Em assembleia realizada nessa terça-feira (8), os metroviários de Pernambuco decidiram manter a paralisação por tempo indeterminado, iniciada nessa segunda-feira (7). Sem metrô, mais de 400 mil passageiros estão sendo prejudicados na Região Metropolitana do Recife (RMR).
Mesmo com o reforço de ônibus organizado pelo Grande Recife Consórcio de Transporte, os coletivos chegam aos pontos de embarque e desembarque lotados. Alguns estão estacionando fora das paradas, para evitar que os passageiros tentem subir.
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O estagiário Isaque Francisco saiu do Aeroporto e seguiu para Joana Bezerra, onde tentava embarcar em um coletivo para chegar ao trabalho. “Essa greve atrapalha porque os ônibus demoram demais, passam lotados e o tempo de viagem é maior. Vou chegar mais uma vez atrasado”, afirmou.
Já o auxiliar de limpeza Jorge Luiz, além desses transtornos precisou ampliar o número de ônibus para chegar ao trabalho. “Moro em Prazeres e vou para Boa Viagem. Com essa situação eu tenho que pegar entre dois ou três veículos”.
Mesmo chegando ao segundo dia de paralisação, a vendedora Sandra Lima só soube da greve quando desceu no Terminal Integrado de Joana Bezerra. “Utilizo o metrô diariamente para ir à Boa Viagem, onde trabalho. Mas hoje vou para Prazeres resolver um problema”.
Conforme uma funcionária do Grande Recife Consórcio de Transporte, o intervalo médio da linha especial Joana Bezerra/Afogados/Barro é de cinco a dez minutos. São oito veículo da empresa Borborema e sete da Caxangá.
Diferente das outras greves, pautadas por questões financeiras, desta vez a categoria resolveu cruzar os braços para cobrar mais segurança nas estações, além de pedir a retirada dos caixas eletrônicos. Os profissionais relatam que diariamente presenciam atos de vandalismo, agressões e até assaltos.
Por outro lado, o assessor de comunicação da Metrorec, Salvino Gomes, garante que os números apresentados pela categoria são exagerados, pois incluem até mesmo os atendimentos a pessoas que passam mal.
Ainda conforme o assessor, nos últimos dez meses foram registrados entre 30 e 40 roubos e furtos. Já os assaltos, segundo ele, chegam a no máximo 15. Quanto a retirada dos caixas eletrônicos, por conta dos contratos seria impossível realizar agora.
Para tentar negociar o fim da paralisação, uma comissão da categoria vai se reunir, às 15h, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Com informações de Jorge Cosme