Tópicos | Festa Literária Internacional de Paraty

A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu ontem (28) um processo de investigação para apurar uma denúncia de discriminação racial contra uma trabalhadora de uma das casas da programação parceira da Festa Literária Internacional de Paraty. O caso foi levado pela vítima à delegacia, mas, segundo a corporação, o delegado titular da 167ª Delegacia de Polícia (Paraty) registrou a ocorrência como fato atípico. O termo significa que a ocorrência não está tipificada criminalmente.

"Segundo o delegado titular, foi realizado um registro de ocorrência de fato atípico, visto que, segundo a autoridade policial, não ficou vislumbrado de plano [no momento do registro de ocorrência] a existência de dolo subjetivo e vontade de injuriar", diz nota enviada pela assessoria de imprensa da Polícia Civil, que acrescentou que "o caso segue sendo investigado".

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O jornal O Globo noticiou na sexta-feira que Sara Cristina Trajano da Silva, funcionária da editora Patuá, denunciou ter sido discriminada pelo diretor da editora da PUC-SP (Educ), José Luiz Goldfarb. Ambos participavam da programação da Casa do Desejo, espaço parceiro da programação principal.

De acordo com a reportagem, Sara conta que Goldfarb disse que "era por causa de pessoas da cor dela que o mundo estava assim". O jornal carioca também ouviu o editor, que negou ter dito a frase preconceituosa e afirmou ter criticado o autoritarismo de pessoas progressistas.

Em nota, a Flip se posicionou repudiando "todo e qualquer ato de violência, racismo e discriminação". "Diante do fato, [a Flip] recomendou aos organizadores da Casa do Desejo que peçam substituição do representante da editora PUC-SP em seu espaço. A organização da festa literária seguirá no acompanhamento do caso nos próximos dias", completa a nota.

A Casa do Desejo também se manifestou por meio de nota e disse estar dando todo o apoio à colaboradora "que foi desrespeitada enquanto trabalhava para que o evento pudesse acontecer", narra o texto. "Racismo é um crime que precisamos combater e estar sempre vigilantes". 

Em nota à imprensa, a organização da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) e a TV Globo informaram hoje (27) que o escritor Anderson França participará, nesta sexta-feira (28), por videoconferência, da mesa Literatura em Todas as Plataformas.

"Atendendo a uma orientação da Flip, a Globo redefiniu a participação do escritor Anderson França na mesa Literatura em Todas as Plataformas, realizada em parceria pelas duas instituições e prevista na programação da FlipZona. A sua presença está confirmada através da entrada, ao vivo, por videoconferência. A decisão foi tomada em comum acordo com o escritor, a fim de garantir a sua participação e o diálogo com o público presente", diz a nota.

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França teria recebido ameaças de morte pore-mail. As ameaças não foram confirmadas, nem desmentidas pela Flip.

Diretor da primeira agência de conteúdo do Complexo da Maré, Anderson França é conhecido por seus artigos no Facebook, nos quais relata casos de violação de direitos humanos. Ele é autor do livro Rio em Shamas, publicado no ano passado pela Editora Objetiva, hoje pertencente ao grupo Companhia das Letras.

O escritor foi procurado pela Agência Brasil, mas não respondeu à mensagem enviada.

No último dia 21, a Delegacia de Repressão Aos Crimes de Informática comunicou a abertura de inquérito para investigar ameaça de morte ao escritor. França disse que sofreu ofensas de cunho racista de um internauta durante fórum de estudantes de uma 

Considerada pela revista Fast Company a empresa de educação mais inovadora no mundo em 2016, a Babbel aproveita a 15ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que começa hoje (26) à noite, para perguntar a escritores convidados do evento quais livros e filmes eles indicariam para pessoas que desejam aprender seus idiomas de origem. Companhia internacional com sede em Berlim, a Babbel dedica-se ao ensino online de 14 idiomas,

A Babbel tem foco na linguagem, na literatura e no multiculturalismo, disse à Agência BrasilJulie Krauniski, relações públicas  da empresa. A empresa conta com uma equipe de mais de 450 profissionais de 39 nacionalidades, sendo 15 do Brasil, onde atua há dois anos.

“Falar muitas línguas não é só uma questão acadêmica ou de habilidades. Falar várias línguas abre uma porta para um universo diferente", afirmou Julie.  Segundo a relações públicas, tudo que é relacionado a linguagem e a multiculturalismo interessa à Babbel. "A Flip é um festival literário que tem tradição no Brasil e escolhe sempre escritores muito bons, do mundo todo. Por isso, decidimos perguntar a alguns autores internacionais que livros e filmes eles recomendariam para estrangeiros entenderem melhor o país de cada um no idioma original.”

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Brasil

Em sua estreia literária, o brasileiro Jacques Fux, natural de Belo Horizonte, ganhou o Prêmio São Paulo de 2013 com a obra Antiterapias. No romance mais recente, Meshugá, o tema é a loucura. Na obra, Fux reinventa a vida e a obra de nomes como a filósofa Sarah Kofman e o cineasta Woody Allen. Para entender o Brasil, Fux recomenda o livro K. Relato de uma Busca, de Bernardo Kucinsky, da editora Companhia das Letras,  e o filme O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger.

Jacques Fux lembrou que o Brasil foi formado por diferentes povos e culturas. Sua literatura explora a questão judaica e a influência do povo judeu no Brasil. Por isso, disse Fux, é que indica o livro de Kucinsky e o filme de Hamburger. "Tanto o livro quanto o filme abordam o período da ditadura militar no Brasil, mas falam também do antissemitismo, da assimilação e do amor pelo futebol, temas muito importantes e relevantes na construção política e cultural do Brasil”, explicou o escritor.

Islândia

O autor slandês Sjón (abreviatura de Sigurjón Birgir Sigurðsson), cuja obra é influenciada por contos de fada e pela mitologia nórdica e já foi traduzida para mais de 30 idiomas, sugeriu o livro O Cisne, de Guðbergur Bergsson, editado pela Rocco, e o filme é O Albino Noi, com direção de Dagur Kári. Bergsson e Kári também são islandeses.

Ao comentar o livro, Sjón ressaltou que ele mostra "a beleza, a crueldade e a estupidez da pequena sociedade vistas pelos olhos de uma menina de 9 anos, que foi enviada para trabalhar numa fazenda como punição por furto. "Guðbergur Bergsson mapeou a mentalidade islandesa melhor do que qualquer outro autor contemporâneo”, disse Sjón. Sobre o filme, que relata a história de uma adolescente rebelde, Noi, moradora de uma vila próxima de um fiorde da costa oeste islandesa, Sjón afirmou: “em uma sociedade tão pequena, não é preciso tanta rebeldia para arrumar encrenca. O diretor cria uma miniatura incrível da Islândia moderna”.

O escritor é também compositor e um dos principais parceiros da cantora Björk. Seu novo livro, Pela Boca da Baleia, será lançado durante a Flip deste ano.

Angola

O rapper e ativista político Ikonoklasta, como é conhecido no meio musical o autor angolano Luaty Beirão, publicou em 2016 o livro Sou Eu Mais Livre, Então, um diário escrito na prisão. Ikonoklasta foi preso por ter lido, em 2015, um livro considerado subversivo pelo governo de José Eduardo dos Santos. O livro é considerado um testemunho da resistência de Angola. Para Luaty Beirão, quem quiser entender seu país tem de ler A Geração da Utopia, de Pepetela, que considera “um bom ponto de partida para perceber a geração de angolanos que segurou o poder e se mantém até hoje, lá amarrada. Essas pessoas destruíram o sonho comum – depredando o que deveria ser de todos – para enriquecimento pessoal. O livro explica muita coisa”.

O filme que ele indica, É Dreda Ser Angolano (Mambo Tipo Documentário), dá uma breve ideia sobre a vida na capital, Luanda. “Não chega a ser um documentário, porque inserimos pequenos e bem localizados elementos de ficção. Por isso o chamamos de mambo tipo documentário. Ele foi inspirado em um álbum de música do Conjunto Ngonguenha”, disse o escritor.

Suíça

Nascida na Suíça em 1975, Prisca Agustoni é poeta, tradutora e professora. Mora no Brasil desde 2003 e dá aula de literatura comparada na Universidade Federal de Juiz de Fora, cidade mineira onde reside atualmente. Para entender a Suíça, ela sugere o livro L'anno della valanga, de Giorgio Orelli, publicado pela editora Casagrande, de Bellinzona. Não há edição em português. Prisca não recomendou nenhum filme.

Espanha

A jornalista e escritora espanhola Pilar del Río é viúva do autor português José Saramago, que conheceu em 1986 e cuja obra traduziu para o castelhano. Em 2016, recebeu o Prêmio Luso-Espanhol de Arte e Cultura por sua dedicação "à defesa dos direitos humanos, à promoção da literatura portuguesa e ao intercâmbio da cultura portuguesa, espanhola e latino-americana". Suas oções para entender a Espanha são o livro Los Aires Difíciles, de Almudena Grandes, e o filme La Vaquilla, de Luis García Berlanga.

França

O escritor francês Patrick Deville foi adido e professor em Cuba, em países da África e do Golfo Pérsico, antes de estrear na literatura em 1987. Seu livro mais recente publicado no Brasil é Peste e Cólera. Para entender a França, Deville recomenda o livro À la Recherche du Temps Perdu(Em Busca do Tempo Perdido), de Marcel Proust, e o filme Vivre Sa Vie (Viver a Vida), de Jean-Luc Godard.

Referência

O português falado no Brasil foi lançado como um dos idiomas de referência do aplicativo Babbel em 2012 e é considerado o sexto idioma de maior procura, informou Julie Krauniski. O Brasil é o quinto maior mercado da Babbel no mundo e o primeiro na América Latina, correspondendo a 60% da procura pelos cursos da empresa de educação alemã na região. Os brasileiros são os que mais se inscrevem para aprender com a Babbel, e os cursos que eles mais buscam são inglês, francês,alemão, italiano e espanhol.

Fundada há 10 anos na Europa, a escola tem cerca de 1 milhão de alunos no mundo inteiro e oferece cursos de 14 idiomas: inglês, alemão, dinamarquês, espanhol, francês, holandês, indonésio, italiano, norueguês, polonês, português brasileiro, russo, sueco e turco.

Após 15 anos de existência, pela primeira vez a Festa Literária Internacional de Paraty convidou mais homens do que mulheres para sua programação. A edição contará com 24 mulheres e 22 homens nas 22 mesas do evento, que acontece dos dias 26 a 30 de junho. Além disso, em 2017 autores menos conhecidos e pequenas editoras ganharão mais destaque.

Outro diferencial dessa edição é que, segundo os organizadores, 30% dos autores escolhidos são negros. No ano passado, uma carta aberta publicada por professoras da UFRJ acusavam a Flip de estar promovendo um "Arraiá da Branquidade". As críticas eram direcionadas ao fato de que não havia autoras negras em meio às escolhidas para o evento.

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Em 2017, além desse aumento de autores, o homenageado Lima Barreto também representa os afrodescendentes, e Lázaro Ramos será o responsável por dar voz ao escritor na abertura do evento.

Por trás dessas mudanças há a volta de uma mulher à frente da curadoria. Nesta edição, Josélia Aguiar substitui Paulo Werneck, que comandou a programação por três anos. Ela é a segunda mulher a assumir esse posto, que não tinha uma figura feminina desde 2005-2006, quando Ruth Lanna foi a primeira mulher curadora. 

"Não estou criando uma programação como resposta às edições anteriores, ou para atender às expectativas mais imediatas", diz Josélia, que explica ainda: "Não foi fácil, sabemos que isso não representa ainda o mercado. A oferta de homens é maior, eles são mais premiados, mais conhecidos". Segundo a curadora, é preciso repensar a representatividade nesses eventos. 

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Millôr Fernandes (1923-2012) deixou uma legião de fãs e alguns discípulos, como o humorista Reinaldo Figueiredo, membro do Casseta & Planeta que, quando pequeno, se divertia lendo o autor na revista O Cruzeiro. "Aquilo dava vontade de sair desenhando e escrevendo", relembra. Depois, passou a acompanhar todos os passos do mestre na Pif Paf, no Pasquim, na Veja, etc. "Mais adulto, pensando nisso de novo é que entendi o motivo dessa minha reação de leitor infantojuvenil. É que aquelas páginas davam uma sensação de liberdade total e de que tudo é possível. Duas páginas onde podia acontecer muita coisa: artes gráficas, desenho, poesia, sátira política, fábulas, filosofia, teatro, crônica, paródias de estilos variados. Isso tudo me influenciou", explica.

Reinaldo está lançando A Arte de Zoar, uma coletânea de cartuns, e é um dos convidados da Festa Literária Internacional de Paraty que reúne, a partir desta quarta-feira, 30, até domingo, 02, no litoral fluminense, escritores de 15 nacionalidades e presta homenagem ao profissional de múltiplos talentos que foi Millôr, jornalista, humorista, artista gráfico, caricaturista, cartunista, escritor, dramaturgo, tradutor e colaborador do jornal O Estado de S.Paulo entre 1996 e 2000. Além de trazer o autor para o centro de debates, a homenagem motivou o lançamento e relançamento de mais de uma dezena de livros.

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A conferência de abertura do festival será feita pelo crítico de arte Agnaldo Faria nesta quarta à noite. Na sequência, Reinaldo e Hubert, também do Casseta & Planeta, entrevistam o cartunista Jaguar. Na sexta, 01, Cássio Loredano, Claudius e Sérgio Augusto, colunista do jornal O Estado de S.Paulo, participam da mesa O Guru do Méier. Os encontros serão na Tenda do Autor. No sábado, 02, Reinaldo e Chico Caruso estarão na mesa O Estilo Millôr, na Casa de Cultura, que sediará a exposição Millôr, 90 Anos de Nós Mesmos, com fotos, cartazes e imagens que contam sua vida e trajetória profissional. E durante o evento circularão cinco edições do Daily Millor, jornal com textos e desenhos de nomes como Luis Fernando Verissimo e Antonio Prata.

"Millôr escreveu certa vez que aceitaria tudo, menos uma estátua. Então nós nos esforçamos para não erguer uma estátua de bronze e fazer uma homenagem calorosa, colorida", comenta o curador Paulo Werneck.

Entre os lançamentos, destaque Millôr 100 + 100: Desenhos e Frases, com material selecionado por Sérgio Augusto e Loredano no acervo do homenageado, que está sob a guarda do Instituto Moreira Salles. A obra será lançada na quinta, 31, na Casa IMS, que abrigará ainda uma mostra de desenhos de Millôr.

Pela Nova Fronteira, sairão o inédito Guia Millôr da História do Brasil: de Cabral a Lula e os infantis ABC do Millôr e Poesia Matemática, com novas ilustrações de Ana Terra e Ivan Zigg, respectivamente. Já a Companhia das Letras lança Tempo e Contratempo, primeiro título dele, publicado em 1949 com poemas, contos, crônicas, sátiras e piadas visuais que saíram na Pif Paf, e ainda Esta É a Verdadeira História do Paraíso, Essa Cara Não me É Estranha e Outros Poemas e The Cow Went to the Swamp - A Vaca Foi Pro Brejo - seu antimanual de tradução.

Mas Millôr foi, também, tradutor sério e a L&PM reúne, em Shakespeare Traduzido por Millôr Fernandes, seu trabalho com as peças Hamlet, Rei Lear, A Megera Domada e As Alegres Matronas de Windsor. A editora gaúcha manda para as livrarias a 16ª edição de Millôr Definitivo - A Bíblia do Caos, que está completando 20 anos e que traz 5.299 frases, e relança os livros de bolso Kaos, O Homem do Princípio ao Fim, Poemas e Hai-Kais. Por falar em haicais, sairá, pela Edições de Janeiro, Haicai do Brasil, organizada por Adriana Calcanhotto - Millôr é um dos 33 autores da obra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Paulo Werneck, de 35 anos, é o novo curador da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip. Ele substitui Miguel Conde, curador das duas últimas edições do evento que ocorre na cidade fluminense. Filho do cronista do Estado Humberto Werneck, Paulo foi, durante cinco anos, editor de literatura da Cosac Naify. Trabalhou outros seis anos na Companhia das Letras, como editor-assistente. Editou também a revista literária Ácaro, em parceria com Chico Mattoso, e o caderno Ilustríssima, da Folha de S.Paulo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O segundo romance policial do escritor irlandês John Banville, O cisne de prata, chega às livrarias brasileiras, pela editora Rocco, neste sábado (23). O novo livro de Benjamin Black, pseudônimo de John Banville, foi traduzido por Talita Rodrigues e narra a volta do patologista Garret Quirke – protagonista de O pecado de Christine, também lançado pela Rocco – em uma trama de suspense com desdobramentos surpreendentes.

O escritor irlandês confirmou presença na 11ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, que acontece entre os dias 3 e 7 de julho em Paraty. Além do livro O cisne de prata, John vai lançar, na Flip, o seu 16º romance, Luz Antiga, pela Globo Livros.

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Serviço

O cisne de prata, de Benjamin Black (pseudônimo de John Banville)

 

Vencedora do Prêmio Nobel de Literatura em 2009, Herta Müller alegou motivos de sáude para cancelar sua participação no ciclo de debates Fronteiras do Pensamento, que acontece em São Paulo e Porto Alegre. Além disso, a escritora romeno-alemã também estava cotada para participar da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), que ocorre no mês de julho, em Paraty, no Rio de Janeiro.



Este final de semana é o último para conferir a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que acontece há 10 anos, reunindo renomados escritores nacionais e de vários países. Este ano, a festa comemora os 110 anos de nascimento do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, que, assim como os modernistas, segue a libertação proposta por Mário e Oswald de Andrade com o uso do verso livre.

Neste sábado (7), a Flip recebe os escritores Roberto da Matta, Suketu Mehta, Ian McEwan, Jennifer Egan entre outros. Já no domingo (8), a festa conta em seu encerramento com a presença de Jackie Kay, Fabrício Carpinejar, Rubens Figueiredo e Francisco Dantas. Veja a programação para este sábado e domingo.

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Confira um dos poemas mais conhecidos de Carlos Drummond de Andrade, o Poema de sete faces, poema escrito no dia de natal, no ano de 1928:

Poema de sete faces

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
 
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos , raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
 
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
 
Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo,
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
 
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

Foi divulgada nesta quinta-feira (17) a programação da 10ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, de 4 a 8 de julho deste ano.

Em 2012, participam nomes de destaque no cenário da literatura mundial. No segundo dia da festa, marcam presenças na mesa Autoritarismo, passado e presente, Luiz Eduardo Soares e Fernando Gabeira, com mediação de Zuenir Ventura. Já nos dias 6 e 8 de julho, o poeta homenageado do evento, Carlos Drummond de Andrade é tema das mesas Drummond o poeta moderno, com Antônio C. Secchin e Alcides Villaça e Drummond o poeta presente, com com Armando Freitas Filho (em vídeo), Eucanaã Ferraz e Carlito Azevedo, ambas mediadas por Flávio Moura. 

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Cidade e democracia é o tema de uma das mesas do dia 7, que traz Richard Sennett e Roberto Da Matta e mediação de Guilherme Wisnik. No último dia da programação, na mesa Livro de cabeceira, autores convidados leem e comentam trechos de seus livros prediletos. Ainda participam da programação o francês Le Clezio, o quinto ganhador de um prêmio Nobel que participa da Flip desde a primeira edição da festa, a americana Jennifer Egan, ganhadora do Pulitzer Prize for Fiction em 2011, os cartunistas brasileiros Laerte e Angeli e a aplaudida escritora portuguesa Dulce Maria Cardoso.

 

10 anos da Flip - Compondo a programação especial da comemoração, serão lançados dois livros e um DVD que retratam a história da Flip. A primeira celebração será feita pelo cronista gaúcho Luis Fernando Veríssimo, na conferência de abertura do evento, quando ele presta uma homenagem fazendo uma crônica a partir do título Flip ano dez, comentando as mudanças vividas pelo Brasil nesses dez anos.

Editado pela criadora da festa, Liz Calder, o livro 10/Ten, ilustrado por Jeff Fisher, traz contos e ensaios inéditos dos autores brasileiros Bernardo Carvalho, Milton Hatoum, Cristóvão Tezza, Beatriz Bracher e Reinaldo Moraes e de cinco estrangeiros: Ian McEwan, Margaret Atwood, Nadine Gordimer, Julian Barnes e Colm Toibin. Também vai ser lançado o livro Flip - Dez Anos, que foi escrito como reportagem pelos jornalistas convidados Zuenir Ventura, Angel Gurría Quintana, Sergio Augusto e Humberto Werneck, com imagens e textos exibindo os momentos mais importantes das edições anteriores.

Além dos lançamentos literários, o DVD O Ofício do Escritor mostra uma montagem temática a partir das apresentações dos autores nas mesas sobre alguns tópicos, como a criação de personagens e o ritual de escrever. O DVD, dirigido por Gustavo Moura e com curadoria de Flávio Moura, é o primeiro material que reúne os registros das mesas e debates das edições anteriores.

Durante os dias da Festa Literária, uma exposição com fotos de Walter Craveiro ficará em cartaz, com registros de todas edições da Flip. Também comemorando a primeira década da festa, a Flip publica periodicamente em seu novo blog depoimentos de autores, curadores e amigos que fizeram parte da história da festa. Participam desta homenagem o pernambucano Xico Sá, Marçal Aquino, Valter Hugo mãe e Zuenir Ventura.

Os ingressos começam a ser vendidos no dia 4 de junho pela internet, no site da Tickets for Fun. Os valores variam entre R$ 40 (tenda dos autores), R$ 30 (show de abertura) e R$ 10 (casa da cultura). Após o dia 3 de julho, as entradas só podem ser compradas em Paraty.

Serviço
10ª Festa Literária Internacional de Paraty 
4 a 8 de julho
Paraty, Rio de Janeiro
www.flip.org.br

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