Desde que a Justiça determinou a extinção das principais torcidas organizadas de Pernambuco – Jovem, Inferno Coral e Fanáutico -, após inúmeros episódios violentos atribuídos a esses grupos, a sociedade iniciou um debate sobre se a medida resultará em jogos seguros. Torcedores questionam, por exemplo, se as escoltas policiais das uniformizadas, em dias de clássicos, continuarão ou não, uma vez que, na teoria, aglomerações dos integrantes estão impedidas.
Na tarde desta sexta-feira (6), em entrevista ao comentarista Maciel Júnior, da Rádio Jornal, o coronel do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Pernambuco (PM-PE), Cláudio Ricardo Gonçalves Lopes, deu informações iniciais sobre o esquema de segurança montado para este sábado (7), quando Sport e Santa Cruz se enfrentaram, às 16h, na Ilha do Retiro, pela Copa do Nordeste. Segundo o coronel, não haverá escolta policial para torcida organizada.
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Como era de praxe, a uniformizada visitante era escoltada de um ponto do Recife com destino ao estádio, como estratégia de segurança para evitar confrontos com uniformizados rivais. Agora, sob a ordem da extinção, a Polícia Militar informa que o acompanhamento não será junto à caminhada dos integrantes; no passado, caso não houvesse a extinção judicial, a escolta, provavelmente, seria para a Inferno Coral, já que a partida é no estádio do Sport -. “Não faremos a escolta. Estamos acompanhando os principais corredores, até com o apoio do helicóptero da SDS (Secretaria de Defesa Social). Não terá escolta de torcida”, afirmou o coronel do Choque à Rádio Jornal.
De acordo com Lopes, o serviço de inteligência da PM, com o apoio da Polícia Civil de Pernambuco, identificou que brigas estavam sendo marcadas por redes sociais. Ainda conforme o coronel, integrantes das organizadas fizeram reuniões nesta semana para definirem como atuarão no clássico. “Nós temos acompanhado, inclusive algumas reuniões que eles programaram durante esta semana, de decisões, de como iriam atuar”, revelou Lopes, enfatizando, porém, que a Polícia Militar de Pernambuco está preparada para trabalhar diante de atos de violência.
O policial ainda alegou que as torcidas extintas não estão mais entoando seus cânticos e não utilizam adereços que enaltecem suas marcas. Nas entradas do estádio, o coronel do Batalhão de Choque garante que serão realizadas revistas, inclusive para evitar que instrumentos musicais alusivos aos grupos proibidos sejam utilizados nas arquibancadas.
“A PM, como sempre, temos nosso planejamento prévio, as reuniões preparatórias para todos os jogos, com ênfase maior quando é um clássico. Não estão mais entoando os cânticos característicos da torcida (organizada). Não estão mais caracterizados como torcida organizada”, enfatizou Lopes.
Segundo o integrante do Choque, quase 500 policiais estão escalados para atuação no Clássico das Multidões. Na área interna da Ilha do Retiro estão previstos 112 PMs, além de 385 que trabalharão no entorno do estádio, abrangendo um raio de 5 quilômetros. Conforme o coronel, mesmo não havendo escolta, caso haja confronto, a Polícia Militar identificará o conflito para intervir de maneira rápida, por terra ou pelo “ar” – em alusão ao helicóptero da SDS -.