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O ex-vereador carioca Jairo de Souza Santos Junior, conhecido como Dr. Jairinho, de 45 anos, preso desde 8 de abril de 2021 pela morte do menino Henry Borel, teve seu registro profissional como médico cassado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) na tarde desta quarta-feira, 15.

Henry era enteado do parlamentar, tinha 4 anos de idade e morreu em 8 de março de 2021. Médicos constataram sinais de espancamento no corpo do menino, e testemunhas apontaram o então parlamentar como autor das agressões. Jairinho alega inocência.

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O acusado foi provisoriamente proibido de exercer a medicina no Brasil em 10 de junho de 2021, mas essa punição provisória vigora por até um ano e deixou de valer em junho passado. Agora, a cassação é definitiva.

A decisão foi tomada por unanimidade, durante plenária na sede do Cremerj da qual participaram por videoconferência Jairinho e seu advogado, além dos diretores do Conselho. A cassação definitiva do registro é a punição mais grave prevista o Código de Processo Ético-Profissional. Dr. Jairinho não exercia a profissão; dedicava-se à política.

Jairinho também perdeu o mandato na Cãmara do Rio. A mãe do menino, Monique Medeiros, também será julgada no 2º Tribunal do Júri. Assim como Jairinho, ela chegou a ser presa, mas foi libertada . Ambos são acusados de homicídio. Jairinho responde também por tortura contra a criança.

Casal

Filho do ex-deputado estadual Coronel Jairo, o ex-vereador era casado com Monique, professora e mãe de Henry, filho de um relacionamento anterior. Moravam em um apartamento na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Na madrugada em que o menino morreu, e foi levado pelo casal, aparentemente desacordado, ao Hospital Barra D'Or, no mesmo bairro. Ali, médicos constataram que o menino morrera. O casal alegava ter encontrado Henry desmaiado no quarto onde dormia.

A Polícia Civil indiciou Jairinho por tortura e o responsabilizou pela morte do enteado. Relatos posteriores apontaram o político como agressor de Henry e outras vítimas - há outros procedimentos em curso contra o acusado. Monique também foi acusada de torturar e matar o filho, mas vai responder apenas pela denúncia de homicídio. Ela foi libertada, porque alegou ter sido ameaçada no presídio. A Justiça então permitiu que ela aguarde o julgamento - ainda sem data para acontecer - em liberdade.

Assim como Jairinho, ela alega ser inocente.

A Justiça do Rio de Janeiro negou mais um pedido de habeas corpus do ex-vereador Jairo de Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho, preso desde o dia 8 de março de 2021, acusado da morte do menino Henry Borel, à época com 4 anos de idade. A mãe de Henry, Monique Medeiros de Almeida, que era companheira de Jairinho, também responde pelo crime de homicídio.

Laudo da necrópsia do Instituto Médico-Legal (IML) diz que o menino morreu em consequência de hemorragia interna por laceração hepática por ação contundente. Os exames apontaram 23 lesões no corpo da criança. A decisão é do relator da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto.

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No pedido, a defesa de Jairinho alegou que, na sentença de pronúncia, a prisão preventiva dele foi mantida de forma ilegal e que o decreto que a estabeleceu carece de fundamentação idônea, pois foi fundamentado em aspectos que dizem respeito ao mérito do caso penal, o que não tem sentido cautelar. Ao negar o pedido, entretanto, o desembargador Almeida Neto disse que a decisão está suficientemente fundamentada. 

O mérito do pedido de liminar em favor de Jairinho será apreciado pelo Colegiado da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, no dia 7 de março deste ano.

O médico e ex-vereador da capital fluminense Jairo Souza Santos Junior, conhecido como Dr. Jairinho, foi interrogado nesta segunda-feira (13) na 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro e se defendeu das acusações pela morte do menino Henry Borel, de 4 anos de idade. Ele se declarou inocente e apresentou sua versão para os fatos, questionando os procedimentos médicos adotados no Hospital Barra D'Or. 

"Juro por Deus que nunca encostei em uma criança", afirmou. Jairinho vivia um relacionamento com Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, quando o menino morreu. O caso ocorreu no dia 8 de março do ano passado no apartamento onde os três moravam, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. 

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O laudo de necrópsia do Instituto Médico-Legal (IML) indicou que a criança tinha ferimentos pelo corpo e que a causa da morte foi “hemorragia interna e laceração hepática”. Foram listadas lesões hemorrágicas na cabeça, lesões no nariz, hematomas no punho e abdômen, contusões no rim e nos pulmões, além de hemorragia interna e rompimento do fígado. 

Em maio do ano passado, Jairinho e Monique Medeiros foram denunciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pela morte da criança. Os dois se tornaram réus e são julgados no Tribunal de Júri por homicídio triplamente qualificado, tortura, fraude processual e coação no curso do processo. Monique é acusada ainda por falsidade ideológica. 

Denúncia

Na denúncia, o MPRJ endossou conclusões do inquérito conduzido pela Polícia Civil. “Os intensos sofrimentos físicos e mentais a que era submetida a vítima como forma de castigo pessoal e medida de caráter preventivo consistiam em agressões físicas perpetradas pelo denunciado Jairo Souza Santos Junior”, diz o documento. 

Monique é apontada como coautora do crime por omissão, pois tinha o dever de proteção e vigilância. "Sendo conhecedora das agressões que o menor de idade sofria do padrasto e estando ainda presente no local e dia dos fatos, nada fez para evitá-las ou afastá-lo do nefasto convívio com o denunciado Jairo”, registra a denúncia. 

Em sua versão, Jairinho afirma que, na noite dos fatos, Henry despertou duas ou três vezes enquanto ele e Monique assistiam televisão. Embora o menino costumasse acordar, seria mais do que o habitual. O ex-vereador disse ter tomado remédios para dormir, os quais usa há mais de 15 anos, e adormeceu quando Monique foi fazer companhia ao filho. Mais tarde, foi acordado pela mãe da criança, quando Henry estaria respirando mal e com as mãos geladas. Nesse momento, ambos o levaram ao Hospital Barra D'Or. 

"Fui acusado, como médico, de não prestar socorro. Mas quando você vê uma criança passando mal e você tem um hospital a 5 minutos da sua porta, acho que é muito mais viável levá-la pra lá do que socorrê-la dentro de casa", disse Jairinho, assinalando que também não exercia a medicina há bastante tempo.

Ele disse ainda que, na noite anterior, Monique obteve de Leniel Borel, pai de Henry, a informação de que o menino havia vomitado. "Não estou fazendo pré-julgamento. Mas se meu filho vomita, eu levo pro hospital. Ou ligo pro pediatra que seja rotineiro. Porque vômito é sempre sintoma de alguma coisa", disse. 

Segundo Jairinho, nem os profissionais do hospital e nem familiares que acompanharam o atendimento notaram sinais de violência na criança. Ele sustenta que se houvesse qualquer lesão aparente, seria relatado. "Não é possível entrar em um hospital do porte do Barra D'Or com uma criança machucada sem que nenhuma atitude seja tomada. Ninguém falou em morte violenta. Isso veio depois. Até o dia do velório, foi tratado como morte acidental". 

Na versão apresentada pelo ex-vereador, houve abordagem médica inadequada e Henry foi submetido há duas horas de massagem cardíaca, quando a conduta mais indicada seria cirúrgica. Ele sugeriu que a equipe do plantão noturno de domingo para segunda-feira não estivesse preparada para um caso grave. "Toda massagem cardiorrespiratória pode causar lesão. Isso faz parte da literatura médica", argumentou. 

Jairinho pediu para ter acesso às câmeras internas do Hospital Barra D'Or e a um raio-x que foi citado no prontuário. Segundo ele, esses materiais provariam sua inocência. Ele se defendeu ainda da suspeita de ter tentado usar de sua influência para conseguir uma liberação rápida do corpo, mediante um contato com Pablo dos Santos Menezes, executivo do Instituto D'Or. 

"Como político, estamos a todo momento pegando o telefone para tentar resolver as coisas da melhor maneira e da forma mais célere. E naquele momento estava a avó do Henry, dona Rosângela, dizendo 'pelo amor de Deus, me tira dessa cena e vamos acabar com isso'. E eu ligo pro Pablo para tentar agilizar o óbito. E isso foi visto como algo criminoso. O próprio Pablo disse que não se sentiu coagido". 

Confusão

Horas antes de começar o interrogatório, o ex-vereador destituiu seis advogados. Sua defesa continuou sendo comandada por Cláudio Dalledone e Flávia Fróes, que não integram o mesmo escritório dos destituídos. Iniciada a audiência, houve um impasse entre os defensores de Jairinho e a juíza Elizabeth Machado Louro. Os cinco advogados queriam ficar de pé em frente à magistrada, que alegou se sentir afrontada e insistia para que eles se sentassem. O imbróglio durou mais de 20 minutos. Estranhamentos já haviam ocorrido em audiência anterior, quando houve bate-boca entre os advogados e a juíza. 

No interrogatório, Jairinho se negou a responder perguntas do MPRJ e dos advogados que representam Leniel Borel, que foi aceito no processo como assistente de acusação. Assim, apenas sua própria defesa apresentou questionamentos.  Antes de narrar os fatos do dia da morte da criança, o ex-vereador elogiou Monique como mulher e mãe, se disse religioso e afirmou que cresceu em uma família amorosa. Disse ainda que sempre gostou de crianças e que muitos amigos de seus três filhos sempre frequentavam e dormiam em sua casa.

Ainda segundo Jairinho, foi ele quem escolheu para o Henry o melhor quarto do apartamento onde moravam e também que insistiu para matriculá-lo numa boa escola. Ele também relatou momentos em que o menino manifestou carinho por ele. "Quem seria capaz de fazer mal a uma criança? Esse não é o meu perfil. Essa roupa não me cabe", disse. 

A defesa de Monique tem sustentado que o relacionamento entre ambos não era saudável e que ela foi vítima de agressões. Na versão de Jairinho, eles se davam bem. "Teve ciúmes um do outro? Claro que sim. Ciúmes mútuos. Mas posso afirmar que 99% do tempo era maravilhoso".

  Processo Jairinho e Monique estão presos desde abril do ano passado. Mas em abril deste ano, a mãe do menino obteve autorização para ficar em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica. 

O interrogatório de Dr. Jairinho havia sido anteriormente agendado para o dia 1º de junho. No entanto, foi adiado com base em um habeas corpus obtido pelos seus advogados. Foi garantido a ele o direito de ser ouvido ao menos 5 dias após o perito assistente Sami El Jundi, contratado pela defesa.

  Sami El Jundi foi ouvido no dia 1º de junho. Ele defendeu a hipótese de erro médico no Hospital Barra D'Or. Também considerou ainda que a autópsia foi falha e de má qualidade.

Na ocasião, também foi ouvido o perito legista do IML Leonardo Huber Tauil. Ele sustentou que a principal hipótese para a morte de Henry são agressões sofridas pelo menino e descartou que isso possa ter ocorrido por manobras de ressuscitação. 

Mesmo após o depoimento dos peritos, a defesa tentou suspender o interrogatório de Jairinho, pedindo que antes fossem marcadas audiências para que algumas testemunhas fossem novamente ouvidas. A solicitação foi negada na semana passada pelo desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, da 7ª Câmara Criminal. 

Encerrado o interrogatório de Jairinho, será aberto prazo de cinco dias para considerações do MPRJ. Em seguida, o mesmo período será concedido para os advogados assistentes da acusação e para as defesas de Monique e Jairinho. As partes poderão apresentar ainda as alegações finais e então a juíza Elizabeth Machado Louro vai decidir se os réus vão ou não a júri popular. 

A Agência Brasil solicitou um posicionamento ao Hospital Barra D'Or, mas ainda não obteve retorno.

A liminar pedida pela defesa do ex-vereador Jairo Souza dos Santos Júnior, o Dr. Jairinho, para suspender a audiência de interrogatório marcada para segunda-feira (13) foi negada pelo desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). 

O ex-vereador é acusado da morte do menino Henry Borel, no dia 8 de março de 2021, assim como a mãe do menino, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva. A criança sofreu torturas no apartamento em que o casal e Henry moravam na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. 

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No pedido, os advogados de Jairinho alegaram cerceamento de defesa em consequência da decisão do juízo da 2ª Vara Criminal da Capital, de indeferir a solicitação para ouvir três médicas que assistiram o menino Henry Borel no Hospital Barra D'Or; um radiologista da mesma unidade hospitalar; os técnicos que atuaram no exame de necropsia realizado na vítima; e a perita legista Gabriela Graça Suares Pinto. No entendimento da defesa, só após ouvir essas pessoas é que deveria ser marcada nova data de depoimento de Jairinho.

Interrogatório mantido

Na decisão de sexta-feira (10), o desembargador manteve o interrogatório do réu, que será às 9 horas de amanhã (13). O magistrado afirmou que as três médicas e o radiologista já prestaram depoimento e que as demais testemunhas não foram requisitadas no momento adequado.  O magistrado acrescentou que o direito à ampla defesa não assegura o deferimento de ações protelatórias na tramitação do processo. 

“Se assegurar plenitude de defesa não pode levar ao absurdo de eternizar o processo, escavucando o nada a cada vez que o processo chega próximo ao seu desate, pedindo a produção de novas provas. Nesta toada, indefiro a liminar”, concluiu.

A professora Monique Medeiros, denunciada pela morte do filho Henry Borel, vai deixar a cadeia. A decisão, da juíza Elizabeth Machado Louro, do 2º Tribunal do Júri da capital, foi divulgada nesta terça-feira (5). A criança, de quatro anos, morreu em 8 de março do ano passado. 

Monique será monitorada por uma tornozeleira eletrônica e não poderá manter contato com nenhuma testemunha do caso. A juíza rejeitou o pedido da defesa de Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, também denunciado pela morte da criança, e manteve sua prisão preventiva. Ambos foram presos em abril de 2021.  Na decisão, a magistrada ressaltou os episódios de ameaça e agressão sofridos por Monique dentro do presídio. “Ocorre que, mesmo em ambiente carcerário, multiplicaram-se as notícias de ameaças e violação do sossego da requerente, que, não obstante, não tenham sido comprovadas, ganharam o fórum das discussões públicas na imprensa e nas mídias sociais, recrudescendo, ainda mais, as campanhas de ódio contra ela dirigidas”, disse a magistrada. 

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Ao recusar o pedido de soltura de Dr. Jairinho, a juíza Elizabeth Louro disse que os argumentos utilizados pela defesa dele para a revogação da prisão já foram analisados em outros momentos do processo, inclusive por instâncias superiores, e que não há nada a decidir. 

“Mais uma vez, a defesa do requerente demonstra, sem margem a dúvidas, que a ela não cabe alegar excesso de prazo na prisão, o qual, se vier a existir, somente a ela pode ser imputada a causa. Embora não haja argumentos a enfrentar, considerando a narrativa da denúncia, a prova da materialidade até aqui consolidada, a extrema gravidade concreta do delito de que se cuida e a subsistência dos três pressupostos sob os quais veio a ser decretada a prisão cautelar", disse a juíza.

Os advogados de Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, deram entrada ao pedido de habeas corpus do ex-vereador. Ele está preso desde 8 de abril pelas acusações de tortura e homicídio qualificado contra o menino Henry Borel, filho de sua então namorada, Monique Medeiros da Costa e Silva. Jairinho teria praticado ainda, no curso do processo, fraude e coação.

O pedido de liberdade foi entregue, na noite da última sexta (27), aos desembargadores da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. O advogado Braz Sant'Ana, autor do habeas corpus, alega que o ex-vereador não possui mais influência política para interferir nas investigações.

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Dr Jairinho teve o mandato de vereador cassado por unanimidade no dia 30 de junho, tendo perdido ainda os direitos políticos pelos próximos oito anos. A justiça já negou um pedido de liberdade do político, no dia 12 de abril.

O médico e ex-vereador do Rio de Jairo Souza Santos Junior, conhecido como Doutor Jairinho, foi denunciado nesta terça-feira (20) pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) por estupro, lesões leve e grave, vias de fato e lesão na modalidade de dano à saúde emocional contra uma ex-namorada, com quem Jairinho se relacionou entre 2014 e 2020. O nome da vítima não foi divulgado. Jairinho está preso desde 8 de abril e é réu pela morte de seu enteado Henry Borel, de 4 anos, em 8 de março, além de também ser acusado por outros crimes. A mãe de Henry, Monique Medeiros, que era namorada do ex-vereador, também está presa pela morte do filho.

Segundo a denúncia apresentada nesta terça-feira pela 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Violência Doméstica da área Oeste/Jacarepaguá do Núcleo Rio de Janeiro, em outubro de 2015 Jairinho drogou a vítima e, sem seu consentimento, praticou sexo anal com ela. Em dezembro de 2016, enfurecido por estar sendo ignorado, o ex-vereador xingou e chutou a então namorada, causando fratura em um dedo do pé dela.

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Em 2020, quando o casal passava um fim de semana de lazer em Mangaratiba, Jairinho se irritou com o fato de a vítima não permitir que ele consultasse o celular dela e praticou vias de fato. Primeiro deu um golpe popularmente conhecido como "mata leão", depois arrastou-a para fora de casa e, no jardim, praticou mais agressões. Em uma noite de abril do mesmo ano, a vítima estava em sua casa com familiares quando foi surpreendida com a chegada de Jairinho, que, alterado, cobrava explicações sobre um comentário que ela havia postado nas redes sociais. O ex-vereador convenceu a namorada a sair de sua casa para conversar, obrigou a vítima a ingressar em seu veículo e a agrediu com puxões de cabelo e um soco no rosto.

Ainda de acordo com a denúncia, de novembro de 2014 até outubro de 2020, em diversas ocasiões, com o objetivo de causar desequilíbrio emocional e dominar a vítima, Jairinho praticou perseguição, invasão de domicílio, ameaças e ofensas morais, ocasionando danos à saúde da então namorada, que passou a sofrer de ansiedade e taquicardia, tendo chegado a receber atendimento de emergência quando constatados 230 batimentos cardíacos por minuto em situação de repouso.

Também segundo a denúncia, Jairinho rondava a casa da vítima; surgia de forma abrupta nos lugares em que a vítima se encontrava, a lazer ou a trabalho, obrigando-a a ir embora; ficava à espreita da vítima, observando-a pela janela de sua casa; ligava várias vezes durante o dia e a noite a fim de controlá-la; exigia que a vítima ficasse ao telefone durante a madrugada para ter certeza de que ela estava sozinha e em sua casa; invadia sua casa, tendo em certa ocasião encontrado a sogra em roupas íntimas; ameaçava a vítima e seus filhos; em mais de uma ocasião, obrigou a vítima a deixar seu emprego, que lhe garantia autonomia financeira; desqualificava a vítima e seu trabalho; após agredi-la, afirmava que nada tinha feito e que a vítima estava ficando louca, fazendo-a duvidar de sua sanidade mental, e se utilizava de seu cargo político, prestígio e poder para fazer crer que podia fazer tudo sem jamais ser punido.

O MP-RJ chama atenção para o fato de Jairinho ostentar histórico de ofensas e agressões, demonstrando não se intimidar com os registros de ocorrências policiais. Frisa a Promotoria que os fatos só vieram à tona depois que o réu foi preso pelo homicídio de Henry Borel, porque até então a vítima tinha medo de registrar as violências sofridas.

O advogado Braz Sant'Anna, que defende Jairinho, afirmou ao Estadão que tomou conhecimento da denúncia na noite desta terça-feira e que só vai se manifestar depois de ler o documento.

Prisão mantida. Em decisão emitida na última sexta-feira (16) o juiz Daniel Werneck Cotta, que atua no 2ª Tribunal do Júri da capital, negou os pedidos de relaxamento e revogação das prisões preventivas de Jairinho e de Monique Medeiros. Eles permanecerão presos, portanto.

Na mesma decisão, o juiz recebeu aditamento da denúncia apresentado pelo MP-RJ. Na peça, o promotor Fábio Vieira dos Santos acrescenta pedido de que Monique e Jairinho sejam condenados a pagar pelo menos R$ 1,5 milhão ao pai de Henry, o engenheiro Leniel Borel de Almeida, como reparação pela morte de seu filho.

O avô materno do menino Henry Borel Medeiros morreu de Covid-19 na noite do domingo (11). Funcionário civil da Aeronáutica e pai de Monique Medeiros da Costa e Silva, Fernando José Fernandes da Costa e Silva estava internado em um hospital particular em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Monique é ré, com o namorado, o ex-vereador Jairo de Souza Santos, o Dr. Jairinho, por tortura e homicídio triplamente qualificado contra Henry.

Fernando José já sofria de problemas de saúde. Ele estava internado próximo à casa onde vivia com a esposa e o filho mais novo. Foi nessa casa que a Polícia Civil fez uma busca e apreensão em 26 de março e apreendeu quatro celulares.

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Após perícia no celular de Monique, foram recuperadas 134 mensagens entre ela e o pai, entre os dias 13 e 24 de março. "Devo merecer o que está acontecendo. Tudo foram escolhas minhas. Agora estou colhendo. Me sinto culpada", ela escreveu em 15 de março. "Todos nós erramos", responde o pai. "Eu deveria ter colocado ele na cama dele que era mais baixa. Deveria ter dormido no quartinho dele com ele", continua a filha. "Nada acontece se Deus não permitir", completa Fernando.

No programa Fantástico, da TV Globo, Fernando disse acreditar na inocência de Monique e de Jairinho. Em entrevista por telefone após a prisão do casal em abril, ele disse: "Eu acredito que ainda têm dois inocentes, tá? Mas isso ainda pode ser provado e vou esperar, aguardar. Minha filha está presa, tem um monte de irregularidades, não posso comentar a respeito agora para não atrapalhar a investigação."

O vereador Luiz Ramos Filho (PMN), relator no Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro  do processo contra o vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), apresentou nesta sexta-feira (18) o seu relatório final pela procedência da denúncia, indicando a cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro.

A partir de agora, a defesa de Jairinho terá  cinco dias para apresentar suas alegações finais. Após esse prazo, o conselho voltará a se reunir para deliberar sobre o processo. Se for aprovado, ele é remetido ao plenário para a votação definitiva.

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Prisão

O vereador  está preso desde 8 de abril último junto com a namorada Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, de 4 anos de idade, que, segundo as investigações, teria sido morto por Dr. Jairinho, após sofrer espancamento no apartamento onde morava com o casal, no Rio de Janeiro. Dias depois,  a justiça transformou a prisão temporária de 30 dias do casal em prisão preventiva. 

Relatório

No relatório, que teve como base o inquérito policial sobre a morte do menino Henry Borel e o depoimento por escrito do executivo da rede d’Or [hospital], Pablo Menezes, o vereador Ramos Filho entende que há elementos para a cassação do mandato. 

“A ligação do Dr. Jairinho para o executivo do hospital para evitar que o corpo do menino Henry fosse periciado pelo Instituto Médico Legal caracteriza quebra de decoro a ser punido com a perda do mandato”, explicou.

O vereador Alexandre Isquierdo (DEM), presidente do Conselho de Ética, afirmou que a Câmara do Rio agiu de forma célere, com responsabilidade, respeitando todos os prazos e o direito à ampla defesa do acusado. 

De acordo com  Isquierdo, a expectativa é que a votação definitiva em plenário ocorra no dia 29 de junho. “O parlamento agiu desde o primeiro dia em que veio à tona o diálogo da professora Monique Medeiros [mãe de Henry] com a babá, que deixou todos nós estarrecidos e chocados. Com certeza esse parlamento dará uma resposta à sociedade”, disse.

Próximos passos

Após a entrega das alegações finais, em até cinco dias úteis, o parecer do relator é submetido à deliberação do Conselho de Ética, considerando-se aprovado se obtiver a maioria absoluta dos votos dos seus integrantes.

Caso o conselho vote favorável à denúncia, o processo é transformado em Projeto de Resolução e encaminhado à Mesa Diretora, para ser incluído na ordem do dia.

A perda de mandato é deliberada em votação aberta no plenário, com direito ao pronunciamento dos parlamentares e da defesa durante a sessão, decidida por dois terços dos 51 vereadores, num total de 34 votos. A sessão está prevista  para o dia 29 deste mês.

 

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) suspendeu, nesta quinta-feira (10), o registro profissional do médico e vereador Dr. Jairinho. O parlamentar está preso desde o dia 8 de abril junto com a namorada Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, de 4 anos de idade, que, de acordo com as investigações, teria sido morto por Dr. Jairinho, após sofrer espancamento no apartamento onde morava com o casal. Dias depois, a Justiça transformou a prisão temporária de 30 dias do casal em prisão preventiva.

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De acordo com o Cremerj, a suspensão é um recurso para proteger a população e assegurar a boa prática médica. Paralelamente, o processo contra Dr. Jairinho está em andamento e corre em sigilo, seguindo as normas do Código de Processo Ético Profissional. As punições previstas em lei vão desde advertência até cassação definitiva do registro profissional.

Câmara

O Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro decidiu, em reunião no dia 8 de abril, afastar o vereador do cargo que ocupava na comissão. Com a prisão temporária decretada pela Justiça, Dr. Jairinho ficará afastado do mandato após 31 dias de prisão, sem direito a salário, como determina o Artigo 14 do Regimento Interno da Câmara Municipal.

O advogado do vereador, Berilo Martins Netto, protocolou, no dia 21 de maio, a defesa prévia escrita do parlamentar no processo de quebra de decoro que corre no Conselho de Ética da Câmara Municipal. Com o recebimento do documento, o prazo para a fase de instrução processual teve início no dia 24 de maio.

Após a apresentação da defesa, tem início a fase de instrução do processo, pelo prazo de até 30 dias úteis, prorrogáveis por mais 15 dias. Em seguida, finalizada a instrução, o relator vereador Luiz Ramos Filho (PMN), dá parecer em até cinco dias úteis, concluindo pela procedência da representação ou pelo seu arquivamento.

Caso o parecer seja pela procedência da denúncia, é aberto prazo de cinco dias para apresentação de alegações finais pela defesa do acusado. O parecer do relator é submetido à deliberação do Conselho de Ética em até cinco dias úteis, considerando-se aprovado se obtiver a maioria absoluta dos votos dos seus integrantes.

Depois de concluída a tramitação no conselho, com parecer favorável à denúncia, o processo é encaminhado à Mesa Diretora e incluído na Ordem do Dia. A perda de mandato é deliberada em votação aberta no plenário, com direito a fala dos parlamentares e da defesa durante a sessão, decidida por dois terços dos vereadores (34 votos).

 

Nesta quarta (14), a Justiça do Rio de Janeiro, através da juíza Mirela Erbisti, da 3ª Vara de Fazenda Pública do Rio, negou, o pedido de suspensão do mandato do vereador Dr Jairinho, suspeito de ter matado e torturado o enteado Henry Borel, de apenas 4 anos. A solicitação foi realizada pela bancada do Psol, por meio de uma uma ação popular. No documento, os parlamentares afirmam que a manutenção de Jairinho na casa, fere o decoro da instituição.

Apesar de Jairinho estar afastado do Solidariedade e preso desde o dia 8 de abril por suposta tentativa de obstrução das investigações, a juíza argumentou que o pedido é incompatível com os princípios de presunção de inocência e separação dos poderes. "Indene de dúvidas a repulsividade do crime praticado contra o menor Henry. Tendo chocado toda a sociedade, os noticiários veiculam diariamente detalhes da investigação, os quais inevitavelmente revoltam e entristecem qualquer ser humano com um mínimo de empatia pelo outro", diz a Mirela Erbisti, no texto decisão.

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A juíza destaca ainda que a constituição determina que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória". "Note-se que nem a lei da ficha limpa proíbe que réus ainda não condenados venham a se candidatar a cargos públicos, sendo sua eleição, ainda e apesar de responderam a crime, uma escolha popular. Assim é o mandato do vereador: uma escolha democrática do eleitor", explica.

Sobre a separação dos poderes, a juíza declara ainda que "por mais que o sistema de freios e contrapesos permita o controle do Poder Legislativo pelo Judiciário, não autoriza a intervenção no caso em tela, em que um vereador eleito pela vontade do povo seja afastado da função por um membro do Poder Judiciário sem condenação criminal ou administrativa, ou ainda norma legal autorizativa".

A Justiça do Rio negou nesta segunda-feira, 12, o pedido de liberdade apresentado na semana passada pela defesa do vereador carioca Dr. Jairinho (Solidariedade) e da namorada dele, Monique Medeiros, mãe do menino Henry. O casal está em prisão temporária - por 30 dias - acusado de matar a criança de 4 anos.

Para o desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado, não há sentido no habeas corpus, que pedia a adoção de outras medidas cautelares em vez da prisão. A detenção temporária é aplicada "quando imprescindível para as investigações do inquérito policial", conforme artigo citado pelo magistrado na decisão.

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"Ora, se ela decorre de imprescindibilidade, é um contrassenso sequer cogitar a substituição por medidas cautelares diversas, que somente se aplicam em caso de prisão preventiva - instituto totalmente diverso e com fundamentos outros", apontou o desembargador.

O casal foi preso na última quinta-feira, e a investigação caminha para um desfecho - esperado até, no máximo, o início da semana que vem. Essencial para as apurações, o laudo de reprodução simulada mostrou que Henry sofreu 23 lesões na madrugada da morte. Os ferimentos externos e internos no corpo do menino são incompatíveis com a versão de "acidente" dada pelo casal, segundo os investigadores.

Esse documento afirma que as lesões foram cometidas entre 23h30 do dia 7 e 3h30 do dia 8, momento em que o casal diz ter encontrado o menino morto. Jairinho e a mãe de Henry teriam esperado 39 minutos antes de tomar a atitude de levá-lo ao hospital. Isso porque a investigação também obteve uma foto que mostra Monique com o filho no colo - já morto - às 4h09 daquela madrugada. Jairinho estava com ela.

Preso acusado de matar o enteado de 4 anos, o vereador carioca Dr. Jairinho (Solidariedade) compareceu a uma festa de aniversário horas depois da morte do menino Henry Borel. Em depoimento à polícia, a ex-mulher do parlamentar, Ana Carolina Netto, disse ainda que ele passou a maior parte do tempo conversando num quarto com o pai, o ex-deputado estadual Coronel Jairo.

A informação foi publicada neste domingo, 11, pelo jornal O Dia. O advogado de Jairinho, André França Barreto - que teria sido indicado pelo pai no momento da festa -, afirma que desconhece a ida ao aniversário da irmã do vereador. Ele defendeu o ex-deputado no âmbito da operação Furna da Onça, em 2018, que levou Jairo à prisão.

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No depoimento, a mãe dos filhos de Jairinho disse que ficou sabendo da morte de Henry, filho de Monique Medeiros, naquele mesmo dia, 8 de março, por meio do motorista dele. "Ele disse que o menino havia falecido mas não soube explicar o motivo, só dizendo que Jairinho estava no hospital", apontou.

Na noite daquele dia 8, Ana levou os filhos à festa da irmã do político e sua ex-cunhada, Thalita, na zona oeste do Rio, onde sentiu um "clima pesado" na família do parlamentar. Henry foi morto na madrugada anterior.

Os peritos médicos concluíram a necropsia do corpo do menino Henry Borel, de apenas quatro anos, que morreu no último dia 8 em um apartamento na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Segundo as equipes, foram identificados “múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores”, “infiltração hemorrágica” na parte frontal, lateral e posterior da cabeça, “grande quantidade de sangue no abdômen", “contusão no rim” e “trauma com contusão pulmonar”, de acordo com o laudo obtido pela TV Globo. O texto resume os ferimentos ao resultado de uma “ação contundente” e autoridades descartam a hipótese de um acidente doméstico.

Um inquérito foi instaurado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro para investigar o caso, já que as motivações seguem indefinidas. Nos relatos iniciais, foi dito que o menino já havia chegado a um hospital local em estado crítico, por volta das 4h30. Na madrugada da sua morte, a criança estava acompanhada da mãe, Monique Medeiros da Costa Almeida e do namorado, o vereador Jairo Souza Santos, conhecido como Dr. Jairinho (Solidariedade-RJ).

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Na noite em questão, Henry havia ido dormir com a mãe. O pai, Leniel Borel de Almeida Jr., foi notificado sobre o estado de saúde do filho através de uma ligação da ex-mulher, que o orientou a encontrá-la no hospital, avisando que o menino precisava de socorro. Segundo o responsável, ao chegar no hospital, os médicos tentavam reanimar a vítima fatal, já morta. Monique e o namorado relataram que ouviram um barulho no quarto de Henry, e ao chegar lá, “ele estava revirando os olhos e sem conseguir respirar”. A mãe acredita que o filho levou uma queda.

O laudo do IML veio após o pai ser orientado pelos médicos a procurar a polícia científica, para que as equipes pudessem oferecer mais informações sobre as causas da morte.

Pai pede respostas 

Longe das redes sociais há nove anos, o engenheiro criou um novo perfil para compartilhar a saudade do filho e a necessidade de respostas. No Facebook, disse que só conseguirá seguir em frente quando “souber a verdade”. Leniel não acredita que a fatalidade tenha sido causada por uma queda.

“Henry era perfeito. As palavras são poucas para definir meu filho. É muito para um pai receber um laudo do IML como esse. Só quero saber o que houve com ele", escreveu.

 

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