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O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar, durante encontro com apoiadores na  manhã desta segunda-feira (19), a aprovação de R$ 5,7 bilhões, incluídos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), para o fundo eleitoral de 2022. Bolsonaro também reforçou ataques ao deputado Marcelo Ramos (PL-AM), vice-presidente da Câmara e quem presidiu a sessão que aprovou o texto da LDO.

Segundo Bolsonaro, Ramos é "insignificante" e atropelou o Regimento Interno da Câmara para não permitir que votassem em separado o dispositivo sobre aumentar o fundão eleitoral. "Agora cai para mim sancionar ou vetar. Tenho 15 dias úteis para decidir", completou o presidente.

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Neste domingo (18), na saída do Hospital Vila Nova Star, o presidente havia indicado que poderia vetar a mudança. Logo após ter alta médica e deixar o Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, o presidente procurou minimizar a cobrança sobre parlamentares bolsonaristas que endossaram o acréscimo de dinheiro público para as eleições do ano que vem.

Entre os principais partidos beneficiados pelo fundão turbinado, estão o PSL, ex-partido de Bolsonaro, e o PT. Apesar de beneficiado, o PSL se manifestou contra a proposta após a aprovação do texto. A proposta, entretanto, foi aprovada em votação simbólica sem objeção dos parlamentares do partido.

"Que covardia da mídia, nós aprovamos a LDO no ano passado. Tem que aprovar a LDO para a gente dar prosseguimento ao Orçamento. Agora, no meio da LDO, o relator botou lá quase R$ 6 bilhões para o fundo partidário. Covardia da mídia. Pegaram o nome dos deputados que votaram a LDO: Olha, eles votaram para aumentar o fundão", afirmou o presidente. Segundo Bolsonaro, o PT, que orientou e votou contra a lei de diretrizes orçamentárias, o fez porque quer inviabilizar o governo.

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), rebateu a acusação do presidente Jair Bolsonaro de que ele seria o principal responsável pela aprovação de um orçamento de R$ 5,7 bilhões para o fundo eleitoral em 2022.

Ramos presidiu a sessão que deu aval na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo ano a um aumento de 185% em relação aos R$ 2 bilhões de dinheiro público destinados aos partidos nas disputas municipais do ano passado. É também mais que o triplo do que foi destinado às eleições de 2018, quando foi distribuído R$ 1,8 bilhão.

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Ao deixar o Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde ficou internado para tratar uma obstrução intestinal, Bolsonaro acusou Ramos de atropelar a votação da LDO. Para o presidente, o parlamentar "passou por cima" e não pôs em votação um destaque que alteraria o texto para suprimir a previsão de reajuste do fundo eleitoral. Bolsonaro sinalizou que pode vetar o valor aprovado pelo Congresso.

"Eu não tenho muito tempo para ficar batendo boca com o presidente (Bolsonaro) por conta dessas palavras que ele joga ao vento. Mas quero lembrar com muita serenidade ao presidente que quem encaminhou a LDO com previsão de fundo eleitoral para o Congresso foi o governo dele. E quem articulou a votação na CMO para definir o valor e quem articulou a votação em plenário foram os líderes do governo dele", respondeu Marcelo Ramos.

Uma tentativa de barrar o fundão eleitoral teve o apoio de apenas cinco partidos. Cidadania, PSOL, Podemos e PSL foram os únicos a apoiarem uma mobilização feita pelo Novo, para rejeitar o fundo de R$ 5,7 bilhões. Como a votação deste destaque foi simbólica, não é possível saber exatamente como votou cada parlamentar em relação a esse tema, especificamente.

A única votação nominal feita refere-se ao texto geral da LDO, que tratava de toda aplicação do dinheiro público no País, e não apenas de repasses para campanha. Marcelo Ramos lembrou hoje que apenas presidiu a sessão e argumentou que não houve protestos sobre a condução das votações pelos líderes do governo e nem pelo líder do partido do filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

"Vale a pena lembrar que eu nem voto nessa matéria, porque só presidi a sessão. Quem votou a favor foram os filhos dele, tanto na Câmara (Eduardo) quanto no Senado (Flávio)", acrescentou Ramos. "Ele (Bolsonaro) deveria é dizer que vai vetar, mas vai tentar arrumar alguém para responsabilizar também, porque é típico dele e dos filhos correr das suas responsabilidades e obrigações", completou o vice-presidente da Câmara.

Com a impossibilidade de receber dinheiro de empresas e o baixo índice das doações originadas da população em tempos de pandemia, os políticos parecem ter aprendido a usarem mais e melhor a verba do fundo eleitoral. Na corrida pela prefeitura de São Paulo, por exemplo, quase 93% dos gastos na campanha são oriundos dos valores distribuídos pelos cofres públicos às legendas partidárias.

De acordo com o levantamento do Jornal Metro, a partir das prestações de contas das legendas, R$ 9 de cada R$ 10 gastos pelas siglas em campanha são do fundo partidário. Entre os candidatos que afirmaram ter investido 100% da verba pública na campanha até agora estão Jilmar Tatto (PT), que usou R$ 4,4 milhões, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL), que declara o emprego de R$ 2 milhões, e o líder nas pesquisas de opinião Celso Russomanno (Republicanos), que alega ter aplicado R$ 500 mil desde o início da corrida eleitoral.

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Já entre os postulantes ao executivo municipal que declararam uso de um porcentual menor que o total do fundo eleitoral estão o atual prefeito Bruno Covas (PSDB), que gastou R$ 7,6 milhões, Guilherme Boulos (PSOL), com o investimento de R$ 1,2 milhão (74,2%), e Márcio França (PSB), que usou R$ 510 mil (98%) da verba pública. São repassados R$ 18,9 milhões aos partidos. Desse total, R$ 17,5 milhões foram empregados pelas legendas. Apenas os candidatos Arthur do Val (Patriota) e Filipe Sabará (Novo) garantem que farão toda a campanha sem usar os recursos dos cofres públicos.

O fundo eleitoral, criado em 2017, fez com que as campanhas deixassem de ser amparadas por empresas interessadas em benefícios próprios com a eleição de quem financiavam. A medida também impediu a prática de outros crimes eleitorais, como o famoso "caixa 2".

No total, R$ 2 bilhões de verba pública são revertidos para as campanhas políticas. Junto ao recurso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também autoriza que os partidos arrecadem fundos por meio de doações coletivas em nome de pessoas físicas. No entanto, entre todas as legendas, o montante acumulado com os donativos do eleitorado não chega a R$ 1,4 milhão em 2020.

Um dos principais temas abordados pelos candidatos do Partido Novo é a decisão de abrir mão das verbas do Fundo Eleitoral de Financiamento de Campanha, também conhecido como Fundo Eleitoral, para as Eleições Municipais de 2020. O candidato a prefeito do Recife da sigla, Charbel, desafiou seus concorrentes a tomarem a mesma atitude.  

“O candidato João Campos, por exemplo, já bateu o teto de arrecadação da eleição, usando apenas o Fundo Eleitoral. Ou seja, 7,5 milhões de reais. O Partido Novo não usa nem nunca usou o Fundo Eleitoral a que tem direito. Dinheiro público não é para financiar campanha. Acho que as lideranças de todos partidos que fazem uso do fundo deveriam reconsiderar utilizar este dinheiro que, afinal, é dos cidadãos. Desafio todos a seguirem o nosso caminho. O Novo tinha direito a 35 milhões de reais e devolvemos. Durante o ano, vi muita gente dizendo que não votaria em quem usasse o fundo eleitoral. Pois é... Chegou a hora de manter a palavra para depois poder cobrar dos eleitos o mesmo”, disse Charbel. 

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De acordo com a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997), as verbas do FEFC que não forem utilizadas nas campanhas eleitorais são devolvidas ao Tesouro Nacional, integralmente, no momento da apresentação da respectiva prestação de contas. De acordo com o procurador municipal, o dinheiro que volta para o Tesouro pode ser usado para saúde, educação, segurança e outros benefícios para a população.

*Da assessoria de imprensa

Apenas 11 dos 33 partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cumpriram, até o momento, todas as exigências previstas na legislação e foram habilitados a receber recursos do Fundo Eleitoral para as Eleições de 2020. Dos R$ 2,03 bilhões que serão disponibilizados pelo Tesouro Nacional para este fim, R$ 797,6 milhões terão como destino essas legendas, o que corresponde a 39,2% do valor total.

De acordo com o TSE os partidos que já foram autorizados a receber os recursos são PSL (R$ 199,4 milhões); PSD (R$ 138,8 milhões); PSDB (R$ 130,4 milhões); PL (R$ 117,6 milhões); PTB (R$ 46,6 milhões); Solidariedade R$ 46 milhões); Patriota (R$ 35,1 milhões); PSC (R$ 33,2 milhões); Rede (R$ 28,4 milhões); PV (R$ 20,4 milhões); e PMB (R$ 1,2 milhão). O partido Novo e o PRTB, que teriam direito a receber R$ 36,5 milhões e R$ 1,2 milhão, respectivamente, abriram mão das verbas do Fundo para as Eleições Municipais de 2020 por decisão interna das legendas.

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Segundo o TSE, os recursos do fundo são liberados às legendas somente “após a definição dos critérios para a sua distribuição, que devem ser aprovados pela maioria absoluta dos membros dos diretórios nacionais de cada agremiação e, posteriormente, informados e certificados pelo Tribunal”.

Ainda estão em fase de diligência os documentos encaminhados por PP (R$ 140,6 milhões), Republicanos (R$ 100,6 milhões), DEM (R$ 120,8 milhões), e DC (R$ 4 milhões). Após o envio dos documentos, cabe à Presidência da Corte certificar que as petições dos partidos contêm todos os requisitos exigidos para a liberação do fundo, determinar a transferência dos recursos às contas bancárias informadas pelas legendas e publicar os critérios fixados pelos partidos, informou o TSE.

Entre os critérios de distribuição do fundo está a obrigação de aplicação mínima de 30% do total recebido para o custeio da campanha eleitoral das candidatas do partido ou da coligação. Os valores absolutos e os percentuais desse custeio devem ser amplamente divulgados pelos partidos, de forma a permitir o controle da Justiça Eleitoral.

Mesmo sendo maioria da população brasileira, negros representaram apenas 24% dos deputados federais escolhidos pelo voto popular em 2018. Uma consulta em análise pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode mudar esse cenário, com a discussão sobre a reserva de recursos do Fundo Eleitoral - e de tempo de rádio e TV - para viabilizar as campanhas de candidatos negros e negras. A verba pública, que nas eleições municipais deste ano soma R$ 2 bilhões, seria dividida segundo o critério racial, obedecendo a proporção de candidatos negros e brancos de cada partido.

O objetivo é usar o dinheiro do fundo para corrigir distorções históricas e evitar que os partidos favoreçam políticos brancos. Segundo um estudo da FGV Direito São Paulo, homens brancos representaram 43,1% de todos os candidatos a deputado federal nas eleições de 2018, mas concentraram cerca de 60% das receitas de campanha. Por outro lado, as mulheres negras - que somaram 12,9% das candidaturas à Câmara - ficaram com apenas 6,7% do volume total de recursos. Elas sofrem dupla discriminação: recebem menos recursos que os homens por serem mulheres, e menos que as mulheres brancas.

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"A sociedade brasileira é racista, e a estrutura partidária reproduz o racismo. O interior dos partidos não é necessariamente democrático, e quem está nas mesas diretoras, no comando das decisões, são homens brancos", observou o cientista político Cristiano Rodrigues, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Rodrigues aponta que, na distribuição dos recursos, as siglas tendem a privilegiar os candidatos que mobilizam mais dinheiro (como empresários) e aqueles que são provenientes de famílias com forte tradição política. "A população negra está mais ausente desses espaços."

Cota

No caso das mulheres, a legislação eleitoral prevê uma cota mínima de 30% de candidaturas femininas nas eleições para os cargos de deputados federais, estaduais e vereadores. No entanto, não há nenhum dispositivo legal que obriga os partidos a lançarem um número mínimo de candidatos negros. Ao entrar com a consulta no TSE, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) pediu que o tribunal estabelecesse uma cota de 30% de candidaturas negras para cada agremiação. A medida foi rejeitada pelo relator do caso e presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, para quem uma iniciativa nesse sentido depende de lei a ser aprovada pelo Congresso.

O ministro, no entanto, acolheu outros pedidos da consulta. Barroso quer que a "fatia feminina" do Fundo Eleitoral e do tempo de rádio e TV sejam divididos entre candidatas negras e brancas na exata proporção das candidaturas apresentadas por cada partido. O mesmo critério deve ser adotado para homens negros e brancos.

"A ordem constitucional não apenas rejeita todas as formas de preconceito e discriminação, mas também impõe ao Estado o dever de atuar positivamente no combate a esse tipo de desvio e na redução das desigualdades de fato. Há um dever de integração dos negros em espaços de poder, noção que é potencializada no caso dos parlamentos. É que a representação de todos os diferentes grupos sociais no parlamento é essencial para o adequado funcionamento da democracia", disse Barroso. O ministro Edson Fachin acompanhou o entendimento do colega.

O julgamento, iniciado na última terça-feira, foi interrompido por um pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro Alexandre de Moraes. Moraes concordou com o entendimento dos colegas sobre o problema do racismo no País, mas alertou para os riscos de a reserva de recursos e de propaganda eleitoral para candidatos negros gerar um efeito contrário: a retaliação desses candidatos pelos próprios partidos.

"Por não existir um mínimo legal de candidaturas, seja de mulheres negras, seja de homens negros, em tese, haveria a possibilidade de retaliação partidária, de não se admitir mais candidaturas. A minha análise é para verificar um mecanismo para impedir isso (a retaliação)", comentou Moraes.

Como a discussão está suspensa por tempo indeterminado, não é possível saber se o entendimento a ser firmado já valerá para as eleições de novembro. Na atual legislatura, as mulheres negras representam apenas 2,5% do total de eleitos na Câmara dos Deputados, enquanto as mulheres brancas são 12,28%, os homens negros 22,02% e os homens brancos 62,57%, segundo o estudo "Democracia e representação nas eleições de 2018". O levantamento apontou que 26% das candidaturas a deputado federal eram de homens negros, mas esse grupo recebeu apenas 16,6% do total dos recursos.

"É mais do que oportuna (a consulta). Se efetivamente quisermos criar políticas públicas e legislação para fomentar comportamentos antirracistas, precisamos de representantes negros no Congresso", disse a professora Luciana Ramos, uma das coordenadoras do estudo.

Autora da consulta ao TSE, Benedita opina que a discussão não é sobre privilégios. "Queremos que o Parlamento espelhe a representação da sociedade", disse. Contrária ao uso de dinheiro público por partidos, a deputada Adriana Ventura (Novo-SP), ressalta que "não adianta garantir vagas por gênero ou raça se o Fundo Eleitoral é gerido por critérios dos partidos, normalmente obscuros e injustos". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ex-partido do presidente Jair Bolsonaro, o PSL vai ganhar R$ 5,7 milhões a mais do fundo eleitoral após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revisar a distribuição dos R$ 2 bilhões de recursos públicos destinados ao financiamento das campanhas deste ano. A legenda segue no posto de segunda com mais recursos do fundo, com um valor atualizado de R$ 199,4 milhões, atrás apenas do PT, que vai receber agora R$ 201,3 milhões. No caso dos petistas, o repasse aumentou apenas R$ 371 mil com os novos cálculos de repartição.

Por outro lado, o PSD - partido do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab e do novo ministro das Comunicações, Fábio Faria - foi a sigla que mais perdeu com a mudança nos cálculos, vendo sua fatia do fundo passar de R$ 157,1 milhões para R$ 138,8 milhões, um encolhimento de 18,3 milhões.

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O ranking dos que tiveram "prejuízo" com o recálculo é seguido por Podemos, Pros e MDB, que deixarão de receber R$ 10,68 milhões, R$ 7,47 milhões e R$ 6,6 milhões, respectivamente. Agora, o repasse para esses três partidos será da ordem de R$ 77,96 milhões para o Podemos, R$ 37,18 milhões para o Pros e R$ 148,2 milhões no caso dos emedebistas.

Já a lista dos que saíram ganhando é liderado pelo PTB, que vai receber R$ 11,55 milhões a mais com a revisão dos repasses do Fundo Eleitoral, seguido por Rede (R$ 8 milhões), Patriota (R$ 7,6 milhões) e Democratas (R$ 6,2 milhões). Agora, o PTB vai ganhar R$ 46,6 milhões e a Rede, R$ 28,4 milhões. O repasse do fundo eleitoral para o Patriota e o DEM passa a ser de 35,1 milhões e R$ 120,8 milhões.

Criado pelo Congresso como alternativa à proibição do financiamento eleitoral por empresas, o fundo será utilizado para custear as campanhas políticas pela segunda vez.

Com a indefinição sobre o calendário eleitoral por causa da pandemia do novo coronavírus, o TSE chegou a ser questionado se o dinheiro poderia ser disponibilizado já às siglas, para que fosse aplicado financeiramente, até a definição das eleições. A provocação, feita por um assessor parlamentar por e-mail, ficou sem resposta até hoje.

Recálculo

Na última terça-feira, o TSE decidiu recalcular o fatiamento do fundo, após partidos questionarem a Corte Eleitoral sobre um dos critérios utilizados na divisão dos recursos - a bancada de senadores de cada sigla. Antes, o TSE havia dividido o fundo eleitoral considerando o número de senadores que cada partido mantinha atualmente.

O mandato de senador é de oito anos. Agora, no caso dos senadores que já estão na reta final do mandato, o TSE vai levar em conta em qual partido se encontravam no primeiro quadriênio de seus mandatos. Para aqueles que ainda estão no começo do mandato, o TSE vai considerar as legendas pelas quais os senadores foram eleitos em 2018.

A lei prevê que 15% dos recursos do fundo devem ser divididos entre os partidos na proporção do número de representantes no Senado. Na prática, cada senador representa cerca de R$ 3,7 milhões para os cofres de cada partido.

No caso do PSDB, por exemplo, o TSE havia considerado inicialmente sete senadores, mas, com o novo cálculo, levou em conta oito, incluindo a cadeira de Antonio Anastasia (MG). Anastasia se filiou neste ano ao PSD, mas como integrou o PSDB na primeira metade do mandato, o TSE vai considerar a sua vaga ao definir os recursos que serão destinados aos candidatos tucanos.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, na noite desta terça-feira (16), revisar o cálculo da divisão dos recursos do Fundo Eleitoral, cuja cifra para 2020 é de R$ 2,034 bilhões. Criado pelo Congresso como alternativa à proibição do financiamento eleitoral por empresas, o fundo será utilizado para custear as campanhas políticas pela segunda vez.

O recálculo da divisão do fundo será feito após partidos questionarem a Corte Eleitoral sobre um dos critérios utilizados na definição do fatiamento dos recursos - a bancada de senadores de cada partido. Antes, o TSE havia dividido o Fundo Eleitoral considerando o número de senadores que cada partido mantinha atualmente.

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O mandato de senador é de oito anos. Agora, no caso dos senadores que já estão na reta final do mandato, o TSE vai levar em conta em qual partido se encontravam no primeiro quadriênio de seus mandatos. Para aqueles que ainda estão no começo do mandato, o TSE vai considerar as legendas pelas quais os senadores foram eleitos em 2018.

A lei prevê que 15% dos recursos do Fundo Eleitoral devem ser divididos entre os partidos na proporção do número de representantes no Senado. Na prática, cada senador representa cerca de R$ 3,7 milhões para os cofres de cada partido.

O novo entendimento da Corte Eleitoral deve beneficiar PSDB, PTB, Solidariedade, Rede, PDT e Patriota, segundo fontes que acompanham as discussões.

No caso do PSDB, por exemplo, o TSE havia considerado inicialmente sete senadores, mas com o recálculo, vai levar em conta oito, incluindo a cadeira de Antonio Anastasia (MG). Anastasia se filiou neste ano ao PSD, mas como integrou o PSDB na primeira metade do mandato, o TSE vai considerar a sua vaga ao definir os recursos que serão destinados aos candidatos tucanos.

O Solidariedade, por sua vez, terá direito ao equivalente a vaga de um senador, mesmo sem contar atualmente com nenhuma representação na Casa. Isso porque o senador Eduardo Gomes (TO) foi eleito pelo partido nas eleições de 2018. Depois, deixou a legenda e migrou para o MDB.

Donos das maiores bancadas na Câmara dos Deputados, o PT e o PSL vão receber as verbas mais altas do Fundo Eleitoral para custear as campanhas candidatos a prefeitos e vereadores este ano. Segundo divisão anunciada anteontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PT terá à sua disposição R$ 200,9 milhões, enquanto o PSL ficará com R$ 193,7 milhões.

Os critérios para a divisão do fundo levam em conta os totais de votos recebidos pelos candidatos dos partidos na eleição anterior, além dos tamanhos das bancadas na Câmara e no Senado. Uma parte menor é distribuída de maneira uniforme entre todas as siglas.

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Com a pandemia do novo coronavírus, circularam no Legislativo propostas para que o Fundo Eleitoral fosse revertido para ações de enfrentamento à crise sanitária. Levantamento feito pelo Estadão no fim de abril mostrou que ao menos 269 deputados eram a favor de encaminhar parte do dinheiro destinado às campanhas para o combate ao vírus. Onze projetos de lei sobre o assunto foram apresentados, e sua aprovação dependia de maioria simples. Essas propostas, no entanto, não prosperaram na Câmara.

Parcelas

Ao todo, serão distribuídos R$ 2,034 bilhões para financiar as campanhas políticas. Todos os 33 partidos formalmente registrados no TSE terão direito a alguma parcela do Fundo Eleitoral. A menor será de R$ 1.233.305,95, para o Unidade Popular (UP), sigla que foi aprovada pela Justiça Eleitoral em dezembro de 2019.

Depois do PT e do PSL, o partido terá mais recursos para a campanha será o PSD, com R$ 157,2 milhões. Na sequência, aparecem o MDB e o PP, com, respectivamente, R$ 154,9 milhões e R$ 140,2 milhões.

Os valores serão transferidos para os diretórios nacionais após as legendas informarem os critérios de distribuição, conforme previsto em lei. Ao Novo ficaram reservados R$ 36,6 milhões, mas o partido decidiu renunciar às verbas. Assim, os recursos deverão voltar ao Tesouro no momento da apresentação da prestação de contas.

Criado em 2017 pelo Congresso como alternativa à proibição do financiamento eleitoral por empresas, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o fundo contou com R$ 1,7 bilhão nas disputas de 2018.

O montante destinado para este ano foi definido pelo Congresso no fim de 2019 e provocou polêmica. Em dezembro, o elaborar o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA), o deputado Domingos Neto (PSD-CE), destinou R$ 3,8 bilhões de recursos públicos para financiar as campanhas. O presidente Jair Bolsonaro declarou publicamente que não sancionaria a lei com este valor e, após articulação do governo, a verba foi reduzida para R$ 2 bilhões. O presidente chegou a fazer uma enquete em suas redes sociais sobre se deveria aprovar a lei, mas acabou sancionando o valor em 2 de janeiro.

O Fundo Eleitoral é diferente do Fundo Partidário, que existe desde 1995 e é usado para que as siglas possam pagar as despesas diárias, como aluguéis, contas de luz e de água e salários de funcionários. Além de dinheiro público, o fundo partidário é constituído por multas pagas por legendas e doações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Jayme Campos (DEM-MT) anunciou nesta quinta-feira (23) em pronunciamento ter apresentado um projeto de lei para extinguir o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (o fundo eleitoral instituído pela Lei 13.487, de 2017) e realocar seus recursos em áreas mais necessitadas, em especial a da saúde. Ele ressaltou que a pandemia de covid-19 gerou uma situação grave e o momento exige grandeza, solidariedade e espírito público. 

O parlamentar lembrou que o valor do chamado “fundão” foi definido em R$ 2 bilhões para as eleições municipais deste ano, quantia que permitiria a construção de 200 hospitais de campanha, como o erguido pelo governo federal no estado de Goiás.

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“A inversão de prioridades é, portanto, absurda. Em um país com tantos problemas estruturais, desemprego em alta, educação precária e saúde pública com risco de colapso, não é razoável e muito menos aceitável a destinação de verbas públicas para bancar eleições”.

Jayme Campos disse que por princípio é contrário ao “fundão" eleitoral e que não está propondo apenas sua suspensão durante a pandemia, mas sua extinção definitiva. 

*Da Agência Senado

 

O Senado recorreu ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1)da decisão da Justiça Federal de Brasília que bloqueou o dinheiro do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário, colocando a verba à disposição do governo federal para o combate à pandemia do novo coronavírus (covid-19).

Na liminar (decisão provisória), concedida nessa terça (7), o juiz Itagiba Catta Preta, da 4ª Vara Federal Cível de Brasília, determinou que as verbas sejam utilizadas “em favor de campanhas para o combate à pandemia de coronavírus” ou para “amenizar suas consequências econômicas”. A aplicação do dinheiro fica a critério do presidente Jair Bolsonaro, de acordo com o magistrado.

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No recurso, a Advocacia do Senado alega que a destinação do fundo eleitoral “está sendo discutida no Congresso Nacional pelos representantes eleitos pelo povo” e que a imediata utilização dos recursos sem prévia autorização legislativa ameaça a segurança jurídica.

A União também pediu a derrubada da liminar, alegando que a primeira instância da Justiça Federal não tem competência para decidir sobre a execução orçamentária federal, tendo violado de forma “brutal” o princípio de separação dos poderes. O recurso protocolado pela Advocacia-Geral da União (AGU) diz que a decisão acabou “colocando em risco a normalidade institucional do país”.

Os pedidos para derrubar a liminar devem ser analisados pela presidência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).

O valor previsto para o financiamento das campanhas nas eleições municipais de outubro é R$ 2 bilhões. O fundo partidário, que é repassado mensalmente para custeio das legendas, corresponde a um total de R$ 959 milhões, pelo orçamento deste ano. 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também deve se debruçar sobre a questão em breve. Nesta semana, o ministro Luiz Felipe Salomão, relator da uma consulta do partido Novo para destinar sua parcela do fundo partidário para o combate ao covid-19,  levou o questionamento para exame do plenário "com a devida urgência”.

O deputado federal Danilo Cabral (PSB) defendeu, nesta quinta-feira (19), que  recursos do Fundo Eleitoral, de R$ 2 bilhões, e de outras fontes sejam encaminhado para o Ministério da Saúde - diante do combate ao novo coronavírus. Por isso, ele apresentou emenda à medida provisória 924/2020, que abre crédito de R$ 5 bilhões para os ministérios da Saúde e Educação, nesse sentido. 

“Nesta crise sanitária que estamos vivendo, é preciso um esforço conjunto de todos para que possamos atravessá-la com responsabilidade e garantindo o atendimento a toda população, especialmente aos mais vulneráveis”, disse. 

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Danilo Cabral explica que a MP prevê a utilização de recursos, em sua grande maioria, oriundos de ações da área de saúde. “Assim, o texto em análise, retira dinheiro da já tão precária área de saúde realocando em uma ação específica resultante de uma situação emergencial”, afirmou. Ele entende que os recursos da saúde devem ser intocados e, neste caso, uma situação excepcional, devem ser utilizados recursos oriundos de outras partes do Orçamento Geral da União. 

Além do Fundo Eleitoral, seriam utilizados recursos da Reserva de Contingência, da Reserva para Compensação de Proposições Legislativas que Criem Despesa Obrigatória ou Renúncia de Receita. Essas fontes em conjunto somam R$ 4,8 bilhões. 

O prazo para apresentação de emendas à MP 924 se encerra na tarde desta quinta-feira (19). A matéria, em seguida, será analisada pelo Plenário da Câmara dos Deputados.

*Da assessoria de imprensa

O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado, 18, que é "escravo da lei" e sancionou o Orçamento 2020, com Fundo Eleitoral de R$ 2 bilhões, o chamado fundão, para não cometer crime de responsabilidade. A sanção foi anunciada pelo Palácio do Planalto na manhã deste sábado (18).

"Eu tenho que cumprir a lei. Posso ser enquadrado no crime de responsabilidade. Somos escravos da lei. Algumas coisas sanciono contra minha vontade. Outras eu veto contra minha vontade também. O Brasil não é eu. São os outros Poderes também", disse, em evento do Aliança Pelo Brasil.

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Criado em 2017 para compensar as perdas impostas por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, dois anos antes, havia proibido doações de pessoas jurídicas aos candidatos, o Fundo Eleitoral é abastecido com dinheiro do Tesouro Nacional. A distribuição da verba fica a critério das cúpulas partidárias, que, em geral, privilegiam políticos com mandato.

O valor de R$ 2 bilhões foi aprovado pelo Congresso em dezembro do ano passado. Contrariado com críticas sobre a destinação desses recursos, Bolsonaro tem pedido a apoiadores que não votem em candidatos que utilizam recursos públicos nas eleições. O problema é que o "boicote" pode prejudicar seus próprios aliados.

Diálogo

Durante o evento, Bolsonaro também afirmou aos apoiadores que, para governar o País, precisa conversar com os presidentes dos demais Poderes. "Eu tenho que governar o Brasil. Tenho que conversar com o presidente de todos Poderes quando sentir necessidade. E a recíproca é verdadeira. Com a ajuda do Parlamento, com a ajuda do Supremo Tribunal Federal, nós crescemos no ano passado", afirmou.

As declarações foram feitas em discurso no primeiro evento oficial em Brasília do Aliança pelo Brasil, partido que Bolsonaro pretende criar e controlar já a partir de 2020. Foi o primeiro compromisso do presidente na manhã deste sábado fora do Palácio da Alvorada.

A reunião partidária foi encerrada com uma oração feita pela pastora Rosa Martins. Para o momento religioso, o pastor Laurindo Shalon, coordenador da Associação Internacional Cristã Amigos Brasil-Israel (Haverimbril), foi chamado para se posicionar ao lado do presidente.

A presença do líder religioso ocorreu um dia depois de Bolsonaro ser pressionado para demitir o secretário nacional de Cultura, Roberto Alvim, por conta de um vídeo no qual ele parafraseou Joseph Goebbels, o ministro da Propaganda de Adolf Hitler.

"O presidente é uma pessoa sábia. Foi sensível ao anseio da sociedade como um todo. Demonstrou o amor que ele tem para com Israel, para com a comunidade judaica brasileira. Quando alguém se manifestou daquela forma, trouxe a memória da carnificina, do holocausto", comentou o pastor, em entrevista.

Agências regulatórias

Bolsonaro também falou sobre do poder das agências regulatórias no País e afirmou que muitas agências chegam a ter mais poder do que os ministérios de seu governo.

"Um projeto de lei sobre agências chegou na minha mesa para ser sancionado ou aprovado. Vetei muita coisa mas, lamentavelmente, o Congresso derrubou o veto", criticou Bolsonaro. "Deram poderes para outras pessoas quase que decidir quem vai integrar as agências."

Falando a uma plateia de simpatizantes e colaboradores do partido que está em formação, Bolsonaro criticou ainda o poder de decisão das agências. "Pouquíssimas pessoas aqui sabem como são escolhidos os integrantes das agências. Um cargo em média de R$ 15 mil (de salário), muitas vezes cinco pessoas decidem o destino de verbas de dezenas de bilhões de reais", disse.

Neste ponto do discurso, Bolsonaro também citou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão que é vinculado ao Ministério do Turismo. De acordo com Bolsonaro, o Iphan é uma espécie de "subsecretaria" que "tem o poder de embargar obras pelo Brasil". "E obras muitas vezes embargadas por critérios absurdos. Com que interesse?", questionou o presidente.

O presidente Jair Bolsonaro sancionou integralmente, nesta sexta-feira, 17, o Orçamento de 2020, que inclui o Fundo Eleitoral. Conhecido como "fundão", o dispositivo prevê gasto de R$ 2 bilhões para financiar as campanhas dos candidatos nas eleições municipais de outubro. O anúncio foi feito no Twitter pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira.

O valor de R$ 2 bilhões foi aprovado pelo Congresso em dezembro do ano passado. Contrariado com críticas sobre a destinação desses recursos, Bolsonaro tem pedido a apoiadores que não votem em candidatos que utilizam recursos públicos nas eleições. O problema é que o "boicote" pode prejudicar seus próprios aliados.

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Levantamento de O Estado de S. Paulo mostrou que pelo menos 15 parlamentares bolsonaristas tiveram parte dos gastos eleitorais em 2018 custeada com dinheiro do Fundo Eleitoral. Ao todo, foram R$ 335,2 mil recebidos, o que representa 17% do total arrecadado pelos então candidatos.

Desde que a proposta orçamentária foi aprovada no Congresso, o presidente deu sinais trocados sobre se ia ou não aprovar o fundo eleitoral. Ele chegou a fazer enquete com apoiadores perguntando se devia aprovar o texto, organizou uma campanha para que seus simpatizantes não votem em candidatos que usam o dinheiro e sinalizou que poderia vetar a reserva de dinheiro.

O que é fundo eleitoral?

 

O fundo eleitoral é abastecido com dinheiro do Tesouro Nacional e se destina ao financiamento das campanhas políticas. Ele foi criado em 2017 para compensar as perdas impostas por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, dois anos antes, proibiu as doações de pessoas jurídicas para as campanhas eleitorais.

A distribuição da verba para candidatos fica a critério das cúpulas partidárias, que, em geral, privilegiam políticos com mandato. O valor de R$ 2 bilhões foi aprovado pelo Congresso em dezembro. Bolsonaro pode sancionar ou vetar o valor. Existe, ainda, o Fundo Partidário, que banca atividades do dia a dia das legendas.

O presidente Jair Bolsonaro sancionou sem vetos a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2020. O anúncio foi feito nessa sexta-feira (17), pouco antes das 23h, pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral de Governo, Jorge Oliveira, num post na rede social Twitter.

A expectativa é que a publicação saia no Diário Oficial da União de segunda-feira (20). O Orçamento, o primeiro elaborado durante a gestão de Bolsonaro, foi sancionado com o fundo de R$ 2 bilhões para o financiamento de campanhas eleitorais.

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Com previsão de receitas e despesas totais de R$ 3,687 trilhões para 2020, a LOA foi aprovada em 19 de dezembro pelo Congresso Nacional. O texto tinha até 30 dias para ser sancionado.

O Orçamento deste ano destina R$ 2.375,8 trilhões para o Orçamento Fiscal, R$ 1.189,7 trilhão para a Seguridade Social, e R$ 121,4 bilhões para os investimentos das estatais. Para a rolagem (renovação) da dívida pública, estão reservados R$ 917,1 bilhões.

A LOA projeta cotação média do dólar a R$ 4 e crescimento de 2,32% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país). A inflação oficial pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), está prevista em 3,53% neste ano. A meta da taxa de juros básica, a Selic, é de 4,40%. A meta fiscal para o déficit primário do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) ficou em R$ 124,1 bilhões, ante R$ 139 bilhões em 2019.

Este será o quarto exercício financeiro consecutivo de cumprimento da emenda constitucional do teto dos gastos, que limita o crescimento das despesas públicas pelos próximos 20 anos. Em 2020, as despesas primárias não poderão ultrapassar R$ 1.454.470,30.

A advogada e tesoureira do Aliança pelo Brasil, Karina Kufa, afirmou que, apesar de não concordar com o uso do fundo eleitoral, a nova legenda não vai rejeitar parlamentares que já tenham utilizado os recursos em campanhas passadas.

"Não podemos rejeitar a entrada de parlamentares sérios que acabaram recebendo o fundo eleitoral em 2018, até mesmo porque foi o primeiro ano de existência desse fundo e não é criminoso, só não concordamos com o modelo. Hoje alinhados com o pensamento do presidente Jair Bolsonaro, nenhum deles usará o fundo eleitoral, já que é uma diretriz partidária. O objetivo do Aliança será acabar com a permissão legal de usar recursos públicos em campanha", disse Karina, em nota.

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A advogada, que também representa o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), argumentou ainda que, no caso do filho "03" do presidente, os R$ 7,9 mil que constam na prestação de contas enviada à Justiça Eleitoral como recursos do fundo eleitoral dizem respeito ao rateio da propaganda de rádio e TV pago pelo PRTB, partido coligado ao PSL na eleição de 2018. "O que se verifica é apenas a indicação da fonte de pagamento pelo partido doador (PRTB) da despesa rateada. Portanto, o deputado reforça a sua posição de não recebimento de recursos do fundo eleitoral em sua campanha", afirmou ela.

'Doação'

O mesmo argumento foi utilizado pelo deputado federal Vitor Hugo (PSL-GO), líder do governo na Câmara. O parlamentar não reconhece o material de campanha pago com recursos públicos por outros candidatos, mas em seu favor, como uso do fundo eleitoral. "Não utilizei o fundo (eleitoral) do PSL. Recebi doação de campanha do Ronaldo Caiado (então candidato a governador em Goiás) e do Wilder Moraes (então candidato a senador) em santinhos e materiais impressos em valor estimado de aproximadamente R$ 1 mil, que, na origem, veio dos seus respectivos partidos e contas eleitorais", afirmou o deputado.

Daniel Silveira (PSL-RJ) também justificou os R$ 13,3 mil informados na sua prestação de contas como originários do fundo eleitoral como gastos de outros candidatos. "O material já veio confeccionado, sem consulta, no CNPJ que temos e distribuído. O Aliança nasce para ser contra o fundão, que é previsto em lei e muitos utilizam tudo", afirmou Silveira.

Procurados, os demais parlamentares citados não se manifestaram até a publicação desta matéria.

O presidente Jair Bolsonaro disse, nessa sexta-feira (10), em Santos que fará uma campanha para que os eleitores não votem em candidatos que usarem o dinheiro do Fundo Eleitoral, o Fundão. Bolsonaro participou da inauguração do novo Pronto-Socorro da Santa Casa da Misericórdia da cidade paulista.

“Terei um momento difícil pela frente: os R$ 2 bilhões do Fundão. Eu lanço campanha: não vote em parlamentar que usa dinheiro do Fundão. Eu me elegi com 8 segundos [de tempo de campanha na TV]. Quem quer muito tempo e dinheiro quer esconder a verdade. O parlamentar tem momento para se fazer presente juntamente à população, de modo que não precisa de dinheiro”, disse o presidente em Santos.

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Em dezembro, o Congresso Nacional aprovou o Orçamento para 2020 com a previsão de R$ 2 bilhões para o Fundo Eleitoral. O texto seguiu para análise do presidente da República, a quem cabe sancioná-lo ou vetá-lo. Criado por lei em 2017,  em decorrência da proibição de empresas fazerem doações para campanhas políticas, o fundo prevê o uso de dinheiro público para esse fim. 

“[O Fundão] é uma lei e sou obrigado a cumpri-la. Se não fizesse, estaria ferindo o Artigo 85 da Constituição Federal e a Lei de Impeachment. E não vou dar este mole para a oposição”, disse Bolsonaro.

Em mais uma live transmitida no Facebook, nesta quinta-feira (9), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) insultou novamente a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP). Sem citar nomes e em tom pejorativo, Bolsonaro chamou a ex-aliada de “deputada fofucha de São Paulo”. A declaração foi feita em resposta às críticas da parlamentar contra a provável sanção presidencial do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC).

Não é a primeira vez que Joice Hasselmann sofre ataques gordofóbicos oriundos da família Bolsonaro. Na primeira live do ano, o presidente alfinetou Hasselmann dizendo que ela era “uma deputada fofinha de São Paulo” e afirmou, ainda, que a parlamentar teria usado R$ 100 mil do fundo eleitoral.  No ano passado, o terceiro filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), xingou a parlamentar de ‘Pepa’, em referência ao desenho animado da porquinha ‘Pepa Pig’. 

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No vídeo dessa quinta, Bolsonaro diz que terá que sancionar ou vetar o fundo. “Tem gente me ameaçando, falando que não vai mais votar em mim se eu sancionar o fundo... Paciência”, ponderou.

Bolsonaro vai assinar o fundão, segundo ele, para não ter que responder por crime de irresponsabilidade fiscal. Além de Hasselmann, o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) foi alvo de indiretas. 

“Tem dois deputados que não vou falar o nome aqui. Uma fofucha de São Paulo e um japonês de São Paulo, falando mentiras. A questão é desgastar e criticar. É mais fácil para esse tipo de gente”, disparou. 

Em seguida, o chefe de Estado reforçou os ataques e disse que se os deputados estivessem fazendo algo bom, Joice estaria “mais magra” e Kataguiri “menos pitoco”, atribuindo ao peso e altura dos políticos. “Acho que a primeira estaria mais magra e o outro menos pitoco de sem vergonha. Acho que mentir engorda”, finalizou.

Autores do pedido de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o jurista Miguel Reale Júnior e a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) afirmaram na sexta-feira (4) que o presidente Jair Bolsonaro não corre risco de cometer crime de responsabilidade caso vete o fundo eleitoral de R$ 2 bilhões. Nas últimas semanas, Bolsonaro tem usado a possibilidade de impeachment como justificativa para aprovar a verba pública para financiar as campanhas eleitorais municipais, contrariando alguns de seus apoiadores.

"É uma desculpa esfarrapada (de Bolsonaro)", disse Reale Jr. ao jornal O Estado de S. Paulo. "Gostaria de conhecer alguém que conseguisse montar um pedido de impeachment com base nisso." De acordo com Reale Jr., é uma prerrogativa do presidente da República vetar ou sancionar leis aprovadas pelo Congresso Nacional, como o Orçamento. "Não vejo nenhum crime de responsabilidade. (Bolsonaro) já vetou tantas coisas antes. Ele não quer vetar e está tentando se desculpar junto ao seu eleitorado", afirmou o jurista.

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Segundo Janaina Paschoal, não há como encaixar o veto ao fundo eleitoral na lei 1.079/50, que tipifica crimes de responsabilidade do presidente da República. "Na Lei 1.079/50, os crimes contra o Orçamento estão nos artigos 10 e 11. Lendo os vários incisos desses dispositivos, eu não vejo onde encaixar o veto ao fundão", disse a deputada estadual, que é contra o uso de dinheiro público nas eleições.

"Se fosse uma matéria sobre a qual ele não tem a possibilidade de veto, a lei sequer seria encaminhada pra ele", apontou o professor de Direito Penal da FGV-SP e da Uerj Davi Tangerino, que também não vê possibilidade de impeachment.

Esse ponto de vista, no entanto, não é consenso entre advogados. O advogado Adib Kassouf Sad, especialista em direito administrativo e professor da CEU-Law School, em São Paulo, também entende que o argumento exposto por Bolsonaro é válido. De acordo com ele, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definiu um valor mínimo para o fundo com parâmetros fixados em lei. Esse número foi enviado para o governo federal, que incluiu a verba no Orçamento - e seguiu para aprovação no Congresso. Para ele, o presidente só poderia vetar o fundo se os parlamentares tivessem aumentado o valor.

"Nesse caso, ele poderia vetar porque seria um aumento de despesa sem iniciativa do Executivo, teria um vício de iniciativa. Ele teria soluções para o veto", disse Sad. "O fato é que, respeitando o limite do TSE e respeitando a lei orçamentária, o presidente tem que, sim, cumprir essa lei."

O presidente da Comissão de Direito Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Eduardo Damian, disse que o veto a um projeto que complementa a lei já existente "não seria razoável e prudente" e poderia "ensejar futura responsabilização" do presidente.

Enquete

Anteontem, Bolsonaro sinalizou à imprensa que sancionaria o fundo, seguindo orientação de auxiliares. "O fundo eleitoral é uma lei. O que o TSE fez? Oficiou a receita no valor, o montante, de 2 bilhões de reais. Então veto ou sanção é uma obediência à lei. Se você for ler o artigo 85 da Constituição, se eu não respeitar a lei, eu estou em curso do crime de responsabilidade", disse.

Nas redes sociais, o presidente perguntou a seus seguidores se deveria vetar o fundo eleitoral e "passar por impeachment" ou sancionar a medida. Ele voltou a citar o artigo 85 da Constituição para dizer que vetar o fundo seria atentar contra o Orçamento, o que configura crime de responsabilidade.

O presidente tem até dia 21 para decidir se veta ou aprova o Orçamento de 2020, do qual o fundo eleitoral faz parte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) cobrou honestidade do presidente Jair Bolsonaro, que nessa quinta-feira (2), durante "live" transmitida no Facebook, questionou "a moral" da deputada. Joice tem criticado a sinalização do presidente de que vai sancionar o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), conhecido como "fundão eleitoral".

Segundo o presidente, que não mencionou o nome da parlamentar, mas se referiu a ela como "deputada fofinha de São Paulo", Joice "está criticando, mas usou dinheiro do fundo eleitoral na campanha". Bolsonaro disse que a deputada usou R$ 100 mil.

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"Eu comuniquei meus eleitores que o PSL me mandou R$ 100 mil aos 48 2º tempo. Fiz campanha sem sua ajuda e fiz mais de um milhão de votos. E quanto ao seu filho, Eduardo, que usou quase R$ 1 milhão de dinheiro do fundão para fazer um inútil simpósio conservador em São Paulo? Seja honesto, presidente, te fará bem", rebateu a deputada em seu Twitter, relembrando a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), ocorrida em outubro passado e financiada pela Fundação Índigo, ligada ao PSL.

A troca de acusações entre Bolsonaro e Joice é mais uma marca do afastamento entre o presidente e a deputada, que foi líder do governo no Congresso durante a maior parte de 2019, até ser destituída do cargo durante o episódio da "guerra das listas", quando grupos ligados ao presidente Jair Bolsonaro e ao presidente do PSL, Luciano Bivar, passaram a disputar a liderança da legenda na Câmara dos Deputados.

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