Oito dos nove vereadores que se retiraram da sessão da Câmara do Recife no último dia 4 de maio, durante a votação do Projeto de Lei do executivo (PLE08/2015), que trata do Plano Urbanístico para o Cais José Estelita, Cabanga e Cais de Santa Rita, entraram com um mandato de segurança nesta segunda-feira (18), Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). No documento, os parlamentares solicitam a anulação da votação.
O protocolo na Justiça foi feito pela vereadora Marília Arraes, dissidente do PSB, mas são signatários do documento os vereadores Jurandir Liberal (PT), Osmar Ricardo, Jairo Brito, Luiz Eustáquio e Henrique Leite, todos do PT, além de Isabella de Roldão (PDT) e Antônio Luiz Neto (PTB).
##RECOMENDA##"O nosso direito é bom. Esperamos que a Justiça seja sensível e corrija esta aberração antidemocrática que foi todo o processo de aprovação desta lei arbitrária e autoritária, digno do modus operandi de Geraldo Julio e do atual núcleo duro do PSB", disparou Arraes.
O mandado de segurança pede a nulidade da votação ocorrida no dia 4 de maio porque, de acordo com o Regimento da Câmara Municipal do Recife, o projeto de lei 008/15 deveria ter sido lido na íntegra, bem como seus pareceres, e discutido durante a sessão.
No documento de dez páginas, os vereadores relatam todo o trâmite de análise do PLE, desde seu encaminhamento por parte do Poder Executivo à Câmara do Recife no dia 23 de março, até a sua aprovação no dia 4 de maio. “É de domínio público e de conhecimento notório que o aludido Projeto de Lei trata de matéria bastante controversa em nossa Cidade, pois envolve alteração em área de grande importância e com consequências irreversíveis de ordem ambiental, urbanística, cultural, histórica e política”, cita o texto.
O mandato de segurança também explica a ausência dos vereadores de oposição do plenário. “Não podendo tolerar ou pactuar com tais vícios no processo legislativo, os Impetrantes foram obrigados a se retirar da sessão, como medida de protesto, sob o fundamento de que não podiam participar de votação de matéria legislativa sobre a qual os parlamentares não estavam devidamente esclarecidos, tendo em vista que não houve debate suficiente na Câmara, nem foi possível encaminhar a votação de forma clara e precisa”, alega os parlamentares no documento.