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O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, avaliou que o ex-presidente estaria o "arrastando para a lama". O conhecimento dessa declaração se deu através do portal Uol Notícias, que conseguiu ter acesso as trocas de mensagens entre Cid e Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro.

Na conversa que ocorreu no dia 4 de abril, um dia antes do depoimento de Cid para a Polícia Federal sobre o inquérito - que investiga o desvio de joias sauditas -, Wajngarten compartilha uma matéria do jornalista Ricardo Noblat, do portal Metrópoles. A matéria cujo título era: "Bolsonaro arrasta com ele para a lama seus mais fiéis servidores", cita Cid e outros ex-aliados do ex-chefe do Executivo. Ao ler a mensagem, o tenente-coronel responde: "Não deixa de ser verdade".

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No entanto, no dia do julgamento, Mauro Cid declarou à PF que a busca de presentes recebidos por Jair Bolsonaro seria "normal" e "corriqueira" no seu cargo de ajudante de ordens.

Desde o dia 3 de maio, Cid está preso no Batalhão da Polícia do Exército de Brasília, devido uma outra investigação que apura a falsificação de cartões de vacinação.

 

Com as atualizações do caso das joias sauditas recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, muitos brasileiros ainda têm dúvidas sobre o que diz a legislação em relação ao recebimento e vendas de objetos por autoridades políticas. Sendo assim, o LeiaJá conversou com o doutor em ciência política Rodolfo Marques para esclarecer como as leis tratam o assunto e como está o andamento das investigações envolvendo o ex-chefe do Executivo.

"Essa confusão que Bolsonaro gerou entre público e privado ajuda, entre aspas, a gerar mais desconforto ou mais dissonância em relação ao tema", afirma o cientista político ao abordar a suposta venda ilegal de presentes recebidos em viagens oficiais feitas pelo ex-mandatário e a sua equipe durante a gestão federal.

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Presentes milionários

O caso veio à tona em outubro de 2021, quando a Polícia Federal (PF) apreendeu no Aeroporto Internacional de Guarulhos, no estado de São Paulo, um conjunto de joias avaliado em R$ 16,5 milhões que seria um presente do governo da Arábia Saudita à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL). O kit era composto por itens da marca suíça Chopard que incluía: um anel, um relógio, um par de abotoaduras, um rosário islâmico e uma caneta.

Na época, o conjunto milionário foi encontrado na mala de um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e não foi declarado à Receita como item pessoal, o que obrigaria o pagamento de imposto. No entanto, os objetos só poderiam ter entrado no país sem a necessidade do pagamento de impostos, caso fossem declarados como presente para o Estado brasileiro, mas, neste caso, ficariam com a União, não com a ex-primeira-dama.

Rodolfo Marques acredita que devido as joias terem vindo do governo da Arábia Saudita, isso já atrai algumas complicações para a imagem de Bolsonaro.

"O governo saudita é muito controverso em relação aos processos democráticos dentro do próprio país. Há constantes ataques a jornalistas e a grupos minoritários, e isso é extremamente complicado. Então, a praxe nesse caso seria não aceitar o presente, ou, caso aceite, que esse presente fosse incorporado ou que esses presentes fossem incorporados ao Estado brasileiro", pontua.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Desde o momento em que foi iniciada essa operação da PF, outras situações envolvendo joias milionárias foram divulgadas. Sendo assim, Bolsonaro e o seu entorno são foco das investigações que apuram um suposto esquema de negociação ilegal de objetos dados por delegações estrangeiras à Presidência da República.

O que de fato diz a lei?

A partir do início dos anos 90, uma série de resoluções, leis e decisões da Justiça criaram várias regras sobre o tratamento que deve ser dado a documentos de acervo e a presentes trocados por figuras políticas. As regras que também são válidas para servidores públicos, existem para evitar que objetos caros, como os do kit da Chopard, sejam usados para corromper e favorecer interesses.

As leis obrigam que quaisquer itens recebidos em cerimônias de trocas de presentes entre autoridades, audiências com autoridades estrangeiras ou viagens oficiais sejam declarados de interesse público e passem a integrar o patrimônio cultural brasileiro. Sendo assim, todos os presentes recebidos são catalogados pela Diretoria de Documentação Histórica da Presidência da República, que fica encarregada de preservar o acervo durante o mandato do presidente que recebeu os itens. Depois de deixar a Presidência, o ex-chefe do Executivo, com o auxílio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), passa a ser responsável pela conservação dos objetos.

Itens não podem ser vendidos

Em 2016, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que independentemente de os objetos serem entregues em evento oficial, eles devem ficar em acervo da União, sendo assim, não podem ser considerados patrimônio particular do presidente após o fim da sua gestão.

A ordem também determinou que fosse realizada uma auditoria para localizar presentes dados por lideranças estrangeiras a parlamentares a partir de 2002, quando o decreto foi editado. Com esse novo entendimento, por exemplo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a ex-presidenta Dilma Roussef (PT) tiveram que devolver presentes recebidos durante seus mandatos. Os objetos que não foram devolvidos, tiveram que ser pagos.

Em março deste ano, o TCU reiterou que os itens de uso pessoal de alto valor devem ser registrados como patrimônio da Presidência. A tentativa de vendê-los é ilegal.

Os ex-chefes do Executivo, como é o caso de Jair Bolsonaro, só podem usufruir em caráter pessoal daqueles itens considerados de "natureza personalíssima", como medalhas personalizadas, ou de "consumo direto", tais como gravatas, bonés, camisetas, perfumes, chinelos e alimentos.

A regra também vale para prefeitos e governadores

O cientista político Rodolfo Marques afirma que a regra também fiscaliza os prefeitos, dos mais de 5.500 municípios, e os 27 governadores brasileiros.

"Prefeitos e governadores em menor escala também têm que se submeter à legislação. Eu digo menor escala pela monta, são mais de 5 .500 municípios no Brasil, são 27 unidades federativas, portanto temos 27 governadores e eles, por vezes, são expostos a essas situações de presentes, de honrarias e de condecorações", explica Rodolfo.

"Honrarias condecorações, embora estejam ligados ao exercício do cargo, eles acabam sendo personalizados ou personificados. Mas em casos de presentes, deve ter muito cuidado, exatamente para essa questão da discricionariedade e da separação daquilo que é público e privado", detalha.

O criminalista Daniel Bialski renunciou à defesa da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no inquérito sobre o suposto esquema de desvio e venda de presentes dados ao ex-presidente Jair Bolsonaro enquanto chefe de Estado. A movimentação se dá para que 'os advogados do ex-presidente possam exercer a defesa de ambos', informou Bialski ao Estadão.

"Informo que de comum acordo com os interesses da ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, deixarei de patrocinar sua defesa no Inquérito nº 4.874/DF (Pet.11645), justamente porque os advogados que atualmente representam o Ex-Presidente Jair Bolsonaro poderão e a representarão habilmente, daqui por diante, neste caso", registrou o advogado em nota.

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Bialski havia sido constituído como advogado de Michelle logo após a Polícia Federal pedir ao Supremo Tribunal Federal a quebra dos sigilos bancário e fiscal da ex-primeira-dama no bojo do inquérito da Operação Lucas 12:2. O ministro Alexandre de Moraes já acolheu a solicitação.

Após a acusação feita por uma servidora do Palácio do Planalto, em depoimento a Polícia Federal (PF), de que Michelle Bolsonaro (PL) recebeu em mãos o segundo pacote de joias sauditas, a ex-parlamentar e atual comentarista da CNN Brasil, Janaina Paschoal, criou uma teoria para tentar explicar a situação. Segundo Janaina, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, teria se apaixonado pela ex-primeira-dama.

“O príncipe se apaixona platonicamente, passou pela minha cabeça. Quando eu conheci o presidente e a primeira-dama eu disse a ele, acho que até hoje ele não gosta de mim por isso, eu falei ‘o senhor é um homem de muita sorte, porque realmente é uma mulher, é uma coisa de outro mundo”, disse, elogiando a beleza de Michelle.

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O kit de joias, da marca suíça Chopard, é composto por um relógio com pulseira de couro, um par de abotoaduras, uma caneta rosa gold, um anel e um masbaha rose gold (colar de contas, parecido com um rosário católico, tradicional na religião islâmica). Os itens foram entregues a ela em novembro de 2022.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou a sede da Polícia Federal por volta das 17h30 desta quarta-feira (5), após três horas de depoimento sobre os três conjuntos de joias doados pelo governo da Arábia Saudita a ele e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. 

Bolsonaro chegou no local por volta das 14h20 e o depoimento estava marcado para as 14h30. A PF reforçou a segurança em torno do prédio e isolou o estacionamento público no local por conta da ida do ex-presidente.

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O ajudante e braço direito de Bolsonaro, Mauro Cid Barbosa, também prestou depoimento nesta quarta-feira. Foi ele quem intermediou a tentativa de liberação das joias na alfândega. 

Segundo o blog de Andreia Sadi, outras oito pessoas prestaram depoimento sobre o caso e, entre elas, o ex-assessor especial Marcelo Camara e o ex-chefe da Receita Federal Julio Cesar Vieira. 

Investigação

O ex-presidente foi intimado a dar esclarecimentos à PF na semana passada. Ele retornou ao Brasil no último dia 30, depois de passar três meses nos Estados Unidos. 

A investigação da PF apura se Bolsonaro cometeu o crime de peculato ao tentar ficar com as joias, em especial, o conjunto avaliado em R$ 16 milhões que foi retido pela Receita Federal em outubro de 2021. 

Antes de deixar a Presidência, em dezembro do ano passado, o gabinete pessoal de Bolsonaro pediu à Receita Federal a liberação do conjunto avaliado em quase R$ 17 milhões. O ofício foi assinado por Mauro Cid. 

A Polícia Federal vai ouvir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o seu braço direito Mauro Cid no caso das joias sauditas, segundo informou a colunista Andréia Sadi, nesta quarta-feira (29). Marcelo Camara, que faz a segurança de Bolsonaro, também foi convocado para depor à PF. O depoimento foi marcado para o dia 5 de abril, às 14h30. 

O delegado responsável pelo pelo caso afirmou que “não serão juntados nos autos os termos (dos depoimentos) até a efetiva realização de todas as oitivas dos envolvidos”. 

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Segundo ele o responsável pelo inquérito, “isso possibilitará que as pessoas não sejam procuradas antecipadamente pela mídia ou mesmo outros envolvidos, como também garante a isonomia entre os investigados de não serem ouvidos antes ou depois dos outros e saberem a sua versão dos fatos”. 

Como já mencionado, Mauro Cid enviou ofício ao então chefe da Receita Federal pedindo a liberação das joias apreendidas com uma comitiva do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Os itens foram avaliados em R$ 16,5 milhões. 

No ofício enviado no dia 28 de dezembro de 2022, três dias antes do final do mandato de Bolsonaro na Presidência da República, Cid pediu a incorporação dos presentes retidos em Guarulhos “a este órgão da União”.

 

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir nesta terça-feira, 28, investigação para apurar a conduta do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que usou avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir a São Paulo e participar de leilões de cavalos de raça. O ministro passa a ser o primeiro investigado do governo Lula na comissão. O colegiado também decidiu abrir uma segunda apuração sobre as joias trazidas por uma comitiva do governo de Jair Bolsonaro, em outubro de 2021. Os dois casos foram revelados pelo Estadão.

Os dois assuntos estavam na pauta de hoje da Comissão de Ética. O colegiado se reúne uma vez por mês para julgar processos éticos de servidores do alto escalão. O Estadão apurou que tanto Juscelino quanto os funcionários públicos que se envolveram no escândalo das joias entraram no "processo regular de apuração com o devido processo legal".

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Entre os investigados no caso dos diamantes de Bolsonaro estão o almirante Bento Albuquerque, então ministro de Minas e Energia; o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; e Marcos André Soeiro, ex-assessor de Bento Albuquerque. Como revelou o Estadão, o governo Bolsonaro tentou entrar ilegalmente no país com as joias - presente do reino da Arábia Saudita. Parte das peças, avaliadas em R$ 16,5 milhões, foi apreendida na alfândega do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. A comitiva era chefiada pelo então ministro de Minas e Energia. Um assessor que estava com ele e carregava as joias na mochila foi flagrado pelo funcionário da Receita. Em entrevista ao jornal, o ex-ministro disse que as peças eram para Michelle Bolsonaro.

O jornal revelou que o governo federal fez oito tentativas de recuperar os bens e mobilizou os ministérios das Minas e Energia, Relações Exteriores, Fazenda, além do próprio gabinete para recuperar os diamantes.

Cavalos

Em relação ao ministro Juscelino Filho, a Comissão de Ética vai analisar o uso de diárias e voos da FAB para participar de leilões de cavalos de raça. Como revelou o Estadão, o ministro das Comunicações viajou para São Paulo no dia 26 de janeiro, uma quinta-feira. De acordo com sua agenda, teve apenas três curtos compromissos na capital, com duração total de duas horas e meia. A partir do meio-dia de sexta, 27, ficou livre para ir a eventos equestres, um predileção pessoal de Juscelino. O ministro participou de leilões, recebeu um "Oscar da raça Quarto de Milha" e inaugurou uma praça em homenagem a um dos equinos de seu sócio. Voltou de São Paulo em aeronave da FAB.

Juscelino Filho recebeu quatro diárias e meia. Vinte e quatro horas após a reportagem do Estadão - e quase um mês depois da viagem -, o ministro das Comunicações decidiu devolver parte do pagamento que recebeu. Ele alegou falhas no sistema.

Devido ao episódio, o deputado federal licenciado foi cobrado publicamente pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista se rendeu ao União Brasil, contudo, e não demitiu seu subordinado.

Como funciona a apuração

Após a instauração do processo de apuração ética, a comissão dá continuidade à análise. Será ofertado ao denunciado o direito de se defender dos atos imputados, inclusive com a produção das provas. O colegiado poderá também requisitar os documentos que entender necessário.

Após a instrução processual, o órgão vai proferir a decisão. Caso seja reconhecida falta ética, a Comissão sugerir ao presidente da República que demita o subordinado, bem como enviar o caso para apuração da Controladoria-Geral da União (CGU) ou recomendar a abertura de um procedimento administrativo contra o servidor.

O que diz Juscelino

O ministro das Comunicações afirmou hoje, em uma rede social, que a apuração da Comissão de Ética, de maneira séria e isenta, vai deixar claro "que não houve qualquer irregularidade, tanto no uso da FAB como no lançamento das diárias de forma automática pelo sistema, uma falha que já foi identificada e corrigida".

Juscelino Filho foi às redes sociais após reportagem do Estadão revelar que ele empregou seu piloto de avião particular e o gerente de seu haras, em Vitorino Freire (MA), como funcionários da Câmara com salários de R$ 10,2 mil e R$ 7,8 mil pagos com dinheiro público. Eles estavam nomeados no gabinete de Juscelino até o início deste ano, quando o então deputado se licenciou da Casa para integrar o primeiro escalão do governo nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ambos foram mantidos nos cargos pelo suplente e aliado do ministro, Dr. Benjamim (União Brasil-MA).

O senador e vice-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Humberto Costa (PT-PE), enviou um ofício ao Tribunal de Contas da União (TCU), solicitando que seja realizada uma investigação sobre o terceiro pacote de joias sauditas recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O parlamentar solicitou no documento a apreensão das joias e a aplicação de multa pelo TCU tendo em vista a reiteração da conduta lesiva ao estado brasileiro. O senador ainda pede a ampliação das investigações para apurar o alto número de viagens de integrantes do governo, incluindo o ex-mandatário, durante sua gestão, e se ele ou terceiros receberam outras mercadorias. Segundo o petista, foram mais de 150 visitas.

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“Além disso, estou pedindo ao TCU que, a exemplo do que já ocorreu anteriormente, determine a apreensão dessa nova caixa de itens luxuosos. Entre as joias, está um Rolex de diamantes, avaliado em R$ 500 mil.”, escreveu Humberto em suas redes sociais.

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O estojo inclui um relógio da marca Rolex, uma caneta da marca Chopard, um par de abotoaduras em diamantes e um anel feito de ouro branco. Na avaliação de investigadores, a revelação desse terceiro pacote de joias pode complicar ainda mais a situação de Bolsonaro, que pode ser denunciado por peculato, crime que se caracteriza pela apropriação efetuada pelo funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.

Diferentemente das outras duas caixas enviadas ao ex-mandatário, este conjunto foi recebido em mãos por Bolsonaro, quando esteve com sua comitiva em viagem oficial ao Catar e a Arábia Saudita, entre os dias 28 e 30 de outubro de 2019.

Através de uma nota, a defesa do ex-presidente comunicou que os bens foram devidamente catalogados, registrados e incluídos no acervo da presidência, conforme a legislação em vigor. Além disso, que todo o acervo de presentes recebidos será submetido a autoria do TCU e que quaisquer presentes se encontram à disposição para apresentação e depósito, caso for necessário.

 

Um vídeo gravado pelo radialista Leonel Querino viralizou nas redes sociais nesta quinta-feira (16). O homem questionou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) a respeito do atual momento do país e sobre a polêmica envolvendo o pai do parlamentar, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no caso das luxuosas joias sauditas avaliadas em R$ 16,5 milhões retidas pela Receita Federal.

“Olha só quem eu encontrei aqui no avião, galera: Flávio Rachadinha. Tá gostando da picanha barata?”, aborda o passageiro. O senador tenta rebater e diz que a “a picanha está cara, a cerveja está cara”.

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O filho do ex-presidente foi investigado por suspeita de enriquecimento ilícito ao se apropriar do salário de funcionários do seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no período em que era deputado estadual. A prática conhecida como “rachadinha”, inspirou o apelido usado pelo radialista para provocar o parlamentar.

Leonel, então, questiona sobre as joias sauditas trazidas ao Brasil pelo ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Os bens seriam um presente para o ex-presidente Bolsonaro e para a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL).

O embate no avião seguiu: “E as joias que sua madrasta não conseguiu? As joias que a madrasta dele não conseguiu pegar de R$ 17 milhões”, questiona o passageiro. “Ela não pegou, Lula escondeu um monte no cofre lá. Lula ladrão. Vai se dar mal, tá tudo caro”, rebate Flávio Bolsonaro. E o homem emenda: “Mentira, mentira. Vai devolver? O seu pai vai devolver? Vai devolver ao Erário?”.

Em determinado momento do vídeo, um homem que provavelmente seja o segurança de Flávio Bolsonaro, faz sinal para que Leonel pare de questionar o senador. Com isso, o sindicalista se despede dizendo: "Valeu, Flávio Rachadinha!".

Confira o vídeo:

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O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) determinou por unanimidade nesta quarta-feira (15), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem que devolver as joias sauditas e o conjunto de armas doado pelos Emirados Árabes Unidos. 

A caixa de joias avaliada em R$ 16,5 milhões foi apreendida pela alfândega do aeroporto de Guarulhos está no centro de uma discussão que envolve a posse de presentes por Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. 

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A decisão do TCU determina que as peças devam ser entregues à secretária-geral da Presidência da República Mariana Muniz no prazo de cinco dias. 

Além disso, o TCU também determinou uma auditoria completa em todos os presentes recebidos pela Presidência da República entre 2019 a 2022, período em que Bolsonaro estava no Palácio do Planalto. 

A Receita Federal recebeu uma ordem do ministro para entregar um outro conjunto de joias que estaria retido pelo Fisco no Aeroporto de Guarulhos a Mariana. 

 

O adiamento das viagens da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pelo Brasil e do evento do PL Mulher em celebração ao Dia Internacional da Mulher foi atrelado ao escândalo das joias que Michelle Bolsonaro recebeu de presente da Arábia Saudita e foram apreendidas no aeroporto de São Paulo.

No entanto, de acordo com a avaliação do cientista político da Universidade Federal de Pernambuco Arthur Leandro, não deve-se esperar “tanta prudência” do Partido Liberal, de Valdemar da Costa Neto, em tentar preservar, de alguma forma, a imagem da família Bolsonaro. 

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A afirmação foi feita porque o evento do PL Mulher, por exemplo, poderia servir de defesa para Michelle Bolsonaro ante o eleitorado bolsonarista. “O evento seria restrito às mulheres que são ligadas ao PL. Então, Michelle falaria em ambiente seguro e poderia, inclusive, usar a oportunidade para subir o tom, dizer que as mulheres estão sendo perseguidas e que são caluniadas, sofrem todo tipo de violência e que o PL seria a agremiação que dá espaço e permite que as mulheres participem e se expressem”, disse. 

Para o especialista, o evento seria um palanque para Michelle Bolsonaro, sobretudo para “tentar reverter esse episódio das joias em seu favor, dizendo que é uma armação da grande imprensa junto com o governo do PT”. “Pode parecer uma afirmação alucinada, desligada da realidade, mas é um tipo de afirmação que ela ressoa e conforta parte da militância e dos apoiadores de Michelle e da família Bolsonaro”, complementou. 

Um outro ponto observado por Arthur Leandro é de que algumas pessoas defendem o episódio como uma “cortina de fumaça para tirar o foco dos eventuais desmandos do governo Lula e da sua dificuldade em entregar o que se comprometeu a fazer”. 

Ademais, o bolsonarismo ainda tem uma base eleitoral expressiva e muito forte no Brasil, que espera ser mobilizada. “O bolsonarismo ainda é muito forte nas redes sociais e os atos do ex-presidente Jair Bolsonaro e das pessoas próximas a ele vão ser inevitáveis daqui para a frente. Vão ser evidenciados e trazidos à tona. Então, o grupo dessa figura da Michelle não deve, por razão prática, silenciar enquanto esses episódios estão sendo mobilizados”, afirmou o cientista político. 

Segundo ele, a decisão de esconder Michelle Bolsonaro neste momento, além de não fazer sentido com o perfil do líder partidário, seria uma estratégia equivocada. “Acho que é um momento de se fazer presente, dizer que é calúnia [a história das joias], que está sendo perseguida porque sempre pensou na família, nas crianças brasileiras, que é contra a mentira. Então, se for uma razão de prudência [o cancelamento do evento], de buscar preservar uma liderança emergente. Primeiro, é extravagante em relação à figura do partido que não costuma ter esse tipo de cautela. Depois, me parece uma decisão equivocada do ponto de vista estratégico”, pontuou. 

“Michelle não vai ser presa sem ser acusada formalmente e processada. Ela não corre o risco que o marido corre e não vai ser presa preventivamente. Ela tem que ocupar o espaço político que está aberto. Essa lacuna foi deixada com o afastamento do casal Jair e Michelle do Palácio do Planalto e que ela tem condições, sim, de vocalizar a expressão e as ideias que esse casal e esse movimento representa”, afirmou Arthur Leandro. 

O senador Flávio Bolsonaro chegou a publicar no Twitter que o pai estaria retornando ao Brasil no dia 15 de março, mas apagou a publicação e depois afirmou que a volta estava próxima, mas ainda sem data. Isso também fez com que fosse cogitado o possível adiamento do retorno de Bolsonaro ao Brasil por conta do escândalo. Sobre isso, o cientista político pontuou que não há ambiente seguro para o retorno do ex-presidente ao Brasil por enquanto, pois “provavelmente ele pode ser preso”.

“A sua prisão preventiva pode ser decretada porque, objetivamente, ele pode sim interferir no curso das investigações, usar seu poder de influência para pressionar investigador, juiz, promotor. A leitura de que o momento não foi propício é correta, e eu acho que vai continuar sem ser propício por muito tempo, já que ele corre efetivamente o risco de sofrer algum tipo de revés no Brasil e precisa encontrar meios de se colocar fora do alcance da Justiça Nacional”. 

 

O deputado federal Deltan Dellagnol (Podemos-PR) fez avaliações sobre o caso das luxuosas joias sauditas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Um fato que chama atenção na análise, é o de que o ex-procurador da Operação Lava Jato em Curitiba cita mais vezes os presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), do que o ex-presidente, protagonista da acusação.

A análise foi publicada através do site Gazeta do Povo nesta sexta-feira (10). Com o título "As joias de Bolsonaro e a gritaria seletiva da esquerda", a publicação ao longo do texto, faz 14 menções ao atual presidente e 8 à ex-mandatária, que não são envolvidos no caso.

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Bolsonaro é citado em nove trechos e Michelle Bolsonaro, outra protagonista da acusação, aparece apenas na legenda da imagem usada para ilustração da coluna. O texto é composto por várias afirmações sobre supostos desvios de patrimônio que teriam, segundo Dellagnol, sido cometidos pelos petistas. O aliado do ex-presidente também diz que faltam comprovações para acusar Bolsonaro, mesmo o ex-presidente tendo tentado usar de sua influência e do seu governo para tentar conseguir resgatar as joias.

“Em relação a Bolsonaro, o episódio das joias depende ainda de uma investigação para que os fatos restem completamente esclarecidos”, escreve o ex-procurador.

Dellagnol também utilizou a publicação para fazer críticas aos apoiadores do PT, pois para ele existe uma "seletividade" na esquerda ao repercutir de forma negativa a polêmica das joias de Bolsonaro e sua esposa.

“É, portanto, uma hipocrisia que petistas defensores e aliados de Lula fechem os olhos para os desvios comprovados praticados por Lula, para atacar fatos ainda não completamente esclarecidos que, na pior das hipóteses, são igualmente repreensíveis, relacionados a Bolsonaro", afirma o deputado federal.

Por: Guilherme Gusmão

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu pessoalmente o segundo pacote de joias da Arábia Saudita que entraram ilegalmente no Brasil no ano passado, de acordo com o documento oficial emitido no dia em que o pacote chegou no Palácio da Alvorada. 

O documento foi publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo e, em um dos campos do recibo, consta a pergunta se o pacote chegou a ser “visualizado pelo presidente”, e um “x” marca a opção “sim”. 

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O funcionário Rodrigo Carlos dos Santos foi quem assinou o recibo, às 15h50 do dia 29 de novembro de 2022, pouco mais de um mês antes de Bolsonaro fugir do Brasil para os Estados Unidos. 

O documento lista as joias dadas pelo governo saudito ao ex-presidente, todos da marca suíça de diamantes, a Chopard: relógio, caneta, anel, abotoaduras anel, masbaha (tipo de rosário). Os itens foram trazidos por uma comitiva do Ministério de Minas e Energia, que representou o Brasil em um evento na Arábia Saudita em outubro de 2021. 

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