Tópicos | Lei da Ficha Limpa

Mais de mil prefeitos cobraram do Governo Federal recursos para cobrir o rombo em cidades que não conseguiram fechar as contas até o fim do ano. Os gestores municipais temem ser enquadrados na Lei da Ficha Limpa, caso tenham suas contas rejeitadas.  

Eles querem um reembolso por perdas que podem chegar a R$ 1,5 bilhões, ocasionada pela redução do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para automóveis e eletrodoméstico da linha branca.

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Os prefeitos também solicitam que o Governo Federal conclua os repasses para os convênios e as obras do Programa de Aceleração e Crescimento (PAC) com os municípios. Estima-se que a divida chegue a R$18,2 bilhões,  e cerca de R$ 7,5 bilhões estão relacionados a obras do PAC.

Os eleitores brasileiros não sabem se 2.830 candidatos poderão assumir os cargos de prefeito ou vereador eleitos no próximo domingo (7). O número de candidaturas sub judice refere-se à quantidade de recursos recebidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que ainda não receberam decisão definitiva, todos envolvendo pedidos de impugnação baseados na Lei da Ficha Limpa. Ao todo, foram recebidos pela corte 2.985 recursos referentes a registros de candidatura para as eleições deste ano. Desse total, 678 foram julgados pelos ministros do TSE, mas ainda cabe recurso por parte dos réus, enquanto 155 já têm decisão definitiva.

O TSE informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que se trata de um volume muito grande de processos recebidos em um período próximo às eleições em função dos prazos processuais. A corte julga os recursos encaminhados pelos tribunais regionais eleitorais que, por sua vez, julgam recursos às decisões de juízes de primeira instância, caminho inicial para a impugnação de candidaturas.

Os candidatos cujas candidaturas não tiveram deliberação da Justiça Eleitoral concorrerão no próximo domingo sub judice e os votos serão computados normalmente. Se o candidato tiver posteriormente o registro impugnado pelo TSE, os votos serão considerados nulos. O procedimento nas situações em que o vencedor tenha seu registro cassado será analisado caso a caso pelo tribunal.

Entre as hipóteses, estão a diplomação do segundo mais votado ou até mesmo a realização de uma nova disputa, no caso de eleição majoritária. No caso dos vereadores, serão empossados os candidatos que tiverem o maior número de votos. Aprovada em 2010, a Lei Complementar 135, conhecida como Lei da Ficha Limpa, está valendo pela primeira vez para as eleições municipais deste ano.



**Com informações da Agência Brasil

De acordo com a legislação eleitoral, fica proibida a prisão ou detenção de eleitores cinco dias antes e dois dias após o pleito municipal deste domingo (7). A prisão só pode acontecer nos casos de sentença condenatória por crimes inafiançáveis, flagrante delito e por salvo conduto. Em relação à campanha de rua e comícios, ficará permitida até quinta (4), data limite para a veiculação do programa eleitoral em TVs e rádios.

Na próxima sexta-feira (5) será o último dia para a veiculação de propaganda em meios de comunicação como imprensa escrita e internet. No sábado, véspera do pleito, o cidadão poderá retirar a segunda via do título de eleitor e os candidatos estão liberados para usar alto falantes e amplificadores na propaganda eleitoral.

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No dia 7 de outubro, os colégios eleitorais terão seus portões abertos das 8h às 17h e ficará proibido votar usando camisas e bonés, assim como realizar reunião e aglomeração de pessoas na intenção de fazer boca de urna. Depois que as urnas forem fechadas, a justiça eleitoral irá emitir informações com os resultados parciais em todos os municípios brasileiros e o balanço final desse primeiro turno.

Foi nessa eleição que se aplicou pela primeira vez a Lei da Ficha Limpa e 1.391 candidaturas a prefeito, vice-prefeito e vereador serão julgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por não conseguir julgar todos os processos até domingo, muitos candidatos considerados ficha suja em outras instâncias disputam o pleito sob judice, correndo o risco de não assumirem o cargo se condenados pelo TSE.

Regendo sua primeira eleição, a Lei da Ficha Limpa levou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedidos de impugnação de 1.361 candidaturas de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores em todo o país. Apesar de a votação ocorrer no próximo domingo (7), no entanto, a grande maioria dos políticos sob suspeição disputará o voto do eleitorado sem saber se será enquadrada como ficha suja.

A incerteza vai marcar a eleição porque o plenário do TSE não conseguirá julgar todos os processos antes do próximo domingo. Até lá, estão previstas, inicialmente, duas reuniões da Corte, nesta terça (2) e quinta-feira (4). Contudo, há a possibilidade de os ministros decidirem, por sessões extras, acelerar o julgamento dos processos.

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Além dos casos motivados pela Lei da Ficha Limpa, o TSE também tem que analisar milhares de outras ações envolvendo registros de candidaturas. Nos casos em que não houver deliberação da Justiça Eleitoral, os candidatos concorrerão no próximo domingo sub judice e os votos serão computados normalmente.

Contudo, a vitória nas urnas não será a garantia de posse no cargo ao qual disputou. Isso porque, se posteriormente o candidato tiver o registro impugnado pelo TSE, os votos serão considerados nulos. O tribunal analisará caso a caso qual será o procedimento nas situações em que o vencedor tenha seu registro cassado.

Entre as hipóteses estão a diplomação do segundo mais votado ou até a realização de uma nova disputa, no caso de eleição majoritária. No caso dos vereadores, serão empossados os candidatos que tiverem o maior número de votos.

 

Lei Complementar 135 - Aprovada em 2010, a Lei batizada como Ficha Limpa está valendo para as eleições municipais deste ano. Pela legislação, não podem se candidatar a cargo eletivo os políticos condenados pela Justiça em decisão colegiada (por mais de um desembargador), mesmo em processo não transitado em julgado (com condenação definitiva).

Entre outros pontos, a lei também pune o político que renunciar ao mandato quando já houver representação ou pedido de abertura de processo, aumentando o período de inelegibilidade pela soma do que resta do mandato e mais oito anos. Antes, a suspensão era de três a oito anos.

O cientista político Eurico de Lima Figueiredo, professor de pós-graduação em ciência política da Universidade Federal Fluminense (UFF), está bastante otimista em relação aos resultados da eleição deste ano, em razão do primeiro ano de vigência da Lei da Ficha Limpa.

Ele manifestou que além de ter um sistema eleitoral sofisticado, “um dos mais avançados do mundo, com urnas eletrônicas, nós temos leis como essa [da Ficha Limpa], que depuram os candidatos. E temos um sistema jurídico, eleitoral, que é autônomo e tem utilizado sua faculdade para vigiar e punir”, disse à Agência Brasil.

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Figueiredo destacou que se o eleitor tiver um estudo dos candidatos que são punidos pela Justiça Eleitoral, mesmo depois de eleitos – governadores, prefeitos, senadores, deputados, que perderam inclusive os seus mandatos -, verifica que tem um sistema que funciona.

“Então eu vejo com muita alegria, como cidadão, e como cientista político, vejo como a capacidade que a sociedade brasileira tem demonstrado de fazer crescer entre nós o sistema republicano e os processos democráticos de convivência política”.

Para o professor Eurico de Lima Figueiredo, essa é uma etapa “mais graduada, superior, do nosso processo político democrático, após um corte autoritário em 1985”. Segundo ele, o processo republicano ganha cada vez mais uma nova consistência, e o mesmo ocorre em relação à vida democrática.

“Ou seja, é um motivo de orgulho para todos nós, porque nunca tivemos isso na história da República”. Explicou que em comparação ao Brasil de há 100 anos, quando a eleição era feita a bico de pena, muita evolução ocorreu no país.

A aplicação da lei da Ficha Limpa gera um clima de suspense na campanha para a prefeitura de Sorocaba, um dos principais colégios eleitorais do interior de São Paulo. Depois de ter impugnado, na segunda-feira, a candidatura de Renato Amary, do PMDB, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) decide, na quinta-feira, o destino do candidato do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio. Ambos são ex-prefeitos da cidade e sofreram pedidos de impugnação às candidaturas na Justiça Eleitoral sob a alegação de terem sido condenados por supostas irregularidades em suas gestões.

Na sessão de quinta-feira, a votação do pedido de impedimento à candidatura de Pannunzio terminou empatada no TRE. Caberá ao presidente, o desembargador Alceu Penteado Navarro, dar o voto de desempate. Renato foi prefeito por oito anos e Pannunzio administrou a cidade em um mandato de quatro anos. Os dois são ex-deputados federais e lideram a disputa na cidade de 600 mil habitantes.

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De acordo com a denúncia, Pannunzio foi condenado, quando prefeito de Sorocaba, por propaganda irregular do seu governo. Já Renato Amary, segundo a denúncia, foi condenado após contratar sem licitação uma empresa de cobrança de tributos.

Os dois candidatos no entanto se consideram aptos a participar do pleito. No julgamento das denúncias em primeira instância, eles tiveram as candidaturas confirmadas.

Amary já recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e continua em campanha, enquanto aguarda o julgamento. A assessoria de Pannunzio informou que ele está confiante no desempate a seu favor no TRE, porém, caso o resultado seja diverso, também apelará ao TSE. Também concorrem à Prefeitura de Sorocaba os candidatos Raul Marcelo (PSOL) e Iara Bernardi (PT).

Além do guia eleitoral do rádio e na televisão, nesta terça-feira (21) também terá inicio a campanha Voto Limpo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A iniciativa visa estimular os eleitores a pesquisarem sobre a vida política e as propostas de cada candidato, fazendo valer a Lei Complementar nº 135/2010, a chamada Lei da Ficha Limpa.

Composta por cinco filmetes e cinco spots de rádio, de 30 segundo cada, a campanha segue o tema “Valorize seu voto, vote pela sua cidade, vote limpo”.  A escolha do tema é resultado de uma pesquisa feita pelo TSE, que apontou que a Lei da Ficha Limpa é pouco conhecida pelos eleitores, apesar de ser de iniciativa popular.  A norma foi sancionada no dia 4 de junho de 2010 após a coleta de mais de um milhão de assinaturas de eleitores de todo o Brasil.

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 “A pesquisa apontou que o eleitor quer o candidato ficha limpa, mas não sabe exatamente o que é o voto limpo. Daí a nossa escolha pelo tema da campanha”, frisou a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia. A campanha também incentivará a participação dos eleitores, inclusive das pessoas com idades entre 16 e 17 anos e os com mais de 70 anos, para os quais o voto é facultativo.

As mensagens serão veiculadas por 45 dias que antecedem o primeiro turno, marcado para o dia 7 de outubro. Nas cidades onde houver o segundo turno, a campanha voltará ao ar assim que for anunciado o resultado do primeiro turno, seguindo até o dia 26 de outubro.

Todas as peças da campanha estão disponíveis no site do TSE, na página do Voto Limpo.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou que até esta terça-feira (6), no Estado de Pernambuco, 1.384 candidatos estão inaptos a concorrerem às eleições municipais de 2012, 45% a mais do que o registrado no pleito há quatro anos. Entre os que pretendem concorrer ao cargo de prefeito, o número chega a 42 postulantes, e os principais motivos que levam ao indeferimento estão a falta de documentos e por causa da Lei da Ficha Limpa.

Na cidade de Timbaúba, na Zona da Mata Norte, os dois candidatos a prefeito foram considerados inaptos. Gilvanildo (PSC) renunciou e Gilson Muniz (PMDB) teve seu registro de candidatura negado pela Justiça Eleitoral. Em Palmares, na Mata Sul, que conta com cinco candidatos ao executivo municipal, dois foram impugnados.

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Já no Sertão, na cidade de Ouricuri, o juiz local indeferiu os três pedidos de registro de candidatura. Os 21 candidatos que recorreram da decisão de indeferimento apresentada pela Justiça Eleitoral estão fora da lista dos inaptos.

O candidato a prefeito do Recife, Jacinto Esteves (PRTB), teve sua candidatura impugnada por não ter votado na última eleição além de ter deixado de pagar a multa de R$ 3,50.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) registrou 1.133 pedidos de impugnação de candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador nas eleições de outubro deste ano, número inferior ao que foi registrado em 2008, com mais de 1.300 ações. Desse total apresentado, 530 ações receberam a representação do Ministério Público Eleitoral. O Recife, até o momento, teve 13 pedidos de impugnações, com um movido por causa da Lei da Ficha Limpa e 12 que partiram da Promotoria Eleitoral. As solicitações enviadas ao TRE-PE representam 7% das candidaturas de todo o estado.

A cidade de Água Preta, localizada na zona da mata, apresentou o maior número de processos, o cartório do município enviou 117 ações ao TRE-PE, que serão revistos e reavaliados até a próxima segunda-feira (23). Com 110 candidatos, tendo 74 candidaturas que receberam pedidos de impugnação baseando-se na Lei da Ficha Limpa e em solicitações dos partidos adversários, o município de Feira Nova ficou em segundo lugar.

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Para averiguar os casos se fez necessário rever o histórico dos 16.028 candidatos a cargo eletivo em Pernambuco nas listas do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Tribunal de contas da União (TCU) e nos Tribunais de Justiça Federal e Estadual. Com a criação de um sistema em todo o Brasil pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) e o cruzamento de informações, permitiu a justiça eleitoral maior agilidade nos processos.

Todos os casos serão analisados pelos juízes eleitorais das comarcas referentes, emitindo decisões até o dia 5 de agosto. Havendo recursos de apelação, os processos serão encaminhados ao pleno do TRE-PE, que tem como prazo limite para o julgamento o dia 23 do mês referido.

De acordo com os dados da Justiça Eleitoral, até esta quarta-feira (18), foram computados 712 pedidos de impugnação de candidatura e 318 dessas foram impetradas por promotores de justiça. Os dados, que fazem parte de um balanço feito pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE-PE), atendem a capital recifense, 13 municípios da Região Metropolitana e 16 cidades-pólos do interior.

Das 172 impugnações formuladas pela MPPE nas 30 principais cidades do estado, 65 foram formuladas com base na Lei da Ficha Limpa e outros casos fazem referência ao não atendimento das coligações, com o mínimo de 30% de candidaturas para mulheres. Araripina é uma das cidades que recebeu o maior número de impugnações - 26 ao todo -, e em segundo lugar está Jaboatão dos Guararapes, com 12 solicitações.

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Caso os pedidos dos promotores sejam atendidos, os candidatos não poderão disputar as eleições, e a Justiça Eleitoral irá julgar todos os casos até 5 de agosto. Boa parte das rejeições por causa da Lei da Ficha Limpa acontece pela rejeição das contas dos candidatos no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e no Tribunal de Contas da União (TCU).

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Na noite desta quita-feira, ocorreu a abertura do 8° Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral, em homenagem ao Ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STF), Ricardo Lewandowski. O evento contou com a presença de grandes personalidades ligadas ao estudo e ensino da área jurídica.

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A abertura dos trabalhos ficou a cargo do presidente fundador do Grupo Ser Educacional, José Janguiê Diniz, que abordou temas como revoluções sociais, a formação do estado moderno com o advento da revolução francesa e a constitucionalidade. Janguiê também destacou a atuação de grandes pensadores, como John Locke, filosofo inglês que idealizou o Liberalismo, Montesquieu, iluminista que ficou famoso pelo teoria da separação dos poderes, Hobbes e Maquiavel, além outros que tinham como referencial teórico a criação do estado nação.

Também estiveram presentes na abertura o doutor honoris causa da faculdade de direito da Universidade de Lisboa e presidente da Associação Brasileira dos Constitucionalistas, Manuel Gonçalves Ferreira Filho, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Ricardo Paes Barreto, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Recife, Henrique Mariano, além de outros grandes juristas que participaram da mesa de abertura.

“Esse congresso tem como tema principal abordar o direito eleitoral moderno. A internet deve ser um dos temas mais discutidos e ajudará os juristas a ter um controle na aplicabilidade e aperfeiçoamento de um temas tão novos na jurisprudência brasileira”, comentou Paes Barreto.

Já o presidente da OAB, Henrique Mariano, destacou que o evento serve para atualizar os advogados nesta área específica. “Por abordar a lei da ficha limpa, o congresso tentar esclarecer um tema tão importante, sendo este o primeiro ano que será aplicada.” No segundo dia Henrique irá presidir, às 16h, a mesa da palestra que trata sobre a crise da democracia.

O homenageado da noite, o ministro do STF Ricardo Lewandowski, também estava previsto na programação de abertura, mas por motivos pessoais, não pode comparecer ao evento.

Estrutura - Um ambiente bastante acolhedor foi montado no Centro de Convenções de Pernambuco, onde os congressistas poderão, até o próximo sábado (12), discutir e esclarecer assuntos relacionados ao direito eleitoral, as teorias políticas, o governo civil e a legitimidade do Estado. Serão três dias de evento com diversos palestrantes abordando temas como democracia, partidos e sistemas eleitorais; registros de candidaturas e possibilidades de impugnação; lei da ficha limpa; captação ilícita de sufrágio; controle da propaganda eleitoral, entre outros.

As inscrições para o congresso custam R$500 (profissionais) e R$250 (estudantes). Para mais informações, acesse o site do congresso ou ligue para: 81 3231-1431 ou 2121-5957.

O Supremo Tribunal Federal (STF) declarou nesta quinta-feira (16) a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, que valerá para as eleições deste ano. O placar final foi 7 votos a 4 para uma das principais inovações trazidas pela lei – a inelegibilidade a partir de decisão por órgão colegiado. No entanto, como a lei traz várias inovações, o placar não foi o mesmo para todos os pontos que acabaram mantidos pela maioria.

O resultado foi proclamado depois de quase 11 horas de julgamento entre ontem e hoje. Celso de Mello e Cezar Peluso foram os últimos ministros a votar. Eles reafirmaram posição por uma interpretação mais restrita da lei. Um dos principais pontos atacados por ambos foi a aplicação da Lei da Ficha Limpa a casos que ocorreram antes que a lei foi criada. “A lei foi feita para reger comportamentos futuros. Como ela está, é um confisco de cidadania”, disse Peluso.

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Os ministros que votaram a favor da integralidade da lei foram Joaquim Barbosa, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Carlos Ayres Britto. Os outros ministros da Corte foram mais ou menos resistentes à lei de acordo com a questão levantada. Antonio Dias Toffoli, por exemplo, só foi contra a regra que dá inelegibilidade por condenação criminal de órgão colegiado, aceitando todo o resto da lei.

O julgamento de hoje dá a palavra final do STF sobre a polêmica criada assim que a Lei da Ficha Limpa entrou em vigor, em junho de 2010. O Supremo já havia debatido a norma em outras ocasiões, mas apenas em questões pontuais de cada candidato. Agora todos os pontos foram analisados com a Corte completa.

Às 11h desta quarta-feira (8), o prefeito da cidade do Recife, João da Costa, aplicará o projeto de Lei Municipal da Ficha Limpa, que tem como objetivo impedir a nomeação e a atuação de candidatos considerados inelegíveis, em estado jurídico negativo, nos cargos comissionados.

A ação tem como base a Lei Complementar nº 135, que tem como origem uma iniciativa popular que foi sancionada no dia 4 de junho de 2010. O ato acontece na sala de reuniões do prefeito, no 9° andar do edifício-sede da Prefeitura do Recife.

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O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu hoje o julgamento que garante a posse de Jader Barbalho (PMDB-PA) no Senado. O julgamento tinha começado em novembro , mas na ocasião a votação terminou empatada (cinco votos favoráveis e cinco contrários) e foi suspensa na espera da chegada do 11º integrante da corte, o que permitiria o desempate. Essa vaga será ocupada pela ministra Rosa Weber, que teve a indicação aprovada esta semana no Senado. Ela, no entanto, deverá tomar posse somente em fevereiro.

Hoje, entretanto, o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, anunciou que a defesa de Jader Barbalho havia protocolado uma petição requerendo que o julgamento fosse concluído antes de o tribunal se manifestar sobre um pedido semelhante de Paulo Rocha (PT-PA), que também disputou uma vaga ao Senado e, assim como Jader, foi excluído da disputa por causa da Lei da Ficha Limpa. Para desempatar o julgamento, o presidente do STF deu hoje voto de qualidade, ou seja, votou duas vezes, as duas favoráveis a Jader, desempatando a votação do caso.

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Apesar de ter sido o segundo mais bem votado do seu Estado, Pará, o Jarder Barbalho não chegou a ser diplomado senador da república por causa da Lei da Ficha Limpa. Agora, com sua volta à Casa perde a cadeira a senadora do PSOL, Marinor Brito.

 

 

Tomará posse amanhã, no Senado, o primeiro dos três senadores eleitos no ano passado e barrados pela Lei da Ficha Limpa na hora de assumirem os mandatos. O tucano Cássio Cunha Lima (PB) chega ao Congresso à véspera do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), da validade desta lei para as eleições municipais de 2012.

Dias atrás, o STF também determinou a diplomação imediata do senador João Capiberibe (PSB), outro considerado inelegível pelos critérios da Ficha Limpa. Com isso, Wilson Santiago (PB) e Gilvan Borges (AP) serão despejados do Senado. Como ambos são peemedebistas do grupo do líder Renan Calheiros (AL) e do presidente do Senado, José Sarney (AP), a troca reduz o cacife de poder da dupla.

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A perda de dois aliados numa bancada de 19 parlamentares pode parecer pouco expressiva, mas no caso do PMDB ameaça alterar a correlação interna de forças. É que Renan e Sarney já assumiram o comando da bancada este ano sob contestação de um grupo de seis novatos. Somadas a eles as dissidências permanentes dos senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Pedro Simon (RS), este grupo ficou conhecido como o G8 do Senado.

Embora o líder e o presidente do Congresso tenham se esmerado em conquistar o apoio dos integrantes do G8 com relatorias de projetos importantes nos últimos meses, a perda de dois votos pode ser decisiva mais adiante, na sucessão da dupla. Renan já está em campanha pela presidência do Senado nos bastidores, mas, se o cenário atual se mantiver, ele terá de enfrentar pelo menos um concorrente: o senador Eduardo Braga (PMDB-AM).

Na contabilidade política dos partidos, quem agrega força com a posse de Cunha Lima é o senador tucano Aécio Neves (MG). Na mesma linha do presidenciável tucano, Cássio chega entoando o discurso de que o partido não pode reproduzir, nacionalmente, a divisão interna de São Paulo.

"O que farei de forma modesta é tentar mostrar que, para sermos um partido verdadeiramente nacional, precisamos sair do conflito paulista", antecipa o senador. Ele se diz convencido de que o grande confronto PSDB versus PT, que pauta a política paulista, não é verdadeiro para todo o País e propõe ao tucanato que amplie as alianças, tal como defende e pratica Aécio em Minas Gerais. Assim como o PSDB mineiro, o paraibano também tem parcerias com dissidentes do PT, com o PSB, o PDT e o PTB. "São Paulo é importantíssimo e terá peso decisivo, mas existe uma outra metade do Brasil com realidade e visão diferentes sobre alianças", encerra Cássio.

A Lei da Ficha Limpa corre o risco de não valer na eleição municipal de 2012 nem nas que vierem depois. Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão pessimistas e preveem que a Corte poderá declarar a regra inconstitucional ao julgar três ações que tramitam há meses no tribunal e que tratam da lei que nasceu de uma iniciativa popular a favor da moralização dos costumes políticos no País.

Em março, o STF decidiu por 6 votos a 5 que a norma não teria validade para a eleição de 2010 porque foi aprovada com menos de um ano de antecedência ao processo eleitoral.

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Há uma regra na Constituição Federal segundo a qual modificações desse tipo têm de ser feitas pelo menos um ano antes. Na ocasião, os ministros somente analisaram esse aspecto temporal da lei.

Nos futuros julgamentos, eles deverão debater se a regra está ou não de acordo com a Constituição Federal ao, por exemplo, estabelecer uma punição (inelegibilidade do político) antes de uma condenação definitiva da Justiça.

Os contrários a esse tipo de punição afirmam que ela desrespeita o princípio constitucional da presunção da inocência, ou seja, que ninguém será considerado culpado até uma decisão judicial definitiva e sem chances de recursos.

O entendimento do Supremo será fixado durante o julgamento conjunto de três processos: duas ações declaratórias de constitucionalidade (ADCs) e uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI).

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nacional e o PPS pedem que o tribunal chancele a constitucionalidade da lei. Já a Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL) quer que a Corte declare inconstitucional um dispositivo da norma segundo o qual são inelegíveis as pessoas excluídas do exercício de profissão em razão de infração ético-profissional. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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