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O Exército autorizou que seus militares, tanto do serviço ativo quanto os inativos, comprem e mantenham até seis armas em acervos particulares, sendo até cinco delas de uso restrito. Entre os itens que os integrantes da Força poderão ter em casa estão alguns modelos de fuzis, como o AR-15, da Colt, e o T4, da Taurus.

As regras, definidas em portaria do Comando Logístico do Exército, publicada no último dia 15, são uma revisão tímida das normas para acervos de militares definidas no governo de Jair Bolsonaro (PL). Entretanto, ao permitirem equipamentos mais potentes, mudam o paradigma que vigorava antes do governo anterior.

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Desde novembro de 2019, primeiro ano da gestão Bolsonaro, os integrantes do Exército, na condição de militares, podiam ter até seis armas de uso permitido (que podem ser compradas por civis) ou restrito (só acessadas por alguns profissionais e atletas), independentemente do tipo ou do calibre.

Agora, com base na portaria nova, eles só podem ter em casa cinco armas de uso restrito, sendo elas de somente oito dos mais de cem tipos de calibres restritos. É por isso que o Exército considera ter definido regras que representam "maiores restrições para a aquisição de armas de fogo por militares".

"A portaria anterior possibilitava a aquisição de até seis armas de uso permitido ou restrito. A portaria atual restringe o número de armas de uso restrito para o máximo de cinco armas", frisou, em nota ao Estadão. "Existem apenas oito calibres de uso restrito que podem ser adquiridos por militares".

Regras

A pedido da reportagem, o gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani, levantou o regramento que valia até antes das mudanças definidas no governo Bolsonaro para a compra de armas particulares por militares. As normas permitiam seis armamentos de uso permitido, além de dois de uso restrito. Mas estes com tipos limitados de calibres (.357, 40 SW, .45ACP, 9 mm). Os de fuzil, como o 5,56 mm x 45 mm, não estavam contemplados. Agora, ele é um dos oito disponíveis.

"Historicamente, eram autorizadas armas para defesa. Fuzil não é arma adequada para defesa em ambiente doméstico. A indústria podia vender 30 fuzis por cidadão. Agora há um lobby para desovar em alguma categoria. Cada nova categoria que acessa esse tipo de armamento é mais um ponto passível de cooptação para desvios. Se a gente tem cooptação de dezenas de militares para furtos de metralhadoras em quartéis, por que não teria para comprar fuzis?", afirmou.

A nova regra foi comemorada por atores do mercado de armas. Os decretos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva que reverteram a política armamentista do governo de Bolsonaro congelaram vendas em lojas ao limitar os CACs (caçadores, atiradores esportivos e colecionadores de armas). Com incentivos de Bolsonaro, o grupo se tornou o maior segmento armado do Brasil.

Empresários têm se queixado de produtos represados e lojistas têm preparado preços especiais. Com a definição, eles acreditam que os militares terão mais segurança e clareza sobre quais tipos de armas podem ser compradas à luz das novas regras. O Exército tem, na ativa, 213 mil homens.

Proibidos

Os fuzis estão proibidos para a defesa pessoal de civis. Conforme os novos decretos, caçadores e atiradores de nível 3, que participam de competições internacionais, podem ter armas e calibres restritas. Até as pistolas 9 mm, que haviam se popularizado nos últimos anos, estão com vendas proibidas para civis. No caso desse tipo de arma, o governo retomou o paradigma em vigor antes da política armamentista de Bolsonaro e restabeleceu a restrição.

A nova portaria do Exército, a de nº 164, proíbe que militares comprem armas longas, de repetição ou semiautomáticas, que produzam energética cinética superior a 1.750 joules - unidade de medida de energia. A energia média do calibre 5,56 x 45 mm, como a do AR-15 e da T4, foi estipulada em 1.748,63 joules. Ambos os modelos têm versões semiautomáticas. Ou seja, aquelas que detêm um mecanismo que prepara internamente o armamento para um novo disparo quando o gatilho é apertado, mas que demanda um acionamento de gatilho para cada tiro.

Portanto, as que produzem energia inferior a esse patamar, ainda que restritas, ficaram liberadas aos acervos pessoais de militares. A aferição mais recente da energia das armas e calibres consta em portaria conjunta do Exército e da Polícia Federal, a de nº 2, publicada em 14 de novembro.

Crime

Os decretos de Bolsonaro chegaram a permitir que CACs tivessem 30 fuzis. Como mostrou o Estadão, investigações policiais revelaram que a política do ex-presidente acabou por armar o crime organizado. Em vez de recorrer ao mercado paralelo, criminosos conseguiam pagar mais barato em armamentos legais.

Laranjas ou mesmo indivíduos com extensa ficha criminal passaram a recorrer aos registros de CACs, concedidos pelo Exército, para comprar as armas com mais facilidade. O esquema explorou a fragilidade da fiscalização dos militares e falhas na verificação de antecedentes.

Em 2022, a Polícia Federal encontrou na casa de um integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), em Uberlândia (MG), duas carabinas, um fuzil T4, duas pistolas, uma espingarda e um revólver. Ele se credenciou como CAC para adquirir armas para a facção. Se antes integrantes do PCC pagavam de R$ 35 mil até R$ 59 mil num fuzil no mercado paralelo na Bolívia, com o aval eles passaram a pagar de R$ 12 mil a R$ 15 mil um (fuzil calibre) 5,56 mm com nota fiscal.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) se explique sobre o processo de aquisição de mais de dois mil fuzis calibre 556. De acordo com o ministro Augusto Nardes, há indícios de irregularidades ocorridas no pregão eletrônico internacional que ocasionou a compra. O caso corre sob sigilo e as informações foram reveladas pelo g1. 

O pregão permitiu propostas em setembro de 2022. Nesse tipo de iniciativa, empresas podem se candidatar e quem oferecer o melhor contrato de compra, fecha negócio. A empresa alemã Sig Sauer, fabricante de armas, foi a vencedora da primeira fase do pregão da PRF, com a apresentação de proposta no valor de R$ 25 milhões para quatro lotes de fuzis. O procurador da empresa no Brasil é Marcelo Silveira da Costa, empresário bolsonarista e próximo à Família Bolsonaro. 

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Em janeiro deste ano, no entanto, a Sig Sauer foi desclassificada pela PRF depois que as concorrentes alegaram que a proposta não cumpria com todas as obrigações previstas no edital. O principal argumento das concorrentes é que a Sig Sauer não conseguiu comprovar que seus fuzis possuem cano confeccionado em aço CMV (cromo-molibdênio-vanádio). Em fevereiro, já depois de ter sido desclassificada, Sig Sauer apresentou à PRF um laudo da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), que atesta que a empresa fabrica canos de fuzis com aço CMV. 

A PRF, porém, não analisou os documentos, alegando que o prazo para defesas já havia sido encerrado. A empresa recorreu e, em maio, a diretoria da PRF permitiu que a Sig Sauer retornasse ao pregão e avançasse para a segunda fase da licitação. O caso chegou ao TCU porque, depois de ter sido eliminada, a Sig Sauer pediu ao tribunal que suspendesse o pregão até que o caso fosse analisado pela corte.  

Em seu despacho, do último dia 22 de agosto, Augusto Nardes concorda integralmente com o parecer da Unidade de Auditoria Especializada em Contratações, órgão técnico do TCU que analisou o caso. O ministro negou a liminar pedida pela Sig Sauer. Nardes também determinou que a PRF preste esclarecimentos, num prazo de 15 dias, sobre supostas irregularidades apontadas pela área técnica do tribunal. 

A principal delas é a PRF ter permitido que a Sig Sauer fosse reabilitada com base no laudo da Abimde, documento que não seria capaz de provar que a fabricante atende às exigências do edital da licitação. Apesar de o laudo estampar a palavra "M400" sobre as fotos, os fuzis testados eram do modelo MCX, ou seja, diferente daquele ofertado pela Sig Sauer no pregão. Além disso, dizem os técnicos do TCU, o laudo da Abimde afirma que o cano do fuzil M400PRO é fabricado em aço 4140, e não em aço CMV – justamente o material que é exigido no edital. 

 

Em cinco meses, as forças de segurança do Rio de Janeiro apreenderam 321 fuzis, cerca de dois por dia, maior número dos últimos 16 anos. Esse resultado representa aumento de 57% em relação ao mesmo período do ano passado. Apenas no mês de maio foram apreendidas 57 armas de grosso calibre.

No mesmo período, foram apreendidas 3.138 armas, sendo 600 em maio, o que significa uma média 20 armas por dia, desde o início do ano. No comparativo com o acumulado de 2022, o aumento foi de 10%.

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Os dados divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) são referentes aos registros de ocorrência lavrados nas delegacias de Polícia Civil do Estado do Rio.

As mortes por intervenção de agente do estado recuaram 16% de janeiro a maio. Foram 480 mortes nos primeiros cinco meses de 2023, sendo 66 em maio. Na análise mensal, a redução foi de 53% em maio, o menor número para o mês desde 2015.

Segundo o ISP, em cinco meses, 108 pessoas foram presas em flagrante por dia, aumento de 15%, totalizando 16.340 desde o início de 2023. No comparativo com o acumulado de 2022, o aumento foi de 15%.

Além disso, a recuperação de veículos também registrou alta de 26% no período. Foram 6.519 veículos recuperados em cinco meses, o que corresponde a 43 veículos por dia.

De acordo com o ISP, os roubos de rua (roubo a transeunte, de aparelho celular e em coletivo) apresentaram o menor número de casos no estado desde 2005 – foram 21.901 roubos em 2023 contra 25.858 no mesmo período do ano anterior, uma queda de 15%.

Em relação à apreensão de drogas, foram 9.629 registros nos primeiros cinco meses do ano, sendo 2.243 em maio. Isso significa que, em 2023, foram 63 registros de apreensão de drogas por dia. No comparativo com o acumulado de 2022, o aumento foi de 8%.

Em ações realizadas nessa terça-feira (4), equipes da Polícia Militar retiraram das ruas do Rio de Janeiro nove fuzis de guerra utilizados por grupos criminosos em diversos pontos da cidade. Ao todo, 26 homens foram presos durante as operações, além de apreendidas uma espingarda calibre 12, uma submetralhadora, oito pistolas e duas granadas.

Uma onda de violência toma conta do Rio de Janeiro ao longo dos meses, com grupos de criminosos lutando pelo domínio de comunidades. Exemplos disso são os atos que vêm ocorrendo no morro do Fubá, entre Campinho e Cascadura, na zona norte, e a troca de tiros entre milicianos e traficantes pelo controle dos morros da Praça Seca, também na zona norte.

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Dois fuzis foram apreendidos por equipes do 9º batalhão da PM (Rocha Miranda) na Comunidade do Fubá, em Campinho; dois foram apreendidos pelo 41º BPM (Irajá) na Comunidade da Pedreira, em Costa Barros; outro na Comunidade do JJ, em Tomás Coelho, por policiais do 3º BPM (Méier); na Comunidade da Lagoinha, em Campos Elíseos, pelas equipes do 15º BPM (Duque de Caxias); e mais três na Comunidade da Vila Aliança, em Bangu, numa ação conjunta entre o 14º BPM (Bangu) e delegacias especializadas da Polícia Civil. Essa última ação resultou na prisão do chefe do crime organizado local, Rafael Alves, conhecido como Peixe, e mais dois comparsas.

O traficante é apontado como uma das lideranças do Terceiro Comando Puro (TCP). Em fevereiro deste ano, policiais civis que participavam da Operação Torniquete realizaram ação na mesma comunidade. Na ocasião, 16 pessoas foram presas e 37 veículos recuperados. As investigações também indicam que o grupo de Peixe estaria se unindo à milícia para expandir territórios na zona oeste da cidade.

Em nota, a corporação informou que “o saldo positivo é reflexo do conjunto de estratégias e ações conduzidas pelo comando da Polícia Militar. O objetivo é reprimir a atuação do crime organizado e interceptar marginais que persistam nessa atuação, seja em comunidades ou no perímetro urbano como um todo”.

A proporção de pistolas e fuzis apreendidos pelas polícias do Rio e de São Paulo tem crescido nos cinco últimos anos, mostra nota técnica do Instituto Sou da Paz, divulgada ontem. Os dados reunidos pela entidade indicam uma tendência de modernização das armas nas mãos do crime acelerada pelas flexibilizações recentes no acesso a armamentos.

Nas apreensões feitas pela polícia do Rio, a proporção de pistolas subiu de 41,7% para 54,2% entre janeiro de 2017 e agosto deste ano. Já em São Paulo, essa taxa subiu de 26,1% para 34,2% no mesmo intervalo. No Rio, a proporção de fuzis nas apreensões subiu de 6% para 7% no período. Já em São Paulo, a presença de fuzis nas apreensões subiu de 1,2% para 1,8%.

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Os dados foram obtidos junto aos órgãos policiais dos dois Estados e processados pelo instituto. A maior quantidade de fuzis apreendidos no Rio aconteceu durante 2019: foram 714 armas. Em São Paulo, o recorde foi em 2020, quando foram apreendidas 269 armas deste tipo. Juntos, os dois Estados respondem por 17% das apreensões de armas no país e são os locais de origens de facções criminosas com expressão nacional, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).

FACILITAÇÃO

Ao mesmo tempo em que aumentaram as apreensões de pistolas e fuzis, caiu proporcionalmente a apreensão de revólveres e garruchas, armas menos potentes, de um tiro só por vez. No Estado de São Paulo, a queda foi de 44,4% para 40%, e no Rio, de 39,2% para 28%.

Conforme o Instituto, desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro, foram publicadas mais de 40 medidas para facilitação de compra, porte, ampliação de tipos de armas, calibres e acessórios disponíveis para civis, assim como aumento dos limites quantitativos de armas e munições que podem ser compradas. "Na prática, o crime está substituindo armas mais antigas e de calibre mais baixo por armas mais novas e mais potentes. Não só em termos de diâmetro de calibre e energia de expulsão do projétil, mas também com relação à capacidade de munição, facilidade de recarregamento e disparos mais ágeis", afirma o Sou da Paz.

De acordo com a diretora executiva do Sou da Paz, Carolina Ricardo, os dados mostram uma mudança de padrão nas apreensões, com a participação maior das armas de alto calibre, que têm um potencial de violência muito maior. "A gente vem alertando desde 2019 que o cidadão poder comprar uma arma tão ou mais potente que a da polícia é muito arriscado porque se fragiliza a capacidade das próprias polícias", disse.

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo destacou os dados de apreensão de armas e disse desenvolver ações específicas contra o crime organizado. A Polícia Militar do Rio foi procurada, mas não respondeu, assim como o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o Exército.

 

Armas são ameaças mais potentes contra policiais, diz coronel

Para o coronel da reserva da PM paulista José Vicente da Silva Filho, especialista em segurança pública, para se ter certeza da correlação entre a flexibilização e o aumento de armas mais potentes nas mãos do crime é necessário verificar de onde vieram essas armas. "Se são armas adquiridas recentemente, dos CACs, etc, ainda não temos essa informação. Por ora é apenas uma correlação de dados, mas é um indicador importante para se fazer uma investigação dos detalhes, quando essas armas foram adquiridas, em que condições foram desviadas para o crime, se por furto ou roubo, ou perda."

Conforme o especialista, era esperado que a maior facilidade para obtenção de armas pelos civis poderia facilitar o acesso de criminosos aos armamentos. "Era evidente que ia acontecer, mas isso merece uma pesquisa não só de institutos como o Sou da Paz, como das próprias secretarias de Segurança Pública dos dois Estados. Esse é um ponto importante, porque essas armas constituem inclusive um potencial maior de ameaça aos policiais nos possíveis confrontos que possam ocorrer", afirmou.

A nota técnica do Instituto Sou da Paz destaca a ampliação em quatro vezes da potência das armas liberadas para civis, em maio de 2019. "Calibres que antes eram de uso exclusivo da polícia, ou até mesmo armas de potência maior que as usadas pelas forças de segurança foram liberadas para o cidadão comum", diz a nota. Para adquirir até seis dessas armas, segundo o Sou da Paz, não é necessário ser CAC (caçador, atirador e colecionador), bastando apenas ter obtido o registro com a Polícia Federal.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sobreviventes e familiares de vítimas fatais de ataques a tiros recentes nos Estados Unidos se reuniram nesta quarta-feira (13) em frente ao Capitólio para pedir a proibição de fuzis de assalto utilizados nestes massacres.

"Quero que imaginem meu rosto, o do meu marido, enquanto lemos o atestado de óbito de nossa filha", disse, entre lágrimas, Kimberly Rubio, mãe de Lexi, morta em 24 de maio em uma escola do ensino fundamental em Uvalde (Texas).

No ataque, perpetrado por um jovem armado com um fuzil militar semiautomático, morreram 19 crianças e dois professores.

"Há uma questão que deveria estar em sua mente", disse Rubio sobre os congressistas americanos. "Como seria se o agressor não tivesse acesso a um fuzil de assalto?".

Um vídeo publicado nesta terça-feira mostra o atirador entrando tranquilamente na escola Robb, antes de se dirigir a duas salas e atirar. Nas imagens, policiais permanecem nos corredores durante mais de uma hora até que, finalmente, entram e matam o autor do massacre.

O vídeo indignou os pais das crianças que morreram no ataque.

"Nosso país tem um problema, um grande problema", disse Abby Brosio, que sobreviveu ao ataque a tiros em Highland Park, nos arredores de Chicago, em 4 de julho.

Neste caso, um homem armado com um fuzil semiautomático disparou de um telhado durante um desfile do Dia da Independência. Sete pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas.

Em 1994, o Congresso aprovou uma proibição de 10 anos aos fuzis de assalto e alguns carregadores de alta capacidade. A proibição expirou em 2004 e não foi renovada, o que disparou a venda destas armas deste então.

Após o ataque em Uvalde, o presidente Joe Biden instou os congressistas a voltarem a proibir os fuzis de assalto, ou, ao menos, elevarem a idade mínima de 18 a 21 anos para sua aquisição.

No entanto, os republicanos se negaram a aceitar a proposta de Biden porque consideram que tal restrição vai contra o direito constitucional a portar armas.

Por meio de sua conta no twitter, o ex-presidente Lula (PT) falou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "é desprovido de qualquer resquício de humanidade". O petista publicou contra o chefe do Executivo após Bolsonaro dar a entender que as pessoas tinham que comprar fuzil no lugar de feijão.

"Bolsonaro é desprovido de qualquer resquício de humanidade. Chamou de idiota quem diz que a prioridade do governo devia ser comida na mesa do povo ao invés de fuzil. Ninguém aguenta mais conviver com um presidente tresloucado, governando na base do absurdo. O país precisa de paz", publicou Lula.

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As críticas contra o presidente se intensificaram nesta sexta-feira (27), após ele dizer a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada que "todo mundo tem que comprar fuzil, pô. Eu sei que custa caro. Daí tem um idiota que diz: 'Ah, tem que comprar feijão'. Cara, se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar", afirmou.

Um juiz americano revogou, na sexta-feira (4), uma proibição de fuzis de assalto na Califórnia, em vigor há três décadas, numa decisão rapidamente condenada pelo governador do estado, Gavin Newsom, e que coincide com um forte aumento dos casos de violência armada no país.

Em uma decisão de 94 páginas, o juiz federal Roger T Benitez descreveu a proibição de fuzis de assalto na Califórnia - em vigor desde 1989 - como inconstitucional e defendeu o direito dos americanos de possuir fuzis semiautomáticos.

"Como o canivete suíço, o popular fuzil AR-15 é uma combinação perfeita de arma de defesa doméstica e equipamento de defesa territorial", escreveu ele.

"Armas e munições nas mãos de criminosos, tiranos e terroristas são perigosas; as armas nas mãos de cidadãos responsáveis que cumprem a lei são melhores", argumentou.

Benitez disse que o estado terá 30 dias para apelar da decisão, que segundo o governador Newson representa uma "ameaça direta à segurança pública" e que tentará reverter.

A decisão vem em um momento em que a violência armada aumentou nos Estados Unidos, e apenas uma semana depois que um funcionário do serviço de transporte público, fortemente armado, matou oito pessoas e depois cometeu suicídio em San José, na Califórnia.

Uma busca realizada na casa do atirador - que foi incendiada pouco antes do ataque - encontrou 12 armas, cerca de 22.000 munições e o que pareciam ser coquetéis molotov.

Tiroteios em massa também ocorreram recentemente na Flórida, Indiana, Colorado e Geórgia.

A Suprema Corte americana também planeja examinar uma ação movida pelo lobby da indústria de armas contra uma lei de Nova York que restringe o porte de armas fora de casa.

Este será o primeiro grande caso em mais de uma década em que a mais alta corte do país decidirá sobre um assunto que afeta a Segunda Emenda da Constituição, que se refere ao direito de ter armas de fogo.

Embora os confinamentos decretados devido à pandemia de coronavírus tenham representado uma trégua na violência, houve um recorde de vendas de armas.

Em abril, o presidente Joe Biden chamou a violência armada nos Estados Unidos de "epidemia" e "vergonha internacional".

No ano passado, 43.000 pessoas morreram por armas de fogo no país e desde o início de 2021 este número já ultrapassa 17.000, de acordo com o site Gun Violence Archive.

burs-oho/mtp/mar/bl/mr

Em uma abordagem na rodovia Rio-Santos (BR-101) na manhã de hoje (4), em Mangaratiba, na Costa Verde fluminense, agentes da Polícia Rodoviária Federal apreenderam dois fuzis.

Segundo a corporação, os policiais faziam ronda no trecho e desconfiaram de um caminhão. Ao ser abordado, o motorista, único ocupante do veículo, demonstrou nervosismo e os agentes resolveram fazer uma revista minuciosa, encontrando dois fuzis calibre .556 e carregadores, escondidos na longarina do veículo.

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Preso em flagrante, o condutor afirmou que receberia R$10 mil pelo transporte do armamento de Maringá, no Paraná até a comunidade de Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro. A ocorrência foi registrada na 165ª DP (Mangaratiba).

A Policia Federal e a Polícia Rodoviária Federal apreenderam seis fuzis na noite deste sábado, 6, na BR 101, sendo quatro do tipo AK 47 e dois Colt 556, desmontados e ocultados na carenagem do Audi Q7. O motorista do veículo foi preso e não teve a identidade revelada pelos agentes.

Segundo a PF, o suspeito confessou repasses de R$ 8 mil em troca do transporte das armas de Guaíra (PR), na fronteira do Paraguai, até as favelas e comunidades do Rio de Janeiro. A distância entre as duas cidades é de mais de mil quilômetros.

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O preso e o material apreendido foram encaminhados para a Superintendência de Polícia Federal do Rio de Janeiro, na Praça Mauá.

As polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro apreenderam em operação conjunta nessa quinta-feira (18) 8,5 toneladas de drogas, entre cocaína, pasta de cocaína, maconha, haxixe e skank; 30 armas, sendo 23 fuzis, duas metralhadoras, duas espingardas 12 milímetros, uma submetralhadora Ina, uma pistola e um revólver, além de 75 granadas. 

Segundo o governador do estado, Wilson Witzel, foi a maior apreensão de armas e drogas da história do estado. “O recado está dado. Não enfrente a polícia. Se enfrentar a polícia só há dois caminhos: será preso ou morto. Nós não teremos leniência. Não teremos piedade com quem não tem respeito com o ser humano alheio. Não tem respeito com a sociedade e com nossos policiais”, disse o governador em coletiva à imprensa para divulgar os dados da ação.

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A operação, que ocorreu no Complexo da Maré, zona norte do Rio, ainda resultou em cinco prisões e na morte de um homem em confronto com a polícia.“Isso aqui é o resultado da operação singular das forças de segurança do próprio estado. É maior apreensão da história realizada por polícia civil e militar de qualquer estado brasileiro”, ressaltou Witzel.

Terroristas

O governador classificou de “terroristas” os traficantes que comandam o tráfico de drogas na região, onde o material foi encontrado em dois paióis, um na comunidade Nova Holanda e outro no Parque União, os dois no Complexo da Maré.

“Essas armas que aqui estão não são armas utilizadas por pessoas que moram na comunidade e que são trabalhadoras. Não são armas usadas por pretos, pobres e favelados. São armas usadas por terroristas que utilizam a comunidade como escudo, que utilizam o poder de fogo bélico e estão sendo patrocinados por cartéis internacionais. Felizmente, aqui no Rio de Janeiro a facilidade com que se andava com fuzil e se permitia a entrada de drogas chegou ao fim”, afirmou, agradecendo o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) pela parceria na operação.

Apesar de reconhecer que a privacidade é protegida pela Constituição, salvo quando a lei determina o contrário, Witzel justificou que dado o tipo de operação de hoje, quando é muito grande a possibilidade de se encontrar armas e drogas em qualquer residência, não há necessidade de mandado de busca e apreensão. Segundo ele, a situação em flagrante permite que durante o dia se faça a busca e apreensão independente de mandado.

O governador acrescentou que muitos moradores colaboram com a atuação da polícia no trabalho de varredura, mas destacou que outros acabam se calando com medo do tráfico. “Ainda que o morador não queira, o tráfico exige que ele guarde o armamento. Os moradores muitas vezes não vão querer colaborar porque o tráfico está obrigando eles, e se colaborarem [com a polícia] serão mortos. Em operação como essa, mandados de busca e apreensão se tornam inexequíveis diante da falta de endereço e de números certos. Havendo uma situação de risco, em que várias casas podem, possivelmente, ser depósitos de armas e drogas, independente da vontade do morador, a busca e apreensão independente de mandado é uma necessidade que o próprio Código de Processo Penal autoriza. Não vejo aí nenhum tipo de violação à legalidade”, concluiu.

Operação

A operação de hoje começou a ser preparada há duas semanas com a integração dos serviços de inteligência das polícias civil e militar. O delegado titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (DESARME), Marcus Amin, adiantou que o trabalho integrado continua e em breve deve haver a deflagração de uma nova fase da operação, que pode resultar em quantidade maior de armas e drogas. 

Para ele, a apreensão desta quinta-feira, vai representar um baque na principal facção que atua no Rio de Janeiro. “Quando se apreende uma grande quantidade de uma liderança só, acaba fazendo com que ela diminua a sua área de atuação”, apontou Amin.

Conforme Amin, o armamento e as drogas apreendidas pertenciam aos traficantes Miro, da Nova Holanda e Mário Bigode, do Parque União. Os dois estão foragidos. De acordo com o delegado, Miro tinha intenção de usar o armamento para ocupar áreas de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. 

Na operação, foi preso Adriano Cruz de Oliveira, conhecido como Adriano Gordinho. Ele é apontado como o segundo homem na hierarquia do tráfico de drogas na comunidade Parque União e principal aliado do chefe do tráfico local, conhecido como Alvarenga. 

Adriano é condenado a mais de 35 anos de prisão e estava foragido da justiça. “As armas funcionavam como uma reserva técnica”.

Segundo o comandante do Batalhão de Ações com Cães (BAC), tenente-coronel Rafael Sepúlveda, as apreensões de drogas realizadas pela unidade este ano já ultrapassaram 10 toneladas, próximo do que foi alcançado em todo o ano passado, quando o BAC apreendeu 13,2 toneladas. Na operação foram empregados 40 policiais civil e 120 militares, com o auxílio de 4 cães.

Mestre de bateria

O governador comentou ainda a morte do mestre de bateria da escola de samba Unidos da Vila Rica, Alexandre Duarte, ferido no peito quando subia a Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, zona sul do Rio. Os moradores dizem que Alexandre foi morto em disparos feitos por policiais militares, mas a corporação nega e diz que foram tiros vindos de criminosos. Witzel garantiu que a apuração será feita e, caso seja comprovado que o autor do disparo foi um policial, ele será punido. “Nós não temos bandido de estimação. A delegacia de homicídios vai investigar com rigor, se há policial envolvido vai ser preso, vai ser expulso da polícia. Nós não temos leniência nem com traficante e nem com policial que não respeita os limites da sua atuação”.

Em nova manifestação, a Procuradoria da República dos Direitos do Cidadão afirmou que o novo decreto de armas do governo Jair Bolsonaro não apenas manteve, como agravou as ilegalidades do anterior. A nota técnica, assinada pelos procuradores Déborah Duprat e Marlon Alberto Weichert, aponta que o texto retificado pelo Planalto mantém a possibilidade de aquisição de alguns tipos de fuzis.

Documento

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Os procuradores afirmam ser importante 'ressaltar que alguns fuzis semiautomáticos continuam sendo de posse permitida por qualquer cidadão, assim como espingardas e carabinas, pois são armas portáteis de uso permitido'.

"Ou seja, qualquer pessoa poderá adquirir e manter em sua residência ou local de trabalho armas de alto potencial destrutivo. Apenas não poderá portá-las, ou seja, levá-las consigo fora dos referidos espaços privados", dizem.

De acordo com os procuradores, 'à exceção da reversão parcial da autorização de porte de fuzis, da vedação à consideração de armas de acervo de colecionadores como justificativas para a aquisição de munições, da revogação do dispositivo que ampliava a possibilidade de porte de armas em aeronaves e da exclusão de pessoas menores de 14 anos da autorização para prática de tiro esportivo (o que, todavia, não soluciona a ilegalidade decorrente da autorização de prática por menores de 18 anos), a nova disciplina não só manteve a inconstitucionalidade e ilegalidade que afeta o Decreto 9.785/19, como em diversos aspectos agravou a violação à Lei 10.826, de 2003'.

Segundo a PFDC, o novo decreto, a exemplo do anterior, 'foi editado sem qualquer diálogo com entidades e organizações da área da segurança pública e, pior, à margem do Sistema Único de Segurança Pública - SUSP, aprovado pela Lei 13.675/2018'.

"Também ampliou o extenso rol de pessoas que poderão ter porte de arma, em razão do exercício profissional, para incluir os advogados em geral (na versão anterior eram apenas os advogados públicos), o que perfaz um universo de mais de 1 milhão de pessoas, além dos proprietários de empresas de segurança privada e de transporte de valores, ainda que não participem da gerência do negócio", sustentam.

Os procuradores afirmam que 'também se observa uma nova expansão nos limites de munição que podem ser adquiridas'. "Em alguns casos, inclusive, sem que haja limite, como ocorre com integrantes dos órgãos de segurança para suas armas institucionais (o que parece incompreensível, pois a munição deveria ser adquirida pelo próprio órgão) e particulares".

"O Decreto 9.797, portanto, permite que caçadores mantenham um arsenal de até 30 armas (sendo 15 de uso permitido e 15 de uso restrito, o que inclui até armas nãoportáteis) e atiradores, até 60 armas (sendo 30 de uso permitido e 30 de uso restrito)", afirmam.

"O decreto também deixou passar, novamente, a oportunidade para determinar que as munições sejam obrigatoriamente marcadas, para fortalecer os controles e a apuração de crimes cometidos", afirmam.

Os procuradores dizem ainda que 'o cenário é de inconstitucionalidade integral do Decreto, dada a sua natureza de afronta estrutural à Lei 10.826/03 e à política de desarmamento por ela inaugurada'.

"As ilegalidades se acumulam em praticamente todos os espaços regulados pelo decreto (posse, compra, registro, porte, tiro esportivo, munições etc), de tal modo que resulta impossível do ponto de vista da sistematicidade jurídica afastar apenas dispositivos específicos do ato regulamentar. Destaca-se, ainda, que o artigo 66 do Decreto 9.785/19 revogou o regulamento anterior (Decreto nº 5.123/04). É necessário, portanto, invalidar a nova regulamentação e retornar à antiga", sustentam.

A nota técnica da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão ressalta que o Decreto 9.797/19 agravou - em relação ao próprio Decreto 9.785/19 - o quadro de flexibilização generalizada dos critérios restritivos fixados em lei para a posse, compra, registro e porte de armas.

Mudanças

Depois de contestações na Justiça e no Congresso, o presidente Jair Bolsonaro publicou nesta quarta-feira, 22, várias retificações no chamado Decreto de Armas, editado no início deste mês para facilitar o porte de armas no País. As correções constam de dois novos decretos.

Segundo o governo, o novo texto inclui "vedação expressa" à concessão de armas de fogo portáteis, como fuzis e carabinas, ao cidadão comum.

O governo federal publicou nesta quarta-feira (22) o novo decreto que altera regras do Decreto nº 9.785, de 7 de maio de 2019, que trata da aquisição, cadastro, registro, posse, porte e comercialização de armas de fogo no país.

Em nota, o Palácio do Planalto informou que as mudanças foram determinadas pelo presidente Jair Bolsonaro “a partir dos questionamentos feitos perante o Poder Judiciário, no âmbito do Poder Legislativo e pela sociedade em geral”.

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"Entre as alterações está o veto ao porte de armas de fuzis, carabinas ou espingardas para cidadãos comuns. Além de mudanças relacionadas ao porte de arma para o cidadão, há outras relacionadas à forças de segurança; aos colecionadores, caçadores e atiradores; ao procedimento para concessão do porte; e sobre as regras para transporte de armas em voos, que voltam a ser atribuição da Agência Nacional de Aviação Civil."

Também foram publicadas hoje retificações no decreto original que, segundo a Presidência, corrige erros meramente formais no texto original, como numeração duplicada de dispositivos, erros de pontuação, entre outros.

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) classificou, nesta terça-feira (21), como uma “irresponsabilidade monstruosa” do presidente Jair Bolsonaro (PSL) o fato de que o decreto que flexibiliza o porte e a posse de armas para diversas categorias profissionais também permitir que qualquer cidadão compre um fuzil.

O documento, assinado recentemente pelo presidente, aumenta em até quatro vezes o valor do poder de fogo das armas que podem ser compradas pelos civis. A classificação acabou incluindo o fuzil T4. A arma é usada normalmente por forças táticas militares e, no Brasil, é produzida pela empresa Taurus.

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Marcelo Freixo disse que Bolsonaro agiu como uma espécie de “lobista” da Taurus ao permitir a mudança. “Autorizar que civis andem nas ruas armados com fuzis é de uma irresponsabilidade monstruosa de Jair Bolsonaro, que age como um lobista da Taurus”, comentou em publicação no Twitter.

“Os interesses da indústria das armas está sendo colocado à frente da vida dos brasileiros”, completou indagando o que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, dizia sobre o assunto.

Freixo anunciou também que apresentou uma ação ao Ministério Público Federal “questionando a legalidade da liberação de fuzis a civis e pedindo que a Procuradoria tome providências legais”. O PSOL já havia apresentado ação ao Supremo Tribunal Federal por considerar “o decreto é inconstitucional”.

De acordo com informação do Jornal Nacional, da TV Globo, dessa segunda (20), a Taurus está aguardando a regulamentação do decreto para começar as vendas do fuzil T4. Segundo a empresa, já existe uma fila de duas mil pessoas aguardando para adquirir o armamento.

Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreenderam nesta quarta-feira (8) nove fuzis automáticos que seriam entregues na favela da Rocinha, na zona sul do Rio. O armamento estava escondido em um fundo falso de um carro particular. A prisão ocorreu na Rodovia Rio-Santos (BR-101), em Paraty, na Costa Verde fluminense.

Ao ser abordado, o motorista disse que era "fã" do trabalho da polícia e que poderiam revistar o veículo sem problema, mas, durante a fiscalização, começou a ficar nervoso e entrou em contradição em suas declarações. O suspeito levava no veículo materiais de uma empresa de telefonia, onde disse trabalhar. Ao perceber que os policiais fariam uma revista mais detalhada, começou a dizer que perderia o dia de trabalho e precisava seguir viagem.

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Na lataria do carro, os agentes da PRF localizaram um fundo falso. Os policiais conseguiram abrir o compartimento com o auxílio de ferramentas. Diversas peças das armas estavam embaladas em material plástico. O armamento estava desmontado para facilitar a ocultação.

Havia nove fuzis AK-47, além dos carregadores. O motorista, para disfarçar na hora abordagem, chegou a fazer selfies com os policiais rodoviários federais.

O homem foi levado à Superintendência da Polícia Federal, na Praça Mauá, no Rio, onde foi autuado por tráfico de armas. De lá, foi encaminhado ao sistema prisional, onde ficará à disposição da Justiça Federal, aguardando julgamento. 

Os ministros do Superior Tribunal Militar negaram habeas corpus e mantiveram preso, por unanimidade, um cabo do Exército do 7.º Grupo de Artilharia de Campanha (7.º GAC), sediado em Olinda (PE). O militar foi preso em flagrante pela Polícia Civil do estado, acusado de desviar e vender armamento e material de guerra para traficantes da região metropolitana de Recife.

As informações estão no site da Corte militar - HC 700057-42.2019.7.00.0000. A sessão de julgamento foi transmitida ao vivo pela Internet. O cabo foi preso no dia 17 de janeiro por ter, supostamente, praticado o crime de posse irregular de arma de fogo.

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Durante as investigações, o cabo confessou ter desviado armamento do quartel para 'obter um ganho extra'. Em ação conjunta com a Polícia Civil, foram apreendidos na residência do militar armamentos e munições, supostamente de propriedade do Exército, quando foi preso.

No mesmo dia, a primeira instância da Justiça Militar da União, em Recife, decretou a prisão preventiva do acusado e o manteve encarcerado no 7.º GAC.

Na semana passada, a defesa entrou com pedido de habeas corpus junto ao Superior Tribunal Militar, no intuito de revogar a prisão preventiva decretada monocraticamente pela juíza federal da Justiça Militar.

Ao analisar o pedido, o ministro do STM Odilson Sampaio Benzi negou provimento e manteve a prisão do acusado por tempo indeterminado.

No seu voto, o relator lembrou que o próprio acusado confessou durante o Inquérito Policial Militar que, 'após o nascimento da sua filha começou a necessitar de dinheiro e decidiu desviar e vender armamentos para obter renda extra'.

Ele também contou como adulterou documentos oriundos da 2.ª Bateria de Obuses e como retirou do quartel três fuzis e munições de diversos calibres, entre eles .50 e 7,62. O militar disse, inclusive, que vendeu os três armamentos 'para um traficante conhecido pelo valor de R$ 7.500,00'.

Para o ministro, a falta de dinheiro não justifica nem autoriza o militar ou qualquer outra pessoa a cometer crimes. "Ainda mais no caso em tela, tratando-se de graduado das Forças Armadas, exercendo um cargo de extrema importância como é a função de armeiro."

O relator fundamentou sua decisão informando que, ao contrário do que foi alegado, 'há sim grande probabilidade de que o acusado seja tentado ou forçado por traficantes ou pelas facções criminosas a continuar delinquindo no transcorrer da persecução criminal, nem que seja impedindo a produção de provas ou atrapalhando a instrução processual, principalmente após ele ter confessado toda a senda criminosa às autoridades'.

Com relação à periculosidade, o relator entendeu que por se tratar de crime cometido por um militar graduado, no interior do quartel durante o serviço, à frente de uma função sensível, como é o caso do armeiro, 'o perigo maior está imbricado no próprio modus operandi perpetrado pelo paciente (cabo), bem como nas consequências desses atos ilícitos tanto para a caserna, quanto para a sociedade civil'.

"Além do mais, quero acreditar que o instituto da periculosidade não é sinônimo de reincidência, de maneira que, mesmo primário, o agente pode vir a se tornar perigoso, a depender, por certo, de como ingressou no mundo do crime e dos atos por ele praticados", afirmou o ministro Odilson Sampaio Benzi.

"No que tange à garantia de aplicação da lei penal militar, cabe lembrar que o paciente confessou o crime, citou o nome de mais de um traficante com quem negociou armas e munições e que dos três fuzis subtraídos da caserna, ele devolveu apenas um deles. E mais, não se pode esquecer que o graduado demonstrou estar com muito medo de o crime organizado atentar contra a sua vida e contra a vida de seus familiares, o que, por si só, a meu juízo, já são motivos suficientes para levantar a possibilidade de eventual fuga, fato que confirma a necessidade de, por enquanto, mantê-lo preso, até para preservar sua integridade física", concluiu o relator.

Defendida pelo governador eleito do Rio, Wilson Witzel (PSC), a autorização a ser dada a policiais para "abater" criminosos com fuzis, sem que haja nenhum tipo de responsabilização, é ilegal, institui uma espécie de pena de morte e pode levar o Rio a experimentar um retrocesso de décadas na segurança pública a partir do ano que vem. A avaliação é de especialistas em segurança que acompanham as políticas para o setor.

Na última segunda-feira, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Witzel disse que policiais não podem ter dúvidas na hora de atirar no meio de confrontos. "A polícia vai fazer o correto: vai mirar na cabecinha e... fogo! Para não ter erro", afirmou. Ex-juiz federal e novato na política, Witzel se elegeu com discurso duro de combate ao crime. Ele defende a chamada excludente de ilicitude, que livra o policial de responsabilidade criminal se matar em serviço.

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"A noção de atirar e matar alguém que está de posse de uma arma ilegal significa rasgar a Constituição, que só prevê pena de morte em tempo de guerra, e rasgar tratados internacionais que o Brasil assinou. Decreta a pena de morte automática, na rua, e sem apelação. É um absurdo jurídico completo", avaliou o sociólogo Ignacio Cano, coordenador do Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio (Uerj).

Para Cano, Witzel parece alinhado a uma doutrina militar, que não poderia nortear a segurança pública. "A arma para o policial é ferramenta de defesa da vida dele e de terceiros, não é ofensiva. Nenhuma outra situação justifica. Estão tentando trazer para a segurança pública uma doutrina militar: basta identificar alguém como combatente inimigo para matá-lo."

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, já havia dito na quarta-feira que a ideia do governador eleito só poderá ser colocada em prática caso a legislação seja mudada.

Witzel se ampara no artigo 25 do Código Penal, que dispõe sobre a legítima defesa. São casos em que se configura "injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem", e nos quais devem ser usados "moderadamente" os "meios necessários" para esta defesa. O governador eleito acredita que basta portar o fuzil para que a agressão se configure, não sendo necessário que o criminoso mire em alguém.

Ontem, em entrevista à Globonews, ele reviu seu discurso, diante da repercussão negativa, e disse que o policial não tomará essa decisão sozinho. As operações serão filmadas e superiores vão acompanhá-las, garantiu. "A ordem para efetuar o disparo não é do policial, é do comando, que vai estar vendo o alvo", afirmou.

O sociólogo Renato Lima, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, também criticou. "Como juiz, ele podia interpretar e a decisão dele valer. Agora, não. A excludente quem concede não é o próprio policial, nem o governador, isso é visto depois da investigação", explicou. "Nenhuma polícia no mundo democrático tem autorização para fazer o que bem entende. Esse tipo de afirmação é tão somente explorar o medo da população. Segurança pública se faz com metodologia, com as melhores práticas, não com palpite, e o confronto não se mostra eficaz em área urbana. Essa lógica embute um preconceito com as comunidades pobres. Talvez renda votos, mas não vai pacificar o Estado".

Lima lembrou que o uso de "snipers", proposto para Witzel para este tipo de enfrentamento, não deve ser banalizado, uma vez que não há muitos quadros com esse grau de especialização.

Segundo ele, ao que tudo indica está decretado o fim das Unidades de Polícia Pacificadora, projeto focado na polícia de proximidade e na redução do número de fuzis nas favelas, e que completou dez anos em 2018 em decadência.

Assim como Lima, a socióloga Julita Lemgruber, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes, vê parentesco entre a fala de Witzel e a antiga "gratificação faroeste", que, nos anos 1990, premiava em dinheiro "atos de bravura", inclusive o assassinato de bandidos em confrontos.

"É uma volta à premiação faroeste, só que com outro nome. Os policiais eram estimulados a matar e foi um retumbante fracasso. Tanto ele quanto (o presidente eleito) Jair Bolsonaro defendem a licença para matar. É a velha máxima de apostar na violência pra conter a violência, que o Rio já experimentou várias vezes e só matou os pobres. A letalidade policial alta é um combustível para a alta geral da violência", analisa Julita.

A coordenadora de pesquisa da Anistia Internacional no Brasil, Renata Neder, pontuou que operações letais resultam no "absoluto terror" dos moradores das comunidades.

"As políticas de segurança pública no Rio foram historicamente baseadas na ostensividade e no confronto, e não na investigação, prevenção e inteligência. Na prática, isso se traduziu sempre em incursões policiais fortemente armadas para o confronto direto com grupos criminosos em favelas e periferias, tudo isso em nome de uma suposta 'guerra às drogas'. Intensificar este modelo militarizado vai apenas piorar o já grave quadro de violência letal no Estado".

Policiais federais apreenderam na noite dessa terça-feira (23) 11 fuzis no terminal de cargas do Aeroporto Santos Dumont, no centro da cidade do Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Federal (PF), junto com as armas foram encontrados 19 carregadores de fuzil (peça que contém as munições) e dois tabletes de cocaína.

A carga ilegal estava escondida numa caixa de fritadeiras elétricas que havia sido despachada em Cascavel, cidade do oeste paranaense, a 150 quilômetros da fronteira com o Paraguai.

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O destinatário do carregamento foi preso em flagrante pela Polícia Federal. A PF não divulgou detalhes da identidade do envolvido.

Um arsenal de guerra com vários fuzis, munições e carregadores foi apreendido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), em uma blitz na Rodovia Washington Luiz (BR-040), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O material seria entregue no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. O flagrante aconteceu no início da manhã de terça-feira, 4.

As informações foram divulgadas pela Polícia Rodoviária Federal.

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Equipes da PRF abordavam veículos na altura de Caxias, quando suspeitaram do motorista de um carro e decidiram abordá-lo.

Durante a fiscalização, perceberam que o homem estava bastante nervoso, o que aumentou a desconfiança. Ao revistarem o automóvel, os policiais localizaram um fundo falso.

Foram encontrados 20 fuzis de fabricação estrangeira, 40 carregadores e aproximadamente 1,4 mil munições de calibre 5,56mm. Além disso, também havia um kit para adaptar uma pistola para realizar disparos automáticos.

O suspeito, de 41 anos, confessou que entregaria o armamento numa favela do Complexo da Maré, em Bonsucesso, na Zona Norte. Ele estava vindo de São Paulo, mas não quis dar mais detalhes sobre a encomenda.

A ocorrência foi encaminhada para a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme).

Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter cogitado a ideia de armar professores para evitar tiroteios em colégios, o xerife do condado de Broward, palco de um massacre com 17 mortos na semana passada, determinou que guardas escolares passem a usar fuzis para proteger os alunos.

A decisão chega uma semana depois do tiroteio na Marjory Stoneman Douglas High School, em Parkland, cidade da Flórida que fica no condado de Broward. "Nossos agentes qualificados e treinados carregarão fuzis em territórios escolares daqui para frente", declarou o xerife Scott Israel.

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O policial garantiu que a medida será feita de forma "segura". "Precisamos estar aptos a derrotar qualquer ameaça", acrescentou. Na última quarta-feira (21), durante um encontro com alunos de escolas atingidas por tiroteios, o presidente Trump pedira um controle mais rígido dos antecedentes de compradores de armamentos, mas também defendera armar professores.

"Vamos analisar isso com rigor. Muita gente será contra, mas muitos serão a favor", disse. A política norte-americana vem sendo cada vez mais pressionada a restringir a venda de armas por causa dos recorrentes tiroteios no país, como o de Parkland e o de Las Vegas, em outubro passado.

Nos dois casos, as armas haviam sido compradas legalmente e equipadas com um acessório que aumenta seu poder de fogo. Atualmente, todas as escolas dos Estados Unidos são "gun free zones", ou seja, áreas onde é proibido portar armas.

Da Ansa

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