia inicialmente.

Os estabelecimentos, que estavam fechados desde meados de dezembro, agora poderão abrir das 5h às 22h, com capacidade reduzida e com regras de distanciamento social. O público também poderá assistir a eventos esportivos, ir a zoológicos e museus. Além disso, os clientes terão de mostrar um comprovante de vacinação ou de recuperação da infecção.

Durante a última semana, o Instituto Nacional de Saúde registrou um recorde de 366.120 casos, um aumento de 51% em comparação à semana anterior. Por outro lado, desde meados de dezembro, o número de pessoas com covid em UTIs vem caindo, chegando a 252 na segunda-feira (24), segundo o Our World in Data.

No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson está suspendendo as últimas as medidas de isolamento. Na semana passada, o ministro britânico de Empresas e Energia, Kwasi Kwarteng, afirmou que as pessoas devem voltar ao trabalho presencial porque o mundo "precisa aprender a viver" com a covid.

Também na semana passada, a França relaxou as restrições contra a Ômicron impostas em dezembro. As medidas serão escalonadas, começando em 2 de fevereiro. Casas noturnas poderão reabrir, não haverá limites de público em eventos abertos de esportes e entretenimento, as pessoas poderão voltar a consumir pipoca dentro dos cinemas e o uso de máscaras não será mais compulsório ao ar livre. Depois, protocolos em escolas, que entre outras coisas exigem que crianças usem máscaras durante as aulas, poderão ser relaxados.

Suécia

Em uma estratégia diferente, porém, a Suécia anunciou nesta quarta-feira que estenderá suas atuais medidas restritivas por mais duas semanas, enquanto a Ômicron se espalha rapidamente, segundo o ministro da Saúde. Com isso, bares e restaurantes têm que fechar às 23h e há um limite de 500 pessoas dentro de locais fechados com capacidade maior.

"Temos um nível extremamente alto de disseminação", disse a ministra da Saúde, Lena Hallengren, em entrevista coletiva. "As restrições devem permanecer em vigor por duas semanas. Se tudo correr como planejado e se a situação permitir, as restrições serão retiradas depois disso."

Nos últimos sete dias, a Suécia registrou cerca de 270 mil casos, mas a testagem limitada fez com que o governo acreditasse que o número real pode ser superior a 500 mil. A disseminação da Ômicron colocou pressão sobre o sistema de saúde, mas muito menos do que durante as surtos anteriores. (Com agências internacionais).

A variante Ômicron do novo coronavírus deu lugar a uma nova fase da pandemia de covid-19 na Europa e poderá acelerar o seu fim, disse o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa. Segundo ele, a variante ainda poderá infectar 60% dos europeus antes de março.

"É plausível que a região esteja se aproximando do fim da pandemia", disse Hans Kluge, diretor regional da OMS para a Europa, à AFP, embora ele tenha pedido cautela dada a versatilidade do vírus.

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"Assim que a onda Ômicron diminuir, haverá uma imunidade global por algumas semanas e meses, seja por causa da vacina ou porque as pessoas terão sido imunizadas pela infecção, e também uma queda por causa da sazonalidade", disse ele. A OMS espera "um período de calma antes do possível retorno da covid-19 no final do ano, mas não necessariamente o retorno da pandemia".

Na África do Sul, onde a variante Ômicron foi detectada pela primeira vez, novos casos vêm diminuindo nas últimas quatro semanas.

Em uma linha semelhante, o conselheiro da Casa Branca para pandemias nos Estados Unidos, Anthony Fauci, disse neste domingo, 23, que poderia haver uma reviravolta na situação dos Estados Unidos. Fauci afirmou que a atual onda de Ômicron estava atingindo o pico nacional nos Estados Unidos e que os casos de coronavírus poderiam cair para níveis gerenciáveis ??nos próximos meses.

"O que esperamos é que, à medida que chegarmos nas próximas semanas ou meses, veremos em todo o país o nível de infecção aumentar abaixo do que chamo de área de controle", disse Fauci durante uma entrevista à rede americana ABC.

Isso não significa erradicar o vírus, segundo ele, já que as infecções continuarão. "Elas estão lá, mas não perturbarão a sociedade. Esse é o melhor cenário."

Sem era endêmica

Entretanto, a Europa não está em uma "era endêmica", o que permitiria que o vírus fosse equiparado à gripe sazonal, ressaltou o chefe da OMS. "Endêmico significa que podemos prever o que vai acontecer. Este vírus tem sido uma surpresa mais de uma vez. Portanto, temos que ser cautelosos", insistiu Kluge.

Não apenas a variante Delta ainda está circulando, mas novas variantes poderiam surgir. "Seremos muito mais resistentes, mesmo a novas variantes", disse Thierry Breton, Comissário Europeu para o Mercado Interno, à emissora francesa LCI, no domingo.

"Estaremos prontos para adaptar vacinas se necessário, em particular aquelas que utilizam RNA mensageiro, para adaptá-las para lidar com uma variante virulenta", disse ele.

Na região europeia da OMS, que inclui 53 países, alguns dos quais na Ásia Central, a organização estima que 60% das pessoas poderiam ser infectadas pela Ômicron até 1 de março.

Nos 27 estados membros da União Europeia, assim como na Islândia, Liechtenstein e Noruega, esta variante é agora dominante, de acordo com a agência de saúde europeia. A Ômicron apareceu no final de novembro e é mais contagiosa que a Delta, mas menos virulenta, especialmente entre os vacinados,

Com um aumento exponencial das infecções, o diretor do escritório europeu da OMS insistiu na necessidade de mudar as políticas públicas para "minimizar as perturbações e proteger as pessoas vulneráveis". O objetivo agora, de acordo com Kluge, é estabilizar a situação sanitária.

"Estabilizar significa que o sistema de saúde não está mais sobrecarregado pela covid-19 e pode continuar a fornecer serviços de saúde essenciais, que infelizmente foram gravemente perturbados, tais como câncer, doenças cardiovasculares e imunização", enfatizou ele. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se reunirá em fevereiro com o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, líder ultraconservador, em Budapeste. O encontro tem como objetivo "estreitar os laços de cooperação, amizade e relações bilaterais" entre o Brasil e a Hungria além de "reforçar os ideais de defesa das nações e dos valores cristãos", defendidos por ambos políticos. Segundo o jornal Azonnali, mantido pelo governo húngaro, a reunião entre os líderes ocorrerá após a visita de Bolsonaro ao presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Além da proximidade de ideais, Bolsonaro e Orbán encaram eleições este ano. Em abril, a Hungria terá seus pleitos parlamentares, quando o atual primeiro-ministro terá a chance de obter seu quarto mandato consecutivo. Orbán ocupa a cadeira desde 2010, mas também já exerceu o cargo entre 1998 e 2002. No Brasil, Bolsonaro disputa a reeleição pelo PL.

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A proximidade com Viktor Orbán vem de longa data. O primeiro-ministro húngaro esteve presente na cerimônia de posse de Bolsonaro em 2019. Posteriormente, no mesmo ano, Orbán esteve na lista de nações e embaixadores estrangeiros que receberam visitas do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Na mesma viagem, o filho "zero três" do presidente também encontrou outro líder da extrema direita: o vice-premier da Itália, Matteo Salvini.

Para Eduardo, a forma como Orbán vem atuando contra a oposição e a imprensa local deveria ser uma "referência" para o Brasil. No poder, com a aprovação de deputados, o primeiro-ministro conseguiu novos diretores de TVs e rádios públicas, tirando a autonomia das emissoras. Além disso, também tentou controlar redes privadas ao limitar o acesso de jornalistas ao Parlamento.

A Hungria despencou no segundo o ranking mundial de liberdade de imprensa organizado pela ONG Repórteres Sem Fronteiras: foi do 23º lugar em 2010, quando Orbán assumiu o poder, para o 89º entre 180 países, em 2020.

Questionada pelo Estadão, a Secretaria-Geral da Presidência da República não se pronunciou sobre o assunto até o fechamento desta reportagem.

A primeira viagem internacional do presidente em 2022 já tem destino e data marcada: Paramaribo, capital do Suriname, nos dias 20 e 21 de janeiro.

Em fevereiro, Bolsonaro tem uma viagem programada para a Rússia a convite do presidente russo, Vladimir Putin. Em live, o presidente declarou que encara a viagem como uma oportunidade para a economia brasileira, devido a dimensão do mercado russo.

Ausência em posses presidenciais

Bolsonaro tem costume de não prestigiar a posse de eleitos ligados à esquerda na América Latina e já faltou a pelo menos três eventos semelhantes. Ele também anunciou que não vai acompanhar a cerimônia de posse do presidente do Chile, Gabriel Boric, em março.

Em 2019, primeiro ano de seu mandato, Bolsonaro rompeu com uma tradição de 17 anos ao não comparecer à posse de Alberto Fernández na Argentina. O último presidente brasileiro a não prestigiar uma posse no país foi Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando o argentino Eduardo Duhalde foi nomeado pelo Congresso Nacional após renúncia de Adolfo Rodríguez Saá. Fernández, que é um político de esquerda, havia derrotado o candidato preferido de Bolsonaro, Maurício Macri, que concorria à reeleição. Na época, o Brasil foi representado pelo vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) no evento.

O número um do mundo no tênis, o sérvio Novak Djokovic, expulso da Austrália após uma batalha judicial sobre sua situação em relação à vacina contra a Covid-19, é esperado nesta segunda-feira (17) na Europa após escala em Dubai, após o início do Aberto da Austrália que sonhava em vencer pela décima vez.

O tenista sérvio de 34 anos desceu do avião com duas malas e máscara, após aterrissar às 05h32 (21h32 de domingo no horário de Brasília) no Aeroporto Internacional de Dubai.

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O destino final do atleta não foi revelado, mas a polícia mantinha os jornalistas afastados do aeroporto de Belgrado, segundo um fotógrafo da AFP.

O tenista seria a figura central na abertura do Aberto da Austrália nesta segunda, mas não pôde participar do torneio depois que um tribunal rejeitou seu pedido para permanecer no país.

O torneio australiano começou, enfim, sem sua estrela principal, que venceu nove vezes. A expulsão de Djokovic se deu após uma disputa legal com as autoridades australianas que polarizou a opinião mundial e prejudicou a imagem de ambas as partes.

O tenista se declarou "extremamente decepcionado" depois que um tribunal federal confirmou por unanimidade a decisão do governo de cancelar seu visto.

"Há quase uma semana, quando ele ganhou o caso em primeira instância, conseguiu recuperar seu visto e estava treinando. Eu disse que a justiça havia falado", comentou hoje Rafael Nadal em Melbourne, depois de passar para a segunda rodada.

"Ontem a justiça disse outra coisa. Nunca serei contra o que a justiça diz", acrescentou.

"Acho que a situação foi um desastre (...) Ele não é o único que provavelmente fez coisas erradas nesse caso. Claro, há mais responsáveis em toda essa situação terrível que estamos enfrentando há duas semanas", completou o espanhol.

Após a decisão, o atleta embarcou, no domingo, em um voo no aeroporto de Melbourne com destino a Dubai na companhia de assistentes e autoridades.

Duas vezes nos últimos 11 dias, o governo australiano revogou o visto de Djokovic e o deteve em um centro de imigrantes, dizendo que sua presença poderia alimentar um sentimento antivacina em meio a uma onda de infecções pela variante ômicron da covid.

O tenista sérvio contestou ambas as decisões na Justiça, onde venceu a primeira, mas perdeu a fase decisiva no domingo.

O tenista sérvio pode ficar três anos sem poder entrar na Austrália, o que dificultaria a conquista do seu 21º Grand Slam. Atualmente ele tem 20 títulos como Roger Federer e Rafael Nadal.

O primeiro-ministro australiano, o conservador Scott Morrison, considerou que o que aconteceu "envia uma mensagem muito clara".

No entanto, sugeriu em uma entrevista que Djokovic poderia retornar nos próximos três anos "nas circunstâncias certas".

Sem outras opções para apelar, Djokovic reconheceu que o jogo havia acabado e que não disputaria o torneio de Melbourne.

"Independentemente de como se chegou a esse ponto, Novak é um dos grandes campeões do nosso esporte e sua ausência no Aberto da Austrália é uma perda para o jogo", disse a ATP, que regula o tênis mundial.

Da mesma forma, o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, foi severo em suas críticas às autoridades australianas.

"Eles acreditam que com isso, com esses 10 dias de maus-tratos, humilharam Djokovic, mas se humilharam. Djokovic pode retornar ao seu país de cabeça erguida", disse Vucic à mídia estatal.

O tenista poderá ter que responder sobre aspectos de sua conduta em audiências judiciais. Constatou-se que o tenista de 34 anos contraiu Covid-19 em meados de dezembro e, segundo sua própria versão, não se isolou depois de saber que testou positivo. Ele até deu uma entrevista à imprensa cara a cara depois que o contágio foi confirmado.

O tenista se recusou a apresentar provas no caso para evitar a noção de que ele é antivacina.

"Ele se tornou um ícone dos grupos antivacinas", disse o advogado do governo australiano, Stephen Lloyd. "Com ou sem razão, ele é visto como alguém que apoia as opiniões antivacinas e sua presença aqui (na Austrália) contribui para isso."

Na última quarta-feira (12), Guilherme Arantes desabafou sobre os momentos difíceis que enfrentou durante a estadia de dois anos e meio na Europa. Segundo o jornal O Dia, durante uma entrevista ao programa Cidinha Livre, na Super Rádio Tupi, o cantor e compositor de 68 anos de idade revelou que foi diagnosticado com problemas na coluna e chegou a ficar de cama por oito meses.

"Eu queria viajar mais, mas chegou a pandemia, aí simultaneamente tive um problema na coluna e fiquei oito meses de cama, paralítico. Fiquei com uma série de cervico-braquialgia, com umas dores excruciantes, horrível... Não conseguia nem sentar na mesa para comer porque doía muito", disse.

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O músico contou que comprou um pequeno apartamento em Ávila, na Espanha, e realizou em casa a maior parte dos atendimentos médicos que precisou. Em seguida, lamentou as dificuldades que passou para fazer tratamento no país e elogiou o Sistema Único de Saúde (SUS), do Brasil.

"Fiquei em casa mesmo por conta da pandemia, mas tive médicos muito bons lá. Mas a nossa medicina no Brasil é fantástica. A parte de exames, de prevenção no Brasil é o mais avançado do mundo, até as pessoas humildes fazem pelo SUS ressonância magnética, ultrassom. Lá eu tive muita dificuldade", contou.

Passada a turbulência, o cantor está de volta ao Brasil e reside em Lauro Freitas, na Bahia.

Mais de 50% da população da região Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS) terá contraído a variante Ômicron do coronavírus nos próximos dois meses, se o ritmo atual de transmissão se mantiver - advertiu a instituição, nesta terça-feira (11).

"Nesse ritmo (...), prevê-se que mais de 50% da população da região terá sido infectada com a variante Ômicron nas próximas seis, ou oito, semanas", disse o diretor da região Europa na OMS, Hans Kluge, em entrevista coletiva.

Kluge destacou que esta variante apresenta várias mutações "capazes de se fixarem mais facilmente nas células humanas" e afetar pessoas que já tiveram Covid-19 e estão vacinadas.

A região Europa da OMS é composta por 53 países e vai até a Ásia Central. Nesta área, foram registrados 7 milhões de novos casos de Covid-19 na primeira semana de 2022.

Segundo dados da OMS, desde 10 de janeiro, 26 países da região relataram que mais de 1% de sua população foi infectada a cada semana.

Kluge afirmou que essa transmissão "sem precedentes" do vírus se traduz em um aumento nas internações hospitalares, mas não no aumento da mortalidade.

A nova onda de contágios "é um desafio para os sistemas de saúde e para o atendimento de saúde em vários países onde a Ômicron se propaga em alta velocidade e ameaça sobrecarregar a situação em outros", lamentou.

"Há uma fração maior de casos assintomáticos, há uma fração menor de pessoas que precisam de internação e as taxas de mortalidade nos hospitais são menores", declarou Kluge, que destacou a eficácia das vacinas já aprovadas.

No entanto, a OMS também observou que atualmente é impossível qualificar o vírus como endêmico como é o caso da gripe.

"Ainda temos um vírus que evolui muito rapidamente e que apresenta novos desafios. Portanto, certamente não estamos a ponto de poder qualificá-lo como endêmico", afirmou a responsável pelas situações de emergência da OMS Europa, Catherine Smallwood.

"Esse vírus nos surpreendeu mais de uma vez", concluiu o diretor regional.

"O principal objetivo a ser alcançado para 2022 é estabilizar a pandemia", ressaltou.

Globalmente, a pandemia matou quase 5,5 milhões de pessoas, de acordo com um número compilado pela AFP a partir de fontes oficiais. O número real, porém, pode ser duas a três vezes maior, de acordo com a OMS.

As infecções por covid-19 voltaram a disparar nesta terça-feira (4) no mundo, com um milhão de casos em 24 horas nos Estados Unidos, cerca de 300 mil na França e mais de 200 mil no Reino Unido, ameaçando o funcionamento da saúde e de outros setores-chave.

Muitas personalidades estão entre os novos casos positivos, como o rei sueco Carlos XVI Gustavo e sua esposa Silvia, o presidente mauritano Mohamed Uld Cheikh El Ghazouani e seu homólogo de Botswana, Mokgweetsi Masisi.

Os Estados Unidos registraram um recorde mundial de mais de um milhão de casos em 24 horas, de acordo com dados de segunda-feira da Universidade Johns Hopkins.

No entanto, esse número deve ser visto com cautela, já que as contagens de segunda costumam ser muito altas devido aos atrasos das notificações do fim de semana, que neste caso foram de três dias no país por causa do Ano Novo.

Ainda assim, essa cifra representa mais do que o dobro do registado na segunda-feira anterior, depois do fim de semana de Natal, também de três dias.

Na Austrália, também houve um recorde: quase 50 mil casos diários, o que levou a população a ser testada em massa, apesar do custo.

- Licenças médicas -

A França registrou cerca de 300 mil contágios em 24 horas, informou o ministro da Saúde, Olivier Véran.

O índice de positividade (proporção de casos entre pessoas que fazem exames), já ultrapassa 15% no país, próximo ao seu recorde do final de 2020.

O Reino Unido também registrou um recorde de mais de 200 mil casos em 24 horas nesta terça-feira.

A atual onda da epidemia iniciou-se no final de 2021 com a chegada da variante ômicron, consideravelmente mais contagiosa que as anteriores.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa, o aumento de sua circulação pode favorecer o surgimento de novas variantes mais perigosas.

Embora a gravidade da ômicron pareça limitada, ela está causando um aumento nas licenças médicas e transtornos em vários setores, incluindo o da saúde.

Pelo menos seis hospitais do Reino Unido declararam "incidentes críticos" nesta terça, o que significa que a situação pode afetar os casos prioritários.

A falta de pessoal também afetou o início do ano letivo na Inglaterra, onde o governo voltou a pedir a ajuda de professores aposentados.

- Pressão sobre os não vacinados -

Em resposta ao tsunami da ômicron, os governos impuseram novas restrições e incentivaram o teletrabalho, ao mesmo tempo que pressionavam os não vacinados.

Na França, o governo quer introduzir um "passaporte de vacinação", de forma que pessoas não vacinadas não terão mais acesso a atividades de lazer nem restaurantes e bares.

O Chipre também pode anunciar novas medidas nesta quarta-feira, como a restrição a casas noturnas, locais de entretenimento e visitas domiciliares.

A ilha tem a maior taxa de infecção do mundo, com 2.505 casos por 100 mil habitantes.

No Equador, o presidente Guillermo Lasso disse na terça-feira que um milhão de pessoas precisam ainda ser vacinadas para que o país de 17,7 milhões de habitantes obtenha imunidade coletiva.

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, reconheceu um ressurgimento das infecções, mas considerou que não há motivo para alarme, pois as hospitalizações e as mortes seguem estáveis.

- Cruzeiros afetados -

A capital da Índia, Nova Délhi, também impôs novas medidas, como o confinamento durante os finais de semana.

A China confinou mais de um milhão de pessoas a mais em uma cidade no centro do país depois de detectar três casos assintomáticos, a um mês do início dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim.

A pandemia está começando a afetar viagens de cruzeiro novamente. A associação brasileira do setor anunciou na segunda a suspensão dos cruzeiros marítimos até 21 de janeiro, devido a "discrepâncias" na aplicação dos protocolos de covid, após o surgimento de surtos em três navios.

A moda também não foi poupada, e o designer italiano Giorgio Armani cancelou seus desfiles marcados para janeiro em Milão e Paris.

Apesar de tudo, a extrema contagiosidade da variante ômicron não foi acompanhada por um aumento significativo de mortes.

Desde que o vírus foi detectado em dezembro de 2019, a pandemia matou mais de 5,4 milhões de pessoas, de acordo com contagem da AFP baseada em dados oficiais.

Atual epicentro da pandemia de Covid-19, a Europa superou os cem milhões de casos detectados desde a descoberta do vírus, em dezembro de 2019, uma cifra que representa mais de um terço dos contágios do mundo, segundo contagem da AFP, feita neste sábado (1º) às 15H45 de Brasília.

Os 100.074.753 casos da região europeia (que abrange 52 países e territórios, da costa atlântica até a Rússia e o Azerbaijão) representam mais de um terço dos 288.279.803 casos no mundo desde o início da pandemia.

Com mais de 4,9 milhões de contágios nos últimos sete dias (59% a mais do que na semana anterior), esta região enfrenta níveis sem precedentes de contágios. Os dez países (exceto os micro-Estados) com incidência (número de casos em sete dias por 100.000 habitantes) mais alta do mundo estão todos na Europa, liderados por Dinamarca (2.045), Chipre (1.969) e Irlanda (1.964).

Dos 52 países e territórios da região, 17 bateram recordes nos últimos dias de casos detectados em uma semana.

Estes números são tomados dos balanços que as autoridades sanitárias de cada país comunicam diariamente. Mas uma parte importante dos casos menos graves ou assintomáticos continua não detectado, apesar do aumento dos testes de diagnóstico maciços em vários países. Além disso, as políticas sobre os testes de cada país são diferentes.

A aceleração dos contágios não é acompanhada, por enquanto, de um aumento das mortes no continente europeu. Nos últimos sete dias, foram registrados, em média, 3.413 óbitos diários, 7% a menos do que na semana anterior. Eu seu pico mais alto, a cifra alcançou uma média de 5.735 óbitos, em janeiro de 2021.

A população europeia está levemente mais vacinada do que a média mundial. Sessenta e cinco por cento dos europeus estão parcialmente vacinados e 61% estão com o esquema vacinal completo (contra 58% e 49%, respectivamente, em nível mundial), segundo dados compilados pelo site "Our World in Data".

A Holanda entrou em um novo lockdown a partir deste domingo, 19, com o objetivo de tentar conter o aumento de casos da variante Ômicron. A decisão acompanha diversas medidas e restrições dos países europeus frente ao aumento de casos impulsionado pela nova variante.

O anúncio foi feito no sábado, 18, pelo primeiro-ministro Mark Rutte. Todas as lojas, restaurantes, bares, cinemas, museus, teatros e outros serviços não essenciais devem fechar até 14 de janeiro. As faculdades e escolas poderão ser reabertas em 9 de janeiro, disse Rutte.

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Em meio ao período de festas de fim de ano, o país também limitou o número de pessoas que podem ir como hóspedes a uma casa, que caiu de quatro para duas, exceto no dia de Natal e Ano-novo. As regras fizeram com que longas filas se formassem nas lojas na manhã de sábado, quando as pessoas correram para fazer suas compras de Natal.

Jaap van Dissel, chefe da equipe holandesa de gerenciamento da pandemia, reforçou a previsão de outros países europeus de que a Ômicron deverá ultrapassar a Delta e ser dominante no final do ano. Outras nações estão impondo novamente medidas restritivas para conter a nova onda de infecções por Covid-19.

Ministros na França, Chipre e Áustria aumentaram as restrições a viagens. Paris cancelou os fogos de artifício da véspera de Ano-Novo. A Dinamarca fechou teatros, salas de concerto, parques de diversões e museus. A Irlanda impôs um toque de recolher às 20 horas em pubs e bares, além da participação limitada em eventos internos e externos.

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, ressaltou a preocupação com o aumento de casos e o potencial de sobrecarregar o sistema de saúde. No sábado, foi implementada uma medida que permite que os conselhos locais na capital britânica possam coordenar os trabalhos de forma mais próxima com os serviços de emergência, decisão tomada após sexta-feira, quando foi registrado o maior aumento de infecções em 24 horas desde o início da pandemia. A Ômicron é agora a variante dominante do coronavírus em Londres e os esforços foram intensificados para alcançar as pessoas que ainda não foram vacinadas.

No Reino Unido, os casos diários confirmados dispararam para números recordes nesta última semana. O governo impôs uma nova exigência para o uso de máscaras em ambientes fechados e ordenou que as pessoas apresentassem prova de vacinação ou um recente teste de coronavírus negativo para entrarem em boates e grandes eventos.

Cientistas estão alertando o governo britânico da possibilidade dos hospitais ficarem lotados. A Grã-Bretanha e outras nações estão acelerando o ritmo das doses de reforço depois que dados preliminares - de pesquisas não revisadas por pares - mostraram que duas doses da vacina foram menos eficazes contra a variante Ômicron. Shopping centers, catedrais e estádios de futebol na Grã-Bretanha foram convertidos em centros de vacinação em massa.

Na Irlanda, o primeiro-ministro, Micheal Martin, disse, em discurso na sexta-feira, que as novas restrições são necessárias para proteger vidas. "Estamos todos exaustos com a Covid-19 e as restrições que ela exige. As voltas e reviravoltas, as decepções e as frustrações afetam muito a todos. Mas é com a realidade que estamos lidando".

Na França, o governo anunciou que começará a vacinar crianças de 5 a 11 anos a partir desta quarta-feira. O primeiro-ministro Jean Castex disse, na sexta-feira, que com a variante Ômicron se espalhando como "um raio", o governo propôs exigir uma prova de vacinação para quem entra em restaurantes, cafés e outros estabelecimentos públicos. A medida pendente requer aprovação parlamentar.

As medidas não agradam todos os europeus. Críticos das últimas restrições fizeram protestos em Londres, Paris, Hamburgo, Berlim, Dusseldorf, e outras cidades alemãs e austríacas.

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou, em resumo técnico publicado no último dia 17, que a variante Ômicron já foi detectada em 89 países. Os casos de Covid-19 da nova variante estão dobrando a cada 1,5 a 3 dias em locais com transmissão local na comunidade. Segundo o documento, as principais questões sobre a nova cepa permanecem sem resposta, incluindo a gravidade da doença provocada por ela e se as vacinas contra a Covid-19 existentes conferem proteção. A vantagem significativa de crescimento da Ômicron sobre a Delta faz com que seja provável que a nova variante supere a Delta em países com transmissão local, alertou a OMS.

(Com agências internacionais)

Partida sem público nos estádios da Alemanha. Jogos adiados no Campeonato Inglês e na NBA. Recorde de casos em um único dia na NFL, liga profissional de futebol americano... O esporte não está imune à Covid-19. O surgimento de variantes do vírus, como o Ômicron, recoloca novamente todos em estado de alerta.

No Bayern de Munique, o surto começou pela falta de imunização. Joshua Kimmich e outros quatro jogadores decidiram não se vacinar. Destaque da equipe, o volante contraiu o vírus, teve complicações pulmonares e agora mudou de ideia. Nesta mesma época, os portões dos estádios na região da Baviera foram fechados ao público por causa do aumento de casos.

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A imunização, no entanto, não impediu um surto de covid-19 nos elencos de Tottenham e Manchester United. As duas equipes da Inglaterra registraram diversos casos da doença e tiveram jogos adiados. O United fechou até o Centro de Treinamento para evitar uma disseminação ainda maior entre os jogadores.

OUTRO CONTINENTE - Saindo da Europa para os Estados Unidos, o Chicago Bulls, da NBA, também foi afetado pela covid-19. Ao todo, dez jogadores, entre eles os astros Zach LaVine e DeMar DeRozan, testaram positivo. Os jogos, assim como ocorreu no momento mais difícil da pandemia, tiveram de ser adiados.

A liga americana de basquete tem apenas 3% dos atletas sem imunização. O caso mais emblemático é de Kyrie Irving, do Brooklyn Nets, que ainda não atuou na temporada por defender uma equipe de Nova York, onde é obrigatório se vacinar para entrar em quadra.

Na segunda-feira, a NFL registrou 37 testes positivos para covid-19, o maior número em um único dia desde o início da pandemia em março de 2020. Entre os contaminados, além de jogadores como Cedrick Wilson, do Dallas Cowboys, está uma funcionário da equipe de Washington, que testou positivo para a variante Ômicron. É o primeiro caso conhecido dessa cepa na NFL. Em 17 de novembro, na última atualização da liga sobre o tema, mais de 94% dos jogadores da NFL haviam sido vacinados e quase 100% do pessoal (não jogadores) também.

EXPLICAÇÃO - Para Rômulo Neris, virologista e doutor em Imunologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os casos serão frequentes mesmo entre os jogadores imunizados. "A primeira consideração a fazer é que nenhum esquema vacinal vai proteger 100% uma pessoa. As duas doses de vacina contribuem com a redução do risco relativo. A dose de reforço aumenta a eficácia. A vacina nunca foi uma garantia de imunidade total à doença. A eficácia é consideravelmente alta e as vacinas são úteis nos casos de prevenção de hospitalização e óbitos", explicou.

O avanço da variante Ômicron, segundo Rômulo Neris, precisa ser combatido com uma dose de reforço. A NFL, aliás, cita este cenário em um documento interno que foi obtido pela ESPN americana. A liga comunica que os jogadores terão de ser novamente vacinados para minimizar os riscos de contaminações.

"Em relação à variante Ômicron, ela tem um certo grau de escape para o esquema vacinal de duas doses. Teoricamente, o indivíduo vacinado pode ser infectado pela Ômicron com mais facilidade do que seria pela variante Delta. Ainda assim é mais difícil do que um não vacinado. Esse perfil parece ser revertido com a terceira dose", afirmou o virologista.

PÚBLICO - NBA e NFL, neste momento, não estudam fechar novamente ginásios e estádios, como foi feito na Alemanha. Mas o virologista Paulo Eduardo Brandão, da USP, alerta que os torcedores costumam ficar próximos nesses locais e, em algumas vezes, se descuidam do uso da máscara. Rômulo Neris concorda. "Ambientes esportivos favorecem esse cenário de disseminação, porque concentram um grande número de pessoas por um período significativo de tempo com um perfil elevado de circulação."

No Brasil, por enquanto, os casos no esporte continuam controlados. Mas, segundo os especialistas, não se pode descuidar dos protocolos.

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