O senador e ex-juiz da Operação Lava Jato, Sérgio Moro (União Brasil-PR), discutiu com o senador Fabiano Contarato (PT-ES), durante uma votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, nesta quarta-feira (29). A sessão debatia o Projeto de Lei (PL) 1.899/2019, que proíbe a contratação de pessoas condenadas por crime hediondo.
O embate começou quando o senador petista criticou a atuação de Moro durante o período em que foi juiz da Operação Lava Jato e ministro da Justiça do ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL). Em 2018, Sérgio Moro foi o responsável por emitir a sentença que deixou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) preso.
##RECOMENDA##"Não soube se portar como juiz, violou o princípio da paridade de armas, violou o contraditório e ampla defesa, violou o que é mais sagrado dentro do processo penal, os fins não justificam os meios. Não satisfeito, integrou o Ministério da Justiça e saiu denunciando interferência da Polícia Federal", disse Contarato.
Em resposta, o ex-juiz criticou os governos do Partido dos Trabalhadores no executivo federal. “Não vou falar aqui do roubo da Petrobras de R$ 6 bilhões nos governos do PT, o seu partido. Não vou falar aqui que a condenação do presidente da República foi feita não só por mim, mas por três juízes em Porto Alegre, por cinco juízes no STJ e a anulação depois foi por motivos formais, ninguém declarou o presidente inocente”, exclamou.
O senador petista se irritou com a declaração de Sérgio Moro, interrompeu o senador e lembrou que o parlamentar foi considerado suspeito no processo que levou Lula à prisão em 2018. “Foi reconhecido que o senhor foi suspeito, isso é a pior chaga. É uma decadência moral”, frisou Fabiano Contarato.
Em junho de 2021, por 7 votos a 4, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que Moro agiu de forma parcial na ação penal contra Lula referente ao triplex no Guarujá (SP). Mesmo com o mandato de senador tão recente, esta não é a primeira vez que Sérgio Moro discute com um aliado da atual gestão durante os trabalhos do Senado.
No dia 15 de março, o parlamentar entrou em confronto com o senador pelo estado de Sergipe, Rogério Carvalho (PT). O petista disse que Moro teve “uma atuação criminosa” contra Lula e Moro rebateu afirmando que o PT foi protagonista de casos de corrupção no país.