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Os fundadores da Telexfree, Carlos Roberto Costa e Carlos Nataniel Wanzeler, foram condenados cada um a 12 anos e seis meses de prisão por gestão fraudulenta de instituição financeira e por operar instituição financeira sem a devida autorização. As informações são do jornal A Gazeta.

 Os dois condenados também deverão pagar 412 dias-multa. O valor a ser pago por Costa chega a R$ 2 mil por dia, totalizando R$ 1,02 milhão; enquanto a multa diária de Wanzeler é de R$ 3 mil, chegando ao total de R$ 1,53 milhão.

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 A mesma decisão também absolveu Lyvia Mara Wanzeler, filha de Carlos Wanzeler. Os três foram absolvidos da acusação de negociar títulos ou valores mobiliários sem autorização, referente à negociação de um empreendimento hoteleiro no Rio de Janeiro.

 Na sentença, o juiz federal Vitor Berger Coelho destaca que Carlos Costa e Carlos Wanzeler foram responsáveis por planejar meticulosamente a criação da Telexfree e elaborar regras complexas nos contratos de adesão. Ambos planejaram a viabilizaram a criação de uma moeda eletrônica para movimentar valores de investidores à margem do Sistema Financeiro Nacional, diz o documento.

 Segundo o juiz, Costa foi o principal responsável por angariar os clientes por meio da divulgação de vídeos na internet denominados 'Plantão Telexfree'. 

 Carlos Costa não deverá ser preso no momento por se tratar de decisão em primeira instância. Carlos Wanzelar está detido no Rio de Janeiro a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF), visto que ele aguarda o resultado do pedido de extradição feito pelos Estados Unidos. A Justiça decidiu que Wanzeler perdeu a nacionalidade brasileira ao optar pela norte-americana.

 Os empresários foram presos em operação da Polícia Federal (PF) em dezembro de 2019. A polícia investigava a possível prática de lavagem de dinheiro. Os dois respondem a outros crimes envolvendo a Telexfree que tramitam na Justiça Federal, como formação de pirâmide financeira.

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Em meio à crise, os brasileiros que têm vontade de empreender em algum tipo de negócio estão optando em seguir uma carreira independente, por meio da venda direta. Para esse público - milhares de pessoas - a ideia de estar ligado ao padrão empregatício através da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) não é relevante. O que realmente importa são os ganhos financeiros e a qualidade de vida, segundo muitos profissionais. Alguns deles chegam a receber mais de R$ 100 mil mensalmente e veem esse modelo de trabalho como uma oportunidade para mudar de vida.

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Conhecido e intitulado como Marketing de Rede, Marketing Multinível ou Venda Direta, o negócio em sua essência visa oferecer incentivos de vendas e ganhos, a partir da comercialização de produtos e recrutamento de novos integrantes à rede de relacionamento. O estilo de comercialização utilizado é o Plano de Negócio Binário, ou seja, ao ingressar, as pessoas cadastram novos consultores na rede de negócios e os ganhos são proporcionais às vendas realizadas a aos novos consultores indicados.

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Segundo o professor, consultor em marketing e pesquisador da cultura de consumo, Thiago Ianatoni, a prática de negócio, intitulada pelo mercado de venda direta, Marketing Multinível ou Marketing de Rede, está se tornando cada vez mais comum. Ele ressalta que esta mudança se deve à vários fatores. “É importante lembrar que essa prática sempre existiu, mas ultimamente as pessoas podem recorrer ao tipo de negócio para complementar uma renda, empreender ou até mesmo pela crise”, diz Ianatoni.

O pesquisador aponta ainda que a cultura de aquisição das pessoas ao escolher ou comprar produtos pode está mudando, o que pode favorecer ao mercado de venda direta. “É interessante que os consumidores demonstram assumir um consumo mais consciente e até valorizam mais o vendedor de porta-a-porta. Muitos deles ficam mais satisfeitos porque o vendedor vai a sua casa. Ele não precisa ir aos centros de compras e há a questão da confiança do amigo que está indicando”, explica.

No Brasil existem várias empresas de venda direta, porém, nem todas são de Marketing Multinível. A grande diferença entre elas são os ganhos. As empresas que adotam o Multinível aplicam o sistema binário e o que difere uma das outras, muitas vezes, são as porcentagens de lucro. Existem várias organizações que adotam esse tipo de negócio, como a americana Mary Kay; a brasileira Hinode e a pernambucana Cidiz.

Exemplos do mercado

Criada há 27 anos, a Hinode aderiu ao Marketing Multinível de 2012. Segundo um dos consultores independentes, Júlio Miranda, 25, que atingiu o nível 'Triplo Diamante' na empresa e recebe mais de R$ 100 mil por mês,  todo valor conquistado é por mérito. "A ideia do negócio é a meritocracia, ou seja, vou ganhar esse dinheiro a partir da minha dedicação e trabalho. Se eu consigo manter a minha rede e a incentivo, continuo com a média desse valor, caso eu consiga expandir, consequentemente, receberei mais", explica o consultor, que se dedica a esse tipo de negócio há quase dois anos.

O jovem empreendedor ainda destaca que no Brasil, o Marketing Multinível ainda é pouco conhecido e explorado. "A maioria dos brasileiros não tem a cultura de empreender e isso não é ensinado e nem estimulado nas escolas. Na prática, as pessoas não querem trocar a 'estabilidade' da carteira assinada para investir na carreira de venda direta e principalmente o Marketing de Rede, que ainda é muito desconhecida pela população", diz Miranda. Mesmo com a ausência da popularização do negócio, ele ainda aponta que nos últimos meses a procura tem aumentado. "Acredito que com a crise e com o desejo de mudar de vida, as pessoas procuram outras fontes de renda", opina.

Há dez meses na Hinode, Nikácia Moura (à direita na foto ao lado) relata que deixou a atividade de comércio em shopping para ingressar como consultora, mas para isso, pesquisou durante um ano, até chegar à conclusão. "Analisei bastante e vi várias empresas. O que me chamou atenção na Hinode foi a forma de ganho, que pode chegar até 35% do valor da venda e do recrutamento de novas pessoas", conta ela, que atualmente ganha aproximadamente R$ 10 mil em sua rede, juntamente com Alessandra Lubambo.

Para ingressar, os interessados precisam investir de R$ 299 a R$ 2.200, que são revertidos em produtos. "O lucro do valor pago é de 100%, ou seja, se um produto tem o custo de R$ 50, revendemos por R$ 100, além dos incentivos de venda quando um novo membro entra e as porcentagens dos produtos comercializados por eles", fala a empreendedora, que ressalta também que o 'plano B', que era a venda direta, virou o 'plano A'. Atualmente, a Hinode possui 100 mil consultores e apresenta o lucro anual de R$ 1 bilhão.

Em Pernambuco, a empresa de moda Cidiz é uma opção também para quem quer investir no Marketing de Rede. Criada há quase três anos por três amigos, a marca já iniciou o negócio como Marketing Multinível. O consultor Emanoel Florêncio, que era vendedor da Loja Narciso, no Centro do Recife, acreditou no novo estilo de ganho e hoje lucra aproximadamente R$ 20 mil por mês. “Estou a quase dois anos na Cidiz e eu não tenho dúvida que o plano de negócio vai se tornar tendência e estimular outras empresas a aderir. Estamos falando de meritocracia, ganhos justos e significativos para a empresa e os consultores”, avalia.

De acordo com Florêncio, a Cidiz fatura mensalmente R$ 6 milhões e possui mais de 35 mil associados no Brasil, sendo 15 mil ativos. Ele fala também que a procura pelo negócio surpreendeu nos últimos meses, a partir da estimativa de expansão da empresa. “Para o final de 2015, estávamos prevendo um aumento de 200% do número de associados, mas já atingimos o índice de 300%. Esses números mostram que muitas pessoas estão mudando o modo de querer empreender e a crise também pode ter intensificado essa procura”, conclui.

Integrante da Cidiz há quase um ano, a estudante Rhayana Fernandes diz que conheceu o negócio através do amigo Rodrigo Carvalho, e que não se arrepende de ter deixado o emprego para se dedicar, integralmente, à venda direta. “Atualmente ganho bem mais com a venda direta e tudo a partir do merecimento, da dedicação e do trabalho”, fala. Emocionada, ela lembra como tudo aconteceu. “Recordo-me como se fosse hoje. Era final de 2014 e eu pedi a Deus um caminho, foi quando o meu amigo Rodrigo me apresentou o negócio e analisei por um período e entrei”, finaliza. Para ingressar na rede, os interessados precisam investir de R$ 400 a R$ 2 mil em produtos.

EUA

Conhecida por conceder vários incentivos, inclusive o famoso carro cor de rosa e por fornecer rendimentos que podem chegar a R$ 150 mil, a empresa Mary Kay, de cosméticos, com sede na Dallas, chegou ao Brasil em 1998 e já possui várias consultoras independentes. Só em 2014, o faturamento estimado foi acima de R$ 3,5 bilhões - numero atingido em 2013. 

>>Mary Kay: colaboradoras ganham carros e viagens por vendas<<

Com incentivos como viagens, carro e premiações, a empresa oferece vários níveis de carreira independente, que atraem milhares de empreendedores, como Elaine Aquino, a consultora independente que já está na empresa há mais de um ano. Ela conquistou vários níveis de carreira: iniciou como consultora de beleza e passou por vários níveis como consultora sênior, iniciadora estrela, líder de grupo e atualmente está como Diretora Executiva Elite. De acordo com Aquino, a Mary Kay é uma empresa de venda direta e que oferece níveis igualitários para todos que ingressam. “Todos começam a partir do mesmo nível, o crescimento vai depender exclusivamente do trabalho e dedicação dos consultores. Resumindo, o resultado só vem com o trabalho”, explica.

Segundo o consultor de marketing Thiago Ianatoni, as pessoas que desejam empreender nesse tipo de negócio devem ficar atentas a alguns critérios. “O importante é conhecer como funciona o sistema de cada empresa e também como elas estão trabalhando a imagem da sua marca, sua posição no mercado e do produto, para obter segurança”, alerta. Ele ainda lembra que essas empresas possuem várias fases e que, normalmente, quem ingressa no início tem maior chance de crescer.

Promessas de altas quantias financeiras sem necessidade de trabalho árduo – essa é a principal característica das pirâmides financeiras ou empresas em pirâmide, “negócios” em que o participante não precisa se esforçar para ganhar grandes quantidades de dinheiro. Empresas como TelexFree, Priples e Bbom, conhecidas pela falsa divugação de marketing multinível, já deslubraram diversos participantes, mas também foram responsáveis pela falência de muitos dos membros.  

Caracterizadas pela necessidade constante de adesão de novos participantes, as pirâmides têm como alvo novos clientes para alimentar financeiramente aqueles que já faziam parte do negócio. Conforme o ingresso de novos membros, os mais antigos têm a quantia de investimento inicial multiplicada. As empresas podem até mesmo simular a venda de produtos para mascarar a real intenção de ganho. “É o caso da TelexFree, em que simulavam uma espécie de propaganda de produtos a serem vendidos, mas nada existia”, relembra José Rangel, coordenador do PROCON/PE. 

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Mesmo com a facilidade de identificar as empresas criminosas, um levantamento do Instituto de Pesquisas Maurício de Nassau (IPMN) constatou, em 2013, que 59% dos recifenses já recebeu convites para participar do esquema. “Muitas pessoas que entraram nesse tipo de empresa investiram apartamentos ou pediram dinheiro emprestado a familiares e agiotas. Quando descobriu-se que a empresa era uma pirâmide, a empresa perdeu a credibilidade e ninguém mais entrou, o que gerou prejuízo para o “empreendimento” e para as pessoas que investiram no negócio”, relembra Rangel.

Mesmo padrão, diferentes objetivos

Apesar de também utilizarem o modelo de marketing multinível, empresas como Natura, Avon, Herbalife e Mary Kay diferem do modelo crimoso por não haver perda de dinheiro do investidor caso a aplicação financeira não seja constante. “Se o membro da empresa deixar de vender, o máximo que pode acontecer é ficar com os produtos dentro de casa, mas, ainda assim, poderão ser comercializados em outro momento”, esclarece Rangel. 

Quanto ao sistema de bonificação adotado por empresas como a Mary Kay, em que as colaboradoras podem até ganhar carros caso atinjam metas trimestrais de vendas, o representante do PROCON afirma que esse é um procedimento válido dentro das empresas de marketing multinível. “As premiações por venda são devido ao lucro que os participantes deram à empresa. Não há nada demais nisso, até porque os clientes dessas empresas não são obrigados a comprar as mercadorias e, a qualquer momento, é possível sair”, explica.  

Para evitar perda de bens e de dinheiro investido nos negócios, os possíveis participantes devem estar atentos à características transparentes. “O consumidor deve ficar esperto e desconfiar de dinheiro muito fácil. Empresas que prometem triplicar o dinheiro não devem ter a confiança de ninguém”, diz o coordenador do PROCON/PE. “A prática de pirâmides financeiras é um modo de extorquir dinheiro dos participantes e é um crime previsto em lei. Além da análise do PROCON, o caso também pode passar pelo Ministério Público e pela Polícia”, finaliza Rangel. 

 

Nos últimos meses um grupo de empresas que prometia uma forma de enriquecimento rápido e fácil, deixou o caderno/página de economia dos meios de comunicação para o caderno/pagina policial, as empresas de “Marketing Multinível”. As opiniões a respeito deste tema são as mais diversas possíveis, de um lado, temos os indivíduos que não creem nas promessas de enriquecimento rápido e fácil prometidas nestes esquemas e por outro lado, existem ferrenhos defensores de tais negócios.

Neste mês de setembro o Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau estudou a percepção do recife sobre tais negócios.

Em linhas gerais, os entrevistados se mostraram contrários a tais “esquemas de negócios”, considerados pirâmides financeiras por 57,2% dos entrevistados, bem como, os principais resultados de tais investimentos para o recifense são: endividamento, prejuízo e problemas na justiça, o enriquecimento só foi lembrado por 27% dos entrevistados.

Este é um tipo de negócio muito popular nas classes médias da sociedade, predominando na classe B. 57% das pessoas que afirmaram ter participado de tais esquemas de investimento são da classe B, e 38,2% da classe C.

Segundo a pesquisa, 18,4% dos entrevistados afirmaram que já investiram em tal tipo de negócio, destes 34,6% dos entrevistados disseram que não conseguiram recuperar o valor aplicado em tais investimentos.

Ao analisar os mais prejudicados com a derrocada de tais esquemas por classe social, percebe-se que foram as classes médias B e C, que possuem o maior percentual de indivíduos que não recuperaram o valor investido.

Em outro momento da pesquisa as pessoas que participaram de tais esquemas foram indagadas se estavam arrependidas de haverem entrado em tais esquemas, 30,8% se disseram arrependidas.

Neste caso também percebe-se que o arrependimento continua maior na classe B, classe que possui segundo a pesquisa a maior proporção de investidores.

 Tais informações parecem corroborar para a ideia de que a intervenção judicial em tais empresas veio a contento, pois, com o passar do tempo existia a tendência de que mais pessoas de classes mais baixas na pirâmide social, pessoas com menor acesso a informação fossem seduzidas pelas promessas de tais esquemas. Logo,  no momento da quebradeira, as pessoas de renda mais baixa pagassem uma parte maior do ônus que historicamente acompanha a quebra em tais esquemas de investimento. 

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Um dos assuntos que movimenta as páginas dos cadernos de economia dos jornais brasileiros dos últimos meses é o chamado Marketing Multinível (MM). Novas empresas e investidores surgiram no mercado e chamaram atenção também da justiça, para saber se a prática é legal ou não. Além da justiça e do mundo econômico, o assunto tem o envolvimento político com a defesa de alguns parlamentares pelo desbloqueio das instituições participantes deste processo como TelexFree, BBOM, Priples e outras. Na capital pernambucana, uma pesquisa revelou que a maioria dos recifenses acreditam que essas empresas sejam pirâmides financeiras e que provocam o endividamento das pessoas. 

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Entre os dias 2 e 3 de setembro o Instituto Maurício de Nassau (IPMN) entrevistou 623 pessoas do Recife com 16 anos ou mais, sobre Marketing Multinível. Apesar do clamor de parte da sociedade com protestos em redes sociais e nas ruas, e ainda, com mais de 60% dos participantes garantir investir nas empresas caso voltem a funcionar, muitas pessoas afirmaram que a prática tem como consequência prejuízo, problemas na justiça, entre outras coisas.

Na política, o assunto também tem suas repercussões. Alguns deputados federais como Sílvio Costa (PTB-PE), Lourival Mendes (PTdoB-MA) e Silas Câmara (PSD-AM) que inclusive criou o Projeto de Lei de n° 6170/2013 para regulamentar as atividades de operador de Marketing Multinível no Brasil, defendem a causa. O parlamentar estadual do Acre, Moisés Diniz (PCdoB) também é favorável à existência da iniciativa. “Eu fiz uma audiência pública na Câmara Federal sobre a TelexFree e a BBOM e agora fiz um requerimento a Aneel (Agência Reguladora de Energia Elétrica) solicitando uma nota técnica para verificar se a TelexFree é uma empresa que vende sistemas de telefonia voip”, confirmou Silvio Costa.

O parlamentar pernambucano demonstrou ser favorável ao desbloqueio, mas não descartou a investigação das empresas. Sem timidez, ele disse que a BBOM é uma pirâmide financeira e prometeu adicionar emendas ao Projeto de Lei de n° 2.126/2011  – que cria o marco regulatório da Internet. “Quando eu for votar (marco regulatório) vou apresentar várias emendas e estou buscando sugestões”, disse, prometendo ainda acrescentar regularizar o Marketing Multinível e sugerir discussões sobre provedores de conexões e de conteúdos.

Diferente do apoio do político, a mostra exibiu alguns números negativos. Do total de entrevistados, 57,2% acreditam que as empresas de MM são pirâmides financeiras e apenas 17,8% são contrários a isso. Os resultados mostram também a aceitação das pessoas em relação à decisão judicial para bloquear as atividades. Neste aspecto, 55%, 54%, 54% e 50% das pessoas responderam sim para as empresas Priples, BBOM, Multiclik e Telex Free, respectivamente. “Toda pirâmide é uma ilha de ilusão quem entra primeiro se dá bem, quem entra por fim se dá mal”, concordou neste aspecto, Sílvio Costa. Já nos Estados Unidos da América (EUA) a empresa TelexFree, por exemplo, permanece funcionamento sem problemas e até agora não há constatações de envolvimento político.

Outros números apontados pelos participantes da apuração do IPMN são as consequências deste meio de trabalho. O endividamento ficou em primeiro lugar. Neste quesito 68% das pessoas responderam sim e apenas 19% não. Não souberam ou não responderam alcançaram 14%. Outros problemas expostos foram: prejuízo (67%), problemas na justiça (58%), problemas familiares (56%), problemas com conhecidos (55%), etc.

Em meio às posições desfavoráveis, a pesquisa apontou ainda que mais de 21% das pessoas investiram R$ 2 mil ou mais e se caso a justiça desbloquear a atividade, 61,5% das pessoas disseram continuar investindo, 28,2% não irão mais aplicar valores nestas empresas e apenas 10,3% não souberam ou não responderam. Estes dados andam em comum com a opinião de alguns deputados em relação ao Marketing Multinível.

Para o parlamentar Lourival Mendes é preciso aprofundar melhor o processo de discussão. “A principio nós defendemos os investidores porque entendemos que eles não podem ficar prejudicados. Eu acho que Brasil de qualquer forma contribuiu para que esta situação chegasse onde chegou e nós estamos em defesa do povo que acreditou e que investiu neste sonho. Como membros do Congresso Nacional estamos fazendo nossa parte e vamos ouvir todos os segmentos para depois chegar aos favoráveis e aos negativos para ser possível implantar este mercado multinível no Brasil”, pontuou o parlamentar anunciando realizar nos próximos dias uma audiência na Câmara Federal para tratar do assunto.

Outros deputados como Perpétua Almeida (PC do B-AC) e Acelino Popó (PRB-BA) prometeram criar desde o dia 21 de agosto uma frente parlamentar para acompanhar o caso. O grupo também deverá ser responsável pelo marco regulatório.

Tendo como principal característica a famosa propaganda “boca a boca”, o Marketing Multinível ainda continua gerando uma série de discussões, depois do bloqueio da maioria das empresas. A maioria das pessoas que já ouviram falar sobre essa forma de negócio, acredita que investir nesse tipo de ramo não é sustentável. Visão diferente dos divulgadores que afirmam que a falta de informação sobre as atividades do mercado criam um pré-julgamento negativo das empresas. 

O Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) realizou uma pesquisa para testar vários parâmetros do Marketing Multinível, inclusive a confiabilidade. As entrevistas foram realizadas no início do mês de setembro deste ano com 623 pessoas de várias idades. Os resultados apontaram que 63,7% das pessoas que responderam conhecer as empresas, não investiriam nelas porque não acreditam que o investimento gere um lucro fixo. 

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“Esse tipo de investimento tem seus riscos sim, para investir nesse ramo precisa se dedicar muito, porque você vai ganhar muito mais dinheiro que um trabalho convencional, além de ganhar reconhecimento”, afirma o estudante de biologia, Rodrigo Carvalho, de 21 anos. Ele era um dos divulgadores da TelexFree e conta que no início ele não confiava na rede, mas após procurar informações sobre ela, mudou de ideia.

“Ela nunca me deixou na mão e garante uma atenção grande com os seus divulgadores, esclarecendo dúvidas e mostrando qual é a real situação que a empresa apresenta”, disse. A corporação que ainda está passando por processos no MPF, que bloqueou todas as atividades. “Eu acho que no começo ela dependia de novos cadastros para se capitalizar, mas com o passar do tempo ficou mais consolidada, deixando a imagem de pirâmide para trás. O que a TelexFree deveria ter feito para se sustentar, era investir em publicidade na internet, já que esse o meio de comunicação mais usado no mundo, utilizando os produtos de grandes empresas, como a Apple”, diz o estudante. 

Já o economista do IPMN, Djalma Silva Guimarães, afirma que é com o trabalho que gera o valor. “O produto da TelexFree é uma coisa que não tem valor muito menos sustentabilidade teórica”, conta.  Ainda segundo ele, muitos utilizam de outros recursos para disfarçar o crime.  “A linha é muito sensível entre uma coisa e outra, porque o marketing multinível é uma forma de engajar uma pessoa à realizar uma tarefa, o seu ganho vai acontecer através de venda de coisas de físicas ou um serviço, diferente do que está sendo realizado dentro dessas empresas. Na verdade arrumaram um novo nome para a atividade da pirâmide financeira”, garantiu. 

Rodrigo Carvalho, investidor da Telexfree, concorda em parte com o que diz o economista. “A Priples, por exemplo, não tinha como pagar 60% do seu investimento apenas com publicidade, assim como a BBOM que não cumpriu com que prometia, e isso corta com a credibilidade com a empresa”, diz o futuro biólogo.

Já o administrador Williams Sérgio, 27 anos, pensou em largar o trabalho fixo para se dedicar exclusivamente a BBOM. “A melhor e mais confiável é a BBOM. Tem o rastreador como seu principal produto, onde são feitos contratos anuais com outras empresas para alugá-los podendo assim pagar uma porcentagem aos seus afiliados”, defende.

Segundo ele, o Marketing Multinível realmente existe e rende muitos benefícios e outros lugares do mundo. “Ele está sendo ensinado na Universidade de Harvard, e em Stanford, nos Estados Unidos, ou seja, se esse modelo de negócio não fosse sustentável, como é que a faculdade de HARVARD, uma das melhores do mundo, estaria ensinando como utilizar o serviço? Ainda mais nos EUA que é rigoroso em termo de fiscalização e praticamente não existe corrupção”, afirma Williams Sérgio.

No entanto, Williams aceita que algumas das empresas que tiveram os bens bloqueados podem estar enganando o investidor. “Acredito que no meio de tantas que surgiram nesses últimos meses, tem algumas que sejam pirâmide com certeza. Mas cabe ao Ministério investigar e tomar os procedimentos necessários”.

O economista Djalma Guimarães explica que independente do produto oferecido, a forma de trabalhar do sistema acarreta em pirâmide. “É uma multiplicação muito perversa dos lucros para os produtos vendidos. O marketing Multinível é uma forma de maquiar a pirâmide”, diz. “Pode ser pessoalmente ou através da internet, a pirâmide se forma quando a maior parte da receita que você adquire se deriva do simples fato de colocar novas pessoas dentro do sistema. Os divulgadores utilizam de inúmeros argumentos para convencer o contrário”, explica o especialista. 

A pesquisa do IPMN também apontou que 61,5% dos divulgadores que investiram nas empresas de Marketing Multinível dizem ter conseguido recuperar o dinheiro. “Não me arrependo de ter investido, até porque isso foi uma experiência nova, conheci pessoas influentes e recuperei o meu dinheiro. Caso libere o lucro e a as atividades da empresa voltar, com certeza retornaria a trabalhar nela”, contou Rodrigo Carvalho. 

Mas Williams Sérgio não teve a mesma sorte, pois só readquiriu 50% do valor investido. “Teria recuperado 100% se a empresa não tivesse sido bloqueada. Mas assim que for liberada, terei o dinheiro novamente”, confia. 

Assim como estas pessoas, muitos divulgadores que tiveram o seu dinheiro preso esperam a liberação das operações para continuar investindo. A pesquisa apontou que 61,5% voltariam a aplicar seu dinheiro nesse ramo. “Quem entrou nesse tipo de negócio, por mais tenham perdido, continuaria investindo para recuperar o dinheiro. Mas acredito que só tem duas maneiras de quebrar o ciclo da pobreza, estudar e trabalhar duro”, finaliza Djalma Guimarães.

 

No marketing multinível, o método de divulgação, geração de informação e venda está relacionada a um produto/serviço, real e de valor equivalente ao valor de mercado, ou seja, é apenas uma ferramenta de exposição de informação para garantir vendas. Já as pirâmides usam deste mesmo modelo, - para a estrutura de divulgação do marketing multinível - entretanto não existe a comercialização plausível de um produto tangível.

Visando entender melhor o posicionamento dos recifenses com relação às empresas de pirâmide e MKT multinível, o Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) realizou uma análise com os recifenses. O IPMN ouviu 623 pessoas. O grupo avaliado teve como sua maioria, mulheres (55,1%) e pessoas com faixa etária dos 25 aos 59 anos (66,3%).

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Quanto ao grau de instrução, 22,8% dos entrevistados eram analfabetos ou tinham o ensino fundamental II incompleto; 72% possuíam do ensino fundamental II completo a nível superior incompleto e apenas 5,2% haviam concluído o ensino superior. A classe econômica predominante foi a C - 60,4%, em seguida a B com 26,3% e por último a D e A, com 10,8% e 2,5% respectivamente.

Em relação à situação empregatícia, 52,9% afirmaram ter carteira assinada ou ser autônomo; 12,2% são aposentados e 10,5 % estão desempregados. A renda familiar ficou em sua maioria - 27,9%, acima de dois salários Mínimos (SM) até 5 SM; apenas 18,6% tem a renda entre 1 SM e 2 SM.

Ao serem questionados se já haviam ouvido falar de alguma empresa que trabalhava com marketing multinível, 46,8% disseram que sim e 48,2% não. Quanto a já terem sido convidados a participar de um desses empreendimentos, 59,1% responderam sim e 40,9% não. A esmagadora maioria, 88,2%, deles foram chamados por pessoas próximas, um amigo, parente ou até cônjuges; 4,8% por um vizinho e 7,8% foram por clientes, conhecidos e outros.

Entretanto, 63,7% dos entrevistados não acreditam que este tipo de negócio seja sustentável. De todas os empreendimentos mencionados na pesquisa, a TelexFree é considerada a mais confiável, com 10,4%. Quando questionados se concordam ou não sobre o bloqueio judicial feito as empresas de marketing multinível, mais da metade respondeu que sim. A que tem o maior número de defensores é a Telexfree, que tem 33% dos entrevistados contra o bloqueio da justiça.

A pesquisa perguntou também se os entrevistados (Que responderam sim para: “Você já ouviu falar de alguma das empresas que trabalham com marketing Multinível”?) também acreditavam em pirâmides financeiras. 57,2% responderam sim, 17,8% disseram que não e 25% não souberam responder.

Cerca de mil investidores de diversas empresas de marketing multinível estão reunidas nas proximidades do Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães, o Geraldão, no bairro da Imbiribeira, Zona Sul do Recife. Eles estão seguindo em carreata, que já concentra mais de 100 veículos, em direção ao Aeroporto Internacional do Guararapes, onde prometem bloquear duas faixas da via. 

O ato desta segunda-feira (5) e contrário aos bloqueios de novas adesões e liberação de pagamento de empresas como a Telexfree e BBOM. A última a ser investigada sob a suspeita de atuar no esquema de Pirâmide Financeira foi a Priples. Neste final de semana dois sócios da empresa foram presos.

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De acordo com o administrador e divulgados da TelexFree, Geraldo Marques, de 24 anos, a mobilização também pretende desfazer a imagem de obter dinheiro fácil. “Queremos hoje uma resposta, por a partir disso podemos tomar algum tipo de providência. O maior problema é que marketing multinível no Brasil não é reconhecido. Nos Estados Unidos 42% das pessoas vivem disso”, afirmou.

Com informações de Rhayanna Fernandes

Em meio a tantas discussões sobre pirâmides financeiras e Marketing Multinível, o LeiaJá buscou o mestre em Engenharia de Produção (UFPE) e Economista do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau, Djalma Guimarães, respondeu sobre o tema e tirou as principais dúvidas, como a diferença entre pirâmides e MKT multinível e também sobre as fraudes que ocorrem. Confira a entrevista:

1 - Porque as empresas como a TelexFree se intitulam marketing multinível? Há alguma semelhança?

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Na verdade, tal grupo de empresa ao meu ver procura uma roupagem de legalidade para tornar licitas suas atividades, ao meu ver, é apenas uma estratégia para dar credibilidade ao negócio e não existe relação.

2 - Quais as diferenças entre Marketing multinível e Pirâmides?

No marketing multinivel a sistemática de divulgação, geração de informação e venda, esta relacionada a um produto/serviço real e de valor equivalente ao valor de mercado, ou seja, é apenas uma ferramenta de divulgação de informação para garantir vendas. As piramides usam tal roupagem para a estrutura de divulgação do marketing multinivel, mas no fundo não existe a comercialização plausível de um produto tangível

3 - Porque as piramides são ilegais?

Pois é uma modalidade de "investimento" sem sustentação na qual o retorno do investimento é oriundo de novos membros ao sistema. No entanto, o número de pessoas no planeta é finito, e este esquema é fadado a quebrar, gerando um  ônus para os últimos entrantes no esquema.

4 - Muitas pessoas relatam terem ganhado dinheiro coma Telexfree e Priples, por exemplo. Ganhar ou perder dinheiro tem relação com o período em que a pessoa investiu? O que mais influencia?

Sim, no sistema de pirâmides que está nos níveis superiores, ou seja, no inicio, ganha dinheiro com a entrada de novos indivíduos. Quanto mais cedo a entrada e mais duradouro for o esquema maior o retorno.

5 - Que outros tipo de pirâmides são comuns, além destas recentes da internet? Todas funcionam do mesmo jeito?

Os fundadores de tais esquemas são bem criativos, já tivemos de fazendas de avestruz, chás emagrecedores e até seguro de vida.

6 - Porque este tipo de negócio surge legalmente e depois passa a ser considerado ilegal? Na origem já não é possível saber que se trata uma pirâmide financeira?

Sim, mas somente com a denúncia é que se iniciam as investigações. Geralmente o prazo entre o surgimento e os primeiro problemas de insustentabilidade leva um tempo considerável.

7 - Como realmente funciona o marketing multinível? Pode citar exemplos de empresas deste ramo bem sucedidas?

No marketing multinivel o ganho da atividade vem da venda de produtos/serviços para pessoas de sua rede de contatos e pela colocação de pessoas no sistema de venda/distribuição dos produtos. Nas pirâmides os ganhos resultam apenas do recrutamento de pessoas, com um produto/serviço de fachada.

8 - Grandes investidores também ganham dinheiro com estas pirâmides? Se ganharem, são obrigados a devolver?

Esta é uma questão para a justiça, no entanto, os administradores do esquema estão com os bens bloqueados para fazer frente a grande gama de demandas judiciais.

9 - Como evitar fraudes? Se já aconteceu a fraude, como proceder?

A melhor maneira de evitar fraudes é se conscientizar que não existe forma de ganhar dinheiro fácil. Qualquer investimento que prometa retornos superiores aos oferecidos pelas modalidades tradicionais do mercado financeiro é suspeito. O melhor investimento é investir na sua formação em educação etc. Se já aconteceu a fraude procure a justiça para tentar reaver algo.

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Os divulgadores da rede de marketing multinível Telexfree, insatisfeitos com a determinação da justiça de suspender pagamentos e adesão de novos contratos, promovem uma nova carreata neste domingo (30). Na manhã de ontem eles realizaram o mesmo movimento no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife.

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De acordo com a analista financeira Camila Queiroz, de 25 anos, cerca de 10 mil carros saíram, por volta das 8h da manhã de hoje, da Avenida Caxangá e seguem novamente para Boa Viagem. Os veículos, que possuem adesivos e bandeiras com o nome das redes, estão complicando o trânsito no local. “A Telexfree é uma empresa 100% segura. É uma instituição que tem suas despesas como as outras. Estou satisfeita em fazer parte dela”, argumentou a divulgadora.

Júnior Ferreira, 30, também é a favor da reabertura da empresa. “Creio que esse fechamento seja mais por questões políticas. A Telexfree mudou vidas. Hoje tem pessoas de boas condições que podem colocar os filhos numa escola particular”, garantiu.

Desde que a juíza de direito, Thais Queiroz B. de Oliveira Abou Khalil, do Ministério Público do Estado do Acre, proibiu novas adesões à rede, a Telexfree foi obrigada a suspender os pagamentos dos divulgadores que se espalham por todo o Brasil. No site da empresa, uma mensagem informa aos clientes todas as determinações da justiça.

Confira o comunicado na íntegra:

Por força de decisão judicial proferida em 13 de junho de 2013, pela Juíza de Direito Thais Queiroz B. de Oliveira Abou Khalil, nos autos de Ação Cautelar Preparatória nº 0005669-76.2013.8.01.0001, ajuizada pelo Ministério Público do Estado do Acre, em trâmite na 2ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco-AC, estão proibidas novas adesões à rede Telexfree, na condição de partner ou divulgador; estão vedados os recebimentos, pela Telexfree, de Fundos de Caução Retornáveis e Custos de Reserva de Posição; estão proibidas as vendas de kits de contas VOIP 99Telexfree nas modalidades ADCentral e ADCentral Family; estão proibidos os pagamentos, aos partners e divulgadores, de comissões, bonificações e quaisquer vantagens oriundas da rede Telexfree (decorrentes de vendas de contas VOIP 99 Telexfree, de novos cadastramentos, de postagens de anúncios, de formação de binários diretos ou indiretos, de royalties, de Team Builder, dentre outras porventura devidas); que o descumprimento a qualquer das determinações acima enseja o pagamento de multa de R$100.000,00 (cem mil reais) por cada novo cadastramento ou recadastramento e por cada pagamento indevido.

Com informações de Nathan Santos

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