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Em 2022, o Brasil tinha 67,758 milhões de habitantes vivendo abaixo da linha de pobreza, o equivalente a uma fatia de 31,6% da população sobrevivendo com menos de R$ 21,23 por dia, segundo os dados da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 6.

O contingente de miseráveis correspondia a 5,9% da população do País, estimada em 214.106 milhões de pessoas: 12,653 milhões de brasileiros estavam em situação de pobreza extrema, sobrevivendo com menos de R$ 6,67 por dia.

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Embora o número de pessoas em situação de vulnerabilidade seja elevado, houve redução relevante em relação a 2021, graças à retomada, em ano eleitoral, da distribuição de recursos pelo então governo via programas de transferências de renda e também à melhora do mercado de trabalho, passado o choque inicial provocado pela pandemia de covid-19.

Na passagem de 2021 para 2022, 10,3 milhões de pessoas deixaram de viver em situação de pobreza. No mesmo período, o contingente sobrevivendo em situação de extrema pobreza diminuiu em cerca de 6,5 milhões de pessoas. Ou seja, entre 2021 e 2022, a fatia da população brasileira sobrevivendo na extrema pobreza caiu de 9,0% para 5,9%, enquanto a parcela vivendo em situação de pobreza diminuiu de 36,7%para 31,6%.

Sem os pagamentos de benefícios de programas sociais, a proporção de pobres subiria 12%, alcançando uma fatia de 35,4% da população brasileira em 2022, enquanto a parcela de miseráveis seria 80% maior, abrangendo 10,6% dos habitantes do Brasil.

Os programas sociais respondiam por 67,0% do rendimento domiciliar das pessoas em situação de extrema pobreza em 2022, enquanto a renda obtida do trabalho correspondia a apenas 27,4% do rendimento deste grupo. Nos domicílios considerados pobres, os benefícios de programas sociais representavam 20,5% dos rendimentos, e a renda do trabalho, 63,1%.

Pelos critérios dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e recomendações do Banco Mundial, a pobreza extrema é caracterizada por uma renda familiar per capita disponível inferior a US$ 2,15 por dia, o equivalente a um rendimento médio mensal de R$ 200 por pessoa em 2022, na conversão pelo método de Paridade de Poder de Compra (PPC) - que não leva em conta a cotação da taxa de câmbio de mercado, mas o valor necessário para comprar a mesma quantidade de bens e serviços no mercado interno de cada país em comparação com o mercado nos Estados Unidos.

Já a população que vive abaixo da linha de pobreza é aquela com renda disponível de US$ 6,85 por dia, o equivalente a R$ 637 mensais por pessoa em 2022. A série histórica da pesquisa do IBGE, que usa dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), teve início em 2012.

Crianças

Em 2022, a proporção de crianças menores de 14 anos de idade abaixo da linha de pobreza foi de 49,1%. A proporção de crianças brasileiras vivendo em situação de pobreza extrema foi de 10,0% em 2022.

No grupo etário de 15 a 29 anos, 34,9% viviam na pobreza, e 6,3% estavam em situação de miséria. Por outro lado, na população idosa, com 60 anos ou mais, 14,8% viviam em situação de pobreza, e 2,3% sobreviviam na extrema pobreza.

"As aposentadorias e pensões têm um peso extremamente significativo na redução da pobreza e da extrema pobreza", justificou o pesquisador do IBGE André Simões.

Raça

Além da faixa etária, a questão racial também indica vulnerabilidade. Entre os brasileiros pretos e pardos, 40,0% viviam em situação de pobreza em 2022, praticamente o dobro da proporção de brancos (21,0%) nessa situação.

No grupo de negros, 7,7% estavam sobrevivendo em condição de pobreza extrema, enquanto que entre os brancos essa incidência era reduzida a menos da metade, havia 3,5% de miseráveis no grupo de brancos.

"O arranjo domiciliar formado por mulheres pretas ou pardas, sem cônjuge e com filhos menores de 14 anos concentrou a maior incidência de pobreza: 72,2% dos moradores desses arranjos eram pobres e 22,6% eram extremamente pobres", frisou o IBGE.

Regiões

Mais da metade dos miseráveis do País moravam na região Nordeste, 54,6%. Outros 23,8% moravam no Sudeste; 11,9% eram da região Norte; 6,0% do Sul; e 3,7% do Centro-Oeste.

Quanto à população vivendo em situação de pobreza, 43,5% estavam no Nordeste; 30,7%, no Sudeste; 12,8%, no Norte; 7,7%, no Sul; e 5,3%, no Centro-Oeste.

Na passagem de 2021 para 2022, todas as regiões registraram reduções na proporção de habitantes vivendo tanto na pobreza quanto na miséria. O recuo na pobreza foi maior no Centro-Oeste, queda de 7,3 pontos porcentuais, para um total de 21,3% da população local vivendo nessa situação.

"O Centro-Oeste registrou a maior queda na pobreza em 2022, porque o mercado de trabalho da região Centro-Oeste foi bem dinâmico em 2022. A massa de rendimento cresceu bastante. Provavelmente isso está relacionado às atividades da agroindústria, e provavelmente teve efeito na redução da pobreza", disse Simões.

A região Nordeste ainda tinha mais da metade de seus habitantes (51,0%) em situação de pobreza em 2022. No Norte, 46,2% dos moradores eram pobres.

"Norte e Nordeste registraram as maiores quedas na extrema pobreza em 2022", lembrou Simões.

O contingente de miseráveis no Nordeste diminuiu 5,8 pontos porcentuais em 2022, para um total de 11,8% da população local sobrevivendo na extrema pobreza. No Norte, a fatia de miseráveis caiu 5,9 pontos porcentuais, para 8,0% dos moradores locais vivendo em situação de extrema pobreza.

"Os domicílios mais vulneráveis, eles têm peso maior dos benefícios sociais", explicou o técnico do IBGE.

Renda

O IBGE lembrou que o rendimento médio domiciliar per capita no País subiu 6,9% em 2022, para R$ 1.586. Apesar da melhora, o avanço não recuperou as perdas ocorridas nos anos de 2020 e de 2021, permanecendo 4,9% abaixo do patamar pré-pandemia, de 2019.

Na passagem de 2021 para 2022, o rendimento médio domiciliar per capita das pessoas pretas ou pardas aumentou 11,8%, para R$ 1.163, enquanto o das pessoas brancas avançou 3,5%, para R$ 2.118. Porém, os negros ganharam cerca de metade da renda dos brancos ao longo de toda a série da pesquisa, iniciada em 2012, o que evidencia a manutenção de uma desigualdade estrutural.

Em 2022, com a expansão do emprego e a expansão nos programas de transferências de renda, houve aumento no rendimento domiciliar per capita em todas as faixas de renda, especialmente entre os mais pobres: entre os 10% com menores rendimentos, a renda média per capita cresceu 59,2%, embora ainda somasse apenas R$ 163 mensais por pessoa, cerca de R$ 5,43 diários. Na faixa seguinte, que engloba os de 10% a 20% mais pobres, a renda avançou 22,9% em 2022, para R$ 379 mensais, cerca de R$ 12,63 por dia por pessoa. Já entre os 10% mais ricos, a renda per capita aumentou 1,9%, para R$ 6.448 mensais.

A elevação de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre coloca o Brasil na 28ª colocação no ranking de crescimento para o período. Com dados de 51 países, o ranking foi elaborado pelo economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini.

O primeiro colocado no ranking de expansão da economia no terceiro trimestre foi a Indonésia, com crescimento de 3,3%.

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Em seguida, aparecem Malásia (2,6%); Nigéria (2,3%); Taiwan (1,9%); Indonésia (1,6%); Polônia (1,5%); Cingapura (1,4%); China (1,3%); Estados Unidos (1,3%) e México (1,1%).

O desempenho do Brasil no período ficou abaixo da média dos 51 países do ranking, de expansão de 0,2%.

A elevação do PIB brasileiro também ficou abaixo da média dos países que compõem o G7, de elevação de 1,1%, mas acima do desempenho médio das nações que compõem o Brics (-0,2%).

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou alta de 0,1% no terceiro trimestre de 2023 ante o segundo trimestre de 2023, informou nesta terça-feira (5)o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio mais forte do que a mediana das previsões de analistas consultados pelo Projeções Broadcast. Ela apontava queda de 0,2%, com o intervalo das estimativas indo desde uma queda de 0,6% a uma alta de 0,9%.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2022, o PIB apresentou alta de 2,0% no terceiro trimestre de 2023, também superando a mediana das previsões, de alta de 1,8%, com intervalo de projeções que ia de elevação de 0,8% a 2,8%.

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Ainda segundo o instituto, o PIB do terceiro trimestre de 2023 totalizou R$ 2,7 trilhões.

Com a proximidade do verão e das festas de final de ano, o brasileiro se sente estimulado a gastar mais. Mas é o gelado que vem aquecendo a economia, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS). O órgão explica que, com a onda de calor que atinge o Brasil, as vendas de sorvetes até o final do ano devem aumentar em torno de 30%, em comparação ao último trimestre de 2023. 

De acordo com o IBGE, o setor de supermercados já aumentou 5,6% nas vendas, em comparação com 2022. Os dias quentes aqueceram a venda de sorvetes, além dele, outros itens “refrescantes” também encabeçam a lista dos mais procurados, como refrigerante, água, suco e cerveja. Segundo a gerente comercial da Rede Bom Lugar Supermercados, Amanda Fernandes, os preparativos para a alta demanda de final de ano já começam meses antes, itens como sorvete e bebidas já estavam na lista dessa previsão.  

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“Estamos nos preparando desde final de setembro, pois já sabemos que nessa época do ano, devido às comemorações e confraternizações, o consumo é maior. Fazemos uma análise da tendência do mercado, já temos os históricos dos anos anteriores, porém em cima desses dados acompanhamos as previsões atuais e nos planejamos junto aos nossos parceiros com as compras”, detalha. 

Uma grande preocupação das empresas é que devido à alta procura faltem produtos. “Já prevíamos que neste ano o consumo seria maior devido ao calor, já estudamos todo o mix e lançamentos de produtos dentro da categoria, para assim promovermos ações diferenciadas para nossos clientes”, revela Amanda. “Claro que, para garantir o abastecimento, temos grande parcerias com indústrias e já vamos negociando com essa certa antecedência”, completa. 

 

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 7,6% no trimestre encerrado em outubro, de acordo com os dados mensais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na manhã desta quinta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou em linha com a mediana das projeções de analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, de 7,6%. O intervalo das previsões ia de 7,3% a 7,8%.

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Em igual período de 2022, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 8,3%. No trimestre encerrado em setembro de 2023, a taxa de desocupação estava em 7,7%.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.999 no trimestre encerrado em outubro. O resultado representa alta de 3,90% em relação ao mesmo trimestre de 2022.

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 295,745 bilhões no trimestre encerrado em outubro, alta de 4,70% ante igual período do ano passado, segundo o IBGE.

O novo estudo "Pele Alvo: Bala Não Erra o Negro", elaborado pela Rede de Observatórios de Segurança, um projeto do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), mostrou que, em quatro das maiores cidades do Grande Recife, apenas pessoas negras foram mortas pelas forças policiais em 2022. O resultado se repetiu por dois anos seguidos, sendo o mesmo também em 2021. Os municípios com a totalidade de pessoas pretas ou pardas mortas pela polícia foram Recife, com 11 mortos; Igarassu, com sete mortos; Olinda, com seis mortos; e Cabo de Santo Agostinho, com cinco mortes. 

Ainda de acordo com a pesquisa, em Pernambuco a proporção de negros entre as vítimas de operações policiais foi de 89,66%. No total, 91 pernambucanos foram mortos durante alguma intervenção do Estado. Destes, 87 tiveram cor e raça declaradas, e 78 foram identificados como negros (89,65%). Pessoas negras são 65,1% da população de Pernambuco. No estado, além da maioria de vítimas negras, os jovens de 12 a 29 anos representam 67,03% dos casos. 

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O estudo do Cesec divulgado nesta quinta-feira (16) utilizou estatísticas fornecidas pelas polícias do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Ceará, Piauí, Maranhão e Pará, com base na Lei de Acesso à Informação (LAI). As informações foram cruzadas com os dados de cor e raça divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados levam em consideração a autodeclaração populacional, admitida pelo IBGE, e que enxerga como população negra pessoas declaradas pretas ou pardas.  

“É perceptível o quanto a violência toma uma nova forma ao chegar na juventude. Marginalizados e sem direitos e acessos básicos, corpos negros nas periferias são alvos de execuções brutais pela polícia, tendo o racismo como motor para esses eventos de violência. O descaso é ainda maior quando os casos acontecem no interior do estado, pois ainda existe uma enorme falta de assistência e políticas públicas voltadas para essas regiões. É como se não existissem”, diz Edna Jatobá, coordenadora do Observatório de Segurança de Pernambuco. “Seja na capital ou nas demais cidades, a dinâmica do racismo tem historicamente estigmatizado corpos negros, majoritariamente jovens, sobretudo nas ações realizadas pelas polícias”, completa.  

Brasil 

O número de pessoas mortas pela polícia em apenas oito estados brasileiros chegou a 4.219 em 2022. Desse total, 2.700 foram considerados negros (pretos ou pardos) pelas autoridades policiais, ou seja, 65,7% do total. Se considerados apenas aqueles com cor/raça informada (3.171), a proporção de negros chega a 87,4%.  

 

O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, indicou uma possível mudança nas divulgações de estatísticas do instituto ao classificar o modelo adotado como "comunicação do passado". A declaração foi dada em palestra a funcionários no dia 24 numa cerimônia transmitida e gravada no YouTube, embora não esteja listada.

"O IBGE produzia as informações e os dados, fazia uma entrevista coletiva e transferia a responsabilidade para o grande público através dos meios de comunicação tradicional", disse. Hoje, os resultados de pesquisas e estudos do IBGE - que fornece números oficiais, como de inflação e PIB - são informados, simultaneamente, a diversos órgãos de imprensa, em entrevistas coletivas concedidas pelos técnicos.

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A cerimônia marcou a posse de Daniel Castro como coordenador-geral do Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI), cargo com nível de diretoria. Até então, Castro era coordenador de comunicação social, área que era ligada à presidência do órgão. Agora, o setor de comunicação social passa para baixo do CDDI, departamento responsável pelas publicações, eventos, comercialização, marketing e portal do IBGE.

Castro, por sua vez, disse na cerimônia que hoje o grande desafio do IBGE "é chegar na dona Maria diretamente". E complementou: "Porque a tecnologia hoje possibilita que a gente chegue na dona Maria, no seu João. Que eles possam ter acesso diretamente às informações do IBGE. Isso não é desconsiderar todos os veículos que existem, todas as formas de comunicação. Nada é substituído."

Não é a primeira vez que Castro trabalha com Pochmann. Durante a gestão do economista à frente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), de 2007 a 2012, Castro foi assessor-chefe de Comunicação e diretor da revista Desafios do Desenvolvimento, de 2009 a 2012, conforme currículo disponível no site do IBGE. Depois, de 2013 a 2015, foi coordenador nacional de Comunicação da Fundação Perseu Abramo.

A fundação foi instituída pelo PT em 1996 e dirigida por Pochmann de 2012 a 2020. Pochmann, depois da FPA, dirigiu o Instituto Lula (2020-2023).

O presidente do IBGE disse ainda que a estrutura "verticalizada, hierárquica, e muitas vezes autoritária, ficou para trás". "Precisamos urgentemente construir um IBGE contemporâneo, de uma administração transparente, que dialoga, que assume responsabilidades conjuntas e que tenha um rumo, uma direção."

Modelo de produção

Na mesma ocasião, Pochmann observou que o modelo de produção de estatísticas do IBGE foi desenhado a partir de critérios aprovados em países do Ocidente. "Hoje, com o deslocamento do centro dinâmico do mundo para o Oriente, já não está perceptível as melhores soluções apenas no Ocidente. O Oriente também traz informações."

Ele contou que teve um diálogo com o órgão chinês de estatística. "Tivemos oportunidade, num diálogo com a direção do Instituto Nacional de Estatística da China, que está entrando em curso um censo econômico que visa justamente identificar, capturar o valor agregado das atividades digitais", disse.

Segundo fontes, servidores que falaram sob condição de anonimato, as declarações não estavam em debate até que a ex-diretora de pesquisas Martha Mayer publicasse artigo crítico destacando que a China suspendeu a publicação de dados sobre desemprego entre os jovens, segmento em que os índices costumam ser mais altos. O artigo de Mayer foi publicado no jornal O Globo no último dia 12.

A palestra de Pochmann pode ser assistida aqui.

Procurado, o IBGE não comentou o assunto até o fechamento desta reportagem.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou o volume de serviços prestados em agosto ante julho, de uma queda de 0,9% para um recuo de 1,3%, na série com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços divulgados nesta terça-feira (14).

A taxa de julho ante junho passou de alta de 0,4% para aumento de 0,6%, a de junho ante maio saiu de +0,2% para +0,1%, e a de abril ante março passou de -1,7% para -1,8%.

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Em seis anos, mais de 45 milhões de brasileiros passaram a usar a internet no País. O Brasil alcançou a marca de 161,6 milhões de habitantes conectados em 2022, o equivalente a 87,2% da população de 10 anos ou mais de idade, estimada em 185,4 milhões de pessoas. Entre os internautas, 93,4% declararam que usavam a internet todos os dias.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comunicação 2022, a Pnad TIC, e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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O acesso à internet avançou mais entre os idosos do que entre as crianças nos últimos seis anos.

O número de pessoas com 60 anos ou mais que usavam a internet mais que triplicou no período, subindo de 6,5 milhões em 2016 para 20,4 milhões em 2022.

Entre as crianças de 10 a 13 anos, esse contingente de conectados avançou de 8,1 milhões para 9,8 milhões no período.

Inclusão digital

Desde 2016, quando começou a série histórica da pesquisa do IBGE, o contingente de excluídos digitais foi reduzido em mais de 60%: havia 59,7 milhões de brasileiros sem acesso à internet naquele ano, 35,9 milhões a menos que os atuais 23,8 milhões de desconectados registrados atualmente.

O número de domicílios conectados à internet ficou 21,1 milhões maior em seis anos: em 2016, havia 47,8 milhões de lares com utilização da internet, subindo a 68,9 milhões em 2022.

A proporção de usuários conectados alcançou 89,4% entre os habitantes de áreas urbanas no ano passado, e 72,7% entre os moradores da área rural.

Na população que usava a internet, o meio de acesso mais adotado foi o telefone móvel celular, mencionado por 98,9% dos conectados, seguido pela televisão (47,5%), pelo microcomputador (35,5%) e pelo tablet (7,6%).

O IBGE lembra que já vinha de anos anteriores a tendência de queda no uso de microcomputador e de tablete, acompanhada de aumento da utilização da televisão para acessar a internet.

Em 2022, a maioria dos usuários usou a internet para conversar por chamadas de voz ou vídeo (94,4%). A segunda finalidade mais relatada de uso foi enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes de e-mail (92,0%), seguida por assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes (88,3%), usar redes sociais (83,6%), ouvir músicas, rádio ou podcast (82,4%), ler jornais, notícias, livros ou revistas pela Internet (72,3%), acessar banco(s) ou outras instituições financeiras (60,1%), enviar ou receber e-mails (59,4%), comprar ou encomendar bens ou serviços (42,0%), usar algum serviço público (33,4%), jogar (32,4%), e vender ou anunciar bens ou serviços (12,0%).

Uso ampliado da internet

O IBGE investigou ainda o uso ampliado da internet, ou seja, aquela utilização por indivíduos que efetivaram tarefas sem o conhecimento que as mesmas demandavam conexão à internet.

"Isso pode ocorrer, por exemplo, quando uma pessoa acessa redes sociais, troca mensagens por meio de determinados aplicativos ou instala aplicativos no telefone celular, especialmente no caso de serviços da internet ofertados gratuitamente. Tais pessoas são usuárias da internet, mesmo sem ter ciência deste fato", explicou o IBGE.

Considerando o indicador ampliado de uso da Internet, 88,7% das pessoas de 10 anos ou mais de idade usaram a internet no período de referência da pesquisa, fatia que subia a 90,8% entre moradores de área urbana e ficava em 74,9% entre os residentes em área rural.

"Constata-se, portanto, uma diferença de 1,5 p.p. entre o indicador ampliado de uso da internet (88,7%) e o indicador padrão (87,2%). Entre as pessoas que moravam em área rural, essa diferença foi maior (2,2 p.p.) ao passo que em área urbana foi de 1,4 p.p., concluindo-se que entre a população rural havia maior proporção de usuários da Internet não cientes desse uso", concluiu o IBGE.

Em 2022, 160,4 milhões de pessoas tinham aparelho de telefone celular para uso pessoal no País, 86,5% da população com 10 anos ou mais. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comunicação 2022, a Pnad TIC, e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A proporção de usuários de telefone móvel celular foi de 88,9% entre os habitantes de áreas urbanas e de 71,2% entre os moradores da área rural. A fatia de mulheres com telefone celular foi de 88,0%, ante uma proporção de 85,0% entre os homens.

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O IBGE frisa que a pesquisa mostrou expansão contínua da posse de telefone celular desde o início da série histórica, em 2016, quando 77,4% da população de 10 anos ou mais de idade possuíam o aparelho. Essa fatia subiu a 81,4% em 2019, passando a 84,4% em 2021, até alcançar os atuais 86,5% vistos em 2022.

Entre os 25,0 milhões de brasileiros sem telefone móvel celular para uso pessoal em 2022, o equivalente a 13,5% da população de 10 anos ou mais de idade, 54,1% eram homens e 45,9%, mulheres. Quanto à faixa etária, 34,5% tinham 60 anos ou mais de idade, e outros 20,9% tinham de 10 a 13 anos.

"Por nível de escolaridade, nota-se que 78,8% não tinham instrução ou não haviam completado o ensino fundamental", informou o IBGE.

Os motivos mais citados para a ausência de telefone celular foi não saber usar o aparelho (motivo citado por 26,5%), o aparelho telefônico era caro (24,8%), falta de necessidade (22,0%), costumava usar o telefone móvel celular de outra pessoa (11,6%), preocupação com privacidade ou segurança (4,7%), o serviço era caro (3,1%), e o serviço de telefonia móvel celular não estava disponível nos locais que costuma frequentar (1,0%).

O acesso à internet no Brasil manteve a tendência de expansão nos últimos anos, mas 6,4 milhões de famílias permaneciam sem conexão à rede em casa em 2022. Cerca de 23,792 milhões de brasileiros de 10 anos ou mais de idade não usavam a internet, sendo 2,923 milhões deles estudantes. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comunicação 2022, a Pnad TIC, e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os excluídos digitais representavam 12,8% da população com 10 anos ou mais de idade. Mais da metade deles eram idosos (52,3% tinha 60 anos ou mais de idade). O grupo também era majoritariamente constituído por pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, o equivalente a 78,5% das pessoas sem acesso à internet.

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"No País, o rendimento médio mensal real per capita nos domicílios em que havia utilização da internet (R$ 1.760) foi quase o dobro do rendimento nos que não utilizavam essa rede (R$ 944). A grande diferença entre esses dois rendimentos foi observada em todas as Grandes Regiões, com destaque para a Região Norte, cujo rendimento nos domicílios em que havia utilização da Internet foi maior que o dobro do rendimento registrado nos domicílios que não utilizavam o serviço", ressaltou o IBGE.

Entre os excluídos digitais, 16,2% apontaram motivos financeiros para a falta de acesso à internet: 11,1% disseram que o acesso à rede era caro, e outros 5,1% declararam que o equipamento eletrônico necessário era caro. Os dois motivos mais mencionados para a falta de conectividade foram não saber usar a internet (47,7%) e falta de necessidade (23,5%). Outros 3,6% disseram que o serviço não estava disponível nos locais que frequentavam, sendo que essa proporção subia a 9,7% entre os excluídos digitais da região Norte. Na média do Brasil, 8,0% dos desconectados em área rural mencionaram a ausência de internet nos locais frequentados, contra uma fatia de apenas 1,8% dos excluídos digitais de áreas urbanas.

Entre os estudantes que não tinham internet, a maioria esmagadora frequentava a rede pública de ensino: 93,7%. Os estudantes de 10 anos ou mais que ainda eram excluídos digitais em 2022 relataram maior peso da questão financeira para o problema: 19,9% consideravam o serviço caro e 14,8% afirmaram que o equipamento necessário para o acesso era caro.

ACESSO GRATUITO À INTERNET

A pesquisa mediu ainda o alcance do acesso gratuito à internet (Wi-Fi) em locais públicos, como estabelecimentos públicos de educação e bibliotecas públicas, estabelecimentos públicos de saúde, praças e parques: 8,9% das pessoas que utilizaram a internet no período de referência afirmaram ter acessado o serviço gratuitamente em escolas, universidades ou bibliotecas públicas; 5,2%, em estabelecimentos públicos de saúde, como postos de saúde e hospitais públicos; e 5,5%, em praças ou parques públicos. A Região Sul apresentou os maiores porcentuais de acesso gratuito à internet para os três tipos de locais públicos pesquisados: 11,7%, 7,9% e 8,1%, respectivamente.

"Nota-se que o acesso gratuito à internet em estabelecimentos públicos de educação ou bibliotecas públicas foi maior entre os grupos etários mais jovens: 19,1%, para as pessoas de 10 a 13 anos de idade; 24,7%, entre as pessoas de 14 a 19 anos; e 11,5%, para o grupo de 20 a 24 anos", apontou o IBGE.

Entre os estudantes conectados, 24,2% fizeram uso de internet gratuita em estabelecimentos de ensino públicos e bibliotecas públicas. Considerando a rede de ensino de origem, 26,7% dos estudantes da rede pública que utilizaram internet acessaram o serviço de forma gratuita em escolas, universidades ou bibliotecas públicas, fatia superior à dos estudantes conectados que cursavam a rede privada de ensino (19,0%).

O uso da internet chegou a 87,2% da população brasileira em 2022, um aumento de 21,1 pontos percentuais em relação a 2016, usada por 66,1% da população. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Tecnologia da Informação e Comunicação 2022 (Pnad), divulgada nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Houve aumento mesmo na comparação com 2021, quando o percentual de usuários da rede mundial era de 84,7%. O estudo considerou apenas pessoas com 10 anos ou mais de idade.

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O crescimento no acesso à internet foi ainda maior entre as pessoas com 60 anos ou mais. Em 2022, eram 62,1% de usuários, índice superior aos 57,5% de 2021 e cerca de 2,5 vezes maior que os 24,7% de 2016. Ou seja, a parcela de idosos com acesso à rede passou de um quarto para dois terços da população.

“Tem havido uma expansão do uso da internet entre os idosos, ainda que seja o grupo etário com menor percentual de usuários”, disse o pesquisador do IBGE Gustavo Fontes, destacando que a faixa etária com maior uso é de 20 a 29 anos de idade (96,1%). 

Segundo o IBGE, esse aumento se deve a evolução nas facilidades para o uso dessa tecnologia e na sua disseminação no cotidiano da sociedade.

O professor aposentado Celso Ribeiro, de 65 anos de idade, disse que a internet o permite ter o mundo em suas mãos. “A chegada do celular, com a sua multifuncionalidade e a sua tecnologia avançada, foi uma feliz coincidência com esse momento da minha vida, de aposentadoria. O celular me ajuda a superar o distanciamento físico decorrente das dificuldades de deslocamento no meio urbano. Tenho literalmente o mundo em minhas mãos e não me deixo virar um fóssil nas linguagens da juventude, porque o celular me coloca em contato com eles o tempo todo”.

Os domicílios com utilização de internet subiram de 90% em 2021 para 91,5% em 2022. Desses 68,9 milhões de residências com acesso à rede no ano passado, 14,3% tinham algum dispositivo inteligente acessado à internet, como câmeras, caixas de som, lâmpadas, ar-condicionado e geladeiras.

Os domicílios com banda larga móvel subiram de 79,2% para 81,2% de 2021 para 2022, enquanto aqueles com banda larga fixa passaram de 83,5% para 86,4%.

Na área rural, o acesso à rede mundial cresceu de 74,7% para 78,1% no período. Já na área urbana, o percentual passou de 92,3% para 93,5%.

Motivos

As razões mais citadas para não ter acesso à rede foram que nenhum morador sabia usar a tecnologia, sendo 34,8% na área urbana e 26,4% na rural; não havia necessidade, 28,5% nas cidades e 19,6% no campo, e serviço de acesso ser caro, 28% e 30,6%, na área urbana e rural, respectivamente. Na zona rural, destaca-se também o fato de que não havia serviço disponível na área (15,2%).

Os principais motivos para o uso da internet no Brasil são conversar por chamadas de voz ou vídeo (94,4%), enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens (92%) e assistir a vídeos (88,3%). Foram citados também o uso de redes sociais (83,6%), ouvir música, rádio e podcast (82,4%), ler jornais, notícias, revistas e livros (72,3%), acessar bancos e outras instituições financeiras (60,1%) e enviar ou receber e-mails (59,4%).

Segundo a Pnad, 93,4% dos usuários usavam internet todos os dias e apenas 0,7% usavam menos do que uma vez por semana, ou seja, havia semanas em que não usavam a internet.

A pesquisa também mostrou que havia disparidade entre estudantes de escolas particulares e de escolas públicas, em 2022. Enquanto os de escolas privadas, 98,4%, tinham acesso à internet, entre os estudantes da rede pública o percentual era 89,4%, ou seja, 9 pontos percentuais abaixo.

Entre os estudantes de escolas públicas, 26,7% usavam conexão gratuita em instituições de ensino ou bibliotecas para acessar a internet.

Televisão e rádio

A forma preferida de acesso à internet foi o celular (98,9%), seguida pela televisão (47,5%), computador (35,5%) e tablet (7,6%). O acesso por computador e tablet decaiu bastante em relação a 2016, quando os percentuais eram 63,2% e 16,4%, respectivamente.

A proporção de domicílios com televisão caiu de 95,5% em 2021 para 94,9% em 2022. Em 2016, essa taxa era de 97,2%.

“A pesquisa tem mostrado uma queda gradual, ainda que muito lenta. Isso pode refletir hábitos de consumo da população, hábitos de lazer, como as pessoas acessam vídeos. Isso pode refletir alguma mudança gradual de hábito”, explica Fontes. “Mas a pesquisa não investiga exatamente isso. A gente não pergunta por que não tem televisão”.

Dos lares com o aparelho, 43,4% tinham assinatura de serviços de streaming. Já os domicílios com rádio eram apenas 56,5% e aqueles com telefone fixo somaram 12,3%, bem abaixo dos 32,6% de 2016.

Passado o choque inicial provocado pela pandemia de Covid-19, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2021 cresceu, mas um pouco menos do que o inicialmente estimado: a alta passou para 4,8%, ante um avanço anteriormente calculado em 5%, segundo dados revisados com base no Sistema de Contas Nacionais, divulgados nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A estimativa anterior tinha como base as Contas Nacionais Trimestrais. Com a revisão definitiva, com base nas Contas Nacionais Anuais, o PIB somou R$ 9 trilhões em 2021. O PIB per capita foi de R$ 42.247,52.

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Sob a ótica da oferta, a variação do PIB da indústria de 2021 em relação a 2020 passou para uma alta de 5%, ante um avanço anterior estimado em 4,8%. O PIB da agropecuária registrou estabilidade (0,0%) em 2021, ante uma alta anteriormente estimada de 0,3%. A variação do PIB de serviços de 2021 passou a aumento de 4,8%, ante um avanço estimado antes de 5,2%.

Segundo o IBGE, a revisão no PIB de 2021 decorreu principalmente da incorporação de novos dados sobre as atividades de Serviços, disponibilizados pela Pesquisa Anual de Serviços (PAS). O destaque foi a revisão na atividade Transporte, armazenagem e correio, que saiu de uma alta estimada de 12,9% para um avanço de 6,5%.

O crescimento do PIB de 2021 foi decorrente de um aumento de 4,5% do valor adicionado bruto, sendo 3,4 pontos porcentuais advindos dos Serviços e 1,1 ponto porcentual da Indústria.

Pela ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 2,9% em 2021, e o consumo do governo avançou 4,2%.

"Comparando-se a participação de bens e serviços no consumo final das famílias, observa-se que, em 2021, os serviços cresceram 4,0%, enquanto os bens cresceram 1,9%. O crescimento maior dos serviços não chega a recuperar toda a queda observada em 2020 em decorrência da pandemia, quando os serviços, mais afetados, caíram 10,2% e os bens caíram 0,7%", apontou o IBGE, em nota.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) cresceu 12,9% em 2021, após ter recuado 1,7% em 2020. A taxa de investimento foi de 17,9% em 2021.

Entre os componentes da FBCF, as máquinas e equipamentos avançaram 11,1%, construção cresceu 11,9%, produtos de propriedade intelectual subiram 23,9%, e os outros ativos fixos avançara, 7,7%.

"Em 2021, o grupo Máquinas e equipamentos superou a Construção como o maior peso na Formação Bruta de Capital Fixo, e sua participação subiu de 41,5% para 43,8%. A Construção respondeu por 41,9% da FBCF, os Produtos de propriedade intelectual por 12,1% e os Outros ativos fixos, por 2,2%", apontou o IBGE.

O instituto frisou ainda que a participação da remuneração do capital no PIB atingiu em 2021 o maior patamar da série histórica.

"O PIB pela ótica da renda é medido pela soma das remunerações dos fatores de produção, ou seja, a renda gerada no período mais os impostos líquidos de subsídios sobre a produção e a importação. Em 2021, verificou-se aumento da participação no PIB do excedente operacional bruto (de 35,3% em 2020 para 37,5% em 2021) e dos impostos líquidos de subsídios sobre a produção e a importação (de 14,5% para 15,5% do PIB). Em contrapartida, houve redução nas parcelas referentes às remunerações (39,2% do PIB) e ao rendimento misto bruto (7,8%)", explicou a nota do IBGE.

Necessidade de financiamento

A necessidade de financiamento da economia brasileira foi de R$ 213,5 bilhões em 2021, aumento de 165% em relação a 2020, quando ficou em R$ 80,5 bilhões.

O setor de empresas não financeiras registrou uma necessidade de financiamento recorde de R$ 321,8 bilhões a preços correntes em 2021, a maior da série iniciada em 2000.

O resultado foi puxado por um aumento de 35,0% na Formação Bruta de Capital fixo das empresas não financeiras em 2021, que alcançou R$ 940,9 bilhões, maior valor a preços correntes da série.

Já o setor empresas financeiras teve aumento nominal na capacidade de financiamento de 2,8%, ao passar de 216,9 bilhões em 2020 para R$ 222,9 bilhões em 2021.

PIB definitivo

Como em diversos países do mundo, o IBGE divulga os primeiros resultados oficiais da atividade econômica trimestralmente, com base em dados preliminares, nas Contas Nacionais Trimestrais. Mais tarde, com base em informações mais completas, colhidas em pesquisas estruturais feitas anualmente, o instituto informa o resultado definitivo para a medição do PIB, nas Contas Nacionais Anuais. Esse resultado definitivo é divulgado com dois anos de defasagem.

Com o cálculo do PIB definitivo de 2021, o IBGE ajustará também as variações da atividade econômica, trimestre a trimestre, do início de 2022 em diante. Esses dados serão divulgados no início de dezembro, quando o órgão informará o cálculo preliminar do PIB do terceiro trimestre deste ano.

No trimestre terminado em setembro, faltou trabalho para 20,150 milhões de pessoas no País, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A população subutilizada desceu ao menor patamar desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2016, quando somava 19,983 milhões de pessoas.

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A taxa composta de subutilização da força de trabalho passou de 17,8% no trimestre até junho de 2023 para 17,6% no trimestre até setembro. O resultado significa a menor taxa desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando ficou em 17,4%.

O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até setembro de 2022, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 20,1%.

A população subutilizada caiu 1,0% ante o trimestre até junho, 201 mil pessoas a menos. Em relação ao trimestre até setembro de 2022, houve um recuo de 14,0%, menos 3,276 milhões de pessoas.

Subocupação por insuficiência de horas trabalhadas

Segundo o IBGE, a taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 5,3% no trimestre até setembro, ante 5,2% no trimestre até junho.

Em todo o Brasil, há 5,325 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior.

Na passagem do trimestre até junho para o trimestre até setembro, houve um aumento de 193 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 868 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a menos em um ano.

O Brasil registrou 3,504 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em setembro, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população desalentada desceu ao menor patamar desde o trimestre encerrado em setembro de 2016, quando somava 3,481 milhões de pessoas.

O resultado significa 168 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em junho, um recuo de 4,6%. Em um ano, 755 mil pessoas deixaram a situação de desalento, queda de 17,7%.

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A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade - e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai inserir perguntas sobre orientação sexual e identidade de gênero a partir de janeiro em todas as pesquisas que tenham entrevistas diretamente com informantes pessoa física, afirmou Cimar Azeredo, diretor de Pesquisas do órgão estatístico.

"A partir de janeiro, todas as pesquisas do IBGE que falam com pessoas vão incluir perguntas sobre identidade de gênero e orientação sexual", garantiu Azeredo, durante a divulgação dos dados populacionais do Censo Demográfico 2022 por idade e sexo.

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"Nós formamos um grupo de trabalho, fizemos um teste na Escola Nacional de Ciências Estatísticas. Foi para testar o questionário que a gente iria aplicar na Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde. Apesar de rotina, a partir de janeiro, a coleta já começa levantando perguntas sobre orientação sexual e identidade de gênero. A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar vai levar perguntas sobre orientação sexual e identidade de gênero. A Pesquisa Nacional de Saúde do ano que vem vai inserir a pergunta de orientação sexualidade de gênero. A pesquisa de orçamento familiar vai levar as perguntas de orientação sexual e identidade de gênero", enumerou.

Segundo ele, as perguntas "vão se modificando" à medida que o IBGE for adquirindo experiência no tratamento do assunto com os informantes.

O pesquisador lembrou que o IBGE já testou uma pergunta sobre orientação sexual na Pesquisa Nacional de Saúde, que foi divulgada como estatística experimental, mas o retorno foi aquém do esperado.

"Deu um número muito abaixo do que a gente tinha expectativa", disse ele.

As dificuldades na coleta desse tipo de informação pessoal e sensível, somadas à necessidade de testes metodológicos para tratamento do assunto, fizeram o instituto não inserir a pergunta sobre orientação sexual e identidade de gênero no Censo Demográfico.

O órgão estatístico chegou a ser acionado na Justiça no ano passado, ocasião em que defendeu o argumento técnico sobre a questão. O Censo Demográfico 2022 traz informações sobre o sexo da população atribuído na hora do nascimento.

A alta de 23,75% no preço das passagens aéreas respondeu sozinha por aproximadamente 77% da prévia da inflação oficial no País em outubro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (26), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O subitem teve o maior impacto individual no mês, uma contribuição de 0,16 ponto porcentual para a taxa de 0,21% do IPCA-15 de outubro.

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O grupo Transportes passou de uma elevação 2,02% em setembro para um aumento de 0,78% em outubro, uma contribuição de 0,16 ponto porcentual para o IPCA-15.

Houve altas em outubro também no transporte por aplicativo (5,64%) e no emplacamento e licença (1,64%).

O táxi aumentou 0,31%, em decorrência do reajuste de 20,00% em Porto Alegre a partir de 9 de outubro.

Já os preços dos combustíveis recuaram 0,44%. A gasolina teve queda de 0,56%, o etanol recuou 0,27%, e o gás veicular diminuiu 0,27%. O óleo diesel subiu 1,55%.

A população ocupada de 14 anos ou mais de idade no setor privado - sem incluir empregados no setor público e militares - foi estimada em 87,2 milhões de pessoas no quarto trimestre do ano passado.

Deste total, 2,1 milhões realizavam trabalhos por meio de plataformas digitais, que são os aplicativos de serviços, ou obtinham clientes e vendas por meio de comércio eletrônico, tendo a atividade como ocupação principal. Deste total, 1,5 milhão mil pessoas - ou 1,7% da população ocupada no setor privado - usavam aplicativos de serviços e 628 mil as plataformas de comércio eletrônico.

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Os dados fazem parte do módulo Teletrabalho e Trabalho por Meio de Plataformas Digitais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados pela primeira vez, nesta quarta-feira (25), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o órgão, “as estatísticas são experimentais, ou seja, estão em fase de teste e sob avaliação”.

“Consideramos fundamental a disponibilização de uma base de dados que possibilite melhor quantificar e compreender o fenômeno da plataformização do trabalho no país. Esse foi o objetivo da introdução do módulo na pesquisa”, afirmou Gustavo Geaquinto, analista do levantamento, 

O grupamento das atividades transporte, armazenagem e correio foi o que reuniu mais trabalhadores (67,3%). O grupo abrange tanto o serviço de transporte de passageiros quanto os serviços de entrega, que são os aplicativos mais frequentes. Em seguida, aparece o setor de alojamento e alimentação, com 16,7%. “Aqui é sobretudo por causa dos estabelecimentos de alimentação, que usam as plataformas de entregas para clientes”, disse.

A categoria de emprego mais usada foi a "feita por conta própria" (77,1%). “Empregados com carteira assinada eram apenas 5,9% dos plataformizados, enquanto no setor privado, os empregados com carteira eram 42,2 %. Havia uma forte prevalência dos trabalhadores por conta própria no trabalho plataformizado.”.

O trabalho principal por meio de aplicativos de transporte de passageiros, em ao menos um dos dois tipos analisados de táxi ou excluindo táxi, alcançou 52,2%, ou 778 mil, do total de trabalhadores de plataformas. Nos aplicativos de entrega de comida ou produtos trabalhavam 39,5%, ou 589 mil. Já os trabalhadores de aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais representavam 13,2% ou 197 mil.

Plataformas

O aplicativo de transporte particular de passageiros foi a plataforma digital mais utilizada pelos usuários (47,2%), seguido do serviço de entrega de comida, produtos, etc (39,5%), do aplicativo de táxi (13,9%) e do aplicativo de prestação de serviços gerais ou profissionais (13,2%).

“Tem sido observado ao longo do tempo o aumento dessa forma de trabalho e esse fenômeno tem levado a importantes transformações nos processos e nas relações de trabalho, com impactos tanto no mercado de trabalho do país, como sobre negócios e preços de setores tradicionais da economia”, afirmou o analista. Ele alertou que pode haver qualquer tipo de sobreposição de uso de aplicativos de táxi pelos trabalhadores e, por isso, a soma ultrapassa 100%.

Regiões

A região com maior percentual foi o Sudeste (2,2%), com 57,9%, ou 862 mil pessoas, do total de trabalhadores plataformizados, conforme denomina o IBGE essa parcela do mercado de trabalho. Segundo o levantamento, nas outras regiões, o percentual de pessoas ocupadas que realizavam trabalho por meio de aplicativos de serviços ficou entre 1,3% e 1,4%.

A maior proporção de pessoas que trabalhavam com aplicativos de transporte particular de passageiros, excluindo os de táxi, estava na região Norte: 61,2%, ou 14 pontos percentuais (p.p.) acima da média nacional.

Características

Os homens (81,3%) eram a maioria dos trabalhadores plataformizados. Segundo o levantamento, o percentual é uma proporção muito maior que a média geral dos trabalhadores ocupados (59,1%). As mulheres eram 18,7% do total desses trabalhadores.

Idade

Na distribuição por idade, quase a metade (48,4%) das pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais de trabalho estavam no grupo de 25 a 39.

Escolaridade

Em termos de nível de instrução, os plataformizados concentravam-se nos níveis intermediários de escolaridade, com preponderância no nível médio completo ou superior incompleto (61,3%), que correspondia a 43,1% do total da população ocupada que não utilizava plataformas.

Rendimentos

Os trabalhadores plataformizados tinham, no 4º trimestre de 2022, rendimento 5,4% maior (R$ 2.645) que o rendimento médio do total de ocupados (R$ 2.513). Na mesma comparação, eram os que trabalhavam mais horas semanais: 46h contra 39,6h.

“Para os dois grupos menos escolarizados, o rendimento médio mensal real das pessoas que trabalhavam por meio de aplicativos de serviço ultrapassava em mais de 30% o rendimento das que não faziam uso dessas ferramentas digitais. Por outro lado, entre as pessoas com o nível superior completo, o rendimento dos plataformizados (R$ 4.319) era 19,2% inferior ao daqueles que não trabalhavam por meio de aplicativos de serviços (R$ 5.348)”, apontou o levantamento.

Cor e raça

Gustavo Geaquinto informou que na distribuição por cor e raça, não foram observadas diferenças significativas entre os plataformizados e os que não utilizavam plataformas. Os brancos representavam 44% dos plataformizados contra 43,9%, os pretos eram 12,2% contra 11,5% e os pardos 42,4 contra 43,4%.

Previdência e informalidade

No 4º trimestre de 2022, apenas 35,7% dos plataformizados eram contribuintes da previdência, enquanto entre os ocupados no setor privado eram 60,8%. Na informalidade a proporção de trabalhadores plataformizados (70,1%) era superior à do total de ocupados no setor privado (44,2%). “Aqui esse dado de informalidade se refere exclusivamente ao trabalho principal da pessoa”, concluiu.

Metodologia

A coleta dos dados do módulo inédito Teletrabalho e Trabalho por Meio de Plataformas Digitais da PNAD Contínua se refere ao 4º trimestre de 2022 entre a população ocupada de 14 anos ou mais de idade, exclusivamente o setor público e militares. O levantamento foi feito com base no trabalho único ou principal que a pessoa tinha na semana de referência.

O IBGE destacou que conforme a Organização Internacional do Trabalho (OIT) definiu em 2021, “as plataformas digitais de trabalho (ou de serviços),viabilizam o trabalho por meio de tecnologias digitais que possibilitam a intermediação entre fornecedores individuais (trabalhadores plataformizados e outras empresas) e clientes”.

Repercussão

Para o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e procurador do Ministério Público do Trabalho, Rodrigo Carelli, esse levantamento do IBGE joga luz no mercado de trabalho. “A função das plataformas é reduzir a remuneração dos trabalhadores. É uma coisa a olhos vistos, mas agora temos uma fotografia estatística que mostra isso. É de extrema importância e está dando luz para o problema dentro do mercado de trabalho. Na verdade, estão corrigindo uma ausência. Com o crescimento do jeito que foi já tem uma representatividade importante no mercado de trabalho, e isso tem que ter um raio X. Acho que foi muito bem feito e muito bem organizado, inclusive colocando tudo em seu devido lugar.”

Na visão de Carelli, a comparação de trabalhadores na mesma função dentro e fora das plataformas mostra a diferença de remuneração.

“Os trabalhadores que trabalham fora das plataformas, tanto entregadores como motoristas, recebem mais fora das plataformas. Esse para mim é o dado mais importante que tem dessa parte de remuneração”, disse, em entrevista à Agência Brasil, reforçando que as comparações têm que ser feitas em uma mesma profissão para avaliar o rendimento de cada um.

“Entregador nas plataformas e entregador fora da plataforma. Eu não posso comparar um médico na plataforma com um entregador. Não tenho que comparar com o resto da população brasileira, porque as plataformas são somente um meio de gestão de trabalho. A parte mais importante que tem no achado em relação à remuneração é exatamente essa. Trabalhadores com o mesmo tipo de trabalhador. Se ele for trabalhar fora da plataforma ele ganha mais que na plataforma e ainda em o achado que eles trabalham muito mais horas nas plataformas do que fora das plataformas”, observou.

“A gente não pode colocar tudo no mesmo balaio. Eu acho que eles [IBGE] tratam bem isso, quando eles dividem por profissão.”

O Brasil tinha quase 1,5 milhão de pessoas trabalhando através de aplicativos digitais em 2022, a maioria delas motoristas e entregadores. Esses profissionais conseguiram uma renda mensal maior que a média dos demais ocupados no setor privado, mas, para isso, cumpriram jornadas consideravelmente mais extensas. A categoria obteve uma remuneração menor por hora trabalhada.

Enquanto a renda média por hora trabalhada dos profissionais que atuavam por aplicativo ou plataforma digital era de R$ R$ 13,3, a renda média dos demais ocupados no setor privado foi de R$ 14,6 por hora, 9,8% superior.

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Os dados são do módulo Teletrabalho e trabalho por meio de plataformas digitais 2022, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgado nesta quarta-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os trabalhadores por aplicativo, que o IBGE chama na pesquisa de "trabalhadores plataformizados", tinham uma renda média mensal real de R$ 2.645, com uma jornada semanal média de 46,0 horas. Já os demais trabalhadores do setor privado tinham uma renda média mensal real de R$ 2.510, mas com uma jornada média de 39,5 horas semanais. O resultado mostra que a jornada de trabalho semanal dos plataformizados foi 16,5% maior que a dos demais trabalhadores do setor privado.

"Os trabalhadores plataformizados tinham, em média, uma jornada de trabalho habitual 6,5 horas mais extensa que a dos demais ocupados", observou o IBGE.

A categoria também se revelou fortemente marcada pela informalidade e pela ausência de qualquer proteção social. Apenas 35,7% dos trabalhadores por aplicativo contribuíam para instituto de previdência, contra uma fatia de 61,3% de contribuintes entre os demais ocupados no setor privado. O resultado significa que 64,3% das pessoas que trabalhavam por meio de aplicativos de serviços não estavam asseguradas por instituto de previdência oficial.

Sete em cada dez trabalhadores por aplicativo (70,1%) trabalhavam na informalidade, nem tinham carteira assinada nem possuíam CNPJ. Entre os demais trabalhadores do setor privado, a fatia de informais era mais baixa, 43,7%.

"De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), se, de um lado, as plataformas digitais de trabalho têm oferecido oportunidades de geração de renda para muitos trabalhadores e permitido que empresas alcancem novos mercados e reduzam custos, por outro, elas também representam um importante desafio, especialmente no que se refere às condições de trabalho. Entre os desafios que envolvem os trabalhadores plataformizados, a OIT cita o acesso a direitos trabalhistas e seguridade social, a capacidade de geração de uma renda adequada e a extensão das jornadas de trabalho. As plataformas digitais de trabalho, ainda que possam se apresentar apenas como intermediárias entre clientes e fornecedores individuais (trabalhadores plataformizados e outras empresas), com frequência detêm um importante controle sobre a organização e a alocação do trabalho e sobre a remuneração dos trabalhadores", frisou o IBGE.

O IBGE considera como trabalho plataformizado aquele caracterizado pelo controle ou organização, por parte da plataforma digital ou aplicativo de celular, de "aspectos essenciais das atividades, como o acesso aos clientes, a avaliação das atividades realizadas, as ferramentas necessárias para a condução do trabalho, a facilitação de pagamentos e a distribuição e priorização dos trabalhos a serem realizados", conforme relatório produzido conjuntamente pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), OIT e União Europeia.

Conforme os dados coletados pela Pnad Contínua no quarto trimestre de 2022, o Brasil tinha 2,1 milhões de pessoas trabalhando por meio de aplicativos e plataformas digitais: 1,490 milhão atuavam por meio de aplicativos de serviços, e outros 628 mil obtinham clientes e efetuavam vendas através de plataformas de comércio eletrônico, como marketplaces.

Os quase 1,5 milhão de trabalhadores que prestavam serviços através das plataformas e aplicativos digitais correspondiam a uma fatia de 1,7% de toda a população ocupada no setor privado. Mais da metade (52,2%, ou 778 mil) exercia o trabalho principal por meio de aplicativos de transporte de passageiros, incluindo tanto táxi quanto veículo de passeio.

Dentre todos os plataformizados, 47,2% (704 mil) relataram atuação como motorista por aplicativo de transporte particular de passageiros; 13,9% (207 mil) reportaram terem trabalhado via aplicativo de táxi; 39,5% (589 mil) trabalharam como entregadores via aplicativos de entrega de comida, produtos etc.; e 13,2% (197 mil) atuaram via aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais. O IBGE pondera que alguns trabalhadores usavam mais de um tipo de aplicativo, por isso há sobreposição de profissionais nas diferentes categorias.

Quanto ao perfil desse trabalhador, 81,3% eram homens, majoritariamente de 25 a 39 anos (48,4%), mais concentrados nos níveis intermediários de escolaridade, entre nível médio completo ou ensino superior incompleto (61,3%).

A Região Sudeste detinha o maior contingente de trabalhadores plataformizados no País, 862 mil (57,9%, do total), seguido pelo Nordeste (248 mil), Sul (181 mil), Centro-Oeste (103 mil) e Norte (95 mil).

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou setembro com alta de 0,26%, ante 0,23% em agosto, informou o IBGE nesta quarta-feira, 11. A taxa acumulada em 12 meses passou a ser de 5,19%, também acima do resultado até agosto (de 4,61%).

Ainda assim, o número final em setembro surpreendeu o mercado, que esperava variação de até 0,38%, segundo sondagem do Projeções Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. No fim, o IPCA mais baixo do que o esperado reacendeu a avaliação de que a inflação deste ano pode ficar abaixo do teto da meta perseguida pelo Banco Central, de 4,75% - o que daria à autoridade monetária condições para manter a previsão de dois novos cortes de 0,5 ponto porcentual cada da Selic, até o fim do ano.

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Após a divulgação dos dados, a LCA Consultores diminuiu a sua projeção de inflação de 2023, de 4,8% para 4,7%, já abaixo do teto da meta. Outras instituições, como Bradesco, Itaú Unibanco e WHG, conservaram as estimativas de um IPCA entre 4,8% e 4,9%, mas reconheceram viés de baixa nas projeções. O banco britânico Barclays destacou que a redução da defasagem entre os preços domésticos e internacionais de combustíveis - de 20%, há duas semanas, para 9% hoje - sugere espaço para inflação menor no Brasil.

"Vemos um risco para baixo na nossa projeção de IPCA de 4,9% este ano, caso as condições de paridade continuem assim, no geral, mas tensões recentes no Oriente Médio ainda podem introduzir volatilidade no petróleo e seus derivativos nas próximas semanas", afirmou o economista para Brasil do Barclays, Roberto Secemski, em relatório.

No caso dos juros, instituições como Barclays, BTG Pactual, Sicredi e B. Side Investimentos reiteraram a previsão de manutenção do ritmo de cortes da Selic em 0,5 ponto. "Apesar de não ser um resultado (do IPCA) que dê asas para o voo das expectativas de que o BC possa acelerar o ritmo de queda nas próximas reuniões para 0,75 ponto, certamente vai contribuir para tirar da meta uma desaceleração para 0,25 ponto", afirmou o economista-chefe da G5 Partners, Luís Otávio de Souza Leal. "Não vemos motivos para rever a nossa projeção de Selic em 11,75% no final de 2023."

Apenas as altas de preços da gasolina e das passagens aéreas responderam, juntas, por cerca de 80% de toda a inflação em setembro. A gasolina aumentou 2,80%, subitem com a maior contribuição individual, de 0,14 ponto porcentual. Além da gasolina, o óleo diesel ficou 10,11% mais caro, e o gás veicular subiu 0,66%. Já o preço do etanol caiu 0,62%.

Por outro lado, os preços dos alimentos completaram em setembro quatro meses seguidos de quedas, contribuindo para deter a inflação no País no período. O grupo Alimentação e Bebidas acumula retração de 2,65% desde junho.

Em setembro, as famílias pagaram menos por produtos como batata-inglesa (-10,41%), cebola (-8,08%), ovo de galinha (-4,96%) e leite longa-vida (-4,06%).

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