Tópicos | Putin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou limitar as exportações de grãos da Ucrânia, alegando falsamente que o Ocidente está enganando os países em desenvolvimento ao reter grande parte dos estoques de alimentos destinados a evitar uma crise global de fome.

Em sessão no Fórum Econômico na cidade russa de Vladivostok, no Extremo Oriente, Putin disse que, sob um acordo de intermediado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a Turquia, apenas dois dos 87 navios, transportando 60 mil toneladas de alimentos, foram destinados ao Programa Alimentar Mundial. "O que estamos vendo é outra enganação descarada", afirmou Putin. "É uma enganação da comunidade internacional, um enganação aos parceiros na África e outros países que precisam urgentemente de comida. É apenas uma fraude, uma atitude grosseira e arrogante em relação aos parceiros por quem tudo isso foi supostamente feito", acusou.

##RECOMENDA##

Putin informou que entraria em contato com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, para discutir a possibilidade de limitar a exportação de grãos e alimentos da Ucrânia. O líder russo acusou os países europeus de agirem novamente como colonizadores.

Ele argumentou que, com a abordagem do Ocidente ao acordo de grãos, "a escala dos problemas alimentares no mundo só aumentará, o que pode levar a uma catástrofe humanitária sem precedentes". "Espero que a situação eventualmente mude", ressaltou.

A ameaça do líder do Kremlin expõe o risco de que a Rússia possa minar o acordo de grãos por meio de objeções processuais. Para continuar funcionando, o acordo requer a cooperação de Rússia, Ucrânia, Turquia e ONU, as quatro partes que assinaram o acordo em julho. Nem a Rússia nem a Turquia têm qualquer controle direto sobre para onde a Ucrânia exporta seus produtos alimentícios no mercado internacional.

A filha de Alexander Dugin, um ideólogo russo próximo ao Kremlin, morreu no sábado quando o carro que dirigia explodiu perto de Moscou, informou o Comitê de Investigação da Rússia neste domingo.

No momento da explosão, Daria Duguina, jornalista e cientista política e defensora da ofensiva russa na Ucrânia, circulava perto da cidade de Bolshie Viaziomy, a cerca de 40 km de Moscou. Ela dirigia um Toyota Land Cruiser, segundo o comunicado.

##RECOMENDA##

A detonação deveu-se a um artefato explosivo colocado no veículo e tudo indica que "o crime foi planejado e cometido", disseram os investigadores.

A jovem, nascida em 1992, "morreu no local" da explosão, disse o Comitê, que está encarregado das investigações criminais na Rússia e abriu uma investigação por "homicídio".

O alvo do ataque foi Alexander Duguin, disseram pessoas próximas à família, citadas pelas agências de notícias russas, já que, segundo explicaram, Daria Duguina pegou o carro do pai de última hora.

Alexander Duguin, intelectual e escritor ultranacionalista de 60 anos, teórico do neo-eurasianismo, aliança entre Europa e Ásia liderada pela Rússia, está sujeito a sanções da União Europeia desde 2014, após a anexação russa da Crimeia.

Dugin, às vezes chamado de "mente de Putin" ou "Rasputin de Putin", é uma figura que há anos defende a unificação dos territórios de língua russa e apoiou totalmente a operação militar lançada por Moscou na Ucrânia em fevereiro.

Nos últimos anos, a Ucrânia baniu vários de seus livros.

Por sua vez, Daria Duguina estava em uma lista de cidadãos russos sancionados no Reino Unido desde julho por supostamente espalhar "desinformação sobre a Ucrânia" na internet.

Até agora, ninguém assumiu a autoria do ataque.

O líder da República Popular de Donetsk (DNR), autoproclamado por separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, Denis Pushilin, acusou as forças ucranianas do assassinato de Daria Duguina neste domingo.

"Terroristas do regime ucraniano tentaram liquidar Alexander Dugin, mas mataram sua filha", disse Pushilin em sua conta no Telegram.

Da mesma forma, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, María Zakharova, escreveu no Telegram que "se o rastro ucraniano for confirmado (...) e isso deve ser verificado pelas autoridades competentes, estaremos falando de terrorismo de Estado pelo governo de Kiev".

A Ucrânia retirou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que concorre novamente ao cargo neste ano, da lista de "oradores que promovem narrativas em consonância com a propaganda da Rússia", informou o portal UOL nesta quarta-feira (27).

A retirada, conforme o site, ocorreu horas depois do caso ter sido revelado pela imprensa brasileira.

##RECOMENDA##

"A versão atual da lista do Centro para Contenção de Desinformação segue sem o nome de Lula", diz a matéria.

Lula havia sido incluído em uma lista do sistema criado pelo governo ucraniano desde o início dos ataques da Rússia contra o país, em 24 de fevereiro. Lá, pessoas que são consideradas como apoiadoras na divulgação de notícias consideradas falsas por Kiev sobre a guerra são citadas.

Segundo o jornal "Folha de S. Paulo", o ex-presidente brasileiro tinha sido incluído por dois motivos: por uma suposta fala em que Lula diz que a Rússia "deveria liderar uma nova ordem mundial" (que não foi confirmada pela reportagem) e por ter dito que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, era "tão responsável" quanto o líder russo, Vladimir Putin, pela guerra - em menção feita durante uma entrevista em março.

Da Ansa

Os presidentes do Irã, Rússia e Turquia se reúnem em Teerã nesta terça-feira (19) para negociações focadas principalmente no conflito da Síria, mas também na guerra na Ucrânia e seu impacto na economia mundial.

Esta é a primeira cúpula presidida por Ebrahim Raisi desde que assumiu o cargo há um ano e a segunda viagem de Vladimir Putin ao exterior desde que lançou sua ofensiva na Ucrânia em 24 de fevereiro.

A reunião tripartite ocorre dias após a viagem do presidente dos EUA, Joe Biden, ao Oriente Médio, onde visitou Israel e Arábia Saudita, dois países hostis ao Irã.

A cúpula se concentrará na Síria, onde Rússia, Turquia e Irã são os principais atores na guerra que devastou o país desde 2011. Moscou e Teerã apoiam o governo de Bashar al-Assad e Ancara apoia os rebeldes. Os três países lançaram o chamado processo de Astana em 2017, cujo objetivo oficial é levar a paz à Síria.

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan chegou em Teerã na noite de segunda-feira e foi recebido na manhã desta terça por seu homólogo iraniano no Palácio de Saadabad.

Juntamente com seu homólogo russo Vladimir Putin, eles participarão de "uma reunião de chefes de Estado que são garantidores do processo de paz" na Síria, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em 12 de julho.

O Exército russo estreitou, nesta quinta-feira (2), o cerco no leste da Ucrânia, seu principal objetivo, após quase 100 dias de uma guerra que lhe permitiu controlar 20% do país - segundo as autoridades ucranianas.

Tendo frustrado sua ofensiva-relâmpago para derrubar o governo pró-ocidental em Kiev, Moscou se concentra agora em uma guerra de atrito, especialmente em torno da cidade estratégica de Severodonetsk, para conquistar a bacia de mineração do Donbass, parcialmente controlada desde 2014 por separatistas pró-russos.

Com constantes bombardeios a centros urbanos, o rolo compressor russo nesta região começa a dar frutos.

Três meses após o início da invasão, as forças russas controlam "cerca de 20%" do território ucraniano, ou seja, em torno de 125.000 km2, declarou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em um discurso perante o Parlamento de Luxemburgo.

Desde a anexação da Crimeia e a captura de um terço do Donbass em 2014 - antes, portanto, do início da guerra deflagrada em 24 de fevereiro -, as forças russas ou pró-russas controlavam 43.000 km2 na Ucrânia.

A partir de 24 de fevereiro, avançaram no leste e no sul, ao longo da costa do Mar Negro e do Mar de Azov, e já controlam um corredor costeiro estratégico que liga o leste da Rússia à Crimeia.

"A situação mais difícil está na região de Lugansk, onde o inimigo está tentando expulsar nossas tropas de suas posições", disse o comandante-em-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Valeri Zalujny, em um comunicado.

Em Severodonetsk, capital administrativa da região, "80% da cidade está ocupada" pelas forças russas, e há combates nas ruas, declarou na madrugada desta quinta o governador da região de Lugansk, Sergii Gaidai.

"A situação no leste é muito difícil", admitiu o presidente ucraniano em entrevista ao veículo americano Newsmax.

"Estamos perdendo de 60 a 100 soldados por dia, mortos em ação, e cerca de 500 pessoas feridas em ação", disse ele.

"Conter" chegada de "mercenários"

Embora Lugansk apareça como a área onde os combates estão concentrados, outra região do Donbass, Donetsk, não está isenta de hostilidades, especialmente em Sloviansk, cerca de 80 km a oeste de Severodonetsk.

Nos arredores da cidade de Donetsk, a antiga capital regional controlada pelos rebeldes pró-Rússia, os separatistas disseram na quarta-feira que cortaram uma das duas rotas que permitiam o abastecimento da vizinha Avdiivka, ainda nas mãos de Kiev.

"O inimigo tem uma vantagem operacional em termos de artilharia", observou o general Valeri Zalujny, repetindo a necessidade de "transição o mais rápido possível" de seu equipamento para armas do tipo OTAN.

O pedido coincide com o anúncio feito pelos Estados Unidos do envio para Kiev de sistemas avançados de mísseis Himars. Estes equipamentos permitem lançamentos múltiplos de alta precisão, bem como armas antitanque e quatro helicópteros.

No sul, onde a Rússia também tomou grandes extensões de terra a partir da península da Crimeia, os ucranianos tentam revidar, enquanto Moscou evoca possíveis referendos em julho para anexar as regiões conquistadas.

E, nesta quinta, a Rússia disse que "conteve" a chegada de "mercenários" estrangeiros ansiosos para lutar ao lado dos militares ucranianos.

De acordo com o Ministério russo da Defesa, o número de combatentes estrangeiros "caiu quase pela metade", de 6.600 para 3.500, e um "grande número" deles "prefere deixar a Ucrânia o mais rápido possível".

Esta manhã, as forças russas bombardearam várias linhas ferroviárias na região de Lviv (oeste), aonde costumam chegar as armas que os países ocidentais enviam para a Ucrânia.

Repercussão global

Após quase 100 dias de guerra, milhares de mortos e milhões de deslocados e exilados, o conflito abalou o mapa da segurança na Europa.

Depois de pressionar Suécia e Finlândia a se candidatarem à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a invasão também levou os dinamarqueses a votarem massivamente no "sim", em um referendo sobre a entrada do país na política de defesa da União Europeia.

As consequências do conflito vão além do âmbito de segurança e defesa. Cresce cada vez mais a ameaça de uma crise alimentar global, devido ao bloqueio na Ucrânia de pelo menos 20 milhões de toneladas de cereais que não podem ser exportadas.

Os países ocidentais tentam desbloquear os portos ucranianos do Mar Negro, especialmente o de Odessa (sul), principal porta de entrada de mercadorias do país. A Ucrânia é um dos maiores exportadores de trigo do mundo.

Já a Turquia, membro da Otan mas com relações fluidas com Moscou, tenta mediar esta questão. Uma reunião para discutir o estabelecimento de "corredores seguros" para as exportações está programada para 8 de junho com o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, em Ancara.

Escapando pelo menos por um tempo das misérias da guerra, os ucranianos aproveitaram a vitória de sua seleção de futebol na partida contra a Escócia (3-1) na quarta-feira, em Glasgow, na repescagem para a Copa do Mundo de 2022.

Em um jogo rico em emoções, que começou com os jogadores cantando o hino a plenos pulmões, os ucranianos foram superiores e mantiveram vivo o sonho de viajar para o Catar se vencerem o País de Gales no próximo domingo.

Sensibilizado pela partida entre Ucrânia e Escócia pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo do Catar, Pelé escreveu, nesta quarta-feira, uma carta nas redes sociais ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, na qual pede o fim da invasão na Ucrânia. O maior jogador de futebol de todos os tempos lembra de um momento em que se encontrou com o líder russo.

[@#video#@]

##RECOMENDA##

"Eu quero utilizar a partida de hoje como uma oportunidade de fazer um pedido: pare com essa invasão. Não existem argumentos que justifiquem a violência", escreveu Pelé. "Quando nos conhecemos no passado e trocamos um grande sorriso acompanhado de um longo aperto de mão, era inimaginável que poderíamos um dia estar tão divididos quanto estamos hoje."

Pelé se encontrou com Putin durante a Copa das Confederações, em junho de 2017, em São Petersburgo, e também em dezembro do mesmo ano, em Moscou, no sorteio da Copa do Mundo, que foi disputado no ano seguinte, na Rússia.

"Anos atrás, eu prometi para mim mesmo que, enquanto eu conseguir, sempre levantarei minha voz a favor da paz. O poder de dar um fim a este conflito está nas suas mãos. As mesmas que apertei em Moscou, no nosso último encontro, em 2017", completou Pelé.

O papa Francisco revelou nesta terça-feira (3) que está disposto a viajar a Moscou para se reunir com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, mas que não recebeu nenhuma resposta do Kremlin.

Em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, o líder da Igreja Católica disse que, 20 dias após o início da invasão russa à Ucrânia, pediu para o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, "fazer chegar a Putin" a mensagem de que ele estava "disposto a ir a Moscou".

##RECOMENDA##

"Claro, era necessário que o líder do Kremlin abrisse alguma janela. Ainda não tivemos resposta e estamos insistindo, ainda que eu tema que Putin não possa ou não queira fazer esse encontro neste momento. Mas como se faz a não parar tamanha brutalidade?", afirmou Francisco.

Além disso, o Papa confirmou que, "por enquanto", não irá a Kiev, capital da Ucrânia. "Sinto que não devo ir. Preciso primeiro ir a Moscou, primeiro devo encontrar Putin. Mas eu também sou um padre, o que posso fazer? Faço aquilo que posso. Se Putin abrisse a porta...", acrescentou.

Questionado se o líder da Igreja Ortodoxa Russa, Cirilo, poderia ser capaz de convencer o presidente a recebê-lo, Jorge Bergoglio indicou que não acredita nessa possibilidade.

"Falei com Cirillo por 40 minutos via zoom. Nos primeiros 20, com uma carta nas mãos, ele leu todas as justificativas para a guerra. Escutei e lhe disse: 'Não entendo nada disso. Irmão, não somos clérigos de Estado, não podemos utilizar a linguagem da política, mas sim a de Jesus. Por isso, devemos buscar caminhos de paz, fazer cessar o fogo das armas. O patriarca não pode se transformar no coroinha de Putin'", declarou.

Francisco e Cirilo tinham um encontro previsto para 14 de junho, em Jerusalém, no que seria a segunda reunião presencial entre eles, mas ambos desistiram da ideia. "Até ele está de acordo que poderia passar um sinal ambíguo", disse o pontífice. 

Da Ansa

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chamou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, de criminoso de guerra nesta segunda-feira, 4, e pediu a realização de um julgamento por crimes de guerra, enquanto aumento o clamor internacional devido aos assassinatos de civis na cidade ucraniana de Bucha.

"Você viu o que aconteceu em Bucha", disse Biden a repórteres na Casa Branca. "Isso garante que ele é um criminoso de guerra."

##RECOMENDA##

Autoridades ucranianas disseram ter encontrado os corpos de 410 civis em cidades ao redor da capital, Kiev, que foram recapturadas das forças russas nos últimos dias. A descoberta de uma vala comum e corpos amarrados baleados à queima-roupa em Bucha, nos arredores de Kiev, uma cidade recuperada das tropas russas, parecia inflamar Estados Unidos e Europa em sanções adicionais contra Moscou.

Vídeos verificados pelo jornal The Washington Post mostram corpos de civis espalhados nas ruas de Bucha e carros abandonados e destruídos. E uma imagem de satélite, registrada pela empresa Maxar Technologies, mostra o que parece ser uma vala comum na cidade. Bucha sofreu com bombardeios a partir do dia 27 de fevereiro, no 3º dia de invasão russa na Ucrânia, e moradores ficaram sem eletricidade e gás, segundo o Humans Right Watch.

Biden disse: "Temos que reunir as informações. Temos que continuar fornecendo à Ucrânia as armas de que precisam para continuar a luta. E temos que obter todos os detalhes para que isso possa ser real e ter um julgamento por crimes de guerra. Putin é brutal. E o que está acontecendo em Bucha é ultrajante, e todos viram", disse Biden.

Os comentários de Biden vieram depois que o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, visitou Bucha, onde chamou as ações russas de "genocídio" e pediu que o Ocidente aplique sanções mais duras contra a Rússia. Biden, no entanto, não chegou a chamar as ações de genocídio.

O Kremlin negou categoricamente quaisquer acusações relacionadas ao assassinato de civis, inclusive em Bucha, onde disse que os túmulos e cadáveres foram encenados pela Ucrânia para manchar a reputação da Rússia.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tuitou na segunda-feira, 4, que a União Europeia enviará investigadores à Ucrânia para ajudar o procurador-geral local a "documentar crimes de guerra".

Os Estados Unidos e seus aliados tentarão suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU, de acordo com Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos EUA nas Nações Unidas. "As imagens de Bucha e a devastação em toda a Ucrânia exigem que agora combinemos nossas palavras com ação", disse ela.

A chefe de direitos humanos das Nações Unidas, Michelle Bachelet, também expressou horror com as imagens de Bucha e pediu uma investigação independente de possíveis crimes de guerra. "Todas as medidas devem ser tomadas para preservar as evidências", acrescentou, dizendo que os corpos devem ser exumados de valas comuns para ajudar as famílias na identificação e na investigação.

Líderes ocidentais e ucranianos já acusaram a Rússia de crimes de guerra antes, e o promotor do Tribunal Penal Internacional abriu uma investigação pelo conflito. Mas os últimos relatórios aumentaram ainda mais a condenação.

O crime de genocídio é difícil de provar, pois os promotores teriam que mostrar que os assassinos ou seus comandantes tinham uma "intenção específica" de destruir parcial ou totalmente um grupo de pessoas - mas o uso da palavra tem clara ressonância emocional e pode servir chamar ainda mais a atenção para o conflito. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Nesta quarta-feira (16) em Londres, o livro escrito por uma jornalista britânica, Catherine Belton, que aborda sobre os amigos milionários e o próprio presidente da Rússia Vladimir Putin, está no topo da lista dos mais vendidos do Reino Unido, depois que a autora foi processada pelo proprietário do Chelsea, Roman Abramovich. 

“Putin’s People”, de Catherine Belton, foi publicado pela primeira vez em 2020. “É o livro de não-ficção mais vendido no Reino Unido”, afirmou a diretora editorial da William Collins Books, Arabella Pike. O livro foi um bestseller do ''Sunday Times” quando lançado e as vendas dispararam novamente com a invasão russa à Ucrânia. O livro criticado enfrentou uma série de ações judiciais sob influência russa, incluindo o proprietário Abramovich, que comprou o Chelsea em 2003.

##RECOMENDA##

“Gostaria que as circunstâncias fossem diferentes. Mas estou muito grata por toda a atenção que ‘Putin’s People’ está recebendo”, escreveu Belton no Twitter, agradecendo à editora Harper Collins por manter o livro apesar dos processos. 

A editora chegou a um acordo extrajudicial em dezembro do ano passado com Abramovich. A União Europeia (UE) adotou, nesta segunda-feira (14), novas sanções contra a Rússia por sua invasão à Ucrânia, do qual diplomatas afirmam incluir Abramovich. 

Por Camily Maciel

 

 

 

 

O ator e político austríaco-americano Arnold Schwarzenegger pediu nesta quinta-feira(17) ao presidente russo, Vladimir Putin, que pare a guerra "sem sentido" na Ucrânia, em um vídeo no qual ele denuncia a "propaganda" do Kremlin e chama de "heróis" os russos que protestam contra o conflito.

"A Ucrânia não começou esta guerra", disse o astro de "Exterminador do Futuro" e ex-governador da Califórnia em uma mensagem emocionada ao povo da Rússia e às tropas russas, postada em sua conta no Twitter, onde tem 4,9 milhões de seguidores.

##RECOMENDA##

"Estou falando com vocês hoje porque estão acontecendo coisas no mundo que estão sendo escondidas de você, coisas terríveis que você precisa saber", disse ele no vídeo de nove minutos, com legendas em russo e inglês.

O ex-campeão de fisiculturismo nascido na Áustria, cujo filme "Red Heat" (Inferno Vermelho, 1988) foi o primeiro longa americano rodado na Praça Vermelha de Moscou, falou de sua afeição de longa data pelo povo russo e sua emoção em conhecer seu ídolo, o levantador de peso russo Yuri Vlasov, quando ele tinha 14 anos.

"A força e o coração do povo russo sempre me inspiraram", disse ele. "É por isso que espero que me deixem contar a verdade sobre a guerra na Ucrânia."

"Sei que seu governo lhe disse que esta é uma guerra para 'desnazificar' a Ucrânia", disse ele.

"Isso não é verdade. Aqueles que estão no poder no Kremlin começaram esta guerra. Esta não é a guerra do povo russo", disse ele.

Schwarzenegger disse que "o mundo se voltou contra a Rússia por causa de suas ações na Ucrânia: quarteirões inteiros foram arrasados por artilharia e bombas russas, incluindo um hospital infantil e uma maternidade".

"Por causa de sua brutalidade, a Rússia agora está isolada da sociedade das nações", observou.

Em um apelo sincero às tropas russas, Schwarzenegger lembrou os ferimentos que seu pai sofreu enquanto lutava com os nazistas na Rússia durante a Segunda Guerra Mundial.

"Ele ficou fisicamente e mentalmente destroçado e viveu o resto de sua vida com dor", disse ele.

"Para as tropas russas que estão ouvindo esta mensagem... não quero que elas sejam arrasadas como meu pai."

"Esta não é uma guerra para defender a Rússia como a que seus avós ou bisavós lutaram", disse ele. "Esta é uma guerra ilegal. Suas vidas, os membros de seus corpos, seus futuros foram sacrificados por uma guerra sem sentido condenada pelo mundo inteiro."

E dirigindo-se diretamente a Putin, Schwarzenegger disse: "Você começou esta guerra. Você está liderando esta guerra. Você pode parar esta guerra."

Ele encerrou a mensagem elogiando os russos que correm o risco de serem presos por protestarem contra a guerra. "O mundo viu sua bravura", ele disse a eles.

"Vocês são meus novos heróis."

Putin foi chamado de "criminoso de guerra" por sua "operação militar especial" na Ucrânia, lançada em 24 de fevereiro.

Desde então, a ONU documentou mais de 500 mortes de civis e mais de 1.000 feridos civis, além de mais de três milhões de refugiados.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chamou nesta quarta-feira (16) o mandatário russo, Vladimir Putin, de "criminoso de guerra" pela violenta invasão da vizinha Ucrânia.

"Eu penso que ele é um criminoso de guerra", respondeu Biden a uma jornalista que o questionou na Casa Branca durante a saída de um evento dedicado à luta contra a violência doméstica.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse que Biden estava "falando com o coração" depois de ver imagens na televisão de "ações bárbaras de um ditador brutal em sua invasão de um país estrangeiro".

Psaki detalhou que "um procedimento jurídico [estava] ainda em curso no Departamento de Estado" com respeito a uma qualificação legal de "crimes de guerra" cometidos pela Rússia na Ucrânia.

O Kremlin reagiu quase que instantaneamente, qualificando de "inaceitável e imperdoável" as declarações de Biden.

"Consideramos inaceitável e imperdoável semelhante retórica por parte de um chefe de Estado, cujas bombas mataram centenas de milhares de pessoas em todo o mundo", declarou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, citado pelas agências TASS e Ria Novosti.

Até agora, nenhum funcionário americano tinha utilizado publicamente os termos "criminoso de guerra" ou "crimes de guerra", ao contrário de outros Estados e organizações internacionais.

O responsável pela política externa da União Europeia, Josep Borrell, por exemplo, classificou na semana passada de "atroz crime de guerra" o bombardeio russo de um complexo que abrigava uma maternidade e um hospital pediátrico em Mariupol, que deixou três mortos, entre eles uma criança, e 17 feridos.

"O que vimos do regime de Vladimir Putin com relação ao uso de munições lançadas sobre civis inocentes, isto já constitui, na minha opinião, um crime de guerra", assinalou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, no dia 2 de março.

Por outro lado, o procurador-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, que investiga denúncias de crimes de guerra na Ucrânia, visitou o país e falou por videoconferência com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, informou nesta quarta-feira a instituição.

Putin ordenou uma invasão em larga escala da Ucrânia há três semanas, dizendo que a Rússia quer forçar a desmilitarização do país vizinho e a derrubada do governo pró-ocidente.

As Forças Armadas da Ucrânia, que estão recebendo um enorme fluxo de armas dos países ocidentais, vêm resistindo e conseguindo frear, em grande medida, o avanço russo. Com isso, as tropas russas têm recorrido cada vez mais aos bombardeios sobre áreas civis.

Mais de três milhões de pessoas já fugiram da Ucrânia desde o começo da invasão, segundo a agência de migração das Nações Unidas, a OIM.

O bilionário Elon Musk desafiou o presidente russo, Vladimir Putin, nesta segunda-feira (14), para um "combate" corpo a corpo. O troféu? A Ucrânia, cenário de uma ofensiva do Exército russo que já dura quase três semanas.

"Desafio Vladimir Putin para um combate (corpo a corpo). O prêmio é a Ucrânia", tuitou o fundador da empresa espacial SpaceX, sem mais detalhes da proposta. "Aceita essa luta?", perguntou Musk em outra mensagem, em russo, dirigindo-se diretamente à conta oficial do Kremlin no Twitter em inglês.

E, diante da incompreensão de um de seus mais de 77 milhões de seguidores, garantiu que falava "muito sério". O governo russo ainda não reagiu. O bilionário de origem sul-africana já havia manifestado seu apoio a Kiev, tuitando "Ucrânia, fique firme" no início de março. Também saudou "o grande povo da Rússia, que não quer" a guerra.

Além disso, respondeu a um pedido de ajuda de uma autoridade ucraniana, ativando o serviço de Internet via satélite Starlink na Ucrânia e enviando equipamentos para ajudar a levar conectividade às zonas deste país afetadas pelos ataques militares russos.

Musk está acostumado com polêmicas no Twitter.

Em fevereiro, acusou o regulador do mercado de ações dos Estados Unidos, que lhe impôs várias sanções, de tentar amordaçar sua liberdade de expressão. E, em uma mensagem de apoio às pessoas contrárias às restrições sanitárias impostas pelo governo canadense, comparou seu primeiro-ministro, Justin Trudeau, a Adolf Hitler. Depois, apagou esta publicação.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, indicou, nesta sexta-feira (11) que houve avanços nas negociações com a Ucrânia por uma solução diplomática para o conflito atualmente em curso entre os dois países.

"Há alguns desdobramentos positivos lá, como nossos negociadores me relataram", disse, durante encontro com o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, um de seus principais aliados no cenário internacional. O líder russo, entanto, não forneceu mais detalhes.

##RECOMENDA##

Putin voltou a criticar as sanções ocidentais contra Moscou. "Tenho certeza de que vamos superar essas dificuldades e adquirir mais competências, mais oportunidades para nos sentirmos independentes, autossuficientes e, em última instância, nos beneficiarmos", disse.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta terça-feira (8) que a Rússia nunca poderá controlar toda a Ucrânia e prometeu que a guerra "nunca será uma vitória" para o presidente Vladimir Putin.

Da Casa Branca, Biden atacou Putin apontando que a guerra está custando um preço "horrível" e já gerou dois milhões de refugiados.

"A Rússia pode seguir avançando a um custo horrível, mas isso já está claro: a Ucrânia nunca será uma vitória para Putin", declarou o presidente americano. "Putin pode conseguir tomar uma cidade, mas jamais conseguirá controlar o país."

Apesar de sanções ocidentais sem precedentes, o líder russo prosseguiu com sua ofensiva militar e levou 13 dias para aceitar estabelecer "corredores humanitários" a partir de quatro cidades ucranianas.

Kiev classificou os corredores como um golpe publicitário, pois muitas das rotas de saídas levam à Rússia ou a seu aliado Belarus. Os dois lados se acusam mutuamente de violações do cessar-fogo.

O número de refugiados que cruzam as fronteiras da Ucrânia para escapar das cidades devastadas por bombardeiros e ataques aéreos ultrapassou os dois milhões, na pior crise do tipo na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com a ONU.

Diante da crise humanitária, Biden prometeu que apoiaria seus aliados: "Os EUA compartilharão a responsabilidade de cuidar dos refugiados para que o custo não recaia por completo nos países europeus que fazem fronteira com a Ucrânia."

"A guerra de Putin causou um enorme sofrimento em uma perde desnecessária de vidas, de mulheres, crianças, todos", ressaltou o presidente americano, que acusa seu par russo de atacar civis indiscriminadamente, em escolas, hospitais e apartamentos. "Mas Putin parece determinado a continuar seu caminho assassino custe o que custar."

Vários funcionários americanos afirmaram que o objetivo de Washington é limitar o conflito à Ucrânia, impedindo sua expansão e um confronto direto - e potencialmente nuclear - com Putin.

Segundo oficiais de inteligência dos Estados Unidos, a Rússia está se preparando para uma guerra prolongada, portanto, Washington prevê ajudar militarmente a resistência ucraniana a contra-atacar.

"Seguiremos ajudando o valente povo ucraniano na luta por seu país", disse Biden, que prometeu "apoiá-los contra a tirania, a opressão e os atos violentos de subjugação".

"Quando a história dessa guerra for escrita, a guerra de Putin contra a Ucrânia terá deixado a Rússia mais fraca e o resto do mundo, mais forte", declarou.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, firmou nesta terça-feira (8) um decreto que permite o governo de impor, em até duas semanas, uma lista de países para os quais serão vetadas as importações e as exportações, informa a agência estatal Tass.

A decisão afetará tanto produtos finalizados como matérias primas e é uma resposta às inúmeras sanções sofridas por Moscou de países ocidentais por conta da invasão na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro.

##RECOMENDA##

A medida segue a aprovação, realizada nesta segunda-feira (7), de uma lista de "países hostis" que inclui todas as nações da União Europeia, os Estados Unidos e a Ucrânia, bem como Albânia, Andorra, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Islândia, Japão, Liechtenstein, Macedônia do Norte, Micronésia, Mônaco, Montenegro, Noruega, Nova Zelândia, Reino Unido, San Marino, Singapura, Suíça e Taiwan.

O anúncio da Rússia ocorre poucas horas depois do Banco Central do país anunciar a reabertura dos mercados de câmbio, monetário e recompra fechados desde 28 de fevereiro, primeiro dia útil após o anúncio das sanções europeias e norte-americanas.

Todos voltarão a operar às 10 horas (hora local) desta quarta-feira (9).

No entanto, a Bolsa de Valores de Moscou continuará fechada sem previsão de reabertura.

Desde a imposição dos pacotes de sanções, o mercado russo foi fortemente abalado. O rublo se desvalorizou em patamares recordes, chegando a bater a cotação de 154 rublos por dólar.

Além disso, o dinheiro do Banco Central no exterior, cerca de US$ 643 bilhões, foram congelados e bancos russos foram excluídos do sistema Swift, o mais importante do mundo. Também o próprio Putin, seu chanceler, Sergei Lavrov, e oligarcas e empresas do país foram sancionados.

Da Ansa

O presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou a existência da Ucrânia como um Estado no momento em que a invasão contra o país enfrenta uma intensa resistência e a economia de Moscou está cada vez mais asfixiada pela onda de sanções internacionais.

Em sintonia com a série de sanções impostas pelos países ocidentais e seus aliados desde que Putin ordenou a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, os grupos de cartões de crédito Visa e Mastercard anunciaram a suspensão de suas operações na Rússia.

##RECOMENDA##

A escalada de sanções pretende isolar Moscou, que também enfrenta um boicote diplomático, esportivo e cultural.

No sábado, Putin fez uma dura ameaça contra as autoridades ucranianas e afirmou que "se continuarem fazendo o que estão fazendo", estas deixarão o futuro da Ucrânia como "Estado" em risco.

"E se isto acontecer, eles serão plenamente responsáveis", acrescentou o presidente russo.

Desde a invasão, o custo humanitário e econômico da guerra só aumenta e 1,5 milhão de pessoas já fugiram da Ucrânia, segundo a ONU. As autoridades informaram que centenas de civis morreram nos ataques.

O exército ucraniano informou que seus "principais esforços estão concentrados em defender a cidade de Mariupol".

Mariupol - um porto estratégico no Mar de Azov - está há vários dias sob intenso cerco russo, sem energia elétrica, água e alimentos. Várias tentativas de retirar os civis foram suspensas por violações do cessar-fogo anunciados.

As autoridades de Mariupol anunciaram neste domingo que estabeleceram com os russos um cessar-fogo para iniciar a retirada da população civil a partir de meio-dia (7H00 de Brasília).

A queda deste porto representaria um ponto de virada na guerra porque permitiria à Rússia unir as tropas que avançam a partir da península da Crimeia - anexada por Moscou em 2014 - com as forças que entram no país a partir da região de Donbass, no leste.

Os militares ucranianos anunciaram uma "batalha intensa" com as tropas russas pelo controle da cidade de Mykolaiv, no sul do país, e de Chernihiv, ao norte, perto da fronteira. Soldados também combatem em Donetsk (leste).

- Ucrânia pede aviões -

A Ucrânia pressiona o Ocidente para aumentar a ajuda militar ao país país, incluindo a entrega de aviões de combate. O presidente Volodymyr Zelensky implorou aos vizinhos do leste europeu que forneça aviões russos e disse que seus cidadãos são capazes de pilotar as aeronaves.

Putin também ampliou as advertências contra a Otan.

Se uma zona de exclusão aérea for imposta, haverá "consequências colossais e catastróficas não apenas na Europa, mas em todo o mundo", alertou, acrescentando que qualquer movimento neste sentido será considerado pela Rússia como "participação no conflito armado".

O presidente também criticou as sanções como "uma forma de guerra contra a Rússia".

"As sanções contra a Rússia são como uma declaração de guerra, mas graças a Deus ainda não estamos neste ponto", disse Putin, que negou o boato de que o Kremlin estaria planejando impor a lei marcial.

Visa e Mastercard anunciaram a suspensão das operações na Rússia e se uniram à longa lista de multinacionais que bloquearam os negócios com a Rússia desde a invasão, como Intel, Airbnb, Hermes ou Chanel.

A guerra já teve consequências econômicas não apenas para a Rússia. O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que seus impactos seriam "ainda mais devastadores" em caso de intensificação do conflito.

A principal consequência imediata foi o aumento do preço do petróleo, por temores de problemas de abastecimento, pois a Rússia é o terceiro maior exportador de petróleo bruto do mundo.

- Intensa atividade diplomática -

Como parte da frenética atividade da diplomacia, Zelensky anunciou neste domingo que conversou por telefone com o presidente americano Joe Biden.

"A agenda incluiu temas de segurança, apoio financeiro para a Ucrânia e a continuidade das sanções contra a Rússia", escreveu Zelensky no Twitter.

Horas antes, o presidente ucraniano falou por videoconferência com os congressistas americanos e pediu mais ajuda para seu país, assim como um embargo contra a compra de petróleo russo.

Os legisladores dos Estados Unidos prometeram mais 10 bilhões de dólares em ajuda, mas a Casa Branca descartou no momento a proibição das importações de petróleo russo por temer que isto provoque aumento nos preços, o que afetaria os americanos.

Países ocidentais enviaram armas, munições e recursos à Ucrânia. Na semana passada, Washington autorizou uma entrega recorde de material militar de 350 milhões de dólares para o país do leste europeu.

- Tropas russas se aproximam de Kiev -

As tropas russas se aproximam cada vez mais de Kiev, com ataques cada vez mais indiscriminados e fatais para os civis.

Os bairros operários nos arredores de Kiev, como Bucha e Irpin, já estão na linha de fogo, e os últimos ataques aéreos convenceram muitos moradores de que chegou o momento de fugir.

"Eles estão bombardeando áreas residenciais, escolas, igrejas, prédios, tudo", lamentou a contadora Natalia Didenko.

Ao norte do país, em Chernihiv, uma cidade próxima da fronteira com Belarus e Rússia, dezenas de civis morreram.

"Havia corpos no chão por toda parte. Eles estavam esperando para entrar na farmácia aqui e estão todos mortos", disse à AFP um homem que pediu para ser identificado apenas pelo primeiro nome, Serguei, em meio ao barulho das sirenes de alerta.

Correspondentes da AFP observaram cenas de devastação no local, apesar de Moscou insistir que não ataca áreas civis.

Zelensky disse no sábado que as forças ucranianas estavam resistindo em Kharkiv - a segunda maior cidade do país - e que infligiram um número de baixas aos russos que eles não poderiam imaginar "nem em seus piores pesadelos".

burs-je/mas/atm/an/es/fp

Em uma comunidade na rede social russa "Vkontakte", membros dos grupos de esquerda russos do Partido Comunista da Federação Russa (PCRF) e do Komsomol Leninista da Federação Russa defendem que "a invasão militar agressiva e catastrófica da Ucrânia seja interrompida".

A carta é assinada por 12 deputados do Partido Comunista: 3 deles são congressistas na Duma, a Câmara baixa do Parlamento russo, e outros são integrantes do legislativo em outras esferas da política local. Além dos comunistas, quatro grupos de diferentes regiões russas do Komsomol Leninista da Federação Russa também subscrevem o documento.

##RECOMENDA##

Nas últimas eleições para a Duma, em setembro de 2021, o PCRF conquistou 57 assentos no Parlamento (18,9%). A Duma é composta por um total de 450 membros, dos quais 326 (49,8%) são da coligação Rússia Unida, alinhada ao presidente Vladimir Putin.

De acordo com o comunicado, o conflito na Ucrânia "traz apenas destruição, desastres econômicos e morte para os povos da Rússia, Ucrânia e as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk", semeando "discórdia e ódio mútuo entre os trabalhadores da Rússia e da Ucrânia".

"Somos contra o fascismo tanto na Ucrânia quanto na Rússia. E, portanto, não acreditamos na retórica de que o regime anticomunista e antidemocrático raivoso de [Vladimir] Putin pode libertar o povo da Ucrânia das gangues nazistas. Em vez disso, ele estará pronto para substituir os fascistas 'estrangeiros' pelos 'seus próprios'. Defendendo o direito legítimo dos povos à autodeterminação (incluindo o povo de Donbass), estamos convencidos de que a verdadeira autodeterminação não pode ser alcançada através de uma guerra imperialista", afirma o comunicado.

A nota ainda faz um apelo ao Comitê Central do Partido Comunista da Federação Russa para que se oponha à guerra, que estaria "levando a classe trabalhadora de ambos os países ao abismo" e "exija que o processo de solução pacífica seja iniciado imediatamente".

Em 15 de fevereiro, a Duma votou a favor de um projeto de resolução sobre o reconhecimento das autodenominadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia. 351 deputados apoiaram a resolução, 16 pessoas se opuseram e uma se absteve.

Na noite de 24 de fevereiro, o presidente russo Vladimir Putin anunciou o início de uma "operação militar especial" para "desnazificar e desmilitarizar" a Ucrânia.

Alvo de críticas por ter votado à favor do reconhecimento de Donetsk e Lugansk, o deputado da Duma, Mikhail Matveev, que assinou a carta contra o conflito ucraniano, declarou que seu voto pelo reconhecimento foi "pela paz, para que a Rússia se torne um escudo, para que Donbass não seja bombardeado, e não para Kiev ser bombardeada".

Posição semelhante foi compartilhada pelo deputado do Partido Comunista Vyacheslav Markhaev, que expressou seu compromisso em reconhecer a independência de Donetsk e Lugansk, afirmando que a população das repúblicas precisava ser protegida "do extermínio completo". Ao mesmo tempo, Markhaev declarou que "sob os auspícios de reconhecer as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, ocultamos planos para desencadear uma guerra em grande escala com nosso vizinho mais próximo".

O Partido Comunista na Rússia é a segunda maior coligação russa, atrás do Rússia Unida, do presidente Vladimir Putin. No entanto, seu lugar enquanto oposição é bastante controverso. O partido já foi acusado de manter uma linha de contato direta com a administração presidencial, acatando a pressões do Kremlin para não promover manifestações em regiões do país e não oferecer resistência a projetos do Rússia Unida no Parlamento.

Por outro lado, as últimas eleições parlamentares do país assinalaram uma possibilidade de renovação da esquerda russa com a aparição de novos quadros, críticos ao governo, assumindo compromissos com pautas como direitos humanos, liberdade democrática, igualdade social e meio ambiente.

Por Serguei Monin, para o Brasil de Fato

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, expressou nesta terça-feira (1º) seu "forte apoio" ao presidente russo, Vladimir Putin, durante uma conversa por telefone entre os dois, seis dias após a invasão russa da Ucrânia, informou o Kremlin a repórteres.

"Nicolás Maduro expressou seu forte apoio às ações-chave da Rússia, condenando a atividade desestabilizadora dos Estados Unidos e da Otan e enfatizando a importância de combater a campanha de mentiras e desinformação lançada pelos países ocidentais", indica a declaração do governo russo após a ligação realizada por "iniciativa venezuelana".

Putin, por sua vez, "compartilhou sua visão da situação em relação à Ucrânia, destacando que os objetivos da operação militar especial eram proteger a população civil de Donbass", territórios separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, assim como "a soberania russa sobre a Crimeia, a desmilitarização e desnazificação do Estado ucraniano e a garantia de sua condição neutra e não nuclear".

A relação russo-venezuelana remonta à época do falecido presidente Hugo Chávez, que apoiou a Rússia durante a guerra relâmpago com a Geórgia em agosto de 2008 pelo controle da Ossétia do Sul. Após o conflito, Moscou reconheceu a independência desta província e de Abkhazia, outra região georgiana separatista pró-Rússia.

Chávez (1999-2013) também comprou armas e equipamentos militares russos por centenas de milhões de dólares em meio a um boom do petróleo que terminou em 2014.

Um porta-voz de Downing Street afirmou nesta segunda-feira (28) querer "derrubar o regime de Putin" com as sanções impostas pela invasão da Ucrânia, mas recuou e explicou não buscar "uma mudança de regime", mas sim "parar" a Rússia.

As sanções britânicas, dirigidas em particular ao presidente russo e ao banco central, "são projetadas para derrubar o regime de Putin", disse um porta-voz do primeiro-ministro Boris Johnson a repórteres.

##RECOMENDA##

Questionado sobre essas palavras, o porta-voz imediatamente se retratou: "Não estamos procurando uma mudança de regime de forma alguma. A questão aqui é a maneira como deteremos a Rússia".

Essas declarações vêm após uma série de trocas virulentas entre Moscou e Londres. Na semana passada, Johnson chamou Putin de "ditador".

Na segunda-feira, o Kremlin explicou que a decisão de Putin de colocar sua força de dissuasão nuclear em alerta foi uma reação às palavras da diplomata britânica, Liz Truss, sobre possíveis confrontos entre a Rússia e a Otan.

Truss declarou no domingo que "se não pararmos Putin na Ucrânia, haverá outros países ameaçados, como os países bálticos, Polônia, Moldávia. E isso pode acabar em um conflito com a Otan".

O presidente americano, Joe Biden, anunciou nesta quinta-feira (24) novas sanções econômicas que transformarão o mandatário russo, Vladimir Putin, em um "pária" pela invasão da Ucrânia, mas reconheceu a falta de unidade entre as potências ocidentais para que as medidas fossem ainda mais devastadoras.

Em um discurso da Casa Branca, Biden disse que o Ocidente sancionará mais quatro bancos russos e que as restrições à exportação cortarão "mais da metade das importações de tecnologia da Rússia".

##RECOMENDA##

"Isso imporá um alto custo à economia russa, tanto imediatamente quanto no longo prazo", afirmou.

Essas medidas, juntamente com outras anunciadas nesta semana, farão de Putin "um pária no cenário internacional", disse Biden, que alerta que qualquer país "que aceite agressão aberta" da Rússia contra a Ucrânia "ficará manchado" por associação.

Por enquanto, os Estados Unidos impuseram sanções a 24 pessoas e organizações bielorrussas, porque seu país "apoiou e facilitou a invasão" da Ucrânia.

Biden confirmou que, por enquanto, nenhuma sanção foi planejada para ser imposta diretamente a Putin, que acredita-se ter acumulado uma enorme fortuna durante suas duas décadas no poder.

A Rússia também não será retirada do sistema de pagamentos internacionais SWIFT, medida solicitada pela Ucrânia, por falta de acordo entre os países ocidentais. "É sempre uma opção, mas no momento essa não é a posição que o resto da Europa quer tomar", explicou Biden.

De acordo com uma fonte militar americana, a ofensiva russa visa "decapitar" o governo ucraniano e instalar um regime pró-Moscou em seu lugar.

- G7 contra-ataca -

Biden se dirigiu à Nação após participar de uma reunião virtual a portas fechadas do G7.

O grupo, integrado por Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos, afirmou em comunicado que a Rússia desencadeou "um grave ameaça à ordem internacional, baseada em regras".

O presidente americano antecipou pelo Twitter que o G7 irá impor "um pacote de sanções devastadoras e outras medidas econômicas para que a Rússia preste contas. Apoiamos o valente povo da Ucrânia".

As sete potências industriais informaram que estavam "preparadas para agir" para minimizar as consequências nos mercados mundiais de energia do ataque de Moscou à Ucrânia e reiteraram sanções a um importante oleoduto na Rússia rica em energia.

Em Londres, o primeiro-ministro Boris Johnson disse que o Reino Unido congelou ativos de grupos bancários e fabricantes de armas, sancionou mais cinco oligarcas e fechou seu espaço aéreo para a companhia aérea russa Aeroflot.

O vice-chanceler alemão, Robert Habeck, disse nesta quinta-feira que haverá um "forte pacote de sanções" que "isolará a economia russa do progresso industrial, visará e congelará ativos e participações financeiras e limitará drasticamente o acesso aos mercados europeu e americano".

- Por etapas -

A primeira rodada de sanções ocidentais foi anunciada na terça-feira, depois que Putin anunciou o envio de tropas de "manutenção da paz" para duas pequenas áreas já controladas por separatistas apoiados por Moscou.

O governo americano juntou-se aos aliados europeus na imposição de sanções a dois bancos russos, à dívida soberana de Moscou e a vários oligarcas, entre outras medidas.

E na quarta-feira, quando as tropas russas se mostravam prontas para atacar, Biden anunciou que imporia sanções ao gasoduto Nord Stream 2, que liga a Alemanha e a Rússia.

A Alemanha havia anunciado que suspenderia a abertura do gasoduto, que ainda não está funcionando.

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, alertou esta semana que "nenhuma instituição financeira russa está segura".

Algumas medidas podem ter consequências econômicas para os países ocidentais e comprometer a recuperação da economia mundial após a pandemia de covid-19.

As Bolsas de valores vêm sofrendo quedas e os preços do petróleo ultrapassaram a marca de US$ 100 por barril.

Para aliviar os consumidores, Biden prometeu nesta quinta-feira liberar petróleo da reserva estratégica "quando as condições justificarem" tal ação.

O presidente também tentou tranquilizar os americanos de que não enviará tropas para combater na Ucrânia.

O Pentágono enviará cerca de 7.000 soldados adicionais para a Alemanha nos próximos dias, a fim de "tranquilizar os aliados da Otan, deter um ataque russo e estar preparado para atender às necessidades da região", disse uma autoridade.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando