Tópicos | Paulo Bruscky

Na próxima quarta-feira (19), em Boa Viagem, Zona do Sul do Recife, a Galeria Marco Zero vai receber o público para a exposição Altoretrato: Paulo Bruscky. A abertura da mostra será às 19h. "Para mim, essa é uma das exposições mais importantes da minha trajetória", declarou Paulo Bruscky.

"Eu considero uma retrospectiva, porque vem do início da minha carreira até as últimas obras", explicou. Para o artista de 73 anos, a arte é como vacina para combater o tédio.

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Moacir dos Anjos, pesquisador e curador do projeto, afirmou: "Os apreciadores de arte da nova geração precisam ver de perto a profusão de mídias e de técnicas utilizadas por Paulo. Ele é um artista de obras consolidadas de várias décadas, reconhecido internacionalmente, mas talvez ainda seja desconhecido por essa nova geração". A exposição fica em cartaz no espaço cultural até dezembro.

Serviço

Exposição Altoretrato: Paulo Bruscky

Abertura: 19 de outubro (próxima quarta) | 19h / Mostra fica em cartaz até dezembro

Galeria Marco Zero - Avenida Domingos Ferreira, nº 3393, Boa Viagem

Visitação: segunda a sexta-feira |10h às 19h; sábado e domingo | 10h às 17h

Acesso gratuito

Nesta quinta-feira (18), a Número Galeria vai abrir suas portas para receber a exposição Livrobjetobraberta, do artista Paulo Bruscky. A mostra inédita reunirá no espaço cultural obras do pernambucano ainda não vistas, sem contar também  em performance e lançamento de múltiplos.

O projeto mostrará aos visitantes uma imersão no trabalho de Paulo ao longo das últimas cinco décadas. O Livrobjetobraberta de Paulo Bruscky provoca o leitor-agente a desdobrá-lo e atualizá-lo constantemente a partir da sua intervenção criativa. A Número Galeria fica localizada na rua Professor Eduardo Wanderley Filho, 187, 2° andar, Boa Viagem, Zona Sul do Recife. O local funcionará das 19h às 22h.

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A exposição PaLarva-Poesia Visual e Sonora, do pernambucano Paulo Bruscky, estará em cartaz, na Caixa Cultural, localizada na área Central do Recife, até o próximo domingo (12). O projeto reúne 200 obras artísticas, que cobrem cinco décadas de sua produção, resultantes de pesquisas e levantamentos do artista, junto com seu filho Yuri. 

A mostra propõe exibir seu acervo particular, com as diversas linhas de experimentação poética em poemas visuais, poemas sonoros, filmes, registros videográficos de performances, documentos, objetos poéticos, livros de artista, arte classificada, documentos e fotos históricas. 

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Além de conferir as obras do artista, os visitantes desta semana receberão gratuitamente um catálogo da exposição no local. A visitação pode ser feita de terça a sábado, das 10h às 20h, e aos domingos das 10h às 17h, com entrada franca.

Serviço

Mostra PaLarva – Poesia Visual e Sonora de Paulo Bruscky

Até 12 de fevereiro |  De terça a sábado, das 10h às 20h; domingos, das 10h às 17h

Caixa Cultural Recife (Avenida Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife, Recife/PE)

Gratuito e aberto ao público

A partir desta quinta-feira, 1º de dezembro, até o dia 12 de fevereiro, a Caixa Cultural do Recife vai receber a exposição do artista plástico Paulo Bruscky. Durante esses dias, os visitantes vão poder visualizar uma coletânea de 200 obras que foram produzidas em cinco décadas de produção do artista. A visitação tem entrada gratuita e pode ser feita de terça a sábado, das 10h às 20h, e aos domingos das 10h às 17h.

A exposição ‘PaLarva’ é resultado de pesquisas e levantamentos realizados pelo próprio artista Bruscky, com o seu filho Yuri. Já a sua filha Raíza é a responsável pela programação visual. O recifense é pioneiro da arte contemporânea no Brasil e conta obras no acervo do MAM-SP e MAC USP, Centre Pompidou (França), Tate Modern (Inglaterra), MoMA (EUA) e Museu d´Art Contemporani de Barcelona (Espanha), entre outros.  A coordenação de produção é de Mila Portela.

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A exposição é dividida em nichos que apresentam as linhas de experimentação poética do artista: poemas visuais, poemas sonoros, filmes, registros videográficos de performances, documentos, objetos poéticos, livros de artista, arte classificada, documentos e fotos históricas. O visitante terá a oportunidade de imergir no universo de Bruscky e até de interagir com ele, que estará presente à galeria em diversos momentos ao longo da temporada na Caixa Cultural, inclusive para lançamento de novas obras.

Serviço

Mostra PaLarva – Poesia Visual e Sonora de Paulo Bruscky

Caixa Cultural Recife (Avenida Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife, Recife/PE)

De quinta-feira (1) a 12 de fevereiro de 2017

De terça a sábado, das 10h às 20h; domingos, das 10h às 17h

(81) 3425-1915

Gratuita

 

 

A Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) divulgou os vencedores da 59ª edição do prêmio. Entre os vencedores, o pernambucano Irandhir Santos, pela atuação na série Amores Roubados e Paulo Bruscky, pela exposição no Museu de Arte Moderna (MAM/SP). Também foram agradicados com o prêmio o diretor de teatro pernambucano Newton Moreno, redicado em São Paulo. 

O prêmio da APCA é definido por mais de 50 críticos que escolhem os melhores  em áreas como Arquitetura, Artes Visuais, Cinema, Dança, Literatura, Música Popular, Rádio, Teatro e Teatro Infantil.

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Confira a lista dos vencedores:

Arquitetura

Homenagem pelo conjunto da obra: Giancarlo Gasperini
Fronteiras da arquitetura: “Maneiras de expor: a arquitetura expositiva de Lina Bo Bardi”, curadoria de Giancarlo Latorraca/Museu da Casa Brasileira
Projeto urbano: Ponte Bayer - passarela móvel sobre o canal Guarapiranga, São Paulo - Loeb Capote Arquitetura e Urbanismo/ arquitetos Roberto Loeb e Luis Capote
Urbanidade: reurbanização de favela do Sapé - Base 3 Arquitetos/ arquitetos Catherine Otondo, Jorge Pessoa de Carvalho e Marina Grinover
Narrativas urbanas: Cristiano Mascaro
Difusão: documentário “Bernardes”, direção Gustavo Gama Rodrigues e Paulo de Barros
Revelação: Alojamentos estudantil na Ciudad del Saber, Panamá - SIC Arquitetura / arquitetos Eduardo Crafig, Juliana Garcias, Marcio Guarnieri, Fabio Kassai e Gabriela Gurgel

Artes Visuais

Grande Prêmio da Crítica: Abraham Palatnik – A Reinvenção da Pintura - MAM
Exposição Internacional: Hans Hartung – Oficina do Gesto - CCBB
Exposição: Paulo Bruscky - MAM
Retrospectiva: Iberê Camargo – Um Trágico nos trópicos - CCBB
Fotografia:Luiz Braga – Retumbante Natureza Humanizada – SESC Pinheiros
Obra Gáfica: José Roberto Aguillar – 50 Anos de Arte
Iniciativa Cultural: Cidade Matarazzo Made by.... Feito por brasileiros

Cinema

Filme: Praia do Futuro, de Karim Aïnouz
Diretor: Paulo Sacramento, por Riocorrente
Roteiro: Fernando Coimbra, por O Lobo Atrás da Porta
Ator: Ghilherme Lobo, por Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
Atriz: Deborah Secco, por Boa Sorte
Documentário: São Silvestre, de Lina Chamie
Fotografia: Jacob Solitrenick, por De Menor

Dança

Grande Prêmio da Crítica: Lia Rodrigues, por Pindorama e Exercício M
Pesquisa em Dança: Biomashup, de Cristian Duarte e Lote # 3
Projetos em Dança: Marcos Villas Bôas
Criação em Dança: Cena 11, por Monotonia de Aproximação e Fuga para 7 Corpos
Espetáculo: Tira Meu Fôlego, de Elisa Ohtake e elenco
Percurso em Dança: Vera Sala/Hideki Matsuda
Iniciativa em Dança: 7x7, projeto de Sheila Ribeiro

Literatura

Grande Prêmio da Crítica: João Adolfo Hansen e Marcello Moreira pelos cinco volumes “Gregório de Matos”; editora Autêntica
Romance: “O Irmão Alemão”, de Chico Buarque; editora Companhia das Letras
Ensaio/Crítica/Reportagem: “Música com Z”, de Zuza Homem de Mello; editora 34
Infanto-Juvenil: “A Incrível História do Dr. Augusto Ruschi”, de Paulo Tatit; editora Melhoramentos
Poesia: “Mesmo sem dinheiro comprei um esqueite novo”, de Paulo Scott; editora Companhia das Letras
Contos/Crônicas: “O homem-mulher”, de Sérgio Sant’Anna; editora Companhia das Letras
Tradução: Caetano Galindo, por “Graça infinita”, de David Foster Wallace; editora Companhia das Letras
Biografia/Memória: “Getúlio (1945 – 1954) – Da volta pela consagração popular ao suicídio”, de Lira Neto; editora Companhia das Letras

Música Popular

Grande Prêmio da Crítica: Nelson Motta
Grupo: Banda do Mar
Intérprete: Anelis Assumpção
Compositor: Marcelo Jeneci
Revelação: Ian Ramil (pelo álbum “Ian”)
Álbum: Encarnado, de Juçara Marçal
Show: Titãs - Nheengatu
Projeto Especial – Jazz na Fábrica – Sesc Pompeia

Rádio

Prêmio Especial do Juri: Milton Jung – Jornal da CBN 1ª edição
Internet: Plug Rádio USCS – Universidade Municipal de São Caetano do Sul (plugradiouscs.com.br)
Musical: Espaço Rap 2 – 105 FM
Humor: Plantão de Notícias – Rádio Globo AM
Variedades: No Mundo da Bola, 25 anos – Rádio Jovem Pan
Cultura Geral: Estadão Noite – Rádio Estadão
Destaque do Ano: Um Pouquinho de Brasil – Cultura FM

Teatro

Grande Prêmio da Crítica: Laura Cardoso
Espetáculo: O Homem de La Mancha e Pessoas Perfeitas
Diretor: Marco Antonio Pâmio (Assim É (Se Lhe Parece))
Dramaturgia: Newton Moreno e Alessandro Toller (O Grande Circo Místico)
Ator: Cleto Bacci (O Homem de La Mancha)
Atriz: Laila Garin (Elis, a Musical)
Prêmio Especial: Prêmio MitSP (Mostra Internacional de Teatro de São Paulo)

Teatro Infantil

Grande Prêmio da Crítica: Banda Mirim, pela trajetória de 10 anos (direção de Marcelo Romagnoli)
Melhor Espetáculo com Música para Crianças: Mania de Explicação, de Luana Piovani Produções Artísticas (direção de Gabriel Villela)
Melhor Espetáculo com Texto Adaptado para Crianças: As Bruxas da Escócia, do Grupo Vagalum Tum Tum (direção de Ângelo Brandini)
Melhor Espetáculo com Contação de Histórias: As Três Penas do Rabo do Grifo, da cia. Faz e Conta (Ana Luísa Lacombe)
Melhor Elenco de Peça: Cia Delas, por A Famosa Invasão dos Ursos na Sicília (atrizes Cecília Magalhães, Fernanda Castello Branco, Lilian Damasceno, Paula Weinfeld e Thaís Medeiros, com direção de Carla Candiotto)
Melhor Espetáculo com Interação de Mídias: O Sonho de Jerônimo, do grupo Fabulosa Companhia (direção de Eric Nowinski)
Personalidade do Ano no Teatro Para Crianças e Jovens: Luíza Jorge, pela criação, coordenação e produção do novo Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem

Televisão

Dramaturgia: Amores Roubados/TV Globo
Atriz: Cássia Kis Magro (Amores Roubados e O Rebu/TV Globo)
Ator: Irandhir Santos (Amores Roubados e Meu Pedacinho de Chão/TV Globo)
Direção: José Luiz Villamarim (Amores Roubados e O Rebu)
Programa de Variedades: O Infiltrado/History Channel
Programa de Humor: Tá no Ar/TV Globo
Programa Infantil: Quintal da Cultura/TV Cultura
Menção Honrosa: A Grande Família/TV Globo (pela trajetória e episódio final)

No campo artístico há um debate antigo que divide a funcionalidade da arte na sociedade em basicamente dois eixos: a arte engajada e a dita 'arte pela arte'. No Recife, celeiro cultural do Brasil e uma cidade historicamente envolvida em revoluções sociais, o assunto voltou à tona no meio artístico por conta de recentes movimentos, a exemplo do Ocupe Estelita, que fazem uso das intervenções artísticas de forma mais politizada.

Mas o que os artistas da cena pensam a respeito? Se de um lado há quem defenda o uso da arte engajada, do outro existem os que não necessariamente buscam um aspecto politizado para levar seu trabalho adiante.

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Antes de entrar nesta discussão, vale a pena relembrar fatos históricos que contextualizam o assunto. Tatiana Ferraz, professora de História da Arte da Faculdade ASCES, comenta sobre quando se começou a separar a arte através destes eixos. “A divisão de pensamento entre arte engajada e arte pela arte surgiu com força no período das revoluções industriais (XVIII) e das vanguardas modernistas. Uma época na qual os movimentos artísticos buscavam a originalidade e a questão do consumo começou a interferir na própria arte. Neste sentido, pensadores como Ferreira Gullar, Walter Zanini, Adorno e Canclini deram grandes contribuições para este tema”, comenta a professora.

Ocupe Estelita: público vibra com show de Otto

A dualidade nas artes cênicas

De acordo com o pesquisador Leidson Ferraz, autor de várias obras sobre o teatro pernambucano, essa é uma discussão mais complexa do que parece. “É muito dito que a arte pela arte é algo que não tem engajamento. Eu não entendo dessa forma. Para mim, qualquer arte é uma atitude política, pensada”, opina Leidson Ferraz.

“Por outro lado, no sentido de se ter uma arte mais engajada, na Região Metropolitana do Recife quem começou com essa proposta foi o grupo Ponta de Rua (1978), de Olinda, que tinha uma linguagem atrelada ao teatro de rua. Em 1979, o grupo Teimosinho (1976), de Brasília Teimosa, também passou a atuar no teatro de rua e levava ao público assuntos como habitação e segurança. No ano seguinte, em 1980, surgiu o grupo Vem Cá Vem Ver, de Casa Amarela, com a mesma pegada. Para mim os grupos de teatro de rua é que são dotados dessa linguagem politizadora, pois tratam de assuntos como homoafetividade, igualdade de gênero e trabalho infantil, entre outros”, explica o pesquisador.

Grupo de teatro de rua do Recife, o Boi D’Loucos tem acompanhado os recentes protestos na capital pernambucana, como o Ocupe Estelita e o realizado em prol do Teatro do Parque, mas prefere se manter no silêncio diante do cenário. “Acho que são muito importantes as manifestações culturais nos protestos, mas a gente percebe que tem muitos partidos e políticos que estão se aproveitando dessas histórias. Acho que temos que ter cuidado e é por isso que o Boi D’Loucos está à margem disso. Não queremos servir de trampolim para esse pessoal”, explica Carlos Amorim, ator e representante do grupo teatral.

“Nossa proposta é a arte pela arte, e nossa missão é levar entretenimento para as pessoas. Mas o Boi D’Loucos é engajado politicamente. Participamos de uma associação de bois daqui do Estado, somos ligados às artes cênicas e, no meu caso, sou diretor do conselho fiscal do Sindicato dos Artistas de Pernambuco. Estamos bem antenados”, comenta o ator.

E quanto à música?

O cantor e compositor Cannibal, das bandas Devotos e Café Preto, tem uma opinião que flerta com os dois caminhos da arte. “A parada do Devotos sempre foi fazer música com cunho social. A banda surgiu pra falar da falta de saneamento, segurança e outros descasos no Alto Zé do Pinho por parte do poder público. Já o lance da Café Preto, que é um projeto meu e tem muito do meu sangue, segue um pouco essa linha. A música Oferenda trata disso, quando eu canto ‘Lixo na favela/ Cada esquina uma pedra/ mas tem uma flor”, comenta Cannibal.

No entanto, o músico diz não ter preferência por arte engajada ou aquela preocupada apenas com questões estéticas. “Ninguém é obrigado a misturar cultura com temas sociais, ou ser totalmente engajado. Cada pessoa faz o que quer. Quando eu posso ajudar, eu ajudo. Mas também só faço o que eu estou afim de fazer. O movimento no Ocupe Estelita é parecido com o Alto Zé do Pinho. A gente não tem área de lazer, a segurança é precária, e socialmente falando são duas regiões bem parecidas. Acho que por isso que eu sou envolvido com essa história.”, explica o cantor.

Vocalista do Mundo Livre S/A, banda marcada pelas letras politizadas, Fred 04 acredita que quem faz arte ativista tem que ter mais coragem e talvez mais talento. “É difícil fazer uma canção como Mulheres de Atenas ou Cálice, que atravessaram as gerações sem perder o significado. São músicas feitas num ambiente altamente repressivo. Falo que é preciso coragem porque queira ou não existe um falso consenso de que vivemos uma liberdade, e isso é uma ilusão”, opina o cantor pernambucano.

No entanto, 04 também defende os que fazem a arte puramente estética. “Eu tenho uma formação que vem de um ativismo da época da universidade, e lógico que isso naturalmente estaria presente na minha música. Mas cada um tem a sua verdade. Acho que existem compositores e artistas que tem personalidades mais ativistas e tem outros com tendência natural ao entretenimento. E faz muito bem aquilo, até porque cumpre uma função na sociedade”, comenta o cantor do Mundo Livre S/A.

Nome de destaque da Cena Beto, novo movimento musical do Recife, Juvenil Silva tem uma opinião mais individual sobre o debate acerca do valor artístico. “Acho que a arte não tem que se prender a qualquer coisa. O artista tem que ser um espelho e mostrar a sua vivência, e meu jeito de fazer é assim. Não me prendo a nenhum movimento. Eu simplesmente falo o que vem na minha cabeça. Mas é muito difícil viver de arte aqui no Recife. Não sigo isso de arte pela arte porque tenho que pagar minhas contas e encaro isso como um modo de viver”, declara o músico. 

Arte visual engajada ou estética?

O artista plástico recifense Paulo Bruscky trata das fronteiras entre as linguagens artísticas desde o fim da década de 1960. E aparentemente o assunto sobre a funcionalidade de arte na sociedade chama a sua atenção. Na foto de perfil da fanpage de Bruscky no Facebook, ele aparece segurando um papel com os dizeres ‘o que é a arte? Para que serve?’.

“Acho que o artista expressa o que sente. Você primeiro tem que conhecer sua aldeia para depois conhecer o mundo. Acho que arte é transformação, é expor a fratura exposta da sociedade. A arte é a última esperança. É a denúncia, embora ela seja uma utopia. Não existe arte pela arte apenas. O artista é um ser social e só o fato de o ser é por si só um ato político”, declama Paulo Bruscky.

Também artista plástico do Recife, Raul Córdula, por sua vez, é mais ligado ao diálogo com a arte pop e ao abstracionismo geométrico, mas como crítico de arte ele acredita que o limite entre arte pela arte versus arte engajada não pode ser definido. “Hoje eu tenho a tendência de pensar que 'arte pela arte' é a arte comercial, feita para enfeitar os ambientes. Esta é uma colocação simplista porque a construção artística é não ficar imóvel diante da emoção, e isso não se classifica. O que voga é o que você está fazendo. Não ‘como’, mas ‘o quê’. O artista e seu produto é algo original. Ele cria um pensamento novo. Eu mesmo faço arte engajada. A obra País da Saudade (1981), por exemplo, foi feito em plena ditadura militar e contava a saudade que amigos exilados tinham do Brasil”, diz Córdula.

Raul Córdula recebe prêmio da Associação Brasileira de Críticos de Arte

Um dos representantes do grafitti pernambucano mundo afora, Derlon Almeida acredita ser difícil julgar uma intervenção artística simplesmente como ‘arte pela arte’. “Eu não venho nenhum trabalho sem engajamento, pois todo o processo criativo passa por uma busca, uma informação a ser passada. Meu trabalho, por exemplo, tem uma referência social indireta, não tão agressiva como uma arte engajada, mas ela surgiu a partir de uma pesquisa que fiz, com referências no grafitti, uma linguagem nascida como forma de protesto. Ou seja, indiretamente e naturalmente ela tem cunho social”, comenta Derlon.

Eles são os Picassos do futuro?

Para ele, o grafitti está intimamente ligado a uma arte mais engajada. “Mesmo que o artista que faz grafitti, no momento da ação, não tenha o intuito de fazer algo engajado, ele mantém viva uma história e a continuidade de um trabalho que não morreu, uma linguagem não autorizada. Só o fato de você ocupar um espaço público com uma forma de comunicação é um ato politicamente engajado”, insiste Derlon.

A Galeria Amparo 60 recebe, a partir do dia 28 de novembro, uma faceta pouco conhecida do pernambucano Paulo Bruscky. O artista vai expor 150 obras fotográficas, a maioria inédita. A pluralidade é uma das características de Bruscky, que está com uma exposição retrospectiva em cartaz no Museu do Bronx, em Nova York. A exposição no Recife ficará em cartaz até janeiro e tem curadoria da professora da USP e curadora Dária Jaremtchuk.

Segundo a curadora, na década de 1970, o termo fotolinguagem tornou-se frequente no meio brasileiro para designar uma produção que se diferenciava da tradição da 'fotografia de arte' e do 'fotojornalismo'. Elaborada por artistas, os trabalhos eram destituídos de preocupações estéticas ou de sofisticação formal. "Paulo Bruscky pertence a este grupo", destaca Dária.

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As imagens fotográficas pertencentes à exposição não foram muito analisadas. A mostra reúne trabalhos de toda a trajetória do artista, seja do início na década de 1970, ou mesmo de fotografias realizadas em 2013. “Como era de se esperar, tratando-se de Paulo Bruscky, não há nelas um tema uníssono por permanecer ele o 'colecionador' que carrega para o seu arquivo imagens de suas incursões poético-urbanas que fundem fragmentos visuais e textuais com aguda ironia e gosto pelo comum da vida”, detalha Jaremtchuk.

*Com informações da assessoria

Serviço

Paulo Bruscky - Foto/Linguagens

Abertura 28 de novembro | 20h

Visitação 29 de novembro a 18 de janeiro

Terças as sextas | 10 às 13h e 14 às 19h, sábados das 10 às 14h

Galeria Amparo 60 (Av. Domingos Ferreira, 92 A - Boa Viagem)

Gratuito

(81) 3033 6060

O artista plástico pernambucano Paulo Bruscky leva para o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, a mostra Banco de Ideias – projetos interrompidos, em aberto, quase impossíveis, todos a serem realizados com exceção de um, feito para esta exposição, em cartaz a partir desta segunda-feira (3).

O público pode conferir, até o dia 28 de outubro, 100 projetos inéditos esboçados pelo pernambucano desde o fim dos anos 1960 até hoje. São obras-proposições, que sugerem a reflexão do estado do mundo e da arte.

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Muitos dos trabalhos remetem às iniciativas de Bruscky durante os anos de chumbo do regime militar, época em que viu algumas de suas obras serem proibidas. Dessa forma, o artista fomenta o debate entre os limites e a potência do pensamento artístico nos dias atuais.

Serviço

Banco de ideias - Paulo Bruscky

De 3 de setemro até 28 de outubro, de terça à domingo, das 11h Às 20h

Instituto Tomie Ohtake (Av. Faria Lima 201, entrada pela Coropés 88 – Pinheiros - São Paulo)

Gratuito

Informações: 55.11.2245-1900 | www.institutotomieohtake.org.br



A noite desta terça (8) marcou o início oficial das atividades da Expoidea, evento de múltiplas ações com o foco na inovação. Os eixos centrais da "Feira do Futuro" são tecnologia, cultura e sustentabilidade, abordados em oficinas, debates, palestras e shows, além das exposições nos stands localizados no Paço Alfândega, Recife Antigo.

A abertura aconteceu com o debate A invenção da Cultura, com a participação do multiartista Paulo Bruscky, do idealizador da Expoidea Rogério Robalinho, Luciana Guilherme (Diretora de empreendedorismo, gestão e informação da Secretaria da Economia Criativa do MinC), Roberto Abreu (Secretário Executivo de Desenvolvimento de Negócios da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco), José Bertotti (Secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento da Prefeitura do Recife), Pedro Arsenian (Chefe de Gabinete do Memorial da América Latina) e Danilo Carias (Assessor Técnico do Instituto Ideação). Apesar de um tema ter sido proposto, a mesa passou ao largo dele e o debate serviu mais para falar sobre a própria Expoidea, a expectativa para essa segunda edição e a importância da inovação e da economia criativa como eixo de desenvolvimento econômico e social.

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Rogério Robalinho, em conversa com o LeiaJá, disse: "A gente quer caracterizar Pernambuco, além de celeiro cultural, como a terra da inovação, terreno da inquietação, da rebeldia, da formulação. Nós temos capacidade neste sentido e cada matriz cultural é um pequeno vetor de desenvolvimento". Para Bruscky, que há décadas desenvolve um trabalho artístico que leva em conta a tecnologia, "Os artistas sempre trabalharam com a tecnologia e outras áreas, as outras áreas é que nunca trabalharam com os artistas", reflete, falando da importãncia do reconhecimento da arte como instrumento de integração e desenvolvimento.

Palco Livre
Uma das iniciativas da Expoidea é a Produtora Colaborativa, que realiza shows musicais com diversas bandas, que se inscreveram previamente. Há uma troca de serviços entre os músicos e a produtora, que oferece serviços como a gravação da apresentação, a produção de videoclipes e o registro fotográfico da banda, enquanto os músicos oferecem a realização de oficinas, por exemplo. Nesta terça, artistas como Helton Moura e o Cambaio, Elemento natural, Projeto Mexidinho e o Maracatu Baque Mulher agitaram o palco, localizado na Rua da Moeda. Vlademir Correia, músico, esteve presente para conferir: "Eu vi a programação e vim a fim de conhecer as bandas", afirmou Vlademir para o LeiaJá.

Criolo
Nesta quarta, uma das atrações mais esperadas é a participação do cantor Criolo na Roda de Diálogo Transformações Possíveis: Aqui, ali e para mais além e do pocket show que ele realiza em seguida no Palco Expoidea. Também participam do debate o músico pernambucano Cannibal, líder da banda Devotos e um dos criadores da ONG Alto Falante, no Alto Zé do Pinho, e Rafael Cortes. A roda de diálogo acontece às 20h, no Espaço Círculo das Ideias, que fica no quarto andar do Paço Alfândega.

No próximo dia 10 tem início a oitava edição da feira SP-Arte, a principal Feira do meio artístico no Brasil. Nesse ano, o evento terá mais galerias participantes e um empurrãozinho para os interessados em adquirir algum trabalho - acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo permitirá que as aquisições feitas durante a mostra estejam isentas do recolhimento do ICMS, o que reflete na redução da quantia paga de imposto sobre as peças.



Espalhados pelos três andares do prédio da Bienal, a Feira conta com 109 galerias e 27 participantes internacionais, como o artista Takashi Murakami, que participa da feira pela primeira vez. Entre as novidades desta edição está uma parceria com o MAM, MASP, MIS e Pinacoteca: o visitante que comprar um ingresso para algum desses espaços culturais receberá um convite para visitar a feira nos dias 10 e 11 de maio. Por sua vez, ao adquirir um ingresso para a SP- Arte, o visitante receberá gratuitamente uma cartela com ingressos para os quatro museus parceiros, com validade entre 10 e 13 de maio.



Também, jovens curadores poderão submeter projetos de exposição a serem realizados num espaço especial da Feira, tendo como base o acervo de obras dos artistas representados pelas galerias participantes. Os curadores selecionados serão premiados com uma viagem para a Documenta 13, respeitada exposição de arte que acontece a cada cinco anos na cidade alemã de Kassel.



Entre as galerias participantes da Feira, está a pernambucana Amparo 60, que tem entre seus artistas representados Paulo Bruscky, pioneiro na aplicação artística de várias tecnologias, como gravação eletrônica, filme super-8, vídeo, xerox, off-set e mimeógrafo e que recentemente participou da Bienal de SP.

Partindo da afinidade pessoal existente entre os artistas Lula Wanderley, Paulo Bruscky e Adolfo Montejo Navas nasce a exposição Sem título algum, montada na Galeria Amparo 60, situada no bairro de Boa Viagem. A proposta pretende estreitar os laços entre as obras dos três artistas propondo diálogos entre elas. A partir desta quarta-feira (28), o público terá a oportunidade de conferir as expressões individuais de cada artista transitando entre si.

É justamente este conceito de transição que o título da mostra pretende transmitir. Sem título algum desmistifica a idéia de unidade visual ao passo que constrói ligações entre as obras de Wanderley, Bruscky e Montejo Navas. A coordenadora Joana D’Arc busca apresentar aos visitantes as várias e expressivas linguagens e gêneros artísticos em constantes recombinações.

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Ao abrir o amplo leque de interpretação que cada artista já possui para trabalhar a idéia de infinitude artístico-interpretativa a partir de desdobramentos audiovisuais, fotográficos, gestuais e visuais, a curadoria que trabalhou na construção da mostra aproxima o imaginário artístico do espectador a vida dos mesmos, quebrando o conceito de arte quadrada e metódica.

É Paulo Bruscky o morador de Recife que serve de anfitrião às obras dos outros dois amigos Lula Wanderley e Adolfo Montejo Navas. O primeiro, também pernambucano e o segundo, um artista espanhol que mora no Brasil há 18 anos. A amizade dos conterrâneos surgiu a partir de uma interlocução poética, enquanto que a relação brasileiro-espanhol surgiu a partir da afinidade primeiramente artística de ambos, especialmente em literatura crítica.

As obras passeiam por toda a galeria e a vitrine é apenas mais um lugar de exibição, já que banheiro e jardim também integram a ambientação da conversa artística que pode ser visitada aleatoriamente sem começo nem fim (embora, numa parede esteja montado um mapa onde estão localizadas as disposições de peças e seus respectivos autores). Ou seja, as junções das artes constituem-se numa espécie de obra coletiva.

Serviço
Sem título algum – Lula Wanderley, Paulo Bruscky e Adolfo Montejo Navas.
Galeria Amparo 60 (Av. Domingos Ferreira, 92 A - Boa Viagem, Recife – PE)
Abertura 27 de março de 2012, às 20h
Visitação de 28 de março a 27 de abril de 2012.
Terças às sextas, das 10 às 13h e das 14 às 19h
Sábados das 10 às 14h

Imagine o mundo quando a comunicação era feita apenas através das cartas. Agora, mais do que isso, imagine utilizar esse meio para repassar informações secretas, criticar conjunturas ligadas à opressão e ironizar a rigidez da ditadura militar.

Esse foi um dos propósitos que fez um grupo de artistas utilizar essa ferramenta da correspondência e intitular seus trabalhos de “Arte Postal”. Entre eles, está o recifense pioneiro na arte xerográfica e postal, Paulo Bruscky, que lança catálogo da sua exposição “Paulo Bruscky - Arte Correio” nesta quarta-feira (18), às 19h, no auditório do Centro Cultural dos Correios (CCC).

Além do lançamento da exposição, que está em cartaz desde junho no espaço, haverá um debate aberto ao público, com o artista, a curadora da mostra Cristiana Tejo e com a doutora em História da Arte e crítica Glória Ferreira. Os catálogos serão distribuídos gratuitamente ao público que estiver presente.

SERVIÇO

Lançamento do catálogo “Arte Correio” + Debate
Quando: Quinta-feira, 18 de agosto, às 19h
Onde: Centro Cultural Correios Recife (Av. Marques de Olinda, 262 - 3º. Andar - Sala 05 - Bairro do Recife)
Entrada gratuita

Exposição “Paulo Bruscky - Arte Correio”
Quando: até 25 de setembro | De terça a sexta-feira, das 9h às 18h | Sábados e domingos, das 12h às 18h
Entrada Franca
Informações e agendamentos: 81 3224-5739 | centroculturalcorreiosrecife@correios.com.br

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