Um dia após o presidente Lula (PT) visitar o Palácio do Alvorada, nessa quinta-feira (5), a primeira-dama Janja da Silva abriu as portas da residência presidencial e reclamou do estado de conservação dos cômodos, móveis e obras de artes deixado por Bolsonaro. Alguns objetos estão perdidos e tentam ser rastreados em outros prédios oficiais, disse a primeira-dama, que anunciou a reabertura do prédio para visitação pública depois de uma ampla reforma.
Paredes mofadas, infiltração no teto, vidros rachados e o piso de jacarandá danificado foram mostrados por Janja no passeio dentro do Palácio com a reportagem do Globo News. Uma imagem religiosa do séc. XIX foi encontrada no chão e a famosa tapeçaria "Músicos", de Di Cavalvanti foi retirada da biblioteca e deixada exposta ao sol na Sala de Estado. “Você pode ver que ela foi colocada aqui e está desbotada. Aqui bate Sol. Infelizmente terá de ser restaurada”, observou a socióloga.
##RECOMENDA##Ela revelou que Lula teria ficado decepcionado com a situação deixada pelo antecessor, principalmente ao dar falta de um mandacaru que havia plantado no jardim na sua gestão. Um cilindro de oxigênio foi deixado ao lado da cama do casal e o sofá de uma sala de estar privativa estava com o encosto manchado. Na biblioteca, espaço usado como cenário das lives semanais, Bolsonaro deixou buracos no tapete e em uma poltrona de couro.
Objetos perdidos
De acordo com a primeira-dama, móveis e outras obras que ficavam na casa foram retirados pelo ex-presidente e ainda não foram localizados. "O que a gente percebe é que não teve cuidado, manutenção. Os pés dos móveis que são de latão não tão polidos. Os móveis não são originais e a gente vai tentar recuperar isso. Ainda preciso fazer uma visita no depósito e ver o que foi para lá. Teve muitos objetos transportados de um lado para o outro, do Planalto para cá, daqui para o Jaburu", afirmou.
Depois de anunciar uma reforma em parte do prédio nos próximos 20 dias, Janja acrescentou que vai fazer um inventário dos objetos e utensílios que originalmente são do Palácio do Alvorada para evitar que futuros presidentes mexam no prédio como bem entender. "O prédio é tombado. Estamos pensando em fazer o tombamento das coisas que estão dentro do Alvorada. Para que não aconteça mais isso, de um governante chegar e retirar as coisas que são patrimônio do Estado brasileiro”, confirmou.